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MELISSA XAVIER RESUMOS PARA A VIDA 4° período – 2°B 1 Filariose linfática (Wuchereria bancrofti) As filarias são nematoides (classe Nematoda - vermes cilíndricos), são fusiformes, alongadas, com sistema digestório completo, são dioicos (dois sexos, feminino e masculino), parasitas sistêmico humanos (heteroxeno). Vale relembrar que a Wuchereria bancrofti, agente causal da filaríase linfática, que produz quadros clínicos muito diversos, desde formas assintomáticas e linfadenites, até orquiepididimites, hidroceles e elefantíases. • Formas: microfilárias, larvas e vermes adultos. Wuchereria bancrofti Os vermes adultos desta filaria são alongados e delgados, vivem nos vasos linfáticos e linfonodos, o alimento deste parasita é a linfa, onde machos e femeas encontram-se enrolados, que denominamos novelos (5 femeas para cada macho). Após a fertilização, no útero da femea encontra-se os ovos embrionados e as larvas microfilárias (são larvas fusiformes com 0,2mm). Doença: Filariose linfática ou Elefantíase - O edema é irreversível. Vetores: mosquitos dos gêneros Culex (pernilongo ou muriçoca”) – hospedeiro intermediário. Homem é o hospedeiro definitivo. As femeas medem 8 a 10cm; machos 4cm. A reprodução é exclusivamente sexual; Complicações da filariose ou elefantíase: inchaço dos gânglios com edema nos membros, escroto ou mamas. Transmissão da Filariose linfática É realizada pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas infectantes L3 migram para região dos linfonodos (gânglios/ sistema linfatico), onde se Parasitologia MELISSA XAVIER RESUMOS PARA A VIDA 4° período – 2°B 2 desenvolvem até a fase adulta (vermes adultos), após 8/9 meses a 1 ano. Havendo o desenvolvimento de parasitos de ambos os sexos, haverá também a reprodução deles, com eliminação de grande número de microfilárias que encontram o caminho para a circulação linfática e sanguínea, o que propiciará a infecção de novos mosquitos, iniciando-se um novo ciclo de transmissão. Vale ressaltar que as microfilárias no sangue é diagnóstico par doença humana e infectante para os mosquitos hematófagos. Larvas no inseto (mosquito) Larva de primeiro estádio (L1) ou larva salsichóide (no mosquito) e é originária da transformação da microfilária. Essa larva se diferencia em larva de segundo estádio (L2) ou pré-infectante, e sofre nova muda originando a: LARVA INFECTANTE (L3), que tem entre 1,5 a 2,0mm de comprimento. Microfilárias: larvas que possuem uma membrana extremamente delicada e que funciona como uma bainha flexível. Ciclo Biológico Fêmeas de Culex sugam o sangue do indivíduo, com microfilárias → microfilárias originam larvas salsichoides (L1) na musculatura do mosquito → L2 → L3 migra até a probóscida do mosquito → hematofagismo → L3 penetra no hospedeiro pela solução de continuidade → migração para o sistema linfático → 8 meses depois → vermes adultos → cópula → libera microfilárias. (Microfilárias infectantes) → L3 forma infectante cai nos vasos sanguíneos e depois se deslocam para os vasos linfáticos Forma diagnóstica: microfilária ou vermes adultos (ultrassonografia) Patologia - Larvas de terceiro (3) estágio são silenciosas. - Larvas de quarto (4) estágio e adultos jovens geram inflamações locais. - Manifestações patológicas: vermes adultos nos linfonodos/vasos linfáticos. - Morte de vermes adultos = inflamação - fibrose, edema e infecção bacteriana secundária (Streptococcus pyogenes) elefantíase. - Lesões genitais: testículos (hidrocele) e túnica vaginal (quilocele). - Obstruções: edemas, ascites - quilúria (linfa na urina). - Principais órgãos: pernas, escroto, mamas. Sintomatologia O desenvolvimento da doença é dependente da resposta imune do hospedeiro e infecção bacteriana secundária, portanto alguns pacientes podem ser assintomáticos por anos. MELISSA XAVIER RESUMOS PARA A VIDA 4° período – 2°B 3 Sintomas agudos: febre, linfadenite, epididimite, funiculite (inflamação do cordão espermático). Sintomas crônicos – fenômenos obstrutivos: abscessos, hiperqueratose, poliartrite, hidrocele, linfadema e elefantíase. A obstrução física da linfa nos vasos é causada pela presença dos vermes adultos e da reação do hospedeiro no sistema linfático. Ademais 2/3 dos pacientes são assintomáticos - Linfangiectasia (aumento vasos linfáticos) subclínica. - Linfadenites- inflamação dos linfonodos - Linfangites - inflamação dos vasos linfáticos A filariose inflamatória aguda consiste em 4 a 7 dias de episódios de febre e inflamação de linfonodos com linfangite, denominando- se adenolinfangite (ADL) aguda ou epididimite aguda e inflamação de cordão espermático. O envolvimento localizado de um membro afetado pode resultar em abscesso, que drena externamente e deixa uma cicatriz. A ADL é frequentemente associada a infecções bacterianas secundárias. Período crônico - 10 a 15 % dos casos - Obstruções e edemas. A filariose crônica desenvolve-se em muitos anos. Na maioria dos casos, ocorre dilatação linfática assintomática, mas respostas inflamatórias crônicas aos vermes adultos e infecções bacterianas secundárias podem resultar em linfedema crônico da área afetada do corpo. Maior suscetibilidade local a infecções bacterianas e fúngicas contribui ainda mais para seu desenvolvimento. Linfedema depressivo crônico dos membros inferiores pode progredir para elefantíase (obstrução linfática crônica). Sintomas da Filariose Linfática: estão relacionados ao processo de desenvolvimento das larvas causadoras da doença e também do local onde se alojaram os vermes adultos; Os sintomas mais comuns da Filariose Linfática são: • Acúmulo anormal de líquido (edema) nos membros, seios e bolsa escrotal; • Aumento do testículo (hidrocele – distensão e espessamento); • Crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal. Diagnóstico - clinico: O diagnóstico deve basear-se no quadro clínico e nos dados epidemiológicos, quando estes sugerem a possibilidade de infecção do paciente, em áreas endêmicas. A biópsia de um linfonodo afetado pode revelar a presença de vermes. - laboratorial: O diagnóstico parasitológico da filariose é feito pela pesquisa de microfilárias no sangue periférico no período noturno. As microfilárias de W. bancrofti devem ser distinguidas das de outras espécies, quando ocorram na mesma área geográfica, ou quando o paciente tenha estado em lugares onde existem diferentes espécies. Ou seja, as opções são: exame direto em lâmina, PCR – MELISSA XAVIER RESUMOS PARA A VIDA 4° período – 2°B 4 sangue, linfonodo; testes imunológicos, especialmente apoiados em cartões ICT, ELISA (pesquisa de antígenos); ultrassonografia: demonstra a presença de filárias nos canais linfáticos; biopsia de linfonodo (vermes) Tratamento O tratamento é de pequeno benefício na maioria dos casos crônicos de filaríase linfática devido às cicatrizes e ao linfedema. No momento, o alvo do tratamento é o estágio de microfilária. Farmacologicamente se usa comprimidos de 50mg de Dietilcarbamazina (DEC) (via oral). Que possui um efeito micro e macro filaricida, com redução rápida e profunda da densidade das microfilárias no sangue. Ademais, as terapias de suporte e cirurgia para a obstrução linfática podem ser de alguma ajuda estética.
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