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Filariose Linfática: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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HISTÓRIA CLÍNICA
Paciente, 30 anos morador do interior do Amazonas vai ao clínico relatando os
seguintes sintomas: edema exagerado das pernas, inflamação dos linfonodos dor, febre e hidrocele.
O clínico suspeita de filariose linfática e solicita confecção de esfregado e gota
espessa com sangue colhido de punção digital, entre ás 22h e 24 horas.
Resultados: positivo com observação de microfilárias
Perguntas:
A. Qual agente causador da doença.
- É causada pelo verme nematóide Wuchereria Bancrofti 
B. Quais as formas morfológicas da doença? Destaque a importância.
- Os vermes adultos (filárias) apresentam sexos distintos e habitam o sistema linfático (vasos de transporte e linfonodos), produzindo embriões (microfilárias) que se desenvolvem em mosquitos hematófagos, principalmente do gênero Culex, que funcionam como hospedeiro intermediário. O estágio em que se encontra a larva se desenvolve no mosquito vetor, onde as microfilárias sofrem 3 mudas e se transformam em larvas infectantes ou L3.
C. Qual a importância do vetor na transmissão da doença.
- A transmissão é feita exclusivamente pela picada do vetor Culex quinquefasciatus fêmea e a entrada das larvas (L3) pela área lesada da pele, por esse mosquito. Não é transmitida de pessoa a pessoa, pois o ciclo se faz de homem infectado com microfilaremia picado pelo inseto transmissor, que transmitirá a outro indivíduo após maturação das microfilárias no vetor que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode persistir, aproximadamente de 5 a 10 anos
D. Sinais e sintomas da doença.
- As principais formas clínicas filariose linfática são: doença subclínica ou assintomática, formas agudas, formas crônicas e eosinofilia pulmonar tropical (EPT). Indivíduos assintomáticos são aqueles com microfilárias no sangue e sem sintomatologia aparente. Com o uso da linfocintigrafia e ultrassonografia, verifica-se que estes assintomáticos, na realidade, podem apresentar doença subclínica com danos nos vasos linfáticos (dilatação e proliferação do endotélio, sem reação inflamatória) ou no sistema renal (hematúria microscópica), merecendo atenção médica precoce. As manifestações agudas são: linfangite (inflamação dos linfáticos) retrógrada localizada principalmente nos membros e linfadenite (inflamação dos gânglios linfáticos), associadas a febre e mal-estar, funiculite e orquiepididimite. As linfangites agudas têm curta duração e evoluem no sentido centrífugo, ou seja, da raiz do membro para a extremidade (linfangite retrógrada), ao contrário das linfangites de etiologia bacteriana, que evoluem das extremidades (porta de entrada) para os membros. As linfadenites aparecem principalmente nas regiões inguinal, axilar e epitrocleana. As manifestações crônicas são caracterizadas por linfedema (edema linfático), hidrocele, quilúria (urina com aspecto leitoso ou urina quilosa) e elefantíase, e iniciam-se, em geral, alguns anos após o início dos ataques agudos em moradores de áreas endêmicas. A hidrocele (Figura 35.6D) é a mais comum destas manifestações crônicas e frequentemente se desenvolve na ausência de reações inamatórias prévias. Pacientes com hidrocele podem apresentar microfilárias no sangue periférico e também no fluido obtido do saco escrotal. A hidrocele pode progredir para elefantíase da região escrotal. No caso de linfedema ou hidrocele, se o diagnóstico for precoce, o tratamento com dietilcarbamazina pode provocar a regressão parcial ou total da sinto-matologia. A elefantíase geralmente acomete os membros inferiores e a região escrotal. Em geral, a sequência dos eventos nos casos de elefantíase é: linfangite, linfadenite, linfangiectasia (dilatação e hipertrofia dos vasos linfáticos), linforragia (extravasamento de linfa), linfedema, esclerose da derme, hipertrofia da epiderme e aumento do volume do órgão (principalmente pernas, escroto ou mamas). Infecções externas bacterianas ou fúngicas secundárias agravam o quadro de elefantíase. A gravidade das manifestações aumenta com a idade e lesões crônicas como elefantíase podem tornar-se irreversíveis, provocando incapacidade e expondo seus portadores ao preconceito social
E. Porque o edema local, às vezes irreversível, é evidente nesta doença.
- As manifestações clínicas podem ser devidas aos vermes adultos no sistema linfático ou à resposta imune do hospedeiro contra as microfilárias e antígenos do parasito. A evolução da doença é lenta e os sinais, quando presentes, são decorrentes principalmente da dilatação dos vasos linfáticos. Vermes adultos machos e fêmeas permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos humanos, vivendo, em média, 8 a 10 anos. O sistema linfático é agredido nesta doença tornando seu funcionamento deficiente.
F. Justifique a indicação do clínico para a coleta do exame em horário
diferenciado. 
- Uma característica deste parasito, na maioria das regiões onde é encontrado, é a periodicidade noturna de suas microfilárias no sangue periférico do hospedeiro humano: durante o dia, essas formas se localizam nos capilares profundos, principalmente nos pulmões e, durante a noite, aparecem no sangue periférico, com pico da microfilalaremia em torno da meia-noite, diminuindo até o final da madrugada. A partir daí, são encontradas em pequena quantidade ou não detectadas durante o dia no sangue periférico.

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