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capítulo 6 TIPOS DE ESTUDO EPIDEMIOLOGICO

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Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Capítulo 6: TIPOS DE ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO 
 
Johelle Passos-Soares e Michelle Falcão 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
 
1. Compreender a classificação dos estudos epidemiológicos 
2. Identificar as principais características dos estudos epidemiológicos 
3. Entender a aplicação dos estudos epidemiológicos na saúde coletiva 
 
 
1- A classificação dos estudos epidemiológicos 
 
Inicialmente, ressalta-se que os estudos epidemiológicos são bastante 
utilizados em pesquisas, principalmente, no âmbito da Saúde Coletiva, para 
compreender o processo saúde-doença e, assim, propor melhoria das condições 
de saúde da população e avaliar o impacto das políticas e projetos de saúde na 
sociedade. 
Para melhor entendimento sobre os diversos estudos epidemiológicos 
existentes, propôs-se algumas maneiras de classificá-los. Algumas das diversas 
classificações apontadas pela literatura são apresentadas a seguir. 
 
Classificação de acordo com o papel do pesquisador 
 
Nessa classificação, existem os estudos observacionais e os estudos 
experimentais. 
No primeiro, o pesquisador apenas observa o sujeito de estudo, sem 
realizar qualquer tipo de intervenção. Os resultados desse tipo de pesquisa são 
divulgados tal como foram observados. 
Um pesquisador deseja compreender o efeito de determinado hábito 
sobre a saúde das pessoas. Para isso, ele buscará pessoas que já possuem o 
hábito e observará os efeitos do mesmo sobre a saúde. 
Deseja-se, por exemplo, verificar se a presença do tabagismo está 
associada ao aparecimento de lesões em boca. Numa situação como essa, 
jamais será solicitado ao participante que fume alguns cigarros para observar se 
o mesmo desenvolverá lesões bucais. Para realizar um estudo com esse 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
objetivo, serão observados os indivíduos que possuem o hábito de fumar 
cigarros. Por características do próprio desenho de estudo (que é observacional, 
não pode intervir na realidade encontrada) e, por questões éticas (em prol do 
conhecimento, jamais se colocará alguém em risco), não se pode solicitar que os 
participantes da investigação adotem um hábito que porventura possa causar 
danos a sua saúde. 
Diferente do estudo observacional, tem-se o estudo experimental, 
também conhecido como estudo de intervenção, que realiza um 
experimento/intervenção no sujeito da investigação. Os resultados desse tipo de 
estudo estão relacionados ao efeito que a intervenção/experimento provocou no 
sujeito (PEREIRA, 2005). 
Por intervir na realidade encontrada, o estudo experimental somente 
realiza intervenções cujo resultado trará benefício e não provocará danos aos 
participantes. Pode-se verificar uma demonstração desse tipo de estudo, no 
caso de uma pesquisa que deseja investigar se o uso diário de chá de camomila 
em forma de enxaguante bucal reduziria a sensação de ardência bucal em 
mulheres menopausadas. Diante das características da camomila, existiriam 
duas possibilidades de resultado, o uso do chá não provocaria mudança na 
sensação de ardência ou reduziria a mesma. Para o caso de um possível efeito 
contrário, como a exacerbação do sintoma de ardência, o uso seria suspenso 
imediatamente. 
Observa-se que nesse estudo, não houve uma observação de quem já 
usava como hábito o chá de camomila como enxaguante bucal, mas selecionou-
se um grupo que deveria usar o chá para verificar o efeito sob a ardência bucal, 
assim, houve uma intervenção. Salienta-se que assim como nos demais tipos de 
estudo, a intervenção deve respeitar os princípios éticos da pesquisa. 
 
Classificação de acordo com o propósito do estudo 
 
Nesse caso, os estudos podem ser descritivos ou analíticos. 
Os descritivos propõe apenas a descrição detalhada do que é 
observado. Geralmente, é considerado na descrição as variáveis relacionadas à 
pessoa (ex.: idade, sexo, raça/cor, escolaridade, etc.), ao tempo (ex.: horas, 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
dias, meses, século, período, etc.) e ao espaço (ex.: localização geográfica) 
(ROUQUAYROL e SILVA, 2013). 
Esse tipo de estudo é muito utilizado quando se estuda algo novo, em 
que ainda não se conhece o detalhamento do objeto/sujeito da investigação. 
Saber quem (variável de pessoa), onde (variável de espaço) e quando (variável 
de tempo) o que se está observando mais ocorre, é fundamental para adotar 
medidas de combate e controle das doenças/agravos (ROUQUAYROL e SILVA, 
2013). Exemplos de estudo descritivos são os estudos de caso, estudos de série 
de casos e os estudos chamados de descritivos, mesmo. 
As frequências absolutas e percentuais são muito utilizadas na 
descrição, assim como as medidas de tendência central, como a média, moda, 
mediana, e de variabilidade como o desvio padrão, etc. A partir dos estudos 
descritivos, pode-se formular hipóteses para serem testadas nos estudos 
analíticos. 
Através das informações geradas pelo estudo descritivo, é possível 
questionar “os porquês” dessas informações apresentarem-se daquela forma. 
Para isso, é necessário realizar estudos analíticos, pois os mesmos poderão, 
através das hipóteses levantadas, realizar testes de associação para observar a 
presença ou ausência da relação de causa-efeito (MEDRONHO e BLOCH, 
2008). 
 
Classificação de acordo com a direção temporal do estudo 
 
Ao se realizar uma pesquisa, pode-se investigar a relação de causa-efeito 
em duas situações. 
Na primeira situação, tem-se o estudo retrospectivo, em que o 
pesquisador, ao observar um efeito (doença/agravo/desfecho) em determinado 
sujeito, investiga no passado desse sujeito, se o mesmo foi exposto, se teve 
contato com aquilo que o pesquisador acredita ter sido a causa, o que provocou 
o efeito, na verdade, o pesquisador volta ao passado para testar a hipótese de 
estudo (PEREIRA, 2005). 
Por exemplo, ao observar que numa determinada comunidade rural, a 
prevalência de fissuras labiopalatais é muito maior do que o esperado, um 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
pesquisador resolve investigar no passado dessas crianças o que ocorreu para a 
“instalação dessa deformidade”. 
Salvo os casos relacionados ao trauma, as fissuras labiopalatais são de 
ordem congênita, isto é, o indivíduo já nasce com a fissura. Sendo assim, 
excluindo os fatores de ordem genética, sabe-se que a exposição das gestantes 
no início da gravidez a fatores ambientais nocivos como agrotóxicos, fumaça de 
cigarro, bebidas alcóolicas, entre outros, pode estar associada à ocorrência da 
fissura no bebê. 
Assim, o pesquisador, volta ao passado para buscar informação sobre a 
gestação e saber se houve o contato da gestante com um daqueles fatores, para 
então, através do cálculo estatístico, verificar se a exposição ao fator pode ser a 
causa relacionada à etiologia da fissura. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO EXEMPLO DO ESTUDO RETROSPECTIVO 
 
Presença de fissura labiopalatal na criança Gestante exposta ao agrotóxico 
(EFEITO NO PRESENTE) (CAUSA NO PASSADO) 
 
Observa-se que o efeito e a investigação ocorrem no momento presente e 
a causa (exposição) no passado, por isso, é chamada de pesquisa retrospectiva. 
Na segunda situação, tem-se o estudo prospectivo. Nesse estudo, o 
pesquisador observa a exposição ao longo de determinado tempo para verificar 
se a mesma estará relacionada ao efeito esperado. 
Usando o exemplo acima, mas nesse caso, acompanhando a gestante 
desde o início da gravidez até o nascimento da criança (diferente do que ocorreu 
na demonstração anterior, onde o estudo iniciou a partir do diagnóstico da 
fissura), será anotada a presença ou ausência de todas as exposições que o 
estudo suspeita ser a causa do surgimento da fissura labiopalatal. Ao 
nascimento, observar-se-á se houve criança com fissura. Daí,analisará 
estatisticamente, se a hipótese é verdadeira ou não, isto é, se a exposição da 
gestante ao agrotóxico, por exemplo, está associada à presença da fissura 
labiopalatal na criança ou não. 
 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO EXEMPLO DO ESTUDO PROSPECTIVO 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
 
Gestante exposta ao agrotóxico Presença/ausência de fissura labiopalatal na 
criança 
(CAUSA NO PRESENTE) (EFEITO NO FUTUTO) 
Observa-se que a causa (exposição) e a investigação ocorrem no 
momento presente (ao longo do decorrer do estudo) e o efeito (doença/agravo) 
no futuro, por isso, é chamada de pesquisa prospectiva. 
Compare a direção da seta do exemplo do estudo retrospectivo e do 
estudo prospectivo. 
 
Classificação de acordo com a unidade de observação 
 
Nessa classificação o estudo poderá ser agregado ou individuado. Se a 
investigação observa cada elemento da população ou amostra de forma 
individual, tem-se o estudo do tipo individuado. Se, ao contrário, investiga-se o 
todo, sem saber quem é cada elemento que compõe a população, tem-se o 
estudo do tipo agregado (ROUQUAYROL e SILVA, 2013). 
Na maioria das pesquisas, o pesquisador coleta os dados para o estudo 
de um a um. A unidade de observação é individuada. Busca-se as informações 
necessárias à investigação, de cada componente da população ou amostra. 
Dessa maneira, conhece-se todos os elementos de forma individualizada, 
entretanto, os resultados são divulgados em relação ao total da população 
investigada e não individualmente. 
Existem pesquisas que comparam informações entre populações, como 
por exemplo, comparam a prevalência de dengue entre países desenvolvidos e 
em desenvolvimento, entre cidades, entre bairros, entre escolas, enfim, entre 
grupos. Ao buscar a informação sobre a prevalência da dengue, encontra-se o 
valor total, sem saber quem é cada caso de dengue que compôs aquele 
conjunto. Nesse tipo de estudo, não existem informações sobre a doença e 
exposição do indivíduo, mas do grupo populacional como um todo. No estudo do 
tipo agregado, a unidade de observação é o grupo e não o indivíduo. 
 
Classificação a acordo com o desenho de estudo 
 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
De acordo com o desenho (delineamento) existem os estudos 
ecológicos, os estudos transversais, os estudos de caso-controle, os estudos de 
coorte e os estudos de intervenção. Cada um deles tem uma finalidade e será 
escolhido de acordo com o que se propõe investigar. As características de cada 
um deles serão detalhadas ao longo desse capítulo. 
 
2- Estudo Ecológico 
 
 
Esse tipo de estudo usa os dados de uma população inteira para 
comparar a frequência da doença ou agravo entre grupos distintos, em um 
mesmo período de tempo, ou entre o mesmo grupo, em períodos de tempo 
diferentes. Geralmente, os dados são provenientes de estatísticas globais, isto é, 
de sistemas de informação que disponibilizam dados populacionais de um 
determinado local e período (PEREIRA, 2005). 
A comparação entre a frequência da doença/agravo e a exposição é 
realizada com o objetivo de verificar a possível existência de associação entre 
elas. Para isso, usa os dados relativos a populações de países, regiões, 
municípios, bairros, escolas, enfim, de grupos específicos. 
Essa verificação gera uma hipótese, que por sua vez deverá ser 
investigada em outro tipo de pesquisa que permita observar a causa e o efeito 
em momentos distintos, pois como no estudo ecológico não é possível observar 
a causa e o efeito, separadamente, o mesmo é incapaz de testar uma hipótese. 
Para exemplificar essa situação, tem-se um pesquisador que observou a 
variação da prevalência da doença cárie entre as diversas populações e 
resolveu verificar o motivo dessa diferença. Assim, optou por levantar a 
prevalência da doença cárie na zona rural e na zona urbana de todas as capitais 
brasileiras. Em seguida, buscou os dados dessas populações em relação à 
nutrição. Ao fazer a associação através da aplicação do coeficiente de 
correlação linear, observou a correlação positiva para a associação da 
prevalência de cárie da zona urbana com a alimentação e uma correlação 
negativa para a associação da prevalência de cárie da zona rural com a 
alimentação. Esse resultado sugere a hipótese que o tipo de alimentação 
utilizada na zona urbana é cariogênica em relação ao tipo de alimentação usada 
na zona rural. Essa hipótese poderá ser testada em estudos longitudinais, isto é, 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
que acompanhem o sujeito ao longo do tempo para saber se a hipótese poderá 
ser aceita ou será rejeitada. 
As vantagens do estudo ecológico referem-se ao baixo custo e a 
facilidade de obtenção dos dados que o torna rápido de ser realizado. 
Entretanto, é necessário que a fonte de dados seja confiável, uma vez que o 
resultado da pesquisa que utiliza dados secundários depende da qualidade dos 
mesmos. Além disso, o estudo ecológico tem a “falácia ecológica” como uma 
limitação importante (ROUQUAYROL e SILVA, 2013). 
A “falácia ecológica” trata-se de um viés possível de ocorrer nos estudos 
ecológicos quando se atribui ao indivíduo os resultados encontrados no grupo. É 
preciso lembrar que os achados do estudo relacionam-se ao grupo populacional 
e que esse mesmo achado poderá não ser observado em nível individual. Assim, 
não se pode aplicar aos indivíduos os resultados de uma associação observada 
entre agregados (PEREIRA, 2005). 
Utilizando o exemplo acima, pode ser que existam pessoas na zona 
urbana cuja alimentação não possui correlação positiva com a doença cárie, 
assim como, pessoas na zona rural que não possuem correlação negativa da 
alimentação com a doença cárie, apesar do resultado do estudo ecológico ter 
apontado o contrário. 
Em saúde pública, os estudos ecológicos são usados para verificar a 
distribuição de agravos à saúde e de fatores de risco em diferentes áreas e/ou 
períodos de uma só vez. A partir dessa verificação, ajudam a identificar áreas 
com maior necessidade de ações de saúde (PEREIRA, 2005). 
Diante do exposto, e de acordo com as classificações apresentadas, 
anteriormente, o estudo ecológico é observacional, agregado e analítico. 
Ressalta-se que apesar de ser considerado analítico, tem baixo poder de 
análise, em contrapartida, possui elevado potencial descritivo. 
 
3- Estudo transversal 
 
 
Assim como no estudo ecológico, o estudo de corte transversal, também 
conhecido como seccional ou de prevalência, é do tipo observacional, apesar de 
analítico, também possui elevado potencial descritivo. Ao contrário do ecológico, 
sua unidade de observação é o indivíduo. 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Como avalia causa e efeito ao mesmo tempo, não apresenta a 
característica de acompanhamento, isto é, longitudinalidade. Por esse motivo, 
não é possível saber se a exposição ocorreu antes ou depois do desfecho 
(doença/agravo) nesse delineamento, o que deixa a relação temporal sem 
clareza (MEDRONHO e BLOCH, 2008). 
A partir da população investigada, calcula-se uma amostra representativa 
da mesma e, após a observação em um intervalo de tempo definido no presente, 
aloca-se os participantes do estudo em grupos de pessoas expostas ao fator 
estudado e as não expostas a esse mesmo fator. Em seguida, separa-se dentro 
de cada grupo, os indivíduos que estavam doentes naquele momento e os que 
não estavam, como pode ser observado na Figura 1, e procede-se a análise 
estatística com o uso da razão de prevalência. 
 
Devido a simultaneidade da verificação da relação do tipo causa-efeito, 
esse estudo não estabelece causalidade, entretanto, por sugerir explicações 
para as variações de frequências, é indicado para gerar hipóteses de causas de 
doenças. Como tem um elevado poder descritivo, é bem aplicadoem estudos 
que possuam o objetivo de identificar características relativas ao evento 
estudado. Além disso, é bastante utilizado para fins de planejamento em saúde e 
monitoramento da situação de saúde da população, pois auxilia na identificação 
dos grupos de risco (ROUQUAYROL e SILVA, 2013). 
 
POPULAÇÃO 
(amostra) 
Indivíduos que 
estavam expostos 
e doentes 
Indivíduos que 
estavam expostos, 
mas não estavam 
doentes 
 
Indivíduos que não 
estavam expostos, 
mas estavam 
doentes 
Indivíduos que não 
estavam expostos, 
nem doentes 
 
 
TEMPO PRESENTE 
Figura 1. Esquema do delineamento do estudo transversal. 
 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Comparado aos estudos em que é necessário o acompanhamento do 
desfecho em pelo menos dois momentos de observação, um para verificar a 
causa e outro para verificar o efeito, o estudo do tipo corte transversal possui 
baixo custo e tem fácil execução, entretanto, geralmente, precisa de um elevado 
número de participantes, o que o torna impróprio para estudar doenças ou 
agravos raros. Por não necessitar de acompanhamento, o risco de perder 
participantes no estudo é baixo. Entretanto, é susceptível ao viés de seleção, 
isto é, os participantes selecionados podem não representar a realidade que o 
estudo propõe investigar. Fatores como a conveniência em selecionar 
determinado participante, por exemplo, pode interferir no resultado (PEREIRA, 
2005). 
Os Inquéritos Nacionais de Saúde Bucal, como o SB BRASIL 2003 e o SB 
BRASIL 2010, são exemplos de estudo transversal, cujos resultados são 
utilizados na implementação das premissas da Política Nacional de Saúde Bucal 
(PNSB). Neles, durante um intervalo de tempo definido coletou-se os dados 
relativos aos indicadores de cárie, doença periodontal, fluorose, edentulismo 
entre outros, na população brasileira, de modo que os resultados encontrados 
traçaram o perfil de saúde bucal nacional e revelaram os avanços e retrocessos 
(RONCALLI, CORTES e PERES, 2012) referentes ao impacto da PNSB na 
população. 
 
4- Estudo caso controle 
 
 
Trata-se de um estudo observacional, individuado, analítico e 
retrospectivo que pode ser usado na saúde pública para investigar associações 
etiológicas de doenças raras ou pouco frequentes. 
No caso-controle, inicialmente, são selecionados os indivíduos portadores 
da doença ou agravo que são denominados casos. Em seguida, busca-se 
indivíduos que não possuam aquela doença ou agravo, mas que podem ser 
usados na comparação com os casos. A esse grupo de indivíduos dá-se o nome 
de controles. Dentro de cada grupo de caso e de controle, separa-se os sujeitos 
que estavam expostos e os que não estavam expostos ao fator que está sendo 
investigado no passado, então, procede-se a análise estatística para verificar a 
associação, através da medida chamada Odds Ratio (Figura 2). 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
 
 
 
 
 
Figura 2. Esquema do delineamento do caso controle. 
 
 Por permitir a observação da causa e do efeito em momentos distintos, o 
estudo de caso controle investiga a associação etiológica, principalmente, das 
doenças e agravos de baixa incidência ou que tenham um período de latência 
muito longo. Por ser retrospectivo, o sentido da investigação se dá do efeito 
(desfecho) para a causa (exposição) (PEREIRA, 2005). Observe o sentido da 
seta na Figura 2. 
Para selecionar os casos é necessária a adoção de critérios que 
certifiquem a presença do agravo à saúde. Quando possível, o uso de exames 
considerados padrão para conclusão diagnóstica é o ideal para classificação dos 
casos. 
 Além disso, é importante caracterizar bem a doença, para que os casos 
sejam semelhantes entre eles, afinal, uma doença que tenha características 
iniciais muito distintas das características em um estágio mais avançado, poderá 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
apresentar diferença de resultado na associação etiológica, levando a 
conclusões que podem não ser verdadeiras (PEREIRA, 2005). 
A seleção dos controles é uma das dificuldades da realização desse 
estudo, pois os mesmos precisam ser semelhantes ao caso, diferenciando-se 
desse, somente, quanto à presença ou ausência da doença. É necessário 
assegurar, ainda, que os controles provenham da mesma região ou local onde 
se selecionou os casos, para ser assegurado que ambos estavam expostos às 
mesmas condições (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e SILVA, 2013). 
Os estudos de caso controle podem ser classificados, segundo o critério 
de seleção dos grupos, em pareados e não pareados. Nos caso controles 
pareados, algumas características dos controles devem ser semelhantes o 
máximo possível às características do caso, para reduzir ao máximo, a 
possibilidade de confundimento na análise dos resultados. Geralmente, pareia-
se o sexo, a idade, a ocupação, porém, a escolha das características a serem 
pareadas entre caso e controles dependerá do que se pretende investigar. Nos 
estudos de caso controle não pareados, não há necessidade de seleção tão 
rígida dos controles (PEREIRA, 2005). 
Por ter que buscar informações sobre a exposição (causa) no passado, o 
estudo de caso-controle depende da existência dos dados sobre essa exposição 
em momentos anteriores, além disso, possui o risco de encontrar registros com 
baixa qualidade, ou ainda, ser susceptível ao viés de memória (PEREIRA, 
2005; MEDRONHO e BLOCH, 2008). 
 
5- Estudo de coorte 
 
O coorte é um estudo epidemiológico em que o evento investigado é 
acompanhado ao longo do tempo no sentido exposição-desfecho. No início da 
investigação, somente os indivíduos que não apresentam a doença ou agravo 
esperado, portanto, os sadios em relação ao evento pesquisado, são 
acompanhados. Dentre esses indivíduos, observam-se aqueles que estão 
expostos ao suposto fator de risco e os que não estão expostos. Ao longo do 
seguimento, em cada grupo será identificado àqueles que ficaram doentes e os 
que não ficaram doentes, como pode ser observado na Figura 3. Para a análise 
estatística dos dados após o período observacional usa-se o risco relativo. 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
 
Figura 3. Esquema do delineamento do estudo coorte. 
 
Visto que se inicia a observação com o indivíduo sadio em relação ao 
evento investigado, o estudo de coorte permite a confirmação da hipótese 
etiológica. Por avaliar os casos novos da doença/agravo que surgem ao longo 
da observação, esse estudo produz medidas de incidência e, por isso, também é 
conhecido como estudo de incidência e, ainda, como estudo prospectivo 
(PEREIRA, 2005; MEDRONHO e BLOCH, 2008). 
O estudo de coorte é observacional, analítico, individuado e prospectivo. 
Além disso, a depender da forma de entrada dos participantes na coorte, a 
mesma poderá ser uma coorte fixa ou dinâmica. Na coorte fixa, a entrada dos 
participantes só pode ocorrer no início da formação da coorte. Na coorte 
dinâmica, os participantes podem “entrar” no estudo durante todo o seguimento 
(PEREIRA, 2005). 
Dentre os estudos observacionais, o coorte apresenta a vantagem de 
acompanhar o evento do momento inicial (exposição) até momento final 
(desfecho), o que favorece a qualidade das informações coletadas. Entretanto, 
a depender do tempo do seguimento, o custo desse tipo de pesquisa pode ser 
muito elevado. Além disso, o risco dos sujeitos desistirem da participação, 
abandonarem o estudo ou irem a óbito é muito grande, o que leva a necessidade 
de iniciar o estudo com um quantitativo considerável de participantes a depender 
do tipo de evento investigado. Dessa forma, não pode ser usado em 
investigação de doenças raras (MEDRONHO e BLOCH, 2008). 
 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
6- Estudo de intervenção 
 
 
Da mesma forma que no estudo de coorte, a investigação desse estudo 
parte da exposiçãoem direção ao desfecho com o intuito de avaliar a resposta 
da intervenção. Esse estudo também é conhecido como estudo experimental. 
No estudo clássico, após selecionar a população elegível, de forma 
aleatória separa-se os indivíduos em dois grupos. Em um grupo realiza-se a 
intervenção e no outro não. Posteriormente, observa-se em cada bloco a 
existência ou ausência do efeito esperado e procede-se a análise estatística 
indicada (Figura 4). 
 
Figura 4. Esquema do delineamento do estudo de intervenção. 
 
Ao processo de alocação aleatória dos indivíduos no grupo onde haverá a 
intervenção e no grupo sem a intervenção é dado o nome de randomização. O 
primeiro grupo é chamado de experimental e o segundo de grupo controle 
(MEDRONHO e BLOCK, 2008). 
Nos estudos de intervenção, para reduzir ou até mesmo evitar erros de 
mensuração, as variáveis do estudo, principalmente a variável independente, 
podem ser rigidamente controladas. 
O estudo experimental controlado e aleatorizado é conhecido como 
ensaio clínico randomizado. Mas, se o mesmo é controlado, mas não é 
aleatorizado (não-randômico), passa a ser chamado de quase experimental. 
MOMENTO 
PRESENTE 
MOMENTO 
FUTURO 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Quando nem o pesquisador, nem o investigado conhecem as alocações 
dos grupos e as mensurações relativas às variáveis dependentes, a 
intervenção é do tipo duplo-cega. Entretanto, se apenas os investigados 
desconhecem em qual grupo estão alocados, tem-se o estudo de intervenção do 
tipo simples-cego. E, no caso de tanto os investigados quanto os pesquisadores 
terem acesso a informações capazes de indicar a alocação dos grupos 
experimental e de controle, diz-se que o estudo de intervenção é do tipo aberto 
(HOCHMAN et al., 2005). 
Os estudos de intervenção podem ocorrer em ambiente laboratorial, onde 
todas as variáveis podem ser rigidamente controladas. Nesse caso, nem sempre 
os resultados da intervenção obtidos em nível laboratorial podem ser 
reproduzidos na população em geral, pois o ambiente sob o qual a população 
vive não é passível de controle rígido tal como ocorre nos experimentos 
laboratoriais, cujos resultados aproximam-se da artificialidade. Por isso, os 
resultados do teste de alguns fármacos em nível laboratorial não são verificados 
quando os mesmos são usados na população. 
Os estudos experimentais ditos “verdadeiros” são do tipo controlado, 
randomizado e duplo-cego, nesses estudos, apenas o fator de intervenção é 
diferente entre os grupos. Os ensaios clínicos randomizados são considerados o 
padrão de referência dos métodos de pesquisa em epidemiologia. Além disso, 
constituem-se a melhor fonte de evidência científica disponível (HOCHMAN et 
al., 2005). 
Os estudos de intervenção possuem custo elevado quando comparado 
aos estudos observacionais, podendo aumentar, quanto maior for o tempo do 
estudo. A depender do tipo de experimento, os aspectos éticos podem ser 
fatores limitantes do estudo. Por demandar o acompanhamento da intervenção, 
tal como o estudo de coorte, está susceptível a perdas dos participantes ao 
longo do seguimento (PEREIRA, 2005). 
A pesquisa que avalia uma intervenção possui a vantagem de observar 
múltiplos desfechos de uma só vez e produzir medidas de incidência, visto que a 
observação se dá ao longo do experimento, possibilitando verificar o 
aparecimento de cada novo desfecho. 
Existe ainda o estudo experimental do tipo ensaio comunitário, onde a 
unidade de observação é a comunidade. Esse tipo de estudo é usado para 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
avaliar o impacto de intervenções na coletividade (PEREIRA, 2005). Tem-se o 
exemplo da adição do iodo no sal de cozinha, cujo objetivo foi reduzir a 
morbidade do bócio endêmico, ou ainda, a fluoretação da água de 
abastecimento público, que ocorreu com o intuito de reduzir a prevalência da 
doença cárie. 
 
-----------------------------------------QUESTÕES ---------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 1 (SEC. DE SAÚDE PE-2015) – Considerando a vigilância em saúde 
bucal, percebe-se que: 
 
A) os estudos transversais são importantes componentes para a vigilância em 
saúde bucal, assim como em qualquer política de vigilância em saúde. 
B) não existem modelos assistenciais em saúde bucal nos quais o uso da 
Epidemiologia seja um eixo estruturante. 
C) os inquéritos nacionais de saúde bucal realizados em 1980, 1990 e 2003 
contribuíram para a construção do perfil epidemiológico de saúde bucal da 
população brasileira. 
D) o Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal - não 
colaborou para a Vigilância em Saúde Bucal da Política Nacional de Saúde 
Bucal no que diz respeito à produção de dados primários de morbidade bucal. 
E) a Epidemiologia em Saúde Bucal tem apresentado significativo crescimento 
no Brasil, mas não auxilia nem se constitui em ferramenta de planejamento e 
avaliação por parte dos serviços de saúde. 
 
Grau de dificuldade: Médio 
 
Análise das alternativas 
 
Alternativa A – Verdadeira. Os estudos transversais são excelentes para 
respaldar o planejamento em saúde e monitorar a situação em saúde das 
populações. 
Alternativa B – Falsa. A epidemiologia é um dos tripés da saúde coletiva. É uma 
ferramenta importante para direcionar as ações em saúde a partir da realidade 
encontrada. Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde Bucal, ratifica a 
necessidade de utilizar a Epidemiologia e as informações sobre o território para 
subsidiar o planejamento e centrar a atuação na Vigilância à Saúde, 
incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, 
riscos e determinantes do processo saúde doença. Assim, o modelo assistencial 
da Vigilância à Saúde utiliza a epidemiologia como eixo estruturante. 
Alternativa C – Falsa. Os inquéritos nacionais de saúde bucal no Brasil 
contribuíram para a construção do perfil epidemiológico de saúde bucal, 
entretanto, ocorreram em 1980, 1986, 1996, 2003, 2010. Não houve inquérito 
em 1990. 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Alternativa D – Falsa. O SB BRASIL 2010 trouxe imensa colaboração a Política 
Nacional de Saúde Bucal ao revelar a evolução dos indicadores de saúde bucal 
a partir das medidas de saúde adotadas a partir do SB BRASIL 2003. Os dados 
coletados foram todos primários, através de estudo inquérito populacional 
(desenho do tipo transversal). 
Alternativa E – Falsa. A Epidemiologia em Saúde Bucal tem apresentado 
significativo crescimento no Brasil, tem auxiliado e se constituído ferramenta de 
planejamento e avaliação por parte dos serviços de saúde. 
 
Dica do autor: o conhecimento sobre a utilização da epidemiologia em modelos 
de vigilância a saúde pode ser aprofundado com a leitura do artigo Perfis 
epidemiológicos de saúde bucal no Brasil e os modelos de vigilância de 
autoria de Ângelo Giuseppe Roncalli, Maria Ilma de Souza Cortes e Karen 
Glazer Peres, publicado no Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 
28, supl. p. s58-s68, jan. 2012. Disponível em 
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2012001300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 30 jul. 2015. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012001300007c. 
 
 
QUESTÃO 2 (SEC. DE SAÚDE PE-2015) – Considerando a vigilância em saúde 
bucal, verifica-se que: 
 
A) o Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal - deverá ser o 
elemento norteador da política com relação aos agravos de saúde bucal, 
subsidiando, unicamente, o desenvolvimento de ações preventivas de caráter 
coletivo. 
B) os inquéritos nacionais de saúde bucal realizados em 1986, 1996 e 2003 
norteiam toda a política de saúde bucal vigente na perspectiva de se constituir 
em um elemento estratégico de modelo de vigilância em saúde. 
C) o levantamento epidemiológico deve contribuir para a construção de uma 
série histórica de dados de saúde bucal,com o objetivo de verificar tendências, 
planejar e avaliar serviços. 
D) o Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal - não 
representa estratégia do eixo da Vigilância em Saúde Bucal da Política Nacional 
de Saúde Bucal. 
E) o Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal - não 
conseguiu contribuir para a produção de dados primários de morbidade bucal. 
 
Grau de dificuldade: Fácil 
 
Análise das alternativas 
 
Alternativa A – Falsa. Os resultados obtidos a partir do Projeto SB Brasil 2010, 
assim como de outros levantamentos epidemiológicos que ocorrerem devem 
nortear a política com relação aos agravos de saúde bucal, subsidiando, o 
desenvolvimento das ações em saúde presentes no modelo de Vigilância a 
Saúde, e não unicamente as preventivas de caráter coletivo. 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Alternativa B – Falsa. Dentre os inquéritos apresentados na alternativa, apenas 
o inquérito do 2003 norteou a política de saúde bucal vigente na perspectiva de 
se constituir em um elemento estratégico de modelo de vigilância em saúde, pois 
devido a metodologia utilizada nos demais inquéritos, os mesmos não 
representaram a realidade nacional. Premissa fundamental ao desenvolvimento 
de uma política nacional. 
Alternativa C – Verdadeira. Os levantamentos epidemiológicos, que se trata de 
estudo do tipo transversal, realizados de forma contínua, com periodicidade 
regular são capazes de verificar tendências, planejar e avaliar serviços. 
Alternativa D – Falsa. O Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde 
Bucal - representa uma das estratégias do eixo da Vigilância em Saúde Bucal da 
Política Nacional de Saúde Bucal. 
Alternativa E – Falsa. O Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde 
Bucal – por se tratar de um estudo transversal que coletou os dados através de 
inquérito domiciliar produziu dados primários de morbidade bucal. 
 
Para relembrar – Glossário 
 
TERMO SIGNIFICADO 
Aleatória 
Forma de seleção dos indivíduos de um estudo, 
onde todos tem a mesma chance de participação. 
Causalidade Relação entre causa e efeito. 
Coeficiente de correlação Tipo de medida de associação. 
Confundimento 
Ocorre quando a variável de estudo se 
correlaciona com a variável dependente e a 
independente. Dessa forma, na análise 
estatística ela precisa ser isolada, para não haver 
interferência no resultado. 
Dados secundários 
Dados obtidos de fontes secundárias. Em 
pesquisa são usados dados que já foram 
coletados anteriormente. 
Desfecho 
Resultado final de um evento após exposição a 
um fator específico. 
Efeito O resultado da exposição, a doença, o agravo. 
Exposição 
Variável que o pesquisador sugere como o 
motivo do surgimento da doença ou agravo. 
Hipótese 
Proposição a ser testada em estudos 
epidemiológicos. 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
Longitudinalidade Acompanhamento ao longo do tempo 
Mensuração Ato de medir, mensurar. 
Odds Ratio 
Medida de associação do tipo proporcionalidade, 
usada em estudos que buscam associações 
etiológicas em análises estatísticas. 
Período de latência 
Tempo compreendido entre o contato com um 
fator específico e a manifestação da doença ou 
agravo relacionado ao mesmo. 
População elegível 
Formada por indivíduos aptos para participar da 
investigação. 
Prevalência 
Número de casos novos e antigos de uma 
determinada doença ou agravo na população. 
Risco relativo 
Medida de associação que avalia a relação entre 
o fator de risco e o desfecho. 
Sujeito 
O participante da pesquisa sobre o qual trata a 
investigação. 
Variáveis dependentes 
É aquela que se modifica em relação a um 
estímulo. 
Variável independente 
É aquela que não se modifica diante de um 
estímulo. 
Viés 
Termo estatístico que indica erro sistemático, 
tendencioso. 
Viés de memória 
A informação procurada depende da memória do 
participante, o que pode levar a um erro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livro Manual de Odontologia – Epidemiologia e Saúde Pública 
- Para relembrar – Modelo esquemático 
 
 
Referências 
 
HOCHMAN, Bernardo et al. Desenhos de pesquisa. Acta Cirúrgica 
Brasileira, São Paulo, v. 20, supl. 2, p. 2-9, 2005. Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
86502005000800002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 31 jul. 2015. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502005000800002. 
MEDRONHO, Roberto A.; BLOCH, Katia Vergetti. Epidemiologia. 2 ed. São 
Paulo: Atheneu, 2008. 
PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia - teoria e prática. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2005. 
 
RONCALLI, Ângelo Giuseppe; CORTES, Maria Ilma de Souza; PERES, Karen 
Glazer. Perfis epidemiológicos de saúde bucal no Brasil e os modelos de 
vigilância. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, supl. p. s58-
s68, jan. 2012. Disponível em 
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2012001300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 30 jul. 2015. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012001300007. 
ROUQUAYROL, Maria Zélia; SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Rouquayrol 
epidemiologia & saúde. 7 ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2013

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