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Introdução à Economia Resumo “Notas sobre Taxas de Câmbio e Mercado Cambial” [Unidade 6A. Apostila 3. Versiani e Gonçalves] 1. Regimes Cambiais Taxa de câmbio: indica o preço da moeda estrangeira em unidades de moeda nacional. Ex: 2,041 R$/ 1,00 US$ (04/06/2012) Regime cambial: conjunto de regras e instituições por meio das quais são feitos os pagamentos internacionais. Taxa de câmbio flexível: preço da moeda estrangeira é determinado pelo mercado cambial (concorrência perfeita: produto homogêneo; suficiente número de ofertantes e demandantes de modo que nenhum individualmente possa influir na determinação do preço; informação disponível sobre as condições do mercado). Determinação da tx de câmbio de equilíbrio (Te) pela interação da oferta e demanda de divisas. Gráfico 1 (pág 2). Oferta (quando há entrada de divisas): exportadores de mercadorias; turistas estrangeiros quando visitam nosso país; empresas e órgãos governamentais quando tomam dinheiro emprestado no exterior; investidores estrangeiros quando aplicam sua poupança no país. Demanda (quando há saída de divisas): importadores de mercadorias; turistas nacionais quando visitam outros países; filiais de empresas multinacionais quando desejam remeter lucros para suas matrizes; pagamentos de amortização e de juros de empréstimos contraídos no exterior. Vantagem: desequilíbrios tendem a se autocorrigir. Ex: déficits nas transações externas (BP<0) ocasionando excesso de demanda por moeda estrangeira aumento do preço→ da moeda estrangeira em termos da moeda nacional [desvalorização da moeda nacional ou apreciação da moeda estrangeira1: qtd de R$/US$; Xs nacionais ficam↑ mais baratas em moeda estrangeira. Com a mesma quantia em dólar você pode comprar um valor maior de bens, em reais. Com isso, haverá um aumento das X nacionais já que o produto nacional tornou-se mais barato para os estrangeiros. Além disso, o exportador recebe mais R$ por cada 1 US$ exportado. Por outro lado, as M ficarão mais caras para os residentes do país (paga mais R$ por cada 1 US$ importado). Para comprar o mesmo produto agora são necessários mais reais. Portanto, haverá uma redução das M.] estimula X e desestimula M (pode aumentar→ preços internos por aumenta o preço de insumos importados, como o petróleo2) → 1 Valorização da moeda nacional ou depreciação da moeda estrangeira: excesso de oferta de divisas diminuição do preço da moeda estrangeira em termos da moeda nacional; → qtd de R$/US$;↓ importador paga menos R$ por cada 1 US$ importado e exportador recebe menos R$ por cada 1 US$ exportado. estimula M (reduz inflação) e desestimula X. → 2 A diminuição das importações fará com que aumente a procura de bens nacionais substitutos dos importados. Caso a produção nacional não possa ser aumentada rapidamente (oferta inelástica a curto prazo), haverá pressão para aumento dos preços restabelece equilíbrio nas transações externas sem necessidade de intervenção da AM. Nesse regime, o mercado cambial não afeta, em princípio o nível de reservas internacionais (O=D de divisas), ou seja, o resultado do BP é zero (Sbp = - R = 0). ∆ → Há uma tendência de equilíbrio no BP, mas não ocorre de forma automática/ instantânea, o reajuste pode levar vários meses. Além disso, o valor das X não depende apenas da tx de câmbio, mas das cotações internacionais dos preços dos produtos exportados. [Lista 6A (14)] Desvantagem: livre flutuação pode causar muita volatilidade na tx de câmbio, principalmente devido às transações da Conta Financeira do BP pois são facilmente influenciadas por mudanças nas expectativas dos agentes. Isso aumenta a imprevisibilidade e risco associado às decisões de exportadores e importadores. Ex: se houver fuga de K de CP (forte saída de divisas devido incertezas) aumento→ acentuado na demanda por dólares aumento do preço do dólar (desvalorização do→ real). Havendo forte entrada de K, como a ocasionada por elevação da tx de juros interna, ocorrerá valorização do real. A intervenção da AM no mercado de câmbio pode garantir certa estabilidade nas cotações. Taxa de câmbio fixa: A.M (BC) fixa a tx de câmbio e intervém no mercado cambial (compra e venda de divisas), de modo a equilibrar a O e D no patamar estabelecido. Gráfico 1. Havendo Te, s∆ e T< Te (moeda nacional valorizada) excesso de→ demanda por divisas BC oferta divisas (vende suas reservas, reduzindo-as) para→ cobrir o excesso de demanda redução da oferta de moeda nacional, diminuindo→ preços internos. Se T> Te (moeda nacional desvalorizada) excesso de oferta BC→ → demanda divisas (compra, aumentando as reservas e a base monetária). Portanto, as oscilações no mercado não afetam a tx de câmbio, apenas o nível de reservas internacionais. Esse regime de câmbio fixo prevaleceu durante o padrão-ouro (oferta interna de moeda dependia do estoque de ouro no séc. XIX), mas havia mecanismos equilibradores automáticos: déficit no BP excesso de demanda por divisas → → remessa de ouro para o exterior redução dos MPs internos queda dos preços→ → internos aumenta X e reduz M elimina excesso de demanda por divisas.→ → BC não pode manter indefinidamente T<Te pois as R se esgotariam; e nem T>Te pois, para comprar divisas com moeda nacional, teria que injetar continuamente moeda nacional na economia, aumentando sua oferta e causando pressões inflacionárias. Na ausência de automatismos, o que BC pode fazer? No caso de excesso de demanda por divisas (déficit no BP), pode-se tx juros internamente, atraindo Ks externos,↑ aumentando a oferta de moeda estrangeira. No entanto, esse aumento de juros poderá encarecer o crédito e inibir o I. Vantagem: estabilidade na cotação da moeda estrangeira, facilitando o planejamento de negócios que envolvam transações internacionais. Além disso, é possível obter estabilidade nos preços, em casos de processos inflacionários persistentes. Fixação da desses produtos, devido à maior demanda. [Lista 6A (18c)] tx de câmbio T<Te (valorização da moeda nacional), favorecendo as M e contribuindo para controlar os preços internos. Ex: Brasil, âncora cambial, 1994-1999, bandas cambiais. Desvantagem: efeitos colaterais das políticas (se T< Te, redução do I com elevação de i; se T> Te, inflação). Regimes intermediários: preço da moeda estrangeira é determinado pelo mercado, sem intervenção governamental, como no regime de taxa flexível, mas se ocorrerem variações na tx cambial que forem julgadas excessivas, então o BC intervém, vendendo moeda estrangeira (aumentando sua oferta), se acha que seu preço está muito alto, ou comprando, caso contrário. Assim, evita oscilações muito bruscas na tx de câmbio. Brasil, desde janeiro 1999, apesar de oficialmente o regime ser de→ câmbio flexível. [Lista 6A (13-23; 28b, c)] 2. Taxas de câmbio real e nominal Taxa de câmbio real: é a tx de câmbio nominal (R$ 2,041/ US$ 1) excluindo os efeitos da inflação nos dois países. Er = [En R$/Pd] / [En US$/P*] = En x P*/Pd En em termos de R$/US$ Ex: En1 = R$ 3/ USS$ 1 En 2 = R$ 3,20/ US$ 1. (desvalorização da moeda nacional).→ As exportações brasileiras ficariam mais competitivas (mais baratas em dólar) nos EUA, de forma que os exportadores possam aumentar os lucros? Interessa ao exportador brasileiro saber qual é o valor real dessa maior quantidade de moeda brasileira que ele vai agora receber, por cada dólar (ou seja, quanto ele pode comprar, agora, com sua receita de X) — para que ele possa determinar se, de fato, ficou mais lucrativo exportar. Temos então que considerar o valor real (En/ P) da moeda dos dois países. Nesse período, pode ter ocorrido inflação no Brasil (elevando custos