Buscar

CPI DA PANDEMIA VS FINAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE 
 
 
 
 
Eliane LetíciaFerreira dos Santos 
Flavia Caroline Nunes Santos 
Hebert da Silva Santana 
Maraine Lanai Souza Pereira 
PauloDionatas Campos Carvalho 
 Rayane Elias Dantas 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI 
(CPI da Covid – 19) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janaúba – MG 
Junho - 2021 
 
 
FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE 
 
 
 
 
 
Eliane LetíciaFerreira dos Santos 
Flavia Caroline Nunes Santos 
Hebert da Silva Santana 
Maraine Lanai Souza Pereira 
PauloDionatas Campos Carvalho 
Rayane Elias Dantas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a disciplina Direito Administrativo, do 
Curso de Direito, ministrado pela Funorte - Janaúba. Com o 
intuito de obtenção de nota. 
Orientador: Eduardo Vinicius Pereira Barbosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janaúba – MG 
 Junho –2021 
A COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO 
CPI DA PANDEMIA 
 
 
1. VISÃO DOUTRINARIA 
 A priori, cumpre salientar, que no exercício de suas funções, a Administração 
Pública se sujeita ao controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, a finalidade do 
controle é a de assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe 
são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, 
publicidade, motivação, impessoalidade. Sobre este tema, e com observância ao controle 
exercido pelo legislativo, Hely Lopes Meirelles (2020, p. 708) preleciona que “o controle 
legislativo ou parlamentar é o exercido pelos órgãos legislativos ou por comissões parlamentares 
sobre determinados atos do Executivo na dupla linha da legalidade e da conveniência pública”. 
 Nesse passo, ainda sob o entendimento de Hely Lopes Meirelles ( 2020, p 709) o 
controle deve se limitar ao que prevê a Constituição Federal, para evitar a interferência 
inconstitucional de um poder sobre o outro. A linha de raciocínio do doutrinador vem 
acompanhada de robustez quando inserido o argumento complementar de Caio Tácito; 
“O controle do Legislativo sobre a Administração Publica, especialmente nos 
governos presidencialistas, é caracteristicamente de efeito indireto. Não pode o 
Congresso anular atos administrativos ilegais, nem exercer sobre as autoridades 
executivas poderes de hierarquia ou de tutela". 
 
 Em virtude destas considerações, é notório que em nosso sistema presidencialista, 
o Legislativo não possui faculdades ilimitadas de controle sobre os demais Poderes, entretanto 
permite a apuração de irregularidades de qualquer natureza através da Comissão Parlamentar de 
Inquérito. Aliás, vale aqui lembrar a lição de Beckert (1941. p.71) “nos regimes democráticos, o 
povo delega poderes, não só de legislação, mas, e sobretudo de fiscalização, a seus mandatários 
nas Câmaras, para que assegurem um governo probo e eficiente” . 
 Estabelecidas prévias informações, o que importa nesta analise é a Comissão 
Parlamentar de Inquérito, este, caracteriza-se como um dos principais instrumentos à disposição 
do Legislativo para realizar sua função fiscalizadora. As regras relativas as CPIs estão previstas 
em nosso regramento Constitucional, e em demais leis esparsas. Com peculiar mestria, Pedro 
Lenza ( 2020 p. 592) sintetiza que; 
 “Entendemos que esse papel desempenhado de fiscalização e 
controle da Administração é verdadeira função típica do poder legislativo, tanto 
que o art. 70, caput, da CF/88 estabelece que a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida 
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle 
interno de cada poder.” 
 
 As Comissões Parlamentares de Inquérito poderão ser criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 
da totalidade de seus membros, ou seja, as CPIs somente serão criadas por requerimento de, no 
mínimo 171 Deputados (1/3 de 513), e de também, no mínimo, 27 Senadores (1/3 de 87), em 
conjunto ou separadamente. Nesta senda, Lenza (2020, p.592) elenca três requisitos 
indispensáveis a serem observados; primeiramente o quórum necessário da Câmara dos 
Deputados e do Senado, em conjunto ou separadamente; a indicação com precisão de fato 
determinada a ser apurado na investigação Parlamentar; e a indicação de prazo certo para o 
desenvolvimento dos trabalhos. 
 É importante salientar que as CPIs são consideradas direito público 
subjetivo das minorias parlamentares, para assegurar que o Legislativo cumpra sua função 
fiscalizatória sem que seja impedido ou constrangido pelos grupos parlamentares majoritários. O 
STF afirmou essa condição no Mandado de Segurança nº 24.831/2005, de relatoria do ministro 
Celso de Mello. Por outro lado, delinea-se oportuno frisar que, a CPI, ao ser Instaurada, deve ter 
por objeto a apuração de fato determinado, é considerado fato determinado, de acordo com o 
artigo 35, §1°, do RICD, o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem 
constitucional, legal, econômica e social do País que estiver devidamente caracterizado no 
requerimento de constituição da comissão, não podendo, portanto, a CPI ser instaurada para 
apurar fato exclusivamente privado ou de caráter pessoal. 
 No mesmo diapasão, para Jessé Claudio Franco de Alencar (2005, p.48); 
“A caracterização precisa do fato a ser apurado é, portanto, indispensável à 
legalidade da Comissão Parlamentar de Inquérito, sendo elemento fundamental 
do próprio requerimento de criação da CPI. Tal exigência se explica pela força 
coercitiva das Comissões (poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais), pois enorme seria o risco de abuso de poder ou de utilização indevida, 
se a CPI fosse instituída sem objeto específico.” 
 
 Ademais, aduz a possibilidade de instauração de CPIs simultâneas dentro 
de uma mesma Casa, sendo que o Regimento Interno Da Câmara dos Deputados, no seu artigo 
35, § 4° determinou o limite de 5, restrição já declarada constitucional pelo STF. No que tange 
ao prazo, a CPI por ser uma comissão temporária, deverá ser criada por prazo certo, podendo 
atuar também durante o recesso parlamentar, tento o prazo de 120 dias, prorrogável por até a 
metade do prazo, mediante deliberação do Plenário, para a conclusão de seus trabalhos. Assim 
então, sendo determinada o lapso temporal, por força normativa, as comissões temporárias serão 
extintas quando, sua tarefa for concluída; quando incorrer o termino do respectivo prazo. E ao 
termino da sessão legislativa ordinária. Sendo permitido, a aquelas comissões que, ao fim do 
prazo não tenham concluídos seus trabalhos, por meio de requerimento a prorrogação do prazo. 
 As CPIs possuem poderem de investigação, próprios das autoridadesjudiciais, além de outros previstos nos regimentos das Casas. Lenza (2020, p.594), com maestria 
disciplina que, em razão destes poderes instrutórios que lhe foram conferidos, à semelhança dos 
juízos de instrução, o artigo 2.° da Lei n 1.579/52, na redação dada pela Lei n°13.367/2016, 
estabelece que, no exercício de suas atribuições, poderão as CPIs determinar diligencias que 
reputem necessárias e requerer a convocação de Ministros de Estado, tomar o depoimento de 
quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais, ouvir os indicados, inquirir testemunhas 
sob compromisso, requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional 
informações e documentos e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença. 
 Relativo a este tema, o STF, já decidiu que a CPI, pode por autoridade 
própria, sempre por decisão fundamentada e motivada, observadas todas as formalidades, 
determinar a quebra do sigilo fiscal; a quebra do sigilo bancário; a quebra do sigilo de dados 
telefônicos. Ainda dentro do poder investigatório da CPI, ela ainda possui o direito de ouvir 
testemunhas, sob pena de condução coercitiva; e ouvir investigados ou indiciados. Por 
derradeiro, e como de início frisado, embora o constituinte originário conferiu poderes à CPI, 
estes não são absolutos, devendo sempre ser respeitado o postulado da reserva constitucional de 
jurisdição, conforme definiu o Ministro Celso de Melo no MS 23.452: 
“O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à 
esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja 
realização, por efeito de explícita determinação constante do próprio texto da 
Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive 
daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de "poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais". 
 
 Portanto a CPI, não poderá praticar atos de jurisdição atribuídos 
exclusivamente ao Poder Judiciário, ou seja, atos propriamente jurisdicionais. É vedado então, à 
CPI, realizar diligencias de busca domiciliar; quebrar o sigilo das comunicações telefônicas 
(interceptação telefônica) ; e dar ordem de prisão, salvo no caso de flagrante delito, por exemplo 
por crime de falso testemunho. 
 Cumpre enfatizar, que toda deliberação da CPI deverá ser motivada, sob 
pena de incorrer como vicio de ineficácia (art. 93,IX, da CF/88). Assim sendo, como restou 
sobejamente demonstrado, as CPIs não possuem competência para impor penalidades ou 
condenações. Os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso 
Nacional encaminharão o relatório da CPI respectiva e a resolução que o aprovar aos chefes do 
Ministério Público da União ou dos Estados ou, ainda, as autoridades administrativas ou judiciais 
com poder de decisão, conforme o caso, para a prática de atos de sua competência e assim, 
existindo elementos, para que promovam a responsabilização civil, administrativa ou criminal 
dos infratores. 
 Ainda sobre o tema, Pedro Lenza disciplina que, dependendo dos limites 
da atuação ministerial, o relatório deve ser encaminhado, também, para a Advocacia- Geral da 
União e outros órgãos que exercem a representação judicial e consultoria das respectivas 
unidades federadas, para que promovam eventual responsabilização civil. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
 As regras sobre as CPIs estão disciplinadas no art. 58, §3° da Constituição Federal 
de 1988, assim aduz: 
“§3°. “As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e 
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo 
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, 
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.” 
 
 Sendo disciplinadas também pela Lei n. 1.579/52 (alterada pelas Leis ns. 
10.679/2003 e 13.367/2016) a qual regulamenta as Comissões Parlamentares de Inquérito, em 
nível federal, sendo também aplicável às Comissões das Assembléias Legislativas Estaduais e das 
Câmaras Municipais. Ademais a Lei n. 10.001/2000, dispõe sobre a prioridade nos procedimentos 
a serem adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito das conclusões das CPIs, e 
na LC n. 105/2001 e nos Regimentos Internos das Casas. 
 As Comissões Parlamentares de Inquérito, assim como disciplinado no o 
art. 58, §3º, da CF/88, são comissões temporárias. Dessa forma, entende-se que as CPIs são 
criadas por prazo certo, para a apuração de fato determinado, relacionado à Administração, e que 
possa implicar em ato de improbidade. 
 A CPI ao ser instaurada deve ter por objetivo a apuração de fato 
determinado. (CPI da Covid-19, CPI da Pandemia...). A definição de fato determinado, tem seu 
regimento de acordo com o art. 35, §1°, do RICD. Para a efetivação de suas atividades, foi 
conferidas a Constituição às CPIs poderes de investigação, próprios das autoridades judiciais, 
dentre outros previstos nos regimentos das casas. 
 As CPIs não julgam, apenas investigam, em razão da competência investigatória 
que lhe foi conferida, Os fatos a serem apurados devem ser concretos, determinados. Trata-se de 
requisito formal imprescindível. Somente será utilizado o inquérito parlamentar quando 
necessário ao cumprimento dos preceitos constitucionais, pois é medida excepcional, justificável 
apenas se existentes causas de criação razoáveis, voltadas para a análise de casos relevantes à 
sociedade e quando há suspeita fundada de danos ao patrimônio público e aos princípios da 
Administração Pública. 
3. ASPECTOS FATICOS 
 
 A CPI da Covid-19, também chamada de CPI da pandemia, CPI do corona 
vírus, ou simplesmente CPI da Covid, é uma comissão parlamentar de inquérito em andamento 
que foi originalmente proposta com o objetivo de apurar as ações e omissões do Governo 
Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da 
crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados. 
 A CPI da Pandemia, foi criada em decorrência da aprovação do 
Requerimento nº 1.371, de 2021, que tem o Senador Randolfe Rodrigues como primeiro 
signatário. Nesse sentindo, foi incluído ao Requerimento original, o Requerimento nº 1.372, de 
2021, de autoria do Senador Eduardo Girão, razão pela qual o escopo das investigações desta 
Comissão foi ampliado para abranger fatos conexos, no caso, a destinação de recursos federais 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_parlamentar_de_inqu%C3%A9rito
aos Estados e Municípios para o combate à pandemia. O Presidente da comissão é Senador Omar 
Aziz, que indicou Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria, e tem como vice-presidente 
eleito o Randolfe Rodrigues. 
 A instalação da CPI da Covid-19 teve o apoio de 32 senadores no 
requerimento protocolado pelo senador Randolfe. O 33º senador signatário seria Major Olímpio 
(PSL-SP), que morreu vítima da Covid-19 em 18 de março. Já o requerimento que provocou a 
extensão da CPI, protocolado pelo senador Girão, também teve o limite mínimo de assinaturas 
alcançadas e foi acoplado ao de Randolfe. O prazo que a CPI da Pandemia possui para coletar 
provas, requerer depoimentos e propor ações penais relacionadas ao objeto da investigação é de 
90 dias, prorrogável desde que haja um requerimento assinado por um terço dos senadores. 
 Inicialmente o objetivo do requerimento apresentado por Randolfe 
Rodrigues (REDE-AP), fora de discutir as ações do governo federal no enfrentamento da 
pandemia, uma vez que o Brasil ocupa o segundo lugar mundial, em número de mortos pela 
Covid-19. Com vistas para as justificativas, estabelecidapelo Senador Randolfe, esta CPI, teria 
como objetivo investigar o Governo Federal, em razão da violação dos direitos fundamentais 
básicos de toda a população brasileira à vida e à saúde e por ter, nos termos do Requerimento, 
deixado de seguir as orientações científicas de autoridades sanitárias de caráter mundial, 
incluindo a Organização Mundial de Saúde. 
 Ainda sobre as justificativas, faz se mister aduzir, outros pontos 
destacados pelo Senador Randolfe, como o atraso na campanha de vacinação, o índice de 
mortalidade diário de milhares de brasileiros e a ausência de leitos de UTI, medicamentos e 
insumos básicos, como oxigênio. Em consonância a este fato, é dado destaque ao caso de 
Manaus e à alegada falta de planejamento do Governo Federal, uma vez que o Estado do 
Amazonas enfrentou um colapso em seu sistema de saúde, em razão de as reservas de oxigênio 
medicinal de hospitais terem acabado, resultando na morte de diversos pacientes nas primeiras 
semanas de janeiro. 
 Acrescenta-se, ainda, que o Requerimento nº 1.372, de 2021, do Senador 
Eduardo Girão, almeja a apuração de possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos 
transferidos pela União Federal aos Estados e Municípios, bem como outras ações ou omissões 
cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais, no trato com a coisa 
pública, durante a vigência da calamidade originada pela pandemia. Importante observação 
cumpre ser feita a Lei nº 13.979/2020, que autorizou as compras com dispensa de licitação, para 
artigos de prevenção e de enfrentamento à Covid-19. Em linhas gerais, vários Estados e 
Municípios da Federação, sob o mesmo fundamento, teriam emitido decretos que afastaram a 
necessidade do processo de licitação para as compras dirigidas à pandemia. Ocorre que, em face 
dos bilhões de reais repassados pelo Executivo Federal aos entes subnacionais e diante das 
brechas abertas por uma legislação criada sob regime de urgência, teria faltado a devida 
transparência na aplicação dos recursos. 
 Em síntese conclusiva, e com ensejo a finalização deste item, as linhas 
gerais de investigação da CPI da Pandemia, buscar apurar fatos relativos as ações referente ao 
enfrentamento à pandemia, tais como o isolamento social; Aquisição e distribuição de Vacinas e 
seus insumos (recusa e retardo e doses da CoronaVac e da Pfizer), bem como a execução de 
plano nacional de imunização contra a Covid-19; Aquisição e distribuição de respiradores; 
Estruturação e habilitação de leitos clínicos e de terapia intensiva(inclusive o fechamento de 4 
mil leitos em hospitais federais do Rio de Janeiro); Distribuição de meios para proteção 
individual, como máscaras e álcool gel (EPI); etc. 
 Convém ponderar, também que serão investigados ações relativos a 
assistência Farmacêutica, como a produção e distribuição de medicamentos sem eficácia 
comprovada (cloroquina) e definição de protocolo para adoção de “tratamento precoce”, 
inclusive com constrangimento para sua adoção; Aquisição e distribuição de kit intubação; 
Aquisição e distribuição de oxigênio medicinal; e Ausência ou retardo na aquisição de remédios 
com comprovação de eficácia. 
 À guisa de arremate, serão investigadas estruturas de Combate à Crise 
(Atribuição de responsabilidades e competências); O colapso da saúde no Estado do Amazonas, 
como a falta de oxigênio e omissão de autoridades, o emprego de verbas públicas, e a 
Disseminação da variante P1; as ações de prevenção e atenção à saúde indígena; e o emprego de 
recursos federais. 
4. CPI DA COVID – 19 E SEU CONTROLE JURSIDICIONAL 
 
 A relação entre a CPI prevista no art.58, §3° da Constituição Federal e o 
controle político-administrativo a que ela se presta, é de proteger os interesses da coletividade 
por meio de uma fiscalização sobre atos associados à função administrativa e organizacional. O 
Estado é constituído pelo território, pelo povo e pelo governo, desenvolvendo funções para o 
atendimento do bem público, consoante uma intensiva atividade financeira exercitada por 
intermédio de seus organismos, órgãos públicos, os quais são geridos por agentes públicos, que 
devem pautar a sua ação mediante princípios constitucionais dirigidos á Administração Pública. 
 É importante salientar que o controle é um elemento essencial ao Estado de 
Direito, sendo sua finalidade assegurar que a Administração atue de acordo com os princípios 
que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, pode-se afirmar que o controle constitui poder-
dever dos órgãos a que a Lei atribui essa função precisamente pela sua finalidade corretiva. Ex 
positis a comissão parlamentar de inquérito, ao ensejar de sua função precípua, ou seja, 
investigar, possui o caráter necessário de resolver aquilo que lhe é atribuído. 
 Com os poderes que lhe são inerentes, a CPI da Pandemia, pode cumprir as 
formalidades necessárias para a investigação, tais como, o levantamento de documentos, a 
convocação de testemunhas para prestar depoimentos e as acareações. É valido salientar que, 
dependendo do resultado, a CPI pode sugerir que haja a cassação de um parlamentar, a abertura 
de uma ação ou até um impeachment, que é o processo de cassação de um chefe do poder 
Executivo. Como está prevista em lei desde 1934. 
 Frisa-se importante ressaltar que, por a CPI não possuir caráter punitivo, ao final 
da investigação, o relator da CPI precisa apresentar um relatório, que pode conter denúncias e 
fatos que posteriormente serão apurados pelo Ministério Público. No entanto, tal falta de poder 
punitivo, gera no dito popular que as CPIs acabam em pizza, inveracidade, já que, desde que 
não incidam nas investigações questões de extremo caráter político pessoal, que possam influir 
no andamento dos trabalhos, a CPI é apenas um trabalho de investigação, que culmina com um 
relatório que vai mostrar quais foram as falhas, apontar as responsabilidades. Quem vai tomar 
providências é o Ministério Público. 
5. OPNIÃO DA EQUIPE 
 Sim, o grupo em pleno consenso acredita que a CPI da pandemia conseguirá 
suprir as necessidades dos cidadãos, apesar de ainda estar em andamento a CPI da Covid tem se 
mostrado eficaz para o controle da Administração Pública. O clamor da população que se funda 
em resquícios dor e sofrimento, pelas mais de 400 mil vidas perdidas, pode neste momento 
encontrar acalento na possibilidade de justiça. Desde o momento em que a pandemia de COVID-
19 chegou ao Brasil, em fevereiro de 2020 tem sido claro o despreparo e o quão relapso ocorre a 
atuação do governo federal quanto as políticas e ações de enfrentamento a pandemia, isso reflete 
nas 473.404, e em somente 48.734.903 pessoas vacinadas, cerca de 23,01 % da população 
brasileira, que tomaram a primeira dose. Já a segunda dose foi aplicada em 22.896.108 pessoas, o 
que equivale a 10,81% da população. 
 A equipe acredita, que, os Senadores em suas competências, ora 
exercidas, poderão encontrar e elencar todas as falhas do governo Federal, entretanto é tido 
em consenso que estas falhas refletiram desde o inicio da pandemia em situações fáticas 
que resultaram além das perdas humanas, o detrimento do financeiro de milhares de 
brasileiros que entraram em um patamar de pobreza. Requisitar oitivas com nomes 
importantes para o controle da pandemia, tem sido fundamental para entendermos como 
tudo desencadeou, nas palavras do Relator Sergio Calheiros, no plano de trabalho da CPI, 
em um verdadeiro genocídio em nosso País. 
 Assim como dito no Plano de trabalho da CPI, corrobora com a idéia 
do grupo de que “com o recrudescimento da Covid-19 em dezembro de 2020 e janeiro de 
2021, as omissões e ações erráticas do Governo Federal não podem mais passar incólumes 
ao devido controle do Poder Legislativo”. A equipe ainda vislumbrou importante para os 
atos o depoimento do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que respondeu 
questões importantes,como a interferência do Presidente da Republica Jair Bolsonaro nas 
suas ações, a ciência que ele possuía sobre a falta de oxigênio em Manaus, o programa 
chamado de TrateCov, que consistia em um aplicativo desenvolvido para diagnóstico e 
indicação de tratamento de Covid, através desse programa, o governo recomendava 
cloroquina para gestantes e crianças. 
 A equipe inferiu relevância também ao depoimento da médica 
infectologista Luana Araújo, que trabalhou por dez dias no Ministério da Saúde para 
elaborar uma estratégia de enfrentamento da pandemia de Covid-19, em seu depoimento ela 
reforçou a importância do método científico para embasar a tomada de decisões sobre o uso 
de medicamentos e a formulação de políticas públicas. "Ciência não tem lado. Ciência é 
bem ou mal feita. Ciência é ferramenta de produção e conhecimento para servir a 
população priorizando a vida e a qualidade de vida", disse. Ela afirmou que o atual debate 
sobre o uso de cloroquina e de um pretenso "tratamento precoce" sem eficácia comprovada, 
tema de diversos momentos da CPI da Pandemia, é algo "delirante". 
 Portanto, resta claro que, em última análise, que a CPI como instrumento de 
controle aos atos da Administração Pública, possui total eficiência para suprir os atos que 
causaram situações extremas a todos os brasileiros nos últimos tempos, os sentimento de 
insegurança frente ao vírus novo, simultâneo ao descaso das políticas publicas, agora 
poderão aferidas de modo técnico e esperamos que justo, nada repara os danos sofridos por 
aqueles que perderam familiares, ou aqueles que lutam com as seqüelas, sejam físicas, sejas 
psíquicas da doença, mas a investigação e a vinculação dos atos pelo viés públicos, podem 
em primeiro mão sustar o desejo de justiça para aqueles que foram, e aqueles que ficam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o direito se afasta do que é justo, deixa de ser ciência. Só é científico o que é 
inteligente e útil- Léo da Silva Alves. 
 
 
Referências Bibliográficas 
BLUME, Bruno André. O que faz uma CPI? 2021. Politize!. Disponível em: 
https://www.politize.com.br/cpi-o-que-faz/. Acesso em: 04 jun. 2021. 
 
MOURA, Caio e Silva de. A criação das comissões parlamentares de inquérito: a criação das 
comissões parlamentares de inquérito. A criação das comissões parlamentares de inquérito. 2017. 
 
JUS.com.br. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/58660/a-criacao-das-comissoes-
parlamentares-de-inquerito. Acesso em: 04 jun. 2021. 
 
 LENZA, Pedro. Direito Constitucional: esquematizado. 24. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2021. 
1608 p. 
 
MEIRELLES, Hely Lopes et al. Direito Administrativo Brasileiro. 44. ed. São Paulo: 
Juspodivm, 2020. 824 p. 
 
RAMIS, Diogo Dias. Controle da Administração publica. Âmbito Jurídico, 2018. 
Disponível em: 
https://www.google.com.br/amp/s/amp.ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
administrativo/controle-da-administracao-publica/. Acesso em: 4 de jun, 2021 
SILVA, Wilson Macena da. CPI da Covid: entenda o processo de instalação da Comissão!. 
Politize, 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/cpi-da-covid-19/. Acesso em: 3 
de jun, 2021 
MORAIS, Ginny. CPIs viraram instrumento de governo e perderam eficácia, dizem 
especialistas. 2013. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/400775-cpis-
viraram-instrumento-de-governo-e-perderam-eficacia-dizem-especialistas/. Acesso em: 06 
jun. 2021. 
OSPRINCIPAIS pontos do depoimento de Luana Araújo à CPI da Pandemia: Infectologista 
que trabalhou por dez dias no Ministério da Saúde afirma que debate sobre cloroquina é 
"delirante" e que ouviu de Queiroga que sua nomeação foi bloqueada pela Casa Civil.. 
Infectologista que trabalhou por dez dias no Ministério da Saúde afirma que debate sobre 
cloroquina é "delirante" e que ouviu de Queiroga que sua nomeação foi bloqueada pela 
Casa Civil.. 2021. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/os-principais-pontos-do-
depoimento-de-luana-ara%C3%BAjo-%C3%A0-cpi-da-pandemia/a-57764153. Acesso em: 
07 jun. 2021. 
SATO, Paula. Como funciona uma CPI? Quais foram as mais importantes?: política. 
POLÍTICA. 2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2258/como-funciona-
uma-cpi-quais-foram-as-mais-importantes. Acesso em: 06 jun. 2021. 
DIAS, Roger. Depoimento de Pazuello em CPI da Covid divide opiniões entre deputados 
Fonte: Agência Câmara de Notícias. 2021. Disponível em: 
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/05/17/interna_politica,1267472/cpi-da-covid-
veja-quem-sao-os-proximos-convocados-para-prestar-depoimento.shtml. Acesso em: 07 jun. 
2021.

Continue navegando