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anamnese e exame físico

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Exame Físico 
Introdução 
O primeiro contato, a anamnese, é de extrema importância, pois além de ser crucial 
para o processo diagnóstico, também é o momento para a criação do vínculo 
médico-paciente, tendo em vista que a ação terapêutica do médico não se dá 
apenas pela aplicação de técnicas, mas também de sua função de terapeuta, 
escutando as queixas do paciente com atenção e empatia, estabelecendo neste 
momento, uma relação de cumplicidade. 
 É importante ressaltar que o processo de acolhimento não se dá apenas com o 
enfermo, pois diante de casos de pacientes incapazes de relatar suas queixas, 
principalmente com pacientes idosos com quadros de demência e crianças, é 
importante que o mesmo vínculo seja estabelecido com o cuidador/acompanhante e 
pais, já que são eles que estão presentes nos momentos das queixas e observam o 
comportamento do enfermo na maior parte do tempo. 
Exame clínico: anamnese e exame físico. 
O termo exame clínico compreende a dois processos fundamentais da observação 
médica: a história clínica (ou anamnese), relatada pelo doente, e o exame físico, 
feito pelo médico. Já a Semiologia médica (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo) é 
a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças 
humanas. 
Sinal e Sintoma 
 Sinais: características objetivas da enfermidade, ou seja, que podem ser 
evidenciadas pelo médico sem ser necessário a interlocução do doente. Ex: 
febre, lesões tissulares, edemas, icterícia,etc. 
 Sintomas: características subjetivas da enfermidade, de modo que só o 
paciente pode informar ao médico a existêcia e intensidade, sem que o 
examinador tenha como comprovar. Ex: dor, irritação, prurido,etc. 
 Sintomatologia ou quadro clínico: Representa um conjunto de sinais e 
sintomas presentes em uma determinada doença. Ex.: disfunção 
temporomandibular. 
Definição de anamnese e exame físico 
 Anamnese (do grego ana, trazer de novo; e mnesis, memória): é uma 
entrevista realizada por um médico com um paciente, que tem a intenção de 
ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. É a primeira e 
fundamental peça do exame clínico. A anamnese compreende os seguintes 
tópicos, cada um apresentando uma função semiológica específica: (1) 
Identificação; (2) Queixa principal e duração; (3) História da Doença Atual 
(HDA); (4) Interrogatório Sintomatológico (ou Sistemático); (5) Antecedentes 
Pessoais e Familiares (Fisiológicos e Patológicos); (6) Hábitos de vida e 
condições socioeconômicas eculturais. 
 Exame físico: também representa uma peça importante para o exame 
clínico. Sempre realizado depois de uma anamnese, o exame físico pode 
utilizar aparelhos médicos específicos, tais como: estetoscópio, 
esfigmomanômetro, termômetro, entre outros, ou por meio de manobras 
(palpação, auscuta) com o objetivo de melhor avaliar um órgão ou sistema na 
busca de mudanças anatômicas ou funcionais que são resultantes da doença. 
A ectoscopia ou exame físico geral compreende um momento em que o 
médico deve avaliar as condições gerais do paciente, tais como nível de 
consciência e orientação, hidratação e nutrição, fala e linguagem, sinais vitais, 
etc. O exame físico dos sistemas orgânicos será detalhado para cada 
um dos aparelhos nos próximos capítulos. 
Anamnese 
A anamnese (do grego, aná = trazer de novo; mnesis = memória) é a parte mais 
importante da clínica médica, pois envolve o núcleo da relação médico-paciente, 
onde se apoia a parte principal do trabalho médico. Além disso, preserva o lado 
humano da medicina e orienta de forma correta o plano diagnóstico e terapêutico. A 
anamnese, em síntese, é uma entrevista que tem por objetivo trazer de volta à 
mente todos os fatos relativos ao doente e à doença. É a parte mais difícil do exame 
clínico. Seu aprendizado é lento, apenas se conseguido após a realização de 
dezenas de entrevistas criticamente avaliadas. A anamnese é, para a na maioria dos 
pacientes, o fator isolado mais importante para se chegar ao diagnóstico. 
Durante a anamnese, ocorre o momento onde se estabelecem as regras 
subliminares da relação médico- paciente, que poderão vir a determinar o êxito 
futuro: do diagnóstico e da aderência ao tratamento, alicerçadas numa relação de 
respeito e amizade que deveria ocorrer já na primeira consulta. 
Pode-se abreviadamente descrever que em medicina a anamnese é o histórico que 
vai desde os sintomas iniciais referidos pelo paciente até o momento da observação 
clínica, realizado com base nas lembranças deste. Representa, a nosso ver, o 
momento da prática médica hierarquicamente mais importante onde, através dos 
Sinais e Sintomas revelados e detalhados pelo paciente e a experiência do médico 
que realiza a entrevista são os instrumentos básicos capazes de emitir uma hipótese 
diagnóstica e estabelecer uma conduta adequada do ponto de vista laboratorial para 
comprovar sua hipótese, encaminhar o paciente a um médico especialista em áreas 
que não são de sua competência ou para iniciar uma solução terapêutica. 
Temos a inteira convicção que muitos procedimentos invasivos e não invasivos e 
erros terapêuticos, por vezes onerosos e desnecessários, não seriam realizados se 
o médico tivesse efetuado parcimoniosamente uma boa anamnese. Existe, pois, 
uma relação direta entre uma boa anamnese e uma boa prática da medicina. 
Os objetivos da anamnese são, em resumo: 
 Estabelecer condições para a relaçãomédico-paciente; 
 Fazer a história clínica e conhecer os fatores pessoais, familiares e 
socioambientais relacionados com o paciente; 
 Estabelecer os aspectos do exame físico que merecem 
maisinvestigação; 
 Definir a estratégia seguida em cada paciente quanto aos exames 
complementares. É necessário ao médico ainda saber optar por exames 
com alta sensibilidade eespecificidade; 
 Escolher procedimentos terapêuticos mais adequados em função dos 
diagnósticos e do conhecimento global do paciente. 
Para conseguir tal intento, o médico deve fazer uso das seguintes 
técnicas: facilitação (facilitar o relato do paciente por meio da postura 
médica), reflexão, esclarecimento (médico deve procurar definir de maneira mais 
clara o que o paciente está relatando), confrontação (mostrar ao paciente algo 
acerca de suas próprias palavras ou comportamento), interpretação (observação do 
médico a partir do que vai anotando sobre o relato do paciente) e respostas 
empáticas (intervenção do médico mostrando “empatia”, ou seja, compreensão e 
aceitação sobre os relatos). 
A anamnese é classicamente desdobrada nas seguintes partes: 
 
1. Identificação; 
2. Queixaprincipal; 
3. História da doença atual, doenças preexistentes e medicamentos emuso; 
4. Interrogatório sintomatológico ou anamneseespecial; 
5. Antecedentes pessoais e familiares; 
6. Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais dopaciente. 
Identificação 
A identificação possui múltiplos interesses. O primeiro deles é de iniciar o 
relacionamento com o paciente. Saber o nome de uma paciente é indispensável 
para que se comece um processo de comunicação em nível afetivo. São obrigatórios 
os seguintes interesses: 
“Nome, idade, sexo, cor (raça: branca, parda, preta), estado civil, profissão (atual e 
anteriores), local de trabalho, naturalidade, residência. Data da internação, 
enfermaria, leito, Hospital.” 
Ex: Francisco Dantas, 58 anos, masculino, branco, casado, comerciante, natural e 
residente em Pombal-PB. Data da internação: 28/01/2009, Enfermaria 01, leito 08, 
Hospital Edson Ramalho. 
 Queixa Principal 
Em poucas palavras, registra-se a queixa principal que levou o paciente a procurar o 
médico, repetindo se possível as expressões por ele utilizadas. Não se deve 
esquecer de pôr, como informação, a duração do sinal. 
A queixa principal é, portanto, o motivo que levou o paciente a procurar o médico. É 
a resposta da seguinte pergunta: “Qual o problema que o (a) trouxe ao hospital? Há 
quanto tempo o(a) senhor(a) sente isso?”. A resposta deve ser reescrita pelo médicobuscando seguir os seguintes pontos: 
 Repetir as expressões utilizadas pelopaciente; 
 Incluir sempre a duração daqueixa. 
Ex1: Dor no peito, há 2 horas; Ex²: Tosse, há 15 dias; Ex3:Dor “na boca do 
estômago”, há 1 semana. 
 História da Doença Atual 
É a parte principal da anamnese e costuma ser a chave-mestra para se chegar ao 
diagnóstico. Tudo que foi dito, quando analisamos o método clínico e a anamnese, 
encontra sua melhor aplicação na leitura da história da doença atual (HDA). 
Para se obter uma HDA simples, deve-se lembrar de algumas regras fundamentais a 
seguir: 
 Determine osintoma-guia; 
 Explore: início do sintoma (época, modo, fator desencadeante), duração, 
características do sintoma na época em que teve início (caráter do sintoma; 
localização corporal e irradiação; intensidade; fatores desencadeantes, de 
piora ou de melhora; relação da queixa com funções do organismo), 
evolução, repercussões do problema sobre a vida do paciente, relação com 
outras queixas, situação do sintoma no momentoatual; 
 Use o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações 
das outras queixas com ele. Use a ordemcronológica; 
 As perguntas formuladas devem ser simples, acessíveis e de acordo com o 
nível cultural de cadadoente; 
 As informações prestadas devem ser transcritas preferentemente em termos 
técnicos (médicos), mas, em certas ocasiões, será lícito transcrever para a 
HDA as palavras leigas (entre aspas), especialmente se elas referirem a um 
sintoma permanentemente enfatizado pelo paciente; 
 Anote também nomes e resultados de exames laboratoriais realizados no 
decurso dadoença; 
 Quando possível, permita que o paciente conte sua história como deseja e 
saliente os aspectos que ele considera importante. Evite perguntas 
sugestivas, que fornecem as respostas para as perguntas. A história deve ser 
narrada pelo próprio doente, sempre que possível, ou por intermédio de um 
responsável, no caso de doentes impossibilitados de falar, fato esse que 
deverá seranotado. 
A duração total de um sintoma refere-se ao intervalo do tempo entre a primeira 
ocorrência do sintoma até a consulta atual e inclui todos os períodos assintomáticos 
que possam ocorrer numa doença recorrente. Muitas vezes, a data assinalada como 
início, corresponde, na verdade, à exacerbação de um sintoma preexistente. 
O início refere-se não somente à ocasião da primeira ocorrência do sintoma (ou 
ocasião de aparecimento de crise), mas também à maneira do início e às 
circunstâncias relacionadas com esse início. A data do início deve ser obtida com 
precisão. “Quando sentiu pela primeira vez esse problema?” É, com frequência, uma 
pergunta útil, para se fixar a data da primeira ocorrência do sintoma. A ocasião da 
primeira ocorrência deve ser anotada, pelo número de dias, semanas, meses ou 
anos, antes do atendimento atual. Nos casos agudos é importante anotar a hora do 
início. O modo de início, gradual ou súbito, pode fornecer uma chave quanto ao tipo 
de processo patológico responsável pelo sintoma. É importante também o 
conhecimento de fatores ou eventualidades que precedem (ou coincidem) com o 
início do(s), como, por exemplo, perturbações emocionais, esforço físico, fadiga, 
movimentos musculoesqueléticos, traumatismos, fatores ambientais (más condições 
de trabalho ou do ambiente onde vive, alterações climáticas, etc.), funções orgânicas 
(sono, alimentação, evacuação, micção, período menstrual), gravidez, etc. Pergunte 
ao paciente como estava sua vida quando do início dos sintomas. 
O curso de um sintoma refere-se à natureza contínua, recorrente ou rítmica do 
mesmo. Cada sintoma apresenta seu curso, podendo regredir e desaparecer, ou 
então, desenvolver-se, progredir. Algumas doenças caracteristicamente evoluem em 
crise, por períodos, com surtos e remissões, outras seguem uma evolução contínua, 
com melhoras ou pioras parciais, ounão. 
Em relação a episódios agudos recorrentes, considere seu episódio mais recente 
(início, características, evolução), visto que este último é, em geral, o que é mais 
claramente lembrado (note a frequência e a duração das crises, bem como a 
duração dos períodos livres de sintomas). Pergunte: “Quando esse sintoma surge, 
ele é constante ou altera?” Se as ocorrências forem diárias, pergunte quantas vezes 
o sintoma ocorre durante um período de 24 horas. O sintoma assume um padrão 
rítmico em relação a alguma função orgânica? Se as ocorrências forem periódicas, o 
sintoma ocorre com intervalos de semanas, meses ou anos? E a duração dos 
períodossintomáticos? 
Neste momento, deve-se questionar quais são as características do sintoma (esta é 
a análise do sintoma). A análise do sintoma principal pode ser feita do seguinte 
modo: 
 Caráter do sintoma: descrição subjetiva da queixa feita pelo paciente, 
que pode, por exemplo, descrever a sua dor como uma sensação de 
queimação, facada pressão, cólica, pontada etc. pergunte: “com o que 
a dor separece? 
 Localização corporal e irradiação (este último, se o sintoma for dor): o 
paciente pode descrever a sua dor como localizada no meio do peito, 
irradiando-se (estendendo-se) para o braço esquerdo. Sugira que o 
paciente aponte com o dedo a localização e a irradiação da dor. 
Pergunte: “Onde dói?” E “Você a sente em algum outrolugar?” 
 Intensidade: relaciona-se à sua severidade como é expressa pelo 
paciente (fraca, moderada, intensa). Não é uma medida quantitativa 
exata do grau de perturbação da função, porque, em geral, os 
indivíduos diferem em seus limiares de reação aos estímulos, de 
acordo com a sua personalidade, idade, raça e nívelsocial. 
 Fatores de melhora e de piora: a origem e o significado do sintoma em 
estudo podem ser parcialmente determinados dirigindo-se o 
interrogatório para fatores que podem agravar ou aliviar o sintoma. 
Exemplo: dor retroesternal precipitada pelo esforço físico e aliviada 
pela cessação da atividade é um forte indício de angina do peito; dor 
epigástrica aliviada por um alcalino ou alimento, sugere doença 
ulcerosa; dor torácica agravada pela tosse e pela inspiração profunda 
sugere origempleurítica. 
 Sintomas associados: o sintoma em estudo pode estar associado a 
outros sintomas num mesmo ou em outro sintoma do corpo. Esta 
associação pode indicar a origem do sintoma. Exemplo: uma súbita 
dor torácica com febre e calafrios sugere infecção pulmonar ou pleural; 
dor no quadrante superior do abdome associada à icterícia sugere 
comprometimento biliar; dor no ângulo costovertebral direito ou 
esquerdo associado à micção (disúria, polaciúria) sugere 
comprometimento do aparelhourinário. 
 Efeitos de tratamento (s): considere o nome da medicação usada, se a 
droga aliviou o sintoma, a duração do uso e qual foi a dose usada. Se 
o paciente não souber informar o nome e/ou a dosagem da medicação 
em uso, registre ofato. 
 Progressão: determine se o sintoma, durante a sua evolução particular, 
está melhorando, piorando ou permanece inalterado desde o momento 
em que surgiu até o estágio atual, ou seja, faça a análise atual do 
sintoma (progressão, regressão, inalterabilidade). Esta informação é de 
particular valor na análise dos sintomas caracterizados por crises, de 
modo a se saber se as crises estão aumentando, diminuindo de 
frequência ou gravidade, ou se estão na mesma intensidade, mas 
também no problema crônico e contínuo é relevante determinar se o 
sintoma permanece inalterado, exacerba-se, regride parcialmente ou 
torna-se progressivamentepior. 
Interrogatório Sintomatológico (Sistemático) 
Nesta parte da observação clínica, que complementa a HDA, é feito um 
interrogatório sistemático em busca de possíveis sintomas que não foram nela 
diretamente localizados. É um interrogatório dirigido, indagando-se sobre sintomas e 
sinais mais frequentes em cada um dos sistemas e seguindo-se uma sequência 
progressiva “da cabeça aos pés”. Os sintomas e sinais interrogados, porém 
negados, podem ajudar a confirmar ou afastar possibilidades diagnósticassugeridas 
pelos sintomas presentes. Anote dados positivos e negativos: este relato poderá ser 
útil em situaçõesposteriores. 
A sistematização proposta é a seguinte: 
1. Sintomas gerais: febre (aumento de temperatura 
corporal); astenia (sensação de fraqueza); alterações do peso (ganho ou 
perda, tempo); sudorese (eliminação abundante de suor);calafrios (sensação 
momentânea de frio com ereção de pelos; relacionado com 
febre); prurido (sensação de coceira); alterações do revestimento 
cutâneo (áreas hipo ou anestesiadas, alterações da temperatura, 
lesões); alterações do desenvolvimento físico (nanismo, gigantismo, 
acromegalia, infantilismo, puberdade precoce, puberdadeatrasada). 
2. Cabeça e pescoço: 
 Crânio, face e pescoço: dor, alterações dos movimentos (paralisias, tiques, 
movimentos involuntários), alterações do pescoço (dor, tumorações cervicais, 
alterações nomovimento). 
 Olhos: acuidade visual (boa ou má), dor, sensação de corpo 
estranho (sensação desagradável), queimação ou ardência (acompanhado ou 
não de dor), lacrimejamento (eliminação constante de lagrimas), sensação de 
olho seco (xeroftalmia), diplopia (visão dupla), fotofobia (hipersensibilidade à 
luz), escotomas (manchas ou pontos escuros no campo visual), 
secreção (líquido purulento recobrindo as estruturas do 
olho), nistagmo (movimentos repetitivos rítmicos dos olhos); xantopsia, 
iantopsia e cloropsia (visão amarela, violeta e verde,respectivamente) 
 Ouvidos: acuidade auditiva (boa ou má), dor, otorreia (vazamento de 
secreção pelo ouvido), otorragia (perda de sangue pelo canal auditivo), 
zumbidos (sensação subjetiva de diferentes ruídos), vertigem (sensação 
subjetiva de estar girando em torno dosobjetos); 
 Nariz e seios paranasais: obstrução nasal (nariz “entupido”), dor, 
rinorreia (corrimento nasal), espirros (isolados ou em crises), prurido (coceira 
interna ou externa), epistaxe (hemorragia nasal), alterações do olfato 
(hiposmia; anosmia; parosmia – perversão do olfato; cacosmia – sensação de 
maucheiro), drenagem nasal posterior (escorrimento de catarro pelascoanas); 
 Cavidade oral e faringe: sialorreia (produção excessiva e escorrimento de 
saliva), xerostose (sensação de boca seca), halitose (mau hálito), dor, 
gengivorragias (sangramento gengival), lesões de mucosa, 
glossodínea (hipersensibilidade dolorosa da língua), odinofagia (deglutição 
dolorosa), disfagia (dificuldade de deglutir), pigarro (ato de raspar a garganta), 
tosse (seca ou produtiva), vômica (eliminar pus pela boca). 
3. Tórax: 
 Mamas: mastalgia (dor nas mamas), secreção mamilar(corrimento de líquido; 
perguntar a coloração), nódulos palpáveis (relatar localização emorfologia). 
 Sistema cardiorespiratório: precordialgia (dor referente na região do 
precórdio),palpitações 
(percepção incômoda de batimentos cardíacos), dispneia(dificuldade respiratória), 
cianose (coloração 
azulada da pele causada por hipóxia), edemas (localização, morfologia, época 
quando surgiu), dor torácica (localização e características semiológicas), tosse (seca 
ou com expectoração), expectoração (volume, cor, odor e consistência), 
disfonia (dificuldade de falar), hemoptise (escarrar sangue), chiado (relação com 
dispneia e tosse), vômica (eliminação de pus oriundo das vias respiratórias). 
4. Abdome: 
 Parede abdominal: dor, alterações da forma e do volume (crescimento do 
abdome, hérnias, tumorações, edemas,etc.). 
 Sistema gastrintestinal: disfagia, odinogafia, epigastralgia (dor no epigástrio 
ou “boca do estômago”, segundo os leigos), dor, pirose (sensação de 
queimação retroesternal), regurgitação(vômito: frequência e aspecto), 
eructação (arrotos), soluço, hematêmese (vômito com sangue: hemorragia 
digestiva alta), náuseas e vômitos, dispepsia (desconforto epigástrico, na 
forma de “empachamento”), hábito intestinal (nº. de evacuações diárias, 
aspecto das fezes – cor e consistência, presença de elementos anormais – 
sangue, muco e/ou pus), diarreia (duração, volume e consistência das fezes), 
esteatorreia (gordura nas fezes), cólicas, distensão abdominal, flatulência, 
hemorragia digestiva (alta ou baixa), icterícia, obstipação intestinal, 
sangramento anal (hemorragia digestivabaixa); 
5. Sistema genitourinário: dor, incontinência urinária, retenção, modificações 
do jato urinário, alterações do volume e do ritmo urinário (oligúria, anúria, 
poliúria, noctúria, polaciúria, urgência), disúria (condição dolorosa ao urinar), 
alterações da cor e odor da urina (urina turva, hematúria, maucheiro). 
 Para homens: lesões genitais, corrimento uretral, disfunções 
sexuais (impotência, ejaculação precoce, diminuição dalibido). 
 Para mulheres: distúrbios menstruais (polimenorreia, oligomenorreia, 
amenorreia, hipermenorreia, hipomenorreia, menorragia, dismenorreia), 
corrimento, prurido, disfunções sexuais (dispareunia: dor no ato 
sexual; frigidez, diminuição da libido), menopausa e climatério (período de 
transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo damulher). 
6. Sistema hemolinfopoiético: palidez, hemorragias (presença de petéquias: 
pontos vermelhos na pele), adenomegalias; esplenomegalia ehepatomegalia. 
7. Sistema endócrino e metabolismo: hipersensibilidade ao calor ou frio, 
aumento ou diminuição da sudorese, tremores, irritabilidade ou apatia, insônia 
ou sonolência, parestesia ou tetania, cãibras, convulsões, poliúria, 
polifagia,polidipsia; 
8. Sistema musculoesquelético: artralgias, sinais inflamatórios (edema, calor, 
rubor e dor), limitação de movimentos, deformidades, rigidezmatinal; 
1. Sistema nervoso: distúrbios de consciência ou memória, tontura e vertigem, 
convulsões, ausências, distúrbios da motricidade voluntária e da 
sensibilidade (paresias, paralisias, parestesias, anestesias), distúrbios da 
marcha, do sono e das funções cerebraissuperiores; 
10. Exame psíquico e avaliação das condições emocionais: consciência, 
atenção, orientação, humor, pensamento (normal, fantástico, maníaco, 
inibido, esquizofrênico, incoerente, prolixo, oligofrênico, compulsões, 
etc), ansiedade, choro frequente, irritabilidade, melancolia, sentimento de 
culpa e perda de interesse, perda de energia edesânimo. 
Antecedentes Pessoais e Familiares 
A investigação dos antecedentes não pode ser esquematizada rigorosamente. É 
possível e útil uma sistematização que sirva como roteiro e diretriz de pesquisa. 
1. Antecedentes pessoaisfisiológicos 
 Gestação e nascimento: como decorreu a gravidez (quando o paciente não 
sabe relatar, subtende-se que foi normal, uma vez que, se ele soubesse de 
algo, seria alguma patologia); se foi feito pré-natal; uso de medicamentos ou 
irradiações sofridas; viroses; condições de parto (normal, fórceps, cesariana; 
a termo ou pré-termo); estado da criança ao nascer; ordem do nascimento 
(com relação aosirmãos). 
 Desenvolvimento neuropsicomotor(DNPM): 
o Dentição: informações gerais sobre a primeira e segundadentição; 
o Engatinhar e andar: anotando as idades em que estas atividades 
tiveraminício; 
o Fala: quando começou a pronunciar as primeiraspalavras; 
o Controle dos esfíncteres: quando deixou de urinar acama; 
o Aproveitamento escolar: rendimento e grau deescolaridade; 
 Desenvolvimento físico: peso e tamanho ao nascer e posteriores medidas; 
desenvolvimento compatível com o dosirmãos? 
o Imunizações: vacinação compulsória na infância (BCG, Hepatite B, 
DTP, Anti-pólio, Hib, tríplice viral, etc.) e na vida adulta (vacina 
antitetânica, vacina paragripe); 
o Puberdade: época de seuinício; 
o Menarca: época doaparecimento; 
o Características do ciclo menstrual: duração do ciclo; duração e 
intensidade do fluxo menstrual, alteração na quantidade (menorragia); 
data da última menstruação; história obstétrica - número de gestação e 
partos (normais? cirúrgicos?); peso dos filhos aonascer; 
o Sexualidade e vida reprodutiva: época do primeiro contato sexual; 
número de parceiros (as); frequência das relações sexuais; uso do 
condom (camisinha);libido; 
o Climatério:idade da menopausa (natural ou cirúrgica); sintomas de 
insuficiência estrogênica (fogachos, sensação de 
ressecamentovaginal). 
2. Antecedentes pessoais patológicos. Por sua vez, compreendem os 
seguintes itens que dizem respeito ao histórico de possíveis patologias que 
tenham acometido o paciente nopassado: 
 Doenças sofridas pelopaciente: 
o Doenças da infância: sarampo, varicela, coqueluche, parotidite, 
moléstia reumática, amigdalites, rubéola; 
o Doenças apresentadas na vida adulta: tuberculose (“mancha no 
pulmão”, raios X do tórax anormais, tratamento para doenças no 
pulmão por 6 meses); DST (antigamente denominadas doenças 
venéreas, “doenças do mundo”), incluindo AIDS e hepatite viral; 
diabetes mellitus; hipertensão arterial; cardiopatias; febre reumática; 
asma brônquica; Sexo feminino: abortamentos (espontâneos? 
provocados? derepetição?). 
 Alergia: quando se depara com um caso de doença alérgica, esta 
investigação passa a ter relevância especial, principalmente se tratando da 
existência de alergia a alimentos, drogas ou outras substâncias. Pesquisa-se, 
portanto, o seguinte: alergias ambientais, alimentares e medicamentosas; 
afecções de fundo alérgico (eczema, urticária, rinite alérgica easma); 
 Cirurgias: anotar o tipo da intervenção, diagnóstico, data, resultados, nome 
do cirurgião e do hospital onde foramrealizadas; 
 Traumatismos: data, acidente em si e suas consequências. É necessário 
indagar sobre o acidente e sobre as consequênciasdeste. 
 Hospitalizações: motivo, diagnóstico(s), nome do hospital; 
 Hemotransfusões: época, local,causa; 
 Medicações atuais epassadas 
3. Antecedentes familiares 
 Estado de saúde (quando vivos) dos pais e irmãos do paciente; cônjuge, 
filhos (se houver). Se houver alguém doente na família, esclarecer a natureza 
da enfermidade; falecimento (causa eidade). 
 Histórico familiar de enxaqueca, DM, tuberculose, hipertensão arterial 
sistêmica, câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronária (IAM, angina), 
AVC, dislipidemia, úlcera péptica, colelitíase e varizes, doença de caráter 
hereditário: hemofilia, rins policísticosetc.

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