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A Psicomotricidade na educação infantil TCC dese

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A Psicomotricidade na educação infantil
PIRES, Eliane Trindade
RU 1295313
RODRIGUES, Fabiola 
Resumo
O presente artigo tem como objetivo ressaltar a importância da psicomotricidade na educação infantil e suas respetivas contribuições para o desenvolvimento global da criança. Está ciência deve ser considerada como formação de base a fim de propiciar à criança a consciência de si e do meio ao qual esta inserida. Assim na educação infantil, a psicomotricidade atua de forma preventiva às dificuldades de aprendizagem considerando a criança em seus aspectos, biológicos, emocional, cognitivo, motor e social na intenção de que esse processo ocorra de maneira harmoniosa e saudável.
Palavra Chave: Psicomotricidade – Educação infantil – Desenvolvimento da criança.
1 – Introdução
Diante da realidade social, buscam-se proporcionar nos espaços de Educação Infantil, relação e contato, permitindo uma percepção mais próxima dos desejos de cada um, do grupo e das diferenças. Para isso temos o corpo em movimento, uma trama de sensações sinestésicas, sensoriais, emocionais, neurológicas, organizadas por vias receptivas e expressivas onde a criança integra estes estímulos produzindo marcas que a façam perceber a si e ao outro, na relação.
O desafio desses novos tempos é estimular a criança dentro da educação infantil, sem perder a ludicidade que envolve essa faixa etária, fazendo com que ela tenha experiências necessárias a cada etapa de desenvolvimento e ao mesmo tempo brinque, permitindo que se relacione com o mundo dos objetos e das pessoas, partindo de suas próprias experiências anteriores. 
Ao longo de uma experiência pedagógica dentro da educação infantil, pode-se perceber que a psicomotricidade constitui um meio auxiliar na estruturação do desenvolvimento da criança, ligando às experiências motoras, cognitiva e sócio-afetivas indispensáveis a formação do sujeito. Além disso, a psicomotricidade pode favorecer um trabalho preventivo adequado para equacionar possíveis lacunas deixadas durante o processo maturacional das crianças, compensando déficits atribuídos à privação de movimentos e da experiência lúdico-espacial, comuns nessa infância contemporânea. 
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar seu tempo, adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas Le Boulch (1984 p. 21-25).
É disponibilizando tempo, dedicação e valorizando cada criança, tratando-a como única; utilizando recursos e formas criativas de ensinar ao educando; que este irá participar com maior empenho de todas as atividades propostas entre elas podemos destacar: expressão corporal, canto, dança, e teatro com histórias infantis, brinquedos e brincadeiras; trabalhando o corpo e a mente estará consolidando a educação, por meio da psicomotricidade.
2 - Importância da psicomotricidade na Educação Infantil
2.1 - Os que é psicomotricidade 
A psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo nos seus aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando-se e sincronizando-se no espaço e no tempo, para emitir e receber significados. Hoje, a psicomotricidade é o relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. A psicomotricidade conquistou, assim, uma expressão significativa, já que se traduz em solidariedade profunda e original entre o pensamento e a atividade motora. Vitor da Fonseca (1988) comenta que a psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa. FONSECA (1992) apud CAUDURO (2001) nos diz que a Psicomotricidade traduz a solidariedade profunda e original entre a atividade psíquica e a atividade motora. O movimento é equacionado como parte integrante do comportamento. Afirma, ainda, que a Psicomotricidade é hoje concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio, e instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa.
2.2 - Conceitos de psicomotricidade: a visão dos principais teóricos da psicomotricidade. 
O esquema corporal não é um conceito inicial ou uma entidade biológica ou física, mas o resultado e a condição da justa relação entre o individuo. 
H. Wallon
Vários autores, estudiosos da psicomotricidade, apontaram definições acerca da ciência e dentro da perspectiva do presente trabalho, em sua obra, Gonçalves (1983, p.21), apresenta vários estudiosos da Psicomotricidade que a define, a saber:
I. Pierre Vayer – “a psicomotricidade deve se esforçar em desenvolver sua própria originalidade, que é a do corpo e da ação corporal, como linguagem fundamental na comunicação da criança-mundo. O corpo não é um símbolo, nem um objeto ou instrumento, ele subentende a presença no mundo”. 
II. Vitor da Fonseca – “psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que intervêm na integração, elaboração e relação do movimento humano”.
III. Simonne Ramain – “a psicomotricidade deve se propor a buscar um desenvolvimento global do indivíduo, através de sua estruturação mental, sendo enfocados igualmente aspectos afetivos, motores e intelectuais, levando-o a tomar consciência de si pela atitude e movimento”. 
IV. Julian de Ajurieguerra – “a psicomotricidade é a expressão de um pensamento pelo ato motor preciso, econômico e harmonioso”.
Atualmente a Psicomotricidade é reconhecida como uma ciência que se relaciona com vários campos de pesquisa que tem como foco o desenvolvimento infantil,
 Por tratar da relação entre o homem, seu corpo e o meio físico e sócio cultural no qual convive, a Psicomotricidade é fundamentada e estudada por um amplo conjunto de campos científicos, onde se pode destacar a Neurofisiologia, a Psiquiatria, a Psicologia e a Educação, imprimindo cada uma dessas áreas enfoques que lhe são específicos (MELLO, 1989 p.30).
Dessa forma, podemos depreender que a psicomotricidade é “uma ciência que estuda o indivíduo por meio de seu movimento que exprime, em sua realização, aspectos motores, afetivos e cognitivos, resultados da relação do sujeito com seu meio social” (GONÇALVES, 1983, p. 21). 
Como se pode notar, a psicomotricidade tem o objetivo de enxergar o ser humano em sua totalidade, nunca separando o corpo, o sujeito e a afetividade; sendo assim, ela busca, por meio da ação motora, estabelecer o equilíbrio desse ser, dando-lhe possibilidades de encontrar seu espaço e de se identificar com o meio ao qual faz parte. Para a psicomotricidade o ser humano, para aprender, precisa sentir pensar e agir. 
A psicomotricidade segundo Gonçalves (1983, p.22) se estrutura em três pilares: o querer fazer (emocional – sistema límbico), o poder fazer (motor – sistema reticular) e o saber fazer (cognitivo – córtex cerebral). Qualquer desequilíbrio em um desses pilares pode provocar desestruturação no processo de aprendizagem da criança.
2.3 - Algumas contribuições de Jean Le Boulch
Jean Le Boulch, nascido na França é autor de várias obras no campo da Psicomotricidade, professor de Educação Física, Doutor em Medicina com especialidade em Reabilitação Funcional e Psicomotricidade, dedicou seu trabalho a compreensão da motricidade humana.
Le Boulch (1982) sustenta em sua teoria que há uma evolução no desenvolvimento psicomotor que ao longo ele passa por estágios, que equilibram o desenvolvimento gradual do ser humano. 
O primeiro estágio – corpo vivido corre entre 0 a 3 anos de idade. Nesse período,ocorre o equilíbrio do comportamento tônico-emocional: unidade do ser, atenção do meio em relação à criança. Nesse estágio, o contato corporal criança - mãe tem um papel fundamental. A característica fundamental dessa etapa é a experiência vivida através da exploração do meio. Ao final desse período ela reconhece seu corpo diferente do meio.
O segundo estágio – corpo, percebido, vai dos 3 aos 7 anos. Nesse há uma evolução gradual da linguagem verbal, a capacidade de utilizar símbolos (linguagem, desenho, jogo simbólico, faz-de-conta). Ela é capaz de interiorizar como também exprimi-las verbalmente através de funções simbólicas. Segundo o autor, a partir desse estágio a imagem visual do corpo estará integrada às sensações táteis.
Nossa hipótese de trabalho faz da educação psicomotora um meio prático de ajudar a criança a dispor de uma imagem do corpo operatório, a partir da qual poderá exercer sua disponibilidade. Esta conquista passa por vários estágios de equilíbrio, que correspondem aos estágios da evolução psicomotora (LE BOULCH 1982, p 18).
Partindo de sua análise de pesquisa do desenvolvimento orgânico e emocional dos primeiros anos de vida, Le Boulch (1982) coloca em relevo que a criança desde o seu “[...] nascimento, existem potencialidades que, para desenvolver-se, não requerem só a manutenção dos processos orgânicos, mas sim principalmente o intercâmbio com as outras pessoas” (LE BOULCH, 1982 p.27). 
Podemos observar, a partir dessas colocações, a importância que relação sujeito/meio tem para o desenvolvimento pessoal, pois entendemos que não basta apenas dispensamos cuidados assistencialista à criança, é preciso mais do que isso, que o outro se relacione com a criança, buscando desenvolver suas potencialidades. Por isso, o outro que cuida e acompanha tem um papel fundamental nesse caminho de construção. 
Sendo assim, a primeira infância, segundo o autor, dependendo da qualidade desse intercâmbio, uma vez que ela tem influência determinante na orientação do temperamento e da personalidade, pois, “é através das relações com os outros que o ser se descobre, e a personalidade constrói-se pouco a pouco” (LE BOULCH, 1982 p.27). 
Dessa forma, Le Boulch (1982), afirma que os aspectos relacionais dentro de um grupo social, ou seja, em sua relação humana, reflete-se diretamente no desenvolvimento funcional do ser humano. Sem dúvida alguma, o espaço onde se dá essa relação tem papel fundamental no desenvolvimento da criança, sendo a escola considerada por excelência um lugar privilegiado onde a psicomotricidade deve ser utilizada como uma importante ferramenta na formação integral da criança em sua mais tenra idade.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primaria. Ela condiciona todos os aprendizados pré- escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar o tempo, adquirir habitualmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais terna idade; conduzida com perseverança, permitindo prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas (LE BOULCHE 1982, p. 24-25).
O corpo é sem dúvida alguma, nessa teoria, elemento muito importante para a experiência e interação social. Ajudar a criança a construir uma boa imagem de si mesmo é fundamental no processo de formação, pois “[...] a imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade. Ela não corresponde só a uma função, mas sim a um conjunto funcional cuja finalidade é favorecer o desenvolvimento” (LE BOULCH 1982, p 15). Com a relação mutua entre organismo e meio, ocorre um movimento interno em que o corpo se organiza como núcleo da personalidade. Le Boulch nomeia essa relação de estrutura estruturante de, 
[...] centro do sentimento de maior ou menor disponibilidade que temos de nosso corpo, e o centro da relação vivida universo-objeto, passa por uma sucessão de estados de equilíbrio onde nenhum está traduzido de maneira exata por esse termo empregado isoladamente (LE BOULCHE 1982, p 18).
Destarte, Le Boulch (1982), nos alerta com sua teoria que para compreender a criança, seu desenvolvimento, ação etc., é preciso mergulhar no meio, saber qual estágio psicomotor ela se encontra, acreditar em suas potencialidades, proporcionando situações de vivências que a desafie (meio/outro). Por isso, conhecer a realidade do aluno e sua história é fundamental para uma boa atuação pedagógica que traga contribuições relevantes na formação da criança.
2.4 - Psicomotricidade e sua contribuição na prática educativa
 Sem dúvida, a Psicomotricidade traz contribuições importantíssimas para o desenvolvimento integral da criança. Ela vem enriquecer e ampliar as possibilidades expressivas, afetivas e cognitivas na formação do ser humano. Desse modo, acreditamos que a Educação Infantil se torna um espaço privilegiado que contribuirá favoravelmente na formação da criança. 
Para Gonçalves (1983), a Psicomotricidade constitui-se num meio auxiliar na estruturação do desenvolvimento das crianças, ligando as experiências motoras, cognitivas e sócias afetivas indispensáveis na sua formação. A prática dessa ciência pode também favorecer na prevenção de possíveis lacunas ocorridas durante o processo de maturação da criança. Esse desenvolvimento ocorre dentro de um grupo social a partir de sua interação. É nesse movimento que a criança experimenta seu meio e organiza-se a si mesmo, em seu desenvolvimento cognitivo, motor e emocional,
À medida que a criança experimenta várias situações que proporcionam o conhecimento total de seu corpo e de suas partes, permite uma comunicação com o meio, favorece a diferenciação das partes do corpo em relação, uma às outras, o domínio de seu corpo sua percepção motora, sua imagem corporal, […] (ALVES, 2008, p.44).
 Segundo Gonçalves (1983), a estimulação psicomotora equilibra esses três aspectos do desenvolvimento visando à aquisição de novas aprendizagens, 
Num ambiente favorável, o nosso menino ou menina, pode encontrar possibilidade de retirar o máximo proveito de suas potencialidades inatas. Num ambiente indiferente e hostil, apenas algumas dessas potencialidades básicas poderão exprimir-se (GESELL, apud. GONÇALVES, 1983, p.25). 
A estimulação psicomotora na Educação Infantil ajudará e ou motivará, a criança a experimentar e perceber seu meio. É nesse ambiente diversificado que ela vai adquirindo novas experiências que a levarão a diferentes aprendizagens. 
O objetivo da estimulação psicomotora é “[…] a utilização do corpo como via de comunicação com o mundo, para colocar a criança em situações variadas de exploração concretas, apropriando-se e resgatando sua memória motora, cognitiva, emocional e social” (GONÇALVES, 1983, p. 25). Adotando essa prática, a criança vai tomando consciência de suas próprias potencialidades motoras, cognitivas e afetivas. Dentro dessa perspectiva a instituição de Educação Infantil deve valorizar o corpo como principal ferramenta, pois é através de dele que a criança explora, percebe, cria, brinca, imagina, sente planeja e é a partir desse movimento que a criança contextualiza-se, pois,
O movimento, na sua ação, manifesta a sua exteriorização significativa dos desejos e das aquisições do individuo, pois traduz o corpo vivido, o conhecimento concreto experimentado pelo sujeito. A originalidade peculiar do movimento não o caracteriza como mecanismo psíquico ou filosófico, como consciente ou inconsciente; ele traduz e projeta no mundo a ação relativa a um sujeito (FONSECA 2008, apud. GONÇALVES, 1983, p.27).
 Se a Psicomotricidade contribui na formação da pessoa, é de suma importância considerar sua intencionalidade e a organização de suas ações, sendo estas, fundamentais para a realização de sua prática pedagógica, 
É por meio da atividade motora que a criança vai construindo um mundo mental cada vez mais complexo, não apenas em conteúdo, mas também em estrutura. O mundo mental da criança, devidoas ações e interações com o mundo natural e social, acaba por apresentar essas realidades por meio de sensações e imagens dentro de seu corpo e de seu cérebro. Primeiro por intervenção de outras pessoas, que atuam como mediadoras entre as crianças e o mundo; depois pelos sucessos e insucessos da sua ação, ela vai adquirindo experiências que virão a ser determinantes no seu desenvolvimento psicológico futuro (FONSECA 2008, apud. GONÇALVES, 1983, p.27). 
Segundo Gonçalves (1983), a prática da estimulação psicomotora bem direcionada, tenda tendo um objetivo claro contribuirá com a formação da criança trazendo a tona sua personalidade. 
Sendo assim, a interação da criança com o mundo dos objetos e os indivíduos de seu grupo social, sob orientação da motricidade, desenvolverá as capacidades psicológicas de seu desenvolvimento.
2.5-Psicomotricidade e educação infantil 
A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, assim incentivando a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio de atividades variadas às crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem.
Mendonça cita que
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor infantil. É preciso estar atento para que nenhuma perturbação passe despercebida e seja tratada a tempo, para que a capacidade futura da criança não seja afetada e prejudique a aprendizagem da leitura e da escrita (2004 p.20-21).
O movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intrauterina realiza-se movimentos com o corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento. Sendo assim, considera-se que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que auxilia a promover preventivos de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.
É pela psicomotricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos, e é manipulando-os que ela redescobre o mundo: porém esta descoberta a partir dos objetos só será verdadeiramente frutífera quando a criança for capaz de segurar e de largar, quando ela tiver adquirido a noção de distância entre ela e o objeto que ela manipula, quando o objeto não fizer mais parte de sua simples atividade corporal indiferenciada (OLIVEIRA, 2000, p.34).
A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento do seu próprio corpo, levando em consideração sua idade e cultura corporal. Pode-se dizer que o lúdico, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
A base do trabalho com as crianças na Educação Infantil consiste na estimulação perceptiva e desenvolvimento do esquema corporal. A criança organiza aos poucos o seu mundo a partir do seu próprio corpo. 
A descoberta do corpo, das sensações, dos limites e movimentos é muito importante para a criança da Educação Infantil, pois nesta etapa ela está construindo a sua imagem corporal. Assim, ela precisa descobrir seu corpo e também o corpo do outro. As atividades psicomotoras são essenciais para que ocorra esta construção, pois brincando e explorando o espaço, ela se organiza tanto nos aspectos motor e sensorial, como emocional, ampliando seus conhecimentos de mundo. Neste momento, a linguagem corporal é a forma de comunicação mais utilizada pela criança. 
Kyrillos e Sanches completam dizendo que,
Na Educação Infantil começamos a exploração intensa do mundo, das sensações, das emoções, ampliando estas vivências como movimentos mais elaborados. A linguagem corporal começa então, a ser substituída pela fala e pelo desenho, no entanto, é essencial que continue sendo explorada. O trabalho com movimentos e ritmos, de grande relevância para a organização das descobertas feitas, torna-se mais sofisticado. Nesta etapa, a atenção é voltada para o desenvolvimento do equilíbrio e de uma harmonia nos movimentos (2004, p.154).
A função motora, o desenvolvimento intelectual e o afetivo estão intimamente ligados na criança. A Psicomotricidade quer justamente destacar a relação entre a motricidade, à mente e a afetividade que existe na etapa da Educação Infantil e facilitar o desenvolvimento global da criança.
2.6-A importância da psicomotricidade na educação infantil
 De acordo com estudiosos da Educação Infantil, a educação psicomotora é aplicada nas instituições escolares, principalmente na Educação Infantil, é a partir dessa fase em que as crianças estão se descobrindo a si mesmo e o mundo em que vive. O desenvolvimento na educação infantil acontece entre. 0 a 05 anos. É nessa fase que a criança começa a se socializar com o mundo a sua volta. O primeiro contato social quando nasce é com a família. A comunicação é por meio de gestos. As relações sociais ampliam ao ingressar na escola irá relacionar com outras crianças e fazer novas descobertas e descobrir realidades diferentes. 
O papel da psicomotricidade no processo de ensino aprendizagem no sistema educativo, com base em pressupostos teóricos, norteia os rizomas do lúdico na educação infantil, e tem como proposição adquirir e aprofundar o conhecimento através da diversidade psico-lúdico-motora. O movimento tem um significado singular na construção da identidade da criança, principalmente em relação à comunicação com o meio social. O movimento não é exclusivamente das crianças, mas sim, do ser humano. Por meio da ação de movimentar, a criança se comunica, interage com mundo e descobre seus limites.
Para Alves (2012), “o corpo é, portanto, o ponto de referência que o ser humano possui para conhecer e interagir com o mundo”. Partindo desse conceito, o desenvolvimento cognitivo se constrói a partir da relação da criança com o meio, onde ela começa ampliar suas percepções e interiorizar as sensações já experimentadas; é fundamental que ela tenha conhecimento adequado do seu corpo.
Na educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras.
 Uma das principais propostas em trabalhar a psicomotricidade na Educação Infantil, e estar buscando criar espaços e oportunidades onde às crianças se vejam podendo realizar várias atividades, sempre experimentando, pois acreditamos que é só assim que elas podem de fato, tornar-se cada vez mais saudáveis confiantes e autônomas. 
A abordagem que a psicomotricidade proporciona é permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. Entende-se que o movimento humano é construído em função de um objetivo, a partir de uma intenção como o desejo de expressar-se e esse movimento transforma-se em comportamento significante. Por isso, é necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento.
3 – Metodologia
Essa pesquisa utilizou análise de fontes bibliográficas, levantamentos de dados, onde foram coletadas informações de autores de livros, textos eletrônicos, alguns acervos educacionais, especializados no assunto. 
Em seguida a bibliografia foi analisada, e após as leituras iniciais, foi feita seleção dos autores que mais se adequam ao tema. Na literatura específica sobre o tema, destacam-se os estudos de Jean Le Boulch, Vitor Fonseca e Alves que analisaram desenvolvimento infantil a psicomotricidade. Ao final se pretendeu concluir, que segundo as teorias vigentes, a psicomotricidade é um importante fator para o desenvolvimento da criança na Educação Infantil.
4 - Referências Bibliográficas
LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Artmed, 1982.
LE BOULCH, J. Educação Psicomotora:Psicocinética na Idade Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
FONSECA, Vitor. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
GONÇALVES, Fátima. Do andar ao escrever, um caminho psicomotor. Cultural RBL, 2014.
MENDONÇA, Raquel Marins de. Criando o ambiente da criança: a psicomotricidade na educação infantil. In: ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2004. p.19-34.
OLIVEIRA, Gisele de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 4. Ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2000.
KYRILLOS, Michel Habib M.; SANCHES, Tereza Leite. Fantasia e criatividade no espaço lúdico: educação física e psicomotricidade. In: ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2004. p.153-175.

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