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Roteiro de estudo 02: Coluna vertebral Colun� vertebra� A coluna vertebral é uma ligação curva de ossos individuais ou vértebras. ● Uma série contínua de forames vertebrais passa pelas vértebras articuladas posteriormente a seus corpos → constituem coletivamente o canal vertebral → aloja e protege a medula espinhal e suas raízes nervosas, suas coberturas e sua vasculatura. ● Uma série de forames laterais pareados transmite os nervos espinais e os vasos a eles relacionados às vértebras adjacentes. ● As ligações entre as vértebras incluem articulações cartilaginosas entre os corpos vertebrais e articulações sinoviais pareadas entre os processos articulares (zigapofisárias). ● A coluna vertebral adulta consiste habitualmente em 33 segmentos vertebrais → cada segmento pré-sacro (com exceção dos dois primeiros cervicais) é separado de seu vizinho por um disco intervertebral fibrocartilaginoso. Funções da coluna vertebral: sustentar o tronco, proteger a medula espinal e os nervos espinais e proporcionar fixação para músculos. Também é um local importante de hematopoiese durante toda a vida. ● Número total de vértebras: ○ 7 cervicais; ○ 12 torácicas; ○ 5 lombares; ○ 5 sacrais; ○ 4 coccígeas. * Esse total está sujeito a variações (relatos variam entre 32-35 ossos) * A demarcação dos grupos por suas características morfológicas pode variar. Curvaturas Curvaturas embrionárias e fetais ● Corpo embrionário parece flexionado→ tem curvas torácica e pélvica primárias, que são convexas dorsalmente. ● Desenvolvimento dos músculos funcionais → aparecimento precoce de curvaturas secundárias cervical e lombar no plano sagital. ○ Curvatura cervical aparece ao final do período embrionário e o achatamento lombar pode ser verificado por volta da 8° semana. ○ O aparecimento precoce das curvas secundárias é provavelmente acentuado pelo desenvolvimento pós-natal dos músculos e do sistema nervoso num momento em que a coluna vertebral está muito flexível e é capaz de assumir praticamente qualquer curvatura. Curvaturas neonatais ● A coluna vertebral de neonatos não tem curvaturas fixas→ ela é particularmente flexível. ● Pode-se ver uma ligeira curvatura sacral → desenvolve-se enquanto as vértebras sacras se ossificam e fundem. ● Parte torácica da coluna → primeira a apresentar uma curvatura fixa → côncava anteriormente. ● Lactente consegue, geralmente, sustentar a cabeça entre os 3 e 4 meses, sentar-se ereto por volta dos 9 meses e começar a andar entre os 12 e 15 meses → alterações funcionais → grande influência sobre o desenvolvimento das curvaturas secundárias na coluna vertebral e nas alterações dos tamanhos proporcionais das vértebras, especialmente na região lombar. ○ Curvatura lombar secundária → manutenção do centro de gravidade do tronco sobre as pernas quando o neonato começa a andar. Alterações nas proporções corporais exercem grande influência sobre a forma posterior das curvaturas da coluna vertebral. Curvaturas adultas ● Curva cervical → lordose (convexa para diante) → menos acentuada delas. ○ Entende-se do atlas até T2, com ápice em C4 e C5. ○ Dimorfismo sexual é descrito nas vértebras cervicais. ● Curva torácica→ cifose (convexa dorsalmente). ○ Estende-se de T2 a T11 e T12, com ápice entre T6 e T9. ○ Curvatura causada pelo aumento dos corpos vertebrais torácicos. ● Curva lombar→ lordose. ○ Maior magnitude nas mulheres; ○ Estende-se de T12 até o ângulo lombossacro. ○ Convexidade acentuada dos 3 últimos segmentos → maior altura anterior dos discos vertebrais e formação de cunha posterior dos corpos vertebrais. ○ Ápice no nível de L3; ● Curva pélvica → côncava anteroinferiormente→ envolve o sacro e as vértebras coccígeas. ○ Estende-se da junção lombossacral até o ápice do cóccix. ● Na coluna vertebral normal há uma curvatura lateral na região torácica superior → ligeira curvatura lateral, convexa para a direita nas pessoas destras e para a esquerda nas canhotas. Vértebras: características gerais Vértebra típica: (1) corpo ventral, (2) arco vertebral (neural) dorsal, (3) estendido por processos semelhantes a alavancas e (4) um forame vertebral, que é ocupado em vida pela medula espinhal, as meninges e seus vasos. ● Superfícies opostas de corpos adjacentes são unidas por discos intervertebrais de fibrocartilagem. ● Os forames formam um canal vertebral - para a medula espinhal - e, entre os arcos neurais adjacentes, os forames intervertebrais transmitem nervos espinais mistos, nervos recorrentes menores e vasos sanguíneos e linfáticos. Corpo vertebral ● Corpo vertebral cilindroide → varia quanto ao tamanho, forma e proporções em diferentes regiões da coluna vertebral. ○ Suas superfícies superior e inferior variam: ■ Forma aproximadamente plana, porém não paralela; ■ Forma selar, com uma zona lisa periférica elevada → formada por um disco epifisial “anular” cuja superfície interna é áspera. ○ Plano horizontal → muitos corpos vertebrais são convexos anteriormente e côncavo posteriormente; ○ Plano sagital → côncavo anteriormente, porém achatados posteriormente. ○ Ocorre aumento cefalocaudal da largura do corpo vertebral de C2 até L3 → sustentação de peso aumentada → alguma variação em L4 e L5 → diminui rapidamente até o ápice coccígeo. Arco vertebral ● Parte ventral verticalmente mais estreita (achatadinha), o pedículo e uma lâmina mais larga dorsalmente. ● Processos articulares superiores, transversos e inferiores pareados se projetam a partir de suas junções. ● Há um processo espinhoso dorsal mediano. Vértebras cervicais As vértebras cervicais são as menores das vértebras móveis e se caracterizam por um forame em cada processo transverso. A primeira, a segunda e a sétima têm características especiais e vão ser consideradas separadamente. A sexta têm pequenas diferenças e as demais são típicas. Vértebra cervical típica ● A vértebra cervical típica tem um corpo vertebral pequeno e relativamente largo→ face superior côncava com unco do corpo (processo uncinado); face inferior convexa; ● (1) Pedículos projetam-se posterolateralmente, (2) lâminas mais longas posteromedialmente, (3) forame vertebral grande e aproximadamente triangular. ● Lâminas finas e ligeiramente curvas, com borda superior mais fina e inferior mais espessa; ● Junção entre a lâmina e o pedículo forma uma saliência lateral, a massa lateral. ● Processos espinhosos curtos (C3-C5) e bífidos (C3-C6); processo de C6 longo e de C7 mais longo (vértebra proeminente); ● Processo transverso composto em torno do forame transverso → barras dorsal e ventral terminam lateralmente como tubérculos correspondentes → tubérculos ligados lateralmente ao forame pela lamela intertubercular ● Em todas as vértebras cervicais, com exceção da sétima, o forame transversário transmite a artéria e a veia vertebral e um ramo do gânglio cervicotorácico (nervo vertebral); ● Ligamentos amarelos → estendem-se da borda superior de cada lâmina inferiormente até a metade inferior mais áspera das superfícies anteriores da lâmina superiormente. ● Processos articulares superior, chatos e ovóides, dirigidos superoposteriomente; ● Processos articulares inferiores dirigidos anteriormente; ● Tubérculos anteriores da quarta à sexta vértebras são alongados e ásperos; ○ Sexto é mais longo, o tubérculo carótido de Chassaignac. ● Tubérculos posteriores são mais arredondados e lateralmente situados que os anteriores; C1 - Atlas ● Primeira vértebra cervical; sustenta a cabeça; ● Não incorpora um centro, cuja posição é ocupada pelo dente, uma protuberância cranial do axis; ● Constituído por duas massas laterais ligadas por um arco anterior curto e um posterior mais longo; ● O ligamento transverso mantém o dente contra o arco anterior; ● O ligamento transverso divide o canal vertebral em dois compartimentos: ○ O terço anterior é ocupado pelo dente; ○ O compartimento posterior é ocupado pela medula espinhal e suas coberturas; ● Posteriormente, há um processo articular côncavo para o dente; ● Massas laterais ovóides; ○ Cada umadelas tem um processo articular superior em forma de rim; ○ Processo articular inferior é quase circular e é plano ou ligeiramente côncavo; ○ Na superfície medial de cada massa há um tubérculo; ● Arco posterior: ○ Superfície superior tem um sulco e está variavelmente suspensa sobre a massa lateral; ○ O tubérculo posterior é um processo espinhoso rudimentar; C2 - Áxis ● A mais forte das vértebras cervicais; ● C1, que sustenta o crânio, gira sobre C2; ● Áxis possui duas grandes faces planas de sustentação → faces articulares superiores→ sobre as quais gira o atlas. ● Característica que distingue C2 → dente rombo → projeta-se do seu corpo para cima. ● Tanto o dente quanto a medula espinhal no interior das meninges são circundadas pelo atlas; ● Dente situa-se anteriormente à medula espinhal → serve como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça. ○ Mantido em posição contra a face posterior do arco anterior pelo ligamento transverso do atlas → estende-se de uma massa lateral do atlas até a outra, formando a parede posterior do bocal que recebe o dente → impede o deslocamento posterior do dente e o deslocamento anterior do atlas; C7 ● A vértebra proeminente; ● Longo processo espinhoso que é visível na extremidade inferior do sulco nucal; ● Termina num tubérculo proeminente; ● Processos transversos espessos e proeminentes se situam posterior e lateralmente aos forames transversários; ● Lamela costal fina e pode faltar em parte ● Os forames transversários podem ser assimétricos e um pode estar ausente se a lamela não se desenvolver o suficiente; Vértebras torácicas Parte Característica Corpo vertebral Formato de coração; uma ou duas fóveas costais para articulação com a cabeça da costela; Forame vertebral Circular e menor que os forames das vértebras cervicais e lombares (deixa passar a parte distal de um dedo indicador médio) Processos transversos Longos e fortes e se estendem posterolateralmente; o comprimento diminui de T1 para T12 (T1 a T10 tem faces para a articulação com o tubérculo da costela) Processos articulares Faces articulares quase verticais; faces articulares superiores em direção posterior e ligeiramente lateral; faces articulares inferiores em direção anterior e ligeiramente medial; os planos das faces articulares estão em um arco centralizado no corpo vertebral Processos espinhosos Longos; inclinados posteroinferiormente; extremidades se estendem até o nível do corpo vertebral abaixo; Vértebras lombares Parte Característica Corpo vertebral Grande; reniforme (forma de um rim, fe�ão) quando visto superiormente; Forame vertebral Triangular; maior que nas vértebras torácicas e menor que nas vértebras cervicais; Processos transversos Longos e delgados; processo acessório na face posterior da base de cada processo; Processos articulares Faces articulares quase verticais; faces articulares superiores voltadas posteromedialmente (ou medialmente); faces articulares inferiores direcionadas anterolateralmente (ou lateralmente); processo mamilar na face posterior de cada processo articular superior; Processos espinhosos Curtos e fortes; espessos, largos e em forma de machadinha; Sacro ● O sacro, que é cuneiforme, geralmente é formado por cinco vértebras fundidas em adultos; ● Está situado entre os ossos do quadril e forma o teto e a parede posterossuperior da metade posterior da cavidade pélvica; ● Formato triangular do sacro resulta da rápida diminuição do tamanho das massas laterais inferiores das vértebras sacrais durante o desenvolvimento; ● Sacro garante resistência e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo do membro inferior - o anel ósseo formado pelos ossos do quadril e o sacro, os quais estão fixados nos membros inferiores. Parte Característica Canal sacral ● Continuação do canal vertebral no sacro. ● Contém um feixe de raízes dos nervos espinais originadas abaixo da L1, conhecido como cauda equina, que desce após o término na medula espinal. ● Nas faces pélvica e dorsal do sacro, entre seus componentes vertebrais, há normalmente quatro pares de forames sacrais → saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais. Forames sacrais pélvicos são maiores que os dorsais. Base do sacro ● Formada pela face superior da vértebra S1. ● Processos articulares superiores articulam-se com os processos articulares inferiores da L5. ● Promontório do sacro → margem projetada anteriormente do corpo da S1. Ápice do sacro ● Extremidade inferior afilada, tem uma face oval para articulação com o cóccix. Ângulo lombossacral ● Sacro inclinado de forma que se articule com a L5 em um ângulo que varia de 130° a 160°. Face pélvica do sacro ● Lisa e côncava; ● Quatro linhas transversais no adulto indicam onde ocorreu a fusão das vértebras sacrais. ● Durante a infância → vértebras individuais unidas por cartilagem hialina e separadas por discos intervertebrais ● Fusão das vértebras sacrais ocorre após os 20 anos. Face dorsal do sacro ● Rugosa, convexa e caracterizada por cinco cristas longitudinais proeminentes. ● Crista sacral mediana → processos espinhosos rudimentares fundidos das três ou quatro vértebras sacrais superiores; S5 não tem processo espinhoso; ● Cristas sacrais mediais → processos articulares fundidos; ● Cristas sacrais laterais → extremidade dos processos transversos; Hiato sacral ● Resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso da S5 e, às vezes, de S4. Cornos sacrais ● Processos articulares inferiores da vértebra S5 → projetam-se inferiormente de cada lado do hiato sacral e são úteis como guia de localização; Face auricular ● Parte superior da face lateral do sacro → assemelha-se a uma aurícula. ● Local da parte sinovial da articulação sacroilíaca; ● Em vida, coberta por cartilagem hialina; Cóccix ● Pequeno osso triangular, geralmente formado pela fusão das quatro vértebras coccígeas rudimentares, embora algumas pessoas possam ter uma vértebra a mais → Co1 pode permanecer separada do grupo fundido; ● Remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária; ● Face pélvica côncava e relativamente lisa; ● Face dorsal tem processos articulares rudimentares; ● Co1 é a maior e mais larga das vértebras coccígeas; ● Processos transversos unidos ao sacro e seus processos articulares rudimentares formam os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais. ● Três últimas vértebras geralmente se fundem no meio da vida→ forma um cóccix semelhante a um bico; ● Geralmente Co1 se funde ao sacro e as demais se fundem para formar um único osso. Articulações dos corpos vertebrais As articulações dos corpos vertebrais são sínfises (articulações cartilaginosas secundárias) → destinadas à sustentação de peso e resistência. Discos intervertebrais ● Oferecem fixação forte entre os corpos vertebrais→ une-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua a forma a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral; ● Possibilitam o movimento entre vértebras adjacentes e sua deformabilidade elástica permite que absorvam choque. ● Cada disco é formado por (1) um anel fibroso, uma parte fibrosa externa composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem, e (2) uma massa central gelatinosa, chamada de núcleo pulposo. ● Anel fibroso → permite rotação limitada entre vértebras adjacentes enquanto permite forte adesão entre elas. ● Núcleo pulposo → responsável por grande parte da resiliência e da flexibilidade do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo Ligamentos longitudinais ● Ligamento longitudinal anterior → faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais; ○ Impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações→ único ligamento que limita a extensão. ● Ligamento longitudinal posterior → faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que ligamento longitudinal anterior; ○ Segue dentro do canal vertebral; ○ Fixado principalmente aos discos intervertebrais→ frequentemente unindo gordura e vasos entre o ligamento e a superfície óssea; ○ Ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo; ○ Bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor). Ligamentos acessórios Ligamento Características Ligamentos amarelos ● Faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico que unem lâminas de arcos vertebrais adjacentes; ● Fortes e elásticos, ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e ajudam na extensão da coluna após flexão; ● Resistem à separação da lãmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando, assim, a lesão dos discos intervertebrais. Ligamentos interespinais ● Unem processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo; ● Fracos, muitas vezes membranáceos; Ligamentos supraespinais ● Semelhantes a cordões, unem as extremidades dos processos espinhosos desde C7 até o sacro e fundem-se na parte superior com o ligamento nucal na região cervical posterior; Ligamento nucal ● Forte e largo, constituído de tecido fibroelástico espesso, que se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital externa e a margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais. Ligamentos intransversários ● Unem processos transversos adjacentes; ● Consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar são finos e membranáceos.
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