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Analgésicos Opioides

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Ana Carolina Teixeira Bastos – medicina - @carolinaabastos_ 
 
Opioides 
O termo opioide se refere a um grupo de substâncias 
capazes de se ligar aos principais receptores de opioides 
(mu, kappa e delta). 
Dentro desse grupo, incluem-se os opiáceos, que são 
alcaloides naturais que podem ser extraídos da papoula 
(Papaver somniferum). 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os opioides exercem seus efeitos por meio da ligação a 
receptores específicos. São três os tipos de receptores 
clássicos: μ (mu), k (kappa) e δ (delta). 
• Tal nomenclatura representa a ativação por 
determinado agente: mu para morfina (morphine), 
kappa para cetociclazocina (ketociclazocin) e delta 
para deltorfina (deltorphine). 
• Atualmente, de acordo com a União Internacional 
de Farmacologia, receberam as nomenclaturas de 
MOP, KOP e DOP. 
• O receptor mu é tido como o mais importante 
clinicamente, por conta da sua ação analgésica 
principal, por meio da inibição das vias 
nociceptivas. 
 Muito embora todos os receptores estejam envolvidos na 
modulação de dor, cada receptor parece exercer um papel 
diferente: mu relacionado à inibição de vias nociceptivas e 
diminuição de neurotransmissores pré-sinápticos; kappa 
com estudos demonstrando aparente relação com dor 
visceral e nocicepção térmica; e delta exercendo papel na 
dor mecânica e inflamatória. 
SELEÇÃO DO OPIOIDE 
Os opioides são classificados, quanto à relação entre dose e 
eficácia analgésica, em fortes (morfina, meperidina, 
metadona, fentanila, oxicodona etc.) e fracos (tramadol, 
codeína, propoxifeno). 
• Quanto ao padrão de ligação aos receptores 
opioides, classificam- -se em agonistas, agonistas 
parciais e antagonistas. 
• Os antagonistas são aqueles que bloqueiam os 
receptores μ (mu), k (kappa) e δ (delta), como é o 
caso da naloxona. Alguns fármacos, como a 
pentazocina, provocam mistura de efeitos κ-
agonistas e μ-antagonistas 
Os opioides fortes podem, ainda, ser classificados como: de 
ação rápida, que apresentam uma duração de ação curta, 
entre 3 e 6 horas (por exemplo, sulfato de morfina e 
oxicodona de liberação imediata), e meia vida de eliminação 
de 2-3 horas; de ação intermediária, que permitem 
intervalos de até 12 horas entre as doses (por exemplo, 
morfina e oxicodona de liberação lenta/controlada), com 
meia vida de eliminação de 3-6 horas; e de ação prolongada, 
que permitem intervalos de 24-72 horas entre as doses 
(morfina, fentanil transdérmico etc.), tendo meia-vida de 
eliminação longa (10-17 horas). 
• Há diversos efeitos indesejáveis relacionados ao 
uso de opioides, como sonolência e letargia, 
retenção urinária, depressão respiratória, náusea e 
vômito, dificuldade de concentração, euforia, 
alucinação e disforia, miose, empachamento, 
constipação intestinal, prurido, tolerância, adição e 
dependência. 
PACIENTES MAIS VELHOS – 
Os opioides devem ser usados com cautela em adultos mais 
velhos, pois apresentam maior risco de efeitos adversos. 
DOENÇA RENAL – 
Pacientes com doença renal crônica apresentam maior risco 
de efeitos colaterais tóxicos dos opioides em comparação 
com pacientes com função renal normal, devido ao acúmulo 
de metabólitos ativos ou tóxicos, alteração da ligação 
medicamentosa, aumento da sensibilidade aos efeitos do 
sistema nervoso central, aumento da permeabilidade da 
barreira hematoencefálica e distribuição alterada dos 
medicamentos. 
A morfina, por exemplo, é contraindicada nesses pacientes. 
As medicações de escolha, então, ficam entre metadona e 
buprenorfina, pois o principal ativo desses medicamentos 
tem excreção fecal. 
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA – 
Os opioides devem ser usados com cautela em pacientes 
com insuficiência hepática ou cirrose. 
FÁRMACOS OPIOIDES 
MORFINA: 
É o fármaco de escolha para dor intensa. A dose analgésica 
varia de 5mg até mais de 200mg, a cada 4 horas. Na maioria 
dos casos, a dor é controlada com doses de 10 a 30mg, de 
4/4 horas, devendo ser aumentada gradativamente, sendo 
Ana Carolina Teixeira Bastos – medicina - @carolinaabastos_ 
 
que a dose noturna pode ser dobrada a fim de evitar dor ao 
despertar. 
CODEÍNA: 
É o opioide de escolha para dor leve a moderada, não 
controlada com anti-inflamatórios. 
• Possui baixa afinidade com os receptores opioides. 
É utilizada sob a forma pura em doses de 30 a 60mg, de 4/4 
horas ou em associações em intervalos mais prolongados, 
com dose máxima diária de até 360mg. 
TRAMADOL 
• É estruturalmente relacionado à codeína e à 
morfina, possuindo dois enantiômeros que 
contribuem para o seu efeito analgésico. 
• Age de forma a aumentar a liberação de serotonina 
e inibir a recaptação de noradrenalina. 
• Causa menos constipação intestinal, depressão 
respiratória e dependência do que outros opioides 
em doses analgésicas equipotentes 
METADONA 
É uma alternativa à morfina, sendo cada vez mais utilizado 
na “rotação” dos opioides, no tratamento de retirada na 
dependência dos opioides e em pacientes que necessitam de 
tratamento prolongado 
OXICODONA 
• tem vantagens na dor de origem visceral, como na 
cólica biliar ou doenças do pâncreas. 
• É um derivado da tebaína. Sua biodisponibilidade 
oral é de 60% a 87%, duas vezes maior do que a 
morfina (20% a 25%). A ingestão de alimento não 
altera a farmacocinética da oxicodona. 
• É metabolizada no fígado 
MEPERIDINA 
É, aproximadamente, 10 vezes menos potente que a morfina 
por via parenteral. 
Possui tempo de ação muito curto, tornando-a inadequada 
para o alívio da dor que, somado ao fato da sua 
neurotoxicidade, torna-a não recomendável para 
tratamento da dor. 
FENTANIL TRANSDÉRMICO 
É um potente agonista com meia- -vida longa, que não deve 
ser usado para titulação rápida. 
O fentanil transdérmico deve ser considerado quando o 
paciente já está em terapia com opioide, com dor constante, 
mas com pouca dor episódica. 
BUPRENORFINA

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