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1 CONTABILIDADE GERENCIAL 1 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................... 4 Planejamento e Controle ........................................................................ 10 Função da Controladoria ............................................................................ 12 Sistema de Informações Gerenciais .............................................................. 15 O papel da Contabilidade Gerencial na Tomada de Decisão das Empresas 20 A Contabilidade como mecanismo Gerencial ................................................ 22 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A entidade empresarial, dentro de uma sociedade, é uma provedora de riquezas, empregos, expectativas pessoais, arrecadação de tributos, etc. No modelo capitalista, as entidades empresariais possuem importante papel na geração de riquezas, produtos, serviços, tendências e bem-estar de uma sociedade. Tais entidades encontram-se inseridas em um contexto social: seja ele político, econômico, religioso, cultural e regional de uma Cidade, Estado ou Nação. Influências internas e externas são latentes no processo de gestão de uma entidade empresarial, seja ela com ou sem fins lucrativos; Indústria, Comércio ou Serviço; Entidade Privada ou Pública. Tais processos de gestão estão relacionados a diversos aspectos empresariais, seja por exigências de regulamentação, adoção de boas práticas de governança, transparências nas decisões, etc. Nas Ciências Sociais aplicadas, linha de conhecimento da Administração de Empresas, existem inúmeras ferramentas e abordagens de gestão que são utilizadas pelos seus gestores no processo de administração das entidades empresariais. Uma entidade empresarial, como um corpo humano, é um sistema em funcionamento interagindo com variáveis internas e externas. O corpo humano interage com os órgãos vitais para a sobrevivência do sistema imunológico, com suas respectivas estruturas: Sistema Digestivo, Sistema Respiratório, Articulações, etc. e, com variáveis externas como alimentação e clima que são fundamentais para o bem- estar do corpo humano. A entidade empresarial para o seu funcionamento e sobrevivência necessita de áreas (operacional e não operacional) ou departamento (comercial, operacional, financeiro, recursos humanos, controle de qualidade, expedição) para executar suas funções vitais de sobrevivência e para a geração dos recursos necessários para a sua sobrevivência. A contabilidade ao longo dos anos tem deixado de ser apenas a demonstração pura dos números, ela vem atendendo de maneira a proporcionar subsídios estratégicos nas tomadas de decisões nas mais diversas áreas das empresas, visando a melhora nos processos internos, diminuição de custos, alavancagem operacional e otimização dos recursos com pessoal. O crescimento irregular e volúvel de uma organização pode trazer consequências graves em seu desenvolvimento financeiro, sua expansão e 4 solidificação de mercado, chegando muitas vezes a grandes endividamentos e até mesmo situações onde a solução é encerrar as atividades. Uma empresa mal estruturada e sem visão de seus acontecimentos contábeis, será uma presa fácil para o mercado competitivo, sem uma visão adequada ela não terá capacidade de expansão e solidificação. CONTABILIDADE GERENCIAL Para buscar o entendimento sobre contabilidade gerencial se faz necessário resgatar o conceito de contabilidade. Sendo a contabilidade uma das ciências mais antigas da humanidade, seu objetivo principal é registrar informações (econômicas, financeiras) e demonstrar as alterações do patrimônio das organizações, servindo de base e auxiliando os gestores no processo decisório sobre alocação de recursos. A Contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em termos de registros históricos, é importante destacar a obra Summa de Arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, do frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionário e o fortalecimento das sociedades anônimas como forma de sociedade comercial, a Contabilidade passou a ser considerada também como um importante instrumento para a sociedade em geral (Basso, 2005). 5 A Contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples ela é necessária para organizar a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros. O papel da Contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas, posto que os recursos são escassos, e o gestor tem de escolher, entre as alternativas possíveis, as melhores, e para identificá-las são necessários os dados contábeis. Padovese (1996) observa que, em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos; a Contabilidade Gerencial é utilizada para descrever essa atividade dentro de uma organização e a expressão Contabilidade Financeira quando essa organização presta informações a terceiros. A Contabilidade Gerencial, segundo Pizzolato (2000, p. 195) “produz informação útil para a administração, a qual exige informações para vários propósitos tais como: auxílio no planejamento; na medição e avaliação de performance; na fixação de preços de venda e na análise de ações alternativas.” Para Atkinson et al (2000 p. 36) “contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos das empresas” A Contabilidade teve que se aperfeiçoar, desenvolvendo novas ferramentas para dar suporte à gestão das empresas, transformando os fatos ocorridos em trampolins para alavancagens futuras, buscando atualizar-se no mercado a fim de oferecer informações mais claras e precisas, conforme descreve Horngren et al (2004 p. 4), a “contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Entende-se que a contabilidade, além de ciência social, é a técnica de registrar, interpretar, demonstrar e estudar todos os fatos que afetam o patrimônio das organizações, ou seja, seus bens, seus direitos e suas obrigações, fornecendo informações úteis para o processo decisório. Conforme Sant'Anna (2012): "A Contabilidadeé a ciência que, através de seus princípios e conceitos, registra as transações financeiras de forma que permite o controle efetivo do patrimônio de uma entidade". 6 Assim, a contabilidade gerencial vem trazendo o conhecimento e o suporte necessário para que a gestão possa manter os controles interno e externos das empresas em pleno funcionamento e com o mínimo de falhas possíveis. De acordo com a visão de Padovese (1996), a Contabilidade Gerencial apresenta subdivisões que irão compor o sistema de informações gerenciais. Estas serão apresentadas a seguir. - Contabilidade de Custos: os custos industriais são detalhados, departamentalizados e computados, permitindo saber o custo unitário de cada produto, custo total da fábrica, preço de venda, ponto de equilíbrio. A emissão de relatórios é feita por produto, por setor, por filiais e por unidades de negócios. - Controle da Folha: a folha de pagamento serve à Contabilidade Gerencial para obter dados referente aos custos de pessoal, para compor a Contabilidade de Custos e para simulações de evolução por reajustes, por tempo de serviço, acordos de dissídios com sindicatos, modificações no INSS, Imposto de Renda e outros. 7 - Controle de Estoques: controle unitário dos custos de aquisição ou custo de fabricação dos produtos em estoque - Controle de Gastos Gerais: divisão e distribuição das despesas ou investimentos por unidade, setor ou departamento, visando a obter a evolução dos gastos por local e geral da empresa. Contas a Pagar e Contas a Receber: as duplicatas a pagar, por compras a prazo, são controladas por data de vencimento, 8 permitindo simulações futuras de desembolsos de caixa. As duplicatas a receber, por vendas a prazo, são controladas por volume, valores e prazos, para cobrança bancária ou local, e informa ao caixa sobre futuros ingressos. - Sistema Orçamentário: as informações passadas e previsões futuras são utilizadas para a orçamentação. O sistema compreende a previsão, o controle e a avaliação. 9 - Fluxos de Caixa: previsões de ingressos e desembolsos de curto prazo. - Análise Financeira: a checagem e o feedback servem para obter cálculos comparativos dos resultados alcançados em determinado período, para toda a empresa e segmentada por tipo de gerências. 10 Neste sentido, a Teoria Geral de Sistemas surge como uma ferramenta de apoio para a análise e a solução de problemas complexos, permitindo estudar um problema em partes, sem perder a visão do todo e o relacionamento entre as partes. Segundo Padovese (1996), os sistemas de informações gerenciais podem ser definidos como um conjunto de partes integrantes e interdependentes (objetivos, entradas, processo de transformação, saídas, controle, avaliação e retroalimentação) que formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. Planejamento e Controle Segundo George e Jones (2008), "planejar é um processo que os gerentes usam para identificar e selecionar os objetivos e os cursos de ação adequados". Segundo os autores, "o plano organizacional que resulta do processo de planejamento detalha os objetivos da organização e especifica como os gerentes pretendem atingir esses objetivos". A contabilidade gerencial está diretamente ligada ao planejamento e controle de uma organização, seja de pequeno, médio ou grande porte, ambos são instrumentos de administração para os gestores. Para Padoveze (2010, p. 40), Se temos a contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no 11 processo administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe Contabilidade Gerencial. O conjunto de decisões e ações tomadas para ajudar uma organização a atingir seus objetivos é sua estratégia. Assim, planejar é tanto o processo de formular objetivo quanto o de formular estratégias (GEORGE & JONES, 2008). Shank e Govindarajan (1997), observam que o papel da informação contábil dentro de uma empresa é o de facilitar o desenvolvimento e a implementação das estratégicas gerenciais. Conforme Vico Mañas (2012), " Todo sistema de informações gerenciais é composto por fontes internas e externas à organização. Essas fontes permitem trazer fatos do passado, presente e projetar o futuro ou cenários prováveis". Desse modo, embora as finalidades para as quais se usa a informação contábil possam ser demonstradas de variadas formas, podemos agrupá-las em duas formas básicas: controle e planejamento. No que diz respeito ao controle, ele pode ser conceituado como a forma pela qual a gestão empresarial monitora seus processos internos, certificando se os objetivos traçados estão sendo alcançados e ajustando no caso de não conformidades. Para Marques (2004), "esse é um conceito bem amplo aceito pelos usuários da contabilidade que contrasta com a definição restrita, que resumia o controle a uma função quase policial dentro da empresa": 12 Segundo Horngren et al (2004 p. 300), “o sistema de controle gerencial é uma integração lógica das técnicas para reunir e usar as informações a fim de tomar decisões de planejamento e controle [...]”. Para Atkinson et al (2000 p. 567), “o planejamento estratégico, ou de longo prazo, consiste em desenvolver uma conexão de contratos inter-relacionados, explicita ou implicitamente, entre a empresa e seus grupos de stakeholders principais”. Segundo Martins (2010 p. 305), “controlar significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar atitudes para sua correção”. O planejamento e o controle operacional utilizam procedimentos e práticas preestabelecidas para monitorar o processo decisório, Gil et al (2010 p. 35). Segundo Atkinson et al (2000 p. 581), “controle é o conjunto de métodos e ferramentas que os membros da empresa usam para mantê-la na trajetória para alcançar seus objetivos [...] Três papéis importantes dos contadores gerenciais, são: 1. Ajudar uma empresa a ficar sob controle. 2. Identificar quando o processo está fora do controle. 3. Dar suporte à aprendizagem da empresa. Contabilidade gerencial é a área da contabilidade onde se procura estabelecer e determinar o futuro no desenvolvimento de uma empresa. Trabalha alinhada ao planejamento estratégico e é extremamente importante para qualquer tipo de empresa. É através dela que se tem controle de todas as atividades financeiras, como empréstimos, contratações, investimentos, desinvestimentos, financiamentos, etc. Uma empresa que não possui o controle sobre tais atividades pode sofrer consequências financeiras e também tributárias. Função da Controladoria No amplo contexto na gestão empresarial, surge a Controladoria como ferramenta de auxílio dos Gestores. No intuito de auxiliar no processo de controle econômico, financeiro e contábil, a área da Controladoria utilizando-se de ferramentas técnicas de sistemas ERP, metodologias gerenciais de custos, planejamento e 13 finanças corporativas, contemplando o alinhamento na utilização das Normas Contábeis vigentes e a ampla legislação tributária (seja ela Municipal, Estadual ou Federal), auxiliará o gestor empresarial no monitoramento das operações empresariais que gerarão resultados financeiros, contábeis e econômicos da Entidade Empresarial. A área da controladoria em uma entidade empresarial segundo Padoveze “unidade administrativa dentro da empresa que, por meio da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema empresa”, define bem a amplitude do papel da Controladoria no processo de gestão empresarial. A controladoria no processo de gestão empresarial tem por finalidade gerar informações econômicas, financeiras e contábeis das rotinasoperacionais passadas (contabilidade financeira), presente (mediante análises gerenciais) e futuras (planejamento econômico), para a tomada de decisão e análise das variáveis que impactam nas operações empresariais. Todavia, uma controladoria, alinhada com as necessidades de geração de informações no processo de gestão empresarial, necessita da interação do sistema de controladoria com as práticas de gestão adotadas pelas empresas, bem como a sinergia com o processo operacional da entidade empresarial controlada. Tal necessidade decorre das mutações empresariais que ocorrem em decorrência de variáveis internas e externas que a entidade empresarial está sujeita. Neste contexto, a controladoria, para o sentido amplo de seu papel no processo de auxílio nas tomadas de decisões na gestão empresarial, necessita agregar as variáveis sistêmicas e estruturais de cada entidade empresarial, unidade de negócios ou segmento empresarial, por meio de relatórios específicos, informações pontuais e ajuste nos critérios de mensuração de desempenho empresarial. Estrutura da controladoria: Sua estrutura contempla todo o fluxo sistêmico e operacional que envolve a controladoria no processo de geração de informações para os gestores empresariais, desde os aspectos de funcionalidade dos Sistemas de Gestão Empresarial (ERP), quanto as funcionalidade da controladoria, à geração de informações aos stakeholders internos e externos até os critérios e ferramentas técnicas para a mensuração dos resultados apurados pela controladoria e seus 14 alinhamentos operacionais com as áreas da entidade empresarial. Tais aspectos contemplam as informações geradas para os gestores internos (utilizam a contabilidade gerencial para a tomada de decisão) desde os externos (utilizam a contabilidade financeira para atender às necessidades de informações aos usuários externos). A Área Contábil Societária faz parte de algumas áreas são atreladas à controladoria nas entidades empresariais: A contabilidade societária (voltada para atender o público externo à entidade empresarial) possui alinhamento com a área da controladoria, visto que, em decorrência dos alinhamentos sistêmicos e operacionais, a área contábil escritura e elabora as Demonstrações Contábeis e evidencia todo o processo de gestão empresarial e as principais operações econômicas e financeiras de uma entidade empresarial. Em decorrência dos usos de sistemas de informática e das exigências legais, serve de base para todo o sistema de controladoria na entidade empresarial, alinhando o fluxo histórico dos eventos contábeis mediante um agrupamento de contas contábeis sintéticas e analíticas que constituem o Plano de Contas. O plano de contas contábil é a base para a sistematização e para o agrupamento dos eventos econômicos e contábeis de uma entidade empresarial sob o aspecto sistêmico. 15 Sistema de Informações Gerenciais Padoveze (2012), diz que ”as necessidades dos gestores das empresas, de informações contábeis para o processo de planejamento, execução e controle de suas atividades e para avaliação de desempenho, são supridas pelos diversos instrumentos de contabilidade gerencial por meio do sistema de informação contábil gerencial". Para Gil, Biancolino e Borges (2010 p. 11), “o sistema de informação é o produto de três componentes, tecnologia, organizações e pessoas, os quais devem interagir pra que o sistema atinja seu objetivo”. Sistema de informação gerencial pode ser entendido como um conjunto de subsistemas de informações que processam dados e informações para fornecer subsídios ao processo de gestão de uma empresa HOJI (1999 p. 321). Segundo Padoveze (2010 p. 47), “para que a informação contábil seja usada no processo de administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade”. Para Horngren et al (2004 p. 6), “sistema de contabilidade é um mecanismo formal para recolher, organizar e comunicar informações sobre as atividades de uma organização. Para Atkinson et al (2000 p. 36), “sistemas gerenciais contábeis produzem informações que ajudam funcionários, gerentes e executivos a tomar melhores decisões e a aperfeiçoar os processos e desempenhos de suas empresas. 16 Na visão de Abreu e Abreu (2002) um Sistema de Informações Gerenciais, também chamado de SIG, pode ser definido como o processo de transformação de dados em informações, as quais serão utilizadas na estrutura decisória da empresa e que proporcionam a sustentação administrativa visando à otimização dos resultados esperados. Por exemplo: podemos dizer que os valores das receitas brutas e das despesas buscados junto aos documentos da empresa são elementos na forma bruta, isto é, dados; já os valores do lucro bruto ou do lucro líquido representam os dados processados com um significado atribuído, ou seja, a informação. Em resumo, o sistema de informações é um conjunto de procedimentos que coletam (ou recuperam), processam, armazenam e disseminam informações para o suporte nas tomadas de decisão, coordenação, análise, visualização da organização e controle gerencial, os quais devem permitir que a informação chegue no tempo certo e na forma certa e para a pessoa certa. Cabe lembrar, entretanto, que a empresa, dentro da Teoria Sistêmica, é tida como um sistema aberto, ou seja, que se relaciona e sofre pressões do meio ambiente, cujas dimensões de análise são: mão-de-obra disponível, tecnologia, governo, mercado, sindicatos, sistema financeiro, fornecedores, concorrentes, consumidores, sociedade em geral, etc. Os elementos que compõem os sistemas de informações podem ser definidos da seguinte forma: • Dados ⇒ conjunto de observações. Representam a “matéria-prima” que por si não permite assimilar conhecimento, ou ainda, não difunde nenhum significado; • Informação ⇒ é um dado processado de uma forma que é significativa para o usuário e que tem valor real ou percebido para decisões correntes ou posteriores; • Processamento ⇒ compreende o processo de transformação do dado em informação. 17 Abreu e Abreu (2002) salientam que as entradas representam as movimentações nos elementos que constituem o patrimônio da empresa, e são expressos em valores monetários. Estes originam fatos que geram lançamentos contábeis, os quais, após o processo de transformação, originam as demonstrações financeiras que normalmente são divulgadas para o conhecimento do público interessado, principalmente analistas, credores e investidores. Os sistemas igualmente fornecem relatórios internos ou externos, relativos a dados históricos que contribuem para a elaboração do orçamento das empresas e podem auxiliar na projeção de receitas, custos, despesas, financiamentos ou investimentos, os quais constituem instrumentos de ordem gerencial, destinados a subsidiar a alta administração no processo de planejamento, organização e controle dessas empresas. Segundo Oliveira (1994), a informação também propicia à empresa um profundo conhecimento e o uso eficiente da sua estrutura a partir de seus recursos disponíveis (pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, informação), facilitando o planejamento, organização e controle dos processos, enfim, a gerência 18 do negócio, tendo como propósito básico habilitar a empresa a alcançar seus objetivos. Ainda segundo Padoveze apud Gil (2010 p. 51 e 52), o Sistema de Informação Contábil deve produzir informações que possam atender aos seguintes aspectos: I – Níveis empresariais Estratégico: Onde são desenvolvidos os processos permanentes e contínuos, sendo sempre voltados para o futuro, visando racionalidade nas tomadas de decisão e alocação de recursos organizacionais de forma mais eficiente possível. Tático: Onde ocorre a intermediação entreo nível estratégico e o operacional, geralmente é projetado a médio prazo e abrange cada unidade da organização, traduzindo e interpretando as decisões do planejamento estratégico, transformando em planos concretos dentro das unidades da empresa. Operacional: É a formalização dos objetivos e procedimentos, implementado as ações previamente desenvolvidas e estabelecidas nos baixos níveis de gerência (nível tático). Sua finalidade é desdobrar os planos táticos de cada departamento em planos operacionais para cada tarefa. 19 II – Ciclo administrativo Planejamento: Decidir antecipadamente o que deve ser feito para alcançar determinado objetivo ou meta. Execução: Envolve a coordenação dos recursos e das pessoas responsáveis pelas entregas de tarefas traçadas. Controle: Monitoramento e avaliação do progresso do projeto, garantindo que os objetivos preestabelecidos sejam cumpridos dentro do planejado. III – Nível de estruturação da informação Estruturada: São repetitivas e rotineiras, envolvem procedimentos predefinidos. Semiestruturada: Envolve situações com alguma complexidade, apenas parte do problema possui resposta clara. Não estruturada: Exige bom senso, capacidade de avaliação e perspicácia do tomador de decisão. 20 O papel da Contabilidade Gerencial na Tomada de Decisão das Empresas As empresas têm vivido momentos de grandes mudanças, as dificuldades e atualizações têm sido cada vez mais constantes no universo da contabilidade. Com tantas obrigatoriedades a cumprir e um mercado cada dia mais exigente, os bons e velhos relatórios de uma contabilidade financeira já não são mais eficientes para um mundo tão acelerado e competitivo, assim a contabilidade precisou se aperfeiçoar para suprir as necessidades das empresas, gestores, investidores, clientes. Hoje não se trabalha apenas com os dados de um balanço encerrado, é necessário ir, além disso, é preciso buscar através dessas informações uma forma de adiantar-se ao acontecimento, projetar, pensar aonde quer chegar, com que tempo, com que custo, sabendo ao certo que decisão deve tomar e qual o momento oportuno para fazê-la. Em busca de informações mais precisas para tomada de decisões, os diretores, gestores e gerentes tem se atentado para importância de uma contabilidade gerencial bem estruturada, onde com o uso de suas ferramentas é possível projetar 21 cenários de campo econômico e administrativo, afim de evidenciar uma visão futura e traçar metas alcançáveis para empresa. Conforme descreve Atkinson (2000 p. 46), “os contadores gerenciais não podem esperar que um único conjunto padronizado de relatórios vá atender a todas as necessidades dos funcionários e dos gerentes”. Diante desses desafios, o tomador de decisões diário precisa identificar a melhor forma para entender o ambiente complexo e encontrar as melhores alternativas para se apoiar. "Tomar decisões é uma parte básica de toda tarefa desempenhada pelos gerentes" (JONES & GEORGE, 2008). Ainda, segundo os autores, "dentro de uma organização, os gerentes precisam lidar com muitas oportunidades e ameaças que podem surgir durante a utilização dos recursos organizacionais". Para lidar com essas oportunidades e ameaças, eles devem tomar decisões – ou seja, devem selecionar uma solução a partir de um conjunto de alternativas. Isso tem cooperado a cada dia para que a Contabilidade Gerencial ganhe seu espaço nas organizações, contribuindo com ferramentas primordiais no processo de decisão. Todas as informações financeiras, fiscais e patrimoniais geradas em uma empresa são processadas pela contabilidade e emitidos relatórios para atender as exigências legais. A contabilidade gerencial analisa esses documentos de maneira a extrair dessas informações contábeis, dados necessários para esclarecer e orientar seus gestores nas tomadas de decisão. Através das análises realizadas, o gerenciamento por meio da contabilidade poderá detectar os problemas e falhas nos processos executados nas entidades e juntamente com a administração buscar soluções para sanar as dificuldades e erros desses processos. Isso tem beneficiado as empresas, ajudando a antecipar-se aos acontecimentos, afim de tomar decisões de maneira mais clara, visualizando os dados passados de um balanço e trabalhando com relatórios de projeções futuras, evitando comprometer a vida financeira da empresa. Ainda segundo Padoveze (2012 p. 28), “a função contábil na empresa e, consequentemente, sua grande importância implicam um processo de acompanhamento e controle que perpassa todas as fases do processo decisório[...]”. É necessário dentro do ciclo da tomada de decisão identificar o problema e analisar todas as alternativas existentes para eliminá-lo, seguindo os padrões já 22 estabelecidos nos processos de planejamento e controle, para que através das informações levantadas, seja possível chegar a uma decisão com menos rico e o menor custo possível, para assim, realizar a implantação e seguir avaliando até a total eliminação do problema ou diminuição do mesmo. Portanto, os gestores precisam propor alternativas viáveis ao mesmo tempo em que devem certificar-se de que suas decisões tomadas correspondem ao problema evidenciado, e que as informações colhidas são, efetivamente, àquelas necessárias para a tomada de decisão adequada. A Contabilidade como mecanismo Gerencial De acordo com Padoveze (2012), "o objetivo da contabilidade gerencial é atender a todos os aspectos da gestão das entidades onde se torna necessária a informação contábil. Portanto, sua abrangência é a empresa como um todo, desde as suas necessidades estratégicas e de planejamento até as suas necessidades de execução e controle". Ao passo que a contabilidade tradicional tem como função coletar e registrar todos os atos e todos os fatos administrativos relativos às atividades do negócio, elaborando demonstrativos que permitam a avaliação de sua situação econômico- 23 financeira num dado momento do tempo ao atender métricas padronizadas de divulgação de informações, a contabilidade gerencial atua como uma ferramenta que tem como principal função facilitar o trabalho dos tomadores de decisões ao permitir que eles tenham acesso a tais informações, interpretando-as de formas flexíveis ao utilizar apenas as informações contábeis relevantes de forma seletiva e identificando aquilo que realmente pode fazer a diferença na tomada de decisão. Para Stair e Reynolds (2011), a contabilidade de gerenciamento envolve usar "dados tanto históricos quanto estimados para fornecer informações que a gerência usa para conduzir as operações diárias, no planejamento de futuras operações e no desenvolvimento de estratégias gerais do negócio". A contabilidade gerencial deve fornecer estas informações dentro de um planejamento e controle adequados, com capacidade para produzir informações estratégicas que façam a diferença para os processos decisórios. Por isso ela adquiri particular relevância, pois ao agregar todas as demais áreas da contabilidade (contabilidade financeira, contabilidade de custos, além da administração financeira) ela torna-se um desafio gerencial que necessita de visão sistêmica e visão de longo prazo. Para Sant'Anna (2012), "a contabilidade gerencial, por meio de informações mais precisas e atualizadas, permite a elaboração de relatórios gerenciais, tornando- os uma ferramenta útil que auxiliará o gestor em suas funções de análise e controle". A contabilidade gerencial integra-se com as demais ciências como economia, finanças, marketing, gestão, etc, através das informações contábeis que alimentam os diversos sistemas de informações que são utilizados como a principal ferramenta gerencial nos processos decisórios. Além disso, a contabilidade gerencial tem como característica principal aênfase na geração de relatórios atualizados orientados ao longo prazo, enquanto a contabilidade tradicional tem, apenas, orientação histórica, estática e atrasada. A relevância da contabilidade gerencial reside na identificação daquilo que realmente poderá fazer a diferença no processo decisório. Para Turban e Volonino (2013), "um bom planejamento é necessário, mas não é suficiente e precisa ser complementado por um controle hábil. Os sistemas de informação desempenham um papel extremamente importante ao dar suporte ao controle organizacional”. 24 O conhecimento gerenciado de forma adequada tem se mostrado ser uma fonte de vantagem competitiva sustentável. O papel da informação, nesse contexto, é apoiar as decisões através do suporte dos sistemas que, de forma flexível, atuam e impactam no comportamento organizacional. Nesse sentido, a contabilidade gerencial através do sistema de informação contábil/gerencial deve contribuir como suporte às estratégias adotadas pela empresa. De acordo com Sant'Anna (2012), "são vários os usuários da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial. Como em muitos casos seus interesses são diferentes, utilizam-se das informações contábeis geradas para a compreensão e obtenção de dados que os auxiliem em análises e/ou tomadas de decisões". Para que a contabilidade gerencial seja utilizada de forma efetiva ela precisa estar apoiada em uma contabilidade geral sólida que demonstre de forma realista a condição do negócio através de modelos padronizados que contemplem a legislação exigida. Do contrário, o gerenciamento não poderá ser empreendido e todo o esforço realizado será inútil. Para os autores Turban e Volonino (2013), "a contabilidade e as finanças controlam e administram o fluxo de caixa, os ativos, os passivos e o rendimento líquido ou lucro, assim como demonstrações contábeis às agências regulamentadoras. Outra responsabilidade fundamental é a prevenção, detecção e investigação de fraudes". A utilização das informações contábeis para o processo decisório por parte dos gestores é a essência da contabilidade gerencial. Para tanto, é primordial que tais informações geradas a partir da contabilidade gerencial sejam planejadas e atendam à todas as necessidades informativas dos stakeholders internos. A contabilidade gerencial deve considerar todas as convenções relacionadas ao campo de atuação do negócio, como moedas, índices diversos, taxas, inflação, a fim de estabelecer métricas comparativas que sirvam de base para o processo decisório efetivo. Portanto, o gerenciamento contábil atua como uma importante base de apuração de tributos e encargos devidos, sendo também um instrumento de prestação de contas sobre o desenvolvimento e os investimentos realizados pela empresa aos seus stakeholders externos. A contabilidade gerencial, então, é uma ferramenta de gestão que dá suporte ao processo decisório ao utilizar técnicas e 25 modelos flexíveis em conjunto com técnicas e modelos tradicionais, influenciando o comportamento gerencial, "avaliando resultados empresariais e desempenho dos gestores, em todas as etapas do processo de gestão" (PADOVEZE, 2012). 26 REFERÊNCIAS ABREU, Pedro Felipe; ABREU, Aline França. 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