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Fundamentos da Psicologia - Turma agosto 2019

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FUNDAMENTOS DA 
PSICOLOGIA
O que vamos aprender?
◦ Conhecer a História da Psicologia, suas principais teorias, áreas de atuação e 
importância; 
◦ Oferecer subsídios para que o futuro profissional possa identificar os 4 tipos de 
comportamentos, as estruturas da personalidade segundo Freud, os tipos de 
pacientes e a psicologia das emoções; 
◦ Introduzir os conceitos da psicologia e suas aplicações na atuação profissional do 
enfermeiro;
◦ Oferecer subsídios para que o futuro profissional possa identificar os fatores de risco 
psicológicos e sociais frente ao adoecimento, à hospitalização e ao tratamento;
◦ Abordar aspectos relacionados à maneira como o enfermeiro lida com a tensão e 
com a emergência de conteúdos emocionais que o exercício da Profissão lhe impõe.
O que você entende por 
psicologia?
A Psicologia ou as psicologias 
CIÊNCIA E SENSO COMUM 
Quantas vezes, no nosso dia-a-dia, ouvimos o termo 
psicologia? 
Qualquer um entende um pouco dela. Poderíamos até 
mesmo dizer que “de psicólogo e de louco todo mundo 
tem um pouco”. O dito popular não é bem este (“de 
médico e de louco todo mundo tem um pouco”), mas 
parece servir aqui perfeitamente. As pessoas em geral 
têm a “sua psicologia”. 
A Psicologia ou as psicologias 
Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com 
vários sentidos. Por exemplo, quando falamos do poder 
de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de 
“psicologia” para vender seu produto; Quando nos 
referimos à jovem estudante que usa seu poder de 
sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de 
“psicologia”; e quando procuramos aquele amigo, que 
está sempre disposto a ouvir nossos problemas, dizemos 
que ele tem “psicologia” para entender as pessoas. 
A Psicologia ou as psicologias 
Será essa a psicologia dos psicólogos? 
Certamente não. Essa psicologia, usada no cotidiano 
pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do 
senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma 
psicologia. O que estamos querendo dizer é que as 
pessoas, normalmente, têm um domínio, mesmo que 
pequeno e superficial, do conhecimento acumulado pela 
Psicologia científica, o que lhes permite explicar ou 
compreender seus problemas cotidianos de um ponto de 
vista psicológico. 
A Psicologia ou as psicologias 
É a Psicologia científica que pretendemos apresentar a 
você. Mas, antes de iniciarmos o seu estudo, faremos 
uma exposição da relação ciência/senso comum; 
depois falaremos mais detalhadamente sobre ciência e, 
assim, esperamos que você compreenda melhor a 
Psicologia científica. 
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦Existe um domínio da vida que pode ser entendido como 
vida por excelência: é a vida do cotidiano. É no cotidiano 
que tudo flui, que as coisas acontecem, que nos sentimos 
vivos, que sentimos a realidade. 
◦Neste instante estamos estudando Psicologia, logo mais 
estaremos a caminho de casa. Enquanto isso, tenho sede e 
tomo um refrigerante na cantina da escola; sinto um sono 
irresistível e preciso de muita força de vontade para não 
dormir em plena aula; lembro-me de que havia prometido 
chegar cedo. Todos esses acontecimentos denunciam que 
estamos vivos
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade 
cotidiana e pensamos sobre ela. Afastamo-nos dela para 
refletir e conhecer além de suas aparências. O cotidiano e 
o conhecimento científico que temos da realidade 
aproximam-se e se afastam: aproximam-se porque a 
ciência se refere ao real; afastam-se porque a ciência 
abstrai a realidade para compreendê-la melhor, ou seja, a 
ciência afasta-se da realidade, transformando-a em objeto 
de investigação — o que permite a construção do 
conhecimento científico sobre o real.
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦Para compreender isso melhor, pense na abstração (no 
distanciamento e trabalho mental) que Newton teve de 
fazer para, partindo da fruta que caía da árvore (fato do 
cotidiano), formular a lei da gravidade (fato científico). 
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦Ocorre que, mesmo o mais especializado dos cientistas, 
quando sai de seu laboratório, está submetido à dinâmica 
do cotidiano, que cria suas próprias “teorias” a partir das 
teorias científicas, seja como forma de “simplifica-las” para 
o uso no dia-a-dia, ou como sua maneira peculiar de 
interpretar fatos, a despeito das considerações feitas pela 
ciência. Todos nós estudantes, psicólogos, físicos, artistas, 
operários, teólogos vivemos a maior parte do tempo esse 
cotidiano e as suas teorias, isto é, aceitamos as regras do 
seu jogo. 
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦ O fato é que a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café 
quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer 
nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis 
da termodinâmica. 
◦ Quando alguém em casa reclama de dores no fígado, ela faz um chá de boldo, que 
é uma planta medicinal já usada pelos avós de nossos avós, sem, no entanto, 
conhecer o princípio ativo de suas folhas nas doenças hepáticas e sem nenhum 
estudo farmacológico. 
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
Esse tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é 
chamado de senso comum. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de 
tentativas e erros, a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. 
A necessidade de acumularmos esse tipo de conhecimento espontâneo 
parece-nos óbvia. Imagine termos de descobrir diariamente que as coisas 
tendem a cair, graças ao efeito da gravidade; termos de descobrir 
diariamente que algo atirado pela janela tende a cair e não a subir; que um 
automóvel em velocidade vai se aproximar rapidamente de nós e que, para 
fazer um aparelho eletrodoméstico funcionar, precisamos de eletricidade. 
O SENSO COMUM: CONHECIMENTO 
DA REALIDADE 
◦ O senso comum, na produção desse tipo de conhecimento, 
percorre um caminho que vai do hábito à tradição, a qual, quando 
estabelecida, passa de geração para geração. Assim, aprendemos com 
nossos pais a atravessar uma rua, a fazer o liqüidificador funcionar, a plantar 
alimentos na época e de maneira correta, a conquistar a pessoa que 
desejamos e assim por diante. 
E é nessa tentativa de facilitar o dia-a-dia que o senso comum produz suas 
próprias “teorias”; na realidade, um conhecimento que, numa interpretação 
livre, poderíamos chamar de teorias médicas, físicas, psicológicas etc.
SENSO COMUM: UMA VISÃO-DE-
MUNDO 
◦ Esse conhecimento do senso comum, além de sua produção característica, 
acaba por se apropriar, de uma maneira muito singular, de conhecimentos 
produzidos pelos outros setores da produção do saber humano. O senso 
comum mistura e recicla esses outros saberes, muito mais especializados, e os 
reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão-
de-mundo. 
SENSO COMUM: UMA VISÃO-DE-
MUNDO 
◦ O que estamos querendo mostrar a você é que o senso comum integra, de um 
modo precário (mas é esse o seu modo), o conhecimento humano. E claro que 
isto não ocorre muito rapidamente. Leva um certo tempo para que o 
conhecimento mais sofisticado e especializado seja absorvido pelo senso comum, 
e nunca o é totalmente. 
◦ Quando utilizamos termos como “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar 
neurótico”, “fulano é bipolar”, “menino hiperativo” estamos usando termos 
definidos pela Psicologia científica. Não nos preocupamos em definir as palavras 
usadas e nem por isso deixamos de ser entendidos pelo outro. Podemos até estar 
muito próximos do conceito científico mas, na maioria das vezes, nem o sabemos. 
Esses são exemplos da apropriação que o senso comum faz da ciência. 
ÁREAS DO CONHECIMENTO 
Somente esse tipo de conhecimento, porém, não seria suficiente para as 
exigências de desenvolvimento da humanidade. O homem, desde os tempos 
primitivos, foi ocupando cada vez mais espaço neste planeta,e somente esse 
conhecimento intuitivo seria muito pouco para que ele dominasse a Natureza em 
seu próprio proveito. Os gregos, por volta do século 4 a.C, já dominavam 
complicados cálculos matemáticos, que ainda hoje são considerados difíceis por 
qualquer jovem colegial. Os gregos precisavam entender esses cálculos para 
resolver seus problemas agrícolas, arquitetônicos, navais etc. Era uma questão de 
sobrevivência. Com o tempo, esse tipo de conhecimento foi se especializando 
cada vez mais, até atingir o nível de sofisticação que permitiu ao homem atingir a 
Lua. A este tipo de conhecimento, que definiremos com mais cuidado logo 
adiante, chamamos de ciência. 
ÁREAS DO CONHECIMENTO 
Mas o senso comum e a ciência não são as únicas formas de conhecimento que o 
homem possui para descobrir e interpretar a realidade. 
Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do conhecimento 
humano.
O QUE É CIÊNCIA 
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade 
(objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos 
devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a 
verificação de sua validade. Assim, podemos apontar o objeto dos diversos ramos da ciência e 
saber exatamente como determinado conteúdo foi construído, possibilitando a reprodução da 
experiência. 
Dessa forma, o saber pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. Essa característica 
da produção científica possibilita sua continuidade: um novo conhecimento é produzido sempre 
a partir de algo anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos 
aspectos, e assim a ciência avança. Nesse sentido, a ciência caracteriza-se como um processo. 
Pense no desenvolvimento do motor movido a álcool hidratado. Ele nasceu de uma necessidade 
concreta (crise do petróleo) e foi planejado a partir do motor a gasolina, com a alteração de 
poucos componentes deste. No entanto, os primeiros automóveis movidos a álcool apresentaram 
muitos problemas, como o seu mau funcionamento nos dias frios. Apesar disso, esse tipo de motor 
foi-se aprimorando. 
O QUE É CIÊNCIA 
A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. 
Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, 
assim, tornarem-se válidas para todos. 
Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo 
cumulativo do conhecimento, objetividade fazem da ciência uma forma de 
conhecimento que supera em muito o conhecimento espontâneo do senso 
comum. Esse conjunto de características é o que permite que denominemos 
científico a um conjunto de conhecimentos. 
O QUE É CIÊNCIA/ SENSO COMUM 
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA 
Como dissemos anteriormente, um conhecimento, para ser considerado 
científico, requer um objeto específico de estudo. 
O objeto da Astronomia são os astros, e o objeto da Biologia são os seres vivos. Essa 
classificação bem geral demonstra que é possível tratar o objeto dessas ciências 
com uma certa distância, ou seja, é possível Isolar o objeto de estudo. No caso da 
Astronomia, o cientista-observador está, por exemplo, num observatório, e o astro 
observado, a anos-luz de distância de seu telescópio. Esse cientista não corre o 
mínimo risco de confundir-se com o fenômeno que está estudando. O mesmo não 
ocorre com a Psicologia, que, como a Antropologia, a Economia, a Sociologia e 
todas as ciências humanas, estuda o homem.
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA 
Certamente, esta divisão é ampla demais e apenas coloca a Psicologia entre as 
ciências humanas. Qual é, então, o objeto específico de estudo da Psicologia? 
Se dermos a palavra a um psicólogo comportamentalista, ele dirá: 
“O objeto de estudo da Psicologia é o comportamento humano”. Se a 
palavra for dada a um psicólogo psicanalista, ele dirá: “O objeto de 
estudo da Psicologia é o inconsciente”. Outros dirão que é a consciência 
humana, e outros, ainda, a personalidade. 
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA 
A diversidade de objetos da Psicologia é explicada pelo fato de este campo do 
conhecimento ter-se constituído como área do conhecimento científico só muito 
recentemente (final do século 19), a despeito de existir há muito tempo na 
Filosofia enquanto preocupação humana. 
Esse fato é importante, já que a ciência se caracteriza pela exatidão de sua 
construção teórica, e, quando uma ciência é muito nova, ela não teve tempo 
ainda de apresentar teorias acabadas e definitivas, que permitam determinar com 
maior precisão seu objeto de estudo. 
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA 
Um outro motivo que contribui para dificultar uma clara definição de objeto da 
Psicologia é o fato de o cientista — o pesquisador — confundir-se com o objeto a 
ser pesquisado. No sentido mais amplo, o Objeto de estudo da Psicologia é o 
homem, e neste caso o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada. 
Assim, a concepção de homem que o pesquisador traz consigo “contamina” 
inevitavelmente a sua pesquisa em Psicologia. Isso ocorre porque há diferentes 
concepções de homem entre os cientistas (na medida em que estudos filosóficos e 
teológicos e mesmo doutrinas políticas acabam definindo o homem à sua maneira, 
e o cientista acaba necessariamente se vinculando a uma destas crenças).
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA 
Como, neste momento, há uma riqueza de valores sociais que permitem várias 
concepções de homem, diríamos simplificadamente que, no caso da Psicologia, 
esta ciência estuda os “diversos homens” concebidos pelo conjunto social. Assim, a 
Psicologia hoje se caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo.
Por outro lado, essa diversidade de objetos justifica-se porque os fenômenos 
psicológicos são tão diversos, que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de 
observação e, portanto, não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de descrição, 
medida, controle e interpretação.
Esta situação leva-nos a questionar a caracterização da Psicologia como ciência e 
a postular que no momento não existe uma psicologia, mas Ciências psicológicas 
embrionárias e em desenvolvimento. 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
A identidade da Psicologia é o que a diferencia dos demais ramos das ciências 
humanas, e pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca o 
homem de maneira particular. Assim, cada especialidade — a Economia, a 
Política, a História etc. — trabalha essa matéria-prima de maneira particular, 
construindo conhecimentos distintos e específicos a respeito dela. A Psicologia 
colabora com o estudo da subjetividade: é essa a sua forma particular, específica 
de contribuição para a compreensão da totalidade da vida humana. 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as visíveis 
(nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque 
somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) — é o homem-
corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está 
sintetizado no termo subjetividade.
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai 
constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da 
vida social e cultural; 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de 
cada um. É o que constitui o nosso modo de ser: “sou filho de japoneses e militante 
de um grupo ecológico, detesto Matemática, adoro samba e black music, pratico 
ioga, tenho vontade mas não consigo ter uma namorada. Meu melhor amigo é 
filho de descendentes de italianos, primeiro aluno da classe em Matemática, 
trabalha e estuda, é corinthiano fanático, adora comer sushi e navegar pela 
Internet”. Ou seja, cada qual é o que é: sua singularidade.Entretanto, a síntese que a subjetividade representa não é inata ao indivíduo. Ele a 
constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz 
isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, é ativo na sua 
construção. Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e 
transforma a si próprio.
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
O movimento e a transformação são os elementos básicos de toda essa história. E 
aproveitamos para citar Guimarães Rosa, que em Grande Sertão: Veredas, 
consegue expressar, de modo muito adequado e rico, o que aqui vale a pena 
registrar: 
“O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, 
ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e 
desafinam”. 
Convidamos você a refletir um pouco sobre esse pensamento de Guimarães Rosa. 
As pessoas não estão sempre iguais. Ainda não foram terminadas. Na verdade, as 
pessoas nunca serão terminadas, pois estarão sempre se modificando. Mas por 
quê? Como? Simplesmente porque a subjetividade — este mundo interno 
construído pelo homem como síntese de suas determinações — não cessará de se 
modificar, pois as experiências sempre trarão novos elementos para renová-la. 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
Talvez você esteja pensando: mas eu acho que sou o que sempre fui eu não me 
modifico! Por acompanhar de perto suas próprias transformações (não poderia ser 
diferente!), você pode não percebê-las e ter a impressão de ser como sempre foi. 
Você é o construtor da sua transformação e, por isso, ela pode passar 
despercebida, fazendo-o pensar que não se transformou. Mas você cresceu, 
mudou de corpo, de vontades, de gostos, de amigos, de atividades, afinou e 
desafinou, enfim, tudo em sua vida muda e, com ela, suas vivências subjetivas, seu 
conteúdo psicológico, sua subjetividade. 
Isso acontece com todos nós. 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
A Psicologia, como já dissemos anteriormente, é um ramo das Ciências Humanas e a 
sua identidade, isto é, aquilo que a diferencia, pode ser obtida considerando-se que 
cada um desses ramos enfoca de maneira particular o objeto homem, construindo 
conhecimentos distintos e específicos a respeito dele. Assim, com o estudo da 
subjetividade, a Psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida 
humana. 
É claro que a forma de se abordar a subjetividade, e mesmo a forma de concebê-la, 
dependerá da concepção de homem adotada pelas diferentes escolas psicológicas ( 
Vamos estudar mais na frente) No momento, pelo pouco desenvolvimento da 
Psicologia, essas escolas acabam formulando um conhecimento fragmentário de uma 
única e mesma totalidade — o ser humano: o seu mundo interno e as suas 
manifestações. A superação do atual impasse levará a uma Psicologia que enquadre 
esse homem como ser concreto e multideterminado 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA 
PSICOLOGIA 
Psicologia é o estudo do comportamento e as funções mentais. A psicologia tem como objetivo 
imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios 
universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo alguns, como objetivo final o 
benefício geral da sociedade. Um pesquisador ou profissional desse campo é conhecido como 
psicólogo, podendo ser classificado como cientista social, comportamental ou cognitivo. A 
função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento 
individual e social, estudando também os processos fisiológicos e biológicos que acompanham 
os comportamentos e funções cognitivas.
Psicólogos exploram conceitos 
como percepção, cognição, atenção, emoção, Inteligência, fenomenologia, motivação, funcion
amento do cérebro humano, personalidade, comportamento, relacionamentos interpessoais, 
incluindo resiliência, entre outras áreas. Psicólogos de orientações diversas também estudam 
conceitos como o inconsciente e seus diferentes modelos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento#Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_sociais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_do_comportamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_cognitiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fisiologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurobiologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cogni%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aten%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Motiva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro_humano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_personalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Relacionamento_interpessoal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Resili%C3%AAncia_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente
Natureza da psicologia moderna
◦ A filosofia pode contribuir muito para a nossa compreensão da psicologia como 
ciência. Mas como? Simples, desde a Antiguidade, os filósofos buscam respostas sobre 
a relação homem-mundo. Os filósofos, chamados, pré-socráticos preocupavam-se, 
naquela época, em relacionar o homem com o mundo por meio da percepção. A 
psicologia ganha bastante consistência com a filosofia socrática, onde passa a ser 
questionada a diferença entre homens e animais, chegando a grande diferenciação, 
chamada de razão. A partir desta perspectiva, inicia-se a grande discussão em 
relação a razão, sobretudo em relação a esta ser uma particularidade da espécie 
humana. As discussões subsequentes giram em torno do local da razão no corpo. 
Entre muitas discussões, ponderações sobre sua localização passaram pelo estudo da 
alma. Com o advento do Cristianismo, a força religiosa favorece o estudo do 
psiquismo. Na Renascença, Descartes (um importante filósofo para a psicologia) faz 
uma separação concisa entre mente e corpo, instituindo-as como unidades distintas.
Natureza da psicologia moderna
◦ Em meados do século XIX, os temas em psicologia eram, fundamentalmente, discutidos por 
filósofos e passam a ser investigados pela neurofisiologia. Com isso, torna-se necessária a 
identificação dos mecanismos psíquicos que fazem o cérebro funcionar. A descoberta do 
movimento reflexo contribui, primordialmente, para a compreensão de que nem todas as 
atividades motoras estão ligadas à consciência. Uma profunda descoberta para a época! 
Assim, começam a surgir os primórdios da psicologia científica, e as ações em psicologia 
intensificam-se, de modo que a Alemanha torna-se o berço da psicologia moderna ou 
científica. 
◦ A princípio, a psicologia científica se constitui por três escolas, chamadas de 
Associacionismo (aprendizagem por associação de ideias), Estruturalismo (preocupação 
da consciência para compreensão de seus aspectos estruturais) e o Funcionalismo (estudo 
da consciência para compreender seu funcionamento). Ao final do século XX, estas teorias 
passam a ser substituídas por novas correntes psicológicas: Behaviorismo (teoria do estímulo 
resposta), Psicanálise (teoria que propõe o inconsciente como objeto de estudo) e a 
Gestalt (teoria da percepção).
Aprendizagem
◦ Pode-se definir aprendizagem como um conjunto de processos psicológicos 
(cognitivos, emocionais, motivacionais e comportamentais) que permitem que as 
pessoas adquiram (ou aprendam) algo novo, COIMBRA (2002). Cotidianamente 
somos solicitados a colocar em ação aquilo que aprendemos para dar resposta ás 
solicitações e desafios com os quais nos defrontamos ao interagir com o meio. Nossa 
adaptação ao ambiente social no qual estamos inseridos depende diretamente de 
nossos conhecimentos, levando-nos a empreender esforços para adquirir o máximo 
de informações ao longo de nossas vidas. Sendo um processo dinâmico, contínuo, 
gradativo e cumulativo,cada nova informação adquirida vai sendo integrada a 
conhecimentos anteriores promovendo mudanças. Nesse processo o envolvimento e 
os esforços pessoais do aprendiz são determinantes Se procurarmos observar o 
comportamento de seres humanos, constataremos que a maior parte dos 
comportamentos por nós exibidos são aprendidos.
Aprendizagem
◦ Embora não só humanos apresentem a capacidade de aprender, o que chama 
nossa atenção é a importância que a aprendizagem tem para nossa espécie. Se 
comparada a outras espécies animais, o homem é aquele que nasce mais 
desprotegido e, a capacidade de aprender, é sua maior arma para a sobrevivência. 
Em diferentes áreas do conhecimento humano (psicologia, educação, biologia, etc..) 
as tentativas de explicações acerca de como acontece o complexo processo de 
aprender levam a formulações de várias teorias explicativas diferentes que, embora 
consigam arrebanhar número significativo de adeptos, não alcançam adesão 
exclusiva.
Aprendizagem
◦ Tipos de Aprendizagem: 
◦ Aprendizagem cognitiva: é aquela que resulta no armazenamento organizado de 
informações na mente do ser que aprende 
◦ Aprendizagem afetiva: é aquela que resulta de sinais internos ao indivíduo e pode ser 
identificada como experiências tais como prazer e dor, satisfação ou 
descontentamento, alegria ou ansiedade. 
◦ Aprendizagem psicomotora: é aquela que envolve respostas musculares adquiridas 
mediante treino e prática. Ex. aprender a tocar piano jogar golfe ou dançar balé. 
◦ Aprendizagem: “qualquer processo que, em organismos vivos, leve a uma mudança 
permanente em capacidades e que não deva unicamente ao amadurecimento 
biológico ou envelhecimento”.
A estrutura da Personalidade 
estabelecida por Freud 
◦ O maior explorador da psicanálise, Sigmund Freud, arriscou ordenar três componentes 
básicos da vida psíquica humana. Sendo eles: o id, ego e superego. 
◦ O id é o elemento mais primitivo da personalidade, sendo este o sistema original com 
o qual já nascemos. Formado por instintos, composto pelo prazer e impulsos orgânicos. 
Tudo é transmitido dos pais. O id é um elemento primordial para a estrutura da 
personalidade, pois é a estrutura original e mais essencial da personalidade. A partir 
dele que são ampliadas outras estruturas. 
A estrutura da Personalidade 
estabelecida por Freud 
◦ O ego começa a ser desenvolvido após o nascimento, quando o bebê começa a se 
interagir com o seu ambiente. O ego procura o prazer em contato com a realidade. É 
um elemento do aparelho psíquico que aumenta a partir do id, para inteirar e atender 
suas exigências. Tem como desígnio garantir a saúde, sanidade e segurança da 
personalidade. Procura controlar ou regular os impulsos presentes do id, de modo que 
a pessoa busque soluções menos imediatas e mais realistas. Tem como função 
enfrentar a necessidade de diminuir a tensão e elevar o prazer. 
A estrutura da Personalidade 
estabelecida por Freud 
◦ O superego, esta terceira parte da estrutura da personalidade, representa o aspecto moral 
dos seres humanos. Ele se desenvolve quando os pais ou outros adultos transmitem valores 
e as normas da sociedade à criança. Esta é a última parte da personalidade que é 
desenvolvida a partir do ego. Trabalha como censor, informando para o ego o que é certo 
e errado sobre as atividades mentais e pensamentos presentes no ego. Freud apresenta 
três funções do superego: consciência, auto-observação e formação de ideias. É 
estabelecido a partir do superego dos pais, sendo este o veículo de todos os julgamentos e 
valores que são transmitidos de geração em geração. 
◦ Estes três componentes (id, ego e superego) segundo Freud compõem o modelo estrutural 
da personalidade que podem representar a impulsividade, racionalidade e a moralidade, 
respectivamente, de uma maneira que deve ser entendida como conceito. 
◦ Esta divisão constituída por Freud foi um grande passo na história da psicologia. Através da 
criação da psicanálise ele colaborou enormemente na medicina para diversos tratamentos 
das mais variadas doenças mentais. 
A estrutura da Personalidade 
estabelecida por Freud 
◦ Vídeo.
Tipos de Temperamentos
Tipos de Temperamentos
Tipos de Temperamentos
Temperamento é um aspecto da personalidade que aponta as particularidades do 
comportamento. Trata-se de um conjunto de tendências que têm relação com a forma 
de ver o mundo, os interesses, as habilidades e os valores mais evidentes de um 
indivíduo. 
A teoria dos temperamentos surgiu por volta do ano 400 a.C., e foi criada por 
Hipócrates — o pai da medicina. Desde então, o temperamento dos indivíduos tem sido 
objeto de estudo de diversos psicólogos, neurocientistas e filósofos. Em geral, a maioria 
das teorias apontam a existência de quatro grupos de temperamentos: sanguíneo, 
fleumático, colérico e melancólico. Conheça cada um deles a seguir: 
Tipos de Temperamentos
◦ Vamos começar pelo Temperamento Colérico
◦ Nosso “amigo” colérico vive na ação. Ele quer realizar, atingir seu objetivo. Faz de si 
mesmo a imagem do herói. Se você pede para ele te contar o que aconteceu no fim 
de semana, ele vai contar a história de um problema que resolveu, ou um desafio que 
venceu.
◦ Fisicamente ele tem duas características bem marcantes. Os olhos cheios de fogo 
(fogo é seu elemento) faíscam quando contrariados e um andar de passos firmes; 
costuma bater seu calcanhar no chão. Na praia é fácil identificá-lo. Ele vai 
caminhando e deixando as marcas de seus calcanhares. O tipo puro, se existisse, seria 
um baixinho “invocado”.
Tipos de Temperamentos
◦ Tronco grande para o tamanho das pernas, ombros largos, pescoço curto, testa alta. 
Vai em direção ao seu objetivo sem prestar muita atenção ao que acontece ao 
redor.
◦ Vamos encontrar grandes líderes na história com este perfil colérico. Napoleão talvez 
seja o tipo mais conhecido. É possível ver sua cólera saindo pelos olhos.
Tipos de Temperamentos
◦ Como todo bom colérico, conheceu a derrota pelo excesso de confiança e por não 
ouvir as pessoas. Apesar de todos os conselhos contrários, invade a Rússia com 800 mil 
soldados da Grande Armée. E, derrotado, retorna a Paris com apenas 35 mil. Perde o 
trono e a liberdade ao se propor uma tarefa que estava além do seu limite e ao da 
França.
◦ Na política brasileira, a presidenta Dilma e o ex-presidente Fernando Collor são bons 
exemplos de coléricos.
Nas organizações encontramos muitos coléricos em posição de liderança. Já que eles 
decidem, vão sendo promovidos até atingirem seu nível de incompetência.
◦ Os coléricos são capazes de ter uma grande discussão com você. Aos berros insulta e, 
depois, no momento seguinte, te trata como se nada tivesse acontecido. E para eles 
nada aconteceu mesmo.
Tipos de Temperamentos
◦ Como lidar com coléricos? Algumas dicas:
◦ Não abaixe o olhar para ele. Não é fácil com aqueles olhos fuzilantes. Mas se você o 
fizer, ele pode perder o respeito por você.
◦ Enfrente-o, mas sem brigar. Olhe nos olhos dele, coloque seus pontos de vista 
calmamente e com firmeza. Fale num tom um pouco mais baixo que o dele. Se não, 
ele vai subir o tom e logo vocês estarão gritando.
◦ Não tenha medo do chilique que ele possa dar. Ele esquece rapidamente e o mais 
provável é que ele passe a respeitá-lo mais. E se não mudar de opinião na hora, ele 
mudará depois, quando se acalmar.
Tipos de Temperamentos
◦ Como lidar com coléricos? Algumas dicas:
◦ Não abaixe o olhar para ele. Não é fácil com aqueles olhos fuzilantes. Mas se você o fizer, 
ele pode perder o respeito por você.
◦ Enfrente-o, mas sem brigar. Olhe nos olhos dele, coloque seus pontos de vista calmamente 
e com firmeza. Fale num tom um pouco mais baixo que o dele. Se não, ele vai subir o tom e 
logo vocês estarão gritando.
◦ Não tenha medo do chilique que ele possa dar. Ele esquece rapidamente e o mais 
provável é que ele passe a respeitá-lo mais. E se não mudar de opinião na hora, elemudará depois, quando se acalmar
◦ Coléricos são movidos a desafios. Se você fizer com que esta energia se volte para o 
autodesenvolvimento, são capazes de mudanças profundas.
◦ Portanto, se quiser motivar um colérico, desafie-o. Outra coisa é dar-lhe tarefas que estejam 
um pouco além das suas capacidades, para que ele desbaste suas garras e descubra que 
precisa de ajuda.
Tipos de Temperamentos
◦ Sanguíneo
◦ Seu elemento é o ar. Andar saltitante, leve. Olhos vivos, interessados, com um rosto muito 
expressivo. Extrovertido, vive fora de si. Suas qualidades são agilidade, flexibilidade, 
inovação. Se você lhe pede uma ideia, ele lhe dá cinco. É aquele tipo que lê a orelha de 
um livro e sai dando palestra. Inteligentes, rápidos, conhecem todo mundo, são amigos de 
todos. Difícil conflitar com eles; são muito escorregadios.
◦ Distraídos, cheios de interesses dos mais variados. Nossa sociedade hoje é muito sanguínea, 
por isso é tão valorizada. Faz várias coisas ao mesmo tempo. É a última a chegar na 
reunião e a primeira a sair. Uma boa imagem do tipo sanguíneo é o estereótipo do 
brasileiro: amigável, criativo, flexível, festeiro, dá um jeitinho em tudo. Deixa tudo para 
última hora, não planeja.
◦ Outro dia li, em uma revista, algumas dicas para estrangeiros no Brasil: Não chegue no 
horário no Brasil, não é de bom tom, chegue cinco minutos atrasado, no mínimo. Nós 
podemos ficar bravos com este estereótipo, mas não há como não ligá-lo à nossa 
realidade. Se seu amigo marca uma festa às 20h horas da noite, na casa dele, e você 
chegar exatamente às 20, corre o risco de encontrá-lo arrumando as coisas.
Tipos de Temperamentos
◦ As obras de mobilidade urbana não ficaram prontas para a Copa. Não tem problema, decretamos 
feriado no dia!
◦ Na política brasileira, Lula é o presidente mais popular da história do país, ele tem muito de sanguíneo.
◦ O PAC 1 emperra, a gente lança o PAC 2. Os companheiros Netanyahu e Ahmadinejad estão em 
conflito, a gente vai lá e faz um acordo. É igual no sindicato em São Bernardo. Se não há sanguíneos na 
sua equipe, não se tem inovação, bom humor, leveza. Se você não tem “sanguinidade”, não gosta de 
mudanças, de fazer diferente, de conhecer pessoas.
◦ Como lidar com este tipo?
◦ A princípio não dê tarefas de longo prazo e só faça follow-up no final. É provável que ele não tenha 
feito o que você pediu e ainda te convença de que o que ele fez no lugar foi muito melhor.
◦ Dê-lhe atividades diferentes, liberdade para inovar. Procure conhecê-lo muito bem em termos pessoais. 
Quando você atravessa essa primeira capa de superficialidade e faz um contato mais profundo, 
perceberá que eles são capazes de desenvolver admiração genuína pelas pessoas.
Tipos de Temperamentos
◦ Fleumático
◦ Qual o povo famoso no mundo pela fleuma? O inglês.
◦ A fleuma britânica é lendária!
◦ Há um filme de 1964, chamado “Zulu”, que retrata um episódio real do século XIX. Nele, um forte inglês 
é cercado por milhares de guerreiros zulus que atacam com fúria devastadora. E os soldados ingleses, 
organizados em diversas linhas com profundidades diferentes, vão atirando, um após o outro, no 
mesmo ritmo. Enquanto um atira, o outro carrega as armas. Metodicamente, por horas a fio. A única 
coisa que os faz parar? Hora do chá! Algumas linhas, organizadamente, sem pressa, tomam seu chá, 
enquanto os outros continuam com seu trabalho. Até todo o exército Zulu estar morto. Isto é fleuma!
◦ Em Londres, no dia seguinte às explosões terroristas de 7 de julho de 2005, todas as estações estavam 
funcionando. As pessoas iam calmamente para seu trabalho. Já imaginou a seguinte cena aqui no 
Brasil ou na Itália: A orquestra do Titanic tocando suas músicas, enquanto o navio afunda?
◦ A fleuma britânica derrotou Hitler, que fez com que a força aérea alemã atacasse a população 
britânica, esperando que ela ficasse aterrorizada. E é claro, apesar do bombardeio, continuou 
seguindo sua rotina normalmente.
Tipos de Temperamentos
◦ Pessoas fleumáticas ou que têm fleuma possuem um andar pesado e ritmado. Olhos 
amigáveis, cara simpática. Tendem mais para o sobrepeso. Seu lema é “devagar e 
sempre”. Aí está sua força. São capazes de manter um esforço constante, por um longo 
tempo. Geram resultados sólidos e consistentes. Diante das crises, mantêm a calma e 
seguem o seu ritmo.
◦ Há grandes líderes da história com características fleumáticas. O Marquês de Pombal é um 
deles. Logo após o terremoto de Lisboa, que matou um terço de toda a população 
lisboeta, correram ao marquês e perguntaram: “E agora?”. Ao que ele respondeu 
calmamente: “Enterraremos os mortos e cuidaremos dos vivos”. Simples assim!
◦ Sobre Luís XIV, o maior rei que a França já teve, dizem que era possível ajustar o relógio de 
acordo com o que ele estava fazendo. Seguia uma rotina incansável.
◦ Na política brasileira, o ex-presidente Fernando Henrique é um bom exemplo de fleumático.
◦ Fleumáticos são bons ouvintes, observadores, bem humorados e os ritmos do corpo são 
muito importantes para eles. Se quer deixar um fleumático irritado, basta atrasar o horário 
de almoço.
Tipos de Temperamentos
◦ Como lidar com um fleumático?
◦ A primeira dica é não tentar acelerá-lo! É contra produtivo. Ele vai se atrapalhar. Dê 
uma tarefa com horário pré-determinado e de qualidade. No horário combinado ela 
estará pronta. Se você ficar fazendo follow-up, ele vai se atrapalhar e não vai 
conseguir.
◦ Eles gostam de ritmo/rituais, isto os fortalece. Marque reuniões de monitoramento com 
antecedência, tenha uma rotina com ele.
◦ E cuidado! Fleumáticos são muito calmos e tranquilos, mas a ira fleumática é 
devastadora. Se você encher muito o “saco” dele, mas muito mesmo, corre o risco de 
ver uma explosão descontrolada. Estes assassinatos que acontecem, em que o 
indivíduo mata, corta em pedacinhos, sai com o corpo numa mala, calmamente, e 
volta como se nada tivesse acontecido, geralmente foi um fleumático irado que 
cometeu.
Tipos de Temperamentos
◦ Melancólico
◦ O elemento do melancólico é a terra. Isto lhe dá peso, densidade.
◦ O tipo puro (para efeito didático) teria ombros caídos, andar arrastado, olhos tristes, aparência 
envelhecida.
◦ A grande qualidade do melancólico é a profundidade. Enquanto nosso amigo sanguíneo leu a 
orelha do livro para dar a palestra, este leu dez livros. Se for para falar por cinco minutos, ele está 
preparado para falar por horas.
◦ É pessimista, ótimo para ver tudo que pode dar errado naquele projeto. É muito crítico consigo e, 
em consequência, com os outros e as coisas. Faz diagnósticos como ninguém, gosta de 
encontrar a causa raiz do problema.
◦ Não se contenta com os sintomas. É capaz de grandes sacrifícios e dedicação a alguém ou a 
uma causa.
◦ Tem poucos amigos, mas é extremamente leal aos que tem e os mantém por toda a vida.
◦ A cultura japonesa tem fortes traços de melancolia. Político japonês quando pego em 
corrupção, se mata. No Brasil, foge para Riviera com a amante e volta a ser candidato quando 
esquecerem o escândalo.
Nas famílias japonesas, o filho mais velho se sacrifica para que os demais estudem. Da mesma 
forma, portugueses e argentinos têm muito desta qualidade melancólica.
Tipos de Temperamentos
◦ Como melancólicos famosos, temos Chopin e Madame Curie. A única
mulher a ganhar dois prêmios Nobel, Madame Curie continuou sua pesquisa
com a radioatividade, mesmo sabendo que isso a estava matando.
◦ Quando você passar mal, sozinho, naquele sábado de madrugada, com
seus cálculos renais, vai precisar de ajuda. Você vai ligar para seu amigo
colérico e o telefone estará fora de área, já que ele foi acampar. Seu amigo
sanguíneo não vai entender o que você está falando, pois o som da casa
noturna em que ele está é muito alto. Seu amigo fleumático não vai acordar,
está dormindo profundamente. Quem vai te levar para o hospital? Sim, é ele,
o leal melancólico. Apesar de reclamar um pouco no caminho.
◦ Líderes melancólicos são ótimos para nossa aprendizagem. Pegamtodos os
erros que cometemos nos nossos relatórios. Para ele, o relatório sempre pode
ser melhor. Se você for o liderado, uma dica, não dê “chute” nas respostas
ou resultados. Se você não tiver consistência no que diz, ele vai perder o
respeito por você. Falar um número hoje e outro amanhã é a morte.
◦ Não tente alegrar melancólicos, eles não gostam. São movidos por sacrifício
e por dever. Convoque-o para algum sacrifício e ele vai dar o melhor de si.
Tipos de Temperamentos
◦ Melancólico
◦ Como melancólicos famosos, temos Chopin e Madame Curie. A única mulher a ganhar dois prêmios 
Nobel, Madame Curie continuou sua pesquisa com a radioatividade, mesmo sabendo que isso a 
estava matando.
◦ Quando você passar mal, sozinho, naquele sábado de madrugada, com seus cálculos renais, vai 
precisar de ajuda. Você vai ligar para seu amigo colérico e o telefone estará fora de área, já que ele 
foi acampar. Seu amigo sanguíneo não vai entender o que você está falando, pois o som da casa 
noturna em que ele está é muito alto. Seu amigo fleumático não vai acordar, está dormindo 
profundamente. Quem vai te levar para o hospital? Sim, é ele, o leal melancólico. Apesar de reclamar 
um pouco no caminho.
◦ Líderes melancólicos são ótimos para nossa aprendizagem. Pegam todos os erros que cometemos nos 
nossos relatórios. Para ele, o relatório sempre pode ser melhor. Se você for o liderado, uma dica, não dê 
“chute” nas respostas ou resultados. Se você não tiver consistência no que diz, ele vai perder o respeito 
por você. Falar um número hoje e outro amanhã é a morte.
◦ Não tente alegrar melancólicos, eles não gostam. São movidos por sacrifício e por dever. Convoque-o 
para algum sacrifício e ele vai dar o melhor de si.
Resumindo ....
Tipos de Temperamentos
Sanguíneo: 
Este temperamento é expansivo, otimista e impulsivo. Extrovertidos e sensíveis, os 
sanguíneos são indivíduos que não passam desapercebidos, pois são espontâneos e 
gostam de interagir. Além disso, costumam fazer gestos largos e falar bem em público 
Pontos fortes: são comunicativos, resilientes, lideram pelo exemplo, adaptáveis e 
entusiastas; 
Pontos que precisam ser trabalhados: impulsividade, falta de atenção, superficialidade, 
exagero e indisciplina.
Tipos de Temperamentos
Fleumático - é o tipo de temperamento com quem é mais fácil relacionar-se.
Este temperamento é sonhador, pacífico, dócil. Os fleumáticos prezam a rotina, o 
silêncio e dificilmente perdem o controle, pois costumam avaliar antes de reagir. São 
pacientes, observadores, disciplinados, preferem não manifestar suas opiniões em 
público e não costumam reagir bem às críticas. 
Ela se desmotiva com facilidade e se contenta com pouco. Tem fortes tendências para 
o comodismo e conformismo, além de ser muito conservadora e rígida. Encontra muita 
dificuldade em trabalhar em equipe.
Pontos fortes: são equilibrados e confiáveis; 
Pontos que precisam ser trabalhados: lentidão, resistência as mudanças e indecisão.
Tipos de Temperamentos
Colérico 
Este temperamento é explosivo, ambicioso e dominador. Indivíduos coléricos são 
determinados e possuem grande capacidade de planejamento, além de muita 
energia e impulsividade. São líderes natos e explosivos, não tem medos de assumir riscos 
e enfrentar desafios.
Pontos fortes: determinação, habilidade de liderança e praticidade; 
Pontos que precisam ser trabalhados: Agitado, Impulsivo, tendendo muitas vezes ao 
egoísmo, arrogância, egocentrismo, intolerância, impaciência. Muitas vezes demonstra 
insensibilidade e indiferença.
Tipos de Temperamentos
Melancólico 
Este temperamento é tímido, artístico e solitário. Os melancólicos têm a sensibilidade 
muito aflorada, e são pessoas profundas, detalhistas e introvertidas, com tendência a 
guardar seus sentimentos, sendo incapaz de ferir alguém. São fiéis, desconfiados e 
tendem a escolher profissões que possam exercer sozinhos. 
Pontos fortes: lealdade, empatia, dedicação e sensibilidade; 
Pontos que precisam ser trabalhados: concentração, perdem o foco muito rápido, 
pessimismo e inflexibilidade.
Tipos de Temperamentos
◦ Os quatro arquétipos, na sua forma pura, não existem. Todos nós temos os quatro temperamentos 
humanos. Um mais preponderante, o outro um pouco menor, um terceiro menor ainda e o quarto 
residual.
◦ São quatro forças viscerais que advêm da nossa vontade. É importante esclarecer que temperamentos 
humanos não determinam comportamentos. Supomos que seu carro foi fechado enquanto dirigia; 
você saiu para tomar satisfações e levou uma baita surra. Espera-se que, na próxima vez que for 
fechado, você não saia do carro, mas a vontade estará lá.
◦ A forma como o temperamento se expressa pode e deve ser educada ao longo da vida.
◦ Mas, ao conhecer melhor o seu temperamento, será mais fácil entender o seu padrão de pensamento 
e de ação, mais provável e/ou natural, em determinadas situações. Assim, você poderá mudar o 
padrão, de acordo com a situação específica.
◦ O temperamento, em si, mudamos pouco ao longo da vida.
◦ Crianças tendem a ser mais sanguíneas. Conte uma história para uma criança e observe o seu rosto se 
transformando a cada cena, preenchido de “sanguinidade”.
◦ Adolescentes tendem a ser mais coléricos. Adultos, mais melancólicos, e, idosos, fleumáticos. Se você 
quiser provocar um motim no asilo, mude o horário da refeição. Ou, chegue atrasado para a 
macarronada da avó no domingo.
Tipos de Temperamentos
◦ À medida que envelhecemos, vamos ganhando certo distanciamento das coisas. 
Mas, Rudolf Steiner resume bem o desafio que temos. Ele diz que, devemos estudar 
como um melancólico ( detalhista e dedicado), nos interessar pelo mundo como um 
sanguíneo (Otimista e extrovertido), fazer as coisas como um colérico ( Habilidade, 
praticidade e energia), enfrentar os altos e baixos da vida como um fleumático 
(Sonhador, pacifico e dócil).

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