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AÇAO ANULATÓRIA

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Prévia do material em texto

AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ________ 
 
 
 
 
 
(nome completo do autor), (estado civil), (profissão, 
inscrito no CPF sob nº (CPF), portador do RG nº (RG), 
residente e domiciliado em (logradouro) ,, vem à presença 
de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra 
assinado, ajuizar 
 
AÇÃO ANULATÓRIA 
 
em face de (nome completo do réu) , pessoa jurídica de 
direito privado, inscrita no CNPJ sob nº (CNPJ) , Inscrição 
Estadual nº , com sede em (logradouro), , pelos motivos e 
fatos que passa a expor. 
 
DOS FATOS 
Em (data), o primeiro Réu firmou contrato com o segundo Réu para a 
compra e venda de (descrição do objeto) , conforme docs em anexo. 
Ocorre que referido contrato é nulo, pois (indicar motivo) Portanto, 
tem-se por necessário o reconhecimento da nulidade do negócio jurídico, uma vez 
que foi simulado, razão pela qual busca por intervenção judiciária. 
 
DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
O Código Civil dispõe expressamente sobre os requisitos de validade 
do negócio jurídico, prevendo a nulidade nos seguintes caos: 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-166
/lei/CC/codigo-civil/art-166,inc-I
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for 
ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere 
essencial para a sua validade; 
Assim, considerando estarmos diante de um processo legal que não 
foi observado, tem-se por necessária a declaração de nulidade do ato jurídico e 
todos os seus efeitos, como leciona a doutrina: 
"O negócio nulo não pode produzir nenhum efeito jurídico. 
Caso tenha produzido efeitos no mundo fático, o 
reconhecimento judicial dessa nulidade retira esses efeitos, 
pois esse reconhecimento tem eficáciaex tunc, isto é, 
retroativa, retroagindo à data da celebração do negócio nulo. 
Pronunciada a nulidade as coisas voltam ao estado anterior, 
como se não tivesse sido celebrado o negócio ou ato nulo." 
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. 
Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão 
ebook, Art. 166). 
Nulidade que resta evidenciada pelos fundamentos a seguir. 
 
DO ERRO - VÍCIO DE CONSENTIMENTO 
Trata-se de ato impugnado cometido em manifesto vício de 
consentimento, uma vez que o autor foi induzido em erro ao assinar referidos 
documentos, entendendo tratar-se de simples (indicar erro de compreensão) . 
Nitidamente o autor não teve orientações suficientemente claras 
sobre os efeitos daquela formalização, utilizando-se o réu da baixa instrução do 
autor para induzi-lo a assinar referido termo. 
A doutrina ao conceituar o "erro" aduz exatamente a situação 
aplicável ao presente caso: 
Erro. Noção inexata ou falsa que temos de uma coisa; a falta 
de concordância entre a vontade interna e a vontade-
declarada. Caso em que a parte alegava que prestara o seu 
assentimento a um ato declarado como de seu interesse 
quando em realidade operava em seu prejuízo (RT 182/156). 
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. 
Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão 
ebook, Art. 138) 
/lei/CC/codigo-civil/art-166,inc-II
/lei/CC/codigo-civil/art-166,inc-III
/lei/CC/codigo-civil/art-166,inc-IV
/lei/CC/codigo-civil/art-166,inc-V
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-166
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-138
Evidentemente que diante de uma situação tão grave em que o autor 
estava passando, não seria racional o autor abrir mão de seus direitos. 
 
Como prova do alegado, indica testemunhas que acompanharam todo 
o processo, bem como, junta os e-mails evidenciando (indicar provas) 
Assim, provado o vício de consentimento, tem-se por necessária o 
reconhecimento da nulidade do ato que (indicar ato nulo) . 
 
DA SIMULAÇÃO 
Conforme narrado, a declaração de vontade materializada no ato 
jurídico, ora impugnado, exprime aparentemente um negócio jurídico, mas as partes 
não efetuaram negócio algum. 
A maior evidência desta simulação fica consubstanciado no fato de 
que (descrever evidências da simulação) 
Trata-se de pacto firmado entre os demandados com a nítida intenção 
de fraudar ação futura que iria comprometer parte do seu patrimônio, configurando 
contrato simulado, nos termos do Art. 167 do Código Civil: 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas 
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e 
na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas 
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula 
não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou 
pós-datados. 
Assim, considerando que a situação fática se encaixa perfeitamente no 
inciso I do §1º, tem-se por necessária a nulidade do contrato. 
Arnaldo Rizzardo ao disciplinar sobre o tema, esclarece sobre a 
configuração de contrato simulado: 
"a) É declaração bilateral da vontade, tratada com a outra 
parte, ou com a pessoa a quem ela se destina. Importa o 
conhecimento da vontade pela pessoa, vontade ignorada por 
terceiros. 
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-167,inc-II
/lei/CC/codigo-civil/art-167,inc-III
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1
b) Não corresponde à intenção das partes, as quais disfarçam 
seu pensamento. (...) 
c) É feita no sentido de iludir terceiros. Os ajustes aparentam 
ser positivos e certos, mas formam negócios jurídicos 
fantasiosos, imaginários, não queridos pelos 
interessados,(...)." (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 16ª ed. 
Forense, 2017. Kindle edition, pos. 1636) 
Ao lecionar sobre a matéria, Nelson Nery Jr. destaca sobre a gravidade 
de tal ato: 
"A simulação não é vício do consentimento, como o erro, o 
dolo ou a coação. A simulação é defeito da declaração de 
vontade que pode ser qualificado como vício social. Isto é, é 
vício que tutela a confiança nas declarações de vontade. 
Assim sendo, tem maior gravidade que esses outros 
vícios negociais atrás citados, os quais têm por natureza 
a tutela de interesses particulares. A simulação tutela 
interesses sociais, inclusive públicos, na higidez das 
declarações. Muito mais que o erro, o dolo, a coação, a 
simulação implica a tutela de interesse de terceiros (muitas 
vezes a simulação interfere em interesses contratuais de 
terceiros)." (NERY JUNIOR, Nelson. Código civil comentado. 
2ª ed. Ed. Revista dos Tribunais, 2017. Ebook edition. Art. 
167) 
Trata-se, portanto, de contrato simulado, devendo ser considerado 
nulo, nos termos do Art. 167 do Código Civil, conforme já destacado pelo Superior 
Tribunal de Justiça: 
"Há simulação quando, com intuito de ludibriar 
terceiros, o negócio jurídico é celebrado para garantir 
direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente 
se conferem ou transmitem." (STJ, 3.ª T., REsp 1195615-
TO, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva). 
 
Razões pelas quais evidenciam a simulação do negócio jurídico, 
devendo conduzir à sua imediata nulidade. 
 
DA INCAPACIDADE DA PARTE 
Conforme relatado, o contrato foi firmado em (data do contrato) , data 
em que (indicar incapaz) já era acometido por incapacidade oriunda de (indicar 
doença incapacitante) , conforme (indicar provas) que junta em anexo. 
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil
Para validade do negócio jurídico, nos termos do Art. 104 do Código 
Civil, exige-se: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
No entanto, tais requisitos não foram observados, culminandona sua 
nulidade. 
A incapacidade da parte era de total conhecimento do Réu que 
(indicar prova) de ciência, demonstrando a má fé em aproveitar-se da situação de 
incapacidade. 
 
No caso de analfabetirmo, o Código Civil dispôs alguns requisitos de 
validade, quais sejam: 
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando 
qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o 
instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por 
duas testemunhas. 
 
Motivos que devem conduzir à procedência da demanda. 
DA SIMULAÇÃO 
Conforme narrado, a declaração de vontade materializada no ato 
jurídico, ora impugnado, exprime aparentemente um negócio jurídico, mas as partes 
não efetuaram negócio algum. 
A maior evidência desta simulação fica consubstanciado no fato de 
que ________ 
Trata-se de pacto firmado entre os demandados com a nítida intenção 
de fraudar ação futura que iria comprometer parte do seu patrimônio, configurando 
contrato simulado, nos termos do Art. 167 do Código Civil: 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas 
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e 
na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas 
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula 
/lei/CC/codigo-civil/art-104
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-104,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-104,inc-II
/lei/CC/codigo-civil/art-104,inc-III
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-595
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-167,inc-II
não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou 
pós-datados. 
Assim, considerando que a situação fática se encaixa perfeitamente no 
inciso I do §1º, tem-se por necessária a nulidade do contrato. 
Arnaldo Rizzardo ao disciplinar sobre o tema, esclarece sobre a 
configuração de contrato simulado: 
"a) É declaração bilateral da vontade, tratada com a outra 
parte, ou com a pessoa a quem ela se destina. Importa o 
conhecimento da vontade pela pessoa, vontade ignorada por 
terceiros. 
b) Não corresponde à intenção das partes, as quais disfarçam 
seu pensamento. (...) 
c) É feita no sentido de iludir terceiros. Os ajustes aparentam 
ser positivos e certos, mas formam negócios jurídicos 
fantasiosos, imaginários, não queridos pelos 
interessados,(...)." (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 16ª ed. 
Forense, 2017. Kindle edition, pos. 1636) 
Ao lecionar sobre a matéria, Nelson Nery Jr. destaca sobre a gravidade 
de tal ato: 
"A simulação não é vício do consentimento, como o erro, o 
dolo ou a coação. A simulação é defeito da declaração de 
vontade que pode ser qualificado como vício social. Isto é, é 
vício que tutela a confiança nas declarações de vontade. 
Assim sendo, tem maior gravidade que esses outros 
vícios negociais atrás citados, os quais têm por natureza 
a tutela de interesses particulares. A simulação tutela 
interesses sociais, inclusive públicos, na higidez das 
declarações. Muito mais que o erro, o dolo, a coação, a 
simulação implica a tutela de interesse de terceiros (muitas 
vezes a simulação interfere em interesses contratuais de 
terceiros)." (NERY JUNIOR, Nelson. Código civil comentado. 
2ª ed. Ed. Revista dos Tribunais, 2017. Ebook edition. Art. 
167) 
Trata-se, portanto, de contrato simulado, devendo ser considerado 
nulo, nos termos do Art. 167 do Código Civil, conforme já destacado pelo Superior 
Tribunal de Justiça: 
"Há simulação quando, com intuito de ludibriar 
terceiros, o negócio jurídico é celebrado para garantir 
direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente 
/lei/CC/codigo-civil/art-167,inc-III
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-167,par-1
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil/art-167
/lei/CC/codigo-civil
se conferem ou transmitem." (STJ, 3.ª T., REsp 1195615-
TO, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva). 
Razões pelas quais evidenciam a simulação do negócio jurídico, 
devendo conduzir à sua imediata nulidade. 
DA NULIDADE DA VENDA 
A transmissão de bens do ascendente ao descendente, se onerosa, 
deverá obedecer ao mandamento contido no Código Civil: 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, 
salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante 
expressamente houverem consentido. 
Para validade do negócio jurídico, o consentimento do cônjuge e dos 
demais descendentes deve ser expresso, por escrito, declarando a sua ciência e 
concordância com a venda e as condições previstas no contrato ou escritura. 
Portanto, manifestamente ilegal a compra e venda perpetrada pelas 
partes, culminando na sua anulabilidade, conforme assevera doutrina especializada 
no tema: 
"Anulabilidade do ato. A venda que se celebra em 
desobediência ao que está prescrito neste artigo padece 
do vício de anulabilidade, conforme expressamente 
previsto em lei, no contexto do sistema (CC 171 caput). 
Diante da clareza do texto, está afastada a polêmica 
doutrinal surgida na vigência do sistema anterior, sobre ser, 
nessa hipótese, o ato nulo ou anulável." (NERY JUNIOR, 
Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil 
Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 
496) 
Ou seja, diante da ausência de autorização dos demais herdeiros, tem-
se pela anulabilidade da compra e venda, conforme precedentes sobre o tema: 
VENDA DE BENS ENTRE ASCENDENTE E DESCENDENTE, 
DESTITUÍDA DO CONSENTIMENTO DOS DEMAIS 
HERDEIROS. ÔNUS QUE COMPETIA AOS REQUERIDOS. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 373, II, DO CPC. A alienação de 
bens entre ascendente e descendente, sem a anuência 
dos demais descendentes, desde o regime originário do 
Código Civil de 1916 (art. 1132), é ato jurídico anulável, 
sendo consolidado de modo expresso no Código Civil de 
2002 - art. 496. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS RECURSAIS. 
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação 
Cível n. 0500277-80.2012.8.24.0070, de Taió, rel. Des. José 
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-496
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-171
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-496
/lei/CC/codigo-civil/art-496
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-373
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-373,inc-II
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/55131/codigo-civil-1916
/lei/55131/codigo-civil-1916/art-1.132
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-496
Agenor de Aragão, Quarta Câmara de Direito Civil, j. 22-08-
2019) 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO 
JURÍDICO. VENDA REALIZADA ENTRE ASCENDENTE E 
DESCENDENTE. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DOS 
OUTROS DESCENDENTES. ARTIGO 496 DO CÓDIGO 
CIVIL/2002. 1. Nos termos do artigo 496 do Código Civil, 
é anulável a venda realizada entre ascendente e 
descendente, salvo se os outros descendentes e o 
cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido . 2. Caso concreto em que o genitor da autora, 
antes de falecer, alienou quotas de empresa da qual era 
sócio em favor de outra filha, o que, inegavelmente, 
representou prejuízo à autora, uma vez que implicou a 
redução da herança à qual concorreria na sucessão. A 
alegação da ré de que, no momento da celebração do 
negócio jurídico, desconhecia da existência da autora não é 
suficiente para validar o negócio jurídico. Recurso de 
apelação desprovido. (TJRS, Apelação 70078704160, 
Relator(a): Umberto Guaspari Sudbrack, Décima Segunda 
Câmara Cível, Julgado em: 14/03/2019, Publicado em: 
19/03/2019, #33934371) 
Portanto, sem anuência ou concordância dos demais herdeiros, 
requer a anulabilidade do ato. 
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou orisco ao resultado útil do processo." 
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, 
vejamos: 
A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da 
demonstração inequívoca de que(indicar objeto central do direito). 
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar 
o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco: 
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade 
em obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção 
da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, 
uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a 
demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu 
/lei/CC/codigo-civil/art-496
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CC/codigo-civil/art-496
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-300
/lei/CPC/codigo-processo-civil
certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela 
de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284) 
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela(descrever risco), ou 
seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do 
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior: 
"um risco que corre o processo principal de não ser útil 
ao interesse demonstrado pela parte", em razão do 
"periculum in mora", risco esse que deve ser objetivamente 
apurável, sendo que e a plausibilidade do direito substancial 
consubstancia-se no direito "invocado por quem pretenda 
segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso de Direito 
Processual Civil, 2016. I. p. 366). 
Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza 
conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu . 
Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio 
de dano irreparável, sendo imprescindível o (descrever o pedido de urgência), nos 
termos do Art. 300 do CPC. 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
O Requerente atualmente é (indicar fonte de renda), tendo sob sua 
responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia arcar 
com as despesas processuais. 
Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e 
comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das 
custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Art. 
99 Código de Processo Civil de 2015. 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser 
formulado na petição inicial, na contestação, na petição para 
ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na 
instância, o pedido poderá ser formulado por petição 
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá 
seu curso. 
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos 
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos 
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de 
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do 
preenchimento dos referidos pressupostos. 
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-300
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99,par-1
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99,par-2
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência 
deduzida exclusivamente por pessoa natural. 
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus 
o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - 
JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida - 
Inexistência de elementos nos autos a indicar que o 
impetrante tem condições de suportar o pagamento das 
custas e despesas processuais sem comprometer o 
sustento próprio e familiar, presumindo-se como 
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada 
nos autos principais - Decisão reformada - Recurso 
provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares; Órgão 
Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro Central - 
Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; 
Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de Registro: 
23/05/2019 
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do 
requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, 
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca 
a doutrina: 
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, 
nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamento 
máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com 
bom renda mensal, seja merecedora do benefício, e que 
também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens 
imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária 
é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; 
não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito 
tenha que comprometer significativamente sua renda, 
ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os 
para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. 
Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça 
Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60) 
"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que 
a parte seja pobre ou necessitada para que possa 
beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que não 
tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e 
os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha 
patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para 
adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade." 
(MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. 
MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil 
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-99,par-3
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-98
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil
comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. 
Art. 98) 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal 
e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente. 
 
DOS REQUERIMENTOS 
Por todo o exposto, REQUER: 
1. Seja dada a devida prioridade no trâmite processual, por se tratar de causa 
que envolve idoso; 
2. A citação do Réu para responder, querendo; 
3. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a 
testemunhal. 
DOS PEDIDOS 
 
1. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de 
Processo Civil; 
2. A concessão do pedido liminar para (indicar pedido liminar) . 
3. A total procedência da ação para que seja declarado nulo o negócio jurídico 
firmado, qual seja o contrato (de compra e venda realizado entre as partes), 
com imediata determinação de que seja (realizada a tranferencia do imóvel). 
4. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos 
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC. 
Por fim, manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. 
VII do CPC. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ________ 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
(cidade), (data) . 
 
(nome completo e assinatura do advogado) 
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-98
/lei/CF/constituicao-federal/art-5
/lei/CF/constituicao-federal/art-5,inc-LXXIV
/lei/CF/constituicao-federal
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-98
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-98
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-85
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-85,par-2
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-319
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-319,inc-VII
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-319,inc-VII
/lei/CPC/codigo-processo-civil

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