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TCC NAIR

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49
FACULDADES INTEGRADAS DE RONDONÓPOLIS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
CURSO DE DIREITO
NAIR DE CINQUE
LEI MARIA DA PENHA E SEUS EFEITOS PRÁTICOS
RONDONÓPOLIS
2021 
NAIR DE CINQUE
LEI MARIA DA PENHA E SEUS EFEITOS PRÁTICOS
Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Direito, das Faculdades Integradas de Rondonópolis, a ser utilizado como diretrizes para manufatura do Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientadora: Profª. Me. Naiara de Oliveira Basílio Lopes.
RONDONÓPOLIS
2021 
NAIR DE CINQUE
LEI MARIA DA PENHA E SEUS EFEITOS PRÁTICOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito, pelo Curso de Direito das Faculdades Integradas de Rondonópolis.
Aprovado em: ____/_____/____ 
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Componente da Banca Examinadora – Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
__________________________________
Componente da Banca Examinadora – Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
Componente da Banca Examinadora – Nome, titulação, assinatura e instituição a que pertence
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................5
CAPÍTULO I - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.......................................................6
1.1 – História sobre violência doméstica....................................................6
1.2 - O ciclo da violência.............................................................................9
1.3 - Formas de violência doméstica e familiar.......................................11
1.4 Sujeito ativo e sujeito passivo.............................................................14
CAPÍTULO II – SOBRE A LEI MARIA DA PENHA.....................................14
2.1 – Por que o nome Maria da Penha.......................................................14
2.2 - Princípios de proteção à mulher........................................................15
2.3 - Concepção de gênero.........................................................................18
2.4 Convenção de Belém do Pará e Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDAW)................
Capítulo III – EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA...................................21
3.1 - Onde começar.......................................................................................22
3.2 - Inaplicabilidade da lei dos tribunais especiais..................................24
3.3 - A responsabilidade compartilhada pela ação integrada dos atores públicos..........................................................................................................27
3. 4 - Eficácia das políticas públicas no combate a violência à mulher...31
CONCLUSÃO.................................................................................................39
REFERÊNCIAS...............................................................................................42
INTRODUÇÃO
A violência contra a mulher é qualquer ato ou comportamento de gênero que cause morte, dano, sofrimento físico, sexual, psicológico, material ou moral à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada. 
Essa violência, que acontece todos os dias e que também tem consequências traumáticas para as crianças, não determina idade ou posição social. O problema da violência doméstica é universal e se confunde com a história da família.
A mulher nasceu para obedecer ao pai e depois ao marido, sem direito a ser proibida de escolher, ganhar a vida ou exercer atividades subordinadas como cuidar dos filhos e do lar. Então ela obedeceu ao marido, que é responsável pela obra e por sua esposa e filhos, e assim exerceu poder sobre toda a família.
Dessa forma, a identidade social de homens e mulheres foi criada a partir dos papéis impostos pela sociedade. A mulher tornou-se submissa ao homem e esse sentimento de submissão, junto com o sentimento de inferioridade levou à violência doméstica.
 A violência doméstica contra as mulheres é um problema que afeta toda a população, independentemente da classe social, raça ou etnia. Os valores adquiridos pelo sistema patriarcal continuam a ser reproduzidos e ainda estão sendo reconfigurados de acordo com o momento histórico em que foram inseridos.
 Diante da forte pressão dos movimentos feministas e do movimento subsequente natureza internacional levou-os a acordos e contratos em favor das mulheres, pois a sociedade não conseguiu erradicar o problema da violência doméstica contra as mulheres.
Para remediar esta situação, após intervenção internacional, foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro a Lei nº 11.340 / 06 mais conhecida como Lei Maria da Penha. Esta lei foi apresentada com caráter protetivo, com o objetivo de implementar a igualdade prevista na constituição federal e proteger de fato as mulheres vítimas de violência doméstica. Veio com o objetivo de consagrar esforços para esse fim, proteção efetiva às vítimas de violência doméstica, aceleração do processo de investigação e introdução de novos procedimentos e medidas inovadoras de combate à violência doméstica desde as vítimas de várias formas de violação de seus direitos.
CAPÍTULO I - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
1.1 – História sobre violência doméstica 
Violência significa agressividade, hostilidade, chantagem, coerção, contenção, ameaça, imposição, intimidação. Portanto, baseia-se profundamente na negação da existência do outro, na negação de suas certezas, na negação de seus direitos e na submissão a ele. Ela se manifesta por meio do jugo, da tirania e até do abuso da raiva rápida; ocorre sempre que uma personalidade tem vergonha de forçar ou não agir. (GERHARD, 2014).
 Segundo Jesus (2015), uma média de 3.500 casos de violência doméstica por ano na Argentina são tratados pelo Centro de Ajuda à Mulher de Buenos Aires. O Centro de Apoio à Vítima da Cidade de Córdoba atende cerca de 3.500 pessoas todos os anos, a maioria delas vítimas de abuso sexual e violência doméstica. Em termos de reclamações, estima-se em cerca de 5.000 a 7.000 por ano. Aproximadamente 7.307 casos de violência doméstica foram registrados na Bolívia entre 1994 e 1998.
No Chile, segundo Jesus (2015), cerca de 50% das mulheres chilenas já sofreram algum tipo de violência. A violência psicológica e física ocorre com mais frequência, seguida pela violência sexual; 4.500 crimes sexuais são registrados todos os anos. Sete a oito em cada dez mulheres já foram forçadas a fazer sexo.
 Segundo Jesus (2015), apenas mais de 5% dos casos são registrados na Colômbia, sendo as mulheres colombianas as mais afetadas pela violência doméstica. O número de notificações de violência doméstica aumentou de 51.451 para 68.585 entre 1996 e 2000. Na Costa Rica, em 1995, cerca de 8.325 pessoas foram tratadas em instalações públicas para o tratamento e prevenção da violência doméstica. Em 1998, havia 46.531 trabalhadores humanitários empregados. O feminicídio é responsável por 61% dos homicídios na Costa Rica.
 No Brasil, entre 1988 e 1998, foram registrados aproximadamente 57.473 casos de violência doméstica nas delegacias especializadas no atendimento à mulher de Porto Alegre, dos quais 50% foram relatados. até a ameaça de crime, agressão e estupro. Em 1997, foram registrados 49.279 casos de violência contra a mulher em São Paulo. No Rio de Janeiro, foram registrados 43.590 casos no mesmo período (JESUS, 2015).
Segundo Gerhard (2014), foram registrados em 2013 42.891 casos de mulheres vítimas de ameaças, 25.964 vítimas de lesões corporais, 1.162 vítimas de estupro, 92 casos de feminicídio consumado e 241 tentativas de femicídio em 2013 em relação a mulheres vítimas de violência doméstica no Rio Grande do Sul. No mesmo ano, a lâmina (44,35%) foi o instrumento mais utilizado para a prática de feminicídios, seguida por armas de fogo (40,91), violência física (11,36%) e ferramentas (3,41%). A motivação para a prática do feminicídio é 54,55% separação, 27,27% brigas e brigas, 9,09%traição e 9,09% vingança.
 Segundo Gerhard (2014) em relação à Afiliação étnica das vítimas de feminicídio em 2013: 83,70% brancos, 15,22% pardos e negros e 1,09 indígenas. Quanto à escolaridade, 72,50% das vítimas parecem ter cursado apenas o ensino fundamental, 13,75% o ensino médio, 7,50% possuem ensino superior e 6,25% são apenas analfabetos. Percebe-se que mulheres com ensino superior possuem maior poder aquisitivo para que possam utilizar outras ofertas de proteção para fazer valer suas demandas judiciais em relação à violência doméstica.
Sem a idade da vítima em 2013: 8,70% tinham entre 12 e 17 anos; 23,91% tinham entre 18 e 24 anos; 5,43% tinham entre 25 e 29 anos; 14,13% das mulheres tinham entre 30 e 34 anos; 13,04% tinham entre 35 e 39 anos; 4,35% tinham entre 40 e 44 anos; 11,96% tinham entre 45 e 49 anos; 3,26% tinham entre 50 e 54 anos; 5,43% tinham entre 55 e 59 anos e 9,78% tinham mais de 60 anos.
 Assim, a violência parece ocorrer em todas as faixas etárias, desde meninas de 12 a mais de 60 anos, e é mais ampla nas taxas representadas (GERHARD, 2014). Em 2013, Gerhard (2014) determinou a idade dos agressores: 2,17% tinham entre 12 e 17 anos; 10,87% tinham entre 18 e 24 anos; 7,61% tinham entre 25 e 29 anos; 17,39% tinham entre 30 e 34 anos; 10,87% deles tinham entre 35 e 39 anos; 15,22% tinham entre 40 e 44 anos; 13,04% tinham entre 45 e 49 anos; 7,61% tinham entre 50 e 54 anos; 3,26% tinham entre 55 e 59 anos; e, por fim, 10,87% tinham mais de 60 anos, enquanto 1,09% não souberam identificar a faixa etária.
Quanto à relação entre a vítima e o autor do homicídio de mulheres em 2013, tivemos: 35,87% dos agressores eram ex-companheiros da vítima; 33,70% dos agressores eram companheiros da vítima; 13,04% dos agressores eram amigos da vítima; 6,52% dos agressores eram ex-namorado da vítima; 6,52% dos agressores são parentes da vítima; e finalmente 4,35% dos agressores tinham relação extraconjugal com a vítima (GERHARD, 2014).
 Quando você pensa a respeito, parece que o autor de um femicídio é sempre alguém próximo à vítima, alguém que nutre ou cultiva um relacionamento amoroso ou alguém que o conhece muito bem. Assim, a vantagem do agressor sobre a vítima é palpável, conhecendo os hábitos e hábitos da vítima.
 Em relação à procedência da vítima para o agressor, verificou-se em 2013 que 53,26% delas não fizeram reportagem com o mesmo autor enquanto 46,74% são propriedade. 73,91% das vítimas já tiveram com outro autor, enquanto 26,09% sim. Quanto aos óbitos de vítimas com medidas de proteção de urgência, 68,48% delas não possuíam medidas de proteção em vigor, enquanto 31,52% solicitaram. Dos óbitos com medidas de proteção concedidas, 41,30% não receberam medidas de proteção de urgência e 3,26% foram concedidas, enquanto 55,43% foram identificadas como medidas de proteção não concedidas (GERHARD, 2014).
Portanto, o termo violência doméstica pode ser visto como tortura no lar e na família, pois tem o mesmo significado que violência doméstica ou violência doméstica.
1.2 - O ciclo da violência 
 Apesar do progresso, a sociedade ainda preza por valores que incentivam a violência. Uma das principais razões da discriminação contra as mulheres é a desigualdade sociocultural. Até porque as pessoas se acham mais fortes e superiores.
Provérbios populares: Absolvidos da violência doméstica: Em uma disputa entre um homem e uma mulher, ninguém pega uma colher; ele pode não saber por que bate, mas ela sabe por que é atingido. Estas, entre outras coisas, repetidas como piadas, sempre esconderam um certo acordo contra a violência doméstica. Talvez o mais assustador deles seja: Mulheres gostam de apanhar, erro causado pela dificuldade de denunciar o agressor. Seja por medo, vergonha de não saber para onde ir, medo de que ela não consiga ficar sozinha e sustentar seus filhos, o fato é que as mulheres se recusam a ser punidas por aqueles que amam, ou amados pelo menos um dia. (DIAS, 2007, p. 15.)
Ao longo dos séculos, a sociedade construiu uma imagem de superioridade sobre os homens que protegem sua agressividade e são respeitados por sua masculinidade. Desde tenra idade, eles são incentivados a ser fortes para não chorar, muito menos levar merda para casa com eles. No entanto, isso se reflete nas famílias.
 Uma criança que sofreu todas as formas de violência doméstica desde tenra idade terá isso como certo. Além disso, conscientiza as crianças de que, se o agressor não for punido, a violência é normal, pois crianças que crescem em ambiente de violência reproduzem na idade adulta as agressões que as testemunhas sofrem ou sofreram.
 Com o combate à emancipação promovido pelo movimento feminista houve uma redefinição do modelo ideal de família. Quando as mulheres entraram no mercado de trabalho, elas saíram de casa por um tempo porque os homens realizavam certas tarefas domésticas.
A violência doméstica surge neste contexto. O homem estava insatisfeito com os erros no cumprimento dos papéis de gênero, pois durante anos a mulher apenas sentiu que o sucesso do companheiro e o desenvolvimento dos filhos não cumpriam as tarefas que acreditavam serem de sua inteira responsabilidade. 
No entanto, nem sempre denunciam o agressor porque ele não consegue alimentar a si mesmo e a seus filhos sozinho. Ela acredita que não pode alimentar seus filhos e família. O agressor tenta destruir sua autoestima fazendo com que a mulher se submeta à sua vontade. Muitos estão constantemente criticando e tirando vantagem do fato de que a maioria dos relacionamentos familiares nasce do afeto. 
No entanto, tenta dominar a vítima, isolá-la do mundo exterior, afastá-la de sua família, denegrir sua imagem diante dos amigos, proibir amizades e trabalhar fora de casa. Ao fazer isso, a mulher se distancia das pessoas a quem pode recorrer em busca de ajuda e apoio.
O ciclo de violência é perverso. O silêncio vem primeiro, seguido pela indiferença. Depois, há processos, reprimendas, alegações e penalidades, e as penalidades começam. Os gritos se transformam em empurrões, palmas, golpes, chutes, em crescimento sem fim. A agressão não se limita à pessoa da família, o homem destrói seus objetos de valor, o humilha na frente dos filhos. Ele sabe que essas são suas fraquezas e as usa como um estratagema para abusar delas. (DIAS, 2007, p. 18).
Depois da agressão, vem o remorso. O agressor pede perdão, faz promessas e chora. As cenas de ciúme são consideradas prova de amor. Até a próxima ameaça, grito e tapa, está tudo bem. O mesmo ciclo é repetido. Segundo Dias (2007, p. 20) a ferida cicatriza, os ossos quebrados se recuperam, o sangue seca, mas a perda da autoestima, o sentimento de inutilidade, a depressão são feridas que não cicatrizam.
1.3 - Forma mais violência doméstica e doméstica 
 No âmbito do direito penal, que não aceita cláusulas vagas, aplica-se o princípio da certeza e da legalidade. Porém, ao definir a violência doméstica e familiar e identificar suas formas, não foi essa a sua preocupação. A análise do artigo 7º da Lei 11.340 / 06 mostra que esse termo é utilizado, entre outros. Assim, pode haver outros atos que conceituem a violência doméstica e familiar contra a mulher.
 A Lei Maria da Penha reconhece cinco formas de violência como violência doméstica e familiar, sendo elas física, psicológica, sexual, hereditária e moral. Esses formulários podem ser confirmados juntos ou separadamente.
Considere a violência física, mesmo que esta agressão não tenha deixado vestígios visíveis, o uso da violência física que faz mal à saúde ou ao corpo da mulher.
 É um tipo de contato físico que causa dor que pode ou não causar Lesões ou manchas no corpo. Exemplos dessa violência são: beliscar, morder, puxar o cabelo, dar tapas, cortar, chutar, queimar, bater, etc. 
 A integridade física e a saúde também estão sujeitas à proteção legal nos termos do artigo 129 do Código Penal. Segundo Dias (2007, p. 47), as lesões não apenas intencionais, mas também ilícitas, constituem violência física, uma vez que a lei não diferencia as intenções do agressor.
Arts.7 As formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, incluindo: 
 I - violência física, entendida como qualquer comportamento que atente contra sua integridade ou saúde física.
A violência psicológica foi incorporada por meio da Convenção de Belém de Pará, também conhecida como Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e erradicação da Violência Doméstica. Está tipificado no Art. 7º, Inciso II, da Lei nº 21 de 11.340 / 06:
II - violência psicológica, entendida como qualquer comportamento que cause danos emocional e diminua a autoestima, ou que interfira e atrapalhe seu pleno desenvolvimento, ou que objetive degradar ou aumentar suas ações, comportamentos, crenças e decisões por meio de ameaças, constrangimento, humilhação , controle de manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição constante, insulto, extorsão, ridículo, exploração e restrição do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que afete adversamente a saúde mental e a autodeterminação.
É uma agressão emocional que pode ocorrer por meio de ameaças, humilhação ou discriminação, bem como quando o agente está convencido de que a vítima se sente assustada, amedrontada, desvalorizada e inferiorizada. Ou seja, é qualquer ato que cause danos emocionais e deliberadamente reduza a autoestima, como sair de casa, ser proibido de sair de casa e até mesmo ser obrigado a retirar reclamações e situações semelhantes. Além disso, mulheres que sofrem violência emocional podem apresentar os seguintes sintomas: ansiedade, depressão, ansiedade, pânico, entre outros.
São graves visto que prejudicam a saúde mental da mulher, mesmo que não deixem cicatrizes ou marcas visíveis. Embora esta seja uma das formas mais comuns de violência, é a menos provável de ser denunciada.
Com relação à violência sexual, também foi reconhecida pela Convenção de Belém do Pará. No entanto, houve resistência na jurisprudência e no ensino ao reconhecimento de que a violência sexual pode ocorrer nos vínculos familiares. Segundo Dias (2007, p. 49), sempre houve uma tendência a identificar o exercício da sexualidade como um dos deveres do casamento, para legitimar a insistência do homem como exercício de um direito. É revisto no artigo 7º, III da Lei nº 11.340 / 06:
III - violência sexual, entendida como toda conduta que o obrigue a testemunhar, manter ou participar de relação sexual indesejada por meio de intimidação, ameaça, coerção ou uso de força; que os induza a comercializar ou usar sua sexualidade de qualquer forma, que os impeça de usar um método de contracepção, ou que os obrigue a se casar, gravidez, aborto ou prostituição por meio de coerção, extorsão, suborno ou manipulação; ou que restrinja ou suspenda o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
A violência sexual é, portanto, qualquer comportamento que força a vítima a iniciar ou participar de uma relação sexual indesejada; impedir a vítima de usar métodos anticoncepcionais ou obrigá-la à gravidez, prostituição, casamento, aborto, seja por meio de extorsão, ameaças, manipulação ou mesmo suborno; ou que pode restringir ou suspender o exercício de seus direitos reprodutivos ou sexuais, por exemplo: se o companheiro, namorado ou marido praticar ato sexual de que não gosta, ou mesmo obrigar a mulher a fazer sexo sem o seu consentimento.
1.4 Disciplinas ativas e passivas 
Existem divergências de jurisprudência e ensino quanto à aplicabilidade da Lei Maria da Penha nos casos em que o crime não é cometido por homem. Segundo Dias (2007), a constelação da violência doméstica não exige que as partes sejam casadas ou marido e mulher.
Para caracterizar a violência doméstica, basta caracterizar o apego às relações afetivas, domésticas ou familiares de qualquer forma no âmbito familiar, independentemente de a união continuar ou já ter terminado. Para ser classificado como violência doméstica, relacionamento familiar ou afeto como legislador, deu-se prioridade à criação de mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica contra a mulher, independentemente do sexo do agressor. (DIAS, 2007, p. 41).
 O agressor pode ser o homem (marido, ex-marido, companheiro, ex-companheiro, amigo, ex-namorado, filho, neto, irmão) ou nas relações do mesmo sexo a mulher que agride o companheiro, ex -parceira, namorada, ex-namorada.
 O companheiro da vítima é, caso ambos vivam em união de facto (Art. 5º, parágrafo único), também pela violência no interior da vítima responsável pela família. Os conflitos entre mães e filhas, bem como as desavenças entre irmãs, estão previstos na Lei Maria da Penha quando a agressão é de origem familiar. (DIAS, 2007, p. 41).
 Por outro lado, segundo Porto (2012), a Lei Maria da Penha deveria proteger as mulheres do homem supostamente mais forte, dominante e ameaçador - o sujeito ativo é a mulher.
É importante ressaltar também que toda a história da Lei 11.340 / 06, desde as convenções internacionais que a substituem, até toda a história de luta do movimento feminista, aponta o homem como o maior agressor feminino.
 Agressão de terceiros As mulheres caem em uma certa normalidade das estatísticas criminais que uma lei dissuasiva separada não justificaria e, neste caso, elas podem ser protegidas pela classificação genérica de violência doméstica na Seção 120 (9) do Código Penal, sem as restrições dos benefícios penais previstos na Lei 11.340 / 06. (PORTO, 2012, p.31).
 No que se refere ao contribuinte de uma infração penal, nada mais pertence ao titular do bem jurídico ameaçado ou prejudicado pela prática criminosa. Ataques à família são violência doméstica.
 Não apenas esposas, companheiros de vida ou amantes caem no crime de violência doméstica como perpetradores.
 Também as filhas e netos do autor do crime, tais como mãe, sogra, avó ou qualquer outro parente com quem tenha laços familiares e o arguido possa estar em processo penal. (DIAS, 2007, p. 41).
 No contexto da lei Maria da Penha, ou seja, para ser considerado contribuinte, Dias (2007) explica uma qualidade especial do que é: ser mulher. Além disso, que este é um problema de segurança.
CAPÍTULO II - DA LEI DE MARIA DA PENHA 
 2.1 - Por que o Nome Maria da Penha 
Em 7 de agosto de 2006, foi instituída a Lei nº 11.340 / 06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, em decorrência de uma das inúmeras vítimas de violência doméstica no país.
A Lei Maria da Penha recebeu essa nomenclatura da farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica em todo o mundo. Ela lutou por vinte anos para condenar seu agressor, seu atual marido.
Maria da Penha era casada com Marco Antônio Heredia Viveiros, professor universitário de economia que tentou duas vezes matá-la. A primeira vez foi em 29 de maio de 1983, quando chegou a simular roubo com espingarda.
Maria foi baleada nas costas e ficou paraplégica. A segunda tentativa ocorreu no mesmo ano, poucos dias após a primeira. Mas, neste caso, Marco tentou matá-la com uma descarga elétrica enquanto ela tomava banho.
Após a tentativa de homicídio do marido, Maria da Penha decidiu denunciar as repetidas agressões. Vale ressaltar que esse ataque não aconteceu de repente, mas ela não reagiu temendo por sua vida e a de suas filhas.
 Depois que Maria da Penha denunciou a agressão sofrida, a investigação foi iniciada em junho de 1983 e o julgamento só foi iniciado em setembro de 1984. Foi somente em 1991 que o júri condenou Marco Antônio a oito anos de prisão, mas ele apelou em liberdade e foi julgado improcedente por falta de preparação.
 A Um novo julgamento ocorreu em 1996 com uma sentença de dez anos e seis meses, ele recorreu e só foi preso em 2002, 19 (dezenove) anos e seis meses na verdade os únicos dois anos de prisão. Essa história causou grande impacto e levou o Comitê Latino-Americano e Caribenho de Defesa dos Direitos da Mulher - CLADEM e o Centro de Justiça e Direito Internacional - CEJIL a denunciá-los.
O caso Maria da Penha foi o primeiro em que a Convenção de Belém do Pará foi aplicada. Essa convenção foi o primeiro tratado internacional de direitos humanos a reconhecera violência contra as mulheres sem qualquer forma de discriminação. Esta ferramenta internacional e o acompanhamento dos peticionários perante a Comissão foram essenciais para levar este caso a nível nacional.
 Finalmente, em 7 de agosto de 2006, o Presidente da República sancionou a Lei nº setembro de 2006 em vigor. Desde a mobilização de mulheres, movimentos feministas e a elaboração e aprovação desta lei, a colaboração de advogados e profissionais renomados tem sido essencial.
2.2 - Princípios para a proteção da mulher 
Os princípios estão na base da aplicação da lei e de uma norma legal, têm poder normativo e são consideradas pessoas coletivas que não se encontram definidas em diploma legal. Na perspectiva de Reale (2003, p. 37): 
Princípios são expressões normativas de valor genérico que determinam e orientam a compreensão do sistema jurídico, a aplicação e integração ou o desenvolvimento de novas normas. São verdades fundamentais de um sistema de conhecimento, reconhecidas como tal por serem inequívocas ou comprovadas, mas também por razões práticas de natureza operacional, como pressupostos necessários de acordo com as necessidades da investigação e da prática.
Princípio é uma fonte para a criação das regras. Os regulamentos legais, por sua vez, devem corresponder aos princípios. No entanto, os princípios não contêm o conteúdo das regras, mas podem ser aplicados diretamente.
 Princípios são declarações abstratas que sustentam, substanciam e justificam a lei. Eles também podem ser definidos como fundamento, fundamento e origem, razão básica para se falar sobre qualquer assunto. Eles podem colidir, mas olhe para o caso específico.
 Os direitos humanos, por outro lado, são uma conquista longa e muitas vezes dolorosa na jornada humana. Para Porto (2006, p. 35) o problema atual dos direitos humanos não é concretizá-los, mas sim proteger e concretizar a igualdade, a liberdade e a dignidade humana. São considerados extremamente importantes para a proteção da dignidade humana e também estão inseridos na situação histórica da respectiva cultura.
A dignidade humana compreende essencialmente as áreas da religião, filosofia e ciência. A religião surgiu de convicções monoteístas, com a humanidade recebendo uma grande contribuição dos povos bíblicos. Filosoficamente, a característica da racionalidade, que a tradição ocidental sempre considerou um atributo exclusivamente humano, revelou-se no sentido reflexivo, do qual se originou a filosofia moderna de Descartes. 
A justificativa científica da dignidade humana com a descoberta do processo evolutivo dos seres vivos, em que a dinâmica da evolução vital se organiza na função dos seres humanos. Para Porto (2006, p. 50), no entanto, os direitos humanos são sempre entendidos no sentido lato das liberdades públicas e dos direitos sociais que surgem das especulações filosóficas e dos princípios religiosos. A preexistência é clara e deve, portanto, ser respeitada pelo Estado e pela sociedade. O valor básico da dignidade humana só foi expressamente reconhecido nas constituições após a Segunda Guerra Mundial.
A dignidade humana é caracterizada pelo fato de ser um dos valores básicos do estado constitucional democrático, assim como esse valor está presente nos princípios e regras. Segundo Sarlet (2004, p. 113) não há dúvida de que a dignidade é algo real, pois não causa grande dificuldade em reconhecer as situações em que é pisoteada e agredida. Também é utilizado por instrumentos de um determinado tamanho, como o B. Black, integrado. E por meio de instrumentos de alcance geral, como os pactos internacionais.
 A dignidade humana e os direitos fundamentais são interdependentes e correlacionados no direito público e privado, em que o reconhecimento e a proteção da dignidade humana são vistos como objetivos das nações democráticas. Porém, é importante lutar contra as constantes violações desses direitos, sejam eles humanos, sociais, políticos ou culturais e econômicos, pois o regime democrático se caracteriza pela sua eficácia e eficiência.
Deve-se notar que existem dois sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos. Um deles são os estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU), ou seja, o sistema universal. O outro é um sistema regional associado a vários países, a saber: a Organização dos Estados Americanos (OEA), o sistema europeu (Conselho da Europa), o sistema árabe (Liga dos Estados Árabes) e o sistema africano (Organização para um Africano unidade). Acontece que apenas os países asiáticos não possuem uma convenção regional de direitos humanos.
 Os sistemas são baseados nos princípios da Declaração Universal e dos Pactos Internacionais das Nações Unidas, mas cada sistema é autônomo.
 Ressalta-se que em relação à violência doméstica, os direitos humanos e a legislação em geral objetivam amparar a Lei 11.340 / 06 e defender as mulheres, pois são elas as responsáveis ​​por justificar e formalizar o conceito de violência de gênero. De acordo com o artigo 6º da Lei 11.340 / 06: A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das formas de violação dos direitos humanos. Embora existam convenções, leis e pronunciamentos mundiais para garantir e proteger os direitos humanos, ainda parece haver uma violação em relação aos grupos sociais mais vulneráveis.
A violência doméstica contra as mulheres é um exemplo concreto de violação dos direitos fundamentais da dignidade humana e dos direitos humanos. Portanto, a Lei Maria da Penha teve que ser adaptada aos tratados e pactos internacionais de proteção à mulher para garantir esses direitos.
2.3 - Conceito de gênero 
 Para compreender as complexidades da Lei Maria da Penha e da violência doméstica, é necessário compreender alguns aspectos sociais e históricos que afetam a figura e o gênero feminino.
 Na segunda perspectiva, descrita por Gerhard (2014), o conceito de correção seria o objeto, propriedade da mulher. Por causa desse conceito, uma mulher poderia ser comprada, governada, usada, para alguns até presa.
 Era considerada herdeira de um homem que estava subordinado ao domínio de seus pais, e posteriormente ao domínio de seus maridos.
 Enquanto na terceira Perspectiva de Gerhard (2014) Mulheres em diferentes culturas devem ser submissas, servindo e obedientes aos homens.
O papel social da mulher no lar, no qual desempenham todas as tarefas domésticas que seus filhos deveriam criar e reproduzir, é transmitido de geração em geração. Portanto, ao longo do tempo, não parece ter havido nenhuma ação eficaz para finalmente colocar as mulheres em pé de igualdade. Outros continuam a ser tratados como objetos porque pertencem aos humanos e são inferiores aos governantes, produtores e fornecedores. Com esse entendimento, alguns homens acham natural usar sua força física e vantagem para forçar ou ferir familiares, esposas e até filhos.
É evidente ao longo da história que a identidade social de homens e mulheres foi construída a partir dos papéis impostos pela sociedade.
 Meninos e meninas aprendem desde cedo as tarefas tradicionalmente atribuídas a eles.
 Conclui-se que as diferenças entre homens e mulheres se devem a diferenças biológicas. Mulheres fisicamente mais fracas do que os homens foram consideradas inferiores aos homens. Portanto, parece que as diferenças de gênero têm um impacto direto nas relações econômicas, políticas, sociais e até sociais.
 Neste contexto, as mulheres sempre foram vítimas de exclusão ao longo do tempo. Tornou-se refém da realidade social, dependendo da cultura da respectiva região.
 Seus direitos, sonhos, anseios e anseios pertenciam primeiro ao pai, depois ao casamento com o marido. Assim, ela não tinha poder administrativo sobre a própria vida e sua tarefa mais importante era apenas o cuidado e a administração do lar, visto que não teve acesso à educação como os homens (DIAS, 2007).
No entanto, ela tem sido vítima de violência devido ao modelo conservador, transmitido de geração em geração, de colocar as mulheres em uma posição de submissão, submissão e inferioridade.
 Osavanços na independência das mulheres devem ser reconhecidos, embora o gênero feminino ainda seja alvo de reclamações e renúncias. Durante anos as mulheres viveram de acordo com regras e regulamentos e ainda eram discriminadas por não seguirem as regras que a sociedade impunha às mulheres trabalhistas e somente por meio das mobilizações em decorrência da democratização do discurso as mulheres passaram a ter o direito de atuar como sujeitos políticos, os mesmos direitos e deveres dos homens que já não existiam, a questão da submissão a eles e seus direitos também foram reduzido liberado do coração de sua família. 
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 enfatizou no seu artigo 5º e no artigo I que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações de acordo com a lei.
Porém, as mulheres ainda buscam seu lugar na sociedade e lutam por seus direitos, visto que o preconceito e a discriminação ainda prevalecem na sociedade atual. As diferenças e desigualdades entre homens e mulheres devem ser reconhecidas, mas ambos devem ter o mesmo valor. Aconteceu na privacidade de sua casa e não foi realizado pelo governo ou pelo resto da família. a mulher pertence ao homem, que ele é seu objeto, que ele deve obedecê-lo.
 Conforme ensina Gerhard (2014), os inúmeros desenvolvimentos legislativos e sociais são marcantes, principalmente no que diz respeito à implementação de políticas públicas de gênero e de combate à violência doméstica. Cabe à sociedade, ao estado e a outros órgãos públicos agir para reduzir as desigualdades de gênero e o número de vítimas de violência doméstica.
2.4 Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW)
Como ensina Dias (2007), a Primeira Conferência Mundial sobre a Mulher foi realizada no México em 1975, o que levou ao desenvolvimento da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, que entrou em vigor em 1981. 
 O que sanciona com o objetivo de que todas as pessoas nasçam livres, tenham igualdade de direitos e dignidade e afirma que todos podem fazer valer os seus direitos, independentemente do sexo, cor da pele ou raça. O princípio da igualdade e dignidade da pessoa humana tem sido respeitado a fim de evitar a discriminação contra as mulheres.
 No entanto, a discriminação é um obstáculo para as mulheres participarem nos assuntos sociais e econômicos, na vida política e social nas mesmas condições que os homens. Além disso, também dificulta o pleno desenvolvimento de seu potencial.
 Por outro lado, a igualdade de participação das mulheres e dos homens é fundamental para o desenvolvimento de um país, reconsiderada por estar voltada para a plena igualdade em homens (DIAS, 2007).
Desta forma, o Artigo 1 da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres é esclarecido:
Art. 1 - Para os fins desta Convenção, o termo discriminação mulheres significa qualquer discriminação, exclusão ou restrição com base no sexo que visa ou resulta em desvantagem ou remoção de reconhecimento, prazer ou exercício pelas mulheres, independentemente do estado civil, com base na igualdade entre homens e mulheres, nos direitos humanos e nas liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
Assim, o objetivo principal da Convenção parece ser a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres. A Convenção acima atribui ao Estado as medidas necessárias para eliminar a discriminação contra a mulher, conforme confirma o artigo 7º.
Artigo 7º - Os Estados Partes tomarão todas as medidas cabíveis para: eliminar a discriminação contra as mulheres na vida política e pública do país e, em particular, garantir, em igualdade de condições com os homens, direito a: 
a) Participar em todas as eleições públicas e referendos e ter direito de voto em todos os órgãos cujos membros sejam eleitos públicos;
b) participar da formulação e implementação da política governamental destas, e ocupar cargos públicos e todas as funções públicas em exercer todos os planos de governo;
 c) participar de organizações não governamentais e associações que lidam com a vida pública e política do país.
Um comitê, o Comitê CEDAW, foi estabelecido para revisar o progresso na aplicação de a Convenção acima.
Artigo 17 - 1. A fim de revisar o progresso na aplicação desta Convenção, um Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (doravante denominado Comitê) foi estabelecido no momento da entrada em vigor da Convenção dia 18 e, após a sua ratificação ou adesão pelo trigésimo quinto Estado Parte, por vinte e três peritos de elevada posição moral e proficiência na área abrangida pela Convenção. Os peritos são eleitos pelos Estados contratantes e desempenham as suas funções pessoalmente; É dada atenção a uma distribuição geográfica equitativa e representação das diferentes formas de civilização e os sistemas jurídicos mais importantes.
Este Comitê examinará os relatórios apresentados sobre as medidas tomadas para pôr em vigor todas as disposições desta Convenção, de acordo com o Artigo 18. 
Artigo 18 - Os Estados Partes comprometem-se a apresentar um relatório ao Secretário-Geral das Nações Unidas para consideração do Comitê sobre as medidas legais, judiciais, administrativas ou outras que adotarem para monitorar as disposições desta Convenção e os progressos realizados em relação: a) no prazo de um ano após a entrada em vigor da Convenção para o Estado em causa; b) posteriormente, pelo menos a cada quatro anos e sempre que o Comitê assim o solicitar.
Segundo Dias (2007), a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher prevê a possibilidade de ação positiva em todas as áreas, tais como: saúde, trabalho, educação, direitos políticos, família, direitos civis. Por outro lado, parece que a violência de gênero não foi incluída nesta convenção. Somente em 1984 o Brasil assinou essa convenção, também conhecida como Convenção CEDAW ou Convenção da Mulher (DIAS, 2007).
Foi só em 1993 que a violência contra as mulheres foi formalmente definida como uma violação dos direitos humanos na Conferência dos Direitos Humanos da ONU em Viena. Punição e Eliminação da Violência Contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará (DIAS, 2007).
Esta convenção reconhece que a violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos fundamentais das mulheres. Também limita o gozo, o reconhecimento e o exercício dos direitos que lhes são conferidos, segundo Ribeiro (2013). O artigo 1º da Convenção de Belém do Pará define violência contra a mulher.
Artigo 1 - Para os fins desta Convenção, violência mulheres é qualquer ato ou comportamento baseado no sexo que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico às mulheres, tanto em público como em área pública, bem como na área privada.
Esta Convenção cobre três tipos de violência contra as mulheres: violência física, sexual e psicológica, conforme previsto no Artigo 2.
Artigo 2 - Violência contra a mulher significa violência física, sexual e psicológica: a) ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em um relacionamento interpessoal, quer o agressor compartilhe ou não sua casa, compartilhada com ele ou ela, incluindo, mas não se limitando a estupro, abuso e abuso sexual; b) ocorreu na comunidade e foi cometido por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas, estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho e instituições educacionais, serviços de saúde ou outros locais; e para c. cometido ou tolerado pelo estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.
Nesse contexto, a convenção de Belém do Pará segundo Ribeiro (2013) caracteriza a violência doméstica como violência física, sexual e psicológica, seja ela intrafamiliar ou domiciliar, bem como em outra relação interpessoal em que o agressor vivesse ou vivesse no mesmo lugar como mulheres.
 O artigo 3 da Convenção Interamericana para a Prevenção, Puniçãoe Eliminação da Violência contra a Mulher garante às mulheres uma vida livre de violência, seja no setor público ou privado.
 Além disso, o Artigo 4 deve proteger os direitos e reconhecer e proteger as liberdades das mulheres e desfrutá-las, incluindo segurança e liberdade, não tortura.
Artigo 4 Toda mulher tem direito ao reconhecimento, gozo, exercício e proteção de todos os direitos humanos e liberdades consagrados em todos os instrumentos regionais e internacionais de direitos humanos. Esses direitos incluem, mas não estão limitados a: a) o direito de ter sua vida respeitada; b) Direito ao respeito pela sua integridade física, mental e moral; c) direito à liberdade e segurança pessoal; d) o direito de não ser torturado; e) direito ao respeito da dignidade inerente e à proteção da família; f) o direito a igual proteção sob estatuto e estatuto; g) Direito a um processo judicial simples e rápido perante um tribunal competente para proteção contra atos que violem os seus direitos; h) direito à livre associação; i) direito à liberdade de professar sua religião e crença de acordo com a lei; e j) Direito à igualdade de acesso às funções públicas em seu país e à participação nos negócios públicos, incluindo a tomada de decisões.
O artigo 7 da Convenção condena todas as formas de violência contra as mulheres e toma as medidas apropriadas para prevenir, punir e erradicar a violência.
 Portanto, os Estados Partes devem; agir com consciência para prevenir, investigar e punir a violência contra a mulher; Incorporar na legislação nacional as normas civis, criminais, administrativas e outras normas e medidas administrativas necessárias para prevenir, investigar e punir a violência contra as mulheres; tomar medidas legais que obriguem o agressor a não ameaçar, intimidar ou molestar a mulher, a se abster de seus bens e a pôr em perigo sua vida; tomar todas as medidas apropriadas e necessárias para apoiar a persistência e tolerância da violência contra as mulheres; Estabelecer processos legais justos e eficazes para mulheres vítimas de violência, incluindo salvaguardas; estabelecer os mecanismos judiciais e administrativos necessários para garantir que as mulheres expostas à violência tenham acesso efetivo à reparação, reparação e outros recursos justos e eficazes; e também tomar medidas legislativas ou outras necessárias para a validade da Convenção; Promoção da educação e formação de responsáveis ​​por atividades criminosas e implementação de medidas de prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher; Prestar serviços específicos e adequados às mulheres vítimas de violência; Apoio e promoção de programas educacionais privados e estaduais de conscientização sobre o problema da violência contra a mulher; Proporcionar às mulheres e vítimas de violência acesso a programas de recuperação; Promova a mídia que ajude a erradicar a violência contra a mulher em todas as suas formas e, entre outras coisas, elogie o respeito por sua dignidade.
Da mesma forma, o Artigo 8 da Convenção de Belém do Pará estipula que os Estados Partes devem adotar medidas e programas específicos destinados a: aumentar a conscientização sobre o direito da mulher de viver livre de violência e garantir a proteção de seus direitos humanos; Mudar os padrões sociais e culturais de comportamento de homens e mulheres para combater costumes e preconceitos, bem como qualquer outra prática baseada na premissa de superioridade ou inferioridade entre os sexos, ou estereótipos de papéis de gênero que exacerbem a violência contra as mulheres.
Capítulo III – EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA
Não há dúvidas sobre os benefícios da Lei 11.340 / 06, sem um controle realmente eficiente e eficaz, as medidas protetivas de urgência não garantem proteção integral à vida das mulheres em situação de violência, de nenhum de seus entes queridos, o que pode desencadear uma sensação de imunidade no invasor.
3.1 - Onde começar
A Lei 11.340 / 06 foi editada com o objetivo de corrigir uma realidade perversa, dificultada pela falta de legislação e pelo tratamento inadequado das mulheres quando buscavam socorro na polícia.
 Segundo Dias (2007) em relação à violência doméstica, o objetivo da lei especial do Tribunal de Justiça que trata das infrações com menor potencial de agressão foi totalmente cancelado. A polícia preparou um termo detalhado e enviou ao tribunal. No entanto, cerca de três meses depois, a audiência preliminar foi marcada e a vítima se sentiu pressionada a aceitar acordos ou abster-se de representação. 
O agressor havia declarado revogada a pena e saiu ileso, sem registros, pois pagaria apenas uma cesta básica, no máximo. Ao contrário do que acontecia no passado, atualmente é garantida à vítima proteção policial por meio de medidas de proteção.
Art. 10º. Se houver ameaça de violência doméstica ou familiar contra a mulher, a autoridade policial, que tiver conhecimento do fato, deve tomar imediatamente as medidas legais cabíveis. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao descumprimento de medida urgente de Proteção adiada.
A polícia pode prender o agressor em flagrante quando este comparecer ao local, mesmo em caso de crimes que requeiram representação segundo Dias (2007) quando a vítima comparece no local. Esquadra, que a autoridade judiciária envia para garantir a proteção da polícia a ambulância e acompanhá-lo.
Reúna seus pertences. Além disso, se sua vida estiver em perigo, nos termos do artigo 11 da Lei 11.340 / 06, você deve organizar o transporte até um porto seguro e ser informado dos direitos existentes e dos serviços disponíveis.
Art. 11º. No que se refere ao atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, as autoridades policiais devem tomar as seguintes medidas, entre outras: I - Garantir a proteção policial, se necessário, com comunicação imediata do Ministério e o Judiciário; II - encaminhamento da vítima ao hospital ou enfermaria e ao instituto médico legista; III - transportar a vítima e seus familiares para abrigo ou local seguro se houver perigo de vida; IV - Se necessário, acompanhar a vítima para que seus pertences sejam retirados do local do incidente ou da residência da família; V - Informar a vítima dos direitos que lhe são conferidos por esta lei e dos serviços disponíveis.
Da mesma forma, o artigo 28 da Lei Maria da Penha garante à vítima que ela deve ter acesso a defensor público ou advogado caso chegue à delegacia sem o promotor.
 Na ausência de defensor público ou advogado presente, verificar a integridade das ações a averbação da ocorrência, o encerramento da representação e o pedido de ação urgente (DIAS, 2007). a investigação. Os procedimentos a serem seguidos estão previstos no artigo 12 da Lei Maria da Penha, incluindo: Elaboração do Boletim de Ocorrência após audição da vítima e apresentação de procuração para denunciá-lo; Reunir evidências que esclareçam o fato e as circunstâncias em que ocorreu; encaminhar o caso a um tribunal dentro de 48 horas; determinar a realização dos exames forenses necessários e o exame dos cadáveres resultantes de atos ilícitos; registrar o depoimento do agressor e das testemunhas; Identificação do agressor e transmissão do inquérito policial ao juiz e ao Ministério de Estado dentro do prazo legal.
3.2 - Inaplicabilidade da lei dos juizados especiais 
 Parece que as mulheres ganharam visibilidade desde a entrada em vigor da lei Maria da Penha, que cumpre os compromissos assumidos pelo Brasil nos tratados internacionais. 
O menu faz referência à Convenção Interamericana para a Prevenção, Punição e Eliminação da Violência Doméstica, que transforma a violência doméstica em uma violação dos direitos humanos. O artigo 6 da lei acima afirma: A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das formas de violação dos direitos humanos.
Para garantir sua eficácia, também é necessário definir algumas questões de jurisdição. Pensando nisso, a Lei 11.340 / 06 criou os Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (JVDFM) nos termos do artigo14 desta Lei.
 Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFM) são órgãos ordinários do sistema judicial com justiça civil e criminal para fazer cumprir e julgar casos decorrentes da prática de violência doméstica.
 A Lei 11.340 / 06 excluiu a violência doméstica do âmbito dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM). Portanto, é claro que a violência doméstica contra as mulheres não é um crime com menor potencial de crime.
 O artigo 41 da lei acima dispõe especificamente sobre tal situação e declara que a violência doméstica e familiar contra a mulher é cometida independentemente da punição pretendida, não se aplica à Lei nº 9.099 de 26 de setembro de 1995.
Os legisladores tiveram o cuidado de aprovar a Lei Maria da Penha para garantir que se o crime ocorreu em um ambiente doméstico e a vítima é uma mulher, então não pode ser visto como menor potencial ofensivo e pouco dano. Portanto, não será apreciado pelo Juizado Especial Criminal, embora o artigo 88 da Lei 9.099 / 95 preveja que a ação depende de representação além do Código Penal e das Leis Especiais. Ofensa relacionada ao crime de lesão corporal lesões menores e ilegais. E ainda, no artigo 61 da Lei 9.099 / 95:
Art. 61. As infrações penais com menor potencial de ataque são os efeitos desta lei, as infracções penais e as infracções para as quais a lei impõe pena máxima de 2 (dois) anos no máximo, com ou sem acumulação de multa.
A Lei Maria da Penha elimina a violência doméstica por meio de jurisdição especial em matéria cível e criminal. Por conseguinte, não se pode falar de um delito menor potencialmente ofensivo, nomeadamente a violência doméstica. Assim como o crime de lesão corporal seria o Ministério Público incondicional, não haveria que dispensar representações, acordos, transações, pedidos de indenização ou mesmo a extinção do processo (DIAS, 2007). cometidos por menores, crimes, crimes, lesões corporais menores e crimes para os quais a pena não exceda dois anos.
 Nesses casos, a polícia emitirá um prazo detalhado e não uma investigação policial. No campo da justiça, o rito que regulamenta tais procedimentos é o mais extremo. Além disso, de acordo com o artigo 62 da Lei nº 9.099/95, tais processos são norteados pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Art. 62. O procedimento perante o Juizado Especial é pautado pelos critérios oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, sempre que possível para reparar o dano causado à vítima e não impor a pena – custódia
Na negociação preliminar existe a possibilidade de arbitragem, liquidação de danos, o que leva à extinção da responsabilidade penal do agente. Da mesma forma, na audiência, o Ministério Público poderá propor a suspensão do processo, conforme confirma o artigo 89 da Lei 9.099 / 95.
Art. 89. No caso de infrações penais para as quais a pena mínima imposta é de um ano ou não, que está ou não prevista nesta Lei, o Ministério do Estado pode, por meio de recurso, suspender o processo por dois a quatro anos, desde que O acusado não seja processado ou não tenha sido condenado por outro crime com as outras condições que dão direito a suspensão condicional da pena.
O Ministério de Relações Públicas, nos termos do artigo 76 da Lei 9.099/95, poderá ofertar a operação criminosa. No entanto, pelo artigo 17 da Lei Maria da Penha, é vedada a utilização de cesta básica, substituição de multa e demais benefícios pecuniários, impossibilitando a aplicação da Lei 9.099 / 95 nos casos de violência doméstica.
Art. 17. Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, é vedada a aplicação de penalidades para cestas básicas ou outros benefícios monetários, bem como a substituição de pena que inclua o pagamento de multas isoladas.
No que se refere à deportação da vítima, conforme previsto na Lei 9.099 / 95, a Lei Maria da Penha permitia a deportação, mas esta deve ser feita até o recebimento da notificação, de acordo com o disposto no artigo 25 do Código Penal é irreversível uma vez que a Reclamação tenha sido apresentada. A renúncia deve ocorrer perante o juiz, portanto, nos termos da Lei 11.340 / 06, para este está prevista audiência em separado (DIAS, 2007).
 De acordo com a Lei Maria da Penha, os crimes da natureza penal são as pessoas físicas obrigadas a apresentar a ação enquanto não houver representação para os crimes de crime público condicional, conforme previsto na Lei nº 9.099 / 95 (DIAS 2007) e tribunais para menores de acordo com o Artigo 98 do Tribunal de Menores e a Lei da Juventude.
Art. 98. Aplicam-se as medidas de proteção à criança e ao adolescente caso os direitos reconhecidos nesta lei sejam ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso do pai ou responsável; III - com base em seu comportamento.
No entanto, quando há vítimas adultas e mulheres, a jurisdição muda para a violência doméstica e familiar contra as mulheres. Por fim, a Lei Maria da Penha parece ser totalmente contrária à lei dos juizados especiais de competência cível e criminal para garantir proteção efetiva às mulheres.
3.3 - A responsabilidade compartilhada pela ação integrada dos atores públicos a violência contra a mulher é um dos fenômenos sociais que tem surgido nos últimos anos devido aos seus efeitos devastadores na família e em todas as áreas como.
 Com o objetivo de erradicá-la ou minimizá-la, a Lei Maria da Penha foi criada para criar mecanismos de contenção e prevenção à violência doméstica contra a mulher.
 No entanto, é muito difícil retirá-lo do papel e torná-lo realmente eficaz. Também parece que os incidentes de violência doméstica precisam ser minimizados para serem eficazes. Com a entrada em vigor da Lei 11.340 / 06, esperava-se mudar essa realidade para que as mulheres tivessem os instrumentos para evitar que fossem vítimas de qualquer forma de violência como discriminação, ameaças, abusos, etc. 
 Depois todos esses são limitados a violência doméstica não afeta apenas os feridos, mas põe em perigo todos os membros da família, especialmente as crianças.
Esta lei não só reconhece que a violência contra a mulher é também uma forma de violação dos direitos humanos, mas também propõe uma política nacional de combate à violência doméstica e familiar através da criação de serviços específicos [de apoio à mulher] na rede pública. Saúde, habitação e assistência social. Foram criados mecanismos de criminalização do agressor e medidas integradas de prevenção, proteção e assistência.
 Para isso, a polícia desempenha um papel importante e necessário, que visa garantir a integridade dos bens e das pessoas, bem como a garantia da ordem pública. É uma autoridade estatal apoiada e regulamentada por ela.
 Após a promulgação da Constituição Federal em 1988, a polícia introduziu um novo modelo de prevenção, pois já havia seguido tendências repressivas.
 A Polícia Militar é considerada um instrumento de manutenção do coletivo, tem importante papel e grande responsabilidade, pois atua na manutenção da ordem, da paz e da saúde pública na sociedade, tanto coletiva quanto individualmente.
 Desta forma, a segurança humana é da maior importância. Tão importante que gera preocupação, apreensão e incerteza se não for praticado individual ou coletivamente.
 Uma força policial participativa e proativa que respeita os direitos fundamentais de todos os cidadãos vai além da aplicação da lei. Isto leva a melhorias nas condições de vida de todos, garante o exercício da cidadania, independentemente da religião, sexo, idade, cor da pele, etc.
A segurança pública é um direito de todos, ainda mais quando se considera que é uma atuação do poder público, conforme dispõe Artigo 144 da Constituição Federal de 1988.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, da lei e da responsabilidade de todos, é exercida para a manutenção da ordem pública e da segurança de pessoas e bens pelos seguintes órgãos: 
I - Polícia Federal; II - Polícia Rodoviária Federal; III - Polícia Ferroviária Federal; IV - polícia civil;V - policiais militares e bombeiros militares.
Além disso, a polícia deve estar atenta à igualdade de todos os cidadãos e analisar se os direitos humanos estão sendo respeitados. Portanto, os policiais militares são regidos pelos direitos civis e humanos e devem usar os meios necessários para restaurar a ordem e a calma pública.
 No entanto, o policial militar deve estar ciente dos poderes e deveres que a lei lhe confere. Devem também utilizar os meios à sua disposição para garantir que as ordens constitucionais sejam cumpridas por todos, em particular no que se refere aos direitos humanos. Além disso, devem aproximar-se dos cidadãos e ouvir as suas reivindicações para que possam prevenir e conter eficazmente os crimes do dia-a-dia, essenciais para a função judicial do Estado e para a defesa da ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais inexistentes são responsáveis. A sua principal tarefa é, portanto, defender os direitos fundamentais em todas as áreas, incluindo as relações familiares.
 No que diz respeito à violência doméstica, foram asseguradas ao Ministério de Estado atribuições em três áreas, a saber: administrativa, institucional e funcional.
Na esfera administrativa, é responsável pelo controle das instituições privadas e públicas de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, bem como pelo preenchimento dos registros de violência doméstica, conforme artigo previsto no artigo 26 da Lei Maria da Penha.
Art. 26. Sem prejuízo das demais verbas, cabe ao Ministério da Administração Pública, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, se necessário: I - chamar polícia e saúde pública, educação e assistência social e previdenciária, entre outras; II - Fiscalização de entidades públicas e privadas que atendem mulheres em situação de violência doméstica e familiar, e pronta ação administrativa ou judicial em relação a quaisquer irregularidades constatadas; III - Registrar casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
No que se refere ao papel institucional do Ministério Público, este corresponde à atuação integrada do agente ministerial, que atua com os demais órgãos envolvidos na aplicação da Lei Maria da Penha, simultaneamente com os demais sob a tutela dos Órgãos Afiliados do Mulheres.
 A incumbência de candidatar-se aos serviços públicos de saúde, educação, previdência e previdência social, entre outros, está prevista no artigo 26, inciso I da Lei nº 11.340 / 06, que se refere ao empregado ministerial transferido, é quase impossível, pois o governo pode ordenar tais medidas (DIAS, 2007). e que a vítima seja superior e idônea, conforme previsto na redação do art. 25 da Lei 11.340 / 06.
O Ministério da Administração Pública intervém, se não for parte, em questões cíveis e criminais de natureza interna e amigável violência contra a mulher. Ela tem o direito de se apresentar como promotora pública ou como parte, desde que o caso seja substituído.
Art. 19. Medidas de proteção urgentes podem ser concedidas pelo juiz, a pedido do Ministério de Estado ou a pedido do infrator que deve ser comunicado imediatamente.
§ 2º As medidas protetivas de urgência são aplicadas isoladamente ou cumulativamente e podem ser substituídas a qualquer momento por outras de maior eficácia se os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou lesados. 
§ 3º O juiz pode, a pedido do Ministério de Estado ou a pedido do ofendido, adotar novas medidas sobre medidas cautelares urgentes ou rever as já concedidas, se for o caso Proteção da vítima, seus familiares e seus bens é considerado necessário, ouvido a acusação.
O Ministério Público pode solicitar novas medidas de proteção ou, se necessário, rever as medidas de proteção já concedidas. Da mesma forma, o funcionário ministerial deve ser informado sobre as medidas de proteção urgentes para a vítima.
 Ao chegar ao pronto-socorro, é responsabilidade do ministério de estado estar vigilante. O Ministério Público deve estar presente na audiência se a vítima manifestar interesse no ato de representação e solicitar a prisão preventiva ou mesmo temporária do agressor. Tanto na fase de investigação como na fase de instrução, pode-se solicitar a violação de vigilância telefônica, bancária ou mesmo telefônica, exercendo a defesa de interesses e direitos transindividuais.
Arts. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta lei pode ser exercida simultaneamente pelo Ministério da Administração Pública e por uma empresa a operar nesta área, que é regularmente constituída por pelo menos uma ano, na acepção do Direito Civil.
O comissário ministerial pode registrar casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do artigo 26, número III. Com essa medida, é possível verificar se já houve incidentes de violência anteriores, mesmo que não tenham resultado em ações punitivas, instituições públicas e comunidades, a fim de manter a segurança e a qualidade de vida de que todos precisam.
 3. 4 - Eficácia das Ações Públicas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher 
 Uma das formas mais importantes para minimizar as violações aos direitos das mulheres e coibir a violência doméstica é por meio da implementação de políticas públicas. Segundo Bucci (2002), as políticas públicas são entendidas como o conjunto de medidas coletivas que garantem os direitos sociais, tanto os exigidos pela sociedade como os previstos na lei. Por meio deles, recursos e bens públicos são distribuídos e redistribuídos.
 O direito coletivo é a base da política pública, pois é de responsabilidade do Estado e inclui também as relações antagônicas e recíprocas entre a sociedade e o Estado.
Ainda no entendimento de Bucci (2002), a palavra política tem um significado específico em relação às políticas públicas, referindo-se a estratégias, ações coletivas ou planos voltados ao atendimento de demandas legítimas e necessidades sociais. A palavra público não se identifica claramente com o Estado, mas também é entendida como um assunto para todos os que comprometem simultaneamente a sociedade e o Estado.
 Desta forma, bens e serviços públicos são distribuídos por meio de programas desenvolvidos e redistribuídos por meio de políticas públicas em conformidade com as necessidades da comunidade.
 Sob controle e participação da sociedade, esses programas são administrados e regulamentados pelo Estado. Portanto, toda ação governamental, junto com as políticas públicas, deve se concentrar em políticas e estratégias eficazes e integradas de ação, prioridades e atendimento às necessidades dos problemas específicos que as mulheres enfrentam.
Com a entrada em vigor da Lei Maria de Penha, as mulheres vítimas de violência doméstica poderão solicitar ao juiz medidas de urgência no ato do cadastramento. O principal objetivo dessas salvaguardas é distanciar o agressor da vítima, a fim de evitar que a violência continue ou piore.
 O departamento de polícia submete o pedido ao juiz dentro de 48 horas. Após o recebimento, o juiz também deve decidir em 48 horas. Além disso, a precaução urgente pode ser solicitada através do Ministério de Estado, Ministério de Estado e pela própria vítima sem a necessidade de advogado.
Tipos de medidas de proteção As medidas de emergência dividem-se em duas áreas: medidas contra o agressor e medidas a favor das mulheres. As medidas tomadas contra o agressor incluem: retirar o agressor do local ou da casa onde vive com a vítima; Proibição de se aproximar ou entrar em determinados locais como o local de trabalho ou mesmo o local de residência da vítima; Proibição de falar ou manter contato com familiares e testemunhas da agressão; Limitar ou suspender as visitas às crianças e pagar temporariamente a elas e à vítima comida; Restrição da posse de armas ou confisco de armas de fogo. Tais medidas estão elencadas no artigo 22 da Lei 11.340 / 06. 
 As medidas a favor da mulher são as seguintes: referência a programas de proteção e atendimento à mulher em situação de violência doméstica, tanto para as vítimas quantopara seus familiares; Garantia de retorno para casa com os filhos após comprovado afastamento do agressor; Direito da vítima de sair de casa em caso de perigo com os filhos ou de permanecer na prisão do agressor em caso de deportação ou detenção; nem determinam a separação dos corpos. De acordo com o artigo 23 da Lei 11.340 / 06:
Art. 23. O juiz poderá, se necessário, sem prejuízo de outras medidas: I - encaminhar a vítima e seus familiares a programa oficial ou programa de proteção ou socorro comunitário; II - a recondução do ofendido e de seus familiares no local de residência, após o afastamento do agressor; III - determinar o afastamento da vítima do domicílio, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentação; IV - determinar a separação dos corpos.
No entanto, no que diz respeito aos serviços patrimoniais das mulheres, existem: devolução de bens que o agressor possa ter furtado à vítima; Proibição temporária de intrusos de alugar ou vender a propriedade do casal; Suspensão de procurações que a vítima possa ter entregue ao agressor; Pagar fiança provisória à vítima pelos danos materiais devidos aos atentados cometidos, inclusive sob a forma de fiança em tribunal; Inclusão da mulher no conselho dos programas de financiamento municipal, estadual e federal; Se você é servidor público, da administração direta ou indireta, tem acesso prioritário à deportação, bem como à anticoncepção de emergência, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e interrupção da gravidez, conforme prevê a Lei 11.340 / 06.
Art. 24. A fim de proteger o patrimônio da companhia conjugal ou os bens pertencentes à propriedade privada da mulher, o juiz pode determinar desde o início as seguintes medidas: I - Devolução de bens de que o agressor tenha se retirado ilegalmente a vítima; II - proibição temporária de celebração de atos e contratos de venda e arrendamento de bem comum, salvo autorização expressa judicial; III - suspensão dos poderes conferidos pela vítima ao agressor; IV - Prestação de caução temporária contra ajuizamento de ações judiciais por perdas e danos materiais decorrentes de violência doméstica e familiar contra as vítimas.
Para que as medidas de redução e prevenção da violência doméstica sejam realmente eficazes, são necessários não só recursos materiais, mas também proteção jurídica, recursos humanos que apoiem o estado e a comunidade de vértices, segundo Gerhard (2014), da Secretaria Pública a Segurança do Rio Grande do Sul, ao coordenar o presídio feminino, resolveu quebrar a premissa de que ninguém deve abaixar a colher quando marido e mulher brigam. Foi assim que o projeto Metendo a Colher o implementou.
 Este projeto trabalha com a educação e responsabilização dos homens em relação à violência doméstica e tem como ideia central a conscientização dos agressores ancorada na Lei 11.340 / 06 de que a segurança vale também para a liberdade, ajudando-os e educando-os para que não façam voltar à violência doméstica Parece que a maioria dos agressores vem de uma cultura familiar em que ninguém lhes diz que é errado atacar uma mulher. Esse será o papel do projeto que começa na prisão e retrata o agressor por meio de entrevistas.
Uma equipa técnica e especializada irá alertá-los para a gravidade do seu crime. Tendo em vista que muitos agressores são liberados da custódia com a ideia de vingança, continuam sendo fiscalizados pela rede externa - inclusive pelo judiciário, ministério público, Patrulha Maria da Penha; que trocavam informações em tempo real (GERHARD, 2014).
O Instituto Geral de Especialização (IGP) segundo Gerhard (2014) criou a Sala Lilás, que tem como objetivo prestar atendimento especializado e exclusivo às mulheres. Antes da implantação, as mulheres que haviam passado por uma investigação do corpo do criminoso muitas vezes tinham que esperar a ajuda do agressor. 
Criou-se assim um ambiente privado e acolhedor onde a vítima aguarda a ajuda de profissionais num ambiente reservado e exclusivo. O 1º Seminário Internacional Mulher e Segurança Pública aconteceu na cidade de Porto Alegre / RS em 2012 e abordou alguns temas importantes como: segurança pública e protagonistas sociais das mulheres; a história e o papel das mulheres na segurança pública, progresso e perspectivas; o empoderamento de mulheres no Brasil e no mundo; Confronto com violência contra mulheres; e também segurança pública e direitos humanos. 
Foi realizado e desenvolvido pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul com o objetivo principal de facilitar o debate entre mulheres integrantes de movimentos sociais feministas, organizações não governamentais e sociedade em geral, com o público oficiais de segurança para determinar suas posições, perspectivas e sugestões de melhoria (GERHARD, 2014).
Após esse seminário, foram feitas diversas solicitações, além da lista de atividades a serem realizadas por diversos órgãos, autoridades e instituições locais e estaduais para as mulheres gaúchas. Com isso, a Rede de Segurança Pública foi instalada para atender a violência doméstica no Rio Grande do Sul. Assim firmados o Judiciário, as Polícias Civil e Militar, o Ministério do Estado e o Ministério Público.
 Com o objetivo e tentativa de comprovar a efetividade das práticas policiais implantou o projeto Patrulha Maria da Penha, que é um programa de atendimento a mulheres vítimas de violência, obteve resultados positivos para coibir a prática de violência doméstica. As atividades de vigilância e atendimento são realizadas por policiais e militares especialmente treinados para esta função.
Ressalta-se, entretanto, que a simples medida de proteção emergencial não oferece a paz e segurança necessárias para as mulheres em situação de violência doméstica, pois em elas são atacadas novamente, são estupradas e outras pessoas estão sendo estuprados por seus companheiros até assassinados (GERHARD, 2014).
 Segundo Gerhard (2014), o objetivo da patrulha Maria da Penha é por meio de controles sistemáticos para colmatar a lacuna entre a medida de proteção urgente solicitada pela vítima e o cumprimento efetivo desta por seu agressor.
Nesta etapa, a patrulha Maria da Penha realiza visitas domiciliares preventivas e preventivas, rotineiramente e coordenadas, com o objetivo de coibir possíveis agressões do agressor. Uma vez que segue de perto a vítima e seus familiares, e evita novas agressões por parte do agressor, além disso, a patrulha Maria da Penha quebra o ciclo da violência, e consequentemente inibe crianças acostumadas à violência, realizar as mesmas ações na vida adulta.
 Assim, segundo Gerhard (2014), devido aos controles contínuos nas residências de mulheres vítimas de violência doméstica que possuem medidas de proteção. 
 A patrulha Maria da Penha com urgência também serve como forma de prevenção primária, pois avalia a situação real das partes e também verifica se o agressor cumpre as condições impostas pela medida de proteção. Pelo menos alguns policiais militares estão fazendo as visitas. Esse casal é formado por um homem e uma mulher, pois a vítima costuma se sentir mais confortável na presença de outra mulher. 
Em um arquivo específico, que contém todos os dados sobre a vítima da violência, a família e até mesmo o agressor, eles descrevem o que a vítima e os familiares relataram durante a visita.
Durante essas visitas, segundo Gerhard (2014), quando a vítima utiliza vários meios (mensagens de vizinhos, ingressos, ligações ou mensagens pelo celular etc., porque a vítima não aceita a separação, portanto, não cumpre a ordem judicial e Se a vítima estiver com muito medo, a patrulha Maria da Penha emite certidão sobre a vítima em situação de risco, que é encaminhada para a Delegacia de Atendimento à Mulher, o que sugere que o agressor está em prisão preventiva por conta do risco de fuga da vítima a ser ordenado com urgência.
Segundo Gerhard (2014), a Patrulha Maria da Penha emite a certidão de retorno do parceiro caso o agressor volte ao mesmo local de residência que você com o consentimento da vítima emalguns casos, no entanto, os patrulheiros falam primeiro com a vítima, a fim de saber qual é a sua principal motivação e se não é ameaçadora ou chantageada, e também, se isso é decisivo e real, começou por sua própria vontade, é único e inteiramente próprio.
Posteriormente, os policiais falam com o agressor e lhe dizem que a vítima permitiu que ele voltasse para casa, mas que, para isso, ele deve rever suas atitudes e comportamento sem repetir os mesmos atos de violência.
Um certificado de rescisão de serviço para a vítima será emitido pelos policiais de patrulha se a vítima anunciar que não são necessárias mais medidas de proteção urgentes em seu favor e sua revogação é solicitada se eles não forem a justiça é adiada ou prorrogada, ou se ficar provado que a vítima não corre risco. Caso a vítima se recuse a visitar a patrulha, indicará pessoalmente na certidão de recusa de atendimento os motivos que a levaram a abster-se da visita, sendo que as patrulhas de todas as situações, que aparecem a partir desse momento (GERHARD, 2014).
 A patrulha Maria da Penha realiza várias etapas em busca da vítima no endereço por ela informado no boletim de ocorrência tenta penetrar contato telefônico, pede informações aos vizinhos e, se for encontrado sem sucesso, encaminha a certidão de endereço negativa para o serviço especial de polícia para mulheres (GERHARD, 2014).
Antes do estabelecimento da patrulha, segundo Gerhard (2014), havia falta de comunicação entre o judiciário e a polícia, pois a vítima só tinha conhecimento da concessão ou negação da medida de proteção de urgência no momento em que retornava ao Fórum. Com o advento da patrulha Maria da Penha, os patrulheiros estão defendendo os direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade especialmente as mulheres vítimas de violência doméstica.
 A patrulha possui um roteiro com os nomes de todas as vítimas em situação de violência e utilizou um veículo exclusivo para visitá-las, com um adesivo no verso do vidro, na cor roxa, para identificar facilmente sua atuação junto à comunidade e assim se vincular com a vítima e empoderando suas famílias e incentivando outras mulheres vítimas de violência a denunciarem seus agressores.
Os policiais militares são capacitados para intervir em diversas situações de violência doméstica a partir da comunicação adequada, do processo de tomada de decisão, do gerenciamento de crises e das diversas disciplinas que lhes são ministradas como: Lei nº 11.340 / 06, Psicologia Forense, Comunidade Policiamento, Sexologia Forense, entre outros. É assim que os policiais capacitados da patrulha Maria da Penha entendem que a violência doméstica é crime e deve ser tratada como tal, bem como a relevância da atuação integrada e interdisciplinar.
Desta forma as vítimas no Guia de diversas situações a proceder, efetuam as transferências necessárias e esclarecem dúvidas. Atuando de forma integrada, a patrulha Maria da Penha cumpre seu mandato constitucional além de seu papel influente na cadeia de informação e também no combate, proteção e prevenção às mulheres vítimas de violência doméstica. Com o objetivo de avaliar a efetividade e eficácia da patrulha Maria da Penha no combate à violência contra a mulher, segundo Gerhard (2014), a 1ª reunião de avaliação da patrulha Maria da Penha aconteceu em outubro de 2013 na Academia da Polícia Militar. O modelo de encontro foi adotado levando-se em consideração que o público convidado não era composto apenas de espectadores.
O evento contou com a presença das vítimas com o apoio da patrulha, dos policiais militares que integram a patrulha, do Ministério Público, da Secretaria de Segurança Pública, do Judiciário, da Defensoria Pública do Instituto Geral de Perícia, a polícia à paisana, entre outros.
Neste contexto, a atuação da patrulha Maria da Penha como medida pública de combate à violência contra a mulher tem se mostrado efetiva e eficaz, visto que, a partir da análise do referido autor, seu processo apresenta resultados positivos no sentido de resulta na proteção da vítima e no cumprimento efetivo da medida de proteção urgente fornecida pelo atacante.
CONCLUSÃO
A violência pode ser vista como sinônimo de agressividade, tirania, intimidação, constrangimento e coerção. A violência doméstica, por outro lado, seria todos esses atos violentos no lar ou na família. Diante desse viés, parece que a violência doméstica está presente não apenas no Brasil, mas também nos lares em todos os outros países.
 A Lei Maria da Penha considera todo ato ou violência doméstica, omissão que cause morte, lesões, sofrimento físico, sexual ou psicológico, dano moral ou material. No entanto, a lista a ela associada não é exaustiva, podendo haver outras além da violência física, psicológica, sexual, hereditária e moral que constam da lista de formas de violência doméstica.
A história da sociedade é moldada pelo processo de estigmatização feminina pois a desigualdade de gênero em que as mulheres são vistas como homens se deve à cultura patriarcal que está ancorada na cultura brasileira. A violência doméstica, portanto, passou despercebida por muito tempo, pois foi historicamente aceita pela sociedade, que se manteve lenta nessa relação de submissão das mulheres aos homens.
 A legislação voltada à proteção das mulheres vítimas de violência doméstica teve apenas um desenvolvimento frágil e simples no ordenamento jurídico brasileiro. Observando que não alcançaram o resultado esperado, os organismos internacionais ordenaram que o Brasil tome as medidas necessárias para simplificar o processo judicial de uma vez por todas e atingir a meta esperada em um reduzido tempo processual.
Devido à forte pressão de organismos internacionais, especialmente a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos bem como às pressões de movimentos feministas na sociedade brasileira, o Brasil está cumprindo a obrigações previstas nos tratados e nas convenções internacionais por ela assinadas e, então, em 7 de agosto de 2006, a Lei nº 11.340 / 06 foi sancionada pelo Presidente da República, mais conhecida como Lei Maria da Penha.
A Lei 11.340 / 06 recebeu essa nomenclatura devido à biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, pois seu marido Marco Antônio tentou matá-la duas vezes. A primeira vez que ele tentou simular um ataque de espingarda, Maria ficou paralisada. O segundo, enquanto tomava banho, tentou matá-la com uma descarga elétrica. Depois de formalizar uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, o impacto internacional foi importante, de modo que a Comissão tomou as medidas necessárias para resolver o caso.
O sistema democrático de Estado de Direito rege o ordenamento jurídico brasileiro e tem a Constituição Federal como lei principal que valoriza a igualdade dos cidadãos e a dignidade da pessoa humana como um dos em seu cerne valores. No entanto, tal isonomia não existe, porque não há igualdade entre homens e mulheres. A cultura patriarcal fazia com que a mulher fosse considerada submissa ao homem para ser tratada como objeto, até mesmo como escambo por longos anos, o gênero feminino sempre foi banalizado. 
Essa desigualdade de gênero, juntamente com a cultura patriarcal, dá origem à violência. Tudo isso se deve ao ciclo de violência em que o filho vê o pai e reproduz o ato na idade adulta.
A Lei Maria da Penha trouxe diversas inovações, entre elas a inaplicabilidade da Lei nº 9.099 / 95 ao excluir a Lei nº 11.340 / 06 do âmbito dos Juizados Especiais Penais, uma vez que a violência doméstica não é crime de menos ofensivo potencial para o qual este tribunal tem jurisdição, com o objetivo de proteção efetiva das mulheres, se isso será realmente efetivo e eficaz no combate à violência contra as mulheres. Porém, é claro que todos os componentes da Rede de Segurança Pública estão integrados e atuam em conjunto, com o objetivo de alcançar a qualidade de vida e a segurança necessárias a todos.
 Antes deste Antecedente, medidas públicas foram implementadas com

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