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Contabilidade basica UND 2

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CONTABILIDADE 
BÁSICA
Angela Maria Haberkamp
Estruturação de um plano 
de contas: agrupamento 
de contas do balanço 
patrimonial e de resultado
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar o agrupamento das contas no balanço patrimonial.
  Reconhecer o agrupamento das contas de resultado.
  Avaliar a estruturação de um plano de contas.
Introdução
O plano de contas patrimoniais é utilizado para a elaboração do ba-
lanço patrimonial; ou seja, é ele que direciona o agrupamento das 
contas do balanço. Já o plano de contas de resultado mostra como 
deve ser elaborada a demonstração do resultado. Com base nele, são 
agrupadas as contas de receita, custos e despesas. Ambos os planos 
são elaborados com base nas necessidades de informação da empresa. 
Dependendo do porte (pequena, média ou grande empresa) e do ramo 
de atividade (comércio, indústria ou serviços), as empresas utilizam 
planos de contas diferentes.
Neste capítulo, você vai estudar a estrutura dos planos de contas 
patrimoniais e de resultado, verificando, por fim, quais são os cuidados 
necessários para a estruturação de um plano de contas.
Agrupamento das contas do balanço patrimonial
A contabilidade de uma empresa deve ser elaborada seguindo as normas 
legais. Isso signifi ca que a contabilidade deve ser organizada, possibilitando a 
identifi cação das informações mais importantes sobre o patrimônio — aquilo 
que a empresa possui, seus bens, seus valores a receber e suas dívidas — e o 
resultado — o quanto sobra após descontar os custos e as despesas do valor 
das vendas.
Segundo o art. 176 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº. 6.404, de 15 
de dezembro de 1976, e alterações), ao fim de cada exercício social, uma das 
demonstrações que deve ser elaborada é o balanço patrimonial. O plano de 
contas, que você vai estudar agora, é fundamental para a elaboração dessa 
demonstração; isso porque o balanço patrimonial é elaborado com base no 
plano de contas utilizado pela empresa (BRASIL, 1976). O balanço patrimonial 
é composto pelo ativo (no qual estão registrados os bens e direitos) e pelo 
passivo (que registra as obrigações e o patrimônio líquido), divididos nos 
grupos apresentados no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Ativo Passivo
 Circulante: nesse grupo, são 
registradas as contas de curto 
prazo, como caixa, bancos, contas 
a receber, impostos recuperáveis, 
estoques, despesas pagas 
antecipadamente, entre outros.
 Circulante: aqui são registradas as 
contas que se referem às obrigações 
de curto prazo, como contas a 
pagar, impostos a pagar, salários a 
pagar, empréstimos a pagar, entre 
outros.
 Não circulante: aqui são 
registradas as contas de longo 
prazo, como contas a receber 
de longo prazo, prédios, 
móveis, máquinas, veículos, 
etc.
 Não circulante: é representado 
pelas obrigações de longo prazo, 
como contas a pagar, empréstimos 
a pagar, entre outros. 
 Patrimônio líquido: nesse grupo, 
estão as contas contábeis que 
identificam o valor do capital social 
(valor investido pelos sócios), os 
lucros e prejuízos da empresa ao 
longo da sua existência, as reservas 
de capital/reserva legal, as reservas 
de lucros, entre outros.
Quadro 1. Grupos que compõem o balanço patrimonial
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado2
As definições de curto ou longo prazo estão relacionadas com o período em que 
determinado valor será recebido ou pago. Saiba mais no link a seguir.
https://qrgo.page.link/JpQMt
A elaboração do balanço deve atender aos requisitos legais e às necessidades 
de informação da organização. Logo, o plano de contas deve ser estruturado de 
forma a atender esses dois requisitos. A complexidade do balanço patrimonial 
depende das necessidades de informação da empresa: quanto mais detalhada é 
a informação, mais contas terá o balanço. Uma empresa de grande porte tam-
bém necessita de um balanço mais completo do que uma empresa de pequeno 
porte. O Quadro 2 mostra um modelo de balanço patrimonial simplificado.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
 Caixa e equivalentes de caixa Fornecedores
 Caixa Salários a pagar
 Aplicações financeiras Encargos sociais a pagar
 Banco   Apropriações
 Contas a receber   13º salário a pagar
 Estoques Férias a pagar
 Matéria-prima —
 Produto acabado A —
 Produto acabado B —
Quadro 2. Modelo de balanço patrimonial simplificado
(Continua)
3Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Agora você vai entender como ocorre a estruturação de um plano de 
contas, que permite elaborar o balanço patrimonial apresentado no Quadro 2. 
No plano de contas, a descrição das contas contábeis vem acompanhada de 
uma codificação numérica, que representa a posição que a conta ocupa e a 
sua hierarquia. Geralmente, a codificação do ativo inicia com o número 1, 
enquanto a do passivo inicia com o número 2. Na sequência, são inseridas as 
contas do primeiro nível inferior (aquelas que fazem parte do ativo e do pas-
sivo), seguindo uma codificação similar ao índice de um livro: 1.1 representa 
o ativo circulante e 2.1 representa o passivo circulante. 
Essa codificação segue uma estrutura hierárquica e possui dois grupos de 
contas: as sintéticas e as analíticas. Os lançamentos contábeis são registrados 
nas contas analíticas. Já as contas sintéticas representam o agrupamento de 
um conjunto de contas analíticas ou de contas sintéticas de níveis inferiores. 
Veja, no Quadro 3, como é estruturado o plano de contas que permite elaborar 
o balanço patrimonial apresentado no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Ativo Passivo
Não circulante Não circulante
 Imobilizado Empréstimos
 Máquinas e equipamentos Banco A
 (−) Deprec. acumulada Banco B
 Veículos Patrimônio líquido
 (−) Deprec. acumulada Capital social
— Reservas de lucros
—   Reserva legal
Quadro 2. Modelo de balanço patrimonial simplificado
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado4
Código Descrição Tipo de conta
1 Ativo Sintética de 1º nível
1.1 Circulante Sintética de 2º nível
1.1.1 Caixa e equivalentes 
de caixa
Sintética de 3º nível
1.1.1.01 Caixa Analítica
1.1.2 Bancos Sintética de 3º nível
1.1.2.01 Banco A Analítica
1.1.2.02 Banco B Analítica
1.1.3 Realizável Sintética de 3º nível
1.1.3.01 Contas a receber Analítica
1.1.4 Estoques Sintética de 3º nível
1.1.4.01 Matéria-prima Analítica
1.1.4.02 Produto acabado A Analítica
1.1.4.03 Produto acabado B Analítica
1.2 Não circulante Sintética de 2º nível
1.2.1 Imobilizado Sintética de 3º nível
1.2.1.01 Máquinas e 
equipamentos
Analítica
1.2.1.02 (−–) Depreciação 
acumulada
Analítica
1.2.1.03 Veículos Analítica
1.2.1.04 (–) Depreciação 
acumulada
Analítica
— — —
Quadro 3. Estrutura do plano de contas
(Continua)
5Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Os lançamentos contábeis são realizados somente nas contas analíticas. 
Quando uma empresa retira dinheiro do caixa para fazer um pagamento, 
deve fazer o lançamento contábil desse pagamento na conta 1.1.1.01 Caixa. 
O lançamento não pode ser realizado na conta 1.1.1 Caixa e equivalentes 
Código Descrição Tipo de conta
2 Passivo Sintética de 1º nível
2.1 Circulante Sintética de 2º nível
2.1.1 Valores a pagar Sintética de 3º nível
2.1.1.01 Fornecedores Analítica
2.1.1.02 Salários a pagar Analítica
2.1.1.03 Encargos sociais a pagar Analítica
2.1.2 Provisões Sintética de 3º nível
2.1.2.01 Provisão para 13º salário Analítica
2.1.2.02 Provisão para férias Analítica
2.2 Não circulante Sintética de 2º nível
2.2.1 Empréstimos Sintética de 3º nível
2.2.1.01 Banco A Analítica
2.2.1.02 Banco B Analítica
— — —
2.3 Patrimôniolíquido Sintética de 2º nível
2.3.1 Capital social Sintética de 3º nível
2.3.1.01 Capital social Analítica
2.3.2 Reservas de lucros Sintética de 3º nível
2.3.2.01 Reservas de lucros Analítica
2.3.3 Reserva legal Sintética de 3º nível
2.3.3.01 Reserva legal Analítica
Quadro 3. Estrutura do plano de contas
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado6
de caixa, porque esta é do tipo sintética e serve para representar o total do 
dinheiro em caixa existente.
Você deve estar se perguntando: por que criar duas contas caixa, uma 
analítica e outra sintética? Isso é necessário em função da estrutura do plano 
de contas. A configuração dos sistemas contábeis e a totalização dos valores de 
ativo e passivo somente é possível quando todas as contas analíticas possuem 
a mesma quantidade de níveis. 
O tamanho do código das contas analíticas é definido em função da 
necessidade de controle de todas as contas. Veja o caso dos estoques. Nos 
Quadros 2 e 3, há três tipos distintos de estoque: matéria-prima, produto 
acabado A e produto acabado B. Vamos supor que a empresa tivesse em 
seu estoque $ 100 de matéria-prima, $ 80 de produto acabado A e $ 40 de 
produto acabado B. A representação no balanço patrimonial seria conforme 
o Quadro 4.
Código e descrição Valor
1.1.4 Estoques $ 220
1.1.4.01 Matéria-prima $ 100
1.1.4.02 Produto acabado A $ 80
1.1.4.03 Produto acabado B $ 40
Quadro 4. Representação dos estoques no balanço patrimonial
Veja que a conta sintética (1.1.4) faz a totalização de todos os tipos de 
estoque (100 + 80 + 40 = 220). Dessa forma, a estrutura do plano de contas 
permite identificar o valor de cada tipo de estoque e também do total de 
estoque que a empresa possui.
Se ocorrer uma venda do produto acabado A, o lançamento contábil será 
realizado na conta 1.1.4.02, e não na conta 1.1.4. Pela estrutura apresentada, 
essa empresa poderia ter até 99 tipos diferentes de estoque, porque o plano de 
contas possibilita a inclusão até a conta identificada como 1.1.4.99 Estoque 
XYZ. Nessa estrutura, não é possível incluir uma conta de estoque com o código 
1.1.4.100. Para isso, todo o plano de contas teria que ser readequado, com a 
previsão de três dígitos após o último ponto. Ou seja, o plano de contas teria 
que prever a conta de matéria-prima com o código 1.1.4.001, e essa estrutura 
7Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
precisaria ser seguida em todo o plano de contas. A conta caixa, por exemplo, 
teria o código 1.1.1.001, em vez de 1.1.1.01.
Por isso, é importante que a estrutura prevista para o plano de contas seja 
flexível, atendendo às necessidades do momento da criação do plano, mas 
também prevendo a inclusão de novas contas que venham a ser necessárias 
ao longo da existência da empresa. 
O plano de contas é estruturado com base nas particularidades e necessidades de 
informação de cada empresa. Uma empresa só terá em seu plano de contas a conta 
de imóveis se ela tiver algum prédio, casa ou construção. Somente são criadas aquelas 
contas que são efetivamente necessárias.
Agrupamento das contas da demonstração 
de resultado
A demonstração do resultado do exercício (DRE) tem como objetivo possi-
bilitar a identifi cação do resultado líquido, ou seja, identifi car se a organização 
teve lucro ou prejuízo em determinado período. Conforme a Lei nº. 6.404/1976 
e as suas alterações, essa demonstração deve ser elaborada anualmente para 
fi ns legais e de divulgação (BRASIL, 1976). Um modelo de DRE simplifi cada 
é apresentado no Quadro 5.
Descrição 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
 Produto A
 Produto B
(–) Deduções sobre vendas
 Produto A
 Produto B
Quadro 5. Modelo de demonstração do resultado do exercício
(Continua)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado8
Como você pode ver no Quadro 5, a receita líquida e os diferentes tipos 
de resultado (operacional bruto, antes do IR e da CS e do exercício) são 
obtidos por cálculos que partem das receitas (vendas da empresa), das quais 
vão sendo subtraídos os impostos, os custos e as despesas, até a obtenção do 
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
(–) Impostos sobre vendas
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
(=) Receita operacional líquida
(–) Custo do produto vendido
 Produto A
 Produto B
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto)
(–) Despesas operacionais
Despesas administrativas
Salários e encargos
Energia elétrica
Depreciação
Despesas com vendas
Salários e encargos
Combustíveis
Comissões
(–) Despesas financeiras líquidas
Juros pagos
(–) Juros recebidos
(=) Resultado antes do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social (CS)
(–) Provisão para IR e CS
Provisão para IR
Provisão para CS
(=) Resultado do exercício
Quadro 5. Modelo de demonstração do resultado do exercício
(Continuação)
9Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
resultado do exercício, que é o lucro ou prejuízo. Esse cálculo é realizado 
em diferentes estágios, com várias totalizações intermediárias. Por exemplo, 
a receita líquida corresponde ao valor total das vendas menos as deduções 
de vendas, os impostos e os abatimentos concedidos. 
Para tender ao que determina a Lei nº. 6.404/1976 e alterações, o plano de 
contas de resultado deve possibilitar a identificação das informações a seguir:
  receita bruta, deduções, abatimentos e impostos;
  receita líquida, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  despesas com as vendas, financeiras, gerais e administrativas, e outras 
despesas operacionais;
  lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  resultado do exercício antes do IR e a provisão para o imposto;
  participações (valores pagos a empregados, administradores e partes 
beneficiárias que não se caracterizem como despesa);
  lucro ou prejuízo líquido e o seu valor por ação (BRASIL, 1976).
Desde que o plano de contas de resultado apresente as informações defi-
nidas na Lei, podem ser feitas adaptações para que sejam atendidas também 
as necessidades de informação da organização; por exemplo, apresentar a 
receita, as deduções e o custo por produto. É a necessidade de informação da 
organização que vai determinar a estrutura e o número de contas do plano.
Uma particularidade do plano de contas de resultado é que ele não é exa-
tamente igual à demonstração do resultado do exercício. Embora o plano de 
contas patrimonial também não seja exatamente igual ao balanço patrimonial, 
no caso da DRE, as diferenças em relação ao plano de contas de resultado 
são mais significativas. Isso porque, geralmente, é necessário ter mais contas 
no plano de contas de resultado do que aquelas que aparecem na DRE. Isso 
acontece por duas razões principais:
1. pela necessidade de uma conta analítica e outra sintética, em função da 
estrutura do plano de contas (como ocorre com a provisão para IR, que 
possui uma conta sintética, 4.3.1, e outra analítica, 4.3.1.01);
2. pela necessidade de identificação de diferentes tipos de resultado (receita 
operacional líquida, resultado operacional bruto, resultado antes do IR 
e da CS e resultado do exercício).
Lembre-se de que os lançamentos ocorrem nas contas analíticas, sendo 
que as contas sintéticas atuam como totalizadoras de um grupo de analíticas. 
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado10
Por exemplo, as receitas são lançadas nas contas 3.1.1.01 Produto A e 3.1.1.02 
Produto B, que são as contas analíticas. Já a totalização das vendas ocorre nas 
contas 3.1 Vendas e 3.1.1 Produtos, que são sintéticas. A conta 3.1.1 totaliza a 
vendas de produtos, e a conta 3.1 totaliza o total de vendas (o que se tornaria 
mais importante se a empresa tivesse também prestação de serviços, pois faria 
a totalizaçãodo total de receitas — as de vendas e as de serviços).
Veja, no Quadro 6, um modelo de plano de contas para a elaboração da DRE.
Código Descrição Tipo de conta
3 Receita operacional bruta Sintética de 1º nível
3.1 Vendas Sintética de 2º nível
3.1.1 Produtos Sintética de 3º nível
3.1.1.01 Produto A Analítica 
3.1.1.02 Produto B Analítica
3.2 (–) Deduções sobre vendas Sintética de 2º nível
3.2.1 Devolução de vendas Sintética de 3º nível
3.2.1.01 Produto A Analítica
3.2.1.02 Produto B Analítica
3.2.1.03 Impostos sobre vendas Analítica
3.3 (–) Custo do produto vendido Sintética de 2º nível
3.3.1 Custo do produto vendido Sintética de 3º nível
3.3.1.01 Produto A Analítica
3.3.1.02 Produto B Analítica
4 (–) Despesas operacionais Sintética de 1º nível
4.1 Despesas gerais Sintética de 2º nível
4.1.1 Despesas administrativas Sintética de 3º nível
4.1.1.01 Salários e encargos Analítica
4.1.1.02 Energia elétrica Analítica
4.1.1.03 Depreciação Analítica
Quadro 6. Plano de contas para a elaboração da DRE
(Continua)
11Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Observe que a estrutura dos códigos das contas, bem como a classificação 
em sintética (1º, 2º ou 3º nível) ou analítica, seguem os mesmos padrões utili-
zados no plano de contas patrimonial. A codificação geralmente utilizada nas 
organizações é iniciada com 3 para as receitas e 4 para as despesas, porém, 
não segue o mesmo padrão em todas as empresas. Pode haver casos em que 
todo o plano de contas de resultado inicia com 3. Nesse caso, as despesas 
gerais teriam o código 3.4, as despesas financeiras líquidas teriam o código 
3.5, e a provisão para IR e CS teria o código 3.6. Codificações diferentes das 
apresentadas também podem ser encontradas.
Fonte: Adaptado de Brasil (1976).
Código Descrição Tipo de conta
4.1.2 Despesas com vendas Sintética de 3º nível
4.1.2.01 Salários e encargos Analítica
4.1.2.02 Combustíveis Analítica
4.1.2.03 Comissões Analítica
4.2 (–) Despesas financeiras líquidas Sintética de 2º nível
4.2.1 Juros Sintética de 3º nível
4.2.1.01 Juros pagos Analítica
4.2.1.02 (–) Juros recebidos Analítica
4.3 Provisão para IR e CS* Sintética de 2º nível
4.3.1 Provisão para IR Sintética de 3º nível
4.3.1.01 Provisão para IR Analítica
4.3.2 Provisão para CS Sintética de 3º nível
4.3.2.01 Provisão para CS Analítica
Quadro 6. Plano de contas para a elaboração da DRE
(Continuação)
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado12
Assim como no plano de contas patrimonial, os lançamentos contábeis são 
realizados nas contas analíticas, sendo as sintéticas utilizadas para definir a 
hierarquia ou totalizar outro grupo de contas. Veja, no Quadro 7, como ficaria 
o grupo das despesas com os valores contabilizados.
Código Descrição Valor 
4 (–) Despesas operacionais $ 192
4.1 Despesas gerais $ 192
4.1.1 Despesas administrativas $ 135
4.1.1.01 Salários e encargos $ 100
4.1.1.02 Energia elétrica $ 20
4.1.1.03 Depreciação $ 15
4.1.2 Despesas com vendas $57
4.1.2.01 Salários e encargos $ 50
4.1.2.02 Combustíveis $ 5
4.1.2.03 Comissões $ 2
Quadro 7. Exemplo de totalização das despesas operacionais
As despesas operacionais totalizam $ 192, dos quais $ 135 se referem a 
despesas administrativas e $ 57 a despesas com vendas. As despesas adminis-
trativas são compostas por salários e encargos ($ 100), energia elétrica ($ 20) e 
depreciação ($ 15). A mesma lógica de soma se aplica às despesas com vendas.
Estruturando o plano de contas dessa forma, estão disponíveis as infor-
mações em relação ao valor gasto em cada tipo de despesa (salários, energia, 
combustíveis e depreciação), em cada setor (administrativo e vendas), e tam-
bém o total. Estão disponíveis, portanto, informações bastante completas em 
relação às despesas.
13Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
O plano de contas não prevê as contas totalizadoras da DRE. Observe as diferenças 
entre o modelo de DRE (Quadro 5) e o plano de contas para a elaboração da DRE 
(Quadro 6). Repare que a receita operacional líquida, o resultado operacional bruto, 
o resultado antes do IR e da CS e o resultado do exercício não constam no plano de 
contas. Isso acontece porque esses valores são obtidos pelas somas realizadas, sendo 
apurados somente na emissão da DRE. Na contabilidade, não é realizado nenhum 
lançamento de débito ou crédito na conta de resultado operacional líquido, pois esse 
valor não decorre de um fato, mas, sim, de um cálculo. O mesmo ocorre com os outros 
totalizadores, o que justifica sua ausência no plano de contas. 
Cuidados na elaboração dos planos de contas
Um plano de contas é a base da escrituração contábil, estando relacionado 
diretamente com a qualidade das informações disponibilizadas nos relatórios, 
como no balanço patrimonial e na DRE. É com base no plano de contas e nos 
valores que correspondem a cada conta que são realizadas operações impor-
tantes nas organizações, como a apuração dos tributos e o planejamento dos 
estoques. Da mesma forma, são tomadas decisões com base em informações 
geradas pelas demonstrações contábeis, que, por sua vez, foram elaboradas 
com base na estrutura do plano de contas. 
Para Crepaldi (2003, p. 70):
[...] plano de contas é um conjunto de determinadas contas em função do 
ramo de atividade e porte de cada empresa. Nele são apresentadas as contas, 
títulos e descrição de cada uma, bem como os regulamentos e convenções 
que regem o uso do plano e de suas contas integrantes do sistema contábil 
da entidade, tendo como finalidade servir de guia para o registro e a de-
monstração dos fatos contábeis.
Na elaboração tanto do plano de contas patrimonial quanto do plano de 
resultado, a principal questão a ser observada é em relação à finalidade do 
plano. É importante que as demandas — sejam elas societárias, tributárias, 
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado14
fiscais ou gerenciais — sejam atendidas. Também é importante avaliar as 
dificuldades, as limitações e as necessidades de cada organização.
Um plano de contas societário deve atender à legislação societária, em 
consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade e as determinações 
da Comissão de Valores Mobiliários (no caso de sociedade de capital aberto). Já 
em um plano elaborado para atender aos aspectos fiscais, deve-se estar atento 
aos aspectos determinados pela legislação do IR. Muitas empresas elaboram 
apenas um plano de contas, utilizado tanto para aspectos societários quanto 
fiscais. Geralmente, a elaboração de dois planos distintos está relacionada à 
necessidade de informação que a empresa tem e ao seu tamanho (nas pequenas 
empresas, é comum ter apenas um plano; as grandes costumam ter um plano 
fiscal e outro societário).
Analisando a finalidade para a qual é elaborado, o plano gerencial é o 
que apresenta maior flexibilidade, pois pode ser elaborado com base nas 
demandas de informação da organização. Passando para segundo plano os 
aspectos societários e fiscais, o foco pode ser direcionado para o atendi-
mento dos anseios da administração, no que diz respeito ao detalhamento 
das informações desejadas.
A relação custo–benefício deve ser sempre avaliada. Se, por um lado, 
um plano de contas detalhado traz maior quantidade de informações, por 
outro, torna-se mais complexo e mais extenso, com um número de contas 
maior. Muitas contas podem, em algumas situações, causar dificuldades na 
identificação da conta contábil correta. Por exemplo, um plano que contemple 
contas específicas de despesas de viagem, diárias e despesas com refeições 
pode gerar dúvidas no momento do registro de uma nota fiscal correspondente 
ao almoço de um dos diretores. Em qual das três contas a despesa deve ser 
registrada? Se não houver total clareza na definição do que deve ser registrado 
em cada conta e uma uniformidadede procedimentos, corre-se o risco de 
fazer o registro ora em uma conta, ora em outra, comprometendo a qualidade 
da informação gerada.
Outro aspecto importante na elaboração do plano de contas é em relação ao 
porte da organização e à quantidade de clientes e fornecedores que possui. É 
comum que, em empresas de pequeno porte, seja criada uma conta específica 
para controlar os valores a pagar para cada fornecedor (Quadro 8).
15Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
2 Passivo
2.1 Circulante
2.1.1 Contas a pagar
2.1.1.01 Fornecedor A
2.1.1.02 Fornecedor B
2.1.1.03 Fornecedor C
2.1.1.04 Fornecedor D
Quadro 8. Exemplo de contas a pagar
A estruturação das contas a pagar nesse formato permite identificar com 
facilidade o valor a ser pago para cada fornecedor, sem a necessidade de outros 
controles (inexistentes em grande parte das pequenas empresas). Porém, essa 
alternativa se torna inviável em empresas de grande porte, com 200 ou 300 
fornecedores diferentes. O plano de contas e o passivo circulante se tornariam 
demasiado extensos. Em uma grande empresa, é normal a utilização de apenas 
uma conta de fornecedores, e o valor a ser pago a cada fornecedor é controlado 
no sistema de informações.
Cabe, ainda, destacar a diferenciação do plano de contas em função das 
atividades da empresa. Um grupo ilustrativo dessa diferença é o “ativo 
circulante — estoques”. Dependendo da atividade da empresa, ela pode ter 
diferentes tipos de estoques, ou sequer ter esse item em seus ativos (Quadro 9).
Indústria Comércio Serviços
1.1.4 Estoques 1.1.4 Estoques Conta inexistente
1.1.4.01 Matéria-prima 1.1.4.01 Mercadoria A
1.1.4.02 Produtos em elaboração 1.1.4.02 Mercadoria B
1.1.4.03 Produto acabado A 1.1.4.03 Mercadoria C
1.1.4.04 Produto acabado B 1.1.4.04 Mercadoria D
Quadro 9. Comparativo entre estoques de indústria, comércio e serviços
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado16
Veja que uma indústria possui diferentes tipos de estoques e deve controlá-
-los separadamente, pois a informação de que há $ 15.000 em estoque é pouco
qualificada. É preciso saber quanto representa a matéria-prima, os produtos
em elaboração e os acabados. Já no comércio, não há matéria-prima nem
produtos em elaboração, sendo o estoque composto pelos tipos de mercadorias
disponíveis para venda. Por fim, uma empresa prestadora de serviços costuma 
não ter produtos em estoque.
O estoque é apenas um exemplo das diferenças entre os planos de contas 
considerando a atividade das empresas. Em outros grupos do balanço patri-
monial também podem ocorrer diferenças, bem como na DRE, e o custo acaba 
tendo diferentes denominações (Quadro 10).
Fonte: Adaptado de Martins et al. (2003).
Indústria Custo dos produtos vendidos (CPV)
Comércio Custo das mercadorias vendidas (CMV)
Serviços Custo dos serviços prestados (CSP)
Quadro 10. Nomenclaturas do custo das vendas
Veja que a nomenclatura utilizada segue a atividade da empresa. Uma vez 
que a indústria fabrica produtos, a nomenclatura utilizada é “produtos vendi-
dos”; já no caso das empresas comerciais, utiliza-se o termo “mercadorias”, e 
nas empresas prestadoras de serviços, utiliza-se o termo “serviços”, conforme 
leciona Martins (2003).
De forma geral, o plano de contas corresponde a um conjunto de normas, 
que pode ser complementado com o manual de contas, que contém a descrição 
do funcionamento e do que deve ser registrado em cada conta. Dessa forma, 
utiliza-se o manual para oferecer informações e indicações sobre a aplicação e 
a utilização de cada uma das contas, conforme aponta Martins (2003). Ou seja, 
o manual de contas nada mais é do que a descrição do que deve ser registrado
em cada conta contábil. A utilização do manual de contas possibilita que
qualquer pessoa da organização consiga identificar a conta contábil correta a
ser utilizada para registro de algum fato (Quadro 11).
17Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado
Conta Origem Descrição 
1.1.1.01 
Caixa
Balanço patrimonial 
— ativo circulante
Registra todos os valores de dinheiro 
e cheques em poder da empresa.
2.2.1.01 
Banco A
Balanço patrimonial — 
passivo não circulante
Registra o valor dos empréstimos a 
serem pagos a longo prazo para o 
banco A.
1.1.2.01 
Banco A
Balanço patrimonial 
— ativo circulante
Registra os valores depositados 
em conta corrente no banco A.
3.1.1.01 
Produto A
DRE — Receitas Registra as receitas decorrentes das 
vendas à vista e a prazo do produto A.
3.2.1.01 
Produto A
DRE — Deduções Registra as devoluções de vendas 
por parte de clientes do produto A.
Quadro 11. Manual de contas
Algumas contas contábeis têm descrições idênticas, porém são utilizadas 
para registar eventos diferentes, em função da posição que ocupam no plano 
de contas. Conforme mostra o Quadro 6, embora seja possível identificar que 
a conta 3.1.1.01 se refere às receitas e a conta 3.2.1.01 se refere às deduções, 
em função do código, a descrição no manual de contas deixa claro o que deve 
ser registrado em cada uma. Assim, quem realiza lançamentos contábeis 
sabe para que serve cada código e o que pode e deve ser registrado em cada 
conta, para que as informações obtidas na contabilidade atendam, de fato, às 
necessidades da administração, dos agentes externos e do fisco.
Schier (2006) afirma que, para um plano de contas ser considerado eficaz, 
ele deve:
  ser adaptável à necessidade da organização;
  ser claro, não causando dificuldades na interpretação;
  ser flexível e permitir adaptações, ampliações e reduções;
  observar os princípios e preceitos que regem a contabilidade.
O autor afirma, ainda, que o plano de contas serve para orientar o registro 
das operações contábeis, possibilitando a visualização da real situação da 
empresa, independentemente de sua natureza.
Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado18
BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispões sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm. Acesso em: 29 maio 2019.
CREPALDI, S. A. Curso de contabilidade básica: resumo da teoria, atendendo as novas 
demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com respostas. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, E. et al. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2003.
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Ibpex, 2003.
19Estruturação de um plano de contas: agrupamento de contas do balanço patrimonial e de resultado

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