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MOBILIDADE URBANA

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Neste estudo, foram realizados levantamentos na área central de Jundiaí em três rotas
distintas. A metodologia adotada neste estudo é aderente às técnicas empregadas pela
Consultora, e ainda agrega o benefício de consolidar um método para uso em outras
aplicações pela municipalidade.
O trabalho compreendeu a execução de três tarefas: (i) planejamento; (ii) execução; (iii)
tratamento das informações obtidas e representação. Para maiores detalhes do planejamento
e definição das rotas analisadas, consultar o relatório P01 – Mobilização, Levantamento e
Análise Prévia.
Considerando os elementos anteriores, inicialmente foi definido o objeto do levantamento,
constituído por um conjunto de vias, as quais, sequenciadas, permitem estabelecer rotas
lógicas de percurso pelos pedestres. O conceito adotado foi o de se escolher rotas
caminháveis da área central, complementando as áreas levantadas no estudo de 2015 e a
algumas rotas em centralidades de bairros, isto é, em locais além do centro, onde há um
deslocamento a pé com intensidade mais considerável, decorrente de sua atratividade. No
total, foram definidas 43km de vias para o levantamento das condições de caminhabilidade,
envolvendo 65 logradouros, que foram organizados em 14 rotas.
A figura a seguir mostra as vias levantadas segundo os percursos que foram definidos.
Considerando a metodologia mencionada e os ajustes realizados nas discussões com a
Coordenação da UGMT, foi estabelecido um roteiro de levantamento de dados que contempla
nove grupos de dados: (i) Vias e passeios; (ii) Mobiliário urbano, serviços e espaço público; (iii)
Travessias; (iv) Sinalização; (v) Edificações - equipamentos e comércio (condições das fachadas);
(vi) Ruídos e conforto térmico; (vii) Transportes, topografia e intervenções; (viii) Sensações e
percepções de segurança. 
Considerando a agregação por rotas de percurso as rotas com maior nota foram:
• Rota 8, com 30,49 pontos, ou 76,2% do valor máximo. Esta rota, com 2,9 km inclui as vias:
Rua Dr. Antenor Soares Gandra; Rua Dr. Torres Neves; Av. São João; e Rua Itatiba;
• Rota 11, com 29,59 pontos, ou 74% do valor máximo. A rota, com aproximadamente 3 km
reúne as seguintes vias: Rua Bom Jesus do Pirapora; Av. São Francisco de Sales; Rua Suíça;
Rua Cica; e Rua José Bedendo.
As rotas com menores notas foram:
• Rota 2, com apenas 21 pontos, ou 52,5% do valor máximo. A rota possui 1,8 km, com uma
única via, a Rua Adelino Martins;
• Rota 9, com 22 pontos, ou 55% do valor máximo. Esta rota possui 2,3 km e é composta pela
Rua Oswaldo Cruz e Rua Carlos Gomes.
As demais rotas não citadas encontram-se dentro de um intervalo mediano de notas, como
mostra a Tabela 3.
As vias com melhor avaliação, com notas igual ou superior a 30 pontos totalizam 12,3 km e
estão relacionadas na Tabela 4 e as com piores avalições, igual ou inferior a 21 pontos,
representam 3,4 km, conforme a relação da Tabela 5
Condições de circulação dos pedestres
Neste grupo são apresentados os resultados quanto às larguras das calçadas, presença de
interferências e travessias rebaixadas nas travessias.
Ressalta-se que este levantamento tem a função de oferecer uma leitura geral do sistema
viário sob estes atributos.
Situação cicloviária
 
A malha cicloviária existente possui 8,0 km formada por ciclovias isoladas (Figura 18), ainda
que integrantes da malha articulada de vias com previsão de tratamento ciclístico apresentada
anteriormente. A esta malha, deve-se considerar as ciclovias de lazer ou internas à alguns
parques, como no Parque Engordadouro, Parque da Cidade, Jardim Botânico, Parque Tulipas e
Vale Azul. No total, pode-se considerar uma extensão de 8 km de infraestruturas lineares para
os ciclistas em Jundiaí.
Segundo informações colhidas na etapa de coleta de informações para o PMUJ, há um
conjunto de projetos cicloviários já elaborados, que totaliza 50 km de vias.
De forma um pouco mais detalhada, a pesquisa OD de 2014 de Jundiaí aponta para a
realização de 24.331 viagens diárias por bicicleta, equivalentes apenas a 1,4% das viagens
totais, conforme pode ser apreciado na Tabela 12 seguinte. Ressalta-se, entretanto, que na
RMSP, a OD de 2017 apresentou um valor relativo de apenas 0,9%.
Para os objetivos do PMUJ, foram realizadas pesquisas de contagem classificada de tráfego ao
final do ano 2020. Estes levantamentos, foram realizados entre 6 e 19 horas em 22 pontos do
município, com a inclusão da contagem de bicicletas.
Os resultados gerais podem ser observados na Tabela 13 e indicam um fluxo baixo de
bicicletas
Sistema de Transporte Coletivo e Integrações
 
Levando em conta que esta granulação territorial é pouco aplicável à compreensão dos
principais fluxos de viagens, foi realizado um agrupamento das zonas de tráfego em 15
macrozonas, considerando as regiões da cidade, as centralidades urbanas, os traçados
das rodovias e das principais vias e barreiras naturais. O mapa da Figura 28 apresenta a
disposição destas macrozonas, enquanto a Tabela 16 apresenta a correlação com as
regiões geográficas e centralidades urbanas da cidade
Os dados do estudo de demanda realizados para a hora pico da manhã indicam que em
Jundiaí ocorrem 26.597 viagens de transporte coletivo (ou seja, viagens com origens ou
destinos em Jundiaí, dentro da AUJ, de acordo com a matriz ajustada para o ano base de
2019), das quais 18.243 são internas ao Município e 8.354 são intermunicipais. Estes valores
mostram uma expressiva presença de fluxos externos, intermunicipais, que representam 32%
do total ou 46% das viagens municipais. Tal resultado pode ser creditado à polarização
regional que Jundiaí exerce e a oferta de empregos, principalmente industriais. Os dados
apresentados na análise da matriz OD, considera os fluxos internos ao município, bem como
os fluxos dos municípios que fazem parte do Aglomerado Urbano de Jundiaí, os demais fluxos
na escala macrometropolitana não estão aqui representados.
Considerando uma agregação de dados por regiões geográficas e apenas os fluxos internos
ao município, obteve-se a matriz de origem e destino agregada por região geográfica
mostrada na Tabela 17
Viagens da população realizadas pelo transporte individual em Jundiaí 
Os dados do estudo de demanda realizados para a hora pico da manhã indicam que em
Jundiaí ocorrem 85.308 viagens do transporte motorizado individual (ou seja, viagens com
origens ou destinos em Jundiaí, dentro da AUJ, de acordo com a matriz ajustada para o ano
base de 2019), das quais 67.189 são viagens apenas internas (78,8%) e 18.120 são viagens
que envolvem intercâmbio com outros municípios do Aglomerado Urbano de Jundiaí.
Destas, 7.970 tem origem no município e destino externo, sendo, portanto tipicamente de
base residencial, em face do seu horário. Todavia, o fluxo que se destina ao município é
expressivo e da mesma dimensão (10.150 viagens). 
Considerando os dados processados para a hora de pico da manhã, obteve-se a matriz de
origem e destino agregada por região geográfica mostrada na Tabela 36, que considera
apenas as viagens internas
Tal qual no transporte coletivo, é no Núcleo Central que são mais produzidas ou atraídas as
viagens do transporte motorizado individual, entretanto, observam-se algumas diferenças.
No transporte coletivo, o Núcleo Central responde por 24% das viagens produzidas,
enquanto no transporte motorizado individual a proporção é de 31%; quanto à atração, 42%
das viagens do transporte coletivo são atraídas para esta região e no individual, 37%. Estes
valores mostram um comportamento típico, no qual as viagens distribuídas no território são
mais atendidas com o uso do automóvel.
A região Norte é a segunda em atração de viagens com 27% de participação – o mesmo
percentual de participação na produção de viagens. Nesta região está localizado o Distrito
Industrial e a sua relevância também foi constatada no transporte coletivo, quando se
observou participações similares das viagens atraídas e produzidas na região.
A Figura 77 apresenta os vetores de produção e atraçãode viagens por macrozona,
enquanto a Figura 78 mostra esses vetores espacialmente em Jundiaí.
Locais de maior concentração de fluxos viários (“gargalos de tráfego”)
 Estado geral do pavimento
 
A avaliação do estado geral do pavimento foi realizada mediante uma vistoria por inspeção
visual, no mês de dezembro de 2020, conduzida por profissional especializado, na qual foi
observada a presença de patologias aparentes no pavimento e efetuados os devidos registros
por trecho. A partir destes dados, os trechos foram classificados de acordo com um atributo
de qualidade, de bom a ruim. 
Considerando a classificação adotada, do total dos percursos levantados, 47% da extensão foi
avaliada como “Bom”; 6% como “Regular a Bom”; 27% como “Regular” e 19% como “Ruim”.
Desta forma, a extensão de vias com pavimento que necessita um trabalho de recuperação
mais intensivo é de aproximadamente 34 km. Considerando as patologias verificadas as
maiores incidências foram os remendos de pavimentos, as trincas e os “jacarés”.
As vias com maiores incidências de avaliações de pavimento “ruim” foram a Av. União dos
Ferroviários (8 km), Av. Antônio Frederico Ozanan (7,7 km), Av. Carmine Todaro (3,4 km), Av.
Prefeito Luiz Latorre (3 km) e Rua Zuferey (2 km), que somadas respondem por 60% da
extensão assim classificada
Análise dos acidentes de trânsito
Os dados de acidentes de trânsito empregados no PMUJ tem origem no Sistema InfoSiga/SP,
que faz parte do programa Respeito à Vida do Estado de São Paulo, o qual publica
mensalmente estatísticas sobre acidentes fatais e não fatais de trânsito em todos os
municípios do estado a partir de diversas fontes, como Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia
Rodoviária Federal.
A Tabela 69 apresenta as totalizações obtidas dos acidentes de trânsito em Jundiaí, cabendo
observar que os acidentes não fatais só passaram a integrar o controle do InfoSiga a partir do
ano 2019. Dessa forma, há duas totalizações na tabela, relativas a cada período.
Os dados apresentados na Tabela 70 mostram a ocorrência de 1.560 acidentes nas vias
municipais; entre eles, 32 foram fatais, com uma proporção de 1,5% em relação ao total de
acidentes. Nas rodovias, houve 571 acidentes, sendo 35 fatais, ou seja, uma incidência
equivalente ao registrado nas vias locais, com 1,6% em relação ao total de acidentes.

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