Buscar

teorico V

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos da 
Linguagem Visual 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Claudemir Nunes Ferreira
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco 
Composição
• Introdução
• Esquemas Compositivos
• Princípios Organizacionais
• Leis da Gestalt: Princípios que Regem o Processo de Percepção Visual
• Princípios de Organização Aplicados à Composição
 · Conhecer os esquemas compositivos mais usuais.
 · Compreender a teoria da Gestalt sobre as forças integradoras 
que atuam no fenômeno perceptivo visual, suas implicações com 
relação ao que é percebido pelo observador e como os princípios 
organizacionais podem ser aplicados na formulação de composições 
coerentes e unificadas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a),
Iniciaremos nossos estudos com a apresentação dos esquemas compositivos, as 
possibilidades mais usuais de organização do espaço compositivo onde serão 
situados os elementos visuais.
Em seguida, estudaremos os princípios de organização aplicados no desenvolvimento 
de um todo visual a partir da articulação de diversos elementos. Apresentaremos 
as Leis da Gestalt, a teoria sobre o dinamismo autorregulador do nosso sistema 
nervoso central, que tende a organizar as formas em todos unificados durante o 
fenômeno perceptivo visual, e os demais princípios de organização aplicados à 
composição, alguns conceitos que correspondem a determinadas organizações 
entre as partes que permitem formular todos coerentes e integrados.
Após ler o material teórico, realize as atividades de sistematização e de 
aprofundamento e não deixe de explorar o material complementar, além de 
reforçar a assimilação dos conceitos apresentados nesta Unidade, estudos que 
aprimorarão a sua percepção visual e ampliarão o seu repertório artístico.
ORIENTAÇÕES
Composição
UNIDADE Composição
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Dedicamos os estudos das unidades anteriores aos dez elementos fundamentais da 
linguagem visual: o ponto, a unidade visual mínima e o indicador de espaço; a linha, 
a trajetória descrita pelo ponto em movimento e o articulador da forma; a forma, 
as infinitas variações e combinações possíveis das três formas básicas – quadrado, 
círculo e triângulo –; a direção, o impulso de movimento refletido pelas formas 
básicas; o tom, a presença ou ausência de luz que define o claro e o escuro; a cor, o 
elemento mais expressivo e emocional definido pelas características físicas das ondas 
eletromagnéticas do espectro luminoso; a textura, o caráter da superfície, seja tátil 
ou visual, de tudo o que enxergamos; a escala ou proporção, medida e tamanho 
relativos; o movimento, o deslocamento ou a mudança de posição dos elementos 
no espaço compositivo, real ou apenas sugerido; a dimensão, um aspecto real das 
linguagens tridimensionais que incorporam a terceira dimensão – profundidade – e 
uma ilusão criada pela manipulação dos demais elementos, capaz de sugerir objetos 
tridimensionais ocupando um espaço real nas linguagens bidimensionais.
Esses são os elementos básicos, a fonte compositiva ou a matéria-prima a partir da 
qual toda e qualquer manifestação visual é construída e, a partir de agora, estudaremos 
como esses elementos são manipulados, organizados e combinados em um todo 
visual coerente e integrado, em uma resposta direta ao objetivo da mensagem.
Uma manifestação visual sempre resulta da integração entre forma – como 
se expressa – e conteúdo – o que se expressa direta ou indiretamente – em uma 
relação de complementariedade mútua. A forma expressa o conteúdo. O conteúdo 
é influenciado pelos elementos básicos constitutivos e suas relações compositivas 
com o significado.
Toda manifestação visual tem um objetivo, mostrar, narrar, explicar, inspirar, fruir 
ou afetar, e as decisões compositivas podem intensificar as intenções expressivas, 
uma vez que implicam diretamente no que é recebido pelo observador.
Assim, não deixe de refletir sobre os conhecimentos que serão assimilados nesta 
Unidade e bons estudos!
6
7
Introdução
Composição é o processo de organização, disposição e agrupamento criativo 
dos elementos visuais em uma unidade, seja em uma pintura, em fotografia, em um 
anúncio publicitário, em uma escultura, na capa de um livro, ou em qualquer outra 
manifestação visual.
Compor consiste em representar e articular a variedade dentro de uma unidade, 
respeitando ou rejeitando certas convenções, para expressar o que a obra se destina 
a transmitir.
As decisões compositivas determinam o significado da manifestação visual e 
têm forte implicação com relação ao que é recebido pelo observador. Segundo 
Donis A. Dondis (2003, p. 29): “Não há regras absolutas: o que existe é um 
grau de compreensão do que vai acontecer em termos de significado se fizermos 
determinadas ordenações das partes que nos permitam organizar e orquestrar os 
meios visuais”.
Esquemas Compositivos
Toda composição é estruturada a partir de um esquema que organiza o espaço 
onde serão situados os elementos visuais. Os esquemas compositivos simples são 
formados por figuras geométricas ou por linhas mestras isoladas ou relacionadas 
entre si. Os mais usuais são:
Figura 1 – Esquemas compositivos simples
7
UNIDADE Composição
Esquema simétrico:
Figura 2 – Dematerialization near the nose of Nero (1947), Salvador Dalí
Fonte: salvador-dali.org
Esquema triangular:
Figura 3 – Pieta (1575), El Greco
Fonte: el-greco-foundation.org
Esquema circular:
Figura 4 – Untitled (1983), Keith Haring
Fonte: haring.com
8
9
Esquema oval:
Figura 5 – Dance II (1910), Henri Matisse
Fonte: henri-matisse.net
Esquema em T
Figura 6 – Christ on the Cross (1632), Diego Velázquez
Fonte: museodelprado.es
Esquema em L:
Figura 7 – El joven mendigo (1650), Bartolomé Esteban Murillo
Fonte: spanish-art.org
9
UNIDADE Composição
Esquema em S:
Figura 8 – Guitarrista ciego (1903), Pablo Picasso
Fonte: artehistoria.com
Esquema em X:
Figura 9 – The Crucifixion of Saint Peter (1600), Caravaggio
Fonte: caravaggio-foundation.org
Esquema em ângulo:
Figura 10 – Pájaro... pescado (1928), Salvador Dalí
Fonte: salvador-dali.org
10
11
Esquema diagonal:
Figura 11 – Ballet dancers in the wings (1900), Edgard Degas
Fonte: frenchart.umsl.edu
Esquema radial:
Figura 12 – Cosimo presentato a Giove da Ercole e Vittoria (1643-1646), 
Pietro da Cortona, afresco no teto da Sala Giove, Palazzo Pitti, Firenze
Fonte: opificiodellepietredure.it
Esquema com linhas curvas:
Figura 13 – La grande odalisque (1814), Jean Auguste Dominique Ingres
Fonte: louvre.fr
Os esquemas compositivos compostos são formados pela combinação de dois ou 
mais esquemas simples ou, ainda, por uma série de linhas combinadas livremente.
11
UNIDADE Composição
Figura 14 – Assunta (1518), Tiziano Vecellio
Fonte: viv-it.org
Figura 15 – Still life with basket (1888-1990), Paul Cézanne
Fonte: paul-cezanne.org
Princípios Organizacionais
A nossa resposta a uma manifestação visual ou o porquê algumas composições 
agradam mais do que outras intrigou filósofos, psicólogos e outros estudiosos 
por séculos.
Os estudos da Gestalt contribuíram enormemente para a compreensão de como 
alguns princípios organizacionais podem ser aplicados no desenvolvimento de 
composições visuais. As Leis da Gestalt, teorias formuladas a partir de inúmeros 
estudos e pesquisas experimentais sobre o fenômeno psicofisiológico da percepção 
visual humana, são os princípios fundamentais e respondem o porquê algumas 
composições, instintivamente, agradam mais do que outras.
Para complementar o sistema de estruturação e leitura de imagens, outros princípios 
de organização aplicados à composição foram acrescentados com o propósito de 
desenvolver um todo visual, a partir de diversas partes, coerente e unificado.
12
13
A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental que teve seu início mais efetivo por volta 
de 1910 com os estudos de Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koff ka, psicólogos da 
Escola de Frankfurt que formularam a teoria da formabuscando explicar a relação sujeito-
objeto no fenômeno da percepção. A teoria fundamenta-se no fato de que a percepção de 
qualquer forma ocorre de maneira global e unifi cada, ou seja, não percebemos as partes 
isoladas em uma composição para posteriormente associá-las e compor um todo, já 
percebemos a imagem total pela relação recíproca entre suas várias partes.
Para efeito de esclarecimento, o termo Gestalt, geralmente traduzido como estrutura, fi gura 
ou forma, no seu sentido mais amplo, signifi ca a integração entre as partes que formam 
o todo. Assim, o termo forma empregado neste estudo não deve ser compreendido como 
o elemento fundamental da linguagem visual descrito pela linha, e sim como a imagem 
visível de um conteúdo, ou seja, o conjunto de elementos perceptíveis que confi gura a 
aparência total de um objeto ou uma obra de arte, por exemplo.
Ex
pl
or
Leis da Gestalt: Princípios que Regem 
o Processo de Percepção Visual
A percepção visual humana é resultado da soma de forças internas e externas. 
As forças externas correspondem aos estímulos produzidos pelo campo visual que 
são captados pelo sentido da visão, ou seja, toda informação visual como a forma, 
o tamanho, a cor e a textura de um objeto ou de uma figura que chegam até a 
retina através da luz que refletem. E as forças internas correspondem ao processo 
mental de decodificação, interpretação e organização lógica e estética dos estímulos 
emitidos pelo campo visual.
A teoria da Gestalt atribui ao nosso sistema nervoso central um dinamismo 
autorregulador que tende a organizar as formas em todos coerentes e unificados 
durante o fenômeno perceptivo visual. São forças internas integradoras do processo 
fisiológico cerebral espontâneas, independentes de nossa vontade ou de qualquer 
aprendizado que se baseie nos princípios de unificação, segregação, semelhança, 
proximidade, fechamento, continuidade e pregnância da forma – o princípio 
fundamental que, na verdade, abrange todos os demais.
Figura 16 – Leis da Gestalt
13
UNIDADE Composição
Unificação
Uma unidade pode ser entendida como um único elemento que se encerra em 
si ou como parte de um todo.
Em uma conceituação mais ampla, uma unidade pode ser entendida como um 
conjunto de elementos – pontos, linhas, formas, cores, texturas etc., que configuram 
um todo ao relacionarem-se entre si.
A unificação da forma, ou a percepção de um todo coerente e integrado, ocorre 
quando os fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual e coerência entre as 
partes estão presentes.
Segregação
A segregação corresponde à nossa capacidade 
perceptiva de separar, identificar ou destacar 
unidades formais em um todo compositivo, a 
partir da desigualdade dos estímulos produzidos 
pelo campo visual.
Unificação e segregação são as forças ou as 
leis mais simples que regem a percepção visual. 
Uma age em função da igualdade de estimulação 
visual e a outra, da desigualdade de estimulação. Figura 17– Unificação e segregação
Semelhança
Estímulos visuais semelhantes entre si, seja pela forma, cor, tamanho, peso ou 
direção, entre outros fatores, tendem a ser percebidos em grupos e a constituir unidades.
Proximidade
Estímulos visuais próximos também tendem a ser percebidos em grupos e a 
constituir unidades.
Proximidade e semelhança muitas vezes agem em 
conjunto e se reforçam mutuamente para constituir 
unidades ou para promover a unificação do todo. 
A semelhança é mais forte do que a proximidade, 
embora reconheçamos estímulos visuais próximos 
como grupos, efeito que é reforçado pela similaridade 
entre os quais. Figura 18 – Proximidade e semelhança
14
15
Fechamento
O fechamento é outro fator importante para a formação de unidades. Ainda que 
os estímulos produzidos pelo campo visual correspondam a uma figura incompleta, 
nossa mente tende a unir intervalos e a estabelecer ligações para que percebamos 
uma figura completa.
As forças de organização da forma dirigem-
se espontaneamente para uma ordem espacial 
que tende para a formação de unidades em 
todos fechados, segregando uma figura mais 
completa o possível do resto do campo visual.
Figura 19 – Fechamento
Continuidade
As unidades lineares tendem, perceptivamente, a prolongar-se na mesma 
direção e com o mesmo movimento, assim como as unidades sucessivas tendem a 
se acompanharem.
A continuidade corresponde à organi-
zação da forma, de modo que as partes 
se sucedam sem quebras ou interrupções 
na trajetória ou fluidez visual, buscando 
uma estrutura estável. Figura 20 – Continuidade
Pregnância da Forma
Qualquer estímulo visual tende a ser percebido da maneira mais simples e 
lógica possível.
A pregnância é o princípio fundamental da percepção visual. Segundo a Gestalt, 
o equilíbrio, a clareza e a harmonia são fatores essenciais para o ser humano e 
as forças de organização da forma sempre tenderem a se dirigir, tanto quanto 
permitam as condições dadas, no sentido da harmonia e do equilíbrio visual.
Ou seja, pressupõe-se que a organização formal – percepção – será a melhor 
possível do ponto de vista estrutural – a composição em si. A partir desse princípio, 
pode-se estabelecer um critério de qualificação ou julgamento da forma:
• Quanto melhor ou mais clara for a organização visual da forma, em termos 
de facilidade de compreensão e rapidez de interpretação, maior será seu grau 
de pregnância. Percebemos mais facilmente as formas simples, regulares, 
simétricas e equilibradas;
• Quanto pior ou mais confusa for a organização visual da forma, menor será 
seu grau de pregnância. Formas complexas e irregulares exigirão um maior 
tempo de atenção, enquanto as forças internas de organização – que agem no 
sistema nervoso central do observador – buscam encontrar a melhor estrutura 
perceptível possível para decodificar a imagem em algo mais claro e lógico a 
fim de facilitar sua compreensão.
15
UNIDADE Composição
Princípios de Organização Aplicados 
à Composição
Os princípios de organização aplicados à composição são alguns conceitos, 
geralmente derivados ou desdobrados das Leis da Gestalt, que correspondem 
a determinadas organizações entre as partes que permitem formular todos 
coerentes e integrados.
Esses princípios não são regras ou leis com uma única interpretação ou 
aplicação possível, diferem-se também em números, subdivisões e nomenclaturas 
de acordo com cada autor, de modo que apresentaremos aqui uma síntese dos 
mais importantes.
Harmonia
A harmonia é o primeiro dos princípios de organização aplicados à composição 
e pode ser definido como uma relação agradável entre as diferentes partes que 
configuram o todo, possibilitando, geralmente, uma leitura simples e clara.
Ocorre quando unidades independentes se relacionam visualmente ao 
compartilhar características comuns – formas, cores, texturas, pesos, ou limites 
compartilhados, entre outros fatores –, ou quando se produz concordâncias 
e uniformidades entre as unidades de modo que não existam irregularidades, 
conflitos, desvios ou desalinhamentos.
Figura 21 – The Crucifixion (1325), Giotto
Fonte: pinakothek.de
A desarmonia é a formulação oposta da harmonia, ou seja, uma discordância na 
integração ou desarticulação entre as unidades que configuram o todo, caracterizada 
pela apresentação de desvios, irregularidades, desordem e desnivelamento visual.
16
17
Figura 22 – White Crucifi xion (1938), Marc Chagall
Fonte: artic.edu
Contraste
O contraste é o contraponto da harmonia, o outro lado da organização que 
também é essencial à composição. Por definição, significa diferença e ocorre 
sempre que unidades com características opostas são colocadas em conjunto. Em 
todas as linguagens visuais, é uma poderosa ferramenta de expressão utilizada para 
intensificar o significado e, portanto, simplificar a comunicação.
O contraste desencadeia uma ação 
neutralizante à nossa tendência percep-
tiva de fechamento visual e de busca por 
um equilíbrio absoluto. Ao inserir o con-
traste em uma composição, as áreas en-
volvidas tornam-semenos harmoniosas, 
porém, mais entusiasmantes. Contrastes 
sutis ocorrem quando a diferença entre 
as unidades é menor, pequenas varia-
ções de cor, valor, textura, proporção, 
direção, movimento, espaçamento ou 
alinhamento, capazes de criar um nível 
variável de interesse e auxiliar o movi-
mento dos olhos pela composição, tor-
nando-a mais dinâmica e prendendo a 
atenção do observador.
Figura 23 – Bandeirinhas, Alfredo Volpi
Fonte: brasilartesenciclopedias.com.br
Com maiores contrastes, áreas da composição podem ser realçadas, tornando-
se dominantes na composição.
17
UNIDADE Composição
Figura 24 – Composição (1976), Alfredo Volpi
Fonte: brasilartesenciclopedias.com.br
O contraste de tom baseia-se nas oposições de claro-escuro e é capaz de sugerir 
volume em uma composição.
Figura 25 – The Martyrdom of St. Matthew (1599-1600), Caravaggio
Fonte: caravaggio-foundation.org
O contraste de cor, já estudado na Unidade anterior, é uma força poderosa 
do ponto de vista sensorial e emotivo, empregado para expressar e reforçar a 
informação visual.
A temperatura é capaz de afetar a posição espacial, sugerindo proximidade ou 
distância. O contraste quente-frio pode fazer algo recuar ou avançar dentro da 
composição, os matizes azuis e verdes frequentemente são usados para indicar 
distância, enquanto os vermelhos e amarelos expressam expansão.
18
19
Figura 26 – Low tide, Cancale (1995), Wayne Roberts
Fonte: wroberts.com.au
O contraste de cores complementares, assim como o contraste simultâneo – 
tendência de uma cor a sempre destacar a sua complementar em uma cor próxima 
–, corresponde a um equilíbrio relativo, já que nossa visão sempre busca um estado 
de equilíbrio entre as três cores primárias para que todo o sistema perceptível 
trabalhe com menos pressão, como estudamos na Unidade dedicada à cor.
Figura 27 – Bedroom at Arles (1992). Roy Lichtenstein
Fonte: lichtensteinfoundation.org
Com o contraste de forma, uma figura irregular e imprevisível sempre dominará 
outra mais simples e resolvida.
19
UNIDADE Composição
Figura 28 – Peasants (1931), Diego Rivera
Fonte: diegorivera.org
O contraste de escala pode chocar o olhar e intensificar significados ao distorcer 
proporções e contradizer a nossa experiência visual. 
Figura 29 – Abaporu (1928), Tarsila do Amaral
Fonte: malba.org.ar
Equilíbrio e Tensão
A necessidade tanto física quanto psicológica que o homem tem de equilíbrio 
o torna a referência visual mais forte da percepção humana. O senso intuitivo de 
equilíbrio inerente à percepção corresponde ao método mais rápido e automático 
do observador para fazer avaliações visuais.
A orientação horizontal-vertical constitui a relação básica do homem com o 
meio ambiente.
20
21
Figura 30 – The dance studio (1878), Edgar Degas
Fonte: edgar-degas.org
Além do equilíbrio simples e estático, existe o obtido pela reação entre peso 
e contrapeso, ou seja, quando forças de igual intensidade, agindo em direções 
contrárias, chegam a um estado de repouso ao compensar-se mutuamente.
Figura 31 – Dancer tilting (1883), Edgar Degas
Fonte: the-athenaeum.org
21
UNIDADE Composição
O equilíbrio é um estado no qual as for- 
ças que agem sobre um corpo compen- 
sam-se mutuamente, por exemplo, quando 
duas forças de igual resistência puxam em 
direções opostas, toda a ação chega a uma 
pausa e a energia potencial do sistema 
chega ao mínimo. Essa definição física 
aplica-se também ao equilíbrio visual. Em 
uma composição equilibrada, todos os 
elementos relacionam-se mutuamente de 
tal modo que nenhuma alteração pareça 
possível e o todo assume o caráter de 
necessidade em relação às partes.
A simetria não é condição necessária para 
se obter o equilíbrio em uma composição, 
mas é a técnica mais fácil para se chegar 
à estabilidade. É uma configuração na qual 
as unidades de um lado são iguais as do 
lado oposto, estejam ocupando um único 
ou mais eixos de referência: horizontal, 
vertical e/ou diagonal.
Figura 32 – Our present image 
(1947), David Alfaro Siqueiros
Fonte: essl.museum
Com certa relatividade, podemos considerar uma composição simétrica ainda 
que suas unidades não sejam exatamente iguais, desde que os lados opostos 
apresentem uma forte semelhança.
Figura 33 – Ancient human sacrifice, Jose Clemente Orozco
Fonte: dartmouth.edu
22
23
É igualmente possível obter um equilíbrio assimétrico em uma composição 
quando as unidades presentes em cada lado dessa, ainda que diferentes, apresentam 
a mesma força visual.
Figura 34 – Los dos Davides (1963), David Alfaro Siqueiros
Fonte: christies.com
A tensão não corresponde à formulação oposta do equilíbrio, e sim a uma força 
que modifica gradual ou repentinamente o aspecto de repouso característico do 
equilíbrio. É causada pelo desvio em relação à estabilidade dos eixos horizontal-
vertical, com a alteração da posição ou direção das unidades, ou pela presença de 
unidades com pesos visuais dissonantes.
Figura 35 – Migration, Jose Clemente Orozco
Fonte: dartmouth.edu
23
UNIDADE Composição
Peso e direção são fatores que exercem influência particular sobre o equilíbrio 
e a tensão. O peso visual pode ser definido como uma força de atração visual, 
a capacidade que uma unidade possui de deter a atenção do observador e de 
atrair ou repelir os demais elementos localizados próximos no campo compositivo, 
causando sempre um efeito dinâmico no esquema estrutural que provoca tensão 
em uma composição. O peso visual de uma determinada unidade está relacionado 
com diversos fatores, como tamanho, forma, cor e localização, entre outros.
Quanto maior o tamanho, maior o peso visual do elemento.
Figura 36 – Black square and red square (1915), Kasimir Malevich
Fonte: ibiblio.org
Formas regulares pesam mais que formas irregulares.
Figura 37 – Composition (1944), Wassily Kandinsky
Fonte: wassilykandinsky.net
24
25
Cores quentes pesam mais que cores frias.
Figura 38 – Composition XI (1918), Theo van Doesburg.
Fonte: guggenheim.org
Cores saturadas pesam mais que cores não saturadas ou neutralizadas – 
acinzentadas.
Figura 39 – Fire at full Moon (1933), Paul Klee
Fonte: tate.org.uk
Tonalidades escuras pesam mais que tonalidades claras.
Figura 40 - Natureza morta (1960), Arcangelo Ianelli
Fonte: uol.com.br
25
UNIDADE Composição
Unidades localizadas no centro da composição ou próximas aos eixos horizontal 
e vertical centrais pesam mais do que afastadas desses locais.
Figura 41 – Constellation: toward the rainbow (1941), Joan Miró
Fonte: metmuseum.org
Uma unidade isolada pesa mais do que uma semelhante próxima a outras unidades.
Figura 42 – Pears series XIII #2 (1984-1985), Martha Alf
Fonte: portlandartmuseum.us
A atração entre os pesos vizinhos determina a direção das forças visuais 
da composição.
26
27
Nivelamento e Aguçamento
O nivelamento e o aguçamento podem ser compreendidos, respectivamente, 
como a estabilidade ou a tensão causada por unidades que se concentram ou se 
desviam dos eixos horizontal e vertical centrais da composição. Em uma organização 
com nivelamento, as unidades são posicionadas no centro da composição ou sobre 
os eixos estruturais horizontal e vertical, de modo que não oferecem nenhuma 
surpresa visual e são estáveis.
Figura 43 – The painter on his way to work (1888), Vicent van Gogh
Fonte: vangoghgallery.com
Em contrapartida, com aguçamento, unidades posicionadas fora dos eixos 
rompem com a sensação de centralidade e estabilidade do campo visual, criando 
tensão na composição.
Figura 44 – The sower (1888), Vicent van Gogh
Fonte: vangoghgallery.com
27
UNIDADE Composição
Atração e agrupamento
Atração e agrupamento são princípios de organização diretamente ligados às 
Leis da Gestalt, ou seja, a propensão humana de perceber os elementos ou as 
partes como todos unificados.
Na composição, trata-se de uma condição que cria circunstâncias nas relações 
que envolvem interação. Unidades não similares que se encontram distantes em uma 
composição parecem repelir-se mutuamentee disputam a atenção do observador.
Figura 45 – Brownish (1931), Wassily Kandinsky
Fonte: wassilykandinsky.net
A aproximação, por si, cria uma atração visual e esse efeito é intensificado 
pela similaridade entre as unidades, seja no tamanho, na forma ou na cor. O olho 
sempre tende a completar as lacunas entre as unidades para perceber um todo, 
porém, relaciona automaticamente e com maior força as unidades semelhantes.
Figura 46 – Fragile (1931), Wassily Kandinsky
Fonte: wassilykandinsky.net
28
29
Positivo e Negativo
Positivo e negativo correspondem a uma sequência de visão alternada entre 
campos visuais, o positivo refere-se às unidades mais ativas que criam uma tensão 
visual e absorvem a atenção do espectador – figura – e o negativo, a tudo aquilo 
que se apresenta de maneira mais passiva na composição – fundo.
Figura 47 – Portrait of Katharina Cornell (1951), Salvador Dalí
Fonte: art-dali.com
A segregação entre figura e fundo e a alternância entre os campos torna a 
manifestação visual da forma ambígua e muitas vezes engana o olhar. 
Figura 48 – Circle limit IV (1960), Escher
Fonte: mcescher.com
29
UNIDADE Composição
Podemos olhar para o campo visual e perceber um elemento que ali não existe, 
ou ainda não identificar claramente o positivo e o negativo, como no exemplo 
clássico do vaso e dos rostos: é a figura de um vaso cujo contorno sugere a imagem 
dos rostos – fundo – ou é a figura de dois rostos de perfil cujo espaço entre os quais 
– fundo – sugere o contorno de um vaso?
Figura 49 – Segregação figura e fundo
30
31
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Caro(a) aluno(a),
Há vários materiais, como vídeos, filmes, livros e sites, que podem ampliar seu 
conhecimento sobre a composição. Indica-se aqui os seguintes:
 Livros
Sistema de leitura visual da forma do objeto
GOMES FILHO, João. Exemplos práticos de leitura visual da forma do objeto. In: 
Gestalt do objeto. São Paulo: Escrituras, 2000. p. 103-119.
Nestes capítulos, o autor propõe dois passos básicos para a leitura visual de uma 
forma e, em seguida, apresenta alguns exemplos práticos. O primeiro passo propõe 
uma análise orientada exclusivamente pelas Leis da Gestalt e o segundo, que o autor 
denomina de categorias conceituais, inclui os princípios de organização aplicados 
à composição e às técnicas de composição visual que estudaremos na próxima 
Unidade. Ambas as análises se encerram com uma interpretação conclusiva sobre a 
pregnância da forma. 
 Vídeos
À Mão Livre - Composição Básica e À Mão Livre - Estrutura da Composição
Vídeos mão livre – composição básica – 01 e À mão livre – estrutura da composição – 
12. Direção de Cristina Winther e roteiro, conteúdo e apresentação do artista plástico 
e arte-educador Philip Hallawell.
Estes vídeos fazem parte da série À mão livre – a linguagem do desenho, 24 programas 
de quinze minutos, cada, exibidos pela TV Cultura na década de 1990, os quais 
apresentam os fundamentos, as técnicas e os processos criativos do desenho, além de 
sugerirem exercícios de composição. Um rico material para aprimorar sua percepção 
e expressão visual, assim como a sua criatividade.
Disponíveis em: http://goo.gl/fwkQk2 e http://goo.gl/MpXm9w.
Exercício de Análise e Composição - "Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata" 
Neste vídeo, realizado pelo Instituto Itaú Cultural, Analívia Cordeiro e Renato Carvalho 
realizam um exercício de análise e composição de uma obra do artista brasileiro 
Waldemar Cordeiro. O exercício é inspirado pelas obras concretas, geométricas e 
desenhadas à mão.
Vídeo Exercício de análise e composição – “Waldemar Cordeiro: fantasia exata” (2013).
Disponível em: http://goo.gl/DN18Xe
31
Referências
ARNHEIM, R. Arte e percepção visual: uma Psicologia da visão criadora: nova 
versão. 11. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
CAGE, J. A cor na arte autor. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2003.
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. [20--]. Disponível em: <http:// enciclopedia.
itaucultural.org.br>. Acesso em: 6 out. 2015.
FRASER, T.; BANKS, A. O guia completo da cor. 2. ed. São Paulo: Senac, 2010.
GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto. São Paulo: Escrituras, 2000.
OCVIRK, O. et al. Fundamentos da arte – teoria e prática. 12. ed. Porto Alegre, 
RS: AMGH, 2014.
OSTROWER, F. Universos da arte. 24. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2004.
WONG, W. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
32

Outros materiais