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Apostila - Filosofia. Ética Profissional e Cidadania (1)

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
Ética: O Conjunto De Regras Morais ................................................................................................ 2 
1.1. Conceitos .......................................................................................................................... 4 
1.2. Como adquirimos nossos valores éticos pessoais? ......................................................... 6 
1.3. Ética nos Negócios ............................................................................................................ 8 
1.4. Regras Fundamentais da Moralidade Comum ................................................................ 9 
1.5. A Ética Profissional ......................................................................................................... 10 
2. Filosofia - As Origens .............................................................................................................. 11 
3. Noções Fundamentais Do Pensamento Filosófico-Científico ............................................... 16 
3.1. A Physis ........................................................................................................................... 17 
3.2. A Causalidade ................................................................................................................. 17 
3.3. A Arque (Elemento Primordial) ...................................................................................... 18 
3.4. O Cosmos ........................................................................................................................ 20 
3.5. O Logos............................................................................................................................ 20 
3.6. O Caráter Crítico ............................................................................................................. 21 
3.7. Quadro sinóptico ............................................................................................................ 22 
4. Teorias Deontológicas e Utilitarista ....................................................................................... 24 
4.1. Intenção Ética e Norma Moral ....................................................................................... 25 
4.2. O Utilitarismo na Prática ................................................................................................ 26 
4.3. Dois Níveis de Pensamento Moral ................................................................................. 31 
4.4. Teorias Deontológicas .................................................................................................... 32 
4.5. Explicação Versus Prescrição de Formas de Conduta ................................................... 41 
4.6. Responsabilidade Social ................................................................................................. 43 
4.7. Princípios da Ética Social ................................................................................................ 48 
4.8. Códigos De Ética Empresarial ......................................................................................... 51 
4.9. Códigos de ética de empresas ........................................................................................ 52 
Referências ..................................................................................................................................... 60 
 
 
 
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Ética: O Conjunto De Regras Morais 
A moral é o conjunto de normas de conduta adotado como universalmente válido 
por uma comunidade humana ou cultura, num lugar e num tempo determinados. Sócrates 
elaborou a pergunta: “Como queremos viver?”. 
Respondendo a esta questão desenvolvemos o conceito de moralidade, nada mais 
é que o conjunto de regras sob as quais nós viemos na maioria do tempo. 
A ética é o conjunto de regras morais, que se constitui em um importante ramo da 
filosofia, que procura entender a natureza, a finalidade, a justificativa e os princípios 
fundamentais das normas morais e dos seus sistemas relacionais no contexto de dada 
sociedade. 
 
_______________ 
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As decisões de negócios são decisões morais porque afetam os projetos de outras 
pessoas. 
 
Escolhas Morais: 
As escolhas morais podem caracterizar-se como oriundas de fatores subjetivos ou 
objetivos. 
 
 Fatores objetivos: Estão relacionados às normas e costumes estabelecidos 
previamente. 
 Fatores subjetivos: Estão relacionados às preferências pessoais. De igual modo, 
estão ligados aos princípios de liberdade da responsabilidade. Só podem ser falsos 
se houver desonestidade ou intenção de enganar por parte de quem faz a escolha. 
Não se espera que os outros tenham as mesmas preferências. 
 
Julgamentos Morais: 
Geralmente relacionados a temas objetivos de avaliação de comportamento. 
Espera-se que as pessoas estejam de acordo com as convicções morais do tecido social. A 
falta de conformidade e/ou violação resultam normalmente na penalização de quem viola 
determinado princípio de conduta social. A pessoa que passa por esta situação em geral 
sofre censura moral, a condenação e o escárnio. 
 
Ética Normativa = Ética Moral 
Baseia-se em princípios e regras morais fixas, o seu objetivo principal é formular 
normas válidas de conduta e de avaliação do carácter. 
 
Ética não Normativa (relativa, factual, experimental) 
 A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva. Logo existem várias 
normas aplicáveis (para uma mesma situação). 
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 Não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais, 
condicionados ao tempo e ao espaço. 
 
 Não existem valores a priori: eles são criados conforme seja necessário ou 
oportuno. 
 Investigação factual do comportamento moral 
 
1.1. Conceitos 
 
-Absolutismo Ético: Padrão moral único e universal, isto é, verdadeiro. Ainda não 
foi descoberto. Quer dizer que uma vez conhecido esse padrão moral todos deveriam 
obedecê-lo. 
 Relativismo ético simples: Não existe um único padrão moral objetivo 
(verdadeiros ou falsos) aplicável para todas as pessoas. A moral está relacionada sempre 
uma época, grupo social, etc. O que um grupo social julga correto, é o correto em um 
determinado tempo e lugar. 
Relativismo ético funcional: São as normas morais consideradas boas por uma 
sociedade, desde que essa sociedade existe. Essasnormas morais são aquelas que 
funcionam nessa sociedade, pois sua obediência propicia benefícios para todos na 
sociedade. 
 
Uma observação relevante: O Caráter. 
Caráter é o modo de ser de um indivíduo, através da soma de seus hábitos, virtudes, 
sua índole ou sua firmeza de vontade, seus vícios, suas características próprias, seu 
temperamento. Existe muitas variações do caráter de uma pessoa, que pode ser, covarde, 
dramático, desafiador, briguento, inconstante entre outros. 
O caráter não sofre as influências do meio, uma vez que ele é inerente ao individuo 
e se forma dentro do ventre materno. O conjunto das qualidades boas ou más é que 
determina sua conduta e a sua moralidade. Sua personalidade, seu humor e 
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temperamento que pode sofrer alterações em função da adaptação familiar, pedagógica 
e social do individuo. 
O caráter quando é forte, não se deixa vencer pelas liberalidades, pelas facilidades 
oferecidas que indicam um caminho errado, mesmo que naquele instante possa parecer 
correto. O individuo está sempre em estado de prontidão. É como se ficasse uma luz 
vermelha piscando, diante dos caminhos que se apresentam. A educação e a cultura são 
as responsáveis na tomada de decisão na vida, porém o diferencial é o caráter. 
O individuo é uma construção dele mesmo, ele forja seu próprio eu, presente sem 
máscaras, dentro dos seus pensamentos, formando os mais variados graus de caráter. O 
caráter é modelado, pela experiência, educação, autoconhecimento, formação familiar, e 
é lapidado com a perseverança e a determinação. 
 
Ainda sobre o caráter e a personalidade: 
Sobretudo as escolas da caracterológica alemã e franco-holandesa esforçaram-se 
por dar aos dois termos (personalidade e caráter) um significado diferente, sem que, no 
entanto, se chegasse a um consenso. René Le Senne, por exemplo, propõe a seguinte 
distinção: Caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas, ou seja, que o 
indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do indivíduo; 
já personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais "externas", como que a 
"musculatura mental" - todos os elementos constitutivos do ser humano que foram 
adquiridos no correr da vida, incluindo todos os tipos de processo mente Caráter, em sua 
definição mais simples, resume-se em sua índole ou firmeza de vontade. 
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, 
covarde, inconstante. Tais variações podem ser inúmeras. 
Mas não é o caráter que sofre as influências pelo meio em que é submetido, pois o 
ser humano demonstra sua pessoal característica desde os primeiros dias, quiçá ainda 
enquanto dentro do ventre materno. O caráter é inerente do próprio espírito, e os moldes 
de educação, adaptação às diferentes condições e fases da vida humana apenas levam o 
ser às escolhas que deve fazer, obedecendo elas a esse princípio primeiro. 
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As culturas antigas costumavam declarar quando de uma pessoa de índole 
confiável: "Pessoa de caráter forte". 
Quando o caráter - presença inerente no ser - é forte, significa que por mais 
maravilhosos ou recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um 
sentimento de alerta dentro, que indica aquele como um caminho errado, mesmo que no 
momento possa parecer o correto. 
O caráter faz ver além, nas consequências dos atos de hoje, e não pode ser 
adquirido ou estudado ou mesmo aprendido. A educação e a cultura se diferem nesses 
valores, assim como o caráter se interfere a uma coisa e pessoas e difere das boas maneiras 
ou do estilo de vida que se leva. Ambos, a cultura e o estilo de vida, são transformados, 
adquiridos e estudados e podem ser esquecidos ou aprimorados. Mas o caráter faz desses 
todos seus caminhos. Escolher qual deles seguir e quais consequências irão advir só o 
caráter pode identificar, no momento que as decisões - de trabalho, amor, relações sociais, 
escolares, de amizade etc. - são tomadas. 
 
 
1.2. Como adquirimos nossos valores éticos pessoais? 
 
Tudo começa na infância. Segundo Freud: 
 Ego = Eu -> Busca do prazer -> Equilíbrio superego/id 
 Superego = Censura -> Família, religião, Escola, cultura 
 Id = Instinto -> Primitiva 
 
Pulsões: 
 
 Eros (pulsão sexual) = tendência à preservação da vida. 
 Tânatos (pulsão de morte) = tendência à destruição. 
 Não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. 
 
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Formação da personalidade: 
a) Formação do superego: 6 anos 
b) Antes: censura externa. Pai, mãe, professora, padre, pastor moravam fora da 
criança. 
c) Depois: censura interna. Pai, mãe, professora, padre, pastor moram dentro da 
criança. 
 
A ética é necessária? 
 A ética tem é principal regulador do desenvolvimento histórico e cultural da 
humanidade. 
 Sem uma referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os 
povos a humanidade já teria se autodestruído. 
 Os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios 
como justiça, igualdade de direitos, dignidade, cidadania, solidariedade e outros 
entretanto esses princípios nem sempre são praticados por todos. 
 
Texto Complementar: Qualidade de Vida (Prof. Alessandro Martins – Blog Filosofando) 
Um amigo, certa vez, disse e concordo com ele que a qualidade de vida se sustenta 
em 3 pilares. Se você souber lidar bem com cada um deles, terá uma vida de boa qualidade. 
Eles não estão em ordem de importância: 
 
 Saber lidar com o dinheiro: goste-se ou não, não se vive bem sem dinheiro ou sem 
algum dinheiro. O segredo aqui não é ter muito dinheiro. Mas gastar menos do que 
se ganha e fazer o que sobra render em mais dinheiro ou em qualidade de vida. 
 Saber lidar com os relacionamentos afetivos: cultivar bons relacionamentos 
afetivos de caráter sexual, romântico ou de amizade é fundamental. O homem é 
um ser social por definição. Mais uma vez, não se mede a qualidade de sua vida 
pela quantidade de amigos, romances ou de parceiros sexuais que você tem, mas 
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pela qualidade desses aspectos e a forma descomplicada e clara com que você 
administra seus relacionamentos. 
 Saber lidar com a comida: alimentar-se bem aumenta a chance de uma boa saúde, 
fundamental para a qualidade de vida. 
Note como cada um dos três aspectos interfere-nos outros dois. Por exemplo: uma 
boa alimentação, que traz melhores chances de você ter a saúde necessária para trabalhar 
e obter o dinheiro de que precisa para satisfazer suas necessidades mais ou menos básicas 
ou para ter a energia necessária para se relacionar com seus amigos e ser um membro 
atuante de sua comunidade. 
Também note como existem livros de autoajuda sobre cada um desses itens. Noentanto, é importante alertar que não existem fórmulas mágicas ou fórmulas prontas para 
trabalhar com dinheiro, relacionamentos e comida. O caminho de auto aprendizado é 
longo e exigente. Apesar disso, acho que se for encarado com prazer pode dar melhores 
resultados. 
 
1.3. Ética nos Negócios 
 
Decisões Éticas: 
- Decisões que dizem respeito ao bem comum: 
 
a) ar, água, terra e outros recursos limitados; 
b) os benefícios à sociedade e a legitimidade do negócio na sociedade. 
 
Decisões feitas com respeito a pessoas, demandas conflitantes e operações de negócio: 
 Estabelecendo a Moral: 
 Os gerentes podem não saber raciocinar eticamente, ou podem não querer fazê-
lo. 
 Tipos de legislações passada como leis ou obrigações: 
 
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a) Lei antitruste; 
b) Código de Defesa do Consumidor; 
c) Legislação sobre verdade na propagada; 
d) Segurança do produto ou serviço; 
e) Proteção ambiental; 
f) Comportamento ético no governo. 
 
1.4. Regras Fundamentais da Moralidade Comum 
 
A moralidade comum é o conjunto de regras sob as quais a maioria de nós conduz 
sua vida na maior parte do tempo, pois assume que é melhor fazer o “bem” do que o 
“mal”. São eles: 
 
 Princípio de cumprir a promessa; 
 Princípio da não malevolência; 
 Princípio da ajuda mútua; 
 Princípio do respeito às pessoas; 
 Princípio do respeito à propriedade. 
 Tomando uma decisão eticamente moral: 
 
a) Identificar o responsável pela decisão que possua um problema ético; 
b) Identificar o tema ético; 
c) Descrever as alternativas possíveis; 
d) Identificar pessoas, organizações ou grupos que possam se beneficiar ou se 
prejudicar por cada alternativa; 
e) Listar os benefícios e os prejuízos para cada parte envolvida; 
f) Mostrar quais as regras éticas usadas, qual o raciocínio que levou à decisão e 
escolher a Ação recomendada. 
 
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1.5. A Ética Profissional 
 
Ética profissional é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em 
prática no exercício de qualquer profissão. 
 
Código de Ética: 
 
 O Código de Ética é o acordo explicito entre os membros de um grupo social. 
 Deve descrever o modelo de conduta para seus membros. 
 As profissões regulamentadas possuem um Código de Ética. 
 
Princípios da Ética Profissional: 
 Honestidade enquanto ser humano e profissional. 
 Perseverança na busca de seus objetivos e metas 
 Conhecimento Geral e Profissional para oferecer segurança na execução das 
atividades profissionais. 
 Responsabilidade na consecução de qualquer tarefa. 
 
Texto complementar: 
Teorias da Obrigação Moral (VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, Ética, Editorial Grijalbo): 
 
Os éticos contemporâneos costumam dividir as teorias da obrigação moral em dois 
gêneros: deontológicas e teleológicas. Uma teoria da obrigação moral recebe o nome de 
deontológica (do grego déon, dever) quando a obrigatoriedade de uma ação não se faz 
depender exclusivamente das consequências da dita ação ou da norma a que se ajusta. 
Chama-se teleológica (de télos, em grego, fim) quando a obrigatoriedade de uma ação 
deriva somente das suas consequências. 
Tanto num caso como no outro, a teoria pretende dizer o que é obrigatório fazer. 
Ambos os tipos de teorias pretendem dar resposta à questão de como determinar o que 
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devemos fazer de modo que esta determinação possa orientar-nos numa situação 
particular. Suponhamos que um enfermo grave, confiando na minha amizade, me 
pergunta pelo seu verdadeiro estado, já que lhe parece que o médico e os familiares lhe 
ocultam a verdade. 
O que devo fazer neste caso? Enganá-lo ou dizer-lhe a verdade? De acordo com a 
doutrina deontológica da obrigação moral, devo dizer-lhe a verdade, quaisquer que sejam 
as consequências; ao invés, de acordo com a teoria teleológica, devo enganá-lo tendo 
presente as consequências negativas que para o doente possam advir ao ter conhecimento 
do seu verdadeiro estado. 
Enquanto que a ética formal de Kant se enquadra nas teorias deontológicas, a ética 
de Jeremy Bentham e John Stuart Mill constituem exemplos de teorias teleológicas. 
 
2. Filosofia - As Origens 
 
O Surgimento Da Filosofia Na Grécia Antiga 
A passagem do pensamento mítico para o filosófico-cientifico. 
Um dos modos talvez mais simples e menos polêmicos de se caracterizar a filosofia 
e através de sua historia: forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do 
sec. VI a.C. De fato, podemos considerar tal caracterização praticamente como uma 
unanimidade, o que costuma ser raro entre os historiadores da filosofia e os especialistas 
na área. Aristóteles, no livro I da Metafisica, talvez tenha sido o ponto de partida dessa 
concepção, chegando mesmo a definir Tales de Mileto como o primeiro filósofo. 
Veremos em seguida em que sentidos podem dizer isso, e o que nos leva a afirmar 
que a filosofia nasce em um momento e um lugar tão definidos, ou ate mesmo o que nos 
permite considerar determinado pensador como o "prime ira filosofo". Não teria havido 
pensamento antes de Tales e desse período de surgimento da filosofia? E claro que sim. 
Neste caso, o que tomaria o tipo de pensamento que afirmamos ter surgido com Tales e 
seus discípulos tão especial a ponto de ser considerada como inaugurando algo de novo, 
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a "filosofia"? Procuraremos, portanto, explicitar as razões pelas quais tradicionalmente se 
tem feito esta caracterização do surgimento do pensamento filosófico. 
Os diferentes povos da Antiguidade assírios e babilônios, chineses e indianos, 
egípcios, persas e hebreus, todos tiveram visões próprias da natureza e maneiras diversas 
de explicar os fenômenos e processos naturais. Só os gregos, entretanto, fizeram ciência, 
e na cultura grega que podemos identificar o principio deste tipo de pensamento que 
podemos denominar, nesta sua fase inicial, de filosófico-cientifico. 
Afirmou-se que o conhecimento científico, de cuja tradição e herdeiros, surge na 
Grécia por volta do Sec. VI a.C., nosso primeiro passo devera ser procurar entender por 
que se considera que esse novo tipo de pensamento aparece ai pela primeira vez e o que 
significa essa "ciência" cujo surgimento coincide com a emergência do pensamento 
filosófico. 
Quando dizemos que o pensamento filosófico-cientifico surge na Grécia no sec. VI 
a.C., caracterizando-o como uma forma especifica de o homem tentar entender o mundo 
que o cerca, isto não quer dizer que anteriormente não houvesse também outras formas 
de se entender essa realidade. E precisamente a especificidade do pensamento filosófico-
científico que tentaremos explicitar aqui, contrastando-o com o pensamento mítico que 
lhe antecede na cultura grega. Procuraremos destacar as características básicasde uma e 
de outra forma de explicação do real. 
O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos 
essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e 
dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. O mito 
caracteriza-se, sobretudo pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo 
de discurso que constitui. O próprio termo grego mythos significa um tipo bastante 
especial de discurso, O discurso fictício ou imaginário, sendo por vezes ate mesmo 
sinônimo de "mentira". 
As lendas e narrativas míticas não são produto de um autor ou autores, mas parte 
da tradição cultural e folclórica de um povo. Sua origem cronológica e indeterminada, e 
sua forma de transmissão e basicamente oral. O mito e, portanto, essencialmente fruto de 
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uma tradição cultural e não da elaboração de um determinado individuo. Mesmo poetas 
como Homero, com a Ilíada e a Odisseia (Sec. IX a. C.), e Hesiodo (Sec. VIII a. C.), com a 
Teogonia, que são as principais fontes de nosso conhecimento dos mitos gregos, na 
verdade não são autores desses mitos, mas indivíduos no caso de Homero cuja existência 
e talvez lendária que registraram poeticamente lendas recolhidas das tradições dos 
diversos povos que sucessivamente ocuparam a Grécia desde o período arcaico (c. 1500 a. 
C.). 
Por ser parte de urna tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de 
mundo dos indivíduos, a sua maneira mesmo de vivenciar esta realidade. Nesse sentido, o 
pensamento mítico pressupõe a adesão, a aceitação dos indivíduos, na medida em que 
constitui as formas de sua experiência do real. 
O mito não se justifica não se fundamenta, portanto, nem se presta ao 
questionamento, a critica ou a correção. Não ha discussão do mito porque ele constitui a 
própria visão de mundo dos indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade, 
tendo, portanto um caráter global que exclui outras perspectivas a partir das quais ele 
poderia ser discutido. Ou o individuo e parte dessa cultura e aceita o mito como visão de 
mundo, ou não pertence a ela e, nesse caso, o mito não faz sentido para ele, não lhe diz 
nada. A possibilidade de discussão do mito, de distanciamento em relação a visão de 
mundo que apresenta, supõe já uma transformação da própria sociedade e, portanto, do 
mito como forma reconhecida de se ver o mundo nessa sociedade. Voltaremos a este 
ponto mais adiante. 
Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a 
realidade e o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, a magia. As causas dos 
fenômenos naturais, aquilo que acontece aos homens, tudo e governado por uma 
realidade exterior ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina, a qual só os 
sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de interpretar, ainda que apenas 
parcialmente. São os deuses, os espíritos, o destino que governam a natureza, o homem, 
a própria sociedade. 
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Os sacerdotes, os rituais religiosos, os oráculos servem como intermediarias pontes 
entre o mundo humano e o mundo divino. Os cultos e sacrifícios religiosos encontrados 
nessas sociedades são, assim, formas de se tentar alcançar os favores divinos, de se 
agradecer esses favores ou de se aplacar a ira dos deuses. Na Grécia pode-se dar como 
exemplo a religião do orfismo e os mistérios de Eleusis, cujas influencias se estendem a 
escola de Pitagoras e ao pitagorismo. 
E Aristóteles, como dissemos acima, que afirma ser Tales de Mileto, no Sec. VI a. 
C., o iniciador do pensamento filosófico-cientifico. Podemos considerar que este 
pensamento nasce basicamente de uma insatisfação com o tipo de explicação do real que 
encontramos no pensamento mítico. De fato, desse ponto de vista, o pensamento mítico 
tem uma característica ate certo ponto paradoxal. Se, por um lado, pretende fornecer uma 
explicação da realidade, por outro lado, recorre nessa explicação ao mistério e ao 
sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar que não se pode 
compreender por estar fora do plano da compreensão humana. A explicação dada pelo 
pensamento mítico esbarra assim no inexplicável, na impossibilidade do conhecimento. 
E nesse sentido que a tentativa dos primeiros filósofos da escola jônica será buscar 
uma explicação do mundo natural (a physis, dai o nosso termo “fisico”) baseada 
essencialmente em causas naturais, o que consistira no assim chamado naturalismo da 
escola. A chave da explicação do mundo de nossa experiência estaria então, para esses 
pensadores, no próprio mundo, e não fora dele, em alguma realidade misteriosa e 
inacessível. O mundo se abre, assim, ao conhecimento, a possibilidade total de explicação 
ao menos em principio a ciência. 
O pensamento filosófico-cientifica representa assim uma ruptura bastante radical 
com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. Entretanto, se o 
pensamento filosófico-científico surge por volta do Sec. VI a.C., essa ruptura com o 
pensamento mítico não se da de forma completa e imediata. Ou seja, o surgimento desse 
novo tipo de explicação não significa o desaparecimento por completo do mito, do qual, 
alias, sobrevivem muitos elementos mesmo em nossa sociedade contemporânea, em 
nossas crenças, superstições, fantasias etc., isto e, em nosso imaginário. O mito sobrevive 
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ainda que vá progressivamente mudando de função, passando a ser antes parte da 
tradição cultural do povo grego do que a forma básica de explicação da realidade. 
Contudo, sua influencia permanece mesmo em escolas de pensamento filosófico 
como o pitagorismo e na obra de Platão. E nesse sentido que devemos entender a 
permanência da referencia aos deuses nos filósofos gregos daquele período. 
E claro que essa mudança de papel do pensamento mítico bem como a perda de 
seu poder explicativo resulta de um longo período de transição e de transformação da 
própria sociedade grega, que tornam possível o surgimento do pensamento filosófico-
cientifico no sec. VI a. C. Basicamente isso corresponde ao período de decadência da 
civilização micênico-cretense na Grécia, por volta do sec. XII a .C.,e de sua estrutura 
baseada em uma monarquia divina em que a classe sacerdotal tinha grande influencia e o 
poder politico era hereditário, e em uma aristocracia militar e em uma economia agraria. 
A partir da invasão da Grécia pelas tribos dóricas vindas provavelmente da Ásia 
central em tomo de 900 a 750 a.C., começam a surgir as cidades-estados, nas quais haverá 
uma participação politica mais ativa dos cidadãos, e uma progressiva secularização da 
sociedade. A religião vai tendo seu papel reduzido, paralelamente ao surgimento de uma 
nova ordem econômica baseada agora em atividades comerciais e mercantis. O 
pensamento mítico, com seu apelo ao sobrenatural e aos mistérios, vai assim deixando de 
satisfazer as necessidades da nova organização social, mais preocupada com a realidade 
concreta, com a atividade politica mais intensae com as trocas comerciais. E nesse 
contexto que o pensamento filosófico cientifico encontrara as condições favoráveis para o 
seu nascimento. 
E significativo, portanto, que Tales de Mileto seja considerado o primeiro filosofo e 
que o pensamento filosófico tenha surgido não nas cidades do continente grego como 
Atenas que terá seu período áureo posteriormente, Esparta, Tebas ou Micenas, mas nas 
colônias gregas do Mediterrâneo oriental, no mar Jônico, no que e hoje a península da 
Anatólia na Turquia. 
Essas colônias, dentre as quais se destacaram Mileto e Éfeso, foram importantes 
portos e entre postos comerciais, ponto de encontro das caravanas provenientes do 
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Oriente Mesopotâmia, Pérsia, talvez mesmo Índia e China, que para lá levavam suas 
mercadorias que eram embarcadas e transportadas para outros pontos do Mediterrâneo 
que os gregos cruzavam com suas embarcações. Ora, por esse motivo mesmo, nessas 
cidades conviviam diferentes culturas, e de forma harmoniosa, pois o interesse comercial 
fazia com que os povos que ai se encontravam, os gregos fundadores das cidades, fossem 
bastante tolerantes. 
As colônias gregas do mar Jônico eram então cidades cosmopolitas onde reinava 
certo pluralismo cultural, com a presença de diversas línguas, tradições, culto e mitos. E 
possível, assim, que a influencia de diferentes tradições míticas tenha levado a 
relativização dos mitos. O caráter global, absoluto, da explicação mítica teria se 
enfraquecido no confronto entre os diferentes mitos e tradições, revelando-se assim sua 
origem cultural: o fato de que cada povo tem sua forma de ver o mundo, suas tradições e 
seus valores. 
Ao mesmo tempo, em uma sociedade dedicada as praticas comerciais e aos 
interesses pragmáticos, as tradições míticas e religiosas vão perdendo progressivamente 
sua importância. Esta e uma hipótese que parece razoável; de um ponto de vista histórico 
e sociológico, e mesmo geográfico e econômico, para a explicação do surgimento do tipo 
de pensamento inaugurado por Tales e pela chamada Escola de Mileto, naquele momento 
e naquele contexto. 
Passemos agora a examinar algumas das características centrais desse tipo de 
pensamento, encontradas nao só na Escola de Mileto, mas praticamente, embora com 
diferenças, em quase todos os pensadores daquele período (sécs. VI ao V a. C.), os assim 
chamados filósofos pré-socráticos, por terem vivido antes de Sócrates. 
 
3. Noções Fundamentais Do Pensamento Filosófico-Científico 
 
A principal contribuição desses primeiros pensadores ao desenvolvimento do 
pensamento filosófico, e podemos dizer também cientifico, encontra-se em um conjunto 
de noções que tentam explicar a realidade e que constituirão em grande parte, como 
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veremos alguns dos conceitos básicos das teorias sobre a natureza que se desenvolverão 
a partir de então. 
Embora essas noções sejam ainda um tanto imprecisas, já que se trata do momento 
mesmo de seu surgimento, podemos dizer que a filosofia e a ciência tem ai o seu inicio em 
nossa tradição cultural. Veremos como, de certa forma, essas noções constituem o ponto 
de partida de uma visão de mundo que, apesar das profundas transformações ocorridas, 
permanece parte de nossa maneira de compreender a realidade ainda hoje. Isso quer dizer 
que podemos reconhecer nesses pensadores as raízes de conceitos constitutivos de nossa 
tradição filosófico-cientifica. 
 
3.1. A Physis 
 
Aristóteles (Metafisica I, 2) chama os primeiros filósofos de fisiólogos, ou seja, 
estudiosos ou teóricos da natureza (physis). Assim, o objeto de investigação dos primeiros 
filósofos-cientistas e o mundo natural; sendo que suas teorias buscam dar uma explicação 
causal dos processos e dos fenômenos naturais a partir de causas puramente naturais, isto 
e, encontráveis na natureza, no mundo natural, concreto, e não fora deste, em um mundo 
sobrenatural, divino, como nas explicações míticas. Segundo esse tipo de visão, portanto, 
a chave da compreensão da realidade natural encontra-se nesta própria realidade e nao 
fora dela. 
 
3.2. A Causalidade 
 
A característica central da explicação da natureza pelos primeiros filósofos e, 
portanto o apelo à noção de causalidade, interpretada em termos puramente naturais. O 
estabelecimento de uma conexão causal entre determinados fenômenos naturais 
constitui assim a forma básica da explicação cientifica e, em grande parte, por esse motivo 
que consideramos as primeiras tentativas de elaboração de teorias sobre o real como o 
inicio do pensamento cientifico. Explicar e relacionar um efeito a uma causa que o 
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antecede e o determina. Explicar e, portanto, reconstruir o nexo causal existente entre os 
fenômenos da natureza, e tomar um fenômeno como efeito de uma causa. E a existência 
desse nexo que toma a realidade inteligível e nos permite considera-la como tal. 
E importante, entretanto, que o nexo causal se de entre fenômenos naturais. Isto 
porque podemos considerar que o pensamento mítico também estabelece explicações 
causais. Assim, na narrativa da guerra de Troia na Iliada de Homero vemos os deuses tomar 
o partido dos gregos e dos troianos e influenciar os acontecimentos em favor destes ou 
daqueles. Portanto, fenômenos humanos e naturais tem nesse caso causas sobrenaturais. 
Trata-se de uma explicação causal, porem dadas através da referencia a causas 
sobrenaturais. E por isso que o que distingue a explicação filosófico-cientifica da mítica e 
a referencia apenas a causas naturais. 
A explicação causal possui, entretanto, um caráter regressivo. Ou seja, explicamos 
sempre uma coisa por outra e ha assim a possibilidade de se ir buscando uma causa 
anterior, mais básica, ate o infinito. 
Cada fenômeno poderia ser tomado como efeito de uma nova causa, que por sua 
vez seria efeito de uma causa anterior, e assim sucessivamente, em um processo sem fim. 
Isso, contudo, invalidaria o próprio sentido da explicação, pois, mais uma vez a explicação 
levaria ao inexplicável, a um mistério, portanto, tal como no pensamento mítico. 
 fenômeno 1 → fenômeno 2 
 causa → efeito 
 (causa) → (efeito) 
 ...(causa) → (efeito) 
 
Para evitar que isso aconteça, surgindo a necessidade de se estabelecer uma causa 
primeira, um primeiro principio, ou conjunto de princípios, que sirva de ponto de partida 
para todo o processo racional. E ai que encontramos a noção de arque. 
 
3.3. A Arque (Elemento Primordial) 
 
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A fim de evitar a regressão ao infinito da explicação causal, o que a tornaria 
insatisfatória, esses filósofos vão postular a existência de um elemento primordial que 
serviria de ponto de partida para todo o processo. O primeiro a formular essa noção e 
exatamenteTales de Mileto, que afirma ser a agua (hydor) o elemento primordial. 
Não sabemos por que Tales teria escolhido a agua: talvez por ser o único elemento 
que se encontra na natureza nos três estados, solido, liquido e gasoso; talvez influenciado 
por antigos mitos do Egito e da Mesopotâmia, civilizações de regiões áridas e que se 
desenvolveram em deltas de rios e onde por isso mesmo a agua aparece como fonte da 
vida. Porem, o importante na contribuição de Tales não e tanto a escolha da agua, mas a 
própria ideia de elemento primordial, que da unidade a natureza. 
E claro que a agua tomada como primeiro principio e muito diferente da agua de 
nossa experiência comum, que bebemos ou que encontramos em rios, mares, e lagos. 
Trata-se realmente de um principio tomado aqui como simbolizando o elemento liquido 
ou fluido no real como o mais básico, mais primordial; ou ainda a agua como o elemento 
presente em todas as coisas em maior ou menor grau. 
Diferentes pensadores buscaram eventualmente diferentes princípios explicativos, 
assim, por exemplo, os sucessores de Tales na Escola de Mileto, Anaxímenes e 
Anaximandro, adotaram respectivamente o ar e o apeiro (um principio abstrato 
significando algo de ilimitado, indefinido, subjacente a própria natureza); Heráclito dizia 
ser o fogo o principio explicativo, Demócrito o átomo e assim sucessivamente. 
Empédocles, com sua doutrina dos quatro elementos como que sintetiza as 
diferentes posições, afirmando a existência de quatro elementos primordiais terra, agua, 
ar e fogo, tese retomada por Platão no Timeu e bastante difundida em toda a Antiguidade, 
chegando mesmo ao período moderno, presente nas especulações da alquimia no 
Renascimento ate o surgimento da moderna química. Pode-se considerar inclusive que, de 
certa forma, a química ainda hoje supõe que certos elementos básicos, como o hidrogênio, 
estejam presentes em todo o universo. 
A importância da noção de arque esta exatamente na tentativa por parte desses 
filósofos de apresentar uma explicação da realidade em um sentido mais profundo, 
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estabelecendo um principia básico que permeie toda a realidade, que de certa forma a 
unifique, e que ao mesmo tempo seja um elemento natural. Tal princípio daria 
precisamente, o caráter geral a esse tipo de explicação, permitindo considera-la como 
inaugurando a ciência. 
 
3.4. O Cosmos 
 
O significado do termo cosmos para os gregos desse período liga-se diretamente as 
ideias de ordem, harmonia e mesmo beleza (já que a beleza resulta da harmonia das 
formas; dai, alias, o nosso termo "cosmético"). O cosmo e assim o mundo natural, bem 
como o espaço celeste, enquanto realidade ordenada de acordo com certos princípios 
racionais. A ideia básica de cosmo e, portanto, a de uma ordenação racional, uma ordem 
hierárquica, em que certos elementos são mais básicos, e que se constitui de forma 
determinada, tendo a causalidade como lei principal. 
O cosmo, entendido assim como ordem, opõe-se ao caos (Kaos), que seria 
precisamente a falta de ordem, o estado da matéria anterior a sua organização. E 
importante notar que a ordem do cosmo e uma ordem racional, "razão" significando ai 
exatamente a existência de princípios e leis que regem, organizam essa realidade. E a 
racionalidade deste mundo que o toma compreensível, por sua vez, ao entendimento 
humano. E porque ha na concepção grega o pressuposto de uma correspondência entre a 
razão humana e a racionalidade do real o cosmo que este real pode ser compreendido, 
pode-se fazer ciência, isto e, pode-se tentar explica-lo teoricamente. Dai se origina o termo 
"cosmologia", como explicação dos processos e fenômenos naturais e como teoria geral 
sobre a natureza e o funcionamento do universo. 
 
3.5. O Logos 
 
O termo grego logos significa literalmente discurso, e com tal acepção que o 
encontramos, por exemplo, em Heráclito de Éfeso. O logos enquanto discurso, entretanto, 
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difere fundamentalmente do mythos, a narrativa de caráter poético que recorre aos 
deuses e ao mistério na descrição do real. O logos e fundamentalmente uma explicação, 
em que razoes são dadas. 
E nesse sentido que o discurso dos primeiros filósofos, que explica o real por meio 
de causas naturais, e um logos. Essas razões são fruto nao de uma inspiração ou de uma 
revelação, mas simplesmente do pensamento humano aplicado ao entendimento da 
natureza. O logos e, portanto, o discurso racional, argumentativo, em que as explicações 
são justificadas e estão sujeitas a critica. Dai deriva, por exemplo, o nosso termo “logico”. 
Porem, o próprio Heráclito caracteriza a realidade como tendo um logos, ou seja, 
uma racionalidade (ver o conceito de cosmo acima) que seria captada pela razão humana. 
Portanto, um dos pressupostos básicos da visão dos primeiros filósofos e a 
correspondência entre a razão humana e a racionalidade do real, o que tomaria possível 
um discurso racional sobre o real. 
 
3.6. O Caráter Crítico 
 
Um dos aspectos mais fundamentais do saber que se constitui nessas primeiras 
escolas de pensamento, sobretudo na escola jônica, e seu caráter critico. Isto e, as teorias 
ai formuladas nao o eram de forma dogmática, nao eram apresentadas como verdades 
absolutas e definitivas, mas como passiveis de serem discutidas, de suscitarem 
divergências e discordâncias, de permitirem formulações e propostas alternativas. 
Como se trata de construções do pensamento humano, de ideias de um filosofo e 
nao de verdades reveladas, de caráter divino ou sobrenatural, estão sempre abertas a 
discussão, a reformulação, a correções. 
O que pode ser ilustrado pelo fato de que, na escola de Mileto, os dois principais 
seguidores de Tales, Anaxímenes e Anaximandro, nao aceitaram a ideia do mestre de que 
a agua seria o elemento primordial, postulando outros elementos, respectivamente o ar e 
o apeíron, como tendo esta função. 
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Isso pode ser tomado como sinal de que nessa escola filosófica o debate, a 
divergência e a formulação de novas hipóteses eram estimulados. A única exigência era 
que as propostas divergentes pudessem ser justificadas, explicadas e fundamentadas por 
seus autores, e que pudessem, por sua vez, ser submetidas a critica. 
 
Segundo o Importante Filósofo da Ciência Contemporâneo Karl Popper 
O que e novo na filosofia grega, o que e acrescentado de novo a tudo isso, parece-
me consistir não tanto na substituição dos mitos por algo de mais "cientifico", mas sim em 
uma nova atitude em relação aos mitos. Parece-me ser meramente uma consequência 
dessa nova atitude o fato de que seu caráter começa então a mudar. 
A nova atitude que tenho em mente e a atitude critica. Em lugar de uma 
transmissão dogmática da doutrina (na qual todo o interesse consiste em preservar a 
tradição autentica) encontramos uma tradição critica da doutrina. Algumas pessoas 
começam a fazer perguntas a respeito da doutrina, duvidam de sua veracidade, de sua 
verdade. 
A dúvida e a critica existiram certamente antes disso. O que e novo,porem, e que 
a duvida e a critica tomam-se agora, por sua vez, parte da tradição da escola. Uma tradição 
de caráter superior substitui a preservação tradicional do dogma. Em lugar da teoria 
tradicional, do mito, encontramos a tradição das teorias que criticam, que, em si mesmas, 
de inicio, discussão critica que a observação e adotada como uma testemunha. 
Nao pode ser por mero acidente que Anaximandro, discípulo de Tales, desenvolveu 
uma teoria que diverge explicita e conscientemente divergido de modo igualmente 
consciente da doutrina de seu mestre. A única explicação parece ser a de que o próprio 
fundador da escola tenha desafiado seus discípulos a criticarem sua teoria transformado 
esta nova atitude critica de seu mestre em uma nova tradição 
 
3.7. Quadro sinóptico 
 
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Passagem do pensamento mítico surgimento da filosofia na Grécia antiga (Séc. VI 
a.C). 
Ruptura entre essas duas formas de pensamento como resultante de 
transformações na sociedade grega da época, que se seculariza, tomando-se importante a 
atividade comercial. 
O surgimento do pensamento filosófico uma vez que ali se dava um maior contato 
com outras culturas, levando a uma relativização do mito e das práticas religiosas. 
O mito, como explicação do real através do elemento sobrenatural e misterioso, é 
considerado insatisfatório; os primeiros filósofos procuram explicar a realidade natural a 
partir dela própria: naturalismo da escola jônica. 
O novo pensamento filosófico possui características centrais que rompem com a 
narrativa mítica: 
 A noção de physis 
 A causalidade interpretada em termos estritamente naturais 
 O conceito de arqué ou elemento primordial. 
 A concepção de cosmo (o universo racionalmente ordenado). 
 O logos como racionalidade deste cosmo e como explicação racional. 
 O caráter crítico dessas novas teorias que eram sujeitas a discussão evitando o 
dogmatismo e fazendo com que se desenvolvessem, transformando-se e reformulando-
se. 
Ética e moral ao longo dos tempos nao foi uniforme o uso dos termos: umas vezes 
empregues como sinônimos, outras com diferente significado, que varia segundo os 
autores. 
Moral vem do latim mos ou mores, que significa hábito ou hábitos. É com este 
termo que o latim julgou traduzir ethos, esquecendo-se da diferença que o grego 
apresenta entre: 
ἤθος– ethos (com eta inicial) morada, caracteriza o lugar onde o animal habita, a 
caverna; o caráter enquanto lugar de onde brota o ato, a interioridade do ato, o que ha de 
mais interior no homem, como se tratasse do centro do qual o agir emana. 
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 'ε´θος – ethos (com epsilon inicial) significa hábito. 
O primeiro sentido de ethos foi revelado por Heráclito em seu aforismo N° 119, 
onde diz: morada da consciência (Divino/ser) ou a consciencia (divino/ser) mora no 
homem. 
Na ética aristotélica não apenas ocorre o ethos como também ethos e e para esse 
segundo sentido, habito, que se serve a tradução latina. 
Moral diz respeito às ações praticadas por hábitos e aos costumes em geral, o que 
privilegia o lado pelo qual a ação e ainda exterior ao sujeito; esta exterioridade reenvia 
então para a lei e a regra. 
 
Segundo Adolfo Sanchez Vasquez 
A ética e a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade 
(...). A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno da moral, ou seja, com 
uma serie de praticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência 
da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da 
avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes 
juízos e o principio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais". 
(VASQUEZ, 1975, p. 12) 
Podem-se classificar as teorias éticas de acordo com o seu fundamento em: 
Teorias teleológicas ou da responsabilidade decidem o que e moralmente justo ou 
injusto, pela comparação das consequências e dos riscos. 
Ex.: Utilitarismo os atos devem produzir o máximo de bens para o maior numero. 
Teorias deontológicas ou da convicção ha considerações de ordem superior, 
imperativos da consciência, mandamentos divinos. 
Ex.: Kant 
 
 
 
4. Teorias Deontológicas e Utilitarista 
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Pode-se dizer que os utilitaristas diferem dos deontologistas por causa do modo 
como respondem a estas duas perguntas: 
1. O que torna as nossas ações certas ou erradas? 
2. Quando e que nossas ações são certas ou erradas? 
Utilitarismo: Apenas as consequências das nossas ações as tornam certas ou 
erradas. As nossas ações são certas ou erradas apenas em virtude de promoverem 
imparcialmente o bem-estar. 
Deontologia: Nem só as consequências das nossas ações as tornam certas ou 
erradas. Muitas ações são intrinsecamente erradas, ou seja, erradas independentemente 
das suas consequências. 
Podemos dizer, alias que todos temos de respeitar certos deveres que proíbem a 
realização dessas ações. 
Quando e que uma ação e certa ou errada? Aqui as respostas em disputa são as 
seguintes: 
Utilitarismo (contemporâneo): Uma ação e certa apenas quando maximiza o bem-
estar, ou seja, quando promove tanto quanto possível o bem-estar. Qualquer ação que 
nao maximize o bem-estar e errada. 
Deontologia: Uma ação e errada quando com ela infringimos intencionalmente 
algum dos nossos deveres. Qualquer ação que nao seja contraria a esses deveres nao tem 
nada de errado. 
Um grupo de terroristas viaja num barco com dezenas de pessoas inocentes. Os 
terroristas levam consigo uma nova arma biológica que poderá provocar a morte de 
muitos milhões de pessoas. Infelizmente; a única maneira segura de impedir que os 
terroristas venham a usar essa arma e afundar o barco antes que este chegue ao seu 
destino. Mas será eticamente aceitável afundar o barco? 
 
4.1. Intenção Ética e Norma Moral 
 
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Vamos examinar criticamente o utilitarismo e confronta-lo com alternativas 
apresentadas por aqueles que, como o filosofo do século XVIII Immanuel Kant, defende 
uma perspectiva deontológica da ética. Quem aceita esta perspectiva pensa que para 
fazermos o que esta certo devemos respeitar certas normas ou regras morais, mesmo nos 
casos em que desrespeita-las produziria melhores consequências. Muitos deontologistas 
pensam também que, para sabermos se uma pessoa agiu bem, temos de saber com que 
intenção ela agiu os efeitos ou consequências da sua ação nao são tudo o que e preciso 
levar em conta. 
 
4.2. O Utilitarismo na Prática 
 
E o utilitarismo uma boa teoria moral? Ou será que ha razoes suficientemente 
fortes para o rejeitar? 
A melhor maneira de tentar responder a esta questão difícil consiste em descobrir 
o que o utilitarismo implicana pratica. Se nao estivermos dispostos a aceitar as suas 
implicações, teremos de procurar uma perspectiva mais satisfatória. Mas, como veremos, 
nem sempre e fácil determinar as consequências praticas do utilitarismo, isto e, que tipo 
de vida e que tipo de ações estão em conformidade com este teoria. Para começar, 
consideremos um dialogo em que um dos interlocutores apresenta argumentos 
aparentemente demolidores contra o utilitarismo: 
O utilitarismo tem certa simplicidade que me cativa. No fundo, diz-nos o seguinte: 
aprecia as situações com total imparcialidade e, para fazeres o que e melhor, escolhe a 
opção que mais vai beneficiar os que serão afetados pelas tuas ações. 
Parece-me que estas muito enganado quanto a simplicidade do utilitarismo. Já 
pensaste como, na pratica, seria insuportavelmente complicado viver como um 
utilitarista? 
Complicado? 
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Sim, o utilitarismo exige que te tornes uma espécie de maquina calculadora 
ambulante, sempre a tentar prever os custos e os benefícios prováveis das diversas opções 
que tens diante de ti. Ninguém conseguiria viver assim! 
Não sei se o utilitarismo exige esse tipo de vida... Tenho de pensar melhor no 
assunto. 
Alias, mesmo que pudesse haver uma sociedade utilitarista, eu nao gostaria de 
fazer parte dela... Porque? 
Porque nunca me sentiria seguro nessa sociedade. Um utilitarista genuíno nao 
hesitaria em mentirem, roubar-me ou mesmo matar-me quando descobrisse que fazer 
isso teria melhores consequências numa perspectiva imparcial. Como estaria sempre 
empenhado em produzir o maior bem para o maior numero, seria indiferente as normas 
morais que qualquer pessoa decente aceita. Para ele uma regra como nao deves matar 
pessoas inocentes nao tem a menor importância. 
Uma vez mais, só te posso dizer que tenho de pensar melhor no assunto. 
Sinceramente, não sei se na ética utilitarista nao ha qualquer lugar para as normas morais 
comuns. 
 
Duas Objeções ao Utilitarismo 
Antes de vermos como pode o utilitarista responder as criticas apresentadas neste 
dialogo, esclareçamos um pouco o seu conteúdo. Temos então duas criticas que, como se 
tornara obvio, estão bastante ligadas entre si: 
O utilitarismo não funciona na pratica, pois exige que estejamos sempre a calcular 
as consequências das nossas ações. 
Se isto for verdade, alias então o utilitarismo derrota-se a si próprio, pois quem 
perde demasiado tempo a fazer cálculos acaba por não contribuir tanto como podia para 
a felicidade geral. Isto se torna particularmente claro se imaginarmos situações que exigem 
uma decisão urgente. Supõe, por exemplo, que o Joao esta num barco e vê a Maria e o 
Jose a afogarem-se. Dadas as circunstancias, e muito improvável que ele tenha tempo para 
salvar os dois. Quem devera então salvar em primeiro lugar? O Joao fica quieto no barco 
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a tentar determinar se, numa perspectiva imparcial, será melhor salvar primeiro a Maria 
ou salvar primeiro o Jose. Antes de chegar a qualquer conclusão, a Maria e o Jose morrem 
afogados. 
O utilitarismo, como não leva em conta as normas ou regras morais comuns, 
predispõe-nos frequentemente a fazer coisas erradas como mentir, roubar ou matar. 
Para esclarecer esta objeção, tomemos como exemplo a regra. Não deves quebrar 
promessas≫ e imaginemos que o Pedro prometeu a Inês que pagaria o dinheiro que lhe 
estava a dever quando recebesse uma herança. Depois de receber a herança, no entanto, 
o Pedro pensa o seguinte: ≪Se eu pagar o que lhe estou a dever, ela vai gastar tudo na 
compra de um carro novo só para se exibir. O carro que ela tem, alias, ainda esta muito 
bom. 
Por isso, vou antes dar o dinheiro a uma organização de defesa do ambiente afinal, 
fazer isso produzira melhores consequências. Parece assim que o Pedro, raciocinando de 
uma maneira utilitarista, se esta a colocar acima das regras morais comuns, o que o leva a 
proceder de uma maneira errada, quebrando a promessa que fez a Inês. Na verdade, 
parece que o Pedro, se for um utilitarista genuíno, será capaz de cometer qualquer 
atrocidade em nome do maior bem para o maior numero. 
 
 Uma Resposta às Objeções 
Como responde o defensor do utilitarismo a estas objecções? Ambas se baseiam 
no pressuposto de que um utilitarista tem de tomar as suas decisões aplicando 
diretamente o seu principio ético em todas as situações em que se encontra. Este 
pressuposto, no entanto, e falso: o utilitarismo e primariamente uma teoria sobre o que 
torna as ações certas ou erradas não e uma teoria sobre como devemos tomar as nossas 
decisões. 
A utilitarista pensa: fazer o que este certo e apenas uma questão de promover 
imparcialmente o bem-estar. Ele aceita assim o principio: 
 Devemos promover imparcialmente o bem-estar. 
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 Mas aceitar este princípio não implica pensar que devemos tê-lo sempre em mente 
quando agimos. Não implica que devemos estar sempre a tentar fazer as nossas 
escolhas em função do bem-estar produzido. Por isso, um utilitarista não tem de 
estar constantemente a tentar decidir o que fazer calculando as consequências das 
suas ações até porque esse tipo de atitude como vem no exemplo do afogamento, 
certamente não favorece a promoção da felicidade geral. 
Deste modo, a primeira objecção acima apresentada e muito fraca, pois parte da 
ideia falsa de que o utilitarismo exige que estejamos sempre a calcular as consequências 
das nossas ações. 
E a segunda objecção? Também ela se baseia numa premissa falsa não e verdade 
que o utilitarismo não leva em conta as normas ou regras morais comuns. 
E certo que para umas utilitaristas regras como> 
 Não deves roubar ou 
 Não deves matar pessoas inocentes 
 Não são princípios morais básicos, pois para ele só ha um principio moral básico. 
 Deves promover imparcialmente o bem-estar. 
No entanto, os utilitaristas salientam que, dadas as circunstancias em que vivemos, 
as regras morais comuns são indispensáveis. No texto que se segue, Peter Singer, 
explicando a perspectiva de R. M. Hare, que ele próprio aceita, mostra por que razão o 
utilitarismo não dispensa tais regras: 
Na vida real na o podemos normalmente prever todas as complexidades das nossas 
escolhas. Não e pura e simplesmente pratico tentar calcular antecipadamente as 
consequências de todas as escolhas que fazemos. Mesmo que nos limitássemos às 
escolhas mais significativas, haveria o perigo de, em muitos casos, estarmos a calcular em 
circunstancias longe das ideais. Poderíamos estar com pressa ou confusos. Poderíamos 
sentir-nos furiosos, magoados ou em competição. 
Os nossos pensamentos poderiam estar toldados pela ganancia, pelo desejo sexual 
ou por ideias de vingança. Os nossos interesses pessoais ou das pessoas que amamos 
poderiam estar em jogo. Ou poderia acontecer que não fossemos muito bons a avaliar 
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questões tão complicadas como as consequências prováveis de uma escolha importante. 
Por todas estas razoes, Hare pensa que seria melhor adoptarmos alguns princípios éticos 
gerais para a vida ética quotidiana, e não nos desviarmos deles. 
Esses princípios deveriam incluir aqueles que a experiência mostrou ao longo dos 
séculos que conduzem geralmente as melhores consequências e, na perspectiva de Hare, 
incluiriam muitos dos princípios morais canônicos, como, por exemplo, dizer a verdade, 
respeitar as promessas, não prejudicar os outros, e assim por diante. [ ... ] Mesmo que, ao 
nível critico, possamos conceber circunstancias nas quais melhores consequências 
resultariam de agir contra um ou mais destes princípios, as pessoas procederiam melhor, 
no seu todo, atendo-se a estes princípios do que não o fazendo. [ ... ] E possível que, uma 
vez por outra, nos encontremos em circunstancias nas quais seja absolutamente claro que 
afastarmo-nos dos princípios dará melhores resultados que os que obteríamos se nos 
ativéssemos a esses princípios, caso em que temos uma justificação para esse 
afastamento. Mas, para a maioria das pessoas, na maior parte do tempo, essas 
circunstancias não surgirão e podem ser excluídas do nosso pensamento. (Peter Singer, 
Ética Pratica 1993, pp. 113-4) 
Regressemos ao exemplo do Pedro e da Inês. Será que, afinal, o utilitarismo implica 
que o Pedro deve quebrar a promessa que fez a Inês? Não, diria o utilitarista, pois esta 
longe de ser obvio que quebrar a promessa ira produzir melhores consequências. Como 
sabe o Pedro que a organização ambiental ira usar bem o dinheiro? E como sabe ele que 
a Inês ira gasta-lo em algo supérfluo? Não estará a ser motivado por algum sentimento de 
vingança em relação a Inês e, consequentemente, a ter uma visão distorcida da situação? 
Além disso, se o Pedro quebrar a promessa, provavelmente os que souberem disso 
deixarão de confiar nele, e assim ele talvez venha a perder oportunidades de cooperar com 
os outros no sentido de promover o bem. Perante todas estas incertezas, concluiria o 
utilitarista, o Pedro devera manter-se fiel a regra nao deves quebrar promessas≫. Como 
mostra a experiência, esta e uma regra importante para assegurar a convivência 
harmoniosa entre os seres humanos. Por isso, devemos ter uma forte disposição para 
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respeita-la e só em casos invulgares será sensato considerar a possibilidade de quebrar 
uma promessa. 
 
4.3. Dois Níveis de Pensamento Moral 
 
O utilitarista pensa então que, para promovermos o bem-estar, na grande maioria 
dos casos o nosso pensamento moral deve permanecer a um nível intuitivo: devemos 
tomar as nossas decisões de acordo com as regras simples da moral, seguindo as nossas 
intuições sobre o que esta certo e errado e sem entrarmos em cálculos elaborados a 
proposito das consequências prováveis dos nossos atos. 
No entanto, ha casos em que temos de ir mais longe. Por vezes, o nosso 
pensamento moral deve situar-se a um nível critico, e a este nível devemos aplicar o 
próprio principio utilitarista para tomar a decisão correta. Imagina, por exemplo, que 
fizeste uma promessa, mas que, entretanto as coisas se complicaram de tal maneira que 
só podes cumprir a tua promessa roubando certo objeto. 
O que deves fazer? Numa situação deste tipo, diria o utilitarista, não podes 
encontrar uma resposta clara nas regras morais comuns, pois segundo estas não devem 
roubar nem quebrar promessas. Só que agora te vês forcado a fazer uma destas coisas. 
Tens então de recorrer ao principio utilitarista para determinar se, na situação em que 
estas, será melhor quebrar a promessa ou roubar o objeto. Aplicar este princípio, 
obviamente, e tentar determinar qual dessas opções terá melhores consequências numa 
perspectiva imparcial. 
O principio utilitarista não serve apenas para decidir o que fazer quando as regras 
morais comuns estão em conflito também serve para avaliar criticamente essas mesmas 
regras. E claro que uma regra como 
“Não deves roubar”: merece a aprovação do utilitarista, pois, como mostra a 
experiência, seguir essa regra, incorpora-la no nosso caractere, censurar quem a 
desrespeita e ensina-la as crianças e algo que contribui indiscutivelmente para o bem-
estar. Mas nem todas as regras morais são assim tão incontroversas. 
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Considera, por exemplo, a seguinte regra, que ainda hoje e aceite por muita gente 
em muitos lugares do mundo: Uma mulher deve obedecer ao seu marido. Será que 
devemos seguir esta regra, incorpora-la no nosso caractere, censurar quem a desrespeita 
e ensina-la as crianças? O utilitarista, depois de avalia-la criticamente, dirá que não. 
Embora a aceitação dessa regra produza algumas boas consequências para os homens, 
também leva a uma enorme opressão das mulheres. Assim, considerando imparcialmente 
os diversos interesses em jogo, temos de concluir que adoptar tal regra nao promove a 
felicidade geral. Portanto, deve ser rejeitada. 
A teoria apresentada conhecida por utilitarismo dos dois níveis. Foi desenvolvida, 
sobretudo por Hare, embora já Mill a tivesse esboçado no seu Utilitarismo. Podemos 
resumi-la indicando o que caracteriza cada um dos níveis do pensamento moral: 
Nível intuitivo: Como o nosso conhecimento e muito limitado, tomamos as nossas 
decisões quotidianas segundo as regras morais simples que aceitamos, obedecendo às 
inclinações do nosso caractere, sem aplicar o principio utilitarista. 
Nível critico: Aplicamos o principio utilitarista para tomar decisões em situações 
em que as regras morais comuns não nos permitem saber o que fazer avaliar criticamente 
essas regras de modo a determinar se elas promovem ou não o bem-estar. 
Em rigor, os filósofos utilitaristas não examinam só regras. Eles ocupam-se, 
sobretudo, alias, da avaliação critica de praticas controversas. No século XIX, Mill insurgiu-
se contra a escravatura e defendeu o sufrágio feminino; hoje, Singer discute praticas como 
o aborto, a eutanásia ou mesmo a criação de animais para alimentação. O utilitarismo e 
uma das teorias morais mais influentes, sendo indiscutível a sua relevância pratica. Mas 
muitos filósofos pensam que nao e uma boa teoria e que devemos adoptar antes uma 
perspectiva deontológica da ética. 
 
4.4. Teorias Deontológicas 
 
Neste momento, a diferença fundamental entre uma ética utilitarista e uma ética 
deontológica já deve estar clara, Mas como ate ao final do capitulo vamos ocupar-nos da 
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polemica que divide os defensores destas perspectivas, vale a pena precisar essa 
diferença, Podemos dizer que os utilitaristas diferem dos deontologistas por causa do 
modo como respondem a estas duas perguntas: 
1. O que torna as nossas ações certas ou erradas? 
2. Quando e que nossas ações são certas ou erradas? 
Podemos dizer, alias que todos temos de respeitar certos deveres que proíbem a 
realização dessas ações. Para um deontologista,como Kant ou David Ross, mesmo quando 
e absolutamente obvio que agir de certa maneira produzira as melhores consequências, 
poderá ser errado agir dessa maneira caso isso implique infringir algum dos nossos 
deveres. Mas quais são exatamente os nossos deveres? Ross tenta responder a esta 
questão apresentando a seguinte lista de deveres: 
 Fidelidade: Mantem as tuas promessas. 
 Reparação: Compensam os outros por qualquer mal que lhes tenhas feito. 
 Gratidão: Retribui fazendo bem aqueles que te fizeram bem. 
 Justiça: Opõe-te as distribuições de felicidade que nao estejam de acordo com o 
mérito. 
 Desenvolvimento pessoal: Desenvolve a tua virtude e o teu conhecimento. 
 Beneficência: Faz bem aos outros. 
 Não-maleficência: Não prejudiquem os outros. 
 Uma lista como esta suscita problemas difíceis. Como sabemos que são estes os 
nossos deveres? 
E o que fazer quando os nossos deveres entram em conflito? Os deontologistas não 
respondem todos da mesma maneira a estas perguntas. Kant, que certamente aceitaria 
uma lista semelhante a de Ross, defende que os nossos deveres resultam de um principio 
moral fundamental o imperativo categórico, que examinaremos mais a frente. Ross, pelo 
contrario, afirma que não ha qualquer principio moral mais básico e que sabemos por 
simples intuição quais são os nossos deveres. 
Qualquer pessoa eticamente lucida consegue ver que os deveres indicados na lista 
são os nossos deveres morais básicos. Ross, alias, também defende que só a nossa intuição 
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moral pode guiar nos quando ha um conflito de deveres, indicando-nos o dever que tem 
de prevalecer na ocasião do conflito. Isto significa que nenhum dos deveres acima 
mencionado e absoluto por vezes justifica-se quebrar uma promessa, por exemplo, para 
beneficiar os outros. 
Já Kant entende que certos deveres, como o de nao mentir, são absolutos, de tal 
maneira que alguns tipos de atos nunca podem ser realizados, sejam quais forem as 
consequências. Ha regras morais que devem ser respeitadas em todas as circunstancias 
possíveis. 
Mas, passemos a segunda questão. Quando e que uma ação e certa ou errada? 
Aqui as respostas em disputa são as seguintes: 
Utilitarismo (contemporâneo): Uma ação e certa apenas quando maximiza o bem-
estar, ou seja, quando promove tanto quanto possível o bem-estar. Qualquer ação que 
não maximize o bem-estar e errada. 
Deontologia: Uma ação e errada quando com ela infringimos intencionalmente 
algum dos nossos deveres. Qualquer ação que não seja contraria a esses deveres não tem 
nada de errado. 
Para o deontologista, a ética exige primariamente que evitemos realizar certos 
tipos de atos, considerados intrinsecamente errados. E certo que, entre os nossos deveres, 
ele costuma incluir o dever de beneficiar os outros promovendo de alguma maneira o seu 
bem-estar. Tal dever, no entanto, e apenas um aspecto da nossa vida moral e nao tem de 
se apresentar como a nossa preocupação fundamental. O deontologista nao vê nada de 
errado em dedicarmos grande parte do nosso tempo a atividades e projetos que, muito 
provavelmente, não contribuirão para a felicidade geral. 
Já os utilitaristas contemporâneos, como Hare e Singer, costumam insistir na ideia 
de que fazer o que está certo e maximizar o bem-estar. Isto significa que, perante varias 
opções, temos a obrigação de escolher aquela que apresenta a maior utilidade esperada 
todas as outras são erradas. Os utilitaristas clássicos, Bentham e Mill, não vão tão longe 
neste aspecto. Afirmam que a nossa única obrigação moral básica e promover o bem-estar, 
sem duvida, mas nunca acrescentam que temos de promovê-lo tanto quanto possível. 
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Na verdade, pressupõem que o certo e o errado admitem graus: as nossas ações 
são certas na medida em que promovem o bem-estar; erradas na medida em que não 
promovem o bem-estar. Como ficara claro na próxima seção, esta perspectiva mais 
moderada torna-os imunes a uma das criticas que os deontologistas fazem ao utilitarismo. 
Ainda no que diz respeito ao problema de saber quando e que as nossas ações são 
certas ou erradas, importa sublinhar que enquanto os deontologistas consideram 
importante a intenção subjacente as ações, os utilitaristas concentram-se exclusivamente 
nos efeitos das mesmas. Muitos deontologistas sustentam que em algumas circunstancias 
podemos provocar maus efeitos, como a morte de uma pessoa, desde que não o façamos 
intencionalmente. 
Um utilitarista, como só leva em conta as consequências das ações, não aceita esta 
ideia. Para ele a única coisa que justifica provocarmos um mau efeito e isso servir para dar 
origem a algo melhor ou evitar algo ainda pior. Nesta perspectiva, para sabermos se 
alguém procedeu erradamente ao provocar a morte de uma pessoa, não interessa saber 
se essa morte foi provocada intencionalmente ou não só interessa saber se provocar essa 
morte serviu para alguma coisa boa, como, por exemplo, evitar a morte de varias pessoas. 
(Recorda o exemplo do capitulo anterior em que o Pedro propõe ao Joao que este 
mate um índio). 
Aprofundaremos um pouco este aspecto da polemica no final do capitulo. Nas 
próximas paginas, vamos considerar alguns dos argumentos mais fortes dos 
deontologistas. Quando argumentam contra o utilitarismo alegando que este tem 
consequências inaceitáveis, defendem o seguinte: 
Que o utilitarismo nos obriga a realizar certos atos que nao são moralmente 
obrigatórios. E por isso, em certos aspectos, uma teoria moral demasiado exigente. 
Que o utilitarismo permite ou consente certos atos que nao são moralmente 
permissíveis. E por isso, noutros aspectos, uma teoria moral demasiado permissiva. 
Veremos, em primeiro lugar, por que razoes pensam os deontologistas que o 
utilitarismo e demasiado exigente e depois por que acreditam que este e também 
demasiado permissivo. 
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Integridade 
Os utilitaristas contemporâneos pensam que estamos sob a obrigação de 
maximizar imparcialmente o bem-estar. Isto quer dizer que devemos fazer tudo o que esta 
ao nosso alcance para contribuir tanto quanto possível para a felicidade geral. Nao será 
esta, no entanto, uma perspectiva que exige demasiado de nos? 
Como seria a nossa vida se a aceitássemos coerentemente? O texto que se segue 
permite-nos discernir a resposta para estas perguntas. 
Diz-se que a moral, tal como e entendida em algumas teorias morais, faz exigências 
excessivas às pessoas - exige que abandonemos os nossos projetos preferidos e 
possivelmente ate aquilo que da sentido a nossa vida. Este problema, na medida em que 
tem fundamento, e um problema para as teorias que, como sucede frequentemente nas 
teorias consequencialistas, nos exigem que maximizemos o bem. 
Se o bem a maximizar for um bem geral, como a felicidade humana, e não um bem 
pessoal, como a nossa própria felicidade, a obrigação de maximizar a felicidade pode 
deixar pouco espaço para desenvolvermos os nossos próprios projetos. Uma 
entomologista que esta fascinada pelos hábitos de certo tipo de inseto

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