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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PC-MG 
Delegado de Polícia Substituto 
 
1.1 Constituição: Conceito, concepções, teorias e classificação. ........................................................ 1 
1.2 Teoria das normas constitucionais: Conceito, classificação e aplicabilidade. ................................ 9 
1.3 Hermenêutica, interpretação e aplicação da Constituição. .......................................................... 16 
1.3.1 Princípios e regras de interpretação da Constituição. .............................................................. 22 
1.3.1.1 Interpretação conforme a Constituição: com redução do texto e sem redução do texto. 1.3.1.2. 
A nova interpretação constitucional. O novo Direito Constitucional Brasileiro. ....................................... 27 
1.4 Dinâmica constitucional: recepção, desconstitucionalização e repristinação. Mutação 
constitucional. ........................................................................................................................................ 30 
1.5 Teoria do Poder Constituinte: Originário, Derivado e Decorrente. ............................................... 35 
1.5.1 Reforma e Revisão Constitucional. .......................................................................................... 44 
1.6 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. ........................................................ 49 
1.7 Preâmbulo, normas programáticas e princípios fundamentais da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988. ................................................................................................................ 52 
1.7.1 Forma de Estado e de Governo, Sistema de Governo e Regime Político. ............................... 58 
1.7.2 Estado Democrático de Direito: Fundamento, conceito e implicações. ..................................... 63 
1.7.3 Dos Direitos e Garantias Fundamentais. .................................................................................. 65 
1.7.3.1 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. ............................................................................ 74 
1.7.3.1.1 Fundamentos constitucionais e doutrinários dos princípios da legalidade e isonomia. ..... 100 
1.7.3.1.2 Regime constitucional da propriedade. ............................................................................ 101 
1.7.3.1.3 Tutela Constitucional das Liberdades: Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Civil Pública, Ação 
Popular, Mandado de Segurança Individual e Coletivo, Mandado de Injunção, Direito de Petição. ..... 101 
1.7.3.2 Direitos Sociais. .................................................................................................................. 107 
1.7.3.3 Nacionalidade. .................................................................................................................... 120 
1.7.3.4 Direitos Políticos. ................................................................................................................ 126 
1.8 Da Organização do Estado: Organização Político-Administrativa da República Federativa do 
Brasil.1.8.1 União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. ................................................ 134 
1.8.2 Da intervenção federal e dos Estados nos Municípios. .......................................................... 155 
1.8.3 Da Administração Pública: Princípios constitucionais e servidores públicos. .......................... 161 
1.9 Da Organização dos Poderes: Estrutura e Competência. ......................................................... 177 
1.9.1 Poder Legislativo. .................................................................................................................. 216 
1.9.1.1 Do Processo Legislativo. 1.9.1.1.1 Judicialização do processo legislativo. .......................... 239 
1.9.2 Poder Executivo. .................................................................................................................... 254 
1.9.3 Poder Judiciário. .................................................................................................................... 267 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 2 
1.9.3.1 Do Conselho Nacional de Justiça. ....................................................................................... 301 
1.10 Funções essenciais à Justiça. 1.10.1 Do Ministério Público. 1.10.2 Da Advocacia Pública.1.10.3 
Da Advocacia e da Defensoria Pública. ............................................................................................... 301 
1.11 Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 1.11.1 Do estado de defesa e do estado 
de sítio. ................................................................................................................................................ 315 
1.11.2 Das Forças Armadas. .......................................................................................................... 323 
1.11.3 Da Segurança Pública. ......................................................................................................... 333 
1.12 Jurisdição constitucional e controle de constitucionalidade. 1.12.1 Teoria do Controle de 
Constitucionalidade: os sistemas Austríaco e Norte-Americano.1.12.1.1 Controle difuso. 1.12.1.2 Controle 
concentrado. ....................................................................................................................................... 342 
1.12.1.3 Ações e processamento no Supremo Tribunal Federal: Leis nº 9.868/99 e nº 9.882/99. ... 351 
1.12.1.3.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade. 1.12.1.3.2 Ação Direta de Inconstitucionalidade por 
Omissão. ............................................................................................................................................. 358 
1.12.1.3.3 Ação Declaratória de Constitucionalidade. ..................................................................... 375 
1.12.1.3.4 Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental. .............................................. 378 
1.13 A Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989. 1.13.1 Dos Serviços Públicos. 1.13.2 Dos 
Servidores Públicos. 1.13.2.1 Dos Servidores Policiais Civis e dos Militares do Estado. 1.13.3 Da 
segurança do cidadão e da sociedade. 1.13.3.1 Da Defesa Social. 1.13.3.2 Da Segurança Pública. .. 383 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Conceito 
Como noção de Constituição podemos dizer que é o documento que estabelece a disciplina e o 
conjunto de elementos essenciais do Estado. Trata-se da lei fundamental do Estado, que contém normas 
referentes à estrutura, à formação dos poderespúblicos, forma de governo e aquisição do poder de 
governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos etc. 
 
De acordo com Canotilho1, traçando o conceito ideal de constituição, todas as constituições devem: 
a) Ter um sistema de consagração de garantias da liberdade; 
b) Conter o princípio da separação dos Poderes; 
c) Ser escritas. 
 
Existem várias concepções sobre o conceito de constituição, das quais defluem os sentidos ou 
acepções tradicionais, mediante as quais a doutrina procurou compreender o que é uma constituição: 
 
a) Concepção sociológica: visão formulada por Ferdinand Lassalle, enxerga as constituições 
como um fato social, como a soma dos fatores reais de poder de um país, resultado concreto do 
relacionamento entre as forças sociais. Para ele, existe uma Constituição real e uma escrita. Esta somente 
terá validade se coincidir com aquela. Tem como principais características: 
i. A Constituição é vista mais como fato do que como norma, prioriza-se a perspectiva do ser e não 
a do dever ser; 
ii. A Constituição não está sustentada numa normatividade superior transcendente, não se baseia 
num direito natural, e sim nas práticas desenvolvidas na sociedade. 
 
b) Concepção política: formulada por Carl Schmitt, constituição seria uma decisão política 
fundamental, a qual não se apoia na justiça de suas normas, mas sim no que nela foi politicamente 
incluído. Para ele, existe a Constituição em si e normas ou leis constitucionais, as quais, apesar de 
integrarem o texto escrito, não seriam materialmente constitucionais. Para ele, faria parte da Constituição, 
efetivamente, a disciplina da forma de Estado, do sistema de governo, do regime de governo, da 
organização e divisão dos poderes e o rol de direitos individuais. As leis constitucionais são todas aquelas 
normas inscritas na Constituição que poderiam vir tratadas em legislação ordinária. 
 
c) Concepção jurídica: formulada por Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito), Constituição é o 
paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico de um Estado e instituidor de sua estrutura. Sua 
concepção é estritamente formal. Daqui resultou a teoria da construção escalonada do ordenamento 
jurídico. Para ele, constituição é norma pura, é um dever ser, não há fundamento sociológico ou político, 
apenas caráter normativo. Kelsen dá dois sentidos à palavra Constituição: 
i. Jurídico-positivo: direito positivo é norma escrita ou posta pelo homem (pirâmide das leis – 
princípio da compatibilidade vertical entre as normas superiores e inferiores). Logo, Constituição seria 
norma escrita; 
ii. Lógico-jurídico: a norma inferior encontra seu fundamento de validade na norma que lhe for 
superior. A Constituição encontra o seu fundamento de validade não no direito posto, mas no plano 
pressuposto lógico, ou seja, em valores metajurídicos, já que seu fundamento não seria de cunho 
constitucional. 
 
Modernamente, temos as principais concepções: 
 
 
1 J. J. GOMES CANOTILHO - Direito Constitucional, p. 62-63. 
1.1 Constituição: Conceito, concepções, teorias e classificação. 
 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 2 
a) Teoria da Força Normativa da Constituição: formulada por Konrad Hesse, trata-se de uma 
resposta a Lassalle. A Constituição escrita não necessariamente será resultado da vontade da parte mais 
forte no embate, pode ser que a Constituição escrita seja capaz de redesenhar a soma dos fatores 
reais de poder. Logo, ela não seria somente um resultado sociológico da sociedade, mas também, e 
principalmente, teria o poder de modificar o conjunto de forças, moldar a sociedade como ela é. A 
interpretação tem significado decisivo para a consolidação e preservação da força normativa da 
Constituição, com poder de moldar a realidade. Por isso que se diz que a concepção da força normativa 
é uma resposta à concepção sociológica: pois nesta, a concepção apenas reflete a soma dos fatores 
reais de poder, enquanto naquela, a Constituição efetivamente tem o condão de moldar a 
realidade. 
b) Constituição simbólica: formulada por Marcelo Neves2, a utilização da norma constitucional 
como símbolo advém da intenção do legislador. Este ou queria realmente concretizar o que escrevia ou 
tinha a intenção somente de entregar um símbolo à sociedade. Seria, para ele, o que acontece em 
constituições outorgadas em regimes ditatoriais. 
c) Constituição aberta: formulada por Paulo Bonavides3, para ele o objeto da constituição é 
sempre dinâmico. A constituição deve ser o documento dinâmico que não se enclausure em si 
mesmo, mas que acompanhe as modificações e necessidades da sociedade, sob pena de ficar 
ultrapassada e condenada à morte. Por isso que é importante que ela seja redigida com conceitos 
jurídicos mais abertos, com normas de caráter mais abstrato, de forma a permitir, mediante a 
interpretação, sua adequação à realidade. 
 
Objeto 
 
O objeto da Constituição foi evoluindo de acordo com as evoluções sociais, políticas e econômicas, 
de modo que atualmente, podemos estruturar o objeto das Constituições da seguinte forma: 
- Estruturação do estado; 
- Organização dos Poderes e seus órgãos; 
- Disposição sobre o modo de aquisição de poder e a forma de seu exercício; 
- Limitação da atuação do poder; 
- Proteção aos direitos e garantias dos indivíduos; 
- Fixação do regime político; 
- Fixação e disciplina das finalidades sociais e econômicas do Estado; 
- Determinação dos fundamentos dos direitos econômicos, sociais e culturais do Estado. 
 
Elementos 
 
Não há consenso doutrinário sobre quais são os elementos; entretanto, a generalidade das leis 
fundamentais revela, em sua estrutura normativa, cinco categorias de elementos, conforme segue: 
 
a) Orgânicos: são normas que dão estrutura ao Estado. Cuidam dos órgãos do Estado, suas funções, 
atribuições de poderes. Então, como exemplo, nós temos o artigo 44 da Constituição que trata das 
atribuições do Poder Legislativo; 
b) Limitativos: assim denominados porque limitam a ação dos poderes estatais e dão a tônica do 
Estado de Direito, consubstanciando o elenco dos direitos e garantias fundamentais: direitos individuais 
e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos políticos e democráticos; 
c) Sócio ideológicos: consubstanciados nas normas sócio ideológicas, normas que revelam o caráter 
de compromisso das constituições modernas entre o Estado individualista e o Estado Social, 
intervencionista; que tratam da intervenção do Estado na ordem econômica e social. Ao contrário das 
normas limitativas, que limitam o poder do Estado, as normas sócio ideológicas disciplinam a intervenção 
do Estado, o poder do Estado na vida privada, regulando a vida da sociedade e até mesmo desenvolvendo 
atividade econômica através de empresas públicas. Esse tipo de norma não costuma ser encontrada em 
constituições liberais; 
d) De estabilização constitucional: destinam-se a dar perenidade às instituições, a dar segurança 
ao funcionamento das instituições; consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução de 
conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas, premunindo 
 
2 SOUZA JÚNIOR, Luiz Lopes. A Constituição e seus sentidos: sociológico, político e jurídico? Qual o sentido que melhor reflete o conceito de Constituição? Disponível em 
http://www.lfg.com.br. 09 de julho de 2009. 
3 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 8ª ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 37. 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 3 
os meios e as técnicas contra sua alteração e infringência, a não ser nos termos nela própria estatuídos 
(ações concentradas de controle, intervenção, Estado de Sítio e de Defesa etc.); 
e) Formais de aplicabilidade: são normas de aplicação da Constituição, vão tratar de vigência, 
eficácia de normas constitucionais. Vãotratar de quando a Constituição entra em vigor, o que ela revoga. 
Consubstanciadas nas normas que estatuem regras de aplicação das constituições, assim, o preâmbulo, 
o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação e as disposições transitórias. 
 
Classificações 
 
a) Quanto ao conteúdo: 
- Materiais ou substanciais: são as normas constitucionais escritas ou costumeiras, estejam ou não 
codificadas em um único documento, regulando a estrutura e organização do Estado e os direitos 
fundamentais. Elas têm conteúdo essencialmente constitucional. Todas as normas que cuidam da 
organização do Estado e dos Direitos Fundamentais, mesmo que não estejam na Constituição Formal, 
formarão a Constituição material do Brasil. 
- Formais: documento escrito, estabelecido de modo solene pelo poder constituinte originário e 
somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos. A CF/88 é 
formal, todas as suas normas têm caráter constitucional independentemente de seu conteúdo. 
 
b) Quanto à forma: 
- Escritas ou dogmáticas: fruto de um trabalho racional ou sistemático. Pode ser codificada num único 
texto, ou não codificada, esparsa por textos diversos, como tem o ocorrido com nossa Constituição, que 
já não é mais codificada em decorrência da quantidade de normas constitucionais que se encontram 
apenas nas emendas. 
- Não escritas, costumeiras, consuetudinárias ou históricas: é o exemplo da Constituição Inglesa, que 
se baseia nos costumes e na jurisprudência. Porém, pode ter textos escritos, os quais se incorporam à 
Constituição. Há uma ligação natural entre a Constituição histórica, que traduz a evolução do pensamento 
político, com a Constituição não escrita. A Constituição não escrita, na parte que é escrita, se apresenta 
em vários documentos, como ocorre no Reino Unido: uma parte ainda é da Carta do João Sem Terra de 
1.215, que é considerado um documento constitucional; a Lei do Habeas Corpus que é de 1.689 é 
considerada uma Lei constitucional; a Lei que organiza o Parlamento é considerada também Lei 
constitucional. 
 
c) Quanto à origem: 
- Democráticas, populares ou promulgadas: são elaboradas por representantes do povo, ou seja, são 
fruto de uma assembleia constituinte que foi criada para isso. No Brasil, foram desse tipo as constituições 
de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
- Outorgadas ou impostas: impostas verticalmente, sem participação popular, pelos detentores do 
poder. No Brasil, temos as constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969. 
- Pactuadas: quando o poder constituinte não está na mão de seu titular, o povo, mas há uma divisão 
de poderes entre ambos, sendo parte da constituição decidida pelos detentores do poder e outra parte 
pelo povo. 
- Cesaristas ou plebiscitárias: na verdade, deveria classificar-se como referendada, já que a 
Constituição é submetida a um referendo após elaborada pelos constituintes. 
 
d) Quanto à estabilidade: 
- Imutáveis: não passíveis de modificações. Nesse tipo de constituição, há rápida ruptura entre a 
realidade social e a norma constitucional, perdendo a efetividade. 
- Rígidas: exige quórum mais rígido do que as demais normas infraconstitucionais para ser modificada. 
Trata-se de um dos pilares do controle de constitucionalidade, já que para se fazer o controle há de se 
ter a supremacia da constituição, e para se ter a supremacia, essa deve ser rígida. 
- Semirrígidas: precisa de um processo mais difícil para alteração de parte de seus dispositivos e 
permite a mudança de outros dispositivos por um procedimento mais simples. Assim, parte é rígida e 
parte flexível, como ocorreu com a Constituição de 1824 no Brasil. 
- Flexíveis: a lei ordinária tem a mesma natureza jurídica de emenda constitucional, não havendo 
divergência no processo legislativo de uma e de outra. Nas constituições flexíveis mostra-se inviável o 
controle de constitucionalidade. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 4 
e) Quanto à extensão: 
- Concisas, breves, curtas ou sintéticas: preveem somente princípios e normas gerais, não se 
preocupam em definir todos os aspectos da sociedade, sendo típica dos estados liberais. Geralmente tem 
caráter eminentemente negativo. Exemplo: Constituição norte-americana. 
- Longas, analíticas ou prolixas: típicas de estado de bem-estar social, visam a garantir uma série 
de direitos e deveres aos indivíduos e os limites da atuação estatal, de forma bem definida. 
 
f) Quanto à finalidade: 
- Negativas, garantias, liberais ou de texto reduzido: é aquela que na relação entre o Estado e o 
Indivíduo, se preocupa apenas em garantir o indivíduo contra o Estado. Ela recebe esse nome porque no 
tema de relacionamento do indivíduo, cidadão e o Estado, se preocupa apenas em garantir o indivíduo 
contra o Estado. 
- Dirigentes, plásticas ou programáticas: estabelecem programas e definem os limites e a extensão 
de seus direitos; são sempre analíticas. Seu principal teórico foi Canotilho. É o modelo das Constituições 
Sociais. Dirigente porque quando o Estado intervém na ordem econômica e social, pretende nesse 
aspecto dirigir as atividades da sociedade. O Estado intervém através de um gerenciamento da vida 
privada. A Constituição brasileira aderiu ao modelo dirigente, mas um dirigismo que já foi bastante 
atenuado com várias emendas constitucionais que alteraram a previsão da intervenção na ordem 
econômica. Na época do primeiro Governo Fernando Henrique com as privatizações de empresas. Esse 
movimento que foi feito na primeira metade da década de 90 até 1995/1997 foi um movimento liberalizante 
que tornou a nossa Constituição menos dirigente, com um Estado menos interventor. 
- Constituições balanço: é a denominação que se dá à Constituição que meramente descreve e 
sistematiza a organização política do Estado. Destina-se a espelhar certo período político, um dado 
estágio das relações de poder no Estado. 
 
g) Quanto à ideologia ou objeto ideológico: 
- Liberais: consolidam o pensamento liberal político e econômico. São, portanto, constituições que 
não pregam a intervenção do Estado na ordem econômico e social. É o Estado Mínimo, ou seja, que deve 
ter uma participação mínima, cuidando apenas da coisa pública, não devendo reger a sociedade, pois 
essa usa das suas próprias forças, o mercado tem suas próprias forças. A sociedade progride com a 
busca pelo lucro e isso faz com que pessoas e empresas queiram produzir mais e melhor. É a Lei do 
mercado. Exemplo: Constituição norte-americana. Geralmente as Constituições liberais são negativas e 
concisas. 
- Sociais: preveem a intervenção do Estado na ordem econômico-social ao regular o mercado, quer 
dizer, isso faz com que o mercado seja menos livre na regulação do mercado e na redução da 
desigualdade. 
Uma característica das constituições sociais, portanto, é valorizar mecanismos de intervenção na 
ordem econômica, por exemplo, empresas públicas, regulação da ordem econômica também através do 
sistema tributário, por meio da criação de impostos com natureza extrafiscal, que são aqueles impostos 
que não são imaginados para arrecadar, até arrecadam, mas não é o objetivo deles, e sim, regular o 
mercado, como acontece no Brasil com os impostos de importação e exportação. 
Na ordem social, tende a valorizar no âmbito dos Direitos Fundamentais também os Direitos Sociais, 
o que não é muito valorizado em constituições liberais, pois nessas, no âmbito dos Direitos Fundamentais, 
acabam valorizando o direito de liberdade (física, religiosa, de imprensa etc.). 
Os Direitos Fundamentais numa Constituição Liberal basicamente se resumem aos Direitos 
Individuais. Já numa Constituição Social, passam a ser integrados também por Direitos Sociais 
(educação, saúde, previdência, assistência). 
- Socialistas: mais do que intervir na ordem econômica e social, pretende planificar a sociedade. 
Então, ela acaba retirando da sociedade a sua liberdade de buscar o sucesso individual. O Estado não 
apenas planifica assuas ações no interesse público, mas se apropria dos meios de produção. Fica muito 
clara a diferença de abordagem dessas três diferenças de ideologia na Constituição, quando nós 
trabalhamos com um valor constitucional determinado, como o valor da igualdade. 
A igualdade numa Constituição Liberal é uma igualdade formal. O Estado não pode discriminar as 
pessoas, têm que tratar a todos como iguais. 
A visão da igualdade no Estado Social, além impedir que Estado crie situações de discriminação, o 
obriga a intervir na sociedade para reduzir a desigualdade. 
A igualdade num Estado Socialista é uma igualdade material, de resultado. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 5 
h) Quanto ao modo de elaboração 
- Dogmática: será sempre uma Constituição escrita, é a elaborada por um órgão constituinte, e 
sistematiza os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento. 
- Histórica ou costumeira: sempre uma Constituição não escrita, resulta de lenta transformação 
histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos. 
 
i) Quanto à dogmática: 
- Ortodoxa ou comprometida: é aquela comprometida com uma determinada ideologia, que não pode 
ser alterada pelos governos que se alternarem no Poder. 
- Heterodoxa, eclética ou compromissória: aquela que permite o convívio ideológico, sem promover 
exclusão prévia de formas de pensamento e de ideias sociais e políticas. A Constituição brasileira é uma 
Constituição Social, mas ela é compromissória, aberta. Isso fica claro, quando no artigo 3º, além daquela 
previsão da redução de desigualdades sociais e regionais, garante a autonomia privada, livre iniciativa, 
que é um valor do liberalismo. 
 
j) Quanto à correspondência com a realidade ou classificação ontológica: trata-se de importante 
classificação, que despenca em concursos públicos, desenvolvida por Karl Lowenstein. 
- Normativas: são aquelas constituições que conseguem regular a vida política de um Estado, por 
estarem em consonância com a realidade social. 
- Nominativas: são aquelas constituições que não conseguem regular a vida política de um Estado, 
pelo descompasso com a realidade. 
- Semânticas: é a constituição elaborada como mera formalização do Poder Político dominante. É 
exemplo a constituição nazista. Constitucionalmente, todas as medidas adotadas durante o Reich foram 
legítimas. 
 
A Constituição de 1988 é rígida, dogmática, programática, normativa, social, promulgada, 
escrita, heterodoxa e analítica. 
 
Questões 
 
01. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP) Sobre o conceito de Constituição, assinale a alternativa CORRETA. 
(A) É o estatuto que regula as relações entre Estados soberanos. 
(B) É o conjunto de normas que regula os direitos e deveres de um povo. 
(C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação, à 
formação dos poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. 
(D) É a norma maior de um Estado, que regula os direitos e deveres de um povo nas suas relações. 
 
02. (CRAISA de Santo André/SP – Advogado - CAIP-IMES/2016) A Constituição Federal brasileira 
de 1988, no que diz respeito à estabilidade ou alterabilidade pode ser classificada como: 
(A) semiflexível. 
(B) rígida. 
(C) plástica. 
(D) imutável. 
 
03. (Câmara Municipal de Poá/SP - Procurador Jurídico - VUNESP/2016) A Constituição Federal 
Brasileira de 1988 pode ser classificada como 
(A) dogmática, outorgada e rígida. 
(B) histórica, promulgada e flexível. 
(C) dogmática, promulgada e rígida. 
(D) histórica, promulgada e rígida. 
(E) histórica, outorgada e flexível. 
 
04. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - FGV/2016) 
Edilberto, advogado constitucionalista, idealizou um modelo constitucional com as seguintes 
características: a primeira parte não poderia sofrer qualquer tipo de alteração, devendo permanecer 
imutável; a segunda parte poderia ser alterada a partir de um processo legislativo qualificado, mais 
complexo que aquele inerente à legislação infraconstitucional; e a terceira parte poderia ser alterada com 
observância do mesmo processo legislativo afeto à legislação infraconstitucional. 
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. 6 
 
À luz da classificação predominante das Constituições, é correto afirmar que uma Constituição dessa 
natureza seria classificada como 
(A) rígida. 
(B) flexível. 
(C) semirrígida. 
(D) fortalecida. 
(E) plástica. 
 
05. (TRE/PI - Técnico Judiciário – Administrativa - CESPE/2016) As constituições classificam-se, 
quanto 
(A) à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis ou semirrígidas. 
(B) à origem, em escritas ou não escritas. 
(C) à forma, em materiais ou formais. 
(D) ao conteúdo, em dogmáticas ou históricas. 
(E) ao modo de elaboração, em analíticas ou sintéticas. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: “C”. 
Constituição é muito mais do que um documento escrito que fica no ápice do ordenamento jurídico 
nacional estabelecendo normas de limitação e organização do Estado, mas tem um significado intrínseco 
sociológico, político, cultural e econômico. Independente do conceito, percebe-se que o foco é a 
organização do Estado e a limitação de seu poder. 
 
02. Resposta: “B”. 
A nossa Constituição é considerada rígida. Quanto à estabilidade as Constituições podem ser 
classificadas da seguinte formas: imutável, quando não passível de modificação; rígida, quando 
determina um procedimento especial e solene para sua modificação, não permitindo ser alterado da 
mesma forma que leis ordinárias; semirrígida, quando parte é rígida e parte é flexível; ou flexível, quando 
as leis ordinárias tem a mesma natureza jurídica de emenda constitucional. 
 
03. Resposta: “C”. 
Diante das principais formas de classificação apresentadas pela doutrina a Constituição Federal 
Brasileira de 1988 pode ser classificada como: rígida, dogmática, programática, normativa, social, 
promulgada, escrita, heterodoxa e analítica. 
 
04. Resposta: “C”. 
Uma Constituição é classificada como semirrígida quando algumas matérias exigem um processo de 
alteração mais dificultoso do que o exigido para alteração das leis infraconstitucionais, enquanto outras 
não requerem tal formalidade. São ao mesmo tempo rígidas e flexíveis. 
 
05. Resposta: “A”. . 
Quando falamos em estabilidade a Constituição, segundo doutrina majoritária, pode ser classificada 
da seguinte maneira: imutável, rígidas, flexíveis ou semirrígidas. As demais alternativas estão incorretas, 
porque não correspondem ao modo de classificação correto, o qual seria: à origem (democrática, 
outorgadas, pactuadas e cesaristas); à forma (escritas e não escritas); ao conteúdo (materiais e formais) 
e ao modo de elaboração (dogmática e histórica). 
 
Outras Questões 
 
01. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas de classificação das Constituições, uma delas é 
quanto à origem. Em relação às características de uma Constituição quanto à sua origem, assinale a 
alternativa CORRETA. 
(A) Dogmáticas ou históricas. 
(B) Materiais ou formais. 
(C) Analíticas ou sintéticas. 
(D) Promulgadas ou outorgadas. 
 
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. 7 
02. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a supremacia da Constituição da República, assinale a 
alternativa CORRETA. 
(A) A supremacia está no fato de o controle da constitucionalidade das leis só ser exercido pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado 
por ela instituído. 
(C) A supremacia está no fato de a interpretação da constituição não depender da observância dos 
princípios que a norteiam. 
(D) A supremacia está no fato de que os princípios e fundamentos da constituição se resumam na 
declaração de soberania. 
 
03. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC/2014) Em relação à natureza e classificação das normas 
constitucionais, é correto afirmar:I. o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição 
ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força normativa, nem criando direitos ou 
obrigações. 
II. o ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não tem natureza de norma 
constitucional, tratando-se de mera regra de transição, interpretativa e paradigmática. 
III. a interpretação conforme a Constituição pressupõe uma Constituição rígida e, em decorrência, a 
supremacia hierárquica das normas constitucionais perante o ordenamento jurídico, normas essas que 
obedecem ao princípio da presunção de constitucionalidade. 
Está correto o que se afirma em 
(A) III, apenas. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e III. 
(E) I e III, apenas. 
 
04. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC/2014) As denominadas Constituições legais ou inorgânicas 
caracterizam-se por 
(A) inadmitir controle de constitucionalidade das leis. 
(B) dispor de forma insuficiente ou incompleta sobre a organização política do Estado, requerendo 
complementação legislativa de forma a tornar viável o efetivo funcionamento do sistema político por ela 
instituído. 
(C) circunscrever sua disciplina normativa à organização política do Estado, sem contemplar 
declaração de direitos e garantias fundamentais. 
(D) contemplar expressivo conjunto de normas apenas formalmente constitucionais. 
(E) ter seu conteúdo disperso em diversos textos normativos. 
 
05. (PGE/AC - Procurador - FMP-RS/2014) Considerando que a federação é cláusula pétrea, é 
possível a edição de emenda à constituição que afete a partilha de competências entre os entes 
federativos? 
(A) Sim, é possível alterar a partilha de competências, desde que se preservem as de caráter 
financeiro. 
(B) Não, sendo cláusula pétrea, toda e qualquer medida que, mesmo tendencialmente, venha a afetar 
o princípio federativo, não poderá ser objeto de deliberação parlamentar. 
(C) A federação não é cláusula pétrea 
(D) Nenhuma alternativa anterior é verdadeira. 
 
06. (EMPLASA - Analista Jurídico - Direito - VUNESP/2014) Considerando o conteúdo das 
constituições, estas podem ser 
(A) meio de resolução de conflitos, pois consagram processos de decisão. 
(B) democráticas, que possuem sua origem na manifestação da vontade popular. 
(C) materiais, por suas normas tratarem de matérias especificamente constitucionais, como os direitos 
fundamentais. 
(D) ortodoxas, em razão de sua elaboração com base em um único e centralizado pensamento 
ideológico. 
(E) unitárias, quando seu conteúdo se concentra em um único documento. 
 
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07. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CESPE/2014) Acerca dos direitos fundamentais 
e do conceito e da classificação das constituições, julgue os itens a seguir. 
Diferentemente das constituições sintéticas, as quais se limitam às regras básicas constitucionais, as 
constituições semânticas extrapolam o essencial para constitucionalizar variadas matérias adicionais e 
estabelecer, de forma dirigente, objetivos a serem atingidos pelo legislador ordinário. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
08. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CESPE/2014) Acerca dos direitos fundamentais 
e do conceito e da classificação das constituições, julgue os itens a seguir. 
Do ponto de vista jurídico, a constituição funda as bases do ordenamento jurídico, contendo, em seu 
corpo, disposições estruturais acerca do funcionamento do Estado, seus entes e órgãos, e dos limites à 
atuação estatal, quais sejam, os direitos e garantias fundamentais do cidadão. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
09. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CESPE/2014) Acerca dos direitos fundamentais 
e do conceito e da classificação das constituições, julgue os itens a seguir. 
Normas materialmente constitucionais encerram disposições a respeito de matéria tipicamente 
constitucional, isto é, de elementos inerentes à constituição, ao passo que as normas formalmente 
constitucionais, embora não tratem de matéria constitucional, são constitucionais, do ponto de vista 
eminentemente formal, somente porque integram a constituição. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
Respostas 
 
01. Resposta: “D”. Quanto à origem, a Constituição pode ser outorgada, quando imposta 
unilateralmente pelo agente revolucionário, ou promulgada, quando é votada, sendo também conhecida 
como democrática ou popular. 
 
02. Resposta: “B”. A Constituição Federal e os demais atos normativos que compõem o denominado 
bloco de constitucionalidade, notadamente, emendas constitucionais e tratados internacionais de direitos 
humanos aprovados com quórum especial após a Emenda Constitucional nº 45/2004, estão no topo do 
ordenamento jurídico. Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem guardar uma estrita 
compatibilidade, sob pena de serem inconstitucionais. Por isso, estes atos que estão abaixo na pirâmide, 
se sujeitam a controle de constitucionalidade. 
 
03. Resposta: “E”. I está correta porque predomina no entendimento jurisprudencial, inclusive do 
Supremo Tribunal Federal, que o preâmbulo não tem força normativa e apenas reflete a ideologia política 
majoritária da Assembleia Constituinte. O ato das disposições constitucionais transitórias, por mais que 
seja composto de normas que aos poucos deixarão de ser exigíveis conforme a nova situação 
constitucional se consolide, faz parte do bloco de constitucionalidade, motivo pelo qual II está incorreta. 
III está correta porque reforça a possibilidade de controle de constitucionalidade de normas que se 
encontrem em hierarquia inferior à do bloco de constitucionalidade. Sendo assim, I e III estão corretas. 
 
04. Resposta: “E”. Constituição inorgânica ou assistêmica (sem sistematização) são aquelas que não 
estão reunidas, codificadas, sob uma única forma. As normas estão espalhadas pelo ordenamento. 
Tradicionalmente, é o que ocorre nas Constituições costumeiras. 
 
05. Resposta: “B”. Quando a Constituição Federal fala nas cláusulas pétreas, não exige que eventual 
emenda constitucional exclua tais regras, mas que meramente tendam a abolir. No conceito de tendente 
a abolir a federação, encontra-se a exclusão de competências dos entes federativos. 
 
06. Resposta: “C”. Pelo conceito material de Constituição, o que define se uma norma será ou não 
constitucional é o seu conteúdo e não a sua mera presença no texto da Carta Magna. Em outras palavras, 
determinadas normas, por sua natureza, possuem caráter constitucional, como é o caso das normas 
relativas a direitos fundamentais. 
 
07. Resposta: “Errado”. A constituição semântica não tem seu conteúdo limitado e é mero reflexo do 
contexto político da sociedade, sendo simples instrumento da dominação do poder. Eventuais objetivos 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
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a serem atingidos pelo legislador ordinário são mais ilusões do que efetivas normativas a serem 
cumpridas. A classificação ontológica de Constituição não se liga à sua forma – sintética/analítica. 
 
08. Resposta: “Certo”. Em termos pragmáticos, a Constituição é o documento que fica no ápice do 
ordenamento jurídico nacional estabelecendo normas de limitação e organização do Estado. 
 
09. Resposta: “Certo”. Normas materialmente constitucionais são as que abordam matéria 
constitucional, independentemente de estarem ou não no texto constitucional, por exemplo, a Lei da Ficha 
Limpa, que aborda aspectos sobre a inelegibilidade, trata de matéria constitucional mas formalmente é 
inconstitucional. Por seu turno, normas formalmente constitucionais são as que se encontram previstas 
no texto constitucional mas que não necessariamente abordam matéria constitucional (ex.: norma que 
aborda o Colégio Pedro II é formalmente constitucional, mas não materialmente constitucional). 
 
 
 
A Norma constitucional. 
Norma constitucional pode ser conceituada como disposições inseridas numaCF, ou reconhecidas por 
ela, independentemente de seu conteúdo. Só pelo fato de aderirem a um texto constitucional, ou serem 
admitidas por ele, essas normas são constitucionais, sejam elas materiais, sejam elas formais; 
 
A norma constitucional possui natureza jurídica de normas providas de juridicidade, ou seja, passam 
a ideia de obrigatoriedade de um comportamento. 
 
Vigência constitucional 
 
Vigência, em sentido amplo, liga-se ao campo da norma enquanto instância de validade técnico-
formal, que ocorre com a sua publicação e entrada em vigor, quando suas disposições passam a ser 
passíveis de exigência. A vigência possui uma dimensão temporal, podendo dar-se por tempo 
determinado ou indeterminado e situa-se entre a validade e a eficácia, que é sua aceitação social, 
podendo abranger e até suplantar esta última (visto que há normas que continuam vigentes, mas perdem 
sua eficácia em dado momento). 
Para Paulo de Barros Carvalho4, "Viger é ter força para disciplinar, para reger, cumprindo a norma 
seus objetivos finais. A vigência é propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar 
efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas descrevem. Há normas que existem e 
que, por conseguinte, são válidas no sistema, mas não dispõem dessa aptidão. A despeito de ocorrerem 
os fatos previstos em sua hipótese, não se desencadeiam as consequências estipuladas no mandamento. 
Dizemos que tais regras não têm vigor, seja porque já o perderam, seja porque ainda não o adquiriram." 
Portanto, o termo "vigência" traduz a existência específica de uma norma e não se confunde com a 
validade. Uma norma pode ser válida, se regularmente completou o processo de integração ao 
ordenamento jurídico, cumprindo os requisitos de produção para que sua gênese atendesse às exigências 
do ordenamento, mas pode ainda não ser vigente, por depender da verificação de condição suspensiva 
ou de vacância, ou mesmo ter tido sua vigência exaurida ou encerrada. Ao contrário, toda norma vigente 
deverá ser necessariamente válida, porque a validade é sinônimo de integração ao ordenamento, que por 
sua vez é pressuposto para a vigência. 
 
Eficácia constitucional 
 
A eficácia, por seu turno, diz respeito às condições fáticas e técnicas da atuação da norma jurídica e, 
principalmente, ao seu sucesso, como bem ressalta Maria Helena Diniz. É, assim, a qualidade do texto 
normativo de produzir, ordinariamente, seus regulares efeitos. 
 
São importantes as palavras de Maria Helena Diniz quanto à eficácia. Para ela, a eficácia diz respeito 
ao fato de se saber se os destinatários da norma ajustam, ou não, seu comportamento em maior ou menor 
grau, às prescrições normativas, ou seja, se cumprem, ou não, os comandos jurídicos, se os aplicam ou 
não. E explica: casos há em que o órgão competente emite normas, que por violentarem a consciência 
 
4 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência, São Paulo, Saraiva, 1998. 
1.2 Teoria das normas constitucionais: Conceito, classificação e aplicabilidade. 
 
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coletiva não são observadas nem aplicadas, só logrando, por isso, ser cumpridas de modo compulsório, 
a não ser quando caírem em desuso; consequentemente, têm vigência, mas não possuem eficácia 
(eficácia social). 
 
Como regra geral, todas as normas constitucionais apresentam eficácia, algumas jurídica e social e 
outras apenas jurídica. 
- Eficácia social verifica-se na hipótese de a norma vigente, isto é, com potencialidade para regular 
determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos concretos. 
- Eficácia jurídica, por sua vez, significa que a norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de 
relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na 
revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. 
 
CLASSIFICAÇÃO - Normas de eficácia plena, contida e limitada. 
 
Em relação à classificação e aplicabilidade das normas constitucionais, conforme bem leciona Antônio 
Henrique Lindemberg5, na esteira da teoria de José Afonso da Silva, temos normas: 
 
- De aplicabilidade imediata e eficácia plena: São consideradas aquelas que não dependem de 
atuação legislativa posterior para a sua regulamentação, isto é, desde a entrada em vigor da Constituição 
estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos. A título de exemplo podemos apontar as 
normas referentes às competências dos órgãos (CF, art. 48 e 49) e os remédios constitucionais. 
 
- De aplicabilidade imediata e eficácia contida ou restringível: São normas constitucionais em que 
o legislador constituinte regulou suficientemente a matéria, mas possibilitou ao legislador ordinário 
restringir os efeitos da norma constitucional. Estas normas constitucionais têm aplicabilidade imediata, 
quer dizer, com a entrada em vigor da Constituição elas já são aplicáveis, no entanto, uma lei posterior 
poderá restringir, conter seus efeitos. 
Como exemplo, pode ser citado o art. 5°, XIII, da CF/88, que diz ser livre o exercício de qualquer 
trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Observando 
este inciso veremos que, se não houver uma lei regulamentado as profissões, qualquer pessoa poderá 
exercer qualquer tipo de atividade. No entanto, o legislador ordinário poderá, através de lei, estabelecer 
requisitos para o exercício de algumas profissões, como é o caso da profissão de advogado, onde a Lei 
8.906/94, estabelece a necessidade de conclusão do curso de bacharelado em direito, e ainda, a 
aprovação no exame de ordem para aqueles que pretendam exercer a mencionada profissão, assim, é 
de se apontar que a lei veio restringir o alcance da norma constitucional, estabelecendo requisitos para o 
exercício profissional. 
 
- De aplicabilidade mediata e eficácia limitada: Classificam-se como normas de aplicabilidade 
mediata e eficácia limitada aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar 
plenamente todos os direitos e obrigações e podem ser subdividas em: 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios institutivos, que são as normas onde o 
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições dos órgãos, entidades ou 
institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante Lei. 
A previsão de criação do Código de Defesa do Consumidor (CF, art. 5°, XXXII), a regulamentação do 
direito de greve do servidor público (CF, art. 37, VII), a organização administrativa e judiciária dos 
Territórios Federais (CF, art. 33), são exemplos de normas de eficácia limitada. 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios programáticos, que são “aquelas normas 
constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados 
interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como 
programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado”. São normas que 
dependem de ações metajurídicas para serem implementadas, temos como exemplo o direito ao salário 
mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º). 
Pela própria natureza de direitos que exigem do Estado uma conduta prestativa, positiva, nem sempre 
é possível a sua pronta concretização, haja vista a carência e a limitação de recursos financeiros para a 
realização dos atos estatais. 
 
5 Adaptado de: https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre/AntonioLindemberg/lindemberg_toq11.pdf 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51
 
. 11 
De acordo com a lição de Gilmar Ferreira Mendes6, estes direitos não dependem apenas de uma 
decisão jurídica, mas exigem atuaçõeslegislativas e administrativas para a sua real concretização, ou 
seja, são limitados pela conhecida teorização da “Reserva do Financeiramente Possível”. Onde o Estado, 
não possuindo recursos suficientes para ofertar todas as prestações relacionadas como direitos 
fundamentais sociais, deve eleger aquelas que julga mais pertinentes de acordo com as condições do 
momento. 
Assim, leciona o citado autor: “Observe-se que, embora tais decisões estejam vinculadas 
juridicamente, é certo que a sua efetivação está submetida, dentre outras condicionantes à reserva do 
financeiramente possível”. 
Não se ignora que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de caracterizar-se 
pela gradualidade de seu processo de concretização - depende, em grande medida, de um inescapável 
vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo que, comprovada, 
objetivamente, a alegação de incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá 
razoavelmente exigir, então, considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do comando 
fundado no texto constitucional. 
 
Deve ser destacado também que os efeitos normalmente atribuídos a estas normas: 
a) Acarretam a revogação dos atos normativos anteriores e contrários ao seu conteúdo e, por via de 
consequência, sua desaplicação, independentemente de um declaração de inconstitucionalidade, 
ressaltando-se que entre nós o Supremo Tribunal Federal consagrou a tese da revogação, em detrimento 
da assim chamada inconstitucionalidade superveniente. 
b) Contêm imposições que vinculam permanentemente o legislador, no sentido de que não apenas 
está obrigado a concretizar os programas, tarefas, fins e ordens mais ou menos concretas previstas na 
norma, mas também que o legislador, ao cumprir seu desiderato, não se poderá afastar dos parâmetros 
prescritos nas normas de direitos fundamentais a prestações. 
c) Implicam a declaração de inconstitucionalidade (por ação) de todos os atos normativos editados 
após a vigência da Constituição, caso colidentes com o conteúdo das normas de direitos fundamentais, 
isto é, caso contrários ao sentido dos princípios e regras contidos nas normas que os consagram. 
d) Geram um direito subjetivo de cunho negativo no sentido de que o particular poderá sempre exigir 
do Estado que se abstenha de atuar em sentido contrário ao disposto na norma de direito fundamental 
prestacional. Cuida-se, portanto, de uma dimensão negativa dos direitos positivos, já que as normas que 
os consagram, além de vedarem a emissão de atos normativos contrários, proíbem a prática de 
comportamentos que tenham por objetivo impedir a produção dos atos destinados à execução das 
tarefas, fins ou imposições contidas na norma de natureza eminentemente programática. 
e) Por fim, ainda verifica-se a possibilidade de ser exigido do Estado a concretização dos direitos 
prestacionais, através da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (CF, art. 103, § 2º) ou através 
do mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI). 
Concluindo, não há, numa Constituição, cláusulas a que se deve atribuir meramente o valor material 
de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras, ditadas pela soberania nacional 
ou popular aos seus órgãos. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício 
os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, 
poderes, cujo uso tem de aguardar que a legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se exercerem. 
 
Normas programáticas 
 
As normas programáticas (ou princípios programáticos) são aquelas normas constitucionais por 
meio das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-
se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como programas das respectivas 
atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado. As normas programáticas são as que 
estabelecem programas a serem desenvolvidos mediante a vontade do legislador infraconstitucional.7 
São normas que dependem de ações metajurídicas para serem implementadas, temos como exemplo o 
direito ao salário mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º). 
 
 
 
 
 
6 MENDES, Gilmar. Os direitos fundamentais e seus múltiplos significados na Ordem constitucional. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ – Centro de Atualização 
Jurídica, nº. 10, janeiro, 2002. Disponível na Internet: http://www.direitopublico.com.br/, acesso em 05/2015. 
7 Tavares, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 11 ed. revista e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 102. 
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Questões 
 
01. (DER/CE - Procurador Autárquico - UECE-CE/2016) A norma constante do art. 5º, XX da CF/88, 
in verbis, “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado", é norma 
(A) de eficácia contida. 
(B) de eficácia limitada. 
(C) de eficácia plena. 
(D) programática. 
 
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE/2016) Quanto ao grau de aplicabilidade das normas 
constitucionais, as normas no texto constitucional classificam-se conforme seu grau de eficácia. Segundo 
a classificação doutrinária, a norma constitucional segundo a qual é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer é classificada como 
norma constitucional 
(A) de eficácia limitada. 
(B) diferida ou programática. 
(C) de eficácia exaurida. 
(D) de eficácia plena. 
(E) de eficácia contida. 
 
03. (COMPESA - Analista de Gestão - FGV/2016) Consoante o Art. 5º, inciso XLV, da Constituição 
da República Federativa do Brasil, “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. 
Com os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto afirmar que a interpretação 
desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional 
(A) de eficácia plena e aplicabilidade integral. 
(B) de eficácia indireta e aplicabilidade contida. 
(C) de eficácia plena e aplicabilidade limitada. 
(D) de eficácia limitada e aplicabilidade mediata. 
(E) de eficácia contida e aplicabilidade direta. 
 
04. (Prefeitura de Araguari/MG - Procurador Municipal - IADHED/2016) No que diz à teoria da 
eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, segundo a classificação de José Afonso da Silva, 
marque a alternativa correta: 
(A) As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade direta, imediata, mas 
possivelmente não integral; 
(B) As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade direta, mediata e diferida; 
(C) As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta, imediata e diferida; 
(D) As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade direta, mediata, mas 
possivelmente não integral. 
 
05. (TRT - 23ª REGIÃO/MT - Analista Judiciário - FCC/2016) Dispõe o artigo 18, § 2°, da Constituição 
Federal: “Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar". De acordo com a classificação 
de aplicabilidade das normas constitucionais, o art. 18, § 2° da Constituição Federal de 1988 é uma norma 
de 
(A) eficácia contida. 
(B) eficácia plena. 
(C) princípio programático. 
(D) princípio institutivo ou organizativo. 
(E) eficácia controlada. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: “A” 
A Resposta: “A” é a correta, posto que a norma é de eficácia plena, pois não se necessita de outra 
norma para aplicabilidade do que dispõe o art. 5º, XX, da CF/88. 
 
Apostila gerada especialmente para: Thais Sara Silva 106.180.976-51. 13 
02. Resposta: “E” 
Estamos diante de uma norma constitucional de eficácia contida, tendo em vista que embora a norma 
tenha aplicabilidade direta e imediata, não é integral, diante da restrição dos seus efeitos por aquilo que 
estabelece a lei. Ex.: a necessidade de aprovação no exame da Ordem dos Advogados para o exercício 
da advocacia. 
 
03. Resposta: “E” 
As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta, imediata, mas não 
integral, tendo em vista que o legislador pode restringir a sua eficácia. 
 
04. Resposta: “A” 
As normas constitucionais de eficácia plena possuem aplicabilidade direta, imediata (autoaplicáveis) 
e integral, não existindo a necessidade de nenhum complemento legal, basta a previsão do direito na 
própria Constituição Federal. As normas constitucionais de eficácia contida possuem também 
aplicabilidade direta, imediata, contudo, estão passíveis de restrições pela atuação do legislador 
infraconstitucional. Diferentemente das normas anteriores, as normas constitucionais de eficácia limitada 
possuem aplicabilidade indireta e mediata. Em outras palavras, o legislador constituinte previu um direito 
na Constituição, mas esse direito não pode ser exercido enquanto não surgir uma lei. 
 
05. Resposta: “D” 
As normas de eficácia limitada são aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que 
possam gerar plenamente todos os direitos e obrigações, sendo subdivididas em: normas de eficácia 
limitada quanto aos princípios institutivos e normas de eficácia limitada quanto aos princípios 
programáticos. 
 
Outras Questões 
 
01. (TRT 3ª - Analista Judiciário – Administrativa – FCC/2015) O dispositivo da chamada “PEC da 
Bengala” (Emenda Constitucional nº 88/2015), que prevê que os servidores públicos em geral, com 
exceção dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e Tribunal de Contas da 
União, serão aposentados “compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, 
aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar”, 
é classificado pela doutrina como norma constitucional de 
(A) eficácia contida. 
(B) eficácia plena. 
(C) eficácia limitada. 
(D) conteúdo programático. 
(E) integração restringível. 
 
02. (IF-MT - Professor – Direito - UFMT/2015) As normas constitucionais de eficácia contida são 
aquelas 
(A) mediante as quais o constituinte, em vez de regular, direta e imediatamente, determinados 
interesses, limita-se a traçar princípios para serem cumpridos pelos poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário). 
(B) por meio das quais o legislador constituinte regulou suficientes os interesses relativos à 
determinada matéria, todavia deixou margem à atuação restritiva por parte do legislador 
infraconstitucional. 
(C) que, desde a entrada em vigor da Constituição de 1988, produzem ou têm possibilidade de produzir 
todos os seus efeitos. 
(D) por meio das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuição de 
órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture, em definitivo, mediante lei. 
 
03. (STF – Técnico Judiciário - CESPE/2013) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, dos 
direitos sociais, dos princípios que regem a administração pública e da disciplina constitucional dos 
servidores públicos, julgue o item que se segue: “A norma constitucional que trata do direito de greve do 
servidor público é considerada pela literatura e pela jurisprudência como norma de eficácia limitada”. 
 
04. (TRF/1ª Região - Juiz Federal - CESPE/2013) Considerando a hermenêutica constitucional, 
assinale a opção correta com base na doutrina de referência: 
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(A) norma constitucional de eficácia contida incide direta e imediatamente sobre a matéria respectiva. 
(B) norma constitucional de eficácia limitada ou reduzida somente produz efeitos mediante intervenção 
do Poder Judiciário. 
(C) norma constitucional de eficácia plena tem aplicação direta e imediata, mas não integral. 
(D) a aplicação de norma constitucional de eficácia reduzida prescinde de lei em sentido material. 
(E) norma constitucional de eficácia plena exige lei reguladora, ou integradora, para produzir efeitos 
jurídicos. 
 
05. (TRT/8ª Região - Técnico Judiciário - CESPE/2013) Com relação à eficácia e à aplicabilidade 
das normas constitucionais contidas na CF, assinale a opção correta: 
(A) ao assegurar aos presos o respeito à integridade física e moral, a CF estabeleceu uma norma de 
eficácia limitada, devendo referido direito ser regulamentado pelo Congresso Nacional, abrindo- se a 
possibilidade da propositura de mandado de injunção se a regulamentação não ocorrer. 
(B) o preceito constitucional segundo o qual é livre a manifestação do pensamento, ressalvada a 
vedação ao anonimato, constitui norma de eficácia plena. 
(C) no momento em que ocorreu a promulgação da CF, as normas de eficácia plena nela contidas já 
seriam passíveis de produzir efeitos, não havendo necessidade de regulamentação infraconstitucional; 
porém tais normas poderiam ter seu conteúdo e alcance restringidos em consequência de legislação 
superveniente. 
(D) a dignidade da pessoa humana é uma norma de eficácia limitada, devendo haver regulamentação 
infraconstitucional para que referido direito possa ser exercido. 
(E) as normas programáticas são espécies do gênero normas de eficácia contida. 
 
06. (JUCESC - Advogado – FEPESE/2013) O artigo constitucional que assevera que são poderes da 
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, trata de norma de: 
(A) eficácia plena. 
(B) eficácia contida. 
(C) eficácia limitada. 
(D) princípio institutivo. 
(E) princípio programática. 
 
07. (TJ/SP - Advogado - VUNESP/2013) Analise os seguintes dispositivos constitucionais: 
I. O casamento é civil e gratuita a celebração. 
II. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a 
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
III. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura (…). 
Conforme a doutrina clássica, que trata da aplicabilidade eficácia das normas constitucionais no direito 
brasileiro, correto afirmar que as disposições elencadas são, respectivamente, normas de eficácia: 
(A) plena, limitada e limitada. 
(B) contida, contida e limitada. 
(C) plena, contida e limitada. 
(D) limitada, contida e contida. 
(E) limitada, limitada e contida. 
 
08. (TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Execução de Mandados - FCC/2013) O inciso 
XIII do artigo 5º da Constituição Federal brasileira estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma 
que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência 
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos, são, 
respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia 
(A) plena e limitada. 
(B) plena e contida. 
(C) limitada e contida. 
(D) contida e plena. 
(E) contida e limitada. 
 
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09. (TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Medicina - FCC/2013) O artigo 7º, inciso XI da 
Constituição Federal brasileira estabelece que “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: participação nos lucros, ou resultados, desvinculada 
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei”. 
Esta norma constitucional é de eficácia 
(A) limitada.(B) contida. 
(C) plena. 
(D) plena restringível. 
(E) contida absoluta. 
 
10. (TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário – Segurança - FCC/2013) Analise o Art. 2°, da 
Constituição Federal de 1988: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário. Trata-se de norma de eficácia 
(A) plena. 
(B) contida. 
(C) limitada. 
(D) programática. 
(E) exaurida. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: Alternativa C. As normas de aplicabilidade mediata e eficácia limitada são aquelas 
que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar plenamente todos os direitos e 
obrigações, como bem dispõe a parte final do enunciado do inciso II do § 1° do Art. 40 da CF: “na forma 
de lei complementar.” 
 
02. Resposta: “B” 
São normas constitucionais em que o legislador constituinte regulou suficientemente a matéria, mas 
possibilitou ao legislador ordinário restringir os efeitos da norma constitucional. 
 
03. A afirmação está correta. Conforme posição do STF, no Mandado de Injunção nº 20-4/DF, 
publicado no Diário da Justiça de 22.11.96: “o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de 
eficácia meramente limitada, desprovida, em consequência, de autoaplicabilidade, razão pela qual, para 
atuar plenamente, depende de edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição”. 
 
04. Resposta: “A”. Resposta: “A” está correta. As normas de eficácia contida possuem aplicabilidade 
direta, imediata e não integral. Significa dizer que estas normas incidem a partir de sua vigência, sem a 
necessidade de regulamentação legislativa, podendo, posteriormente, serem restringidas por legislação 
infraconstitucional. 
 
05. Resposta: “B”. A Resposta: “B” está correta. O preceito constitucional estabelecido no art. 5º, IV, 
CF/88, que assegura a livre manifestação do pensamento, ressalvada a vedação ao anonimato, é norma 
de eficácia plena, pois produz todos os efeitos a partir de sua vigência, com aplicabilidade direta, imediata 
e integral. Resposta: “A” – errada-: art. 5º, XLIX, CF/88. A Resposta: “C”- errada-: eficácia contida, que 
produz efeitos imediatos. Resposta: “D”- errada-art. 1º, III, CF/88. Resposta: “E” – errada- As normas 
programáticas são espécies do gênero normas de eficácia limitada. 
 
06. Resposta: “A”. A Resposta: “A” é a correta, posto que a norma é de eficácia plena, pois não se 
necessita de outra norma para aplicabilidade do que dispõe o art. 2º da CF/88. 
 
07. Resposta: “A”. O item “I” se refere a norma de eficácia plena, pois não necessita de 
regulamentação infraconstitucional, possuindo aplicabilidade direta, imediata e integral (art. 226, §1º, 
CF/88). E os itens “II” e “III” se referem à normas de eficácia limitada, pois necessitam de outra norma 
para sua aplicabilidade. 
 
08. Resposta: “D”. 
Plena = Sem necessidade de outras normas. Aplicabilidade direta, imediata e integral. 
Contida = Previsão de outras normas. Aplicabilidade direta e imediata, mas não integral. 
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09. Resposta: “A”. Pois tem a necessidades de outra norma, para sua aplicabilidade, sendo esta 
indireta, mediata e reduzida. 
 
10. Resposta: “A”. Trata-se de norma de eficácia plena, uma vez que desde a sua entrada em vigor 
produz todos os efeitos que o legislador quis regular. 
 
 
 
A interpretação das normas constitucionais se constitui fundamentalmente num mecanismo de 
controle, eis que sua principal função é assegurar um razoável grau de constitucionalidade das normas 
no exercício de interpretação das leis. 
As leis são criadas com o objetivo de organizar a vida social, regulando a ação das pessoas, 
resolvendo-lhes os conflitos de interesses, bem como os dissídios que nascem na vida prática. Portanto, 
instituem-se leis visando à paz, à harmonia entre os cidadãos. 
Muitas vezes, porém, as leis se mostram obscuras, ambíguas e lacunosas; impedindo-se assim a 
adequação do caso concreto a norma. Entretanto, a deficiência legal não pode servir de argumento para 
o magistrado furtar-se do julgamento das controvérsias que lhe sejam submetidas à autoridade, até 
porque a vida social se desenvolve protegida pelo Direito, e o juiz, por essa razão, não pode falhar em 
sua missão. 
O Direito, para isso, não poderia furtar-se a fornecer os meios imprescindíveis para corrigir ou suprir 
deficiências que porventura existam nas leis, que resultem da ambiguidade, obscuridade ou omissão. 
Deste modo, a Hermenêutica é o exame do saber sobre os pressupostos, a metodologia e a 
interpretação do direito. Está ligada à mitologia greco-latina. O Deus Hermes era um mensageiro dos 
deuses, era a divindade incumbida de levar a mensagem dos homens aos deuses e a mensagem dos 
deuses aos homens. A interpretação em geral, e a interpretação jurídica, é uma atividade de mediação 
comunicativa. 
A hermenêutica constitucional será entendida como o saber que se propõe a estudar os princípios, os 
fatos, e compreender os institutos da Constituição para colocá-la diante da sociedade. O poder 
constituinte é o responsável pela criação da Constituição. O poder constituinte pode ser visualizado como 
um emissor de uma mensagem, ou conjunto de mensagens (Constituição) normativas, que organizam o 
Estado e definem os direitos fundamentais. 
Noutro polo da relação comunicativa, podemos colocar a sociedade/comunidade jurídica que seria a 
receptora desse conjunto de mensagens normativas, estabelecendo aqui a relação comunicativa. A 
interpretação constitucional, feita pelos intérpretes da Constituição, vem mediar à relação comunicativa 
entre os dois polos ⇒ Relação circular ⇒ circularidade hermenêutica. Isso faz com a Constituição se 
concretize no âmbito da sociedade. 
A hermenêutica constitucional é guiada por métodos. Dentro da teoria do conhecimento o método é a 
forma de ser alcançar o conhecimento. Uma polêmica desde já instaurada é aquela relativa à existência 
de métodos próprios (constitucionais) para essa análise, ou se esses métodos podem ser os mesmos 
utilizados pela hermenêutica jurídica. 
A interpretação constitucional consiste num processo intelectivo por meio do qual enunciados 
linguísticos que compõem a constituição transformam-se em normas (princípios e regras constitucionais), 
isto é, adquirem conteúdo normativo. 
Paulo Bonavides destaca três métodos de interpretação constitucional: a) método integrativo ou 
científico-espiritual; b) método tópico; c) método concretista. 
 
Método integrativo ou científico-espiritual: O método integrativo ou científico-espiritual foi 
desenvolvido por juristas alemães, capitaneado por Rudolf Smend. Na doutrina de Rudolf Smend, a base 
de valoração, vale dizer, os valores expressos e tutelados pela Constituição (econômicos, sociais, 
políticos e culturais) operam como valores de interpretação coletivos dos cidadãos e, destarte, devem ser 
compreendidos e aplicados. 
A concepção de Smend é precursoramente sistêmica e espiritualista: vê na Constituição um conjunto 
de distintos fatores integrativos com distintos graus de legitimidade. Esses fatores são a parte 
fundamental do sistema, tanto quanto o território é a sua parte mais concreta. O intérprete constitucional 
deve prender-se sempre à realidade da vida, à "concretude" da existência, compreendida esta, sobretudo 
1.3 Hermenêutica, interpretação e aplicação da Constituição. 
 
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. 17 
pelo que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da própria realidade, submetida à lei 
de sua integração. 
 
Método tópico: Foi desenvolvido pelos juristas alemães Theodor Viehweg e Josef Esser. A primeira 
obra sobre o assunto, denominada "Tópica e Jurisprudência", de autoria de Viehweg, foi publicada em 
1953. 
O método tópico caracteriza-se como uma "arte de invenção" e, como tal, uma "técnica de pensar o 
problema", elegendo-se o critério ou os critérios recomendáveispara uma solução adequada. 
Da tópica clássica, concebida como uma simples técnica de argumentação, a corrente restauradora, 
encabeçada por aquele jurista de Mogúncia, compôs um método fecundo de tratar e conhecer o problema 
por via do debate e da descoberta de argumentos ou formas de argumentação que possam, de maneira 
relevante e persuasiva, contribuir para solucioná-lo satisfatoriamente. 
A principal crítica feita ao método tópico é a de que "além de poder conduzir a um casuísmo sem 
limites, a interpretação não deve partir do problema para a norma, mas desta para os problemas." Com a 
tópica, a norma e o sistema perdem o primado: são rebaixados à condição de meros pontos de vista, 
cedendo lugar à hegemonia do problema. 
 
Método concretista: Foi desenvolvido por três juristas alemães Konrad Hesse, Friedrich Müller e 
Peter Häberle. Cada um deles ofereceu valiosos contributos para o desenvolvimento desse método. 
O método concretista gravita em torno de três elementos essenciais: a norma que vai concretizar, a 
compreensão prévia do intérprete e o problema concreto a solucionar. 
Como salienta Paulo Bonavides: 
"Os intérpretes concretistas têm da Constituição normativa uma concepção diferente daquela 
esposada pelos adeptos de outros métodos, porquanto não consideram a Constituição um sistema 
hierárquico-axiológico, como os partidários da interpretação integrativa ou científico-espiritual, nem como 
um sistema lógico-sistemático, como os positivistas mais modernos. Ao contrário, rejeitam o emprego da 
ideia de sistema e unidade da Constituição normativa, aplicando um "procedimento tópico" de 
interpretação, que busca orientações, pontos de vista ou critérios-chaves, adotados consoante a norma 
e o problema a ser objeto de concretização. É uma espécie de metodologia positivista, de teor empírico 
e casuístico, que aplica as categorias constitucionais à solução direta dos problemas, sempre atenta a 
uma realidade concreta, impossível de conter-se em formalismos meramente abstratos ou explicar-se 
pela fundamentação lógica e clássica dos silogismos jurídicos" 
 
Método concretista de Konrad Hesse: O método concretista de Konrad Hesse parte da 
hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer. Para Hesse, o teor da norma só se completa no ato 
interpretativo. A concretização da norma pelo intérprete pressupõe uma compreensão desta; essa 
compreensão pressupõe uma pré-compreensão. 
Como lembra Lenio Luiz Streck: 
"Assim, partindo de Gadamer, Hesse mostra como o momento da pré-compreensão determina o 
processo de concretização: a concretização pressupõe a compreensão do conteúdo do texto jurídico a 
concretizar, a qual não cabe desvincular nem da pré-compreensão do intérprete nem do problema 
concreto a solucionar. O intérprete não pode captar o conteúdo da norma desde o ponto de vista quase 
arquimédico situado fora da existência histórica, senão unicamente desde a concreta situação histórica 
na qual se encontra, cuja elaboração (maturidade) conformou seus hábitos mentais, condicionando seus 
conhecimentos e seus pré-juízos." 
Para Hesse, a concretização e a compreensão só são possíveis em face do problema concreto, de 
forma que a determinação do sentido da norma constitucional e a sua aplicação ao caso concreto 
constituem um processo unitário. 
 
Método concretista de Friedrich Müller: O método concretista de Friedrich Müller tem sua base 
medular ou inspiração maior na tópica, a que ele faz alguns reparos, modificando-a em diversos pontos 
para poder chegar aos resultados da metodologia proposta. 
Para Friedrich Müller, o texto de um preceito jurídico positivo é apenas a parte descoberta do iceberg 
normativo, que, depois de interpretado, transforma-se no programa normativo. 
Além do texto, a norma constitucional compreende também um domínio normativo, isto é, pedaço da 
realidade concreta, que o programa normativo só parcialmente contempla. 
Segundo Friedrich Müller, a norma constitucional não se confunde com o texto da norma. Ela é mais 
que isso: é formada pelo programa normativo e pelo domínio normativo. De sorte que a interpretação ou 
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concretização de uma norma transcende a interpretação do texto, ao contrário, portanto do que acontece 
com os processos hermenêuticos tradicionais no campo jurídico. 
 
Método concretista de Peter Häberle: A construção teórica de Häberle parece desdobrar-se através 
de três pontos principais: o primeiro, o largamento do círculo de intérprete da Constituição; o segundo, o 
conceito de interpretação como um processo aberto e público; e, finalmente, o terceiro, ou seja, a 
referência desse conceito à Constituição mesma, como realidade constituída e "publicização". No 
processo de interpretação constitucional estão potencialmente vinculados todos os órgãos estatais, todas 
as potências públicas, todos os cidadãos e grupos, não sendo possível estabelecer-se um elenco cerrado 
ou fixado com numerus clausus de intérpretes da Constituição. 
 
Sendo a hermenêutica constitucional uma hermenêutica de princípios, é inegável que o ponto de 
partida do intérprete há de ser os princípios constitucionais, que "são o conjunto de normas que espelham 
a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma resumida, os princípios 
constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da 
ordem jurídica que institui. No tópico seguinte vamos estudar os princípios constitucionais, indispensáveis 
para a interpretação. 
 
Podemos destacar ainda como outros métodos de interpretação das normas constitucionais: 
 
Método Jurídico (hermenêutico clássico): Para os que se valem desse método, a Constituição deve 
ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais de hermenêutica deverão ser 
utilizados na tarefa interpretativa, valendo-se dos seguintes elementos de interpretação: 
- elemento genético: busca investigar as origens dos conceitos utilizados pelo legislador; 
- elemento gramatical ou filosófico: também chamado de literal ou semântico a análise se realiza de 
modo textual e literal; 
- elemento lógico: procura a harmonia lógica das normas constitucionais; 
- elemento semântico: busca a análise do todo; 
- elemento histórico: analisa o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos, pareceres, 
discussões, as condições culturais e psicológicas que resultaram na elaboração da norma; 
- elemento teleológico ou sociológico: busca a finalidade da norma; 
- elemento popular: a análise se implementa partindo da participação da massa, dos “corpos 
intermediários”, dos partidos políticos, sindicatos, valendo-se de instrumentos como o plebiscito, 
referendo, recall, veto popular etc.; 
- elemento doutrinário: parte da interpretação feita pela doutrina; 
- elemento evolutivo: segue a linha da mutação constitucional. 
 
Mutação constitucional é a forma pela qual o poder constituinte difuso se manifesta. Trata-se de 
uma alteração do significado do texto maior, que é adaptado conforme a nova realidade na qual a 
constituição está inserida, sem, todavia afetar-lhe a letra. As mutações surgem de forma lenta, gradual, 
sendo impossível lhe determinar uma localização cronológica. É fruto da própria dinâmica social, da 
confluência de grupos de pressão, das construções judiciais, dentre outros fatores. 
 
Método normativo-estruturante: Neste método, defendido por Müller, a ideia é que o conceito de 
norma constitucional constitui-se muito mais amplo, por conseguinte abrangente, vislumbrando-se sobre 
dúplice perspectiva: 
a) norma constitucional – enquanto texto normativo – mostra-se produto da interpretação, entendida 
como atividade mediadora e concretizadora de finalidades; e 
b) norma constitucional inserida no âmbito normativo concebe a ideia de que o cidadão possui o lídimo 
direito de não asilar atos abusivos oriundos do poder público. 
O desenvolvimento de novéis métodos

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