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LEISHMANIOSE CUTÂNEA E VISCERAL – ÊNFASE EM DIAGNÓSTICO CLÍNICO CUTANEOUS AND VISCERAL LEISHMANIOSIS - EMPHASIS IN CLINICAL DIAGNOSIS GABRIELA ARTHUSO ROCHA¹; LYON JOSÉ DA COSTA PEREIRA¹; MARIA CAROLINA INÁCIO DA SILVA¹; MARINA EDUARDA A. F. SILVA¹; MATEUS FELIPE RODRIGUES¹; VICTOR OLIVEIRA¹; VANESSA BRÉDER GOMES². 1. Autor um: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: gabrielaarthuso18@gmail.com 1. Autor dois: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: lyonpereira123@hotmail.com 1. Autor três: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: mariacarolinainacio15@gmail.com 1. Autor quatro: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: Marinaeduardas02@gmail.com 1. Autor cinco: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: mateusfelipetecbiomed@gmail.com 1. Autor seis: Discente do curso de Biomedicina da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: Victor.oliveir97@gmail.com 2. Orientador: Docente da Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP). Email: breder.vanessa@gmail.com Data de submissão 30/10/2020 Data de aprovação 16/11 A 20/11/2020 Disponibilidade (http://co.unicaen.com.br:89/periodicos/index.php/UNICA). RESUMO A leishmanioses são zoonoses de clima tropical, causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidas pela picada da fêmea do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, tendo sua forma mais comum a leishmaniose cutânea e a mais rara e grave a leishmaniose visceral. O objetivo desta revisão é abordar sobre a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral com uma ênfase maior em diagnóstico, cujo qual o principal papel do biomédico. Pesquisa realizada por base na literatura atual disponível, selecionados 22 artigos com tema leishmaniose cutânea e leishmaniose visceral por busca nas plataformas: SciELO(Scientific Electronic Library Online) e Google acadêmico, de artigos publicados no período de 2016 a 2020. Constatou-se que o diagnóstico da leishmaniose tem algumas variações de acordo com a união dos aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais da doença e que o exame parasitológico é uma forma rápida, simples, barata e confiável. Conclui-se que as leishmanioses cutânea e visceral são doenças que enfrenta dificuldades no diagnostico, por existir afinidade do diagnostico com outras doenças por isso a muito o que ser estudado e melhorado nesse campo. Palavras-Chaves: Leishmaniose cutânea; leishmaniose visceral; diagnóstico. Leishmaniasis are zoonoses of tropical climate, caused by protozoa of the genus Leishmania and transmitted by the bite of the female of the sand fly Lutzomyia longipalpis, the straw mosquito, having its most common form cutaneous leishmaniasis and the most rare and severe visceral leishmaniasis. The purpose of this review is to address cutaneous http://co.unicaen.com.br:89/periodicos/index.php/UNICA leishmaniasis and visceral leishmaniasis with a greater emphasis on diagnosis, whose main role is the biomedical. Research based on the current available literature, selected 22 articles with the theme cutaneous leishmaniasis and visceral leishmaniasis by searching the platforms: SciELO(Scientific Electronic Library Online) and Google academic, from articles published in the period from 2016 to 2020. The diagnosis of leishmaniasis has some variations according to the union of the clinical, epidemiological and laboratory aspects of the disease and that the parasitological examination is a quick, simple, inexpensive and reliable way. It is concluded that cutaneous and visceral leishmaniasis are diseases that face difficulties in the diagnosis, because there is an affinity of the diagnosis with other diseases, so there is much to be studied and improved in this field. Keywords: Cutaneous leishmaniasis; visceral leishmaniasis; diagnosis. 1 INTRODUÇÃO A leishmaniose é uma doença tropical, causada por parasitas do gênero Leishmania, com maior número de casos na América Latina, sendo o Brasil o país com o número maior de incidência e também presente em todas suas regiões, com ênfase nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. Pelo saneamento básico ambiental ineficiente e a alta nos desmatamentos, a doença tem se propagado pelo país. (HONÓRIO, 2016) De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças parasitárias conhecidas como leishmanioses, podem ser causadas por mais de 20 espécies diferentes de Leishmania spp. Sua transmissão ocorre através da picada de um flebotomíneo. Já são conhecidos quatro tipos variáveis desta doença: leishmaniose visceral (ou kala-zar), leishmaniose dérmica (pós kala-zar), leishmaniose cutânea ou tegumentar e leishmaniose mucocutânea. (LIMEIRA, 2019) Tendo sua forma mais comum a Leishmaniose Cutânea (LC) define-se por lesões (feridas) na pele, sendo uma ou várias, com maior frequência nas partes expostas do corpo. (HONÓRIO, 2016) Dentre os tipos, a mais grave a Leishmaniose Visceral (LV) é de evolução crônica que pode afetar o corpo inteiro, prejudica tanto o homem quanto os animais, sendo o principal hospedeiro o cão. Tanto a LC quanto a LV se tratam de zoonoses e são um relevante problema de saúde pública, nas quais suas transmissões decorrem quando uma fêmea de flebotomíneos infectada, transmite o protozoário enquanto se alimenta do sangue da vítima não infectada, sendo a principal espécie a Lutzomyia, conhecido popularmente como mosquito-palha. (ALVES, 2018) Nas Américas, as leishmanioses tem uma vasta disseminação geográfica e grande incidência atingindo principalmente os países mais pobres e menos desenvolvidos, avançando como um problema pois para manter o desenvolvimento organizado das ações de vigilância, controle e prevenção dessas doenças exigirá um enorme empenho operacional, científico além de governamental. Presente em 98 países a leishmaniose mais frequente é LC, e a de apresentação mais rara é a LV. O controle das leishmanioses e o programa de vigilância é fundamentado na constatação de casos e terapêutica da doença, associado a outras ações de educação na saúde e ações coordenadas ao reservatório e vetor quando sinalizadas. (ELKHOURY, 2019, HONÓRIO, 2016) Existe uma rede de registros com dados das doenças estabelecidas como de notificação compulsória obrigatória, se trata de um Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-Net), sendo a serviço da saúde um modelo de inovação tecnológica. A leishmaniose é considerada uma doença de notificação compulsória, apresentando um número alto de mortes, apesar de seu diagnóstico e tratamento fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas se tratados no tempo certo cerca de 100% dos pacientes progridem para a cura clínica. (ALVES, 2018) O papel do biomédico será atuar no diagnóstico e no tratamento da Leishmaniose, fazendo todos os exames necessários, desde exame parasitológico, de imagem, imunológico e molecular. Deste modo, o objetivo deste trabalho é abordar as leishmanioses cutânea e visceral explanando os tipos de diagnostico, cujo qual o principal papel do biomédico. Utilizando do conhecimento adquirido, nas matérias já cursadas imunologia, ecologia, citologia e parasitologia, e nas matérias em curso biologia molecular e epidemiologia, todas voltadas para este assunto. 2 METODOLOGIA O presente estudo é uma revisão bibliográfica, partindo da revisão de outros estudos disponíveis na literatura. Os estudos acerca do assunto foram identificados por busca nas plataformas: SciELO(Scientific Electronic Library Online) e Google acadêmico, de artigos publicados no período de 2016 a 2020, realizadas entre março e agosto de 2020. As buscas foram feitas utilizando-se os descritores:“Leishmaniose cutânea, leishmaniose visceral e leishmaniose diagnóstico clínico”. Foram selecionados 23 artigos utilizando os critérios: artigos originais, recentes e indexados em plataformas reconhecidas, que abordassem sobre o tema escolhido, com limitação de ano para as publicações dentre os últimos 5 anos. 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 TRANSMISSÃO E PRINCIPAIS HOSPEDEIROS As leishmanioses cutânea e visceral são causadas por protozoários da espécie Leishmania de redução assexuada, com clico heteróxeno. Podem se manifestar em homens e animais, principalmente os cães, transmitindo de cães para cães e cães para homens A principal forma de transmissão se dá pela picada de fêmeas de dípteros da família Psychodidae, subfamília Phebotominae (conhecidos como flebotomíneos), infectadas com o protozoário, quando alimentam - se do sangue de uma pessoa não infectada. A Lutzomyia longipalpis(mosquito-palha) é a principal espécie de flebotomíneo transmissora da Leishmania infantum no Brasil, principal agente etiológico nas Américas. (MEIRELLES, 2018) Os cães são os principais animais domésticos afetados, sendo os mesmos os reservatórios parasitários principais, onde a maior demanda está em áreas urbanas, assim também se torna um risco para as pessoas que vivem nas redondezas (LIMEIRA, 2019). No entanto, outros animais também podem hospedar o parasita como, gatos e cavalos. Em alguns países, foram relatadas infecções em bovinos, no Brasil também há relatos, até mesmo em locais não endêmicos. (VIOTI, 2019) 3.2 DIAGNÓSTICO CLÍNICO A grandes variedades de leishmaniose responsável por LC e LV combinada com os mecanismos imunes do hospedeiro facilita a existência de distintas manifestações clínicas, histopatológicas e imunopatologias. Considerando as formas de resposta sintomáticas do hospedeiro, a localização das lesões da picada do vetor e sua evolução clínica, a leishmaniose cutânea pode ainda ser classificada como Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL), leishmaniose cutânea disseminada (LD), leishmaniose cutânea difusa (LCD) e mucosa leishmaniose (ML). (ANVERSA, 2018) Algumas manifestações clínicas podem ser observadas nos pacientes com leishmaniose cutânea como prurido, exsudato, alopecia, pápulas, nódulos e úlceras. Podem surgir lesões múltiplas ou até mesmo lesões únicas, podem surgir as lesões em diferentes partes do corpo. Onde as manifestações das doenças ocorrem na maior parte na cabeça e nos membros, no entanto podem surgir no pescoço, órgãos genitais, abdômen e tórax. (LIMEIRA, 2019) Foram analisados em alguns casos de pacientes com LV, houve uma grade redução nas áreas da polpa branca, do baço, que apresenta uma das principais funções imunológicas e tipagem sanguínea, removendo as hemácias. Com essa redução, pode haver uma diminuição de linfócitos e aparecer fibrose de tecidual no qual poderiam resultar na ativação inadequada de linfócitos B nos folículos, com liberação dessas células na circulação e produção excessiva de plasmócitos. Quando a casos de LV com baço desorganizado, apresenta intensa plasmocitose (estágio final da diferenciação de célula B ativas, produção e secreção do anticorpo) na polpa vermelha (PV) esplênica, além de níveis de IgG elevados, em comparação ao baço organizado. (MEIRELLES, 2018) 3.3 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL AMPLIADO Diagnóstico da leishmaniose vária de acordo com os aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais da doença, e a execução e sensibilidade de cada exame podem variar de acordo com as formas clínicas, o tempo de evolução das lesões e as diferentes espécies de Leishmania envolvidas (ANVERSA, 2018). Quando se há o diagnóstico clínico as espécies mais frequentes são Leishmania infantum, Leishmania siamensis e Leishmania braziliensis. (LIMEIRA, 2019) O diagnóstico da Leishmaniose Cutânea é feito em conjunto com analise clínica, epidemiológica e exames laboratoriais, devido sua semelhança com outras doenças, tais como a hanseníase. Na análise clínica é notada a presença de erupções na pele, além de espessamento neural ademais perda de sensibilidade, posteriormente é feita a biopsia de mucosas nasais e pele na região onde se encontra a lesão, coletando então a amostra da borda da lesão e posteriormente corando a partir da técnica de Ziehl-Neelsen, sendo na atualidade considerado padrão ouro. Tendo como diferencial o diagnóstico histopatológico. (DO NASCIMENTO, 2019) Baseado em padrões clínicos e epidemiológicos é realizado o diagnóstico da Leishmaniose Visceral, entretanto enfrenta dificuldades, entre elas a principal é a similaridade com o diagnóstico de outras doenças, tais como esquistossomose. Portanto para a formação do diagnóstico da LV é necessário vincular os métodos clínicos aos imunológicos e parasitológico compondo assim o diagnóstico. O requisito básico para o diagnóstico é localizar o parasita. (SOUZA, 2012) 3.3.2 Exame parasitológico Considera-se o teste de excelência para LV o exame parasitológico. A eficácia desse exame depende diretamente do grau de parasitismo do indivíduo infectado, podendo chegar a 100%. Com base em variadas formas de amostras biológicas, pode-se observar a forma amastigota do parasito, tais como esfregaços de pele, sangue, medula óssea, aspirado de linfonodo, fígado, sangue e baço corados por Giemsa, Panótico ou Leishman sendo uma forma rápida, simples, além de barata e confiável. A realização da coleta do material para fazer o diagnóstico pode gerar incômodo ao paciente, devido à complexidade de alguns deles. Em seguida da coleta do material através da punção, as amostras são dispostas em meios de cultura para leishmania com NNN (Neal, Novy, Nicolle) com solução salina estéril ou uma fase líquida de LIT (Liver Infusion Triptose) onde formas amastigota do parasita, existente no material biológico, converte em forma de promastigota, sendo capaz de visualizar no microscópio. Entretanto, durante o processo da coleta do material havendo a falta de adequação na esterilidade ou na semeadura, poderá ocorrer o crescimento de fungos e bactérias que poderão impedir o crescimento de Leishmania, reduzindo assim, a exatidão do teste. (GONÇALVES, 2017) 3.3.3 Exames imunológicos A reação intradérmica realizou-se pela primeira vez em 1926 em Montenegro, sendo o antígeno feito em forma de cultura de Leishmania spp., este teste ainda é bastante usado e é denominado Reação Intradérmica de Montenegro (IDRM).O procedimento consiste na injeção de 0,1ml de antígeno padronizado com a concentração de 40mg de nitrogênio proteico por ml, aplicado na face flexora do antebraço. Quando na leitura de 48 a 72 horas for detectado enduração igual ou superior a 5mm, a reação é tida como positivo. O teste torna-se positivo por volta de quatro meses depois do início do ferimento cutâneo, mas não comprova se a doença recente ou passada, nem diferencia infecção de doença, sendo normalmente negativo nos pacientes imunodeprimidos e nas formas cutâneas difusas. O teste de IDRM tem grande importância, nos casos onde os parasitas não estão presentes ou em pequenas quantidades, além de ser muito útil em áreas endêmicas e nas averiguações epidemiológicas. (VASCONCELOS, 2018) Reações sorológicas: O mais utilizado dentre os métodos sorológicos é a reação de imunofluorescência indireta (RIFI), é uma técnica que se percebe com clareza, porém pode ser confundida com algumas doenças, como Chagas. Frequentemente negativa na Leishmaniose Cutânea Difusa, sua sensibilidade é em torno de 100% do tipo mucosa e 71% do tipo cutânea. E constante a negatividade sorológica em paciente com lesões recentes (de um a seis meses de evolução). Nos casos positivos, naqueles que tem múltiplas lesões os títulos médios são de modo considerável mais elevados, considerando a maior antigenicidade induzida pelo maior número de parasitas. Ademais, é maior o número dereações sorológicas negativas dentre o exame parasitológico positivo no momento que comparado àqueles em que a pesquisa direta do parasita indica negativa. (GONTIJO; CARVALHO, 2016) 3.3.4 Exame molecular São utilizadas técnicas de biologia molecular para diagnosticar infecção por Leishmania a fim de quantificar a carga de DNA do parasita em amostras clínicas do sangue do paciente através do exame Reação em Cadeia da Polimerase(PCR). Esta metodologia consiste na separação de uma região do DNA do parasita, em seguida e feito um molde do mesmo para os iniciadores utilizados durante o PCR, deste modo, o teste garante uma maior taxa de sensibilidade ao parasita. (OLIVEIRA-PEREIRA,2016) Para a leishmaniose é usado um composto de moléculas chamadas de minicirculos, esses minicurculos tem tamanho de 0,5-1,5kb e são empregados nas metodologias moleculares de diagnóstico (PEREIRA-CHIOCCOLA,2019). Além disso, como forma de diagnóstico pode-se ser usado um cultivo microbiológico das cepas em forma de promastigotas utilizando em meio ágar-sangue. Há também analise do genoma do parasita em amostras biológicas. (QUARESMA, 2017) 3.3.5 Exame de imagem Para um diagnóstico fácil, pelo exame direto, na forma de LCD, é o exame citológico. Permitindo no esfregaço ver inúmeros amastigotas no interior de macrófagos ou livres. Com isso, é de vital importância realizar o estudo anatomopatológico, para dar o resultado, e fazer o diagnóstico diferencial entre outros gêneros de Leishmaniose. A fim de dar o diagnóstico anatomopatológico da LCD, é necessário prestar uma ligação aos achados histológicos, levando em conta o quadro clinico e imunológico do paciente, para assim fazer a diferenciação da LCD polar da subpolar e dismorfia. Para que a histologia não gere problemas no diagnostico diferencial, é preciso biopsias das lesões mais excessivas, esquivando-se das lesões em evolução. É sugerido que continuamente seja avaliado biopsias de lesões em ação. (SILVA, 2017) Diagnostico diferencial significativo é com a LCD que pode indicar a quantidade parasitaria no teste direto e histopatológico. Como já dito, as lesões de LCD podem por outro lado apresentar infiltração linfoplasmocitário e menor fluxo de macrófagos parasitados, especialmente no momento em que estão em involução espontânea ou perante ação de tratamento imunológico. Também pode ser verificado, proliferação vascular nas lesões evoluídas. Em todo caso, o diagnostico diferencial deve embasar se também, na avaliação clínica e na história pregressa do paciente. (BITTENCOURT, 2019) O exame histopatológico tem pontos que precisam ser vistos com mais importância para denominar formas de LC que são a frequência do parasitismo e a presença ou carência de reação granulomatosa. A todo o momento, é essencial fazer a cultivação do material obtido nas lesões desses pacientes, na razão de isolar o parasita e identifica-lo. A identificação do parasita pode assim como ‘in situ’, nuns cortes de blocos de parafina de biópsias fixadas em formol, formando-se a imunomarcada com anticorpos anti-L. (SILVA,2017) 3.4 TRATAMENTO E PROFILAXIA Em busca do melhor tratamento da doença, foram realizados três estudos, sendo o primeiro a imunoterapia e os resultados foram que os anticorpos aumentarão, mas em contrapartida as lesões também aumentaram. Já na segunda tentativa de tratamento usaram estibogluconato de sódio e o resultado foi satisfatório, pois as lesões foram curadas. E a última tentativa usou-se terapia anti-inflamatória com o uso de dexametasona, com uma resposta nada satisfatória por não haver nenhum resultado. (LIMEIRA, 2019) O tratamento bem-sucedido envolve vários fatores, como: (1º) fatores do hospedeiro, como genética, resposta imune e apresentação clínica da doença; (2º) recursos de tratamento, como qualidade do medicamento, dosagem, duração e conclusão da terapia; (3º) características do parasita, como sensibilidade intrínseca da espécie e falta de resistência ao medicamento. Os medicamentos de primeira escolha no tratamento de todas as formas clínicas da leishmaniose são antimoniais pentavalentes (Sb + 5), estibogluconato de sódio (Pentostan ®) e antimoniativo de N-metilglucamina (Glucantime ®), sendo este último comercializado e distribuído exclusivamente pelo Ministério da Saúde. (ANVERSA, 2018) Algumas medidas profiláticas para o controle da doença, tem que ser implantadas. Uma medida eficaz séria o controle do principal vetor, o mosquito palha, mas este é dificultado pela limitação de conhecimento em relação aos flebotomíneos em áreas urbanas. Vigilância entomológica, identificação de habitat e pulverização são medidas importantes. Outra medida é o controle de cães nas ruas, por serem eles os principais reservatórios dos protozoários. (LOPES, 2019) 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A leishmaniose é considerada uma zoonose que tem um aumento gradativo, pelo fato de o saneamento básico ambiental ser ainda muito deficiente. O seu diagnóstico pode ser variado. Tanto a LC quanto a LV por serem semelhantes com outras patologias, são necessários os diagnósticos serem feitos em conjunto com analise clínica, epidemiológica e exames laboratoriais, pode também a execução e sensibilidade de cada exame, podendo variar de acordo com as formas clínicas, o tempo de evolução das lesões e as diferentes espécies de leishmania. Os exames que mostraram maior eficácia no diagnostico foram os, exame parasitológico que é considerado o teste de excelência para a LV e ainda tem as vantagens de ser um exame rápido, simples, barato e confiável e o exame de imagem para o LC, que é o exame citológico, onde temos um diagnóstico fácil, pelo exame direto. Apesar de o exame parasitológico e o de imagem serem as melhores formas de diagnostico não se exclui que os exames imunológicos, como o IDRM e o RIFI e o Exame molecular, o PCR também são boas formas de diagnostico. Concluímos que os gêneros de leishmanioses cutânea e visceral são doenças que enfrentam dificuldades no diagnostico, por existir afinidade do diagnostico com outras doenças, e não se saber qual dos exames realizar de imediato e que os exames parasitológicos e o exame de imagem são as melhores formas de diagnostico. Diante da dificuldade no diagnostico novas pesquisas e estudos para melhorar e ampliar sobre a área são necessárias. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Waneska Alexandra; FONSECA, Darises Soares. Leishmaniose visceral humana: Estudo do perfil clínico-epidemiológico na região leste de Minas Gerais, Brasil. Journal of Health & Biological Sciences, v. 6, n. 2, p. 133-139, 2018. ANVERSA, Laís et al. Human leishmaniasis in Brazil: A general review. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.64, n3, p. 281-289, Mar. 2018. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302018000300281&lng=en &nrm=iso>. access on 09 Mar. 2020. https://doi.org/10.1590/1806-9282.64.03.281. BITTENCOURT, Achiléa Lisboa. Aspectos histopatológicos e ultra-estruturais da leishmaniose cutânea difusa (LCD). Gazeta Médica da Bahia, n. 79, 2019. DA SILVA-FILHO, Ailton Gonçalves et al. Situação epidemiológica das leishmanioses em Uberlândia, Minas Gerais. 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