Buscar

ETNOCONHECIMENTO ASSOCIADO AOS QUINTAIS AGROFLORESTAIS DE PROPRIEDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE BOTUCATU-SP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ETNOCONHECIMENTO ASSOCIADO AOS QUINTAIS 
AGROFLORESTAIS DE PROPRIEDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE 
BOTUCATU-SP. 
Emily Toledo Coutinho1, Filipe Pereira Giardini Bonfim2, Helena Souza Ronchi3, Isabela 
Borges Hernandes1, Bruna Lima Bloch Telles Alves1 
 
1Graduanda em Engenharia Florestal, Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) – UNESP, 
Departamento de Horticulturta, Botucatu, SP, Brasil. 2Professor Assistente Doutor do 
Departamento de Horticultura, , FCA, UNESP Botucatu, São Paulo, Brasil. 3Mestranda em 
Programa de Pós Graduação em Agronomia: Horticultura, FCA, UNESP Botucatu, São 
Paulo, Brasil. emily_toledocoutinho@hotmail.com 
 
Além da produção de alimento, os quintais são espaços para outras funções na vida 
familiar como a preservação de espécies vegetais, embelezamento da paisagem e lazer. 
Estes espaços que circundam a moradia são utilizados para cultivar as plantas de uso 
cotidiano da família. O que se observa, é que além de fornecer a alimentação diária com 
frutas, legumes e hortaliças, a produção destas áreas compõe a renda familiar, o que 
indica seu potencial para a conquista da soberania alimentar e desenvolvimento 
econômico. Visto a necessidade de diversificação de espécies no sentido produtivo, o 
presente estudo teve como objetivo averiguar o conhecimento dos produtores rurais 
de Botucatu/SP sobre as espécies vegetais existentes nos quintas, a fim de verificar e 
resgatar a tradição do uso do espaço pelas famílias rurais. A metodologia empregada 
foi a bola-de-neve (snowball), cada entrevistado indica o próximo até que as 
propriedades indicadas comecem a se repetir. O levantamento das espécies foi 
realizado junto com o entrevistado através de caminhadas livres pelos quintais 
agroflorestais, entrevista feita de modo informal, com anotações sobre o 
conhecimento das espécies vegetais observadas durante as caminhadas. A partir do 
levantamento de dados realizado, iniciaram-se análises qualitativas, organizando as 
informações a respeito da realidade observada, análises quantitativas e levantamentos 
bibliográficos das espécies citadas, para fins de comparação com o conhecimento 
científico e elaboração de tabela contendo as espécies e suas categorias de usos e 
finalidades. Das 37 famílias citadas, a mais representativa foi Asteraceae, sendo sua 
ocorrência verificada em 71,4% das propriedades visitadas, seguida por Brassicaceae, 
Amaranthaceae e Talinaceae. Com relação às espécies identificadas, as mais 
frequentes foram Amaranthus deflexus L. (Caruru) e Talinum paniculatum (Jacq.) 
Gaertn. (Maria-gorda), com 57%, seguidas por Sonchus oleraceus L. (Serralha) e 
Leonurus sibiricus L. (Rubi) com 43%. Das 78 espécies identificadas, 70,5% 
apresentam potencial medicinal, 67,9% alimentício e 29,5% ornamental. Percebe-se 
que no município, o conhecimento tradicional sobre as plantas utilizadas, ao redor das 
casas, pelas gerações anteriores, para os mais variados fins, vem perdendo a 
relevância antes existente tanto sob o aspecto de subsistência e soberania alimentar, 
quanto para o comércio. Verifica-se também que tal perda é recente, não 
ultrapassando duas gerações da família de agricultores. 
 
 
Palavras-chave: etnobotânica, plantas alimentícias, agricultura familiar.

Outros materiais