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Material complementar - Direitos das Obrigações e Responsabilidade Civil (5)

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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES e RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Prof. André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
1 
CONCEITO 
 
O direito das obrigações regula a relação jurídica pessoal entre dois sujeitos determinados, de um 
lado o sujeito ativo (credor) e do outro lado o sujeito passivo (devedor). 
 
Obs.: a relação jurídica real tem características próprias, dentre as quais está a tipicidade. Toda 
relação real tem previsão legal. Não se inventa direitos reais. Já a relação obrigacional não exige 
tipicidade. 
 
A obrigação propter rem, de natureza híbrida ou mista (real e obrigacional), é aquela que vincula 
pessoas (credor e devedor) e se justapõe a uma coisa, acompanhando-a. Ex.: Obrigação de pagar 
taxa de condomínio. 
 
Em qualquer relação obrigacional as partes devem atuar segundo a cláusula geral de boa-fé, com 
lealdade, equilíbrio e harmonia recíprocos. Nova visão do direito civil, ligado à eticidade, boa-fé, 
função social do contrato. Exemplo de cooperação observa-se no instituto norte-americano do duty 
to mitigate the loss – dever de mitigar a perda. Por meio do “dever de mitigar”, à luz do princípio da 
boa-fé, na relação obrigacional, até mesmo o credor, em cooperação com o devedor, deve atuar para 
mitigar a extensão do débito. Pode-se dizer como exemplo o fato do CPC buscar a execução menos 
grave para o devedor. 
 
O que é fonte da obrigação? É o fato jurídico que constitui a relação obrigacional. Elas sem 
classificam em: 
 
a) Atos negociais (contrato, promessa de recompensa, testamento); 
b) Atos não negociais (fato da vizinhança); 
c) Atos ilícitos. 
 
CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DAS OBRIGAÇÕES: 
 
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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES e RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
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2 
 
1) Dar: A obrigação de dar tem por objeto a prestação de coisa (transferir propriedade, posse ou 
restituir). 
 
a) Dar coisa certa: CC, a partir do art. 233. A obrigação de dar coisa certa traduz a prestação de 
coisa determinada, individualizada. 
 
Responsabilidade civil pela perda ou deterioração da coisa certa. (Arts. 234-236) 
 
Na teoria das obrigações, as perdas e danos pressupõem culpa do devedor. E quando não houver 
culpa do devedor, normalmente será extinta a responsabilidade. 
 
b) Dar coisa incerta: nos termos do art. 243 CC, obrigação de dar coisa incerta é aquele indicada 
apenas pelo gênero e quantidade, faltando-lhe a qualidade da coisa. Em geral, na teoria das 
obrigações, a escolha é feita pelo devedor. – Art. 244 CC 
 
A doutrina denomina concentração do débito ou da prestação devida o ato de escolha na obrigação 
de dar coisa incerta. 
 
Uma pessoa se obriga a dar um gado, ainda não especializado. Uma enchente vem e mata todo o 
rebanho do devedor. Este não poderá alegar caso fortuito ou força maior para se eximir da 
obrigação. 
 
* É dogmático o pensamento no direito civil brasileiro, segundo o qual o gênero não perece nunca: 
antes da escolha, não pode o devedor alegar caso fortuito ou força maior para se eximir da 
obrigação de pagar (art. 246 CC). 
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2. Fazer (art. 247 e ss): A obrigação de fazer é aquela em que o interesse jurídico do credor é a 
própria atividade do devedor. 
 
a) Fungíveis: é aquela que admite ser cumprida não apenas pelo devedor, mas também por terceiro. 
 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa 
do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
 
b) Infungíveis: é personalíssima, não admitindo ser cumprida por terceiro. 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele 
só imposta, ou só por ele exeqüível. 
 
3. Não fazer (arts. 250 e 251 CC) 
 
A obrigação de não fazer tem por objeto uma obrigação negativa, ou seja, um comportamento 
omissivo do devedor. O devedor assume uma obrigação de não realizar uma conduta (abstenção 
juridicamente relevante). 
 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o 
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
 
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES 
 
1. Obrigações Solidárias: existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma 
pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigado a toda dívida (art. 264 CC). 
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Obs: Na forma do Art. 265 CC, é dogma do direito obrigacional que solidariedade NÃO SE 
PRESUME: resulta lei ou da vontade das partes. 
 
1.1. Solidariedade Ativa: 
 
Art. 267 CCB - Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
Art. 268 - Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
Art. 269 - O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que 
foi pago 
 
Obs.: Na forma do art. 272 CC, na solidariedade ativa, qualquer dos credores também pode perdoar 
toda a dívida, respondendo em face dos outros credores. 
 
Exemplos de solidariedade ativa por foca de lei: art. 2º da Lei 8245/91 
 
1.2. Solidariedade Passiva 
 
A disciplina dessa matéria no CC é feita a partir do Art. 275 - O credor tem direito a exigir e receber 
de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver 
sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
 
Obs.: Qual é a diferença entre a remissão (perdão da dívida) e a renúncia da solidariedade passiva? 
 
Na forma dos arts. 277 e 282 do CC, renunciando à solidariedade em face do um dos devedores, só 
poderá o credor cobra-lhe a sua parte na dívida (pois não houve perdão); quanto aos outros 
devedores, ainda unidos em solidariedade, terá o credor o direito de cobrar o restante da dívida. 
 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
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Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores. 
 
Na solidariedade passiva, vale relembrar o art. 281 do CC, que cuida das exceções (defesas) que o 
devedor solidário pode manejar. 
 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as 
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoaisa outro co-devedor. 
 
No que tange à responsabilidade dos devedores solidários, o art. 279 do CC mantém a regra geral, 
segundo a qual pelas perdas e danos só responderá o culpado. 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para 
todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
 
Exemplos de solidariedade passiva: a) um contrato que explicitamente preveja solidariedade entre 
os devedores (contrato de locação em geral prevê que o fiador se vincula solidariamente ao 
devedor). 
 
b) Solidariedade passiva em virtude de lei: Art. 932 CCB – responsabilidade por fato de terceiro. 
 
2. Obrigações Alternativas: a obrigação alternativa é aquela que tem objeto múltiplo, de maneira 
que o devedor se exonera cumprindo uma das prestações devidas. No que tange à impossibilidade 
das obrigações alternativas, quer seja total, quer seja parcial, veja a partir do art. 254 do CC. 
 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. 
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em 
cada período. 
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, 
findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
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§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a 
escolha se não houver acordo entre as partes. 
 
3. Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
 
Conceito: As obrigações divisíveis são aquelas que admitem cumprimento fracionado ou parcial da 
prestação; já as indivisíveis somente podem ser cumpridas por inteiro (arts. 257 e 258 do CC): 
 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-
se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
 
Exemplo de indivisibilidade legal: pequena propriedade do módulo rural, prevista no Estatuto da 
Terra. 
 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado 
pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos 
outros coobrigados. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o 
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
 
A indivisibilidade se refere ao objeto e a solidariedade se refere aos sujeitos. 
 
Não tendo sido pactuada solidariedade ativa, o pagamento de prestação indivisível a um dos 
credores deverá observar o que dispõe o art. 260 do CC acima transcrito. A caução de ratificação 
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somente é necessária na obrigação indivisível. Se a obrigação for solidária, não precisará de caução 
de ratificação. 
 
4. Obrigações de Meio e de Resultado 
 
A obrigação é denominada de meio quando o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem 
garantir o resultado esperado. Já a obrigação de resultado, é aquela em que o devedor assume a 
realização do fim projetado. Ex.: em geral o médico assume uma obrigação de meio, empreender 
todos esforços e a melhor técnicas para a cura do paciente. O advogado também assume obrigação 
de meio, uma vez que não pode garantir sucesso na demanda. 
 
5. Obrigação Natural: é aquela em que posto figurem credor e devedor, é desprovida de 
coercibilidade jurídica, juridicamente inexigível. Ex.: dívida de jogo e dívida prescrita (arts. 882 e 
814 CC). 
 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação 
judicialmente inexigível. 
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a 
quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou 
interdito. 
 
Uma obrigação natural, embora juridicamente inexigível, gera alguma conseqüência jurídica? 
Sim, já que pode haver retenção do pagamento feito espontaneamente feito pelo devedor. Se pagou 
espontaneamente não poderá exigir a repetição. 
 
TEORIA DO PAGAMENTO 
 
Pagamento significa cumprimento ou adimplemento voluntário da prestação. 
 
O que é a teoria do adimplemento substancial? Trata-se de instituto desenvolvido no Direito anglo-
saxônico. Segundo esta teoria, de possível aplicação ao contrato de seguro, em respeito aos 
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princípios da boa-fé objetiva e da equivalência material (que traduz o necessário equilíbrio entre as 
prestações), não se reputa justo resolver um contrato quando o devedor, posto não haja cumprido a 
prestação de forma perfeita, substancialmente a realizou. Ex.: carro financiado em 60 meses, pagou 
58, atrasou a parcela n.º 59, não se deve deferir a liminar de busca e apreensão, pois 
substancialmente o devedor cumpriu o pagamento. Ex. 2.: Prêmio do seguro dividido em 05 
pagamento, pagou 04 atrasou um dia o pagamento da 5ª prestação, dia em que ocorreu o sinistro. 
 
STJ tem entendimento no sentido de que tal teoria não pode ser utilizada em casos de alienação 
fiduciária de bens móveis regidos pelo Decreto-lei 911/69. (RESP 1.622.555/MG). 
 
Pelo CCB a seguradora não precisará pagar a indenização, pois estava em atraso no dia do sinistro 
(Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, 
se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.). Porém, pela teoria do adimplemento substancial, não é 
justo que a seguradora se furte ao pagamento, pois, houve o adimplemento substancial. 
 
Condições ou requisitos do pagamento. 
 
a) Subjetivas (quem deve pagar - art. 304 do CC - e a quem se deve pagar) 
 
- Quem deve pagar. Em primeiro plano quem deve pagar é o devedor ou se fazer representar. O 
terceiro também pode pagar, pelo sistema jurídico brasileiro. Mas existem dois tipos de terceiro: o 
interessado e o não interessado. Terceiro interessado é aquele que, mesmo não sendo parte, vincula-
se à obrigação (fiador, avalista). Já o terceiro não interessado não se vincula juridicamente à 
obrigação, detendo apenas um interesse meta-jurídico. 
 
Quando o terceiro interessado paga, ele se sub-roga nos direitos, privilégios e garantias do credor 
originário. Já o terceiro não interessado que paga, duas situações podem ocorrer: se pagar em seu 
próprio nome não se sub-roga completamente na posição do credor, mas tem pelo menos direito ao 
reembolso; se pagar em nome do devedor, não tem direito a nada. 
 
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Obs.: O devedor poderá se opor ao pagamento feito por terceiro, nos termos do art. 306 do CC (O 
pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a 
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.). O artigo diz que não 
haverá o reembolso se o devedor tinha meios para pagar e o terceiro entrou na frente e pagou. 
Entende-se também que o devedor pode se opor o pagamento de terceiro, alegando que a dívida está 
prescrita. Stolze entende também que o devedor pode se opor ao pagamento pelo terceiro alegando 
direito seu da personalidade (entendimento civil-constitucional). Ex.: Inimigo fica sabendo da 
dívida de seu desafeto, paga, para poder tê-lo como seu devedor. 
 
A quem se deve pagar: ao credor ou a seu representante. O sistema jurídico, todavia, admite 
também que o pagamento possa ser feito a um terceiro, nos termos dos arts. 308 e 309 do CC: 
 
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só 
valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era 
credor. 
 
Caso seja feito o pagamento a um terceiro, para que tenha eficácia, o credor deverá ratificá-lo ou, 
não o ratificando, poderá o devedor provar que o pagamento reverteu em proveito do credor. 
À luz dos princípios da boa-fé e da confiança, com fundamento doutrinário na teoria da aparência, 
admite o Art. 309 do CC o pagamento feito ao credor aparente ou putativo. 
 
b) Objetivas (objeto do pagamento; prova do pagamento; lugar do pagamento e tempo do 
pagamento). 
 
Tempo do pagamento. Em regra, as obrigações devem ser cumpridas no seu vencimento. Caso não 
tenha vencimento certo, dispõe o art. 331 do CC que a obrigação pode ser exigida de imediato: 
 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, 
pode o credor exigi-lo imediatamente. 
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Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao 
credor a prova de que deste teve ciência o devedor. 
 
Obs.: No caso do mútuo feneratício (empréstimo de bem fungível a título oneroso) tem-se norma 
especial, Art. 592, II, não se estipulando o vencimento, o prazo mínimo do pagamento é de 30 dias. 
 
O CC estabelece no Art. 333 situações especiais de vencimento antecipado das dívidas: 
 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no 
contrato ou marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o 
devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará 
vencido quanto aos outros devedores solventes. 
 
Lugar do pagamento. A regra geral do direito brasileiro é no sentido de que o pagamento deverá 
ser feito no domicílio do devedor. Excepcionalmente, nos termos do art. 327 do CC, o pagamento 
poderá ser feito no domicílio do credor, casa em que a dívida é portável. 
 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem 
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. 
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 
 
Obs.: CUIDADO!! O p.u. do art. 327 do CC, estabelece que, havendo dois ou mais lugares para 
pagamento, a escolha é feita pelo credor (Atenção! Quebra a tradição do CC que normalmente 
defere as escolhas ao devedor). 
 
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, 
far-se-á no lugar onde situado o bem. 
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Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, 
poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. (venire contra factum proprium – proíbe comportamento 
contraditório, quebra a boa-fé objetiva). 
 
Prova do pagamento. Tecnicamente o ato jurídico que comprova o pagamento denomina-se 
quitação, nos termos do art. 319 do CC. Recibo é o documento da quitação, é o que materializa a 
quitação. 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto 
não lhe seja dada. 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a 
espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do 
pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus 
termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. 
 
O Enunciado 18 da 1ª Jornada de D. Civil, atento à realidade dos dias de hoje, admite a quitação 
eletrônica: 
 
18 – Art. 319: A “quitação regular” referida no art. 319 do novo Código Civil engloba a quitação 
dada por meios eletrônicos ou por quaisquer formas de “comunicação a distância”, assim entendida 
aquela que permite ajustar negócios jurídicos e praticar atos jurídicos sem a presença corpórea 
simultânea das partes ou de seus representantes. 
 
Presunções de pagamento: mesmo não havendo quitação formal, presume-se que o devedor pagou. 
Essas presunções são relativas, juris tantum, portanto, admitem prova em contrário: 
 
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova 
em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. 
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Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. 
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. 
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a 
falta do pagamento. 
 
Objeto do pagamento. (arts. 313-316 do CC). 
 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais 
valiosa. 
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser 
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. (ninguém tem 
direito de pagar parcelado, se isso não foi acertado) 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor 
nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. (o credor não está obrigado a receber cheque ou 
cartão). 
 
O que é o Princípio do Nominalismo? Art. 315 do CC/2002. Esse princípio sustenta que o devedor 
se libera da obrigação pecuniária pagando ao credor a mesma quantidade de moeda previstano 
título da obrigação. Não se atém à desvalorização da moeda. Se se contrai uma dívida de R$ 
10.000,00 para pagar um ano após, segundo esse princípio, no momento do pagamento o devedor 
terá de pagar somente os mesmos R$ 10.000,00. Este princípio é amplamente flexibilizado por 
mecanismos de correção monetária, a exemplo do INPC e IGPM, etc. Com isso, tenta-se evitar a 
depreciação do poder aquisitivo da moeda. Não se aplica hoje o Nominalismo puro. 
 
Obs.: A correção monetária foi consagrada no Brasil pela famosa Lei 6.899/81 que estabeleceu sua 
incidência nos débitos decorrente de decisão judicial. 
 
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
 
Embora o Art. 316 disponha a respeito do aumento progressivo de prestações, alguns autores como 
Mario Delgado, para tentar salvá-lo, sustentam que o codificador apenas previu a atualização 
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monetária das prestações. Para Pablo Stolze, esse artigo é de legalidade duvidosa, pois, em verdade, 
permite o aumento do próprio débito em sua base. 
 
Obs.: A CRFB/88, Art. 7º, VI veda a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. O Art. 1.710 
CCB, por sua vez, proíbe a vinculação do salário mínimo para o cálculo de pensão alimentícia. 
 
Art. 1.710. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice 
oficial regularmente estabelecido. 
 
Essa norma caiu em desuso. O próprio STF de longa data tem admitido essa vinculação (RE 
170.203). 
 
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO. 
 
1. Pagamento com sub-rogação (substituição): trata-se de uma forma especial de pagamento, 
disciplinada a partir do art. 346 do CC, por meio da qual a dívida é cumprida por terceiro que se 
sob-roga no direito do credor originário. É uma forma de extinção da obrigação, pois o credor 
originário sai da relação obrigacional. Nasce outra relação a partir daí, envolvendo, agora, novo 
credor e devedor antigo. 
 
Obs.: O que diferencia a cessão de crédito do pagamento com sub-rogação, é que a primeira pode 
ser gratuita e a segunda não. 
 
Efeitos do pagamento com sub-rogação: Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os 
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal 
e os fiadores. 
 
Obs.: o art. 350 do CC limita o direito do novo credor ao valor efetivamente pago. Se o fiador paga 
a dívida com desconto, não poderá cobrar do devedor principal o valor sem o desconto, somente 
pode cobrar o que efetivamente pagou. 
 
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Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, 
senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. 
 
Obs.: Caso o fiador na locação efetue o pagamento ao credor originário, sub-rogando-se na posição 
dele, não poderá com isso pretender penhorar, em ação de regresso, bem de família do devedor: a 
norma que admite a constrição do seu imóvel residencial (Art. 3º, VII Lei 8.009/90) não comporta 
interpretação extensiva. Além do que é nova relação jurídica que se forma, agora, com novo credor 
e devedor antigo. 
 
Espécies de pagamento com sub-rogação: 
 
– Legal (art. 346) 
 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que 
efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em 
parte. (Ex.: fiador) 
 
– Convencional (art. 347) 
 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus 
direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a 
condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. 
 
2. Imputação do pagamento: trata-se de um meio de determinação de pagamento em que uma das 
dívidas é indicada para ser solvida, havendo outras da mesma natureza, entre as mesmas partes. (se 
há mais de uma dívida, e o devedor pagar somente uma delas, terá que indicar qual está pagando). 
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A regra número 01 é no sentido de que a imputação será feita pelo devedor, art. 352 do CC. 
Regra número 02: se o devedor não imputar, a imputação será feita pelo credor, art. 353 do CC. 
Regra número 03: caso não tenha havido imputação feita pelo devedor ou pelo credor, aplicam-se 
subsidiariamente as regras da imputação legal. Arts. 354 e 355 do CC. 
 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à 
imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas 
líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
Obs.: Se todas as dívidas, na imputação legal, forem vencidas ao mesmo tempo e igualmente 
onerosas, o CCB não indica como será feita a imputação. Assim, na falta de regra, o juiz decidirá 
por equidade em cada caso concreto. 
 
3. Dação em pagamento: trata-se de uma forma de pagamento satisfativa do interesse do credor. 
Regulada a partir do art. 356 do CC, a dação em pagamento opera-se quando o credor, na mesma 
relação obrigacional, aceita receber prestação diversa da que lhe é devida. 
 
Requisitos da dação em pagamento (in solutum): 
 
a) existência de uma dívida vencida; 
b) consentimento do credor; (STJ, HC 20.317/SP,) STJ aceitou a dação em pagamento de imóvel 
para cumprimento de pensão alimentícia em atraso, para liberar da prisão. 
c) cumprimento de uma prestação diversa; 
d) animus solvendi. 
 
Evicção da coisa dada em pagamento – art. 359 
 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação 
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. 
 
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Ex.: devedor de um veleiro, propõe ao credor dar-lhe em pagamento um carro e não o veleiro. O 
credor aceita. Após, o credor perde o carro em virtude de direito de outrem anteriormente existente 
(evicção). Nesse caso, restabelecer-se-á a obrigação originária (veleiro). Porém, se o veleiro já tiver 
sido vendido a terceiro de boa-fé, a obrigação principal não será restabelecida, resolver-se-á em 
perdas e danos. 
 
4. Novação: disciplinada a partir do art. 360 do CC, dá-se a novação quando, mediante estipulação 
negocial, as partes criam uma OBRIGAÇÃO NOVA destinada a substituir e extinguir a obrigação 
anterior. Sempre decorre da autonomia da vontade das partes, não existindo novação legal. 
(recomeça nova contagem de prazos, tem de se tirar o nome do devedor dos cadastros de proteção 
ao crédito, pois se tem novo negocio jurídico,no qual o devedor ainda não está em mora.) 
 
Requisitos da novação: 
 
a) Existência de uma obrigação anterior: nos termos do art. 367 do CC, vale lembrar que obrigação 
extinta ou nula não poderá ser novada, mas a obrigação simplesmente anulável pode! A obrigação 
anulável, por ser menos grave, pode ser confirmada e novada. 
 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações 
nulas ou extintas. 
 
b) Deve haver a criação de uma obrigação nova, substancialmente diversa da primeira. Deve, pois, 
concorrer um elemento novo (aliquid novi). É muito importante pontuar que a novação pressupõe a 
criação de uma obrigação nova, com a consequente quitação da primeira dívida. Assim, se as partes 
apenas renegociam a mesma obrigação (pactuando um parcelamento ou reduzindo uma multa), 
novação não há! 
 
c) ânimo de novar - o CC, assim como a esmagadora maioria dos códigos do mundo, não exige a 
declaração expressa da intenção de novar. 
 
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O STJ, já firmou entendimento (Ag.Rg. no Ag. 801.930/SC, bem como Súmula 286 - A 
renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão 
sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.) no sentido de que mesmo tendo havido 
renegociação da mesma dívida ou novação, é possível a impugnação a posteriori de cláusula 
inválida e a revisão do contrato. O princípio do non venire contra factum proprium não pode 
chancelar ilegalidades. Assim, parte renegocia sua dívida com o banco e depois verifica uma 
cláusula ilegal, poderá sim revisar o contrato. 
 
Espécies de novação: 
 
a) Objetiva: art. 360, I, CC. Na novação objetiva, as mesmas partes criam obrigação nova destinada 
a substituir e extinguir a obrigação anterior. 
 
b) Subjetiva: Art. 360, II e III, CCB/02, poderá ser ativa ou passiva. 
 
b.1) Ativa: neste caso, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o 
devedor quite com este. 
 
b.2) Passiva: opera quando um novo devedor sucede ao antigo, considerando criada a partir daí 
uma obrigação nova. Esta novação subjetiva passiva, pode se dar de duas maneiras: por delegação 
ou por expromissão. 
 
b.2.1) Na delegação, o antigo devedor participa do ato novatório, aquiescendo. 
 
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b.2.2) Na expromissão, diferentemente, art. 362 do CC, a novação subjetiva passiva realiza-se sem 
o consentimento do devedor originário. O credor simplesmente comunica o devedor antigo que a 
obrigação está sendo extinta e que a obrigação está sendo assumida por novo devedor. 
 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de 
consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra 
o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
 
Efeitos da novação: a novação tem um efeito liberatório do devedor, inclusive no que tange aos 
acessórios e garantias da obrigação primitiva, nos termos dos arts. 364 e 366. Diferentemente do 
que ocorre com o pagamento com sub-rogação, art. 349 (comparar). 
 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a 
anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal. 
 
Obs.: Interpretando o art. 365 do CC, cumpre advertir que, em havendo novação feita por um dos 
credores solidários, os outros credores terão o direito de exigir daquele que novou, as suas 
respectivas partes no crédito. 
 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens 
do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros 
devedores solidários ficam por esse fato exonerados. 
 
5. Remissão e confusão: a remissão traduz o perdão da dívida, disciplinada a partir do art. 385 do 
CC. Ela tem condão bilateral, pois o devedor deve aceitá-la. 
 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de 
terceiro. 
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Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova 
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de 
adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, 
não a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele 
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes 
não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. 
 
Confusão: a confusão se opera quando na mesma pessoa agregam-se as condições de credor e 
devedor (art. 381 do CC). 
 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de 
credor e devedor. 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até 
a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a 
solidariedade. 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação 
anterior. 
 
6) Compensação: opera-se, nos termos do art. 368 do CC, se duas pessoas forem, ao mesmo tempo, 
credora e devedora uma da outra. 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas 
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de 
renúncia prévia de uma delas. 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o 
credor dele lhe dever. 
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Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus 
direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao 
cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação 
do crédito que antes tinha contra o cedente. 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem 
dedução das despesas necessárias à operação. 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no 
compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. 
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne 
credor do seu credor, depois de penhoradoo crédito deste, não pode opor ao exeqüente a 
compensação, de que contra o próprio credor disporia. 
 
Espécies de compensação: 
 
a) Legal: se opera, por manifestação do interessado, quando reunidos os requisitos da lei (art. 369 
CCB/02), devendo o juiz declará-la. A compensação é matéria de defesa, preliminar de mérito 
indireta. 
 
a.1) Requisitos da compensação legal: 
 
I – reciprocidade de dívidas; 
 
Obs.: Vale anotar que este requisito sofre certa mitigação por forca do art. 371 do CC, que admite a 
possibilidade de um terceiro compensar uma dívida que não é dele (fiador). O fiador, quando 
demandado pelo credor, pode alegar compensação um crédito que o devedor principal tem com o 
credor. 
 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
 
II – Para que haja compensação legal é preciso que haja liquidez das dívidas, tem de ser certas. 
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III – Para que haja compensação legal as dívidas devem ser exigíveis, ou seja, vencidas. 
 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
 
IV - Para que haja compensação legal é preciso que as dívidas sejam da mesma natureza, ou seja, 
homogêneas. 
 
Obs.: Ainda que sejam do mesmo gênero, as coisas fungíveis, objeto das duas prestações recíprocas, 
se diferirem na qualidade, a compensação legal não será possível. 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se 
compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. 
 
Obs.: à luz do princípio da eticidade, mesmo que tenha sido concedido prazo de favor, é possível a 
alegação de compensação, nos termos do art. 372 do CC. Ex.: `A` deve a `B`, venceu a dívida, `A` 
pediu mais um prazo e `B` concedeu (prazo de favor). Nesse meio tempo `B`, por algum motivo, se 
torna devedor de `A`. `A` ingressa com a ação, mesmo não tendo vencido o prazo de favor, `B` 
poderá alegar compensação. 
 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. 
 
O enunciado 19 da I Jornada de Direito Civil estende a proibição da aplicação direta do CCB/02 
inclusive para dívidas fiscais e parafiscais dos outros entes da federação. 
 
19 – Art. 374: A matéria da compensação no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais de 
estados, do Distrito Federal e de municípios não é regida pelo art. 374 do Código Civil. 
 
Obs.: Regra geral, as causas das dívidas não interferem na compensação, com as exceções do art. 
373. 
 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
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I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito (para evitar quebra de confiança) ou alimentos; 
*Obs.: Em regra, é aceitável o entendimento segundo o qual não pode haver compensação de 
débitos alimentares. Porém, o STJ excepcionalmente tem admitido a compensação, para evitar 
enriquecimento sem causa (REsp.: 202.179-GO e REsp.: 982.857-RJ/2008). 
 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
 
O STJ, no AgRg. 353.291-RS, deixou claro que, dada a sua impenhorabilidade como regra, o 
salário não pode ser objeto de compensação automática pelo banco. 
 
b) Convencional: se opera, em virtude do ajuste entre as partes, independentemente dos requisitos 
de lei. 
 
c) Judicial: diferentemente das duas anteriores pode ser feita de ofício pelo juiz. Trata-se da 
compensação que se opera por ato judicial no bojo do processo. Ex.: Art. 21 CPC: Se cada litigante 
for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
entre eles os honorários e as despesas. 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
I – Cessão de crédito: trata-se de uma forma de transmissão no polo ativo da relação obrigacional, 
por meio da qual o credor (cedente) transmite total ou parcialmente o crédito ao cessionário, 
mantida a mesma relação obrigacional com o devedor (cedido). Art. 286 do CC. Não se confunde 
com a novação subjetiva ativa, pois preserva-se o mesmo negócio jurídico, mesmos prazos e 
valores. 
 
Apesar de haver um ponto de contato com o pagamento com sub-rogação, diferencia pelo fato de 
que a cessão de crédito pode ser gratuita. O ponto de contato somente se dá quando a cessão de 
crédito é onerosa. 
 
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Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, 
ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário 
de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
 
Exemplo em que a lei impede a cessão de crédito: art. 1.749, III. Pode também ser proibida a cessão 
de crédito por convenção das partes. 
 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus 
acessórios. 
 
O devedor precisa autorizar a cessão de crédito? 
 
NÃO! O sistema brasileiro não concede esse poder ao devedor. No entanto, a luz do princípio da 
boa-fé objetiva, e com amparo no dever de informação, a teor do Art. 290 CCB/02, é preciso que o 
devedor seja comunicado da cessão feita, como conseqüência lógica do próprio ato de cessão, 
especialmente para que saiba a quem pagar e contra quem se defender (arts. 292 e 294 do CC) 
 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este 
notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou 
ciente da cessão feita. 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor 
primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, 
com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, 
prevalecerá a prioridade da notificação. 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, 
no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. 
 
II – Cessão de débito (assunção de dívida, não havia no CC/16): na cessão de débito, o devedor, 
com expresso consentimento do credor, transmite o débito a terceiro, mantida a mesma relação 
obrigacional. 
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Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do 
credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era 
insolvente e o credor o ignorava. 
 
Obs.: Com a assunção da dívida, a regra é de que o devedor primitivo está exonerado, no entanto, se 
o novo devedor era insolvente e o credor de nada sabia, a obrigação do antigo devedor se 
restabelece. 
 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazoao credor para que consinta na assunção da 
dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas 
garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a 
obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor 
primitivo. (Ex.:dolo) 
 
TEORIA DO INADIMPLEMENTO 
 
Inadimplemento traduz descumprimento da obrigação, desdobrando-se em: inadimplemento 
absoluto culposo ou fortuito e inadimplemento relativo (mora). 
 
 
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I – Inadimplemento Absoluto: traduz o descumprimento total da obrigação. Ele pode ser: 
 
a) Fortuito: deriva de fato não imputável ao devedor, decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 
393 do CC). Em geral, a conseqüência do descumprimento fortuito é a extinção da obrigação sem 
perdas e danos. 
 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não 
era possível evitar ou impedir. 
 
Obs.: Excepcionalmente, poderá o devedor assumir os efeitos decorrentes do caso fortuito ou da 
força maior, como se dá com as companhias de seguro. 
Obs.: Vale lembrar que o STJ tem mantido a tese segundo a qual assalto a mão armada em ônibus 
traduz evento fortuito, excluindo a responsabilidade civil da empresa viária. 
 
Veja o artigo 399: 
 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa 
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; 
salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse 
oportunamente desempenhada. 
 
b) Culposo: deriva de fato imputável ao devedor (culpa ou dolo), impondo-se a obrigação de pagar 
perdas e danos sem prejuízo de eventual tutela jurídica específica (art. 389 do CC). 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
 
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O que se entende por perdas e danos? As perdas e danos, nos termos do art. 402 do CC, consistem 
no prejuízo efetivo sofrido pelo credor (dano emergente), compreendendo também o que aquilo que 
ele razoavelmente deixou de lucrar (lucro cessante). Pagar perdas e danos, portanto, significa 
indenizar a vítima, restituindo ao status quo ante. 
 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor 
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
 
OBS: A moderna doutrina tem entendido que o descumprimento de deveres anexos decorrentes da 
boa-fé objetiva (informação, lealdade...) determina responsabilidade civil OBJETIVA - 
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO (Enunciado 24 da I Jornada de D. Civil). 
 
24 – Art. 422: Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a 
violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa. 
 
II – Inadimplemento relativo ou mora: ocorre a mora, espécie de inadimplemento relativo, quando o 
pagamento não é feito no tempo, lugar e forma convencionados. 
 
a) Espécies de mora: 
 
Havendo mora do credor e do devedor, deverá o juiz, na medida do possível, compensá-las, ficando 
tudo como está. 
 
a.1) Mora accipiendi ou credendi (do credor) – art. 394 e 400. 
 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser 
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da 
coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la 
pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o 
pagamento e o da sua efetivação. 
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Ex.: vendido um boi, no dia combinado o devedor do animal o leva e o credor, injustificadamente, 
se nega a receber, só recebendo depois de alguns dias. Se a arroba do boi variar nesse tempo de 
mora do credor, o devedor terá o direito de receber pelo melhor preço nesse período. 
 
a.2) Mora solvendi ou debendi (do devedor). 
 
STJ, Súmula 379: Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros de mora 
poderão ser fixados em até 1% ao mês. 
 
Conceito: a mora do devedor, em linhas gerais, traduz o retardamento culposo no cumprimento da 
obrigação. 
 
Requisitos: 
 
I – Existência de dívida liquida e certa; 
II – Vencimento da dívida ou sua exigibilidade: quando a obrigação tem vencimento certo, a 
constituição em mora do devedor opera-se de pleno direito, segundo o aforisma dies interpellat pro 
homine – o dia interpela pelo homem. Neste caso fala-se que a mora é ex re (art. 397, caput). 
Todavia, caso o credor necessite constituir em mora o devedor, interpelando-o, a mora será ex 
persona (Art. 397, p.u.). 
 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno 
direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou 
extrajudicial. 
 
III – Culpa (art. 396 do CC) - Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não 
incorre este em mora. 
 
IV – Viabilidade do cumprimento tardio da obrigação. Na forma do p.u.do art. 395 do CC, a luz do 
Enunciado 162 da III Jornada de D. Civil, se a prestação, objetivamente considerada, não for mais 
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de interesse do credor, não há que se falar em simples mora e sim em inadimplemento absoluto da 
obrigação, resolvendo-se em perdas e danos. 
 
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e 
exigir a satisfação das perdas e danos. 
 
162 - Art. 395: A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da prestação por parte do credor 
deverá ser aferida objetivamente, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção do sinalagma, e 
não de acordo com o mero interesse subjetivo do credor. 
 
Efeitos da mora do devedor: 
 
I – Responsabilidade civil pelos prejuízos causados ao credor em virtude da mora (art. 395, caput). 
 
II – Responsabilidade civil do devedor pela integridade da coisa devida, em outras palavras, 
perpetuatio obligationis (art. 399 do CC). 
 
Art. 399. O devedorem mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa 
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; 
salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse 
oportunamente desempenhada. 
 
Nos termos do art. 399, firma-se a regra geral, segundo a qual, durante a mora, o devedor responde 
pela integridade da coisa, mesmo havendo caso fortuito ou força maior. Poderá, todavia, alegar, em 
defesa: que não teve culpa no atraso do pagamento ou que mesmo que houvesse desempenhado 
oportunamente a prestação, o dano ainda assim sobreviria. 
 
CLÁUSULA PENAL: também denominada pena convencional, consiste em um pacto acessório 
por meio do qual as partes visam a antecipar a indenização devida em caso de inadimplemento 
absoluto ou relativo (função precípua economicidade, pré-liquidação virtual de indenização – 
antecipação de indenização). 
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Segundo Cristiano Chaves, a cláusula penal tem uma função secundária intimidatória. 
 
Obs.: Tecnicamente, a multa tem uma função precípua sancionatória e não de ressarcimento. 
Cláusula penal tem natureza indenizatória, compensatória; já a multa é punição. 
 
A disciplina da cláusula penal é feita a partir do art. 408 do CC, desdobrando-se em duas espécies 
fundamentais: 
 
a) Cláusula penal compensatória (arts. 408 e 40 do CC). Obs.: Lembra-nos Guilherme Gama que, 
por exceção, o jogador de futebol que resolva exercer o direito de desistir do contrato, mesmo não 
estando tecnicamente descumprindo obrigação, poderá ser compelido a pagar cláusula penal (Art. 
28, Lei 9.615/98). 
 
O valor da cláusula penal não poderá ultrapassar, sob pena de enriquecimento sem causa, o valor da 
obrigação principal – Art. 412 CC. 
 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação 
principal. 
 
O credor, nos termos do art. 410 do CC, tem a alternativa de exigir a obrigação descumprida (v.g. 
via tutela especifica) ou executar a cláusula penal. 
 
Se o prejuízo do credor ultrapassar o valor estipulado na cláusula penal, é possível a ele pedir 
indenização suplementar? 
 
O p.u. do Art. 416 do CC estabelece que a indenização suplementar é possível se houver previsão 
contratual. 
 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
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Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor 
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como 
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 
 
b) Cláusula penal moratória (Art. 411 do CC). A doutrina tem dito que a cláusula penal moratória é 
pactuada para o caso de mora ou de descumprimento de alguma cláusula isolada do contrato. 
(Limite de cláusula penal moratória no CDC é 2%). 
 
Hipóteses de redução da cláusula penal. 
 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver 
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em 
vista a natureza e a finalidade do negócio. 
 
Obs.: A cláusula penal que estipule a perda de todas as prestações pagas passou a ser passível de 
revisão, segundo as características do caso concreto após a entrada em vigor do CDC (REsp.: 
399.123/SC e REsp.: 435.608/PR) 
 
STJ, Súmula 380: A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a 
caracterização da mora do autor. 
 
STJ, Súmula 381: Nos contratos bancários é vedado ao julgador conhecer de ofício a 
abusividade de suas cláusulas. 
 
A doutrina moderna, a exemplo de Flávio Tartuce, tem sustentado que, à luz do princípio da função 
social, o juiz deve, de ofício, reduzir o valor excessivo da cláusula penal. 
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RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
O instituto da responsabilidade civil pressupõe a agressão de um interesse particular da vítima a 
partir da violação pelo agente de uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual), sujeitando 
este infrator à restauração do estado anterior quando possível, ou ao pagamento de compensação 
pecuniária. 
 
A depender da natureza da norma jurídica violada pelo agente causador do dano, é possível realizar 
uma subdivisão da responsabilidade civil, quando se pode tipificá-la em responsabilidade civil 
contratual, decorrente infração à norma contratual anteriormente fixada pelas partes, ou 
responsabilidade civil extracontratual (também chamada de aquiliana), que se vê a partir do 
desrespeito a uma norma disposta em texto de lei. Há quem critique esta dualidade de tratamento, 
entendendo que independentemente dos aspectos que dão origem à responsabilidade civil (contrato 
ou norma legal), os efeitos são uniformes; mas fato é que majoritariamente os Tribunais fazem esta 
distinção para apuração da responsabilidade civil do agente e seu consequente dever de indenizar. 
 
Para se caracterizar a responsabilidade civil é necessário que se coadunem quatro elementos, a 
saber: a ação ou omissão do agente, a culpa ou o dolo do agente, a relação ou o nexo de causalidade 
e o dano. 
 
A Responsabilidade Civil Contratual, como o nome mesmo já sugere, ocorre pela presença de um 
contrato existente entre as partes envolvidas, agente e vítima. Assim, o contratado ao unir os quatro 
elementos da responsabilidade civil (ação ou omissão, somados à culpa ou dolo, nexo e o 
consequente dano) em relação ao contratante, em razão do vínculo jurídico que lhes cerca, incorrerá 
na chamada Responsabilidade Civil Contratual. Ela é tratada no Direito das Obrigações, até porque 
sabemos que o contrato gera obrigações. 
 
Em relação à Responsabilidade Civil Extracontratual, também conhecida como aquiliana, o agente 
não tem vínculo contratual com a vítima, mas tem vínculo legal, uma vez que, por conta do 
descumprimento de um dever legal, o agente por ação ou omissão, com nexo de causalidade e culpa 
ou dolo, causará à vítima um dano. 
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Ambas as figuras de responsabilidade civil estão fundamentadas, genericamente, nas palavras do 
artigo 186 do Código Civil, in verbis: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Desse modo, pode-se verificar que a única diferença entre as duas figuras de responsabilidade civil 
encontra-se no fato de a primeira existir em razão de um contrato que vincula as partes e, a segunda 
surge a partir do descumprimento de um dever legal. 
 
A responsabilidade civil contratual é regulamentada nos artigos 389 a 393 do Código Civil: 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualizaçãomonetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o 
dia em que executou o ato de que se devia abster. 
 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a 
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos 
onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em 
lei. 
 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou 
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
 
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Já a responsabilidade extracontratual (ou aquilina) tem regramento no artigo 927 e seguintes do 
Código Civil: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo 
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
 
Feitas essas considerações iniciais, passemos à análise da teoria do dano. 
 
Quando falamos em responsabilidade civil, pensamos logo na teoria do dano. O que é dano? Qual o 
conceito mais adequado? Dano é a lesão a um bem jurídico, que pode ser patrimonial ou moral. 
 
Dano patrimonial se caracteriza quando uma pessoa é ofendida em seus atributos econômicos, 
financeiros. Quando se fala em dano patrimonial, lembramos da ideia de perdas e danos. 
 
Dano patrimonial é gênero que compreende duas espécies: danos emergentes (prejuízos 
efetivamente sofridos pela vítima em razão da lesão, ou seja, é tudo aquilo que saiu do bolso do 
lesado em virtude da ofensa) e lucros cessantes (é tudo aquilo que o lesado razoavelmente deixou 
de aferir em virtude da lesão). 
 
Um exemplo é o motorista de táxi que tem seu carro abalroado por um motorista bêbado. O taxista 
tem seu carro destruído e fica internada por dois meses, não podendo dirigir por um ano em virtude 
da gravidade das lesões sofridas. Como advogado do taxista, o que você pediria? 
 
A título de danos emergentes, pede-se as despesas com hospital, medicamentos e o valor do 
conserto do veículo. Já os lucros cessantes abrangem tudo que o taxista deixou de ganhar na 
condição da taxista pelo período em que teve de ficar afastado. 
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Há hipóteses em que a vítima poderá pleitear apenas lucros cessantes; em outras, apenas danos 
emergentes. Os nossos Tribunais são muito rígidos na fixação do lucro cessante, porque o artigo 
402 do Código Civil assevera que: 
 
Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou 
de lucrar. 
 
Entenda esse “razoavelmente” como “certamente”, ou seja, o magistrado só concede lucros 
cessantes quando o lesado comprova de forma clara que se o dano não tivesse ocorrido, ele 
certamente experimentaria um ganho econômico. Nenhum Tribunal concede lucros cessantes com 
base em uma possibilidade de ganho, com base em meras conjecturas. 
 
Ex: José da Silva é camelô e inicia uma briga com um fiscal, porque este assevera que fará a 
apreensão dos bens que José pretende vender. Neste momento, o fiscal empurra o camelô, ele cai no 
chão, quebra a perna e tem sua barraca destruída. José pode pleitear as despesas com hospital, com 
a destruição da barraca (danos emergentes), mas jamais poderá pleitear lucros cessantes, uma vez 
que ele não convencerá qualquer juiz de que seu ganho era certo, sobretudo por se tratar de 
atividade ilegal. 
 
Há diversas decisões relativas a danos emergentes e lucros cessantes no homicídio. Ex: Plínio é um 
pai de família, que tem cinco filhos, sendo três menores e dois maiores. A esposa de Plínio também 
é dependente econômica dele. Ele, na condição de pedreiro, aufere 1200 reais mensais. Um dia, 
Plínio é atropelado por um ônibus, tendo vindo a óbito. O evento danoso decorreu de negligência do 
motorista do veículo. 
 
O artigo 948 do Código Civil estabelece: 
 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras 
reparações: 
 
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I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto 
da família; (danos emergentes) 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em 
conta a duração provável da vida da vítima. (lucros cessantes) 
 
No que se refere aos lucros cessantes, haverá um pensionamento em virtude da morte prematura 
daquele pedreiro. Os Tribunais, em regra, fixam essa pensão em dois terços dos rendimentos do 
falecido. Como a renda dele era de 1200 reais, os menores e a esposa receberão 800 reais mensais. 
A lógica da fixação desse valor é que um terço do valor seria gasto pelo falecido, com suas despesas 
pessoais. 
 
Até quando essa família receberá esses 800 reais? A viúva receberá até que complete 70 anos de 
idade, desde que não case novamente, ou não viva em união estável. E os filhos receberão até que 
completem 25 anos de idade. 
 
E se o Plínio, no momento do atropelamento, fosse um senhor de 78 anos que vendia balas? A verba 
devida seria a mesma? 
 
Os lucros cessantes serão fixados porque, apesar da idade avançada, ele desenvolvia atividade 
lucrativa. Só que, nesse caso, fixa-se lucros cessantes por um prazo de 5 anos, contado do óbito. 
 
Outra questão interessante relativa aos lucros cessantes no homicídio se dá quando o atropelado no 
ônibus não é o Plínio, mas o filho de Plínio, que tem 12 anos de idade. Nesse caso, a família de 
Plínio receberia lucros cessantes? 
 
O STF já fixou a orientação no sentido de que se este menino, mesmo não sendo trabalhador, se for 
originário de família pobre, há uma presunção de que ele fatalmente trabalharia e contribuiria para o 
sustento da família. Com base nessa presunção de ganhos, fixa-se uma verba, com base no salário 
mínimo, dos 14 aos 25 anos, em favor de seus pais. 
 
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(Mesmo que ele tenha falecido com 10, ou 11 anos. Fala-se em 14, porque é a idade mínima que a 
Constituição prevê para o exercício de atividade laboral. Por outro lado, 25 é a idade em que 
provavelmente ele se casaria e deixaria de contribuir para o sustento de seus pais). 
 
Isso vai depende do caso concreto. Há casos em que serão fixados lucros cessantes até os 65 anos, 
mas após os vinte e cinco anos, o valor deve ser reduzido à metade, pois mesmo se presumindo que 
ele contribuiriapara os pais, teria despesas com sua própria família a partir do momento em que se 
casasse. 
 
Observação importante: nos exemplos dados, o causador do evento danoso sempre foi a empresa 
de ônibus. Como essa sociedade empresária, em regra, tem grande capacidade financeira, a família 
da vítima pode exigir a constituição de um capital. O Código Civil foi além disso. 
 
O parágrafo único do artigo 950 prevê que a família da vítima pode requerer que o causador do 
dano efetue o pagamento de uma só vez. Isso serve para garantir segurança jurídica, retirando da 
família o temor de que algo ocorra com aquela empresa e impossibilite o pagamento da verba 
alimentar. 
 
Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu 
ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, 
além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, 
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, 
ou da depreciação que ele sofreu. 
 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização 
seja arbitrada e paga de uma só vez. 
 
Outra questão interessante é relativa à teoria da perda de uma chance. 
 
Ex: Heloane é uma estudante de concurso que obteve aprovação nas 3 fases do concurso para 
ingresso no Ministério Público do Estado de Goiás. No dia da prova oral, ao atravessar a Avenida 
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Fued Sebba, Heloane é atropelada por Renan, motorista bêbado, que lhe causa uma fratura exposta, 
ficando ela impedida de se submeter ao exame. 
 
Na condição de advogado de Heloane, você pediria, a título de lucros cessantes, todos os salários 
que ela receberia, como Promotora de Justiça, pelos próximos 30 anos? 
 
Não, uma vez que não há qualquer certeza de que ela seria aprovada no concurso. Ela, então, não 
pode pleitear lucros cessantes. Entretanto, ela perdeu a chance de se tornar Promotora de Justiça. 
Isso tem valor econômico... Quando alguém, injustamente, frustra essa chance, deve restituir 
financeiramente a perda dessa chance. 
 
O caso mais famoso no Brasil é o da baiana Ana, que respondeu à pergunta dos 500 mil reais no 
programa “Show do Milhão” e, ao ver a pergunta que valia 1 milhão de reais, desistiu, indo embora 
apenas com os 500 mil. 
 
A pergunta era: “Qual o percentual estabelecido na Constituição Federal de terras para os 
indígenas?” 
 
Ao chegar em casa e ver que a Constituição não fixava esse percentual, ela ingressou com ação de 
indenização em face do SBT, pedindo os outros 500 mil reais. O Juiz monocrático, na Bahia, 
concedeu os 500 mil reais. O TJ/BA confirmou a sentença monocrática. Entretanto, o STJ reformou 
a decisão, sob o fundamento que não havia garantia alguma de que ela acertaria a pergunta. Isso não 
se caracteriza como lucros cessantes. O STJ, entretanto, entendeu que ela perdeu uma chance. Logo, 
ela recebeu 125 mil reais, o que corresponde a 25% do valor (como eram quatro assertivas, a chance 
dela responder à correta era de 25%). 
 
Outro exemplo: você ingressa com uma ação de indenização, pedindo 100 mil reais. O pedido é 
julgado improcedente e você, embora queira recorrer, não pode em virtude de seu advogado ter 
perdido o prazo recursal. Você pode pleitear esses 100 mil reais do seu advogado? Claro que não. O 
TJ/RS tem feito o seguinte cálculo: 
 
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De cada 10 ações, quantas foram revertidas em segundo grau? Vinte por cento. 
 
Então, o que você pode pedir de seu advogado é vinte por cento do valor pleiteado, ou seja, vinte 
mil reais. Trata-se da teoria da perda de uma chance. 
 
Entre o dano emergente e o lucro cessante, tem-se um terceiro gênero, que seria a teoria da perda de 
uma chance. 
 
Essa teoria pode ser vista, ainda, por outro ângulo, ou seja, ela pode ser analisada quando alguém 
perde a chance de sobreviver, ou a chance de se curar. 
 
Ex: você faz uma cirurgia, que é bem sucedida, mas o médico deixa um instrumento cirúrgico 
dentro de você. Depois de um tempo, você tem dores fortes e morre em virtude de infecção 
decorrente desse instrumento que fora deixado dentro de você. 
 
Os lucros cessantes, no caso de acidente de trabalho, são fixados da seguinte forma: 
 
Art. 950 - Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer 
o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a 
indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da 
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que 
se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
 
Ex: se o marceneiro ganhava 2 mil reais por mês e, em virtude de acidente de trabalho, teve 40% de 
redução de sua capacidade contributiva, ele deverá receber a quantia de 800 reais mensais, além dos 
danos emergentes e dos lucros cessantes. Essa pensão é vitalícia, ou seja, personalíssima (se ele 
morrer, não é transmitida aos herdeiros). Essa pensão não se confunde com o benefício 
previdenciário que deve ser pago pelo INSS. 
 
Esta verba relativa ao pensionamento pelo ato ilícito não é compensado pelo valor que é pago pelo 
INSS. A pensão tem natureza indenizatória, ao passo que a do INSS tem natureza securatória (é um 
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seguro previdenciário decorrente de toda uma ideia de risco social que o Estado deve dar proteção). 
Nada impede que elas sejam cumuladas. 
 
Artigo complementar: 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DO TEMPO - Pablo Stolze. 
 
1. A Importância do Tempo em Nossas Vidas 
 
Existe algo inexplicável por trás desta nossa complexa realidade. O que de fato faz a sua vida ter 
sentido? A posição social que você alcança? O cargo cobiçado que você tanto almeja? O dinheiro 
que você acumula? Sem menoscabar a importância dessas metas materiais de vida, o fato é que, um 
dia, você compreenderá a verdade cósmica dita pelo profeta RAUL SEIXAS, na música “Ouro de 
Tolo”: 
 
Eu que não me sento 
No trono de um apartamento 
Com a boca escancarada 
Cheia de dentes 
Esperando a morte chegar... 
Porque longe das cercas 
Embandeiradas, 
Que separam quintais, 
No cume calmo 
Do meu olho que vê 
Assenta a sombra sonora 
De um disco voador... 
 
Esta “sombra sonora de um disco voador” traduz, na linguagem da crença religiosa, física, poética 
ou matemática da cada um, este “algo inexplicável” que une pessoas e vidas, molda sonhos e firma 
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projetos, espancando, de uma vez por todas, a falsa ideia de que a vida é um mero conjunto de 
coincidências. 
 
E, por isso, o nosso tempo tem um profundo significado e um imenso valor, que não podem passar 
indiferentes ao jurista do século XXI. 
 
Certamente, ao longo de todo o bacharelado, você conheceu diversas figuras jurídicas: o contrato, a 
família, a propriedade, a posse, a empresa.

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