Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1 A Matemática nos Ensaios Mecânicos de Tração, Compressão e Flexão Materiais e Sustentabilidade 10/09/2019 Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnológico de Joinville Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências Mecânicas IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS MECÂNICOS DOS MATERIAIS E ESTRUTURAS 2 2 3 Introdução “O projeto de máquinas e estruturas, de forma que elas funcionem corretamente, exige que entendamos o comportamento mecânico dos materiais que estão sendo usados.” “... a única maneira de determinar como os materiais se comportam quando submetidos a cargas é executar experimentos em laboratórios.” (Fonte: Gere & Goodno, 2010, p. 10) 4 “Solicitações mecânicas em diferentes corpos” Solicitações de tração, flexão, compressão e cisalhamento. (Fonte: Askeland & Phulé, 2008, p. 146) Introdução 3 5 Finalidade dos Ensaios dos Materiais � Permitir a obtenção de informações rotineiras do produto – ensaios de controle: no recebimento de materiais de fornecedores e no controle final do produto acabado; � Desenvolver novas informações sobre os materiais – no desenvolvimento de novos materiais, de novos processos de fabricação e de novos tratamentos. (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 5) 6 Vantagens da Normalização dos Materiais e Métodos de Ensaios � Tornar a qualidade do produto mais uniforme; � Reduzir os tipos similares de materiais; � Orientar o projetista na escolha do material adequado; � Permitir a comparação de resultados obtidos em diferentes laboratórios; � Reduzir desentendimentos entre produtor e consumidor. (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 5) 4 7 Classificação dos Ensaios dos Materiais 1. Quanto à integridade geométrica e dimensional da peça ou componente: (i) destrutivos. (ii) não-destrutivos. 2. Quanto à velocidade de aplicação da carga: (i) estáticos. (ii) dinâmicos. (iii) carga constante. (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 5 e 6) 8 Organizações de Padronização � British Standards Institution. � American Society for Testing and Materials (ASTM) . � American Standards Association (ASA). � National Institute of Standards and Technology (NIST). � Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (Fonte: Gere & Goodno, 2010, p. 11) 5 ENSAIO MECÂNICO DE TRAÇÃO 9 10 Instrumento para Ensaio de Tração Máquina de teste de tração com sistema automático de processamento de dados. (Fonte: Gere & Goodno, 2010, p. 10) 6 11 Detalhes do Instrumento Representação esquemática dos detalhes de uma máquina para teste de tração. (Fonte: Shackelford, 2008, p. 122) 12 Corpos de prova, sendo em (a) teste de tração e em (b) teste de compressão. (Fonte: Gere & Goodno, 2010, p. 10 e 11) Corpos de Prova (a) (b) 7 13 Corpo de Prova Padronizado Um corpo de provas-padrão para ensaios de tração com seção transversal circular. (Fonte: Callister & Rethwisch, 2013, p. 131) Ensaio de Tração 14 Desenho esquemático da máquina de ensaio de tração. (Fonte: Meyers & Chawla, 1982, p. 2) 8 15 Exemplo de estado de tensão. Tensão uniaxial. (Fonte: Meyers & Chawla, 1982, p. 30) Forma Especial do Tensor Tensão Tensor para tensão uniaxial: σ 000 000 00 16 Tensão Diagrama de corpo livre. (Fonte: Dieter, 1988, p. 7) ∫σdA F Condição de equilíbrio: ∫ ∑ =− =− = 0 0 0 dAF FF F resistivaaplicada σ 9 17 Tensão Normal 0 0 A F AdAF dAF t=σ∴σ=σ= =σ− ∫ ∫ Tensão normal ou axial (Pa) – razão entre a força normal ou longitudinal (N) e a área de seção transversal (m2). continuando... 18 Deformação Normal z ziz z z z l ll l l 0 0 0 − = ∆ =ε Deformação normal ou axial (adm.) – é o alongamento (m) por unidade de comprimento (m) ou simplesmente: 0 0 0 l ll l l i −= ∆ =ε x xix x x x l ll l l 0 0 0 − = ∆ =ε− e 10 19 Lei de Hooke Robert Hooke (1635-1703) (Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Biografias/robert_hooke.php) “Relação de proporcionalidade entre a tensão e deformação” ε=σ E E é o módulo de elasticidade 20 Curva Tensão vs. Deformação Curvas Tensão vs. deformação no regime elástico. (a) metais e cerâmicos; e (b) borracha.(Fonte: Meyers & Chawla, 1982, p. 2.) 11 21 Módulo de Young ou Módulo de Elasticidade “...fornece uma indicação da rigidez do material e depende fundamentalmente das forças de ligação interatômicas, o que explica o comportamento inversamente proporcional à temperatura.” lA lF E ∆ = ε σ = 0 0 (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 11) 22 Curvas Tensão vs. Deformação Curva tensão vs. deformação mostrando a deformação elástico linear. (Fonte: Callister & Rethwisch, 2013, p. 135) 12 23 Determinação do Módulo de Elasticidade Alumínio 2024-T81. (esquerda) Carga vs. alongamento. (direita) Tensão vs. deformação. (Fonte: Shackelford, 2008, p. 123) ε σ =E 0 0 A l kE = 24 Curvas Tensão vs. Deformação Curva tensão vs. deformação mostrando a deformação elástico não-linear. (Fonte: Callister & Rethwisch, 2013, p. 135) 13 Módulo de Elasticidade 25 Diagrama de barras para o módulo de elasticidade. (Fonte: Ashby & Jones, 2007, p. 36) 26 Comportamento Elasto-Plástico Comportamento típico de metais. (a) limite de proporcionalidade. (b) limite de escoamento. (Fonte: Callister & Rethwisch, 2013, p. 140) 14 27 Limite de Escoamento (a) Limite convencional de escoamento de 0,2% para o ferro fundido cinzento. (b) Limites inferior e superior de escoamento de um aço com baixo teor de carbono. (Fonte: Askeland & Phulé, 2008, p. 155) 28 Limite de Escoamento Limite de escoamento de diferentes materiais. (Fonte: Ashby & Jones, 1996; Apud Askeland & Phulé, 2008, p. 156) 15 29 Tensão vs. Deformação – Metais Comportamento típico da curva tensão vs. deformação de engenharia até a fratura. (Fonte: Callister & Rethwisch, 2013, p. 141) 30 Curva Tensão vs. Deformação – Metais Esboço de curva tensão-deformação convencional. (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 8) 16 ENSAIO MECÂNICO DE COMPRESSÃO 31 32 Ensaio de Compressão Longitudinal Ensaio de compressão longitudinal em corpo-de-prova cilíndrico. Em geral materiais metálicos. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 47) 17 33 Ensaio de Compressão Transversal Ensaio de compressão transversal em corpo-de-prova cilíndrico. Em geral materiais frágeis. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 47) 34 Ensaio de Compressão Ensaio de compressão transversal em Ferro fundido cinzento. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 48) 18 35 Ensaio de Compressão Ensaio de compressão transversal em Concreto. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 48) 36 Ensaio de Compressão Convencional 2 00 4 D P S P c π ==σ Tensão convencional: Deformação convencional: −−= − = ∆ = 00 0 0 1 h h h hh h h εc Volume da amostra permanece constante durante o ensaio. h D h D 44 2 0 2 0 π = π (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 48-49) VV = 0 Logo: Isolando D: = h h DD 02 0 2 19 37 Ensaio de Compressão (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 49) Propriedades Mecânicas que podem ser estimadas • Módulo de elasticidade (Módulo de Young – E): grandeza física que é determinada no regime elástico linear. Caso o material não exiba este comportamento mecânico, esta deverá ser determinado pelo módulo de secante ou tangente, analogamente ao ensaio de tração. • Tensão de escoamento (Limite de escoamento - LEC): adota-se o mesmo procedimento do ensaio de tração, ou seja, no eixo da deformação de 0,2% deformação, constrói-se uma reta paralela à região elástica do diagrama tensão-deformação. 38 Ensaio de Compressão (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 49) Propriedades Mecânicas que podem ser estimadas • Tensão máxima (Limite de resistência à compressão – LRC): adota-se o mesmo procedimento do ensaio de tração, ou seja, é o ponto máximo de tensão no diagrama tensão-deformação convencional. É a razão entre a carga máxima e aárea de seção transversal inicial do corpo-de-prova. • Dilatação transversal ( φ ): equivalente ao coeficiente de estricção no ensaio de tração, e está relacionado com a plasticidade do material. 0 0 S SS f − =φ 20 39 Ensaio de Compressão Resultado do ensaio de compressão aplicado em um cilindro de cobre. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 50) O cilindro foi fundido em condições de resfriamento lento, produzindo uma granulação grosseira. O cilindro foi comprimido em cerca de 40% do seu comprimento original com uma carga de 588 N (60 kgf). 40 Ensaio de Compressão (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 51) • A diminuição da razão ( h0 / D0 ) exige maiores solicitações de carga para a deformação do corpo de prova; • Para minimizar a deformação não-uniforme e reduzir o embarrilhamento, deve-se observar valores elevados de ( h0 / D0 ). Na prática, esse valor é da ordem de 3, sendo que maiores valores tendem à flambagem; • Para materiais dúcteis, a relação ( h0 / D0 ) varia de 3 a 8; • Para materiais frágeis esta relação é de 2 a 3. 21 41 Ensaio de Compressão Relação entre ( h0 / D0 ) para a curva carga-deformação. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 52) Forte dependência da razão ( h0 / D0 ) 42 Ensaio de Compressão Curva tensão de compressão-deformação para materiais cristalinos. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 52) Alguns materiais não- cristalinos, como vidros e alguns polímeros, podem apresentar elasticidade linear Elástico linear 22 43 Ensaio de Compressão Curva tensão de compressão-deformação para elastômeros. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 53) Elástico não-linear 44 Ensaio de Compressão Curva tensão de compressão-deformação para madeira. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 53) 23 ENSAIO MECÂNICO DE FLEXÃO 45 46 Ensaio de Flexão Ensaio de flexão em três pontos. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 103) 24 47 Ensaio de Flexão Ensaio de flexão em quatro pontos. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 103) 48 Ensaio de Flexão Curva resposta do ensaio de flexão. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 103) 25 49 Ensaio de Flexão (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 104) 50 Ensaio de Flexão Curva resposta do ensaio de flexão. (Fonte: Garcia et al., 2008, p. 103) 26 51 Flecha para Flexão por 3 Pontos 4 3 3 4 DE lP v π =Seção circular ⇒ Seção retangular ⇒ (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 112) 3 3 4 hwE lP v = v l DE P 3 4 4 3 π = v l hE P 3 3 w 4 = Reescrevendo Reescrevendo 52 Módulo de Elasticidade Flexão por 3 pontos - seção retangular: (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 114) ASTM E855-90 Flexão por 4 pontos - seção retangular: vhw lP E 4 3 3 = ( ) vhw alaP E 4 43 3 22 − = 27 53 Módulo de Ruptura 3 8 D lPmáx fu π =σFlexão por 3 pontos - seção circular ⇒ (Fonte: Garcia, Spim e Santos, 2008, p. 114) ASTM E855-90 Flexão por 3 pontos - seção retangular ⇒ 2 2 3 hw lPmáx fu =σ Flexão por 4 pontos - seção retangular ⇒ 2 3 hw aPmáx fu =σ “Módulo de ruptura ou resistência ao dobramento é o valor máximo da tensão de tração ou compressão nas fibras externas do corpo-de-prova” RESPONDER AS QUESTÕES PROPOSTAS NUMA DINÂMICA EM GRUPO 54 28 55 Bibliografia consultada � Ashby, M. F.; Jones, D. R. “Engenharia de Materiais – Uma Introdução a Propriedades, Aplicações e Projeto”, 3ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. � Askeland, D. R.; Phulé, P. P. “Ciência e Engenharia dos Materiais”, 1ª ed., São Paulo: Cengage Learning, 2008. � Callister, W. D.; Rethwisch, D. G. “Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução”, 8ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 2013. � Dieter, G. E. “Mechanical Metallurgy”, 3ª ed., London: McGraw-Hill, 1988. 56 Bibliografia consultada � Garcia, A.; Spim, J. A.; Santos, C. A. “Ensaios dos Materiais”, 1ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 2008. � Gere, J. M.; Goodno, B. J. “Mecânica dos Materiais”, 7ª ed., São Paulo: Cengage Learning, 2010. � Meyers, M. A.; Chawla, K. K. “Princípios de Metalurgia Mecânica”, 1ª ed., São Paulo: Edgard Blucher, 1982. � Schackelford, J. F. “Ciência dos Materiais”, 6ª ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
Compartilhar