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11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 1/56 Ensaios destrutivos Prof. Júlio Cesar José Rodrigues Junior Descrição Discussão dos principais ensaios mecânicos destrutivos, suas aplicações, limitações, vantagens e desvantagens. Propósito Ensaios destrutivos para determinação de propriedades mecânicas, tais quais como: tração, torção, fadiga, flexão, dureza e absorção de energia em impacto, são de suma importância para a tomada da decisão das escolhas de materiais a serem utilizados em projetos de engenharia. Objetivos Módulo 1 Ensaio de tração e �exão Descrever os ensaios de tração e flexão. Módulo 2 Ensaios de fadiga e torção Descrever os ensaios de fadiga e torção. Módulo 3 Técnica de macrogra�a Empregar a técnica de macrografia. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 2/56 Módulo 4 Ensaios de dureza e impacto Descrever os ensaios de dureza e impacto. Introdução Assista ao vídeo a seguir para conhecer os fundamentos do ensaio destrutivo de tração, o gráfico tensão versus deformação e propriedades mecânicas determinadas a partir do gráfico; além dos ensaios de flexão pelos métodos de três ou quatro pontos. 1 - Ensaios de tração e �exão Ao �nal deste módulo, espera-se que você seja capaz de descrever os ensaios de tração e �exão. Vamos começar! Ensaios de tração e �exão Neste vídeo, serão apresentados os fundamentos do ensaio destrutivo de tração, o gráfico tensão versus deformação, propriedades mecânicas 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 3/56 determinadas a partir do gráfico. Ademais, serão apresentado os ensaios de flexão pelos métodos de três ou quatro pontos. Considerações sobre o ensaio de tração Estudo do grá�co tensão versus deformação O projetista necessita conhecer várias propriedades mecânicas dos materiais a fim de dimensionar um projeto: tensão de escoamento, tensão de ruptura, ductilidade, tenacidade, dureza etc. Os ensaios laboratoriais podem ser der destrutivos ou não. Dentre os vários ensaios destrutivos utilizados para o estudo mecânico dos materiais, certamente o ensaio de tração é um dos mais simples (em termos operacionais) e o mais utilizado. Como todos os ensaios, o de tração é normatizado pela ABNT que indica, por exemplo, forma e dimensões do corpo de prova (CP), temperatura do ensaio, taxas de carregamentos e várias outras condições para execução dos ensaios. A partir do ensaio de tração, é possível determinar várias propriedades mecânicas do material (módulo de elasticidade, ductilidade, limite de escoamento etc.), mas o principal objetivo é relacionar, por meio de um gráfico, a tensão normal média atuante no corpo de prova e a correspondente deformação normal média . No estudo do gráfico tensão versus deformação, dois caminhos podem ser tomados. O primeiro considera, no cálculo da tensão normal média, a área inicial do CP e, na determinação da deformação normal média, o comprimento útil inicial do CP. Nesse caso, o gráfico é denominado de convencional (engenharia). Se a área utilizada for a de cada instante (a área do CP em tração diminui) e o comprimento o do instante considerado, o gráfico é denominado de real. Para a determinação da tensão real e deformação real, devemos utilizar as seguintes expressões: ABNT Onde: – carga sobre o CP; – comprimento final do CP (após) a ruptura; – comprimento inicial do CP; – diâmetro inicial do CP de seção. (σm = F A ) em = DL L σr = 4 ⋅ P ⋅ l π ⋅ D2o ⋅ LO P l Lo Do er = Ln (εc + 1) 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 4/56 Onde: deformação real; - deformação convencional. Principais vantagens do ensaio de tração O ensaio de tração apresenta uma série de vantagens: Ensaio com simplicidade na operacionalidade; Possibilidade de utilização de vários CPs, como por exemplo, tiras, arames e blocos; A possibilidade de serem utilizadas todas as quatro grandes classes dos materiais: os metais, os cerâmicos, os polímeros e os compósitos. O ensaio é realizado em laboratório sob condições controladas (temperatura, dimensões e formas dos CPs, etc.). A partir do ensaio, é possível determinar uma série de propriedades mecânicas que se estendem para o caso concreto, isto é, para as condições de serviço da peça. Nas imagens a seguir, são apresentadas as curvas tensão versus deformação para as diversas classes de materiais. Veja: Curva tensão versus deformação – metal. Curva tensão versus deformação – compósito. er− εc 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 5/56 Curva tensão versus deformação – cerâmico. Curva tensão versus deformação – polímero. Descrição do ensaio de tração Grá�co tensão versus deformação convencional O ensaio de tração inicia-se com a confecção do CP, a partir da peça. A imagem a seguir apresenta dois CPs padronizados, sendo um de seção circular e, o outro, de seção retangular. As dimensões indicadas na imagem são definidas pela norma. Corpos de prova normatizados. O ensaio de tração tem seus parâmetros: velocidade, temperatura, condições de fixação do CP etc. A máquina de tração é composta de 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 6/56 travessa superior móvel, garras universais, célula de carga, computador etc, como pode ser visto na imagem a seguir. Máquina para ensaio de tração. A carga é aplicada no sentido de tracionar o CP, sem a ocorrência de flexão, torção etc., mantendo-se o alongamento do CP uniforme. Dados de força e alongamento do CP (medido por um extensômetro) são enviados ao computador, gerando a curva tensão versus deformação e ela pode ser a convencional (engenharia). Nesse caso, a tensão normal é determinada, a cada instante, considerando a área inicial do CP e a deformação normal, o comprimento inicial do CP. - tensão convencional ou de engenharia; - carga sobre o corpo de prova; -área inicial da seção reta do CP. - deformação convencional ou de engenharia; -comprimento inicial do CP. A imagem a seguir apresenta um gráfico tensão versus deformação (convencional), destacando regiões e pontos importantes na análise do comportamento mecânico do material ensaiado. Gráfico tensão versus deformação convencional. Região elástica x região plástica: na primeira, as deformações são temporárias e a lei de Hooke é válida, , em que E é o módulo de elasticidade do material. Na região plástica, as deformações são permanentes. Tensão proporcional ou limite de proporcionalidade: é o valor máximo da tensão na região linear do gráfico. Região de discordâncias: transição do regimes elástico para o plástico. Dependendo do material, visualiza-se um serrilhamento (limites de escoamento superior - e inferior - ), Em geral, pode-se considerar a tensão de escoamento igual a tensão proporcional . σC = P A0 σC P A0 εc = ΔL L0 εc L0 σ = E ⋅ ε (σp) σeH σeL (σe) (σp) 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 7/56 Região de encruamento uniforme: os planos cristalinos, em movimento, são ancorados, implicando cargas maiores para a deformação plástica. Região de encruamento não uniforme: inicia-se no ponto de estricção ou empescoccamento do CP. Cargas menores serão necessárias até a ruptura final. Tensão máxima: conhecida como limite de resistência à tração (LRT), é o início do empescoçamento do CP (estricção), como pode ser visto na imagem a seguir. Tensão de ruptura: tensão associada à ruptura final. Empescoçamento do CP Deformação convencional Para alguns materiais, a transição entre as regiões elástica e plástica ocorre de maneira tênue enquanto, para outros, ocorreo serrilhamento, como pode ser visto no no gráfico tensão versus deformação, a seguir: Tensão versus deformação com e sem o limite de escoamento nítido. Analisando a imagem anterior, é possível perceber que um dos materiais apresenta serrilhamento na transição entre as regiões elástica e plástica. Dessa forma, é imediata a determinação da tensão de escoamento. Porém, o outro material não apresenta essa transição clara, utilizando-se um limite convencional para a deformação (0,002 = 0,2%). A partir desse ponto, traça-se uma paralela à região linear e, a interseção com a curva tensão versus deformação indicará a tensão de escoamento. Na região elástica da imagem Gráfico tensão versus deformação convencional , é possível notar o ângulo , cuja tangente equivale, numericamente, ao módulo de elasticidade do material. A partir da lei de Hooke: α 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 8/56 Grá�co tensão versus deformação convencional O módulo de elasticidade quantifica a rigidez de um material. Na curva tensão versus deformação, quanto mais vertical a região elástica, mais rígido o material. Observe a imagem a seguir: Materiais com diferentes rigidezes. Analisando a imagem Tensão versus deformação com e sem o limite de escoamento nítido, para uma mesma tensão , o material A tem menor deformação que o material , Logo, é mais rígido que . Propriedades mecânicas a partir do ensaio de tração Aspectos gerais das propriedades mecânicas Nos projetos de engenharia, os projetistas precisam conhecer propriedades relativas aos materiais utilizados. Por vezes, propriedades magnéticas, ópticas, mecânicas etc. Em nosso estudo, a ênfase será para as propriedades mecânicas. O ensaio mecânico utilizado em grande escala, seja para a pesquisa ou para o dia a dia de uma empresa (controle de qualidade do material recebido), é denominado ensaio de σ = E ⋅ ε → E = σ ε = tg(α) σ B (εA < εB) A B 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 9/56 tração, como descrito anteriormente. O output do ensaio é o diagrama tensão versus deformação, que pode ser o convencional ou o real, como evidenciado na imagem a seguir: Diagrama tensão versus deformação convencional e real. A partir do diagrama tensão versus deformação, uma série de propriedades mecânicas podem ser determinadas: a ductilidade, a resiliência, a tenacidade, o limite de escoamento etc. Determinação das propriedades mecânicas de um material Conforme explicado no item anterior, a curva tensão versus deformação permite a determinação de várias propriedades mecânicas de um material. A seguir, serão descritas as principais propriedades mecânicas calculadas a partir do ensaio de tração. Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E) A primeira região do diagrama tensão versus deformação é linear, o que implica que é possível a utilização da lei de Hooke: Para qualquer ponto i da região elástica, é possível escrever . , onde e são retirados diretamente do gráfico. Ductilidade É a propriedade mecânica que mede a deformação plástica sofrida pelo material até a ruptura, no ensaio de tração. As seguintes relações matemáticas podem ser utilizadas para quantificar a ductilidade: Aumento do alongamento percentual do CP Onde: - comprimento final do CP; - comprimento inicial do CP. Redução percentual da área do CP σ = E ⋅ ε σi = E εi σi εi σi = E ⋅ εi → E = σi εi % Alongamento = ( lf − l0 l0 ) × 100% lf lo 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 10/56 Onde: – área final da seção do ; – Área inicial da seção do CP. De acordo com Callister e Rethwisch (2016), materiais frágeis têm ductilidade menor que 5%. A imagem a seguir apresenta diagramas tensão versus deformação para materiais dúcteis e frágeis. Diagrama tensão versus deformação para materiais dúcteis/ frágeis. Resiliência É a energia absorvida por uma material, dentro do campo elástico. Dessa forma, ao cessar a carga aplicada, há a recuperação da energia. Essa propriedade é quantificada pelo módulo de resiliência (Ur), isto é, a energia por unidade de volume necessária para deformar o corpo até o limite de proporcionalidade (região linear). A quantificação da resiliência é dada pela área sob a curva do diagrama tensão versus deformação, como pode ser visto na imagem a seguir: Determinação do módulo de resiliência. Matematicamente, é determinada pela expressão: Tenacidade É a quantidade de energia que um material absorve até que ocorra a fratura, no ensaio de tração. É medida pelo módulo de tenacidade (Ut), ou seja, a quantidade de energia por unidade de volume até que ocorra a ruptura do material, como pode ser observado na imagem a seguir: % Reduc ̧ão = ( A0 − Af A0 ) × 100% Af CP Ao Ur = σl ⋅ εl 2 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 11/56 Módulo de tenacidade Confira as observações a seguir: Em regra, aços com alto módulo de resiliência apresentam baixo módulo de tenacidade. Observe, nesta imagem, a comparação entre a resiliência e a tenacidade para dois aços. Módulo de tenacidade. Em regra, quando o ensaio de tração é interrompido, durante sua execução, o CP já pode apresentar deformação plástica. Nesse caso, no descarregamento do ensaio (retirada total da carga), a deformação elástica (temporária) é recuperada, restando o CP com a deformação plástica. Observe, nesta imagem, que a curva tensão versus deformação iniciará dessa deformação plástica, caso um novo ensaio de tração seja conduzido: Observação 1 Observação 2 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 12/56 Recuperação elástica. Ensaios de �exão Aspectos gerais dos ensaios de dobramento e �exão O ensaio de flexão consiste na aplicação de carga crescente em um corpo de provas (CP) de dimensões e forma normatizados, bem como os apoios (via apoiado ou engastado). Normalmente, o ensaio de flexão é utilizado para materiais frágeis (pouco dúcteis) como cerâmicos, concretos, ferros fundidos etc. A imagem a seguir apresenta o esboço de um ensaio de flexão de três pontos para um cerâmico. Os apoios são roletes e as seções retas possíveis são a retangular e a circular. Nesse ensaio, uma das propriedades mecânicas quantificadas é a resistência à flexão. Ensaio de flexão três pontos. Quando o material apresentar grande ductilidade, ocorrerá absorção de grandes deformação durante os teste, tornando o teste apenas qualitativo. A opção é, portanto, o ensaio de dobramento que quantifica a ductilidade do material. A imagem a seguir apresenta, de maneira esquemática, um ensaio de dobramento. O corpo de prova encontra-se na horizontal bi apoiado em dois roletes. Um punção exerce a carga até a posição final em que o ângulo pode assumir valores de ou . Ensaio de dobramento. Há duas aplicações para o ensaio de dobramento: Dobramento de barras para a construção civil Q α 90∘, 120∘ 180∘ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 13/56 Dobramento em CPs soldados Fenômeno da �exão no regime elástico Neste tópico, alguns aspectos mecânicos sobre o fenômeno serão relembrados. Suponha um elemento prismático homogêneo sem a atuação de uma apara de dois momentos fletores de mesma intensidade. Observe as imagens a seguir: Elemento prismático sem deformação. Elemento prismático sob ação de par de momentos fletores. Supondo um carregamento genérico sobre o elemento prismático, em equilíbrio, e escolhendo-se uma seção para estudo, tem-se a distribuição das tensões por flexão (normais), a partir da linha neutra (passa pelo centroide), conforme a imagem Elemento prismático sob ação de par de momentos fletores. Analisando a imagema seguir, é possível inferir que as tensões normais por flexão apresentam variação linear, a partir da linha neutra (eixo centroidal), sendo, de um dos lados, as trações trativas (positivas) e, do outro lado, compressivas (negativas). A tensão é máxima, em módulo, na fibra de maior afastamento (c) da linha neutra. A expressão que determina a tensão máxima, em módulo, é: Elemento prismático sob ação de par de momentos �etores Onde: – é a distância mais afastada da linha neutra; – o módulo do momento fletor; – momento de inércia da seção em relação à linha neutra. σma ́x = M ⋅ c I c M I 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 14/56 Seção de um corpo para o estudo da flexão. Ensaio de �exão O ensaio de flexão consiste na aplicação gradual de uma força F sobre um corpo de provas apoiado em dois vínculos que permitem a rotação ou engastado em uma das extremidades. Esses ensaios de flexão são conhecidos como: Observe-os na imagem a seguir: Ensaios de flexão. Conforme nos ensinam Garcia, Spim e Dos Santos (2017), o ensaio de flexão é particularmente útil para materiais frágeis em que outros ensaios (de tração, de torção etc.) apresentam grande dificuldade de execução e interpretação dos dados. Ferros fundidos, cerâmicos, aços ferramenta, etc. são materiais adequados para o ensaio de flexão. A partir do ensaio de flexão, as seguintes propriedades mecânicas são determinadas: Ensaio de �exão em três pontos Ensaio de �exão em quatro pontos Método engastado 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 15/56 Módulo de ruptura (MOR) ou tensão normal máxima; Módulo de Elasticidade do material (E). Para a determinação do MOR, as seguinte expressões são utilizadas: Onde: – carga máxima aplicada; – distância entre os dois apoios; – largura; – altura; – diâmetro. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? σ = 3 ⋅ F ⋅ L 2 ⋅ b ⋅ h2 ( seção retangular ) σ = 2, 546 ⋅ F ⋅ d D3 ( seção circular) F L b h D 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 16/56 Questão 1 (Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica 2013 – adaptada) Analisando a imagem, é correto afirmar que a curva UF representa qual região? Parabéns! A alternativa C está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EAnalisando%20o%20gr%C3%A1fico%20de%20tens%C3%A3o%20%3Cem%3Eversus%3C%2Fem%3E%20defo Questão 2 (INEP - 2017 - ENADE) O ensaio de flexão é utilizado em materiais frágeis ou de alta dureza, tais como cerâmicas estruturais ou aços- ferramenta. Em uma de suas modalidades, o ensaio de flexão a 3 pontos, é provocada uma flexão ao se aplicar o carregamento em 3 pontos, o que causa uma tensão de tração surgida no ponto central e inferior da amostra, onde a fratura do material terá início. Assumindo-se um comportamento linear de tensão, a tensão de flexão do material pode ser obtida por: em que F é a carga, d é a distância entre os pontos de apoio, w é a largura do corpo de prova e h é a espessura do corpo de prova. Considere dois corpos de prova A e B do mesmo compósito reforçado com fibras de vidro, cuja resistência à flexão é de 290 MPa. O CP A tem o triplo da largura e a metade da espessura do CP B e ambos são submetidos ao mesmo ensaio de flexão. Nessa situação, qual porcentagem da força necessária para o rompimento do CP B deverá ser aplicada ao CP A para que este também se rompa? A Encruamento uniforme B Comportamento elástico C Encruamento não-uniforme D Escoamento de discordâncias E Comportamento linear σ = 3 ⋅ F ⋅ d 2 ⋅ w ⋅ h2 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 17/56 Parabéns! A alternativa B está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EO%20problema%20apresentado%20considera%20os%20CPs%20A%20e%20B%20de%20mesmo%20materi paragraph%20u-text--medium%20c-table%20u-centered%20my- 4'%3E%5C(%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cb paragraph%20u-text--medium%20c-table%20u-centered%20my- 4'%3E%5C(%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5Cb paragraph%20u-text--medium%20c-table%20u-centered%20my- 4'%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%5C(%0A% 2 - Ensaio de fadiga e torção Ao �nal deste módulo, espera-se que você seja capaz de descrever os ensaios de fadiga e torção. Vamos começar! Ensaios de fadiga e torção Neste vídeo, serão apresentados os ensaios destrutivos de fadiga e de torção, suas principais características e parâmetros de saída dos ensaios. A 50% B 75% C 100% D 125% E 200% 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 18/56 Considerações sobre ensaios de fadiga e torção Aspectos gerais do ensaio de fadiga Os ensaios mecânicos são amplamente utilizados na Engenharia para a obtenção de informações a respeito das propriedades mecânicas dos materiais que auxiliarão no dimensionamento de peças, máquinas, estruturas etc. Dentre os vários ensaios mecânicos destrutivos, podemos citar os de fadiga e de torção. A fadiga é a causa de muitas falhas em componentes mecânicos e a torção, fenômeno típico de algumas peças mecânicas, como as barras de torção. O fenômeno de fadiga leva um material à falha, mesmo submetido a níveis de tensões inferiores aos previstos para as situações estáticas (ensaio de tração). Essa situação é possível quando o material é submetido a esforços dinâmicos cíclicos. A figura 21 apresenta exemplos de variações de tensões ao longo do tempo que podem levar um componente a falhar devido ao fenômeno da fadiga. Tensões cíclicas. Observe a seguir, alguns exemplos típicos de estruturas que podem sofrer falhas em decorrência da fadiga: Pontes 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 19/56 A imagem a seguir apresenta a superfície de fratura, devido à fadiga, do eixo de uma locomotiva. Em regra, a fratura por fadiga é frágil (baixa deformação plástica), mesmo em materiais dúcteis. Superfície de fratura por fadiga. Asas de aeronaves Eixos rotativos Elementos de máquinas 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 20/56 O ensaio de fadiga tem como output o limite de resistência do material à fadiga (tensão) cujo valor abaixo garante que o fenômeno da fadiga não ocorrerá para o material ensaiado. A curva tensão versus número de ciclos (S-N) é determinada para o material, conforme você pode ver a seguir: Curva S-N para o aço SAE 2330. Analisando a imagem anterior, é possível identificar um patamar no gráfico que mostra o limite de resistência à fadiga (Se) para o aço SAE 2330 temperado. Aspectos gerais do ensaio de torção Diversos componentes mecânicos (motores de arranque, turbinas de aviôes, rotores, parafusos etc.) estão sujeitos ao fenômeno de torção. Dessa forma, faz-se necessário conhecer parâmetros específicos para o desenvolvimento de um projeto, dentre os quais: o limite de escoamento ao cisalhamento, módulo de elasticidade transversal, ângulo de torção máximo etc. A imagem a seguir apresenta uma máquina de ensaio de torção. Normalmente, os corpos de provas são cilíndricos maciços ou tubulares. Por meio da lei de Hooke, é possível relacionar a tensão de cisalhamento , a deformação cisalhante e o módulo de cisalhamento (G): Máquina de ensaio de torção. Observe na imagem a seguir um eixo de madeira que apresentou falha devido à torção excessiva: Eixo de madeira – torção excessiva. Os aspectos das fraturas dosCPs utilizados em um ensaio de torção são apresentados, de maneira esquemática, na imagem a seguir. Observe que na fratura de materiais dúcteis, o plano de cisalhamento é (τ) (γ) τ = G ⋅ γ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 21/56 perpendicular ao eixo longitudinal do CP e, para materiais frágeis, o ângulo é de . Fraturas de CPs em ensaio de torção: a) material dúctil na torção e b) material frágil na torção. A imagem a seguir apresenta as pontas de eixos de automóveis que falharam devido ao fenômeno de torção, mostrando os aspectos típicos das fraturas para materiais dúcteis (b) e frágeis (a). Eixos fraturados sob torção. Ensaio de fadiga O estudo da fadiga O estudo da fadiga é fundamental na seleção de materiais para componentes sujeitos a esforços cíclicos (eixos rotativos). Veja a imagem a seguir: Eixo de transmissão de automóvel. A próxima imagem apresenta as tensões atuantes em um eixo durante sua rotação. As tensões variam de valores positivos (trativas) a negativos (compressivas). Variação da tensão em eixo rotativo em flexão. 45∘ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 22/56 Ainda analisando a imagem anterior, é possível perceber que os pontos 1 e 2 apresentam tensões compressivas e trativas, em função da rotação do eixo. A fratura por fadiga ocorre, em geral, após um considerável tempo de serviço. Didaticamente, podemos dividir em: Etapa em que as trincas podem iniciar, tanto em concentradores de tensão, defeito intersticial, ou defeitos superficiais, como um canto vivo (quina). Etapa lenta onde a ponta da trinca “caminha” em função de esforços trativos. Etapa muito rápida onde ocorre a falha do componente. Os primeiros estudos, a respeito da fraturas em componentes sujeitos a esforços cíclicos, datam do século XIX e são de autoria de Wöhler. A imagem a aseguir apresenta variações do ensaio de fadiga: flexão rotativa, tração – compressão e cisalhamento. A resposta do ensaio é um diagrama (curva S-N ou de Wöhler) que apresenta o número de ciclos (N) do ensaio e a tensão para a ruptura (S). Wöhler Pedagogo e químico alemão que descobriu o carbeto de cálcio e o acetileno. Nucleação de trincas Propagação cíclica da trinca Falha catastrófica 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 23/56 Ensaio de fadiga – variações. Na próxima imagem, você verá a apresentação de duas curvas S-N típicas para aços ferramentas e ligas de alumínio. A partir da curva, é possível limitar a vida útil para o componente e, consequentemente, determinar a tensão máxima aplicável. Por exemplo, ciclos é a vida do aço ferramenta em análise sob tensão de . A partir da segunda forma de interpretação, é possível notar um patamar na curva S-N (limite de resistência à fadiga). No caso analisado, o limite de resistência à fadiga é de , independentemente do número N. Curvas do ensaio de fadiga (S – N). A partir do gráfico anterior, alguns parâmetros são definidos para a caracterização dos ciclos de tensões, são eles: Tensão média ; Intervalo de tensões ; Amplitude de tensões ; Razão de tensões . Veja: Onde e são as tensões máxima e mínima. Corpos de prova para o ensaio de fadiga O ensaio de fadiga pode ser realizado diretamente sob a peça, desde que haja compatibilidade com a máquina. Outras vezes, utilizam-se CPs normatizados. A imagem a seguir apresenta CPs para o ensaio de fadiga. 105(100.000) 600MPa 400MPa (σm) (σr) (σa) (R) σm = σmax + σmin 2 σr = σmax − σmin σa = σmax − σmin 2 = σr 2 R = σmin σmax σmax σmin 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 24/56 CPs para o ensaio de fadiga. A utilização do componente para o ensaio de fadiga apresenta a vantagem de reproduzir as condições de serviço. O acabamento superficial influencia no ensaio de fadiga. Assim, as normas indicam que os CPs devem ter acabamento superficial especular. Fatores que in�uenciam o ensaio de fadiga A curva S-N do ensaio de fadiga é afetada por uma série de fatores, que serão apresentados a seguir. Tensão média e razão de tensão Os ensaios conduzidos em laboratórios apresentam o ciclamento de tensôes com nula. Porém, nas situações de serviço da peça, por vezes, é não nula. Ademais, a razão de tensão também influencia na curva S-N, deslocando-a. Para valores menores de , o diagrama apresenta patamar horizontal deslocado para baixo, como pode ser visto na imagem a seguir: Influêncio da e de no ensaio de fadiga. Acabamento super�cial Em geral, as peças de uma estrutura apresentam valores máximos de tensão em sua superfície, levando à nucleação de trincas, com posterior crescimento e, eventualmente, à falha por fadiga. Dessa maneira, ao final do processo de fabricação de um componente, é fundamental o acabamento superficial. Fatores de projeto Em peças com descontinuidades geométricas (chavetas), ocorre o concentrador de tensões, aumentando a probabilidade da iniciação de trincas. A imagem a seguir apresenta uma peça com modificação de projeto para tornar a descontinuidade mais suave, reduzindo a potencial nucleação de trincas. Influência do projeto na fadiga. (σm) (R) σm σm R σm R 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 25/56 Ensaio de torção Corpos de prova O ensaio de torção é amplamente utilizado para avaliação do material que, em serviço, estará sob torção. É similar ao ensaio de tração, apresentando como resposta o diagrama tensão cisalhante versus deformação angular , a partir dos dados do momento de torção aplicado ao CP e o correspondente ângulo de torção sofrido pelo , como pode ser visto na imagem a seguir. Tensão cisalhante versus deformação angular. A partir do gráfico anterior, várias propriedades relacionadas ao cisalhamento podem ser determinadas: Módulo de elasticidade ao cisalhamento; Limite de escoamento ao cisalhamento; Limite de resistência ao cisalhamento; Módulo de resiliência à torção; Módulo de tenacidade à torção. Os CPs utilizados no ensaio de torção são cilindros maciços ou tubulares (paredes finas), com comprimento útil L. Na execução dos ensaio em que o CP é tubular, deve-se evitar que as garras esmaguem as extremidades. Mandris de aços são inseridos nas extremidades do CP. Veja na imagem seguinte: (τ) (γ) CP 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 26/56 CP tubular para o ensaio de torção. Conforme Souza, existe a possibilidade de se executar o ensaio de torção diretamente sobre os componentes mecânicos (barras de torção, eixos, brocas etc.). Em algumas ferramentas manuais, como a chave de boca, os ensaios de torção são executados diretamente na peça, verificando-se danos, após aplicação de carga pré-estabelecida. Regime elástico na torção Considerando um CP cilíndrico ou tubular de paredes finais, a tensão cisalhante, por aplicação de um momento de torção, apresenta distribuição linear, na fase elástica. Observe a imagem a seguir: Distribuição das tensões de cisalhamento. O cálculo da tensão cisalhante máxima é dado por: Em que é o momento polar de inércia da seção maciça. Assim, a tensão máxima pode ser reescrita: Eixo maciço Eixo tubular Propriedades mecânicas O ensaio de torção permite a determinação de várias propriedades mecânicas relacionadas ao efeito do cisalhamento, provocado pela aplicação de um momento de torção. A seguir, veremos algumas dessas propriedades. Módulo de elasticidade transversal (G) A condução do ensaio de torção tem como output um diagrama momento de torção (MT) versus ângulo de torção . É possível ter como resultado do ensaio o gráfico tensão cisalhante versus deformação angular . Observe a imagem a seguir:tmáxima = T ⋅ c J0 J0 = πc4 2 tmáxima = 2T π ⋅ c3 tmáxima = 2T ⋅ cext π ⋅ (c4ext − c4int ) (θ) (τ) (γ) 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 27/56 Diagramas momento de torção versus ângulo de torção e tensão cisalhante versus deformação angular. Na região elástica, é possível aplicar a lei de Hooke: Observando a região linear do gráfico, a tangente trigonométrica de é a razão entre a tensão cisalhante e a deformação angular correspondente. Veja: Confira a observação a seguir: É possível determinar o módulo de elasticidade ao cisalhamento (G) pela expressão: A imagem a seguir detalha as demais variáveis da expressão: CP sob torção. Limites de proporcionalidade e de escoamento Assim como no ensaio de tração em que, a partir dado diagrama tensão versus deformação, determinam-se os limites de proporcionalidade e de escoamento, no ensaio de torção tal determinação também é possível. Uma vez realizado o ensaio de torção, o diagrama resposta é o de momento de torção versus o ângulo de torção. limite de proporcionalidade é o maior valor de que mantém a proporcionalidade com o ângulo de torção . A figura 40 (a) mostra o método Johnston para determinar o momento de torção associado ao limite de proporcionalidade. Para determinar a tensão cisalhante associada, utilizam-se as expressões a seguir: τ = G ⋅ γ → G = τ γ α (τ) (y) tg(α) = τ γ = G Observação G = MT ⋅L θ⋅J0 O (MTP) MT θ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 28/56 Eixo maciço Eixo tubular Onde: - espessura do tubo; - média entre os diâmetros externo e interno. Diagramas do ensaio de torção. Em muitas situações, o gráfico não apresenta, de maneira perceptível, o fenômeno do escoamento. Assim, utiliza-se um valor convencional para a o ângulo de torção ou . A partir desse valor, traça-se uma paralela à região linear do gráfico até interceptar a curva do diagrama, determinando o , como pode ser visto na imagem anterior. A partir das expressões a seguir, determina-se a tensão cisalhante de escoamento. Eixo maciço Eixo tubular Confira a observação a seguir: Muitas vezes, utiliza-se 60% do limite de escoamento em tração para determinar, aproximadamente, o limite de escoamento em torção, para materiais dúcteis. tP = MTP ⋅ R J0 tP = MTP 2 ⋅ p ⋅ r2 ⋅ e e r MT × θ (n = 0, 001 0, 1%) MTe te = MTe ⋅ R J0 te = MTe 2 ⋅ p ⋅ r3 ⋅ e Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 29/56 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (ENADE 2008 – Engenharia - Adaptado) Durante uma turbulência, um trecho da superfície externa da parte superior da asa de um avião, estará sujeito a solicitações mecânicas de tração e de compressão na direção ortogonal ao eixo principal da aeronave. Tais solicitações ocasionam fadiga cíclica no elemento de superfície considerado. Considere os três tipos de diagramas de solicitações a seguir. Considerando que a tensão na região indicada na figura seja nula no caso de um voo sem turbulência, qual(is) dos diagramas acima descreveria(m) melhor a situação em voo sob turbulência? A A, apenas. B B, apenas. C C, apenas. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 30/56 Parabéns! A alternativa C está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EOs%20gr%C3%A1ficos%20tens%C3%A3o%20%3Cem%3Eversus%3C%2Fem%3E%20tempo%20mostrados% paragraph%20u-text-- medium'%3EGr%C3%A1fico%20A%2C%20apenas%20tens%C3%B5es%20compressivas%3B%20gr%C3%A1fico%20B%2C% Questão 2 (AERONÁUTICA - 2002: ENGENHARIA METALÚRGICA - adaptada) No ensaio de torção em materiais metálicos, a aplicação de uma tensão de cisalhamento provoca a deformação . A relação é denominada módulo de: Parabéns! A alternativa C está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EA%20partir%20da%20lei%20de%20Hooke%20aplicada%20ao%20cisalhamento%2C%20temos%20que%20% 3 - Técnica de macrogra�a Ao �nal deste módulo, espera-se que você seja capaz de empregar a técnica de macrogra�a. D A e B, apenas. E B e C, apenas τ γ G = τ γ A Ruptura B Tenacidade C Cisalhamento D Resiliência E Escoamento 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 31/56 Vamos começar! Técnica da macrogra�a Neste vídeo, será apresentada a técnica de macrografia utilizada em metais, suas diversas aplicações, a preparação do corpo de prova e interpretação das imagens. Aspectos gerais da macrogra�a Seções utilizadas na análise macrográ�ca A técnica macrográfica consiste na visualização de uma superfície, com a vista desarmada ou com lupa (até 50 X). Há a necessidade da preparação da superfície para a observação da macroestrutura, das segregações, da extensão de tratamentos térmicos, etc. É considerada um ensaio destrutivo pois, em regra, a peça a ser avaliada deve ser destruída para a confecção do CP. A imagem a seguir apresenta a macrografia da seção longitudinal de um eixo de bonde onde se observa o alinhamento das segregações, típico de material com grau de deformação a quente. Macrografia de eixo. Ataque Iodo. A preparação do CP para a análise macrográfica consiste na escolha da seção a ser estudada, na separação (por corte) do CP, no lixamento, no ataque químico e na visualização. Na separação do CP, o corte deve ser refrigerado para minimizar os efeitos da temperatura (atrito) na estrutura local. O lixamento é a preparação da superfície plana, sendo realizado numa série de lixas de carbeto de silício. O ataque químico é uma etapa facultativa, pois depende dos objetivos da observação. Por fim, as observações são feitas com nenhuma ou ampliações (até 50 X). Em muitas situações, a superfície de estudo está normatizada ou definida pelo solicitante do ensaio. Em situações diversas, as principais seções utilizadas são as transversais e as longitudinais. A escolha de uma seção, em detrimento da outra, depende dos aspectos macroestruturais que se deseja observar. Conforme Colpaert (2008), essas são características macroestruturais em que o corte transversal é o adequado: 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 32/56 Ainda de acordo com Colpaert, no estudo da seção longitudinal de uma peça, a técnica de macrografia é particularmente útil nas seguintes condições: Veri�cação da homogeneidade do material na seção. Avaliação em relação à posição, à forma e às dimensões de porosidades, trincas e bolhas. Estudo (forma e dimensões) da estrutura de fusão dendrítica. Avaliação da profundidade e regularidade de tratamentos termoquímicos e da têmpera. Caracterização da forma e da intensidade das segregações. Veri�cação de costura, solda e caldeamento em tubos. Avaliação da ZTA e da ZF em juntas soldadas (caso em que o corte é transversal ao cordão de solda). Avaliação do processo de fabricação de uma peça (fundida, forjada ou laminada). Veri�cação da possibilidade de a forma de uma peça ter sido obtida a partir da usinagem ou da conformação. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 33/56 A imagem a seguir apresenta uma barra laminada e sua direção de laminação. Ademais, revela os cortes longitudinal e transversal de uma porca estampada, em relação à direção de laminação da barra. Perceba na face anterior da barra a forte segregação central. Cortes longitudinal e transversal de uma porca estampada. Na próxima imagem, são apresentadas as macrografias da porca, realçando a forte segregação central da barra que originoua porca. Macrografias das seções longitudinal e transversal de porca estampada. Impressão de Baumann O método de Baumann (impressão de enxofre) tem como principal objetivo a verificação de segregações de enxofre (sulfetos) dos aços produzidos por lingotamento contínuo e no controle da qualidade do material produzido. Em linhas gerais, uma folha de papel fotográfico de brometo de prata com reagentes específicos é aplicada sobre a superfície preparada do CP para macrografia. Cerca de cinco minutos depois, a folha é retirada e efetuada sua revelação. Manchas escuras ou pardas são evidências de regiões de sulfetos. De acordo com Colpaert, superfícies macrográficas reveladas com ataque do reativo de iodo (iodo sublimado, iodeto de potássio e água) são semelhantes às imagens obtidas pelo método de Baumann, quanto aos seguintes aspectos: Forma da segregação Bolhas Veri�cação de defeitos nas proximidades da fratura. Extensão de tratamentos térmicos super�ciais. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 34/56 Estruturas �brosas Veja, na imagem a seguir, um exemplo de impressão de Baumann: Impressão de Baumann. Confira a observação a seguir: O método de Baumann não é adequado para avaliações em aços com variações de carbono, manganês, silício ou fósforo, assim como, para estudo das alterações estruturais resultantes de temperatura elevada. Macrogra�a no estudo de tratamentos térmicos e termoquímicos Macrogra�a no estudo da têmpera A técnica de macrografia pode ser utilizada para a avaliação da profundidade e da regularidade de tratamentos termoquímicos (cementação, nitretação, etc.) e do tratamento térmico de têmpera, utilizando-se a seção transversal da peça para o estudo. Também é possível estudar a extensão de tratamentos térmicos, a partir da visualização da seção longitudinal. A têmpera localizada é um tratamento térmico superficial, objetivando o endurecimento (aumento da resistência ao desgaste) em partes específicas de uma peça, mantendo seu núcleo tenaz. Genericamente, aquece-se a região específica até o campo austenítico e resfria-se bruscamente a peça, por meio de água. A imagem a seguir apresenta a macrografia da seção transversal de um pino que foi tratado com têmpera superficial (aquecimento por indução) em que é possível a observação da camada endurecida pelo tratamento térmico. Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 35/56 Macrografia de pino de aço. Reativo de iodo. As imagens a seguir apresentam macrografias de ferramentas manuais tratadas com têmpera superficial, observe: Neste caso é possível observar, numa foice, a profundidade da têmpera (região escurecida) e sua homogeneidade. Neste caso, é perceptível a região temperada (escurecida) em uma picareta além da sua irregularidade. Veja que, complementando-se, as impressões do ensaio de dureza são perceptíveis. Macrogra�a no estudo de tratamentos termoquímicos O tratamento termoquímico de carbonetação (cementação) consiste na inclusão, por meio da difusão, de carbono na superfície de aços, formando, assim, uma camada com elevada resistência ao desgaste (dureza) e manutenção das propriedades mecânicas iniciais no núcleo da peça. O ensaio macrográfico pode auxiliar no acompanhamento da espessura da camada cementada (depende do tempo de tratamento), conforme revela a sequência macrográfica que pode ser vista na imagem a seguir: 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 36/56 Sequência de macrografia revelando a camada cementada. A técnica de macrografia pode ser utilizada para avaliar, além da profundidade da camada cementada, a sua homogeneidade. A imagem a seguir mostra a seção transversal de uma engrenagem cementada, os dentes e a superfície interna (regiões claras). É possível, ainda, a detecção de trincas nas raízes dos dentes da engrenagem. Avaliação da cementação em engrenagem. Ataque iodo. Confira a observação a seguir: Os ferros fundidos maleáveis de núcleo branco são produzidos a partir de um tratamento térmico que leva à descarbonetação (perda de carbono) superficial. A partir da técnica de macrografia, é possível estudar a profundidade e a homogeneidade da camada descarbonatada. A imagem a seguir apresenta a macrografia de uma luva de ferro fundido maleabilizado por descarbonetação em que se visualiza a camada (regiões claras). Ferro fundido maleável. Camada descarbonatada. Ataque iodo. Macrogra�a e processos de fabricação dos aços Conformação e macrogra�a Vários são os processos de fabricação de peças de aços, dentre os quais podemos destacar a fundição, o trabalho a quente ou a frio, a união por soldagem, etc. Esses processos apresentam características próprias. A partir da técnica de macrografia, é possível identificar o processo que originou a peça, bem como aspectos relevantes do processo de fabricação. Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 37/56 Os aços são conformados para alterar sua forma e dimensões. Quando ocorre a temperaturas acima da metade da temperatura de fusão (em Kelvin), a conformação é denominada a quente. Soldagem e macrogra�a O processo de soldagem pode ser utilizado para unir peças de aço, dando origem à forma final de um componente. A imagem a seguir apresenta a macrografia da seção transversal ao cordão de solda em aço 20MnMoNi55. É clara a percepção dos passes das soldas, além da zona termicamente afetada (ZTA), representada pela região escurecida. Macrografia evidenciado os passes do cordão e a ZTA. Solidi�cação e Macrogra�a O aço no estado líquido deve ser transformado em peças sólidas com as dimensões desejadas, sendo possível por meio de lingotamento contínuo ou pelo processo de fundição. Dois aspectos são característicos desses processos: a contração durante a passagem do estado líquido para o estado sólido, originando os vazios; a redistribuição das segregações. A próxima imagem apresenta a macrografia da seção transversal de metal fundido e seu alimentador, onde ocorre o rechupe, oriundo da contração da passagem do material do estado líquido para o estado sólido. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 38/56 Metal fundido e seu alimentador (rechupe de solidificação). Na imagem a seguir, tem-se a seção longitudinal de aço preparada para macrografia. É visível o vazio de solidificação na região de mudança da seção transversal. Rechupe devido à contração no processo de fundição. A estrutura primária de solidificação é a dendrita, que pode ser observada com a técnica de macrografia utilizando-se os reativos de Oberhoffer (água destilada, etanol, , ) e de Humfrey (água destilada, ácido clorídrico e . A imagem a seguir apresenta estrutura dendrítica em que os eixos aparecem escurecidos, veja: Estrutura dendrítica. Ataque com reativo de Oberhoffer. FeCl3,SnCl3 CuCl2 Cu(NH3)4Cl2) 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 39/56 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O método de impressão de Baumann (impressão de enxofre) é utilizado na verificação de regiões ricas em sulfetos. É um método de controle de qualidade do aço no lingotamento contínuo. Sobre o método, são feitas as seguintes afirmativas: I. É possível a verificação de segregações de enxofre em “A”, bem como sulfetos alongados na direção longitudinal, por exemplo. II. Consiste na retirada de uma micro camada do corpo de prova preparado com ataque químico em iodo e posterior visualização em lupas com aumento de até 50 X. III. O método de Baumann é adequado para o estudo das alterações estruturais em aços baixo carbono, resultantesde temperaturas elevadas. A Afirmativa I B Afirmativa II 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 40/56 Parabéns! A alternativa A está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c- paragraph'%3EO%20m%C3%A9todo%20de%20Baumann%20%C3%A9%20particularmente%20%C3%BAtil%20na%20visuali Questão 2 O ensaio macrográfico apresenta uma série de aplicações, dentre as quais, a verificação de tratamentos superficiais. Na imagem a seguir, tem-se uma enxada em que um tratamento foi realizado. Enxada com tratamento macrográfico. A partir da observação da macrografia, são feitas as seguintes afirmativas: I. A enxada foi tratada termicamente com têmpera superficial, evidenciada pela região escurecida, na parte inferior da enxada. II. A partir da macrografia apresentada, é possível determinar a profundidade do tratamento térmico superficial bem como a sua homogeneidade. III. O tratamento térmico superficial é evidenciado pelas duas camada inferiores, sendo que, na camada inferior (região escurecida), a têmpera superficial aumentou o percentual de carbono. São corretas, apenas: C Afirmativa III D Afirmativas I e II E Afirmativas II e III A Afirmativa I B Afirmativa II C Afirmativa III D Afirmativas I e II E Afirmativas II e III 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 41/56 Parabéns! A alternativa D está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EA%20macrografia%20em%20quest%C3%A3o%20auxilia%20na%20percep%C3%A7%C3%A3o%20do%20trata 4 - Ensaios de dureza e impacto Ao �nal deste módulo, espera-se que você seja capaz de descrever os ensaios de dureza e impacto. Vamos começar Dureza e impacto Neste vídeo, serão apresentados os ensaios de dureza e de impacto. As principais técnicas, vantagens, desvantagens e aplicações. Considerações sobre os ensaios de dureza e impacto Aspectos gerais dos ensaios de dureza O ensaio de dureza é amplamente utilizado na Engenharia e avalia a resistência à deformação permanente de um metal, por meio da impressão deixada por um penetrador padronizado. Tem ampla utilização no recebimento de peças, pois pode ser realizado na própria peça, desde que haja compatibilidade com os “durômetros”. O ensaio de impacto avalia a energia absorvida por um material para a ruptura, auxiliando na caracterização do comportamento dúctil-frágil de um metal. A imagem a seguir apresenta um navio que sofreu fratura frágil, devido à baixa temperatura. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 42/56 Fratura frágil em navio. Dentre as várias propriedades mecânicas possíveis de determinar com os ensaios destrutivos, a dureza é definida como a resistência do material a uma deformação plástica localizada. O ensaio de dureza consiste num pequeno penetrador (endentador) atuando na superfície do metal e, na sua retirada, uma pequena impressão (endentação) permanece na superfície, como pode ser visto na imagem a seguir. De acordo com os parâmetros de carga, impressão, tipo de penetrador (normatizados), é associado um número que quantifica a dureza do material. Quanto “maior” a impressão (profundidade, área etc.), mais macio o metal, sendo associado um número de dureza menor. Ensaio de dureza esquemático. O ensaio de dureza pode ser aplicado em CPs ou em produtos acabados. Por vezes, o ensaio de dureza é o mais adequado para o controle das especificações de produtos ou matérias-primas recebidas. Produtos acabados como engrenagens, rolamentos, arruelas, etc. são usualmente avaliados mecanicamente, utilizando-se o ensaio de dureza. Conforme Callister, o ensaio de dureza é amplamente utilizado por ser barato, simples e sem a necessidade de CPS normatizados. Os ensaios de dureza são divididos em três grupos: Por risco Neste grupo, encontra-se a escala de dureza Mohs, avaliando a possibilidade de um mineral riscar outro mineral. A tabela a seguir apresenta a escala de dureza Mohs: Material Dureza Mohs Talco 1 Gipsita 2 Calcita 3 Fluorita 4 Apatita 5 Ortoclásio 6 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 43/56 Material Dureza Mohs Quartzo 7 Topázio 8 Coríndon 9 Diamante 10 Tabela: Dureza Mohs. Julio Cesar José Rodrigues Junior Por choque mecânico Neste grupo, encontra-se a dureza Shore. Em linhas gerais, consiste num ensaio dinâmico em que um penetrador, abandonado de altura padronizada, provoca uma impressão na superfície do CP. Por penetração Neste grupo, há a apresentação de várias técnicas: Rockwell (A, B, C etc.); Rockwell Superficial; Brinell; Vickers (micro dureza) – penetrador piramidal de diamante; Knoop (micro dureza). Aspectos gerais dos ensaios de impacto Os ensaios de tração são conduzidos sob baixas taxas de carregamento e as propriedades mecânicas determinadas no ensaio não são aplicáveis quando o material está sujeito a altas taxas de deformação. A temperaturas baixas, materiais dúcteis podem comportar-se como frágeis, conforme pode ser visto na imagem Ensaio de dureza esquemático, em que o aço do navio em mares gelados falha bruscamente. Dois ensaios de impacto utilizados para quantificar a energia absorvida para a fratura por impacto são o Charpy e o Izod. Um dos principais objetivos é o estudo da transição do comportamento dúctil-frágil, com a redução da temperatura, caso ocorra essa transição. A resposta do ensaio de impacto é um gráfico energia absorvida versus temperatura, como pode ser visto na próxima imagem: Baixas taxas de carregamento Velocidade de deformação baixa e constante. Ensaio de dureza esquemático 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 44/56 Ensaio de impacto. Transição dúctil-frágil. Observe, a seguir, os fatores que contribuem para que um material dúctil, à temperatura ambiente, comporte-se como frágil: É importante ressaltar que a transição dúctil-frágil não ocorre para todos os metais. Metais com estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) mantêm o comportamento dúctil a temperaturas baixas. São exemplos: o cobre, o alumínio e o aço inoxidável AISI 304. Contudo, os metais com estruturas cristalinas hexagonal compacta (HC) ou cúbica de corpo centrado (CCC) apresentam a transição dúctil-frágil, como exibido na imagem a seguir. O metal CFC não apresenta mudanças significativas na absorção da energia (curva horizontal), enquanto o metal CCC apresenta queda brusca na curva. Ensaio de impacto: metais CFC e CCC. Ensaio de dureza As principais técnicas de penetração Altas taxas de deformação Baixas temperaturas Estado triaxial de tensões 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 45/56 Em nosso estudo, o foco será o método de dureza por penetração, que consiste na leitura da impressão deixada pelo penetrador na superfície metálica. A imagem a seguir mostra as principais técnicas por penetração. Ensaios de dureza por penetração. Dureza Brinell Nesta técnica, o penetrador (esfera de aço ou de carbeto de tungstênio) é comprimido na superfície do material, deixando uma impressão com a forma de uma calota esférica, como pode ser visto na imagem a seguir: Ensaio de dureza Brinell. A expressão para se determinar a dureza Brinell (HB) é: Confira a observação a seguir: A carga aplicada é função do material ensaiado. Assim, define-se uma constante (grau de carga) que garante o ângulo de , que pode ser visto na imagem Ensaio de dureza Brinell. HB = 0, 102 ⋅ 2 ⋅ P π ⋅ D ⋅ (D − √D2 − d̄2 Observação 136∘ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 46/56 Observe algunscuidados práticos no ensaio de dureza Brinell: A impressão é grande, classificando o ensaio como destrutivo, não aplicável para pequenas áreas. Não é aplicável para metais com tratamentos superficiais. Conforme a ABNT, a distância entre os centros das impressões dever ser 4d ou 6d. Em relação às bordas dos CPs, a impressão deve ter seu centro afastado de 2,5d. O CP deve ter espessura 8x a profundidade (h) da impressão. Confira mais uma observação a seguir: Relação empírica para aços entre a dureza Brinell e o limite de resistência: Dureza Rockwell O ensaio de dureza Rockwell (HR) é amplamente utilizado devido às suas vantagens. Algumas delas são: Além disso, ele é dividido em dois grupos: Dureza Rockwell comum Dureza Rockwell super�cial P D2 = constante Observação σr = 0, 36 ⋅ HB Facilidade de utilização do equipamento Leitura direta no equipamento Utilização de penetradores pequenos (pequenas impressões) 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 47/56 O ensaio acontece da seguinte maneira: As imagens a seguir apresentam a sequência de operações do ensaio e o equipamento. Veja: Sequência de operações – dureza Rockwell. Equipamento - dureza Rockwell. O penetrador do ensaio de dureza pode ser esferocônico de ou esfera de aço ou carbeto de tungstênio, como pode ser visto na imagem Inicia-se com a aplicação da pré- carga para garantir o contato efetivo entre o CP o penetrador. Na sequência, aplica-se a carga principal. Por fim, retira-se a carga principal e faz-se a leitura no equipamento. 120∘ 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 48/56 Ensaios de dureza por penetração. As esferas têm diâmetros de e . A pré-carga utilizada no ensaio Rockwell comum é de e, no superficial, igual a . Com relação às cargas principais, os valores para o ensaio comum são de 60,100 e enquanto para o superficial, 15, 30 e . Confira a observação a seguir: O ensaio de dureza Rockwell superficial é aplicado para CPs de pequena espessura ou com tratamentos superficiais. A dureza Rockwell apresenta várias escalas: A, B, C, F etc. A escala C tem aplicação entre os valores 20 e 70. A medida da dureza deve ser um número acompanhado de HR mais a escala utilizada. Por exemplo, 45HRC. A tabela a seguir apresenta exemplos de aplicações típicas das escalas Rockwell. Escala Penetrador Carga principal (kgf) B Esfera de 1/16” 100 C Diamante 150 A Diamante 60 Tabela: Escala Rockwell e aplicações. Julio Cesar José Rodrigues Junior Confira a observação a seguir: 1/2′′, 1/4′′, 1/8′′ 1/16′′ 10kgf 3kgf 150kgf 45kgf Observação Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 49/56 A espessura mínima para o ensaio Rockwell é de 10x a profundidade da impressão e as impressões devem estar espaçadas de pelo menos 3x o diâmetro da impressão. Dureza Vickers A técnica é semelhante a da dureza Brinell, em que o penetrador é uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo de . A imagem a seguir mostra o penetrador Vickers e o equipamento do ensaio. A impressão do ensaio é um losango, como pode ser visto na próxima imagem: Impressão do ensaio de dureza Vickers. A determinação da dureza é calculada por: Confira as observações a seguir: Tabelas padronizadas associam diretamente a dureza Vickers com as diagonais de impressão. As cargas usuais para o ensaio Vickers variam de 1 a 100kgf, sendo as principais vantagens: Impressões muito pequenas; Precisão; Existência de apenas uma escala; Aplicável para qualquer espessura de material. Microdurezas Vickers e Knoop: carga aplicada inferior a 1kgf e o penetrador da última é uma pirâmide de diamante com razão 136∘ HV = 2 ⋅ P ⋅ sen ( θ 2 ) d̄2 = 1, 8544 ⋅ P d̄2 Observação 1 Observação 2 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 50/56 entre as diagonais da impressão 1:7, como pode ser visto na imagem Ensaios de dureza por penetração. Ensaio de impacto Ensaios Charpy e Izod A norma ASTM E23 é utilizada para os ensaios de Charpy e de Izod que quantificam a energia absorvida pelo impacto. O corpo de prova apresenta a forma de uma barra de seção reta quadrada, com um entalhe em “V”. No ensaio, um martelo pendular é abandonado de uma altura, atingindo o CP, separando integralmente as suas partes (fratura). O martelo continua seu movimento e para em uma altura inferior à do início do ensaio. A validade do ensaio ocorre quando há a separação total das partes rompidas do CP. Portanto, não ocorrendo a separação total das partes rompidas, aumenta-se a energia potencial gravitacional inicial (aumenta-se a altura) do martelo pendular. Essa diferença de energia potencial gravitacional (inicial e final) é a medida da energia absorvida pelo material para que ocorra a fratura. Os ensaios de impacto Charpy e Izod são realizados no mesmo equipamento, sendo a diferença o posicionamento do CP no equipamento, como pode ser visto na imagem a seguir: Corpos de prova para os ensaios de impacto (Charpy e Izod). O principal objetivo dos ensaios Charpy e Izod é a determinação, caso exista, da faixa de temperatura da transição dúctil-frágil de um material. A imagem a seguir apresenta a influência da composição química (%C) em aços, na transição dúctil-frágil. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 51/56 Influência do % de C em aços, na transição dúctil-frágil. Transição dúctil-frágil A transição dúctil-frágil refere-se ao comportamento frágil de alguns metais dúcteis a baixas temperaturas, como acontece com os metais com estrutura CCC ou HC. No diagrama energia versus temperatura, é nítida a faixa de temperaturas da transição dúctil-frágil. Já os metais com estrutura CFC permanecem dúcteis em toda a faixa de temperaturas (curva aproximadamente horizontal). A imagem a seguir apresenta o diagrama energia absorvida versus temperatura, oriundo do ensaio de impacto para diversos materiais. Observe que alguns metais apresentam transição dúctil-frágil bem nítida, como o aço baixo carbono. Diagrama energia versus temperatura para diversos materiais – ensaio de impacto. Materiais que apresentam a transição dúctil-frágil devem ser cuidadosamente utilizados nos projetos de Engenharia, evitando-se, portanto, aplicá-los em situações de temperaturas baixas. Confira a observação a seguir: Conforme afirma Spim, para os aços, a transição dúctil-frágil depende da composição química e da microestrutura. O refinamento do grão em aços diminui a temperatura do comportamento dúctil-frágil. Na análise do comportamento da fratura do material ensaiado, utiliza-se o exame visual da superfície da fratura. A fratura do metal pode variar de frágil à dúctil, passando pelos casos em que as fraturas coexistem. A imagem a seguir revela as superfícies de fraturas do aço ASTM - A36 ensaiados (Charpy) em várias temperaturas. Frágil Fratura com aspecto granular, brilhosa. Dúctil Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 52/56 Fratura com aspecto fibroso, opaca. Superfície de fraturas de corpos de prova de ensaio de impacto (Charpy). Confira a observação a seguir: Conforme afirma Souza, a identificação da região dúctil-frágil pode ser feita da seguinte maneira: T1 – corresponde a 100% da fratura fibrosa (dúctil); T2 – corresponde a 50 % da fratura fibrosa; T3 – média das temperaturas T1 e T5; T4 – corresponde a um certa valor adotado da energia absorvida (aços de baixa resistência, 20J); T5 – corresponde a 100% da fratura frágil. Observe no gráfico a seguir: Critérios para temperatura de transição – ensaio de impacto. Observação 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivoshttps://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 53/56 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Petrobras - 2014 - Técnico(a) de Manutenção Júnior - Caldeiraria) Dentre as escalas de ensaio de dureza abaixo relacionadas, aquela que pode ser utilizada para ensaio de microdureza é a denominada escala: Parabéns! A alternativa B está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EExiste%20uma%20s%C3%A9rie%20de%20t%C3%A9cnicas%20de%20ensaio%20de%20dureza%20que%20a se%20a%20micro%20dureza%20Vickers.%20%20%3C%2Fp%3E%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20 Questão 2 (Petrobras – 2014 – Engenheiro(a) de Equipamentos Júnior – Inspeção) A temperatura de transição dúctil-frágil pode ser obtida experimentalmente através de vários ensaios mecânicos, como, por exemplo, o ensaio Charpy. O ensaio Charpy e a temperatura de transição obtida, no entanto, apresentam limitações bastante importantes para um emprego mais generalizado. Dentre essas limitações, destaca-se a seguinte: A Brinell B Vickers C Rockwell A D Rockwell B E Rockwell C 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 54/56 Parabéns! A alternativa C está correta. %0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class% paragraph'%3EPara%20se%20determinar%20a%20temperatura%20de%20transi%C3%A7%C3%A3o%20d%C3%BActil- fr%C3%A1gil%20de%20um%20metal%2C%20isto%20%C3%A9%2C%20a%20partir%20de%20que%20temperatura%20o%20 se%20fragilmente%2C%20%C3%A9%20utilizado%20o%20ensaio%20de%20impacto.%20A%20energia%20absorvida%20pe Considerações �nais Neste conteúdo, foram abordados os principais ensaios destrutivos utilizados para caracterizar os materiais. Inicialmente, foram abordados os ensaios de tração e flexão. A partir do diagrama tensão versus deformação várias propriedades mecânicas foram apresentadas, bem como suas determinações. Foram apresentados os ensaios de flexão em três e quatro pontos. Na sequência, os ensaios de fadiga e de torção foram estudados. Apresentou-se o fenômeno de fadiga, o ensaio de fadiga e a curva S-N. Alguns fatores que minimizam o fenômeno da fadiga foram apresentados. No ensaio de torção, foi apresentado o equipamento para o ensaio e duas curvas possíveis para a resposta ao ensaio. Foram determinadas propriedades mecânicas associadas ao cisalhamento. A técnica de macrografia foi estudada. Inicialmente foram apresentadas as principais seções (longitudinal e transversal) utilizadas e suas aplicações. Ademais, a macrografia foi apresentada como uma técnica para o estudo de tratamentos superficiais e dos processos de fabricação. Por fim, o ensaio de impacto (Charpy e Izod) foi descrito e sua principal aplicabilidade foi apresentada, isto é, o estudo da transição da temperatura dúctil-frágil para alguns metais. Podcast Agora, o professor encerra o tema falando sobre os principais tópicos abordados. A A energia absorvida para causar a fratura não depende da temperatura. B A energia absorvida na condição frágil é maior do que na condição dúctil. C A energia absorvida depende das dimensões do corpo de prova. D A energia absorvida independe das dimensões do corpo de prova. E A temperatura de transição independe das dimensões do corpo de prova. 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 55/56 Explore + Para entender melhor sobre o que vimos, leia o trabalho intitulado Caracterização e estudo das propriedades mecânicas de uma junta soldada, publicado no 15o Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas (ENEMET), ABM Week, realizada de 17 a 21 de agosto de 2015, RJ, Brasil. Referências CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 4. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2008. DE SOUZA, S.A. Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2019. GARCIA, A.; SPIM, J. A.; DOS SANTOS, C. A. Ensaios dos Materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2010. RAMSTORFER, F.; NUNES, A. E.; RET, L. C. P. Classificação computacional da segregação central de placas pelo processamento de imagens de impressões de Baumann , p. 1616-1629. In: 45º Seminário de Aciaria - Internacional, Porto Alegre/Brasil, 2014. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material javascript:CriaPDF() 11/09/2023, 20:36 Ensaios destrutivos https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/03668/index.html# 56/56 O que você achou do conteúdo? Relatar problema
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