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PARKINSONISMO E TREMORES Doença de Parkinson Primeiro, chamada de Doença do Sistema extrapiramidal doenças dos gânglios da base (núcleos da base) por fim: doenças ou desordens do movimento, embora muitos sintomas não motores. Parkinsonismo/ síndrome parkinsoniana (sinais e sintomas de etiologias variadas: medicamentos, degeneração), ex: · Parkinsonismo atípico · Parkinsonismo plus · Atrofia de múltiplos sistemas Desordens do movimento: · Hipocinéticas: doença de parkinson · Hipercinéticas: coreia, atetose, balismo, tics, mioclonias Anatomia dos núcleos da base: Núcleo caudado, tálamo, putamen, globo pálido (interno e externo), substância negra (pars compacta e pars reticulada), núcleo subtalâmico Vascularização: · Parte anterior: ramos da artéria cerebral média (ramo da carótida). · Parte diencefálica e mesencefálica: ramos da artéria cerebral posterior. Histologia: São neurônios médios e espinhais, seus dendritos possuem prolongamentos que simulam espinhas. As eferências são para o tálamo e de volta para o córtex. Neurotransmissores envolvidos: dopamina**, mas com o decorrer da doença outros sistemas são afetados, ocorrendo depleção de acetilcolina e de noradrenalina. Fisiologia dos núcleos da base: Equilíbrio entre inibição e desinibição com fator primário das funções dos núcleos da base 1- via direta: facilita o movimento (inibe a inibição entre putamên e globo pálido interno) O córtex envia estímulos excitatórios (glut.) para o putamên inibe (GABA) o globo pálido interno inibe (GABA) o tálamo (Nu. VL) estimula (glut.) o córtex cerebral (↑ atividade) 2- via indireta: inibe o movimento O córtex envia estímulos excitatórios (glut.) para o putamên inibe (GABA) o globo pálido externo inibe (GABA) o núcleo subtalâmico estimula (glut.) globo pálido interno inibe (GABA) o tálamo (Nu. VL) estimula (glut.) o córtex cerebral (↓ atividade). Além do circuito básico das vias direta e indireta, existe mais uma conexão, de vai e vem, entre o estriado e a parte compacta da substância negra. O neurotransmissor que faz a conexão de volta para o estriado é a dopamina. Essa outra conexão, entre a substância negra e o estriado, indica que a dopamina é inibitória (por meio de receptores D2) na via indireta, e excitatória (via receptores D1) na via direta. Na doença de Parkinson, as células da parte compacta da substância negra degeneram, reduzindo a inibição por meio da via indireta e diminuindo a excitação pela via direta. Histórico 1817: descrita pela primeira vez por James Parkinson. 1865: jean martin charcot - nomeou a "paralisia agitante" como Parkinson. 1912: corpos (inclusão) de Lewy. 1960: advento da terapêutica com L-dopa. 1982: MTPT (heroina sintetica) MPP (síndrome parkinsoniana) (Langston) Quadro clínico: · · Sintomas cardinais: 1- bradicinesia (em 100% dos casos, pode ser descrito como hipocinesia ou acinesia), 2- tremor de repouso (assimétrico), 3- rigidez (sinal da roda denteada) Na síndrome é bilateral, no parkinson é unilateral e assimétrico · Sintomas de suporte: 1- instabilidade postural, 2- marcha de pequenos passos, 3- festinação, 4- resposta a L-dopa, 5- postura encurvada, 6- fácies amímica, 7- seborreia e sialorréia (por deficiência do músculo da deglutição), 8- distúrbio do sono (distúrbio comportamental do sono [DCS] REM: agitação motora, sonhos vividos, não passa pela atonia), 9- humor (ansiedade e depressão), 10- demência Etiopatogenia: Hipótese de Braak: a doença de Parkinson começa no bulbo olfatório/ intestino (plexo mioentérico/ plexo de Auerbach) = anosmia e constipação núcleo dorsal do vago tronco cerebral (formação reticular) = agitação do sono mesencéfalo (substância nigra) sist. límbico córtex cerebral Anosmia e constipação, agitação do sono, depressão (10 anos antes): merecem acompanhamento para suspeita de possível desenvolvimento do parkinson Alterações motoras quando há 60% de degeneração Patologia: Perda neuronal na substância nigra pars compacta, presença de corpos de Lewy (compostos de α-sinucleína). Perda ipsilateral, depois contralateral de > 50% dos neurônios espinhosos médios da substância nigra representando perda de 80% de dopamina no estriado (via nigro estriatal) Neurotransmissores: em queda: dopamina, serotonina (núcleo da rafe → depressão), noradrenalina (locus ceruleus → apatia e depressão), acetilcolina (núcleo basal de Meynert→ memória → demencia subcortical: lentificação do pensamento) Etiologia: Multifatorial, complexa, heterogênea Fatores Genéticos (causais ou variantes de suscetibilidade): gene SNCA (alfa-sinucleína), gene LRRK2, PARK 2, PINK 1. Fatores ambientais · protetores: café, fumar, ácido úrico elevado (uratos) · Negativos: traumas cranianos, pesticidas (manganês) Diagnóstico: · História · Exame físico e neurológico: a) Marcha encurvada. Passos curtos, arrastados e marcha festinante, buscando seu ponto de equilíbrio. b) Tremor unilateral, de repouso, de 4 a 5 ciclos por segundo c) Rigidez unilateral. d) Braço, do lado afetado, fixo ao caminhar. e) Rosto amímico. f) Hipofonia (voz mais baixa). g) Micrografia. · Neuroimagem: a) Doppler transcraniano: hiperecogenicidade na substância nigra b) TC e RM de crânio: descartar outras causas (tumores, hematomas, hidrocefalia) c) SPECT (marcador do transportador de dopamina): caro, útil em casos duvidosos. d) Pet Scan e) Biomarcadores: pouco utilizados na prática clínica. Tratamento: · Farmacológico: a) Primeira linha: L-dopa + inibidores da descarboxilase: benserazida, carbidopa (para dar tempo da L-dopa atravessar a BHE e se converter em dopa somente no cérebro + evitar os efeitos periféricos da dopamina: vômito, diarreia e sintomas gastrointestinais) b) Inibidores da MAO-B: selegilina, rasagilina c) Inibidores da COMT: tolcapone e entacapone d) Agonistas dopaminérgicos: 1- ergolínicos 2- não ergolínicos: pramipexole, rotigotina e) Amantadina · Sintomático: a) Antidepressivos: tricíclicos, ISRS, duais b) Antipsicóticos: quetiapina, clozapina e pimavanserina c) Inibidores da acetilcolinesterase: rivastigmina d) para Sintomas não motores: sialorréia, constipação, depressão, demência, distúrbios do sono (insônia/ DCS REM), hipotensão postural · Cirúrgico: eletro estimulação no núcleo subtalâmico e globo pálido interno · Não farmacológico: dieta saudável, laxante, não engordar, exercícios físicos, hidroterapia, dança, pintura, escultura, fisioterapia motora, fonoaudiologia Evolução e prognóstico: · Fase média para avançada: Nos primeiros 5 anos de L-dopa: fase de lua de mel, depois piora a resposta e aparecerem complicações do tto: discinesia (incômodo maior a quem vê, quase não incomoda o paciente), deterioração de fim de dose, distonia fim de dose e pico de dose, fenômeno ON-OFF/ freezing Resgate: gel de duodopa - intestinal por gastrostomia, apomorfina SC Fase final: apatia, acinesia, demência Pcte acamado TVP, TEP, Pneumonia aspirativa, escaras de decúbito, problemas cardiovasculares por disautonomia. Tremores · Parkinsoniano: pronação supinação, lento, em repouso, reemergente (após segundos em uma postura), treme o queixo · Essencial: rápido, flexão e extensão. Pico nos jovens e depois aos 60 anos, postural, hereditário autossômico dominante, responde ao álcool, muito influenciado pela emoção, responde a β-bloqueadores e primidona, treme a cabeça, quando assume uma postura · Cerebelar: intencional, final da ação/ movimento.
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