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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE – Prof. Livia Beatriz Aula 8 – George Kelly: Teoria Cognitiva da Personalidade George Kelly (1905-1967) • George Kelly nasceu no Kansas, Estados Unidos. Era filho único de uma família religiosa, que se preocupava em ajudar os desfavorecidos e eram contra entretenimentos, como dançar e jogar. • Sua educação foi irregular até os 13 anos e ministrada por professores e pelos seus pais. • Aos 13 anos vai para uma escola em Wichita e, depois desse evento, visitou poucas vezes os pais. • Em 1926 formou-se em física e matemática e foi aos poucos se interessando pelas ciências sociais. • Trabalhou como engenheiro e professor em uma Universidade, tornou-se mestre em sociologia educacional. • Na universidade não compreendia a teoria do comportamento e as relações entre estímulo (E) e resposta (R), e a Psicanálise freudiana era para ele uma construção absurda. Em vez de ver os seres humanos como sujeitos passivos à mercê das associações, reforços e punições que encontram em seu ambiente (behaviorismo), ou dos seus desejos inconscientes e experiências da infância (psicanálise), Kelly acreditava que as pessoas desempenham um papel ativo em como coletam e interpretam o conhecimento. • Em 1929 recebeu uma bolsa de estudos na Escócia e passou a se interessar por psicologia fisiológica e depois pela psicologia clínica. • Desenvolveu um serviço de psicologia clínica para as escolas públicas e na sua Universidade em Ohio. • Não estava comprometido com uma abordagem terapêutica específica, usava os métodos tradicionais e aqueles desenvolvidos por ele mesmo. • Suas experiências clínicas influenciaram a elaboração da sua teoria do constructo pessoal. • Não tratou de psicóticos graves em hospitais, nem neuróticos com problemas emocionais, mas dedicou-se aos estudantes e ao entendimento das habilidades cognitivas. • Na segunda guerra interrompeu as suas atividades e se alistou no exército. Passada a guerra lecionou na Universidade Ohio por 19 anos, foi convidado por Maslow para ocupar um novo lugar na Universidade de Brandeis, mas faleceu logo depois. Teoria do Constructo Pessoal • A premissa da teoria dos construtos pessoais de George Kelly afirmava que as pessoas nunca conhecem o mundo diretamente, mas apenas através de imagens que criam dele. • Dessa forma, ele concebe o ser humano como um cientista que constrói e modifica os seus conhecimentos e hipóteses de acordo com a sua experiência • Isso quer dizer que observamos os eventos da vida, fatos e dados da nossa experiência, e os interpretamos à nossa maneira. • A interpretação, explicação ou construção pessoal da experiência representa a nossa visão particular dos eventos. Construto • A vida é vista e percebida de um jeito particular, podemos dizer que cada pessoa enxerga as suas experiências a partir de um óculos e, a partir da coloração das suas lentes. • Um construto é uma hipótese intelectual elaborada para explicar e interpretar eventos. Assim como os cientistas, estamos constantemente testando hipóteses. Nos comportamos com a expectativa que nossos construtos vão prever e explicar a realidade do mundo. • Portanto, os construtos são os mapas mentais que temos da realidade, que funcionam a partir da elaboração de hipóteses testáveis. Portanto, para definir o que é algo, é necessário descobrir o que não é. Os construtos são bipolares ou dicotômicos. Alternativismo Construtivo • Podemos alterar e descartar construtos periodicamente, a cada situação, a revisão dos construtos é necessária e continua. Essa flexibilidade nos possibilita lidar com novas situações. Kelly chamou essa habilidade de alternativismo construtivo. • Ao longo das nossas vidas, realizamos “experimentos” que testam as nossas crenças, percepções e interpretações. Se essas experiências funcionarem, elas fortalecem as nossas crenças atuais. Quando isso não acontece, podemos mudar nossos pontos de vista • Quando as nossas previsões não se realizam, podemos seguir três caminhos: • Reconsiderar como e quando aplicarmos a construção. • Alterar a construção. • Abandoná-la completamente. Construto e Personalidade • Assim, nossos processos psicológicos são dirigidos pela maneira que antecipamos os eventos. A noção de construto é antecipatória, utilizamos construtos para prever o futuro, para termos alguma ideia das consequências das nossas ações, pela maneira que construímos o mundo. • Para Kelly a personalidade é um processo fluído, em movimento, determinada pelos processos psicológicos que são regidos pelos construtos. • Os construtos são intrinsecamente pessoais porque são baseados nas experiências de vida de cada pessoa. O sistema de crenças de cada um é único e é a natureza individual dessas experiências que forma as diferenças entre as pessoas. Corolários da Teoria do Construto Pessoal ou A “Teoria da Personalidade” – Kelly 1. Construção – A partir de eventos repetidos ou semelhantes prevemos ou tentamos antecipar o que experimentaremos no futuro. 2. Individualidade – As pessoas compreendem os eventos de formas diferentes. 3. Organização/hierarquização – Organizamos nossos construtos em padrões, de acordo com nossa visão de suas semelhanças e diferenças. 4. Dicotomia – Os construtos são bipolares: bom x mau, bonito x feio etc. 5. Escolha – Escolhemos para cada experiência a alternativa que nos parece melhor, que nos permite prever os resultados. 6. Extensão – Nossos construtos podem se aplicar a muitas situações ou pessoas, ou podem se aplicar a uma única pessoa ou situação. 7. Experiência – Testamos continuamente nossos construtos para testar sua validade. 8. Modulação – Podemos modificar os construtos em função de novas experiências. 9. Fragmentação – Podemos as vezes ter construtos contraditórios ou incoerentes na base do nosso sistema geral de construtos. 10. Similaridade – Os construtos são individuais, mas pessoas em grupos e culturas compatíveis podem apresentar construtos semelhantes. 11. Sociabilidade – Tentamos entender como as pessoas pensam e predizer o que farão, assim modificamos o nosso comportamento.
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