Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO DE ESTUDOS TÉCNICOS CRIANDO TALENTOS CURSO: Técnico De Enfermagem DISCIPLINA: Higiene e Profilaxia CARGA HORÁRIA TOTAL: 40 horas DOCENTE: Enfª Rosilda Silva Oliveira HIGIENE E PROFILAXIA Higiene – Em um sentindo mais simples é limpeza, asseio. Agora em uma forma mais abrangente é um conjunto de conhecimentos (métodos e técnicas de desinfecção, de esterilização, etc…). Que, quando aplicados, previnem contra doenças, promovendo o bem-estar físico e mental. Prolongando assim, a vida e conservando a saúde. A higiene (gr. hygieinós, pelo fr. hygiène) é então, uma prática de grande importância pelos benefícios proporcionados. No âmbito hospitalar, ela é considerada como um conjunto de procedimentos que tem a finalidade de assegurar a proteção e bem-estar físico e psicológico dos pacientes, evitando enfermidades. Profilaxia – Em um sentindo mais simples é a prevenção de doenças. Em uma forma mais complexa, podemos definir como a aplicação de métodos e técnicas, de forma individual e coletiva, com a intenção de manter e restaurar a saúde. A sua prática é feita por todos, que através do uso do conhecimento promovem a saúde, evitam doenças ou incapacidades. E também, claro, prolongam a vida pessoal ou alheia. A profilaxia tem como foco a prevenção de doença em nível populacional através de várias medidas. Que vão desde procedimentos mais simples, como o uso de medicamentos aos mais complexos. Um exemplo Um exemplo de profilaxia é a vacina, que faz o sistema imune reconhecer os elementos externos que podem atingi-lo. E assim, desencadeiam uma reação de defesa. A profilaxia (gr. prophýlaxis = precaução) é então, diversas medidas de como lavar as mãos, usos de antibióticos e medicamentos. http://www.tecnicoemenfermagem.net.br/definicao-de-saude/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Higiene http://pt.wikipedia.org/wiki/Profilaxia http://www.tecnicoemenfermagem.net.br/definicao-de-doenca/ Lembre-se Higiene e profilaxia têm como objetivos a conservação da saúde e prevenção de doenças. A evolução histórica da higiene Antes de falarmos sobre a evolução histórica da higiene, precisamos entender que os nossos hábitos de higiene como: tomar banho; escovar os dentes; utilizar o vaso sanitário e etc. Que são comuns e ao mesmo tempo fundamentais, já foram desconhecidos, no passado. E por esta razão muitas enfermidades, como a peste negra e tuberculose, tiveram surtos gigantescos. Outra situação interessante era que tomar banho em excesso, na idade média, tinha a fama de ser prejudicial a saúde. Sendo assim, o hábito era tomar dois ou três banhos ao ano. E quando a família decidia que deveriam tomar banho a organização funcionava da seguinte forma: O chefe da família tinha preferência em usar a água limpa; e assim seguia aos outros membros mãe e filhos; caso existisse um bebê, ele seria lavado por último na água que já deveria de estar imunda e completamente contaminada. No nosso país tivemos uma herança fantástica neste quesito! Os índios tomavam banho todos os dias e felizmente mantivemos isto até hoje. Desde o inicio do século XX, mais exatamente, tivemos uma importância mais focada para a higiene. Onde cientistas e empresas de cosméticos divulgam os benefícios deste e de outros diversos hábitos relacionados a higiene. A tecnologia começava a facilitar a vida das pessoas, afinal, agora o banheiro era dentro das residências. Atualmente pessoas ainda tomam banho em canais, águas de enchentes e isto é muito nocivo a saúde. Muitas doenças que insistem em reaparecer são originadas pela falta de higiene. Ainda hoje, maus hábitos na limpeza das mãos e ao consumo de água inadequada causam doenças como Hepatite A, etc. TIPOS DE HIGIENE NA SAÚDE Existem diversos tipos de higiene e é através dos bons hábitos que poderemos ter uma saúde excelente. Porém, é necessário termos alguns cuidados com o corpo, a mente, o trabalho e onde vivemos. Tipos de higiene Pessoal: é um conjunto de hábitos de limpeza que cada pessoa exerce no próprio corpo. Coletiva: é um conjunto de regras higiênicas estabelecidas pela sociedade às pessoas. Higiene física: É os cuidados que temos com o corpo. Esse tipo de higiene além da prevenção normal contra doenças tem a função de causarmos uma boa impressão aos outros, influenciando no relacionamento interpessoal.Os cuidados que devemos ter são: necessidades básicas de higiene física (banho, corte de unhas, escovar os dentes, etc.), dormir à noite por um período de uma média de 8 horas, fazer exercícios físicos e praticar esportes. Higiene bucal: Em prática é escovar os dentes pelo menos 3 vezes ao dia ou depois de cada refeição, usar fio dental e anticéptico bucal. Após a refeição teremos resíduos alimentares que se não forem escovados com regularidade, atraem micróbios que se transformam em ácido. Esse ácido agride o esmalte dos dentes criando as cáries. Quando aprofunda, provoca abcessos, dores de cabeça, a gengiva sangra, problemas no funcionamento dos pulmões, sistema nervoso, coluna vertebral, etc. Por isso, é essencial escovar e, claro, visitar regularmente o dentista. Assim teremos uma boa higiene bucal com um hálito agradável e sorriso saudável. As crianças abaixo de 12 anos devem tomar água potável fluoretada ou suplementos de flúor, se habitarem regiões onde não haja flúor na água. Higiene capilar: A higiene dos cabelos é importante para mantê-los saudáveis. Os xampus, são responsáveis por limpar os fios, retiram a oleosidade, suor, descamação, traços de poluição e outros produtos capilares. Higiene das mãos: Em 1846, Ignaz Semmelweis, reportou a redução de mortes maternas por infecção puerperal após a prática de higienização das mãos. Desde então, esse procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da disseminação de agentes infecciosos. A OMS dedica esforços na elaboração de diretrizes e estratégias visando à adesão à prática de higienização das mãos. O contato é a via de transmissão mais comum de germes através das mãos. A maioria são inofensivos, porém alguns provocam doenças, como por exemplo, constipações, gripes e diarreias. Lavar as mãos é a forma mais eficaz de diminuir a transmissão de uma infecção e proteger a todos. É importante que as crianças saibam os benefícios da lavagem e sobre os tipos de higiene para que vire hábito. Higiene genital: A higiene genital é fundamental a todos, porém principalmente para as mulheres. Ela devem preferir os sabonetes neutros e os absorventes precisam ser trocados regularmente; o uso de roupas íntimas apertadas deve ser evitado e dando preferência às de algodão mais folgadas e confortáveis; usar preservativos; deixar os pelos aparados; fazer uma limpeza correta ao urinar. Já nos homens, quando ainda são crianças devem aprender a realizar a limpeza da região o quanto antes. A falta ou precariedade de higiene no pênis pode causar infecções e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, assim como as mulheres deve-se aparar os pelos. Higiene alimentar: Segundo a Organização Mundial de Saúde, a higiene dos alimentos compreende: “Todas as medidas necessárias para garantir a inocuidade sanitária dos alimentos, mantendo as qualidades que lhes são próprias e com especial atenção para o conteúdo nutricional”. Os alimentos que consumimos precisam estar adequadamente higienizados para não tenhamos problemas posteriores com, por exemplo, verminoses. https://en.wikipedia.org/wiki/Ignaz_Semmelweis Afim de manter a higiene alimentar de forma correta é importante lavar bem as frutas e verduras, conservar os alimentos em recipientes tampados, conferir os prazos de validades antes da compra, não consumir nenhum tipo de alimento estragado ou mal cozido. Com estes simples atos estamos cuidando de nossa saúde e prevenindo doenças. Alimentos vendidos nas ruas, não possuem uma higienecorreta na maioria HIGIENE DA HABITAÇÃO Precisamos ter o atendimento dos serviços básicos de saneamento: abastecimento de água, coleta de lixo e rede de esgotos. Além disso, precisamos realizar cuidados que depende de nós para se ter uma correta higiene da habitação. O saneamento básico é um conceito que está relacionado com o controle e distribuição dos recursos básicos: Abastecimento, tratamento e distribuição de água, esgoto sanitário, coleta e destino adequado do lixo, limpeza pública) No Brasil, o saneamento básico é definido pela Lei nº. 11.445/2007, sendo um direito assegurado pela Constituição a partir de investimentos públicos na área. Tendo em conta o bem-estar físico, mental ou social da população. A falta de saneamento básico pode gerar inúmeros problemas de saúde. TRATAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA O tratamento da água destinada ao consumo humano tem a finalidade básica de torná-la segura do ponto de vista de potabilidade, ou seja, tratamento da água tem a finalidade de eliminar as impurezas prejudiciais e nocivas à saúde. A ingestão de água que contém substâncias ou organismos patogênicos pode desencadear uma série de problemas, que, na maioria das vezes, resultam em casos de diarreia. Uma das principais doenças relacionadas com a ingestão de água contaminada é a amebíase, causada pela Entamoeba histolytica. A amebíase é uma infecção parasitária que acomete o intestino. Mais comum em áreas tropicais com más condições de saneamento. Ela é disseminada pela ingestão de alimentos crus, como frutas, que podem ter sido lavados com água local contaminada. https://brasilescola.uol.com.br/doencas/amebiase.htm COLETA DE LIXO A coleta de lixo nas cidades é um serviço público a cargo das prefeituras municipais ou de empresas especializadas contratadas para essa finalidade. Em regiões onde há deficiências na coleta de lixo, as crianças tem 40% a mais de chance de apresentar diarreias e doenças parasitárias e/ou dermatológicas. O acesso aos serviços de coleta de lixo e a disposição final dos resíduos, é fundamental para a saúde pública e a preservação do meio ambiente, pois com a melhoria da disposição, ocorre uma diminuição das endemias e da contaminação do solo. A transmissão de doenças pelo lixo ocorre principalmente devido à grande quantidade de animais atraídos pelo lixo (moscas, mosquitos, baratas, ratos, porcos) e também pela dificuldade de higiene nos espaços de triagem do lixo. Algumas das principais doenças relacionadas ao lixo são as salmoneloses, chegueloses, doenças que causam diarreia, parasitoses e endoparasitoses causadas por vermes como giárdia e ameba. Leptospirose: Causada pela bactéria Leptospira presente na urina de ratos. Geralmente a contaminação se dá no período de enchentes onde a urina se mistura na água, o contágio se dá pelo contato, principalmente se a pessoa tiver algum arranhão ou corte. Os principais sintomas são parecidos com os da gripe: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas, daí o apelido da doença ser amarelão) A melhor forma de combate é o diagnóstico precoce e o tratamento é basicamente feito com antibióticos. REDE DE ESGOTOS Em uma cidade urbanizada, é fundamental o serviço de rede de esgoto. Afinal, a coleta dos dejetos vindos de banheiros, lavatórios, pias e lavanderias das residências, além de evitar a contaminação da água subterrânea, poupa-nos de doenças como cólera, hepatite e leptospirose. Aliás, essa rede quando bem construída, melhora a saúde da comunidade, trazendo soluções sanitárias e ambientais. Em muitos lugares do Brasil a situação ainda é crítica, infelizmente, mais de 100 milhões de brasileiros ainda não possuem serviços de coleta de esgoto e tratamento de água, esse cenário é uma ameaça para qualidade de vida da população. Em muitas localidades, esgotos correm a céu aberto gerando grandes preocupações quanto a saúde pública. E isso não só na periferia, mas também nos grandes centros devido à industrialização. Para se ter uma ideia, apenas 44,92% dos esgotos em todo o país passam por tratamento. Na prática, significa que 55% desses resíduos de água contaminada são lançados diretamente na natureza, principalmente nos rios e nas águas do mar. O acesso ao saneamento básico, em especial aos serviços de coleta e tratamento de esgoto, é urgente para diminuirmos o número de internações por diarreia no país. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1,5 milhão de crianças menores de 5 anos acabam morrendo por causa da doença relacionadas à falta de esgotamento sanitário. BRASIL: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO Com praticamente 100% de esgoto tratado, Uberlândia e Uberaba, os dois municípios mais populosos do Triângulo Mineiro, oeste de Minas Gerais, se destacam entre as dez cidades com melhor saneamento básico do país. Em Uberaba, de acordo o DataSUS, apenas um caso de leptospirose foi notificado entre 2015 e 2017, número considerado extremamente baixo para uma cidade de 325 mil habitantes. Um único caso de hepatite A foi registrado em Uberlândia, no ano passado, contra quatro casos em 2015, segundo estatísticas da Secretaria Municipal de Saúde. HIGIENE AMBIENTAL Esta relacionada a nossa vida e a natureza. Devemos cultivar alguns hábitos como: não jogar lixo no chão e/ou nos rios, colocando-os sempre nas lixeiras corretas; não deixar água parada em vasos, garrafas e pneus velhos; abrir as janelas para gerar uma circulação de ar, manter limpos os ambientes; não destruir a natureza. HIGIENE HOSPITALAR Através da higienização, daremos aos clientes um ambiente limpo e esteticamente organizado, livre de mau odor, visando conforto e segurança. Assim, reduz a carga contaminante das superfícies, evita a disseminação de microrganismos entrando na categoria de tipos de higiene. Através desta adoção de medidas de controle, preservamos a saúde ocupacional e o meio ambiente. Há três tipos de limpezas hospitalares: concorrente, terminal e de manutenção. A limpeza concorrente é aquela realizada enquanto o paciente encontra-se nas dependências da instituição. Onde o funcionário retira o lixo e os resíduos, recolhe a roupa suja e outros materiais, como jornais e revistas. A limpeza terminal é realizada após a saída do paciente, seja por alta, óbito ou transferência. Esta compreende a limpeza das superfícies, sejam elas verticais ou horizontais, e a desinfecção do mobiliário. E a limpeza de manutenção, tem o objetivo de manter a limpeza nos intervalos entre as limpezas concorrentes ou terminais. Neste caso, deve-se estar atento à reposição de materiais, recolhimento de resíduos, manutenção das superfícies limpas e secas etc. ANTISSEPSIA X ASSEPSIA, DESINFECÇÃO: CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES Alguns conceitos importantes referenciados pelo Ministério da Saúde – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA: Antissepsia consiste na utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos) sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-organismos em sua superfície. (ANVISA). Os conceitos parecem simples, mas se pararmos para pensar nas atividades desenvolvidas no dia-a-dia com nossos pacientes percebemos em quais a antissepsia precisa estar presente. Vários são os produtos utilizados, dentre eles destacamos o iodo povidona PVPI, o qual é muito utilizado na antissepsia e degermação. Porém, os diferentes tipos de PVPI são utilizados em diferentes superfícies, e, portanto, vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles? PVPI aquoso: Composto orgânico de iodo, não age na presença de materiais orgânicos e eleva o nível sérico de iodo; PVPI degermante: Utilizado somente em pele íntegra, com a finalidade de remover sujidade e reduzir a flora transitória e residente. Deve serretirado após o uso. Tem indicação também na degermação da pele, mãos, área cirúrgica e procedimentos invasivos. PVPI alcoólico: Indicado para uso em pele íntegra, após degermação das mãos, com a finalidade de fazer luva química e demarcar a área operatória, reduzindo a flora da pele; Observe a relação de alguns procedimentos em que a antissepsia é muito importante. PROCEDIMENTOS Antissepsia da mucosa Antissepsia das mucosas bucal, ocular, vaginal e intestinal, ou dos locais em que pode haver lesão. SOLUÇÃO UTILIZADA: PVPI AQUOSO PROCEDIMENTOS Remoção de sujidade e redução da flora residual e transitória: Degermação da pele, principalmente na área cirúrgica e procedimentos invasivos. Deve ser retirado após o uso. SOLUÇÃO UTILIZADA: PVPI DEGERMANTE. PROCEDIMENTOS Cuidados pré-operatórios: Luva química, antissepsia de campo operatório após PVPI degermante, demarcação da área cirúrgica. SOLUÇÃO UTILIZADA: PVPI ALCOÓLICO Como vimos anteriormente, o PVPI degermante é muito utilizado como antisséptico dergemante. Lembre-se, de que é utilizado somente em pele íntegra, antes de procedimentos invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual de 2 a 3 horas. Convém lembrar que o antisséptico clorexidine aquoso faz a antissepsia, antes de procedimentos invasivos, com um tempo de ação residual de 5 a 6 horas. Já o álcool a 70% glicerinado tem ação imediata e faz a antissepsia de procedimentos que não necessitam de efeito residual por serem de curta duração. A antissepsia das mãos: em unidades de terapia intensiva, berçário de alto risco, unidades de transplantes, hematologia e na realização de pré e de pós-procedimentos e exames invasivos deve ser realizada utilizando-se a mesma técnica de lavagem das mãos, incluindo os antebraços, porém, usando os antissépticos acima citados. Ao utilizar PVPI ou clorexidine não utilizar álcool a 70% imediatamente após, pois este inativa a ação residual dos mesmos. O uso do PVPI é contraindicado em recém-natos e grandes queimados devido a sua absorção transcutânea de iodo, podendo acarretar hipertireoidismo. A clorexidine deve ser utilizada em caso de pacientes ou funcionários alérgicos ao iodo. Assepsia: “conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de micro- organismos em local que não os continha” (MS). Conforme a definição, a prática da assepsia se utiliza de meios apropriados para impedir a introdução de micro-organismos no organismo. Ela difere da antissepsia, pelo fato de não empregar agentes terapêuticos. Neste contexto, os profissionais de saúde utilizam medidas de assepsia para evitar, direta ou indiretamente, a transmissão de micro-organismos. Vejamos, então, algumas medidas assépticas importantes nas nossas atividades diárias: • Usar meios assépticos para manuseio de alimentos, pratos e utensílios usados na alimentação; • Utilizar técnicas rigorosas para lavagem das mãos e higiene pessoal meticulosa; • Cozinhar e armazenar adequadamente os alimentos; • Usar adequadamente os equipamentos descartáveis; • Desinfectar a unidade do paciente, após a alta; • Usar máscaras, luvas, aventais etc., nas áreas de isolamento; • Limpar e esterilizar adequadamente os equipamentos hospitalares; • Descartar adequadamente os resíduos hospitalares e os materiais contaminados etc. Podemos agora acrescentar a estas duas primeiras definições outra prática na nossa rotina: Degermação: “é a remoção de sujidades, detritos, impurezas e microbiota transitória da pele através do uso de sabão e detergentes sintéticos.” (MS). Muito utilizado na degermação é o PVPI, usado apenas em pele íntegra, antes de procedimentos invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual de 2 a 3 horas. Desinfecção: “destruição de agentes infecciosos que se encontram fora do corpo, por meio de exposição direta a agentes químicos ou físicos”. (MS). A desinfecção pode ser concorrente quando “a aplicação de medidas desinfectantes ocorre o mais rápido possível, após a expulsão de material infeccioso do organismo de uma pessoa infectada, ou depois que a mesma tenha se contaminado com o referido material”. (MS). Portanto, de acordo com esses conceitos, você pode verificar que a desinfecção reduz ao mínimo o contato dos indivíduos com materiais ou objetos infectados. Pode ainda ser desinfecção terminal “desinfecção feita no local em que esteve um caso clínico ou portador, ocorrendo, portanto, depois que a fonte primária de infecção deixou de existir (por morte ou por ter se curado), ou depois que ela abandonou o local”. (MS). • Álcool a 70% (etílico e isopropílico) e bactericida viruscida, tuberculocida não destrói esporos bacterianos. O nível de desinfecção desse produto é médio e baixo; é inflamável e deve ser estocado em área fresca e ventilada; é volátil, evaporando facilmente. Faz-se necessária a imersão do artigo (pinças, tesouras etc.), para que se alcance tempo maior de contato. Considere- se, ainda, que este produto tem efeitos desfavoráveis, deformando e endurecendo materiais de borracha e alguns plásticos. O álcool a 70% faz a desinfecção de superfície contaminada, dependendo de seu uso após limpeza e fricção por 3 vezes consecutivas. Quaternário de amônio (composto de 1ª, 2ª e 3ª gerações, é bactericida, viruscida (para vírus lipofílicos) e fungicida; não é tuberculocida; elimina o vírus HIV 1 (AIDS); herpes simples 1 e 2 segundo estudos feitos pela Eviroment Protection Agency (EPA). Confere desinfecção de baixo nível e é basicamente indicado para fazer sanitarização de artigos não críticos (comadres, potes plásticos). Hipoclorito líquido (hipoclorito de sódio); sólido (hipoclorito de cálcio) dicloroiso, cianureto de cálcio, tem ação bactericida, viruscida, fungicida, tuberculocida, destrói alguns esporos. Possui desinfecção de alto, médio e baixo níveis de acordo com a concentração e tempo de contato. Deve ser estocado em recipientes plásticos opacos e fechados. Indicado pela vigilância como único desinfectante. Agora veja qual o produto que faltou ser ofertado. Pois é o mais simples, água + sabão para limpeza e remoção de sujidades em varredura úmida. Deixo para reflexão a importância da adoção das medidas de assepsia, antissepsia e desinfecção em suas ações para um melhor atendimento aos clientes e sua segurança pessoal. CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO A Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É na CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares. A CME pode ser de três tipos, de acordo com sua dinâmica de funcionamento: Descentralizada : utilizada até o final da década de 40, neste tipo de central cada unidade ou conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza; Semi-centralizada : teve início na década de 50, cada unidade prepara seus materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um único local; Centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital são processados no mesmo local, ou seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na CME. A CME centralizada apresenta inúmeras vantagens, das quais podem-se destacar: a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes. OBJETIVOS DA ENFERMAGEM EM CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO O serviço de Enfermagem em Central de Material acredita na segurança da Esterilização como garantia de bom atendimento aos pacientes. SETORES DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Expurgo http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/expurg1.htm Preparo de Materiais Preparo de Instrumentais Cirúrgicos Esterilização Montagem de carrospara cirurgia Distribuição de materiais esterilizados ESTERILIZAÇÃO DE INSTRUMENTAIS DE MANICURE/PEDICURE Os instrumentais de uso em manicure e pedicure requerem esterilização devido ao risco que oferecem aos usuários de transmitirem doenças por meio de perfuração ou corte nos casos de acidentes com os materiais, pois, na maioria dos locais, os clientes não têm o hábito de levar consigo seus próprios instrumentos. Nestes estabelecimentos podem ser utilizadas pequenas autoclaves para a esterilização. Estes equipamentos são de tamanho bem reduzido, ideais para esterilização de quantidade pequena de material, como é o caso de salões de manicure e pedicure, consultórios médicos e odontológicos, pequenos centros de saúde e outros. Eles esterilizam a uma temperatura de 134 o C em 12 minutos (ciclo total de esterilização). Outra opção de esterilização são as estufas – uso do calor seco. Neste tipo de esterilização, deve-se utilizar o tempo de 2 horas a 160 o C, para se atingir o vírus da hepatite e o HIV. Outro cuidado importante é o de não abrir a porta da estufa durante a esterilização. Pode-se ainda, em locais de poucos recursos, utilizar-se o método de esterilização com o uso da panela de pressão. Este método, embora não esterilize grande quantidade de material, segue os princípios da esterilização por autoclave, é eficiente e simples, podendo ser realizada até mesmo no domicílio. Comumente tem-se observado o uso de câmaras de luz ultravioleta. Este método utiliza radiação não-ionizante, é utilizada em algumas unidades de saúde, mas apresenta alguns inconvenientes como: http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/preparo1.htm http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/preparo2.htm http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/esteril1.htm http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/carros1.htm http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/distrib1.htm não tem poder de penetração no material; só age sobre superfícies onde os raios incidem; não atravessa tecidos, líquidos, vidros, nem qualquer tipo de matéria orgânica. A eficácia e uso da radiação ultravioleta depende de muitos fatores, dentre eles a presença de matéria orgânica, o tipo de microrganismo presente, a intensidade da radiação, a sujidade na superfície do material. Convém aqui salientar que alguns estudos relatam que o vírus da imunodeficiência humana (HIV) é resistente à luz ultravioleta em doses muito mais altas do que a comumente utilizada em laboratórios, consultórios e salões de manicure e pedicure. Sendo assim, a radiação ultravioleta não é considerada um processo de esterilização. Cuidados importantes: Uma etapa IMPORTANTÍSSIMA que antecede a esterilização é a limpeza do material. Esta etapa deve ser muito bem realizada para que a eficácia da esterilização seja garantida. A limpeza deve ser feita com o uso de detergente neutro e uma escova (pode ser uma escova de dente) e deve-se atentar para os locais onde se acumula sujidade. Em casos excepcionais, onde não é possível a esterilização dos materiais por nenhuma das formas acima descritas, pode se fazer uma desinfecção dos instrumentais da seguinte maneira: primeiramente realiza-se uma boa limpeza do instrumental, feito isso, fricciona-se álcool a 70 o no material por três vezes. Mesmo sendo possível a utilização dos métodos descritos, recomenda-se que cada cliente tenha seu instrumento, leve-o para a manicure ou pedicure quando for necessário seu uso e faça a limpeza de seu material com detergente e escova sempre que este for utilizado. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo engloba a higienização simples, a higienização antiséptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante. As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados. A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele. A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma solução anti-séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus. Os patógenos hospitalares mais relevantes são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e leveduras do gênero Candida. As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente são causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos, tais como S. aureus e S. epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina; Enterococcus spp., resistentes a vancomicina; Enterobacteriaceae, resistentes a cefalosporinas de 3ª geração e Pseudomonas aeruginosa, resistentes a carbapenêmicos. As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos. PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS? A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: • Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato. • Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas. QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS? Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. COMO FAZER? QUANDO FAZER? As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: USO DE ÁGUA E SABÃO Indicação • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições. •Antes de preparo de alimentos. •Antes de preparo e manipulação de medicamentos. USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Indicação Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: Antes de contato com o paciente Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. Após contato com o paciente Objetivo: proteção do profissional e das superfíciese objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos. Após risco de exposição a fluidos corporais Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo. Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular. Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequência: sítio menos contaminado para o mais contaminado. Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa. Antes e após remoção de luvas Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos. Outros procedimentos Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril. Lembre-se: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos! USO DE ANTI-SÉPTICOS Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele. Indicação: Higienização anti-séptica das mãos. Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. Degermação da pele : No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em: • Higienização simples das mãos. • Higienização anti-séptica das mãos. • Fricção de anti-séptico nas mãos. • Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. IMPORTANTE Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar joias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos. HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS Finalidade Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. IMPORTANTE No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha. • O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana. • Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o ressecamento da pele. HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS Finalidade Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um anti-séptico. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. Técnica A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante. FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS (COM PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS) Finalidade Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos. IMPORTANTE • Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica. • Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente (sem utilização de papel-toalha). ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS Finalidade Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal. Para este procedimento, recomenda-se: Anti-sepsia cirúrgica das mãos e antebraços com anti-séptico degermante. Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subseqüentes (sempre seguir o tempo de duração recomendado pelo fabricante). HIGIENE DO PACIENTE HOSPITALIZADO Esta atividade está inserida em tipos de higiene e tem uma importância na recuperação do paciente para prevenir doenças. Na higiene oral devemos manter a boca, bochechas, língua e gengivas limpas, para prevenir cáries, gengivite, periodontite, halitose, etc. É necessário explicar ao paciente o procedimento, coloque-o em uma posição confortável, elevando a cabeceira. Caso o paciente for inconsciente coloque-o em decúbito lateral, abra a boca com o auxílio de uma espátula. Use uma escova de dentes ou uma espátula com gazes com antisséptico bucal ou creme dental para a higiene. Enxague a boca do paciente se não tiver usado solução anti-séptica. Lembre-se de relatar qualquer alteração na cavidade bucal. Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional luvas de procedimento e máscara facial. Na higiene corporal o banho assegura ao paciente o bem estar, auto estima e estimula a circulação sanguínea. A água deve estar em temperatura agradável e após o banho o profissional deve retirar todo o sabão enxaguando-o. Em seguida, seque completamente o corpo, principalmente nas regiões genitais, proporcionando a maior privacidade possível ao paciente. Existem alguns tipos de banhos: Banho de aspersão (banho de chuveiro); banho de imersão (banho na banheira); banho de ablução (jogando águas sobre o corpo); e banho no leito (usado para pacientes acamados ou em repouso absoluto). Na realização deste procedimento deve ser utilizado luvas de procedimento e avental. Na higiene dos cabelos e couro cabeludo acontece o conforto do paciente. Use água morna em uma bacia, massageie o cabelo com xampu,repita, tomando cuidado para não ir espuma nos olhos. Enxague com água morna até a retirada total do xampu e condicionador. Seque bem e penteie. Anote o procedimento realizado no prontuário do paciente, registrando o aspecto do couro cabeludo. Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional luvas de procedimento e avental. Na higiene com unhas é evitado o acumulo de microrganismos que podem originar uma infecção e odores. Devemos manter as unhas dos pés e mãos do paciente sempre aparadas e limpas, evitando assim que microrganismos se acumulem. Na higiene íntima elimina-se odores, previne infecções e proliferação de fungos. Quando o paciente não consegue realizar a higiene, explique o procedimento e de privacidade com biombo ou feche a porta. Como regras básicas podemos definir que: Não espirrar, tossir, falar ou soprar sobre as matérias-primas, produtos ou material utilizado é enquadrado como tipos de higiene; Não mexer na cabeça, nariz, orelhas ou boca enquanto se manipulam alimentos; Manter os locais de trabalho sempre limpos e arrumados; Não tocar com os dedos no interior dos pratos onde vão ser servidos os alimentos; Não limpar as mãos à roupa; Não deve provar os alimentos com o dedo; Não roer as unhas; Manter as unhas curtas, limpas. Conheça algumas doenças resultantes da ausência de higiene: Cólera, Dermatoses, Parasitas do couro cabeludo, Febre Tifoide e Esquistossomose. E como objetivos gerais para os tipos de higiene, temos: Promover a saúde (física, mental e social); Prevenir doenças; Prolongar a vida; HIGIENE ÍNTIMA NO PACIENTE Antes de falarmos dos procedimentos para higiene íntima no paciente, é importante relatarmos que o banho é uma atividade normal nas rotinas hospitalares, pois, além da remoção de sujidades que podem causar infecções ele transmite a sensação de bem-estar e conforto aos indivíduos. Oferecendo assim, uma melhora biofuncional e fortalecendo a autoimagem… que convenhamos, é extremamente importante para os que estão em situação vulnerável. Todavia é necessário salientar que essa atividade precisa ser avaliada com cuidado e planejada corretamente pela enfermagem para não causar mais danos à saúde dos pacientes. A pergunta para ajudar a evitar estes danos é: qual sua situação clínica? Porque, em algumas situações de gravidade, a higienização completa não é aconselhada.No caso de cirurgias cardíacas, por exemplo, não é recomendado nas primeiras quatro horas após o procedimento. Algumas UTIs modernas possuem banheiro com chuveiro, para que o próprio paciente, se possível, possa tomar banho com privacidade, em pé ou sentado. Um fato interessante é o tipo de sabonete, pois o pH deve estar de acordo com a pele para não retirar a proteção natural e abrir caminho para infecções. Indicamos os sabonetes neutros líquidos ou toalhas com soluções umectantes. Banho não é apenas uma atividade para higiene, mas também uma ação terapêutica que estimula a circulação sanguínea, substituindo as atividades físicas. Você sabia que: A higiene íntima deve ser realizada sempre após o ato de urinar ou evacuar. Caso os pelos estejam grandes ou muito volumosos, devem ser aparados para facilitar a limpeza. Deve secar cuidadosamente, evitando assim irritações, prurido e umidade, que podem contribuir para o aparecimento de lesões ou assaduras. Se o paciente realizar ou auxiliar em sua higiene íntima, deve-se lavar as mãos dele ao término do procedimento. Higiene oral no paciente Para definirmos uma excelente higiene oral no paciente devemos pensar em limpeza diária, no conforto e na umidificação das estruturas da boca. E por que devemos pensar nisso? Porque comumente percebemos que os doentes (hospitais ou instituições de cuidados), não recebem o cuidado diário de que necessitam. https://pt.wikipedia.org/wiki/PH Claro que sabemos que a frequência e os tipos de cuidados depende da condição da cavidade oral de cada indivíduo, mas é imprescindível que o procedimento seja regular de no mínimo 2-3 vezes ao dia. SÍNDROME DE FOURNIER: CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO A síndrome de Fournier é uma doença infeciosa grave rara, de rápida progressão, que atinge a região genital e áreas adjacentes. Provoca uma intensa e profunda destruição dos tecidos e a morte das células (necrose ou morte dos tecidos), com sintomas semelhantes aos da gangrena (morte de tecido por falta de irrigação sanguínea e consequente falta de oxigénio). A síndrome de Fournier tem cura e não é uma patologia contagiosa. A predisposição à doença está associada a estados de imunossupressão, doenças crónicas, alcoolismo, senilidade, obesidade, anormalidades no sistema urológico e doenças colo-retais (Guimarães,1995). SÍNDROME DE FOURNIER CAUSAS As causas da síndrome de Fournier ainda não são totalmente conhecidas, mas a doença está relaciona com o desenvolvimento de bactérias E. Coli e outros microorganismos nos tecidos da zona íntima. SINTOMAS Dor intensa e constante; Odor pestilento; Inchaço da região genital; Secreção fluída e de cor castanha; Febre alta; Cansaço excessivo; Calafrios; Náuseas; Vómitos; Pele da região íntima vermelha que depois evolui para escurecida. A síndrome de Fournier é mais comum em homens mas também afeta mulheres. Os idosos e as crianças são mais afetados devido ao sistema imunológico mais fraco o que favorece a infeção e a rápida multiplicação microbiana. FATORES DE RISCO Falta de higiene íntima; Pregas de pele que alojam as bactérias que penetram após pequenos traumas; Diabetes mellitus; Obesidade mórbida; Baixa vascularização e trombose nos vasos sanguíneos da região genital; Pancada com formação de hematoma; Pequenas infeções; Doenças malignas como cancro; Cirrose; Alcoolismo; Uso abusivo de drogas. A utilização excessiva de antibióticos contribui para o aumento de casos da doença. DIAGNÓSTICO O diagnóstico precoce da síndrome de Fournier é o factor que mais contribui para a diminuição da mortalidade associada à doença. Podem ser utilizadas várias técnicas de diagnóstico: Análise da história clínica do doente para avaliação de fatores de risco; Exames laboratoriais (hemograma completo, glicemia e creatinina); Ecografia de tecidos moles; Tomografia computadorizada; Ressonância magnética. TRATAMENTO Após diagnóstico, o doente fica internado. Normalmente, toma antibióticos orais ou por via endovenosa (que permite a aplicação da medicação diretamente na corrente sanguínea) para combater as bactérias e microorganismos. O tecido morto é removido cirurgircamente, a zona afetada limpa e recolhida uma amostra para análise laboratorial (biopsia). A segunda parte do tratamento consiste no suporte nutricional e nos cuidados com a limpeza, desinfeção e cicatrização da ferida. Quando é necessário remover uma grande superfície de pele e tecido necrosado, o doente fica mais tempo internado. Também pode ser necessário realizar cirurgia reconstrutiva. Por ser uma doença mutiladora, síndrome de Fournier afeta profundamente a auto- imagem, resultando em sentimento de perda, medo e insegurança. Alguns doentes são acompanhados por psicologia para superar os traumas da patologia, aceitar as alterações físicas e obter informação sobre a prevenção de trauma e proteção para evitar a reinfecção. HIGIENE NO TRABALHO A Higiene do Trabalho ou Higiene Ocupacional na saúde atua visando a prevenção da doença ocupacional, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e o controle dos agentes ambientais. https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_ocupacional Em uma forma mais ampla, é o conjunto de medidas preventivas para proteger o trabalhador que se originam do trabalho; a eliminação dos agentes nocivos em relação ao trabalhadorconstitui o objeto principal da higiene ocupacional. As medidas são sempre voltadas para o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e tensões originados do, ou, no local de trabalho que possam causar doença, comprometimento da saúde e do bem-estar ou significativo desconforto e ineficiência entre os trabalhadores. Além disso, uma das atividades da higiene do trabalho é a análise ergonômica do ambiente de trabalho. Não apenas para identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e no pagamento de adicional de insalubridade/periculosidade, mas para eliminação ou controle desses riscos e para a redução da falta por motivos de doença. A capacidade analítica desenvolvida nesse esforço permite ir além, na forma de identificação e proposição de mudanças no ambiente e organização do trabalho que geraria aumento da produtividade, e da motivação e satisfação do trabalhador que resultaria na redução de outros tipos de absenteísmo que não relacionado às doenças. Algumas medidas preventivas: Auditorias de Higiene do Trabalho Acompanhamento Técnico Avaliações Qualitativas e Quantitativas dos Riscos Ambientais Reconheça os riscos na higiene ocupacional Físicos (formas de energia perceptíveis ao sentido humano) Temperatura (calor e frio) Ruídos https://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia http://www.dprotecao.com.br/wp-content/uploads/2011/01/91.jpg http://www.dprotecao.com.br/wp-content/uploads/2011/01/91.jpg Vibrações Radiações Ionizantes e Não Ionizantes Umidade Pressões anormais Químicos (substâncias químicas que estão presentes no ambiente são classificados em gases, vapores e aerodispersóides; podemos entender os agentes químicos como todas as substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o servidor): Poeiras, Vapores, Gases, Névoas, Neblinas, Fumo, Fibras. Biológicos (são os agentes que se apresentam na forma de microrganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas, que podem penetrar no corpo humano através da pele, mucosas, por ingestão ou por via respiratória; agentes estes que os servidores estão de forma habitual ou permanente em contato): Bactérias, Fungos, Parasitas, Bacilos, Protozoários, Vírus. Ergonômicos (Agentes ergonômicos são os que fazem a relação direta homem x postos de trabalho e que possam interferir negativamente nos trabalhadores.) Esforço físico intenso Levantamento e transporte manual de peso Exigência de postura inadequada Controle rígido de produtividade Imposição de ritmos excessivos Jornadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Acidentes (Situações da estrutura física que influenciam na ocorrência e/ou que poderão contribuir.) Arranjo físico inadequado Máquinas e equipamentos sem proteção Ferramentas inadequadas ou defeituosas Iluminação inadequada Eletricidade Probabilidade de incêndio ou explosão Armazenamento inadequado Animais peçonhentos Mecânico ( estudos têm demonstrado os acidentes de natureza mecânica que ocorrem com pacientes (escorregões e quedas quando tentam fazer uso de sanitários e durante o banho), quando se movimentam em macas cujo centro de gravidade foi inadequadamente dimensionado e mesmo com funcionários que, na tentativa de movimentar ou posicionar pacientes, passam a sofrer de problemas relativos à coluna vertebral. ) Um deles mostra que, nos EUA 10% das ações legais que representaram custos para os hospitais, durante um período de 3 anos (1975 a 1978), envolveram quedas. Outro estudo mostrou que, de 875 reivindicações por parte de pacientes, durante um período de 4,5 anos, 20% foram devidas a quedas e escorregões. Há ainda os casos de crianças lesadas por ficarem presas às grades de berços ou sofrerem quedas de incubadoras. Outros casos descrevem quedas de monitores fisiológicos sobre pacientes acamados, lesões associadas a procedimentos de anestesia, como quebra de dentes e cordas vocais durante a intubação de pacientes O que diz na lei? Segundo a lei LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977, citamos os artigos 157 e 158 Cabe às empresas: I – Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.514-1977?OpenDocument II – Instruir empregados, através de ordens de serviço, quanto às preocupações a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III – Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Cabe aos empregados: I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. (BRASIL, 1997) Entre as finalidades da higiene do trabalho, destacam-se: Eliminação das causas das doenças Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos Prevenção do agravamento de doenças e de lesões Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho A higiene do trabalho refere-se a um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. (CHIAVENATO, 1995, p. 425). Verdadeiras epidemias silenciosas As doenças ocupacionais, que constituem uma das grandes “epidemias silenciosas”, incapacitam e matam trabalhadores, a cada dia, em todo o mundo, muitas vezes de maneira insidiosa e sem que o nexo causal seja estabelecido, por razões que incluem falta de atendimento médico, diagnósticos incorretos e, em alguns casos, períodos de latência muito longos. Problemas graves, como câncer e disrupção endócrina podem ter origem ocupacional. É possível encontrar muitos agentes cancerígenos em ambientes de trabalho, por exemplo, amianto, arsênico, benzeno, cádmio, formaldeído, compostos de níquel, certos óleos minerais e pós de certas madeiras duras, entre outros. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada ano, infortúnios ocupacionais matam mais de 2,3 milhões de pessoas; quanto às doenças ocupacionais, ocorrem perto de 160 milhões de novos casos. Entretanto, a atenção que recebem, por exemplo, de agências internacionais e nacionais, de governos e da mídia, de empresários e de trabalhadores, não está de acordo com sua magnitude e impacto humano, social e econômico. Além disso, mesmo havendo percepção e aceitação dos riscos e da necessidade de preveni-los, resta o obstáculo da escassez de profissionais competentes nessa área. É impossível resolver o problema das doenças ocupacionais sem praticar a prevenção primária de riscos nos locais de trabalho, que é justamente o objetivo final da Higiene Ocupacional. O impacto positivo da prática da Higiene Ocupacional, não só quanto à saúde dos trabalhadores, mas também quanto à proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e globalização decente, ainda não foi inteiramente percebido por todos os tomadores de decisão. Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável A Higiene Ocupacional, se bem praticada, pode contribuir consideravelmente para a proteção do meio ambiente. Por exemplo, se um produto químico tóxico for eliminado de um processo de trabalho, ou utilizadocom rigoroso controle, não afetará nem a saúde dos trabalhadores nem o meio ambiente e os recursos naturais. Portanto, a boa prática da Higiene Ocupacional contribui para um desenvolvimento econômico, social e sustentável. Reconhecimento da Higiene Ocupacional A Higiene Ocupacional como ciência praticada profissionalmente foi reconhecida oficialmente no Brasil, em agosto de 2014, graças à sua inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). No Brasil, a Norma Regulamentadora NR-9 do Ministério do Trabalho e Emprego – que requer que os locais de trabalho tenham um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) existe há muito tempo, exigindo competências de uma especialidade que oficialmente não existe. O resultado desastroso dessa situação paradoxal tem sido o desvirtuamento do PPRA que, em vez de um programa abrangente, eficaz e sustentável de prevenção, em muitos casos, se resume a um simples laudo enumerando problemas sem dar soluções; também ocorre que riscos importantes não são sequer mencionados. A falta de profissionais competentes tem contribuído para essa situação. Esse é apenas um exemplo, pois outras Normas também exigem, para sua correta aplicação, conhecimentos de Higiene Ocupacional. Alguns cuidados a empresa: Exame médico ao trabalhador no momento da admissão Exames periódicos http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.htm http://www.apsbr.com.br/br/pagina/?id=21/ppra.html http://www.apsbr.com.br/br/pagina/?id=21/ppra.html Exames ocasionais Ter em conta os possíveis riscos que possam surgir na empresa e proteger os seus trabalhadores Caso o funcionário recusa a usar equipamentos? Na segurança do trabalho também é importante que a empresa forneça máquinas adequadas, em perfeito estado de uso e de preferência com um sistema de travas de segurança. É fundamental que as empresas treinem os funcionários e os alertem em relação aos riscos que máquinas podem significar no dia a dia. Caso algum funcionário apresente algum problema de saúde mais tarde ou sofra algum acidente, a responsabilidade será toda da empresa por não ter obrigado o funcionário a seguir os procedimentos adequados de segurança. Caso o funcionário se recuse a usar os equipamentos que o protegerão de possíveis acidentes, a organização poderá demiti-lo por justa causa. Riscos ocupacionais na enfermagem O conjunto de fatores, também conhecido como RO, favorece o acontecimento de acidentes, sofrimentos e doenças prejudicando a saúde dos trabalhadores pela exposição ocupacional aos agentes que lhe são prejudiciais (BULHÕES, 1994; MARZIALE, 1995; LOPES, et al, 1996). Os fatores de riscos químicos, físicos, biológicos, psicossociais e as situações antiergonômicos são considerados os principais responsáveis pelas situações insalubres, as quais os profissionais de enfermagem encontram-se expostos (BORSOI e CODO, 1995). Em relação aos trabalhadores da área de saúde, desde a década de 80, os vinculados à área assistencial foram motivados pelo surgimento da epidemia da AIDS, a iniciar a discussão sobre os RO relacionados com suas atividades profissionais. Esse tema também surgiu nos anos 90 entre os profissionais que lidam com controle da tuberculose, devido ao enfoque dado à doença com risco de transmissão hospitalar (BEJGEL e BARROSO, 2001). Ainda que exista legislação prevendo a proteção à saúde do trabalhador através de um ambiente de trabalho seguro, existe a insalubridade no ambiente de trabalho hospitalar (PIRES, 2000). Segundo Pires (2000) a incorporação e utilização de novos equipamentos modificam o processo de trabalho da enfermagem, aumentou a pressão sobre o trabalhador no desempenho de algumas atividades e exigiu mais capacidade mental e psíquica, além de muitas vezes força muscular. O fato de ter como objeto de trabalho o corpo do indivíduo doente, que sofre, que sente dor e morre, envolve os trabalhadores de enfermagem numa situação causadora de ansiedade, tensão e sofrimento, potencializando as cargas psíquicas decorrentes do ambiente hospitalar (SILVA, 1998). Para Bulhões (1994) a permanência contínua neste tipo de ambiente pode tornar-se fonte de risco profissional, em especial, do estresse, que pode levar a sérios acidentes e/ou doenças ocupacionais. O processo de enfermagem dentro da saúde do trabalhador consiste em promoção de cuidados e proteção aos trabalhadores, torná-los conscientes dos riscos a que estão expostos e fazer com que participem do seu autocuidado. Com isso pretende-se minimizar os RO ( BULHÕES,1994). No Brasil, o Ministério da Saúde (BRASIL, 1995), através da publicação “Segurança no Ambiente Hospitalar”, considera um arsenal de variáveis que podem interferir na saúde http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271121/seguranca_hosp.pdf/473c5e32-025a-4dc2-ab2e-fb5905d7233a http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271121/seguranca_hosp.pdf/473c5e32-025a-4dc2-ab2e-fb5905d7233a dos trabalhadores destas Instituições, classificando os RO em: físicos, químicos, biológicos e mecânicos. A referida publicação aponta, também, conceitos gerais para o desenvolvimento de uma nova política peculiar na área de segurança em instituições hospitalares, contemplando orientações aos trabalhadores que culminam em ações protetoras a eles mesmos, aos usuários dos serviços e aos visitantes. Digno de nota é que os riscos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da assistência direta prestada pelos profissionais de saúde a pacientes em diversos graus de gravidade, assistência esta que implica no manuseio de equipamentos pesados e materiais perfurantes e/ou cortantes muitas vezes contaminados por sangue e outros fluidos corporais, na responsabilidade pelo preparo e administração de medicamentos e quimioterápicos, no descarte de materiais contaminados no lixo hospitalar, nas relações interpessoais de trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros (BULHÕES 1994; BARBOSA, 1989). É importante ressaltar que os acidentes de trabalho, decorrentes da exposição à materiais biológicos, tão corriqueiros no dia a dia das unidades hospitalares, constituem- se preocupação de todos os profissionais expostos aos fatores de riscos decorrentes do contato direto ou indireto com sangue e outros fluidos corporais, especialmente no que se refere à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e à hepatite B ou C, doenças cujos agravos trazem consequências bastante nocivas à saúde dos trabalhadores (ROWE e GIUFFRE, 1991). Barbosa (1989) discorrendo a respeito de riscos advindos do trabalho e que atingem os profissionais que atuam em unidades hospitalares, aborda os riscos físicos tais como aqueles provenientes da eletricidade, dos pisos escorregadios, ruídos, umidade, calor, má iluminação, radiações, ventilação inadequada. Quanto aos riscos ergonômicos a autora destaca os riscos de fadiga psíquica, física e o trabalho noturno. Associa, ainda, estes fatores como causa ou consequência de outros, como gastrites, úlceras, dores variadas, palpitações, agravamento da hipertensão arterial, transtornos de personalidade, entre muitos outros. Os trabalhadores de enfermagem, durante a assistência ao paciente, estão expostos a inúmeros RO causados por fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem ocasionar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. O contingente de trabalhadores de enfermagem, particularmente o que está inserido no contexto hospitalar, permanece 24 horas junto ao paciente, em sua grande maioria executa o “cuidar” dentro da perspectiva do “fazer” e, consequente, expõe-se a vários riscos, podendo adquirir doenças ocupacionais e do trabalho, além de lesõesem decorrência dos acidentes de trabalho (BULHÕES, 1994). Os riscos químicos referem-se ao manuseio de gases e vapores anestésicos, antissépticos e esterilizantes, drogas citostáticas, entre outros. A exposição aos riscos químicos está relacionada com a área de atuação do trabalhador, com o tipo de produto químico e tempo de contato, além da concentração do produto. Isso pode ocasionar sensibilização alérgica, aumento da atividade mutagênica e até esterilidade (JANSEN, 1997). Os riscos físicos referem-se à temperatura ambiental (elevada nas áreas de esterilização e baixa em centro cirúrgico), radiação ionizante, ruídos e iluminação em níveis inadequados e exposição do trabalhador a incêndios e choques elétricos (MARZIALE, 1995). Dentre os riscos psicossociais, está a sobrecarga advinda do contato com o sofrimento de pacientes, com a dor e a morte, o trabalho noturno, rodízios de turno, ritmo de trabalho, realização de tarefas múltiplas, fragmentadas e repetitivas, o que pode levar à depressão, insônia, suicídio, tabagismo, consumo de álcool e drogas e fadiga mental (Estryn-Behar,1996). Dentre os riscos mecânicos, estão as lesões causadas pela manipulação de objetos cortantes e penetrantes e as quedas. O frequente levantamento de peso para movimentação e transporte de pacientes e equipamentos, a postura inadequada e flexões de coluna vertebral em atividades de organização e assistência podem causar problemas à saúde do trabalhador, tais como fraturas, lombalgias e varizes. Tais fatores causais estão relacionados a agentes ergonômicos (SILVA, 1998). Quanto aos riscos biológicos, eles se referem ao contato do trabalhador com microrganismos (principalmente vírus e bactérias) ou material infecto contagiante, os quais podem causar doenças como: tuberculose, hepatite, rubéola, herpes, escabiose e AIDS (JANSEN, 1997). O contato com microrganismos patológicos oriundo de acidentes ocasionados pela manipulação de material perfuro cortante, ocorre, com grande frequência, na execução do trabalho de enfermagem. A exposição ocupacional por material biológico é entendida como a possibilidade de contato com sangue e fluidos orgânicos no ambiente de trabalho, e as formas de exposição incluem inoculação percutânea, por intermédio de agulhas ou objetos cortantes, e o contato direto com pele e/ou mucosas. O maior risco para os trabalhadores da área da saúde é o acidente com material perfuro cortante, que expõe os profissionais a microrganismos patogênicos, sendo a hepatite B a doença de maior incidência entre esses trabalhadores (FIGUEIREDO, 1992).
Compartilhar