Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RAFAELLA BONFIM TXXIX Propedêutica Abdominal INTRODUÇÃO A propedêutica física do abdome inclui os método da inspeção estática/dinâmica, ausculta, palpação e percussão para exame físico do paciente A superfície do abdome pode ser dividida em 4 quadrantes: Além de também poder ser dividida em 9 regiões por linhas horizontais: Região Órgãos Hipocôndrio direito Fígado, rim direito, ângulo hepático do cólon, vesícula biliar Epigástrio Estômago, piloro, cárdio, fígado, cólon transverso, aorta, plexo celíaco Hipocôndrio esquerdo Baço, rim esquerdo, ângulo esplênico do cólon, pâncreas Flanco direito Colón ascendente, 1/3 inferior do rim esquerdo Mesogástrio Omento maior, intestino delgado, cólon transverso, pelves renais e ureteres, gânglios mesentéricos, aorta abdominal e cava inferior Flanco esquerdo Cólon descendente, 1/3 inferior do rim esquerdo Fossa ilíaca direita Apêndice, ceco, íleo terminal, psoas direito Hipogástrio Bexiga, útero, intestino delgado, cólon sigmoide Fossa ilíaca esquerda Cólon sigmoide, psoas esquerdo RAFAELLA BONFIM TXXIX INSPEÇÃO Alguns elementos devem ser observados na inspeção, como: ✓ Depressão epigástrica ✓ Cicatrizes ✓ Abaulamentos ✓ Circulação colateral ✓ Linha mediana ✓ Cicatriz umbilical ✓ Prega inguinal ✓ Retrações subcostais ✓ Movimentos respiratórios e pulsações na linha mediana Além do mais, é importante descrever o abdome quanto a: ALTERAÇÕES DA FORMA DO ABDOME • Abdome retraído generalizado ou escavado – desidratação aguda • Abdome globoso - ascite, pneumoperitôneo, obstrução intestinal • Abdome abaulado em avental – obesidade • Abdome em batráquio – achatado com flancos dilatados (ascite em paciente caquético) • Abdome abaulado generalizado - tumores intracavitários e da parede abdominal, hérnias ALTERAÇÕES DA PELE • Cicatrizes • Estrias • Erupções e lesões • Veias dilatadas • Manchas Sinal de Cullen – equimose periumbilical Sinal de Grey-Turner – equimose em flancos PULSATILIDADE Em pacientes magros é possível observar a pulsação supra umbilical da aorta abdominal e pode ser vista quando há dilatação aneurismática – se associado com dor abdominal, hipotensão e massa pulsátil deve-se pensar em aneurisma roto de aorta abdominal MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS Podem estar aumentados em algumas situações, como a obstrução AUSCULTA A ausculta do abdome é útil para avaliar a motilidade intestinal ou até mesmo explorar doenças vasculares AVALIAÇÃO DA MOTILIDADE INTESTINAL Deve ser feita por quadrante em torno de 3 a 5 minutos • Ruídos hidroaéreos aumentados: diarreia ou fase inicial da obstrução intestinal; hemorragias digestivas • Ruídos hidroaéreos diminuídos/ausentes: íleo adinâmico e peritonite A ausência de ruídos deve ser assinalada após 2 minutos de ausculta RAFAELLA BONFIM TXXIX EXPLORAR DOENÇAS VASCULARES PALPAÇÃO É feita com a finalidade de determinar a posição e as características de cada órgão Na palpação superficial, avalia-se a sensibilidade, a temperatura abdominal, desníveis e tensão da parede abdominal Já na palpação profunda explora as estruturas intra- abdominais • Sinal de Blumberg: Paciente relata dor a descompressão súbita na fossa ilíaca direita – apendicite aguda • Sinal de Rovsing Palpação retrógada dos cólons comprimindo em direção contrária ao sentido do fluxo intestinal, iniciando-se na fossa ilíaca esquerda Se o paciente referir dor na fossa ilíaca direita, o sinal é positivo • Manobra de Carnett: Realizada com o paciente em decúbito dorsal, fazendo com que ele eleve a cabeça e comprimindo os pontos de maior intensidade dolorosa, distinguindo dores viscerais das dores da parede abdominal; positivo quando a dor aumentar/persistir - dor da parede • Sinal de Giordano Deve-se realizar uma punho percussão no dorso do paciente no nível da 11º e 12º costela, se o paciente relatar dor é porque deu positivo Utilizado na pesquisa de pielonefrite ou litíase rena RAFAELLA BONFIM TXXIX PALPAÇÃO DO BAÇO Geralmente não é palpável, exceto quando atinge 2 a 3x do seu tamanho normal Técnica: Lemos torres, Mathieu-Cardarelli e posição de Schuster Causas de esplenomegalia: hipertensão portal, infecção, anemia hemolítica, linfomas, esquistossomose PALPAÇÃO DO FÍGADO Deve-se avaliar o fígado quanto a: ✓ Forma, volume, superfície, dor à palpação, presença de pulsações, consistência, mobilidade respiratória Técnicas de palpação • Lemos Torres Com o paciente em decúbito dorsal e o médico a direita do paciente, deve-se colocar a mão esquerda espalmada sobre o gradeado costal direito, fazendo pressão a fim de levantar o bordo inferior da região. A mão direita deve estar sob a parede anterior do abdome. Pede-se para o paciente inspirar, e na expiração inicia-se a avaliação do fígado com a mão direita • Mathieu-Cardarelli Com o paciente em decúbito dorsal e o médico a direita do paciente, com as mãos em garra e paralelas, palpa-se desde a fossa ilíaca direita (como o método da palpação profunda e deslizante) Deve-se sentir a borda do fígado descer de encontro com as mãos do examinador durante a expiração RAFAELLA BONFIM TXXIX PERCUSSÃO Na percussão do abdome, encontram-se 2 sons fundamentais: • Som timpânico: vísceras ocas e espaço de Traube • Som maciço: vísceras sólidas, tumores, cistos, fígado e ascite • Hipertimpanismo: meteorismo e pneumoperitônio HEPATIMETRIA Após realizar a percussão e ter feito as marcações das bordas hepáticas superior e inferior, para realizar a hematimetria basta realizar a medição da distância entre essas bordas O tamanho do fígado é variável Lobo direito pode ter de 6-12cm e o lobo esquerdo de 4-8cm (não percutível) o Espaço de Traube Espaço semilunar do 6º ao 11º espaços intercostais ▪ Limites: • Direito: lobo esquerdo hepático • Esquerdo: linha axilar anterior esquerda • Superior: diafragma e pulmão esquerdo • Inferior: rebordo costal esquerdo Sinal de Jobert ▪ É a presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra macicez hepática ▪ Caracteriza pneumoperitôneo Ausência de timpanismo no Espaço de Traube ▪ A ausência de timpanismo no Espaço de Traube é uma das primeiras manifestações de esplenomegalia RAFAELLA BONFIM TXXIX SEMICÍRCULO DE SKODA Com o paciente em decúbito dorsal, deve-se percutir todo o abdome, iniciando a partir da cicatriz umbilical para regiões laterais Na presença de ascite, o líquido (pela ação da gravidade) se concentra na periferia do abdome, na região do hipogástrio e flancos, gerando macicez nessa região MACICEZ MÓVEL Percute-se a parte superior do abdome em direção ao flanco e observa-se alteração do som timpânico para maciço. Ao colocar o paciente em decúbito lateral, o som mudará devido ao deslocamento do líquido SINAL DE PIPATOTE Posiciona-se uma das mãos em um dos flancos, no lado oposto do flanco é feito um peteleco, disparar contra o flanco contralateral; o abalo irá produzir uma onda de choque que será transmitido no líquido ascítico, sendo percebido pela palma da mão
Compartilhar