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Síndrome 
Consumptiva
Sumário
1. Definição ....................................................................................................................... 3
2. Epidemiologia ............................................................................................................... 4
3. Fisiopatologia ............................................................................................................... 5
Neoplasias .................................................................................................................... 5
Doenças gastrointestinais ........................................................................................... 7
Doenças neurológicas .................................................................................................. 8
Diabetes Mellitus (DM)................................................................................................. 9
Hipertireoidismo ......................................................................................................... 10
Transtornos psiquiátricos .......................................................................................... 11
Doenças Infecciosas .................................................................................................. 13
Drogas ......................................................................................................................... 13
Idoso ............................................................................................................................ 14
Neoplasia .................................................................................................................... 15
4. Quadro clínico ............................................................................................................. 17
5. Diagnóstico ................................................................................................................. 20
6. Tratamento .................................................................................................................. 21
Referências ..................................................................................................................... 25
Síndrome Consumptiva   3
1. Definição
A síndrome consumptiva pode também ser encontrada como “Emagrecimento 
Involuntário” em diversas literaturas. Ambos podem ser definidos como o estado patológico 
resultante de absoluta ou relativa deficiência de proteína e energia. Portanto, pense em uma 
balança na qual em um lado se encontra o gasto de energia, e do outro, o consumo dessa 
energia. Caso a balança pese mais no gasto de energia, ocorre o emagrecimento.
Quando o emagrecimento ocorre de maneira involuntária, geralmente está asso-
ciado a alguma patologia, demandando avaliação e tratamento!
Para abordar esse tema, devemos dominar alguns conceitos. A caquexia é a perda 
de peso associada à perda de massa muscular, podendo haver ou não perda de 
gordura. É o estado mais grave do emagrecimento. A desnutrição, por sua vez, é a 
deficiência de nutrientes específicos ou globais, associada ou não à perda de peso. 
A sarcopenia é usualmente uma síndrome geriátrica, caracterizada por perda de 
massa muscular, de força e de desempenho, gerando um déficit funcional no idoso. 
Por fim, a desnutrição energético-proteica (DEP) ocorre por aporte inadequado de 
energia associado ou não ao déficit de proteínas.
MAPA MENTAL: CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE O EMAGRECIMENTO INVOLUNTÁRIO
Caquexia
Perda de peso 
associada à perda 
de massa muscular, 
havendo ou não 
perda de gordura
Sarcopenia
Desnutrição
Desnutrição 
Energético-Proteica 
(DEP)
Síndrome geriátrica.
Perda de massa 
muscular, de força e de 
desempenho, gerando 
Aporte inadequado 
de energia associado 
proteínas
ou globais, associada 
ou não à perda de peso
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   4
Para definição da síndrome consumptiva, devemos ter em mente que tanto o grau 
de emagrecimento, bem como o tempo em que ele ocorreu, devem ser avaliados 
sempre de acordo com o seu peso basal anterior ao quadro de emagrecimento invo-
luntário! Considera-se emagrecimento involuntário se houve perda de > 2% do peso 
basal em 1 semana, >5% em 1 mês, >7,5% em 3 meses, > 10% em 6 a 12 meses. 
Algumas situações devem ser avaliadas de forma específica, como em idosos, nos 
quais considera-se síndrome consumptiva em perdas maiores que 5% em 6 a 12 me-
ses e em pacientes portadores de anorexia nervosa, nos quais considera-se emagre-
cimento involuntário em perdas maiores que 15% em 6 meses.
DEFINIÇÃO DE SÍNDROME CONSUMPTIVA
Tempo Perda de peso (De acordo com o peso basal)
1 semana > 2%
1 mês > 5%
3 meses > 7,5%
6 a 12 meses* > 10%*
Situações especiais:
Idosos: Perdas > 5% em 6 a 12 meses
Anorexia Nervosa: > 15% em 6 meses
Tabela 1. Definição de Síndrome Consuptiva de acordo com o percentual da perda de peso 
(levando em consideração o peso basal) e o tempo em que ela ocorreu.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
 Se liga! Para facilitar a memorização, a definição mais utilizada de 
emagrecimento involuntário é uma perda de mais de 10% do peso inicial em um 
período de 6 a 12 meses.
2. epiDemiologia
A incidência da síndrome consumptiva é similar entre homens e mulheres, sendo 
o tabagismo, a idade avançada e um autorrelato de "mal estado de saúde" os princi-
pais fatores de risco.
Esses fatores supracitados também são associados a um pior prognóstico no 
emagrecimento, assim como o fator idade (pacientes idosos), deficientes físicos e 
pacientes com doença sistêmica crônica.
Síndrome Consumptiva   5
Se estima que 15 a 20% de todos adultos com mais de 65 anos terão emagreci-
mento involuntário se acompanhados e observados por um período de 5 a 10 anos.
Existem diversas etiologias para a síndrome consumptiva, que serão discutidas 
abaixo. No tocante à epidemiologia, devemos nos atentar para as neoplasias malignas, 
a causa mais comum entre elas, ocorrendo em cerca de 15 a 37% dos pacientes com 
emagrecimento involuntário. Em seguida, existem as causas gastrointestinais não ma-
lignas e as causas psiquiátricas, ambas representando cerca de 10 a 20% do total. Mais 
de 25% dos casos de emagrecimento involuntário não apresentam uma causa definida.
Figura 1. Causas mais prevalentes de Emagrecimento Involuntário.
Fonte: Elaborado pelo autor.
3. fiSiopatologia
Para compreender o mecanismo fisiopatológico da síndrome consumptiva, devemos 
lembrar do desbalanço entre consumo e gasto de energia anteriormente mencionados.
A perda de peso só ocorrerá se houver uma diminuição do aporte de energia e/ou 
um aumento do gasto energético e/ou a perda de energia por via urinária ou intes-
tinal. Em cada patologia predisponente, um desses componentes vai predominar, ou 
eles podem estar associados à mesma doença.
Cada doença ou grupo de doenças associadas ao emagrecimento involuntário 
possui seu mecanismo fisiopatológico específico, que será explicado em seguida.
neoplasias
As neoplasias culminam em emagrecimento normalmente secundário a anormali-
dades metabólicas. Devemos lembrar de que o câncer é uma doença eminentemente 
inflamatória, portanto há uma grande produção e liberação de citocinas como a TNF alfa, 
Síndrome Consumptiva   6
IL-1, IL-6, as quais são anorexígenas e geram saciedade precoce. Além disso, podem pro-
mover a perda de massa magra, através do estímulo aos processos de lipólise e proteó-
lise. O sítio específico acometido pela neoplasia também pode gerar mecanismos para 
o emagrecimento. Em exemplo, neoplasias de cabeça e pescoço podem gerar anosmia, 
ageusia, hiporexia, disfagia, bem como em neoplasias do Trato Gastrointestinal (TGI) po-
de ocorrer náuseas, vômitos, diarreia e má absorção intestinal.
MAPA MENTAL: MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DO EMAGRECIMENTO NO CÂNCER
Saciedade Precoce 
(estímulo anorexígeno)
MECANISMO 
FISIOPATOLÓGICO 
DO 
EMAGRECIMENTO 
NO CÂNCER
Lipólise e Proteólise 
Estímulode hormônios 
catabólicos, como 
Adrenalina e Cortisol
Exemplo: Câncer de 
laringe – Disfagia 
Perda substancial 
de peso 
Liberação de citocinas 
 
(TNF-Alfa, IL-1, IL-6)
Hipercatabolismo
Mecanismos 
 
de acometimento
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
 Hora da revisão! Vamos relembrar alguns importantes concei-
tos semiológicos?
• Anosmia = Perda do olfato
• Ageusia = Perda do paladar
• Hiporexia = Redução parcial do apetite
• Disfagia = Dificuldade para deglutir
O paciente portador de uma neoplasia não consegue restabelecer o seu peso ba-
sal justamente pela conjuntura anorexígena da doença, associada ao estado meta-
bólico de gasto energético acelerado (estímulos de proteólise, lipólise, entre outros).
Síndrome Consumptiva   7
 Se liga! Para revisarmos os conceitos mais importantes sobre 
esse grupo de patologias, devemos lembrar de que o câncer é um estado de 
alto consumo de energia, associado a um hipercatabolismo (aumento dos 
hormônio catabólicos, como adrenalina e cortisol, e redução dos hormônios 
anabólicos, como a insulina) com depleção constante de nutrientes e consumo 
exacerbado de massa magra, que culmina em emagrecimento involuntário.
 Hora da revisão! Cabe aqui lembrarmos os conceitos de ana-
bolismo e catabolismo, ambos relacionados ao metabolismo. O anabolismo é 
o processo de construção das moléculas complexas, através das moléculas 
simples, havendo o consumo de energia. Por outro lado, o catabolismo são as 
reações envolvidas na quebra ou degradação das moléculas complexas em mo-
léculas simples, tendo como produto também a energia. Portanto, o anabolismo 
é um processo construtivo, enquanto o catabolismo é um processo destrutivo.
Doenças gastrointestinais
Nesse grupo de doenças, temos como exemplos a úlcera péptica, a doença celía-
ca e as doenças inflamatórias intestinais.
 Se liga! Vamos relembrar um pouco sobre essas patologias gas-
trointestinais! 
 A úlcera péptica é um defeito na mucosa gástrica ou duodenal que se 
estende da camada muscular da mucosa até as camadas mais profundas da 
parede do TGI. O paciente pode se apresentar com sintomas desde dispepsia 
até o próprio emagrecimento involuntário. 
 A doença celíaca, por sua vez, é uma doença do intestino delgado, caracteri-
zada por inflamação na mucosa, atrofia vilosa e hiperplasia de criptas intesti-
nais, causada pela exposição e intolerância ao glúten. Com o passar do tempo, 
a inflamação e a lesão intestinal geram uma importante má absorção e deple-
ção de nutrientes para o organismo. 
 Por fim, a doença inflamatória intestinal é composta por duas patologias 
que, apesar de distintas, se sobrepõem em algumas características, sendo elas 
a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. A primeira afeta apenas o intestino 
grosso, enquanto que a doença de Crohn pode afetar qualquer segmento do 
TGI, da boca até a região perianal.
Síndrome Consumptiva   8
Tais patologias podem gerar emagrecimento por dor (durante a alimentação, in-
clusive), disfagia (principalmente em doenças que acometem ao esôfago, como eso-
fagite, acalásia), estado inflamatório sistêmico (semelhante ao abordado no tópico 
das neoplasias) e perda de nutrientes nas fezes (síndromes disabsortivas).
A clínica dos pacientes com doenças gastrointestinais pode ser caracterizada 
pela presença de anorexia, dor abdominal, disfagia, odinofagia, saciedade precoce, 
diarreia, esteatorreia ou sangramento crônico do TGI.
 Hora da revisão! Vamos relembrar alguns importantes concei-
tos semiológicos?
• Anorexia = Conceito semiológico de ausência/abolição do apetite. Atentar 
para diferenciação com a anorexia nervosa, uma patologia específica!
• Odinofagia = Dor ao deglutir.
• Esteatorreia = Presença excessiva de gordura nas fezes (acima de 6 gramas 
por dia)
Doenças neurológicas
As doenças neurológicas mais comumente associadas ao emagrecimento invo-
luntário são o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), 
Demência e Doença de Parkinson.
 Saiba mais! Vamos relembrar um pouco sobre essas doenças 
neurológicas? 
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma lesão cerebral aguda classificada 
em dois tipos: isquemia cerebral (devido principalmente à trombose, embo-
lia ou hipoperfusão sistêmica) e hemorragia cerebral (devido à hemorragia 
intracerebral ou hemorragia subaracnóidea). 
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é um distúrbio neurodegenerativo que 
causa fraqueza muscular e incapacidade, culminando em morte, com sobre-
vida média de três a cinco anos. 
Demência é um conjunto de distúrbios caracterizados por declínio na cog-
nição envolvendo um ou mais domínios cognitivos como aprendizado e 
memória, linguagem, funções executivas, atenção, percepção perceptivo-mo-
tora e cognição social. 
A doença de Parkinson (DP) é uma síndrome manifestada por tremor no re-
pouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural.
Síndrome Consumptiva   9
O mecanismo gerador do emagrecimento depende muito de cada patologia e em 
qual nível do sistema nervoso ocorre o acometimento. Porém, de uma forma geral, 
as doenças neurológicas causam muitas sequelas ou déficits neurológicos per-
manentes, como alteração da cognição, disfunções motoras (tanto periférica como 
central, como alteração do aparelho muscular mastigatório) ou mais comumente a 
disfagia.
 Hora da revisão! A disfagia ocorre principalmente associada 
ao AVC de tronco encefálico, pois é nessa estrutura do sistema nervoso 
central (SNC) que se encontra o centro da deglutição, na formação reticular 
bulbar. Os principais núcleos associados à deglutição são o núcleo do trato 
solitário e o núcleo ambíguo.
Simplificando, ocorre uma perda de controle do tônus lingual, do reflexo de deglu-
tição, ocorre um enfraquecimento generalizado da musculatura, gerando, por fim, a 
disfagia.
 Se liga! Deve-se ter em mente que o principal fator associado ao 
emagrecimento nas doenças neurológicas é a disfagia!
Diabetes mellitus (Dm)
Nessa patologia, o mecanismo fisiopatológico é um pouco mais peculiar, pois há 
um emagrecimento apesar do apetite preservado e muitas vezes exacerbado! Isso 
ocorre tanto no Diabetes Mellitus quanto no hipertireoidismo.
Há um processo de fome celular, estimulando o paciente a se alimentar, que gera 
uma hiperglicemia associada, pois o paciente continua ingerindo os alimentos mas 
não há sensibilidade à insulina ou insulina circulante para fazer o transporte da gli-
cose para as células, permanecendo o paciente nesse ciclo, o que justifica as perdas 
energéticas abundantes.
Síndrome Consumptiva   10
MAPA MENTAL: MECANISMO FISIOPATOLÓGICO 
DO EMAGRECIMENTO NO DIABETES MELLITUS (DM)
Ingestão dos alimentos Resistência à insulina ou 
ausência de insulina circulante
Não ocorre o transporte 
da glicose paras as células Fome celular 
Emagrecimento
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
O quadro clínico clássico, portanto, é de polifagia, poliúria e polidpsia. Há 
perda de glicose e nutrientes na urina (aumento da eliminação de urina), le-
vando a uma perda de água (pelo componente osmolar). Essa perda justifica 
a polidipsia (ingestão de água aumentada) e a polifagia (ingestão de alimen-
tos aumentada).
 Se liga! Devemos sempre lembrar dos 3 P’s da DM: Poliuria, polidip-
sia e polifagia!
Além do mecanismo fisiopatológico básico, os pacientes com DM podem vir 
a emagrecer por um evento secundário, como um AVC ou um Infarto Agudo do 
Miocárdio (IAM).
Hipertireoidismo
De forma semelhante ao DM, ocorre um estado de hipermetabolismo sistêmico 
pelo aumento do hormônio tireoidiano circulante. Portanto, também se apresenta 
com um emagrecimento apesar do apetite preservado e/ou exacerbado.
O quadro clínico que vai nos fazer pensar em hipertireoidismo em um paciente 
com síndrome consumptiva pode envolver sintomas como a hiperfagia, palpitação, 
tremores distais, sudorese quente, insônia, hiperdefecação e presença de bócio.
Síndrome Consumptiva   11
Figura 2. Bócio (aumento da glândula tireoide), típica apresentação daDoença de Graves, exemplo de 
patologia que cursa com hipertireoidismo e sintomas clássicos do mesmo.
Fonte: Karan Bunjean/Shutterstock.com.
 Se liga! Em pacientes idosos com apatia e emagrecimento, deve-
mos sempre lembrar do hipertireoidismo apatético. Essa é uma forma atípica 
do hipertireoidismo, que acomete pessoas idosas e pode culminar em fibrila-
ção atrial de forma aguda, portanto deve sempre ser lembrado como uma hipó- 
tese diagnóstica diante de um quadro clínico sugestivo!
transtornos psiquiátricos
Os transtornos psiquiátricos ocupam uma grande porcentagem das causas de 
perda de peso não intencional, podendo corresponder a 10 a 23% dos casos. Os prin-
cipais transtornos psiquiátricos associados à síndrome consumptiva são a depres-
são e os transtornos alimentares.
A depressão possui um emagrecimento multifatorial, onde há uma grande sobre-
posição de causas.
Síndrome Consumptiva   12
Os transtornos alimentares, por sua vez, possuem como mecanismo fisiopatológi-
co a obsessão pelo excesso de peso, gerando a diminuição da ingestão alimentar de 
forma expressiva, um aumento do nível de atividade física até ao excesso (vigorexia), 
pode gerar vômitos provocados pela culpa após cursar com uma compulsão alimen-
tar (principalmente na bulimia) e utilização de medicamentos para estimular a perda 
de peso.
 Saiba mais! Os transtornos alimentares são síndromes psiquiá-
tricas caracterizadas por comportamento alimentar anormal e atitudes ou 
crenças distorcidas sobre a alimentação, forma e peso corporal. O DSM-5 
(Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) inclui dois trans-
tornos alimentares: a anorexia nervosa e a bulimia nervosa. 
 A anorexia nervosa é caracterizada por incapacidade ou falta de desejo de 
manter um peso corporal minimamente adequado, sendo definido como um 
peso inferior a 85% do esperado, associado ao medo de engordar. 
 A bulimia nervosa, por sua vez, é definida como períodos recorrentes de 
compulsão alimentar (ingestão de quantidades excessivamente grandes de 
comidas, com uma perda de controle ao ato de comer) seguida por compor-
tamentos compensatórios (jejum prolongado, autoindução de vômitos etc.) 
na intenção de reverter os episódios compulsivos.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Anorexia Nervosa Bulimia Nervosa
Incapacidade ou falta de desejo em manter 
o peso adequado
Compulsão alimentar seguida de comportamentos 
compensatórios
Peso inferior a 85% do esperado Autoindução de jejuns prolongados, vômitos
Medo intenso de ganhar peso
Tipo purgativo: Indução de vômitos ou uso 
de laxantes, diuréticos ou enemas
Subtipos: Restritivo e Compulsivo/Purgativo
Tipo não purgativo: Comportamentos 
inadequados, como prática exagerada de 
atividades físicas ou jejum prolongado.
Tabela 2. Comparação entre as principais características dos transtornos alimentares: 
Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa.
Fonte: Goldman et. al., 2011.
Uma dica semiológica é observar as mãos dos pacientes. Muitas vezes, pacien-
tes que induzem os vômitos possuem a ponta dos dedos e unhas desgastados pelo 
contato constante com o ácido clorídrico, sendo algo importante de se avaliar!
Síndrome Consumptiva   13
 Se liga! O Filme “O mínimo para viver” (Título Original: To the bone), 
2017. Um filme da plataforma Netflix, que aborda de forma muito elucidativa 
como é o processo de lidar com a anorexia nervosa, além de como essa doen-
ça impacta em vários aspectos presentes e futuros da vida do paciente afeta-
do. Vale a pena assistir!
Doenças infecciosas
As doenças infecciosas crônicas levam ao emagrecimento pelo mesmo meca-
nismo de aumento do estado inflamatório geral já explicado acima. As principais 
doenças infecciosas associadas ao emagrecimento involuntário são a hepatite C, 
a tuberculose e o HIV, sendo o último uma causa oculta de emagrecimento muito 
comum!
 Se liga! O HIV, além de possuir o estado inflamatório crônico supra-
citado, também leva à perda de peso através de episódios de emagrecimento 
provocados por infecções secundárias, oportunistas, principalmente infecções 
do TGI.
Drogas
Drogas psicoativas ou não, como a cocaína, o álcool e o tabaco, agem alterando 
o centro da saciedade, levando a um estado de anorexia durante o uso das substân-
cias. Pessoas adictas acabam por utilizar a substância durante mais tempo, levando 
a uma diminuição da ingesta alimentar e emagrecimento expressivo.
O paciente alcoolista crônico troca a grande maioria das suas calorias diárias 
apenas pelas calorias da bebida, gerando um grande déficit nutricional com conse-
quente emagrecimento.
A maconha ou canabbis pode induzir o emagrecimento em seu processo de abs-
tinência, quando o paciente pode cursar com uma síndrome composta por anorexia, 
emagrecimento, irritabilidade e ocorrência de sonhos estranhos.
Os opioides reduzem tanto o apetite, como a motilidade intestinal e a produção 
e liberação das secreções digestivas, promovendo a perda ponderal em pacientes 
com abuso de uso dos opiáceos.
Síndrome Consumptiva   14
A utilização das anfetaminas gera a liberação de catecolaminas a nível pré-sináp-
tico, levando a um aumento expressivo do metabolismo basal do paciente. Porém 
de forma diferente do que ocorre no hipertireoidismo, o apetite é perdido nesse 
mecanismo.
A síndrome de abstinência das diversas substâncias existentes podem gerar tam-
bém um emagrecimento involuntário. O quadro clínico clássico da abstinência alcoó-
lica, chamado de Delirium Tremens, é caracterizado pela presença de febre, tremores 
distais finos, alucinações e anorexia, sintomas com base adrenérgica.
MECANISMOS DE EMAGRECIMENTO RELACIONADO AO USO DE SUBSTÂNCIAS
Álcool
Maioria das calorias consumidas provenientes do álcool, gerando 
deficiência nutricional
Cannabis
A abstinência dessa síndrome pode produzir uma síndrome caracterizada 
por anorexia, perda de peso, irritabilidade e sonhos estranhos
Cocaína
Alteração do centro de saciedade, com estado anorexígeno 
durante o uso
Opioides
Redução do apetite, motilidade intestinal e produção e liberação de 
secreções digestivas
Anfetaminas
Induz a liberação de catecolaminas nos terminais nervosos pré-sinápticos, 
gerando diminuição do apetite e aumento do metabolismo basal
Tabela 3. Mecanismos de emagrecimento involuntário relacionados ao uso de substâncias.
Fonte: UpToDate, 2020.
idoso
Deve-se ter em mente que os idosos são uma população em especial, cujas 
causas comuns de emagrecimento podem ser lembradas de forma mais 
prática através dos “Dez D’s do Emagrecimento no Idoso”: Dentição (próteses 
mal-adaptadas, dentes malcuidados, dor ao mastigar, diminuição do paladar, le-
sões gengivais), Disgeusia (Perda do paladar associada à perda do olfato, anos-
mia, com a idade), Disfagia, Diarreia, Doenças Crônicas, Depressão, Demência 
(perda progressiva dos instintos de fome e sede), Disfunção (perda de entes que-
ridos, condições socioeconômicas precárias, dependência), Drogas, Don’t Know 
(Não sei — Uma boa parte dos pacientes idosos exibem emagrecimento sem uma 
causa conhecida).
Síndrome Consumptiva   15
MAPA MENTAL – 10 D’S DO EMAGRECIMENTO NO PACIENTE IDOSO
Disgeusia
10 D’S DO 
EMAGRECIMENTO 
NO IDOSO
Disfagia
Diarreia
Disfunção de órgãos
Demência
Don’t know (não sei)
Dentição Drogas
Doenças crônicas Depressão
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
 Se liga! Qual a causa mais comum de emagrecimento 
involuntário?
neoplasia
Em um artigo realizado com 154 pacientes com perda de peso involuntária, 
observou-se a presença de mais de 1/3 dos pacientes (36,3%) portadores de câncer 
como a causa base do emagrecimento involuntário, principalmente neoplasias do 
TGI. O restante dos pacientes possuía causas benignas gastrointestinais (26 pa-
cientes, 16,9%) e causas psiquiátricas (16 pacientes, 10,4%). Apesar de intensas in-
vestigações, em 36 pacientes (23,3%) não se pôde encontrar uma causa específica. 
Causas endócrinas, como DM e hipertireoidismo foram raras nesse estudo, corres-
pondendo a apenas 3,8%da amostra.
Síndrome Consumptiva   16
MAPA MENTAL – CAUSAS DE EMAGRECIMENTO INVOLUNTÁRIO
Transtornos 
alimentares: 
Anorexia e 
Bulimia Nervosa
HIV: 
Emagrecimento 
também por 
infecções 
oportunistas
Dentição, Disgeusia, 
Disfagia, Diarreia, 
Doenças Crônicas, 
Depressão, 
Demência, 
Disfunção de 
órgãos, Drogas, 
Don’t know 
(Não sei)
Estado 
Hipercatabólico
Dor, disfagia, 
estado 
sistêmico e 
disabsorção
Sequelas 
neurológicos 
permanentes
Emagrecimento 
com preservação 
do apetite 
Emagrecimento 
multifatorial
Hepatite C, 
Tuberculose 
e HIV
Álcool: Troca 
das calorias 
diárias com 
 
nutricional
10 D’s Do 
Emagrecimento 
Involuntário
Anormalidades 
metabólicas: 
citocinas 
anorexígenas, 
proteólise, lipólise
Úlcera péptica, 
doença celíaca 
e doenças 
intestinais
AVC, ELA, 
Demência e 
Doença de 
Parkinson
DM e 
Hipertireoidismo
Depressão e 
Transtornos 
Alimentares
Aumento 
do estado 
 
geral
Alteração 
do centro da 
saciedade
População 
especial com 
diversas 
etiologias de 
emagrecimento
Neoplasias Doenças 
Gastrointestinais
Doenças 
Neurológicas Endocrinopatias Transtornos 
Psiquiátricos
Doenças 
Infecciosas Drogas Idosos
Mecanismos 
 
do sítio de 
acometimento
Opiáceos: 
redução do 
apetite, motilidade 
intestinal e 
liberação de 
secreções 
digestivas 
O fator causal 
mais comum 
de síndrome 
consumptiva
Anfetamina: 
liberação de 
catecolaminas 
e aumento do 
metabolismo basal
Anorexia, dor 
abdominal, 
disfagia, 
odinofagia, 
saciedade 
precoce, diarreia, 
esteatorreia 
ou sangramento 
do TGI
Alteração 
da cognição, 
disfunções 
motoras e 
disfagia 
(o principal)
DM: Fome 
celular + 
Insensibilidade 
à Insulina
Hipertireoidismo: 
Aumento do 
metabolismo 
basal
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   17
4. QuaDro ClíniCo
Na anamnese do paciente com síndrome consumptiva, devemos focar em 3 
vertentes, sendo elas: caracterização da perda de peso, caracterização do apetite 
e a presença de sintomas associados.
O peso é uma medida antropométrica fácil, simples de ser aplicada e barata, 
que pode auxiliar no processo de entendimento do emagrecimento. Existem si-
nais que demonstram ao médico a perda de peso mesmo que de forma indireta, 
como o uso de roupas largas, fotos antigas ou relatos de familiares. Pacientes 
com peso estável que estão em queda progressiva possui um prognóstico pior 
do que pacientes com peso em “flutuação”, quando há perda seguida de ganho 
ponderal intercalados.
Deve-se avaliar o apetite do paciente de acordo com duas vertentes: se há 
uma diminuição do apetite e da ingesta alimentar associada ao emagrecimen-
to ou se o apetite está preservado e até aumentado, apesar da perda ponderal. 
Deve-se questionar hábitos alimentares anteriores e atuais, bem como a rela-
ção do paciente com a comida, se há apetite, se há compulsão alimentar, se há 
vômitos provocados após as alimentações, sua percepção da própria imagem 
corporal, entre outros fatores que podem direcionar a investigação da síndrome 
consumptiva.
O ponto mais importante da anamnese, entretanto, é a avaliação dos sintomas 
associados apresentados pelo paciente com emagrecimento involuntário!
 Se liga! Perdas ponderais associadas com malignidade usual-
mente se apresentam associadas a suores noturnos, febre e fadiga excessiva. 
Sintomas associados à má absorção são a esteatorreia, perda muscular, diar-
reia e até hematomas, por perda da Vitamina K e consequente sangramentos 
espontâneos. Por fim, sintomas associados aos transtornos psiquiátricos po-
dem ser os sintomas depressivos, avolia, perda do prazer nos hábitos diários, 
pensamentos e planejamentos suicidas, presença de desgaste em unhas e 
ponta dos dedos (por vômitos forçados, como explicado anteriormente), entre 
outros.
Síndrome Consumptiva   18
MAPA MENTAL – SINTOMAS ASSOCIADOS AO EMAGRECIMENTO INVOLUNTÁRIO
Malignidades Má-absorção Transtornos 
Psiquiátricos Febre
• Suores noturnos
• Febre
• Fadiga excessiva
• Diarreia
• Esteatorreia
• Perda de massa 
magra
• Hematomas 
• Avolia
• Perda de prazer 
nos hábitos diários
• Pensamentos e 
planejamentos 
suicidas
• Desgaste de unhas 
e ponta dos dedos
• Percepção corporal 
distorcida
• Sintoma que pode 
estar presente em 
quadros infecciosos, 
neoplásicos, 
reumatológicos, de 
DII, em quadros de 
doença sistêmica, 
entre outros. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
A febre é um importante sintoma relacionado à perda ponderal, que pode estar 
presente em quadros inflamatórios, como infecções, quadros neoplásicos, reu-
matológicos, de doença inflamatória intestinal e de outras doenças sistêmicas, 
como Insuficiência Cardíaca (IC), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 
Insuficiência renal (IR), dentre outras. Podem ter outras causas menos comuns não 
inflamatórias, como causas mecânicas, psíquicas e por abuso de substâncias ou sín-
drome de abstinência.
O exame físico do paciente pode demonstrar diversos sinais de síndrome con-
sumptiva, inclusive através da observação. Imagine um paciente que entra em seu 
consultório com fácies emagrecida e utilizando de roupas largas, isso já deve criar 
um alerta para investigação ponderal adequada em seu exame físico!
Podemos observar a perda de massa magra em conjunto com a atrofia mus-
cular nesses pacientes, bem como a presença de descamação cutânea, queilite 
(ressecamento, rachaduras e lesões avermelhadas em lábios) e unhas fracas e 
quebradiças. Com relação ao peso, deve-se observar a duração da perda de peso 
e a sua relação com o peso anterior (basal). De dados antropométricos, também 
é pertinente a aferição de altura e IMC, para que se possa observar o grau de 
magreza.
Síndrome Consumptiva   19
Figura 3. Paciente com caquexia e intensa perda de massa magra corporal, 
com atrofia muscular generalizada.
Fonte: Bassant Meligy/Shutterstock.com
MAPA MENTAL – QUADRO CLÍNICO DA SÍNDROME CONSUMPTIVA
Anamnese: 
Perda de peso, apetite e 
sintomas associados
Quadro Clínico 
da Síndrome 
Consumptiva
Peso: medida fácil, 
simples, barata. Medidas 
indiretas do peso (roupas 
largas, fotos antigas)
Investigar cronologia 
e padrão da perda de peso. 
Perda de peso progressiva: 
Pior prognóstico!
Controle dos dados 
antropométricos
Exame Físico: 
 
descamação e 
queilite cutânea
Apetite: diminuição ou 
abolição x preservação do 
apetite. Relação do paciente 
com a comida antes e após 
emagrecimento
Sintomas associados! 
Descobrir a causa subjacente
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   20
5. DiagnóStiCo
Sabemos que a anamnese e o exame físico completos e detalhados levam à per-
cepção da causa do emagrecimento involuntário em até 90% dos casos. Feito uma 
hipótese de diagnóstico etiológico, a pesquisa laboratorial deve ser direcionada para 
a causa específica.
Se a sua anamnese e exame físico não foram elucidativas o suficiente para criar 
uma hipótese diagnóstica, a avaliação e pesquisa laboratorial pode ser elaborada 
em duas etapas.
A primeira etapa é a investigação de inflamação, através de hemograma (leuco-
grama), PCR, VHS. Se houver uma carga inflamatória elevada, aumenta-se a suspei-
ção sobre neoplasias e doenças sistêmicas crônicas.
A segunda etapa é pautada pela pesquisa etiológica específica, tentando criar um 
direcionamento de acordo com algum sintoma ou achado laboratorial da primeira 
etapa. A pesquisa de doenças sistêmicas é feita através de exames que, além ava-
liar o estado sistêmico em geral do indivíduo, também vai observar se há um estado 
inflamatório. Deve-se solicitar VHS, bioquímica sérica, hemograma, enzimas hepá-
ticas, albumina, TSH, urina tipo I. Com relação à pesquisa de etiologias específicas, 
pode-se solicitar a pesquisa de sangue oculto nas fezes, mamografia, Papanicolau, 
PSA, Endoscopia digestiva Alta (EDA), colonoscopia, entre outros exames que pos-
sam melhor direcionar para uma suspeita.
FLUXOGRAMA – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO EMAGRECIMENTO INVOLUNTÁRIOAnamnese e Exame físico: 
Diagnóstico em até 90% dos casos 
2ª Etapa: Avaliação de etiologias 
TSH, Urina Tipo I, sangue oculto 
PSA, EDA, colonoscopia
trocar trocarPesquisa laboratorial direcionada 
para a hipótese diagnóstica suspeita de neoplasias e doenças 
sistêmicas crônicas
trocar trocar
Sem hipótese diagnóstica: 
pesquisa laboratorial 
em duas etapas
1ª Etapa: Investigação de 
hemograma (leucograma)
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   21
6. tratamento
O tratamento da síndrome consumptiva é sempre multidisciplinar!
O primeiro passo é tratar a causa base, sendo a etapa mais importante do trata-
mento, porque é o que garante ao paciente o retorno do ganho de peso.
 na prática! Vamos pensar no tratamento direcionado para as 
principais causas bases?
Caso 1: Senhor Fernando, 52 anos, homem, branco. Comparece ao ambula-
tório com queixa de má digestão e “dor na boca do estômago” há 8 meses. 
Relata que estava hígido até que passou a cursar com dispepsia e fazer uso 
de antiácidos. Há cerca de 5 meses, passou também a apresentar sensação 
de plenitude gástrica e dor em epigástrio, sem irradiação, que progressiva-
mente se tornou contínua, porém suportável. Passou a apresentar anorexia, 
associada à perda de 10kg desde o início do quadro.
IS: Refere constipação intestinal e fezes duras, anorexia intensa. Apresenta 
episódios de vômito quando força a alimentação. Nega hematêmese, mele-
na e eructações.
HF: Pai e tia paterna falecidos por câncer de estômago. Mãe viva e saudável. 
8 filhos saudáveis.
HV: Tabagista 36 maços/ano (1 maço/dia há 36 anos).
Exame Físico: Mal estado geral e nutricional, fácies emagrecida. Mucosas 
hipocoradas +++/IV. PA 90x60 mmHg, FC 100bpm, FR 22ipm, T 36°C, Peso 
54kg, Altura 1,70, IMC = 18.68 kg/m².
Cabeça e pescoço: prótese dentária mal adaptada, sem lesão gengival.
Abdome: plano, sem circulação colateral. Doloroso à palpação superficial e 
profunda do epigástrio, onde se palpa massa de consistência sólida, de limi-
tes imprecisos, aderido aos planos profundos, de cerca de 9 cm. Restante do 
exame físico sem alterações.
Hipótese diagnóstica: paciente com queixas digestivas crônicas, perda de 
peso e massa epigástrica palpável tem como diagnóstico mais provável um 
tumor maligno de estômago.
Tratamento: O paciente possui indicação de laparoscopia para 
estadiamento cirúrgico do tumor e realização de gastrectomia total 
na dependência dos achados.                   
Síndrome Consumptiva   22
Caso 2: Ana, 27 anos, mulher, negra. Comparece ao ambulatório com queixa 
de diarreia com consistência líquida há 2 meses, 6-8 evacuações/dia, com 
presença de sangue e muco. Refere tenesmo e dor abdominal em tipo cólica 
associada, difusa, sem irradiação. Refere perda de peso não quantificada, 
porém comparece à consulta com roupas bem largas para o seu corpo. Além 
disso, refere astenia, ressecamento e descamação da pele.
IS: nega febre ou outros sintomas.
HV: nega tabagismo ou alcoolismo. Refere alimentação saudável e realização 
de atividades físicas moderadas, 3x/semana, cerca de 30 minutos.
HF: mãe hipertensa diabética. Exame Físico: sem alterações.
O exame de colonoscopia demonstrou as seguintes alterações:
Figura 4. Foram encontrados exsudato fribinomucoide, erosões, ulcerações superficiais, padrão 
vascular anormal, perda de haustrações, mucosa atrófica e pseudopólipos. Biópsia realizada a 
partir da colonoscopia afastou tuberculose intestinal, herpes, citomegalovírus e câncer. Presença 
de distorção em graus variáveis da arquitetura das criptas da mucosa, infiltrado neutrofílico e de-
pleção de células caliciformes, juntamente às imagens macroscópicas do cólon.
Fonte: https://www.sanarmed.com/caso-clinico-retocolite-ulcerativa-ligas
Hipótese Diagnóstica: Paciente com quadro de diarreia crônica baixa, com perda 
de peso associada e colonoscopia altamente sugestiva de Retocolite Ulcerativa.
Tratamento: Tratamento Ambulatorial com Sulfassalazina.
Caso 3: Júlia, 13 anos. Paciente estudante do ensino fundamental. Pais procura-
ram ambulatório por preocupação com peso corporal da filha, além de presenciar 
episódios de vômitos induzidos após as refeições e recusa da jovem em se ali-
mentar por se apresentar “acima do peso”, segundo a paciente. Os sintomas se 
intensificaram no último mês, quando fez um teste para seleção de atriz mirim de 
uma grande emissora nacional, sendo reprovada..
Durante a consulta, vestia roupas largas, calças e camisa comprida. Pele se-
ca, com perda de esmalte dentário evidente. IMC = 16,8km/m2.
Hipótese diagnóstica: paciente com percepção corporal alterada, episódios 
de vômito e recusa alimentar constantes. O quadro se configura como uma 
sobreposição entre a anorexia nervosa e a bulimia nervosa.
Tratamento: Tratamento multidisciplinar, com psiquiatria, terapia 
cognitivo-comportamental (TCC), nutricionista e médico clínico geral.
Síndrome Consumptiva   23
Entretanto, deve-se também realizar uma avaliação psicossocioeconômica, em 
busca de patologias psiquiátrica e causas de cunho psicossociais para o emagre-
cimento, que possam ser trabalhadas pela Psicologia, bem como pela Assistência 
Social.
O restante do tratamento envolve a avaliação bucal e da deglutição, que engloba 
tanto a Odontologia como a Fonoaudiologia e Fisioterapia. Uma avaliação física e 
nutricional elaborada é demandada, para que haja um apoio pelo Nutricionista no 
processo de reganho do peso. A intervenção medicamentosa, por fim, se faz neces-
sária em alguns casos.
MAPA MENTAL – TRATAMENTO DO EMAGRECIMENTO INVOLUNTÁRIO
Intervenção medicamentosa 
em alguns casos TRATAMENTO 
DO 
EMAGRECIMENTO 
INVOLUNTÁRIOAvaliação física e 
nutricional: nutricionista 
Tratamento da 
causa base: etapa 
mais importante!
Avaliação 
psicossocioeconômica: 
Psicologia e Assistência Social
Multidisciplinar
Avaliação bucal e da 
deglutição: Odontologia, 
Fonoaudiologia e Fisioterapia
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   24
MAPA MENTAL GERAL — SÍNDROME CONSUMPTIVA
 Anorexia nervosa: perda de
>15% do peso basal em 6 meses
Exame Físico: 
 Anormalidades 
Causa mais comum de 
emagrecimento involuntário
Úlcera péptica, doença celíaca e 
sistêmico e disabsorção
Anamnese: Peso, apetite e sintomas associados
Estado patológico resultante 
 
de proteína ou energia
Sintomas associados: Malignidade — suores 
noturnos, febre e fadiga. Má-Absorção — diarreia, 
esteatorreia, perda muscular e hematomas. Transtornos 
psiquiátricos — avolia, pensamentos e planejamentos 
suicidas, desgaste em unhas e dedos. Febre*
Multidisciplinar
Tratamento da causa base 
Avaliação 
psicossocioeconômica, bucal e da 
deglutição, física e nutricional
Anamnese e exame 
físico (90%)
Quadro Clínico
Diagnóstico
Conceitos 
Importantes
Fatores de Risco
Tratamento Etiologias 
O que é?
 Idosos: perda de >5% do 
peso basal em 6 a 12 meses Perda de > 10% do peso basal em 6 a 12 meses 
Caquexia: perda de peso associada à perda de massa 
muscular, havendo ou não perda de gordura
globais, associada ou não à perda de peso
Desnutrição energético-proteica (DEP): aporte inadequado 
Sarcopenia: perda de massa, força e 
desempenho. Síndrome geriátrica
Tabagismo
Idade Avançada
Autorrelato de saúde precária
AVC, ELA, demências e Parkinson
Disfagia
DM e Hipertireoidismo
Emagrecimento com apetite 
preservado
Depressão e Transtornos Alimentares
Anorexia e Bulimia Nervosa
Hepatite C, Tuberculose e HIV
Álcool, tabaco, cocaína, maconha, opiáceos, 
anfetaminas e síndrome de abstinência
10 D’s: Dentição, Disgeusia, Disfagia, Diarreia, Doenças 
Crônicas, Depressão, Demência, Disfunção, Drogas, Don’t Know
Neoplasias 
Doenças 
neurológicas
Transtornos 
psiquiátricos
Drogas 
Doenças 
gastrointestinais
Endocrinopatias
Doenças 
infecciosas
Idosos 
Inspeção: fácies 
emagrecida, 
roupas largas
descamação 
cutânea, queilite, 
unhas fracas e 
quebradiças
Dados 
antropométricos
Laboratorial em 
2 etapas 
1ª Etapa:Investigação 
VHS, PCR, Leuco
2ª Etapa: Investigação 
etiológica direcionada
urina tipo I, sangue oculto em 
PSA, EDA e Colonoscopia
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Síndrome Consumptiva   25
referênCiaS
Antonio Vaz De Macedo, Manoel Otavio da Costa Rocha. Avaliação e tratamento 
da perda de peso involuntária e significativa. Rev Med Minas Gerais 2010; 20(1): 
115-123
Gupta, R; Evans, Arthur T. Approach to the patient with unintentional weight loss.
Lee Goldman, Dennis Ausiello. Cecil Medicina. 23ª Ed., Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.
Lucio Vilar. Endocrinologia Clínica. 6ª Ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Maria do Desterro Leiros da Costa, Lílian Regina Gonçalves, Egberto Reis Barbosa, 
Luiz
Alberto Bacheschi. Alterações de Neuroimagem no Parkinsonismo. Estudo de cinco 
casos. Arq Neuropsiquiatr 2003; 61(2-B); 381-386.
Rabinovitz M, Pitlik SD, Leifer M, Garty M, Rosenfeld JB. Unintentional weight loss. A 
retrospective analysis of 154 cases. Arch Intern Med. 1986;146(1):186.
imagens
Figura 2 – Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, disponível em: 
< https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/zooming-closeup-view-extremely
-enlarged-thyroid-765587668 >. Acesso em: 30 de Janeiro de 2023
Figura 3 – Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, disponível em: 
< https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/picture-human-body-severe-ema-
ciation-bony-2230680551 >. Acesso em: 30 de Janeiro de 2023
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	5. Diagnóstico
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