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Em 1958, o presidente chinês Mao Tse Tung implementou no país o “Grande salto para frente”, programa que, mal planejado, em vez de acelerar o crescimento chinês, iniciou um período de instabilidade e fome intensa, resultando na morte de milhões de cidadãos. Infelizmente, tais cenários de paralisação nacional afetam a qualidade alimentar de pessoas por todo o mundo até os dias de hoje, não necessariamente levando ao óbito, mas diminuindo a qualidade de sua saúde. Desse modo, não muito diferente é o Brasil, no qual crises reduzem a capacidade de produção de comida - restringindo-a aos mais ricos - e o poder de compra da população. Nessa perspectiva, é observado que a diminuição do fornecimento de alimentos limita seu acesso à parcela mais afortunada da nação, que consegue atender ao aumento do preço consequente da Lei da Oferta e Demanda. De acordo com o filme “O poço”, no qual criminosos e voluntários fazem parte de um experimento no qual uma mesa de comida deve ser compartilhada entre pessoas divididas em andares contínuos mais ou menos favorecidos, em uma sociedade na qual os recursos alimentícios são insuficientes, aqueles que estão mais acima na pirâmide social - ou, no caso do longa metragem, em um dos primeiros andares - aproveitam-se de suas posições e desfrutam de seus recursos sem pensar no que restará para os que estão mais abaixo, uma vez que devem se garantir, pois, em situações de crise, logo podem subitamente descer de posição. Por exemplo, essa realidade é observada nos dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística de que, enquanto 21 milhões de brasileiros deixaram de comer devido à falta de dinheiro, apenas 0% da classe A e 4% da classe B não o fizeram. Assim, fica evidente que crises afetam a qualidade alimentar do povo, pois despertam o instinto selvagem humano que coloca sua empatia de lado para buscar a sobrevivência. Ademais, a qualidade da alimentação também sofre com os impactos da redução do poder aquisitivo da população, consequente de crises econômicas. Conforme apresentado no episódio “Fifteen Million Merits”, da série “Black Mirror”, e confirmado pelo chef de cozinha e ativista alimentar Júlio Bernardo, a baixa renda ou aumento da inflação reduzem o poder de compra do povo, que não tem opções a não ser comprar o que há de mais barato: alimentos pouco nutritivos e danosos à saúde - como acontece com os funcionários encarregados pela limpeza do ambiente no média-metragem, que, além de e por serem obesos, sofrem preconceito e são obrigados a ter esse trabalho. Dessarte, observa-se que essas instabilidades, ao diminuírem os ganhos de brasileiros ou não os ajustarem à inflação, são responsáveis pela má qualidade da alimentação destes. Sob essa óptica, é imprescindível a tomada de medidas que ajustem esse cenário. Nesse viés, cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, principal órgão federal responsável pela gestão e estímulo à área, por meio da mediação e fiscalização do Ministério da Fazenda, oferecer incentivos fiscais aos agronegócios dispostos a venderem seus produtos a preços mais baixos, possibilitando a compra mais barata no final dos processos de produção. Feito isso, o aumento da produção de alimentos ampliará o poder de compra da população, e cenários de crise intensa, como o da Grande Fome na China, deixarão de afetar a qualidade alimentar da população brasileira.
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