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Slides de Aula II

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Profa. Ma. Ivy Ramirez
UNIDADE II
Estudos Disciplinares
Globalização: Exclusão
ou Inclusão Perversa?
 A cidade resulta de um determinado modo de produção. A cidade do mundo capitalista 
apresenta uma divisão de trabalho que difere do espaço rural.
 A cidade antiga greco-romana apresentava um modo de produção comercial baseado 
em trocas.
 O modo de produção que definimos como agrário, do período feudal, deu origem à cidade 
medieval onde surge a burguesia com as atividades comerciais; com o acúmulo de capital 
surge a manufatura, a qual permite a industrialização e o desenvolvimento do modelo 
capitalista.
 No filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, a figura de 
Carlitos e a sua experiência como trabalhador de uma fábrica 
representam esses momentos de transição urbana, do modo 
de produção e da força de trabalho, além das relações sociais.
Evolução histórica da cidade
 Com o advento da manufatura, a unidade fabril, evidenciam-se as bases não só para o 
desenvolvimento do capitalismo, como, também, para a expansão da urbe (cidade).
 O processo industrial promove a migração do campo à cidade com uma forte concentração 
populacional junto às áreas produtivas, originando a cidade industrial, com os formatos 
diferenciados, mas sempre associadas ao setor industrial e a suas proximidades.
 Como exemplos das cidades inglesas e alemãs, e o seu 
entorno, configurando aspectos tais como: fuligem da poluição, 
bairros operários, população vivendo e trabalhando em 
condições sub-humanas, evidenciando a concentração da 
produção e do capital. No decorrer dos processos urbanos, no 
entanto, foram verificados avanços tecnológicos, 
mecanização, automação, medidas trabalhistas, preocupações 
ambientais e, com elas, as alterações nas relações de 
produção. Questiona-se, no entanto, a substituição da mão de 
obra humana pela máquina e o problema do desemprego.
A urbanização
 Podemos dizer que é relativamente recente, dando origem às denominadas “cidades 
milionárias” (expressão usada pelo geógrafo Milton Santos) para expressar àquelas que têm 
mais de 1 milhão de habitantes, como, por exemplo: Campinas (SP).
Mas, aqui, apresenta-se a questão urbana, a qual envolve o processo de urbanização do 
território que se refere à(s), (ao):
*Acessibilidade; *Limpeza pública;
*Pavimentação; *Condições ambientais;
*Saneamento; *Limpeza pública;
*Transporte coletivo; *Prevenções (enchentes).
O processo de urbanização e os seus problemas
 Historicamente, a construção de um Brasil urbano deixou como herança problemas de várias 
ordens: políticos, sociais, espaciais e ambientais, de grande gravidade.
 Em termos habitacionais, as carências que geraram as habitações subnormais (favelas, 
ocupações irregulares, loteamentos clandestinos e invasões, e os decorrentes conflitos entre 
o Poder Público, os proprietários de áreas invadidas e as intervenções da força policial.
 A questão da moradia é um dos eixos temáticos mais debatidos e não resolvidos.
 O Terceiro Setor, representado por OSCs (Organizações da Sociedade Civil), é representado 
por entidades não governamentais que atuam no sentido de atender aos direitos humanos, às 
ações humanitárias, às campanhas contra a fome, ao atendimento a crises de saúde pública, 
entre outras.
A construção de um Brasil urbano
 Uma das características do processo de urbanização são os movimentos migratórios de 
áreas rurais para as urbanas (êxodo rural), ou de cidades pequenas para as médias, as 
grandes ou às metrópoles.
 Ao chegarem ao novo espaço, nem sempre as pessoas apresentam condições satisfatórias 
para o desempenho de trabalhos urbanos e nem as financeiras para se estabelecerem, 
acentuando as desigualdades e os problemas sociais, ampliando as contradições urbanas.
 O espaço urbano reproduz-se, reproduzindo a segregação espacial e social. (ARAÚJO, 
2001); (CARLOS, 2017).
A letra da música Sampa, de Caetano Veloso, reflete 
esse drama: 
 Alguma coisa acontece no meu coração
 Que só quando cruza a Ipiranga com a avenida São João
 É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
 Da dura poesia concreta de tuas esquinas (...)
Os moradores novos na cidade
E segue:
 Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
 Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
 Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
(Sampa, Caetano Veloso)
 Retrata o desencantamento da vida frente à nova realidade. 
A música foi escrita para um programa de rádio, considerada 
quase um hino para São Paulo, e completou 40 anos, em 
2018. Foi composta em 1978, para o aniversário de São 
Paulo. 
Fonte: g1.globo.com. Acesso em: 04 nov. 2020.
Os moradores novos na cidade
 O IBGE divulga as estimativas de população estaduais e municipais, desde 1975. A partir de 
1992, passou a publicá-las no Diário Oficial da União, em cumprimento ao Art. 102 da Lei n. 
8.443, de 16.07.1992, para os fins previstos no Inciso VI, do Art. 1º da referida lei. Em 2013, 
foi publicada a Lei Complementar n. 143, de 17.07.2013, estabelecendo que a entidade 
competente do poder executivo federal fará publicar, no Diário Oficial da União, até o dia 31 
de agosto de cada ano, a relação das populações dos Municípios, e, até 31 de dezembro, a 
relação das populações dos Estados e do Distrito Federal. As populações municipais, cabe 
destacar, são o insumo mais importante utilizado pelo Tribunal de Contas da União - TCU 
para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE e do 
Fundo de Participação dos Municípios - FPM.
 Os dados obtidos são muito importantes para os 
planejamentos em distintos setores públicos, como: educação, 
saúde, saneamento etc.
Fonte: www.gov.br. Acesso em: 04 nov. 2020.
Os dados estatísticos sobre a temática
 As estimativas de população, publicadas anualmente, são calculadas aplicando-se o método 
matemático desenvolvido, em 1972, por João Lira Madeira e Celso Cardoso da Silva Simões, 
denominado AiBi. Esse método utiliza como insumos básicos as populações obtidas das 
Projeções da População para o Brasil e as Unidades da Federação mais recentes, bem 
como o crescimento populacional de cada município na última década, delineado pelas 
respectivas populações recenseadas nos dois últimos Censos Demográficos realizados. 
Essas populações recenseadas, que servem de base para o cálculo da tendência de 
crescimento populacional dos municípios, podem ser ajustadas em consonância com 
os ajustes da população os nas Projeções da População para o Brasil e as Unidades 
da Federação.
Segundo o Censo 2010, o IBGE divulgou que o Brasil tinha uma 
população absoluta de 190.732.694 habitantes, sendo:
 84% urbana (160.879.708);
 16% rural (29.852.986).
(Dados de 2018).
Os dados estatísticos
 Além dos insumos básicos citados, as estimativas municipais de população incorporam, a 
cada ano, as atualizações da divisão político-administrativa do país que refletem, por sua 
vez, as alterações dos limites territoriais dos municípios ocorridas após o último Censo 
Demográfico. *Uma vez que a soma das populações dos municípios resulta no total da 
população da respectiva Unidade da Federação, eventuais diferenças entre a população total 
de uma Unidade da Federação, obtida das Estimativas da População, e aquela obtida das 
Projeções da População são resultantes da atualização da divisão político-administrativa, 
ocorrida após o ano-base de início das projeções (e, portanto, não considerada nas 
Projeções da População das Unidades da Federação).
Observação importante:
 As Projeções da População para o Brasil e as Unidades da 
Federação são prospectivas, estimadas por métodos 
demográficos e estimadas até 2060.
Dados estatísticos
O modelo adotado das cidades brasileiras similar ao português, teve o seu início com os 
projetos do marquês de Pombal, no século XVIII, estabelecendo um ordenamento com os 
padrões urbanísticos mais sofisticados. Comafirmam Rodrigo da Silva (Coord.), Carlos 
Eduardo França de Oliveira e Joacir Navarro Borges (2011, p. 56-58):
 “[...] nesta nova concepção de estrutura urbana, os edifícios, as ruas que os articulavam 
entre si perdem a sua proeminência como balizas do arranjo citadino, ao passo que a praça 
– quadrada ou retangular – torna-se um recurso urbanístico primordial. Concebida conforme 
uma estrutura geométrica regular, a praça ganha relevo e converte-se num elemento 
fundamental de qualquer novo traçado urbano.”
 OBS.: o marquês de Pombal teve a sua administração entre 
1755-1777; para ele era necessário modernizar o aparelho 
estatal e administrativo para o Império português.
Histórico explicativo
Viver na cidade pela lógica atual, pensando em transporte e baseando-nos em máquinas, o 
espaço no mundo transformou-se, incorporando a velocidade e a aceleração em uma inclusão 
no tempo como uma variável do espaço. Pensando assim, viver na cidade significa, cada vez 
mais, viver:
a) Na aceleração.
b) Na tranquilidade.
c) Na comodidade.
d) No conforto.
e) No isolamento.
Interatividade
Viver na cidade pela lógica atual, pensando em transporte e baseando-nos em máquinas, o 
espaço no mundo transformou-se, incorporando a velocidade e a aceleração em uma inclusão 
no tempo como uma variável do espaço. Pensando assim, viver na cidade significa, cada vez 
mais, viver:
a) Na aceleração.
b) Na tranquilidade.
c) Na comodidade.
d) No conforto.
e) No isolamento.
 As medidas de distância se convertem em medida de tempo 
que levamos para os deslocamentos, sempre pensando 
na rapidez.
Resposta
 Nos estudos da Geografia urbana, alguns conceitos são importantes.
 O processo vinculado às transformações sociais que provocam a mobilização das pessoas, 
geralmente, de espaços rurais para os centros urbanos, geralmente, é motivada pela busca 
de estratégias de sobrevivência, visando a inserção no mercado de trabalho, bem como a 
vida social e cultural do centro urbano. Referimo-nos à urbanização.
 O cancioneiro popular apresenta várias composições cujas letras aludem a esse processo, 
assim como os trabalhos de conclusão de cursos, as dissertações e as teses. Também 
podemos mencionar obras literárias como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Os Sertões, 
de Euclides da Cunha, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
 Aqui, exemplificamos com um trabalho muito bem elaborado 
do aluno José Rosa da Silva (UF de Uberlândia-MG) que foi 
apresentado, em 2004, sob o título: “Vozes da Seca: uma 
reflexão sobre a migração nordestina”.
Evolução histórica das cidades e os conceitos
 O trabalho baseou-se em três letras de músicas de Luiz Gonzaga: “A triste partida” (1965), 
“Asa Branca” (1947) e “Vozes da seca” (1953), levantando algumas questões sobre o 
movimento migratório entre as décadas de 1950/1970, procurando, através das letras 
musicais, compreender a experiência de migrantes do nordeste para a cidade do Triângulo 
Mineiro-Uberlândia, onde foram realizadas entrevistas e pesquisas documentais.
 O movimento migratório e o êxodo rural são estudados como reflexos da falta de condições 
satisfatórias de vida, problemas ambientais, mercado de trabalho restrito, e a ausência de 
firmes políticas de melhorias sociais e ambientais, no caso, a seca e a escassez hídrica.
O trabalho sobre a temática e os fatores abordados
 REDE URBANA: conjunto integrado e articulado de áreas urbanas em um determinado
espaço. Essas áreas se articulam continuamente (embora, muitas vezes, desorganizadas).
 Uma definição mais ampla refere-se a um complexo sistema circulatório entre os núcleos e 
as funções diferentes, mantendo relações entre si e dependentes de um centro principal.
 O poema Favelas (1979) de Carlos Drummond de Andrade, exemplifica o crescimento
urbano desordenado.
E as condições de vida decorrentes:
Urbaniza-se? Remove-se?
Extingue-se a pau e a fogo?
Que fazer com tanta gente brotando do chão, formigas de 
formigueiro infinito?
Ensinar-lhes paciência, conformidade, renúncia?
Os conceitos importantes nos estudos urbanos
 HIERARQUIA URBANA: característica marcante na estrutura dos sistemas de cidades, 
variando de acordo com o seu tamanho, com a extensão da área de influência espacial e a 
qualidade funcional no que se refere ao fluxo de bens, de pessoas e de capital, além de 
serviços envolvidos. 
Podemos citar como exemplos:
Metrópole global = São Paulo;
Metrópole nacional = por regiões:
Sudeste (Vitória, Belo Horizonte);
Sul (Curitiba, Porto Alegre);
Norte (Belém);
Nordeste (Salvador, Recife, Fortaleza);
Centro-Oeste (Brasília); 
Metrópoles regionais = Goiânia, São Luís, Florianópolis;
Capitais regionais = Santos, Sorocaba. 
Coisas do território
 As aglomerações urbanas mantêm, entre si, laços interdependentes, além de outras áreas 
que atraem em um processo denominado como polarização.
A conurbação de duas ou mais cidades pode formar as Regiões Metropolitanas, como:
 Grande São Paulo (39 municípios); Grande Recife (14);
 Grande RJ (17); Grande Salvador (12).
 Grande Curitiba (22);
 Grande Belo Horizonte (19);
 Grande Porto Alegre (23); Brasília constitui a RIDE (Região Integrada do
Desenvolvimento do Entorno).
Brasília nasceu da iniciativa de Juscelino Kubitschek,
com a ideia de interiorização.
Ainda as definições
 A metrópole é uma cidade central em determinada região geográfica, densamente 
urbanizada, com posição de destaque na economia, na política, na vida cultural, 
entre outras funções.
 Georg Simmel (1858/1918), em sua obra, menciona que a metrópole apresenta uma 
especificidade em termos de estilo de vida, influenciando, inclusive, na vida mental. 
(SIMMEL, 1987).
O caso da metrópole
 [...] A metrópole extrai do homem, enquanto criatura que procede as discriminações, uma 
quantidade de consciência diferente do que a vida rural extrai [...] a vida psíquica, na cidade, 
passa a ser compreendida com relacionamentos menos emocionais e menos profundos, 
atitudes blasé - com incapacidade de reagir, atitude de reserva, com aversão, 
estranheza, repulsão, dificuldade de contato com o próximo. (Fonte: Adaptado de: 
SIMMEL, 1987, p. 1-25).
 Estamos diante da Geografia Cultural, onde alguns quesitos podem ser discutidos: 
status, prestígio, posição social, apropriação de bens, lugar de moradia.
 A identidade urbana não é homogênea: o indivíduo pode ser incluído ou excluído.
Georg Simmel e a metrópole
Para o autor Muniz Sodré (2014, p. 122), a mídia é a concretização tecnológica de uma 
moralidade vetorizada pelo mercado [...] uma nova forma de consciência coletiva. 
Mediante a colocação podemos afirmar que o acesso ou não aos meios midiáticos expressa a, 
(o):
a) Inclusão.
b) Exclusão.
c) Igualdade.
d) Poder de grupo político.
e) Legitimidade.
Interatividade
Para o autor Muniz Sodré (2014, p. 122), a mídia é a concretização tecnológica de uma 
moralidade vetorizada pelo mercado [...] uma nova forma de consciência coletiva. 
Mediante a colocação podemos afirmar que o acesso ou não aos meios midiáticos expressa a, 
(o):
a) Inclusão.
b) Exclusão.
c) Igualdade.
d) Poder de grupo político.
e) Legitimidade.
Resposta
Nas obras literárias, encontramos várias representações e selecionamos três contos de 
Machado de Assis, a saber:
“O espelho”: expressa a questão do parecer ser, mascara a vida íntima e expõe outra 
imagem;
“Teoria do medalhão”: trabalha com a ideia de aniquilação da personalidade em favor de uma 
imagem que projeta a posição social privilegiada;
“Um homem célebre”: representado por Pestana, um homem famoso e rico, em um ambiente 
urbano do Rio de Janeiro, por volta de 1875.
 Entre outras obras: como O Cortiço, de Aluísio Azevedo, com 
personagens situados à margem do urbano tradicional.
Quem são as personagens urbanas?
 Podemos dizer dessa forma, mediante o processourbanístico na Era da Globalização, que 
ocorre uma redução do espaço geográfico e uma aceleração do tempo, por meio do 
desenvolvimento dos meios de transportes e de comunicação. Alguns autores como Renato 
Ortiz, afirmam que há um processo de desterritorialização dos elementos culturais, a perda 
da definição de um espaço geográfico específico, em uma cultura globalizada.
A historiadora Emília Viotti da Costa apresentou:
 “[...] As experiências de vida nas cidades eram muito diversas das zonas rurais e a geração 
que se urbanizava abandonava insensivelmente muitos dos valores tradicionais”. 
Fonte: (História do Brasil op. cit. p. 129)
Conclusão
 As formas de interação social, e dependência econômica e tecnológica que, hoje, são 
observadas nas relações internacionais, em termos históricos, já eram observadas desde o 
período colonial, decorrentes das relações entre a metrópole e a Colônia.
 Relações complexas de trocas de produtos, e de capital quantitativo e qualitativo.
 Os períodos econômicos: da exploração do pau-brasil, da cana-de-açúcar, da mineração, já 
denotavam as relações centro-periferia em âmbito internacional.
 Também havia a exploração da mão de obra: inicialmente, a indígena, seguida pela 
escravidão das pessoas vindas da África e, mais tarde, com o “fim” da escravidão de 
africanos, já no período do café, a mão de obra “importada” passa a ser a do imigrante.
Globalização social
 Sistema diversificado e desequilibrado, com o fim do colonialismo, configurou-se a extensão 
internacional da dependência, o que ocorre no Brasil e em países do Sul.
 Fala-se, hoje, em colonialidade, um seguimento da dependência em termos internacionais. 
 A especialização de produtos primários (commodities) denota esse grau de dependência, 
no caso do Brasil, o comércio da soja, do algodão, da carne e de recursos minerais, como o 
minério de ferro e o manganês.
 As ações econômicas que se estabelecem ficam desfavoráveis para os países do Sul.
 Os parceiros econômicos, por sua vez, mantêm os sistemas de proteção de suas economias 
como as tarifas comerciais e as medidas fitossanitárias que dificultam as transações.
 São situações que configuram o lado perverso da globalização 
no sentido internacional – uma situação de exclusão.
Relações centro-periferia
 “Nos países desenvolvidos (ou do Norte) concentra-se a poluição da riqueza: usinas 
nucleares, chuva ácida, doenças provocadas pelo excesso de alimentos […] Nos 
subdesenvolvidos (do Sul) concentra-se a poluição da miséria: subnutrição, ausência de 
água potável, de rede de esgotos, medicamentos […]”. (GIASANTI, 2011).
 De acordo com o Relatório Global sobre os assentamentos humanos, no início dos anos 
2000, sobre as cidades e as mudanças climáticas, as cidades seriam responsáveis por, até, 
70% da emissão dos gases de efeito estufa, sendo os transportes, os emissores de 23%.
Demonstrações da exclusão internacional
A diplomacia mundial e a universalização das relações entre os países estariam dispostas após 
a Segunda Guerra Mundial, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 
1948, como vemos a seguir:
 A política internacional do pós-guerra apresentou as características que a distinguiram de 
outros períodos: universalidade das relações entre os EUA, e a configuração da bipolaridade 
entre ele e a ex-URSS. Os impérios coloniais foram desagregados, e ocorreu a 
descolonização na África e na Ásia, finalizada nos anos de 1960, porém, outras formas de 
dominação surgiram, além das disputas das superpotências; 
 A Guerra Fria passa a configurar. A bipolaridade foi planetária e, por outro lado, ocorreu o 
enfraquecimento geopolítico das antigas potências colonialistas.
Um pouco do histórico das relações internacionais 
 “Comandando direta ou indiretamente dezenas de Estados abrigados em suas áreas de 
influência, as superpotências encetam uma disputa pela hegemonia mundial que tem 
repercussões nos planos político, econômico e propagandístico [...] A diplomacia 
contemporânea se desenvolve em circunstâncias sem precedentes. Raras vezes existiu 
base menor de entendimento entre as grandes potências, mas, tampouco, jamais foi tão 
coibido o uso da força.” (MAGNOLI, 2002). 
O desenrolar da bipolaridade
 O golpe fracassado do monolítico Partido Comunista, em agosto de 1991, levou ao seu 
banimento. As Repúblicas Bálticas Estônia, Letônia e Lituânia se tornaram países 
independentes, os conflitos internos se agravaram e a desmontagem da URSS ocorreu.
Uma série de fatores contribuíram para o final da Guerra Fria, entre outros, a desmontagem da 
URSS, com as contribuições de Mikhail Gorbatchev e a sua proposta de mudanças com a 
perestroika e a glasnost, porém o socialismo soviético havia fracassado em suas propostas e, em 
1991, ocorre o desmembramento do país e as então 15 repúblicas que o compunham se 
transformam em países: Estônia, Letônia, Lituânia, Rússia, Ucrânia, Cazaquistão, Uzbequistão, 
Tadjiquistão, Quirguízia, Azerbaijão, Turcomenistão, Bielorrússia, Moldávia, Geórgia e Armênia. 
Fatores que contribuíram para isso:
 Transformações desde 1987: Gorbatchev;
 Maior autonomia das empresas, antes, estatais;
 Abertura de lojas privadas, com empregos familiares;
 Abertura de filiais de empresas capitalistas: McDonald’s;
 Introdução no mercado de novos produtos de consumo (pizza);
 Reforma no sistema de preços;
 Salários reajustados pela produtividade.
O desmontar do passado
 Com o fim da URSS e da bipolaridade (confronto EUA x URSS), ocorre a montagem de uma 
Nova Ordem Mundial, agora Multipolar (ou da Globalização).
 O mundo não seria mais dividido em Primeiro, Segundo e Terceiro, nem mais economias 
capitalistas e socialistas; começam a ocorrer fusões econômicas entre os países e o 
surgimento de blocos econômicos (Nafta, UE, Apec, Mercosul).
Um dos fatores responsáveis para essa nova proposta decorreu da busca por maior 
competitividade na economia globalizada com:
 Ampliação de mercados;
 Barateamento dos custos de produção;
 Transnacionalização das empresas na busca por otimização 
de seus processos produtivos e circulação;
 Maiores fluxos de capitais;
 Busca de regiões que oferecessem vantagens fiscais.
Mudanças no mundo dos negócios internacionais
 A própria evolução do modo de produção capitalista, teve implícita a ideia de exploração do 
homem e da natureza. A fim de que o modelo pudesse ser efetivado eram necessários 
recursos naturais: matérias-primas minerais, vegetais e agropecuárias, que permitissem a 
produção econômica e a reprodução do capital e do lucro.
 A maneira como isso foi realizado, ou seja, indiscriminada e predatória implicou em uma 
grande contradição entre a concepção capitalista de lucro, desenvolvimento econômico e a 
não preservação dos recursos naturais.
 O paradoxo capitalista reside no fato de que a utilização dos recursos e a sua preservação é 
necessária para a sua própria sobrevivência.
 “Preservar para não morrer”.
Relação entre o lucro e a natureza
 A conservação dos ecossistemas naturais tem, por finalidade, a sua manutenção para a 
exploração contínua e a apropriação dos recursos aí contidos, para o uso econômico.
 A preservação de ecossistemas naturais representa a sua manutenção de condições que 
garantam a sua biodiversidade, excluindo-se a apropriação para fins econômicos, que são 
áreas integrais para atenderem às finalidades de interesses científicos.
Por sua vez, quando falamos em pegada ecológica, nos referimos ao conceito que reflete a 
relação entre o número de habitantes e o seu consumo, a demanda de recursos para alimentá-
los. Isto é, o conceito expressa a relação entre as pessoas, a produção, a disponibilidade de 
terras, de recursos e serviços. Um exemplo se refere à fecundidade:
 Fecundidade Baixa = 1,6 filhos por mulher (6 bilhões hab.) 
= 1,2 Terra;
 Fecundidade Média = 2,1 filhos (10 bilhões) = 2 Terras;
 FecundidadeAlta = 2,5 filhos (16 bilhões) = 3,2 Terras.
A conservação e a ideia de pegada ecológica
Algumas sugestões de sites para buscar imagens:
 http://pixabay.com;
 https://commons.wikimedia.org/wiki/main_page;
 http://openphoto.net;
 http://www.burningwell.org;
 http://www.cepolina.com/po;
 http://www.imageafter.com;
 http://imagebase.davidniblack.com/main.php;
 http://www.kavewall.com/stock/index.html;
 https://pixnio.com.
O Brasil tem, hoje, em média, de acordo com o Censo, 2 filhos por casal; com isso, podemos 
dizer que a nossa pegada ecológica pode ser considerada:
a) Perigosa, com o risco de ampliar o problema da fome.
b) Confortável, podendo ampliar e, até, duplicar o número de filhos.
c) Razoável, haja vista a nossa grande disponibilidade territorial, desde que ocorra melhor 
distribuição de terras.
d) Indefinida, por esse número esgotar o território.
e) Não podemos dimensionar, uma vez que a tendência é aumentar o número de filhos.
Interatividade
O Brasil tem, hoje, em média, de acordo com o Censo, 2 filhos por casal; com isso, podemos 
dizer que a nossa pegada ecológica pode ser considerada:
a) Perigosa, com o risco de ampliar o problema da fome.
b) Confortável, podendo ampliar e, até, duplicar o número de filhos.
c) Razoável, haja vista a nossa grande disponibilidade territorial, desde que ocorra melhor 
distribuição de terras.
d) Indefinida, por esse número esgotar o território.
e) Não podemos dimensionar, uma vez que a tendência é aumentar o número de filhos.
Resposta
 A Nova Ordem Mundial impôs novos termos, novas expressões para designar o modelo 
neoliberal capitalista.
 Termo criado pelos EUA, que significa, ao “pé da letra”, a internacionalização das relações 
econômicas, sociais e políticas. A visão de alguns autores sobre ela é polêmica. Há quem a 
entenda como um processo de adequação das dinâmicas nacionais a uma dinâmica 
preponderante no âmbito internacional, sem traumas. 
Outras definições a apontam como a sofisticação máxima do sistema capitalista, mas é violenta 
e traumática, gerando problemas de ordem social e desemprego, interferindo nas culturas 
nacionais e abalando a soberania das nações. Referimo-nos à:
 Globalização.
A Nova Ordem Mundial e as suas características organizacionais
 Esta doutrina ganhou espaço com o fim do Bloco Socialista. Tem como objetivo a 
manutenção do livre jogo das forças econômicas e a iniciativa dos indivíduos. Prega a 
privatização e a menor intervenção possível do Estado como o gestor da economia.
 Na atual conjuntura econômica as empresas passam a configurar juntas ou isoladas, criando 
as corporações que não têm capitais de um país exclusivo. 
As descrições realizadas se referem ao, (às): 
 Neoliberalismo e transnacionais.
A Nova Ordem Mundial e as suas características organizacionais
 Terceirização = processo para transferir um certo tipo de trabalho de um setor produtivo 
para outras instituições que se tornam (parceiras) terceiras.
 Ex.: na indústria automobilística, cada unidade de produção vai se dedicar 
a determinadas peças.
 Trata-se de uma estratégia para reduzir os custos no setor produtivo.
 Terciarização = atividades que se encontram no setor de serviços (sofre um processo de 
inchaço por receber trabalhadores de outros setores).
 Temos, ainda, o Terceiro Setor, que corresponde ao social.
 Organizações não governamentais (ONGs, OCNIs).
 Primeiro Setor = sociedade civil.
 Segundo Setor = governo.
Alguns termos utilizados na ordem econômica e social
Alguns pontos são indicados como positivos:
 As exportações conduziram ao enriquecimento de países da Ásia (China, Coreia 
do Sul, Índia);
 A expectativa de vida mundial aumentou (mesmo com as diferenças);
 Reduziu a sensação de isolamento de alguns países;
 A ajuda externa também aumentou, embora persistam graves problemas sociais;
 A adoção de medidas neoliberais em países do Sul e as discussões acerca de suas 
problemáticas, ficaram conhecidas como Consenso de Washington ou pensamento único.
As medidas são de ordem financeira:
 Rapidez na política monetária;
 Controle de deficit público;
 Abertura da economia e o fim de protecionismos;
 Adoção de ajustes e reformas estruturais e planos econômicos 
que visem estabilizar as economias.
A contrapartida da globalização
 São países considerados dinâmicos, denotando o seu desempenho e crescimento 
econômico: Coreia do Sul, Taiwan, Singapura e Hong Kong (protetorado chinês após o 
término do domínio britânico).
O padrão de desempenho econômico adotado nos remete ao japonês:
 Exploração de mão de obra relativamente barata;
 Estados centralizados e rígidos;
 Economias voltadas ao mercado externo;
 Posição geopolítica estratégica;
 Concentração capitalista, elite burocrática.
 Ética confucionista: com equilíbrio social, disciplina, 
consciência de grupo, nacionalismo, empresas “grandes 
famílias”, no sentido de aumento de produtividade 
pela dedicação.
Os tigres asiáticos
 Também denominados de “países oficina” ou “plataformas de exportação”.
 Essa denominação está associada aos investimentos de empresas japonesas e 
estadunidenses para o aproveitamento da mão de obra barata, disciplinada e produtiva.
O sucesso do seu desempenho associa-se a alguns fatores que podemos enumerar:
 Existência de um respeito comum a situações de emergência, tensões e conflitos nacionais 
(Coreia do Sul e Taiwan);
 Orientação de uma economia voltada ao exterior;
 A ausência de uma classe dominante de proprietários rurais;
 Disponibilidade de mão de obra instruída, disciplinada, de fácil 
aprendizado e com alta produtividade;
 Capacidade de adaptação aos padrões da economia global.
OS NIPs (novos países industrializados)
 A ilha de Hong Kong pertencia ao Reino Unido, desde a guerra do ópio, em 1842, com a 
derrota da China. O Reino Unido nomeava os Conselhos Legislativo e Executivo. No ano de 
1984, a China e o Reino Unido fazem um acordo tendo como lema “um país, dois sistemas”.
 Em 1º de julho de 1997, o protetorado retorna à China com um status de Região 
Administrativa Especial; até 2047, deverá manter um sistema econômico, uma moeda e uma 
autonomia administrativa. A China, por sua vez, manterá a política externa e defesa.
A China, por sua vez, adotou, em 1984, um conjunto de reformas econômicas:
 Restabelecendo, parcialmente, a propriedade privada rural;
 Introdução controlada da ideia de lucro nas empresas;
 Substituição do antigo sistema de metas por produtividade;
 Adoção de salário por metas e produtividade;
 Permissão para os investimentos de empresas estrangeiras;
 Estímulos aos trabalhadores de desempenho mais eficientes;
 Flutuação de preços de acordo com o mercado.
Hong Kong e a China
Seu crescimento não é, somente, demográfico e o seu desempenho corrobora com a 
publicação do The Wall Street Journal (11/10/2002), que já prognosticava o seu ciclo produtivo 
e a inserção no mercado mundial. Algumas medidas impulsionaram esse desempenho:
 1971: a China ingressa na ONU;
 1976: morre Mao Tsé-Tung (líder político e parceiro da URSS);
 1978: Deng Xiaoping assume a liderança do PCC com a proposta da política das Quatro 
Modernizações: Indústria, Agricultura, Ciência e Tecnologia, e Forças Armadas;
 1995: maiores investimentos estrangeiros;
 1997: morre Deng Xiaoping.
 Nos anos 2000, a sua economia se consolidou, pois, em 2001, 
vai ser admitida na OMC e a eficiência do projeto de, apenas, 
1 filho por casal.
A China torna-se a fábrica do mundo
Na obra Fim do Milênio, v. 3, de Manuel Castells, aponta que a China enfrentou alguns 
problemas, tais como:
 O êxodo rural provocado pela industrialização e pela privatização da agricultura;
 Geração de população urbana flutuante e problemática socialmente;
 Sérios conflitos provinciais (Tibete, Mongólia Interior);
 Como se adaptar à economia de mercado e evitar o desemprego;
 Tecnologias, principalmente,a de informação. 
Os problemas enfrentados
 Frase pronunciada por Deng Xiaoping, em 1978, sintetizando a proposta econômica 
da China.
 A China tem, hoje, um dos maiores crescimentos econômicos do planeta e, muitas vezes, 
prescinde de importações de matérias-primas e commodities, sendo grande parceira 
econômica do Brasil.
 Em 1989, a China ficou conhecida internacionalmente nos noticiários, pelas manifestações 
ocorridas na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em prol de uma democratização que não 
acompanhou a abertura econômica.
“Não importa a cor do gato, desde que cace ratos”
Os BRICS correspondem aos países “baleias” do mundo, considerados referências no 
desempenho da economia mundial; entre eles estão o, (a):
a) Japão.
b) Coreia do Sul.
c) Taiwan.
d) Singapura.
e) China.
Interatividade
Os BRICS correspondem aos países “baleias” do mundo, considerados referências no 
desempenho da economia mundial; entre eles estão o, (a):
a) Japão.
b) Coreia do Sul.
c) Taiwan.
d) Singapura.
e) China.
Resposta
 ARAÚJO, R. Jornal Mundo, n. 1, São Paulo, mar. 2001.
 CARLOS, A. F. A.; ALVES, G.; PAULA, R. F. de (Orgs.). São Paulo: Contexto, 2017.
 CASTELLS, M. Fim do Milênio. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
 GIASANTI, R. O desafio do desenvolvimento sustentável. 2011.
 MAGNOLI, D. O mundo contemporâneo, Relações Internacionais: 1945/2000. São Paulo: 
Moderna, 2002.
 ORTIZ, R. Ensaios sobre a mundialização e suas consequências sobre a cultura das 
sociedades. 1ª. ed. Olho d’água, 1999.
 SILVA, F. de A.; BASTOS, P. I. de A. História do Brasil. São 
Paulo: Ed. Moderna, 1983. p. 129-158.
 SILVA, R.; OLIVEIRA, C. E. F. de (Orgs.) Memória da Cidade: 
história do patrimônio urbano do Brasil. São Paulo: Caixa 
Cultural, 2011.
Referências
 SIMMEL, G. 1987. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, G. (Org.). O fenômeno urbano. 
Rio de Janeiro: Guanabara.
 SODRÉ, M. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis: Vozes, 
2014.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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