Buscar

IESC 2 - prova B1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Cenário 1 
1. Compreender o conceito de epidemiologia clínica na 
atenção primária e a incidência das principais doenças 
crônicas 
A epidemiologia clínica é a aplicação dos princípios e métodos 
epidemiológicos na prática clínica diária. Envolve, geralmente, 
estudos conduzidos em ambiente clínico e, na maioria das 
vezes, por médicos clínicos tendo como pacientes os sujeitos 
do estudo. Refina métodos desenvolvidos na epidemiologia e 
os integra à clínica médica. O objetivo da epidemiologia clínica 
é auxiliar na tomada de decisão sobre os casos de doença 
identificados. A epidemiologia clínica, que incluiu métodos 
utilizados pelos clínicos para auditar processos e os 
resultados de seus trabalhos, é uma ciência médica básica. 
Pelo fato de a epidemiologia trabalhar com populações 
enquanto a medicina clínica trabalha com o indivíduo, tem se 
sugerido que a epidemiologia clínica é uma contradição. Esse 
aparente conflito é resolvido ao se observar que a 
epidemiologia clínica lida com uma população definida de 
pacientes mais do que uma população baseada na 
comunidade. Os temas centrais da epidemiologia clínica são: 
• Definições de normalidade e de anormalidade; 
• Acurácia dos testes diagnósticos; 
• História natural e prognósticos das doenças; 
• Efetividade do tratamento; e 
• Prevenção na prática clínica. 
2. Entender triagem/ rastreamento como ferramenta de 
intervenção 
- Rastreamento organizado – é sistemático e voltado para 
detecção precoce de uma determinada doença, condição ou 
risco, oferecidos à população assintomática em geral e 
realizados por instituições de saúde de abrangência 
populacional. 
Para que o rastreamento seja efetivo, deve-se garantir o 
rastreamento da maioria da população susceptível 
4 aspectos importantes em um programa de rastreamento: 
1. Acesso: o rastreamento é um direito assegurado do 
cidadão a uma atenção à saúde de qualidade. 
2. Agilidade: o participante não precisa entrar na rotina 
assistencial dos serviços de atendimento à saúde (APS) 
para a realização do rastreamento nem para o 
recebimento do resultado, a não ser que seja 
necessário. 
3. Melhores evidências: o rastreamento enquanto 
programa deve ser oferecido à população somente 
quando comprovado que seus benefícios superam 
amplamente os riscos e danos, dessa forma, permitindo 
detecção precoce e tratamento de certas doenças. A 
adesão ao programa deve ser voluntária e entendida 
como direito dos cidadãos 
4. Informação: o participante deve receber orientação 
quanto ao significado, riscos e benefícios do 
rastreamento, bem como sobre as peculiaridades e 
rotinas do programa e dos procedimentos. 
Critérios para um programa de rastreamento 
a. A doença deve representar um importante problema 
de saúde pública que seja relevante para a população, 
levando em consideração os conceitos de magnitude, 
transcendência e vulnerabilidade4; 
b. A história natural da doença ou do problema clínico deve 
ser bem conhecida; 
c. Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) bem 
definido, durante o qual a doença possa ser 
diagnosticada; 
d. O benefício da detecção e do tratamento precoce com 
o rastreamento deve ser maior do que se a condição 
fosse tratada no momento habitual de diagnóstico; 
e. Os exames que detectam a condição clínica no estágio 
assintomático devem estar disponíveis, aceitáveis e 
confiáveis; 
f. O custo do rastreamento e tratamento de uma 
condição clínica deve ser razoável e compatível com o 
orçamento destinado ao sistema de saúde como um 
todo; 
g. O rastreamento deve ser um processo contínuo e 
sistemático 
3. Reconhecer a importância da função de filtro na 
atenção primária através de exames diagnósticos 
(sensibilidade, especificidade, VPP, VPN) 
- Um teste diagnóstico determina presença ou ausência da 
doença quando um individuo apresenta sinais ou sintomas da 
doença 
- Um teste de triagem identifica indivíduos assintomáticos 
que podem ter a doença 
IESC 2 – Prova B1 
- O teste diagnóstico é realizado após um teste de triagem 
positivo para estabelecer um diagnóstico definitivo 
Sensibilidade: é a probabilidade de um teste dar positivo na 
presença da doença, isto é, avalia a capacidade do teste 
detectar a doença quando ela está presente. 
Especificidade: é probabilidade de um teste dar negativo na 
ausência da doença, isto é, avalia a capacidade do teste 
afastar a doença quando ela está ausente. 
Valor preditivo positivo: é a proporção de verdadeiros 
positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. 
Expressa a probabilidade de um paciente com o teste 
positivo ter a doença. 
Valor preditivo negativo: é a proporção de verdadeiros 
negativos entre todos os indivíduos com teste negativo. 
Expressa a probabilidade de um paciente com o teste 
negativo não ter a doença. 
Quanto mais sensível um teste, maior seu valor preditivo 
negativo (maior a segurança do médico de que a pessoa com 
teste negativo não tem a doença) 
Quanto mais específico um teste, maior seu valor preditivo 
positivo (maior a segurança do médico de que a pessoa com 
teste positivo tem a doença) 
Varia com a prevalência (probabilidade pré-teste) da doença 
 Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência 
maior o VPP e menor o VPN 
 Quanto mais sensível, melhor o VPN 
 Quanto mais específico, melhor o VPP 
As vantagens de utilizar testes de triagem são: 
- Fácil execução 
- Facilitam o rastreamento 
- Evitam gastos maiores (primeiros testes sensíveis 
4. Conceituar e entender os modelos de intervenção 
coletiva e individual 
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de 
atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de 
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange 
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a 
redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo 
de desenvolver uma atenção integral que impacte 
positivamente na situação de saúde das coletividades. Na 
saúde pública são comuns as ações de intervenção social 
para promover a saúde e prevenir doenças. Essas ações 
oferecem informação sobre saúde às comunidades, de 
maneira clara e acessível para gerar mudança de 
comportamento e para proporcionar a transferência da 
informação. Como exemplo de intervenção individual, temos o 
Projeto Terapêutico Singular. O PTS envolve um conjunto de 
propostas de condutas terapêuticas articuladas, 
direcionadas a um indivíduo e até mesmo famílias ou 
coletividades. Tem como objetivo traçar uma estratégia de 
intervenção para o usuário, contando com os recursos da 
equipe, do território, da família e do próprio sujeito. 
Cenário 2 
1. Conceituar NASF compreendendo sua importância 
correlacionando-a com suas práticas na atenção 
primária e níveis de promoção em saúde. 
NASF – núcleo de apoio a saúde da família 
Modalidades de Nasf, conforme a Portaria nº 
3.124/2012 
Modalidades Nº de equipes vinculadas 
 
Nasf 1 
5 a 9 ESF e/ou EAB para 
populações específicas (ECR, equipe 
ribeirinha e fluvial) 
 
Nasf 2 
3 a 4 ESF e/ou EAB para 
populações específicas (ECR, equipe 
ribeirinha e fluvial) 
 
Nasf 3 
1 a 2 ESF e/ou EAB para 
populações específicas (ECR, equipe 
ribeirinha e fluvial) 
 
Possibilidades de composição do Nasf: Assistente social; 
profissional de Educação Física; farmacêutico; 
fisioterapeuta; fonoaudiólogo; profissional com formação 
em arte e educação (arte educador); nutricionista; 
psicólogo; terapeuta ocupacional; médico 
ginecologista/obstetra; médico homeopata; médico 
pediatra; médico veterinário; médico psiquiatra; médico 
geriatra; médico internista (clínica médica); médico do 
trabalho; médico acupunturista; e profissional de saúde 
sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de 
saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou 
graduado diretamente em uma dessas áreas. 
O NASF é uma equipe de multiprofissionais que devem atuar 
de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipesde Saúde da Família e das equipes de Atenção Básica para 
populações específicas, compartilhando práticas e saberes 
em saúde com as equipes de referência apoiadas, buscando 
auxilia-las no manejo ou resolução de problemas clínicos e 
sanitários, bem como agregando práticas, que ampliem o seu 
escopo de ofertas 
O NASF faz parte da Atenção Básica, mas não se constitui 
como um serviço com espaço físico independente 
• Pode-se afirmar, então, que o Nasf: 
• É uma equipe formada por diferentes profissões e/ou 
especialidades. 
• Constitui-se como apoio especializado na própria Atenção 
Básica, mas não é ambulatório de especialidades ou serviço 
hospitalar. 
• Recebe a demanda por negociação e discussão 
compartilhada com as equipes que apoia, e não por meio de 
encaminhamentos impessoais. 
• Deve estar disponível para dar suporte em situações 
programadas e também imprevistas. 
• Possui disponibilidade, no conjunto de atividades que 
desenvolve, para realização de atividades com as equipes, 
bem como para atividades assistenciais diretas aos usuários 
(com indicações, critérios e fluxos pactuados com as equipes 
e com a gestão). 
• Realiza ações compartilhadas com as equipes de Saúde da 
Família (ESF), o que não significa, necessariamente, estarem 
juntas no mesmo espaço/tempo em todas as ações. 
• Ajuda as equipes a evitar ou qualificar os 
encaminhamentos realizados para outros pontos de atenção. 
• Ajuda a aumentar a capacidade de cuidado das equipes de 
Atenção Básica, agrega novas ofertas de cuidado nas UBS e 
auxilia a articulação com outros pontos de atenção da rede. 
2. Abordar os conceitos de multi, inter e 
transdisciplinaridade e intersetorialidade. Indicar a 
importância das ações interdisciplinares e intersetoriais 
do NASF. 
 Disponibilidade de recurso para a manutenção do 
programa e da promoção do alto custo (saber, mas não 
colocar na síntese) – Lei 8020 – nota técnica nº3 
2020 portaria 2979 (previne Brasil) 
- A multidisciplinaridade na saúde envolve o trabalho desses 
diferentes profissionais, como médicos, fisioterapeutas, 
psicólogos, enfermeiros e nutricionistas em busca de 
oferecer o melhor tratamento possível à pessoa que 
recebe atendimento. Por meio da equipe multidisciplinar, o 
usuário consegue ter um acompanhamento integral. 
- A interdisciplinaridade é conceituada pelo grau de 
integração entre as disciplinas e a intensidade de trocas 
entre os especialistas; desse processo interativo, todas as 
disciplinas devem sair enriquecidas. Não basta somente 
tomar de empréstimo elementos de outras disciplinas, mas 
comparar, julgar e incorporar esses elementos na produção 
de uma disciplina modificada. 
- Transdisciplinaridade, envolve uma integração, diálogo e um 
entrelaçamento entre as diferentes áreas do conhecimento 
dentro de um trabalho de equipe. Assim estabelece uma 
troca de conhecimentos dentre as disciplinas e suas 
dissociações. Coloco como exemplo: Uma equipe que recebe 
um paciente com problemas mentais, os profissionais se 
reúnem, em prol dele, como psicólogos, psiquiatras, 
enfermeiros e entre outros. Onde haverá uma avaliação e 
todos irão assisti-lo e todo profissional que atender deverá 
estar ciente de seu diagnóstico e na área de seu colega, 
logo a transdisciplinaridade entrará em vigor. 
3. Definir o que é apoio matricial correlacionando-o com o 
PTS 
O Apoio Matricial, também chamado de matriciamento, é um 
modo de realizar a atenção em saúde de forma 
compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da 
atenção, por meio do trabalho inter disciplinar. Na Atenção 
Básica em Saúde (ABS)/ Atenção Primária em Saúde (APS), 
ele pode se conformar através da relação entre equipes de 
Saúde da Família (equipes de SF) e Núcleos de Apoio à Saúde 
da Família (NASF), configurando-se de diferentes formas 
através de suas duas dimensões: técnico-pedagógica e 
assistencial 
 Reuniões de matriciamento: reuniões periódicas, no 
mínimo realizadas mensalmente, entre cada um dos 
profissionais do NASF com cada equipe de SF 
vinculada, com o objetivo de discutir casos e temas, 
pactuar ações, avaliar seus resultados e repactuar 
novas estratégias para a produção do cuidado. É a 
partir das reuniões de matriciamento que são 
definidas as ações conjuntas que serão realizadas, 
assim como as ações desenvolvidas 
especificamente pelos profissionais do NASF, como, 
atendimentos individuais realizados apenas com a 
presença destes profissionais e o usuário. Para que 
possam ser realizadas, deve haver horário 
protegido na agenda dos profissionais envolvidos, 
organização da equipe de SF para definição dos 
casos ou situações para matriciamento e dos 
profissionais do NASF para devolutivas de casos 
acompanhados especificamente pelo NASF à equipe 
de SF; 
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de 
propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um 
sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva 
de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial, se 
necessário. Geralmente é dedicado a situações mais 
complexas. É uma variação da discussão de “caso clínico”. Foi 
bastante desenvolvido em espaços de atenção à saúde 
mental como forma de propiciar uma atuação integrada da 
equipe valorizando outros aspectos, além do diagnóstico 
psiquiátrico e da medicação, no tratamento dos usuários. 
Representa o PTS, portanto, um momento de toda a equipe 
em que todas as opiniões são importantes para ajudar a 
entender o sujeito com alguma demanda de cuidado em 
saúde e, consequentemente, para definição de propostas de 
ações. É importante destacar que o PTS pode ser elaborado 
para grupos ou famílias, e não só para indivíduos 
O PTS se desenvolve em 4 momentos: 
- Diagnóstico 
- Definição das metas 
- Divisão de responsabilidades 
- Reavaliação 
4. Compreender a estrutura organizacional, suas 
respectivas atribuições, as atividades desenvolvidas na 
APS no cuidado integral e longitudinal. Refletir sobre 
desafios do NASF correlacionando aos princípios do SUS. 
(portaria 154/ GM, 2436/ GM/ MS) 
- APS representa o primeiro contato na rede assistencial 
dentro do sistema de saúde, caracterizando-se, 
principalmente, pela continuidade e integralidade da atenção, 
além da coordenação da assistência dentro do próprio 
sistema, da atenção centrada na família, da orientação e 
participação comunitária e da competência cultural dos 
profissionais 
A longitudinalidade constitui a existência do aporte regular de 
cuidados pela equipe de saúde e seu uso consistente ao 
longo do tempo, em um ambiente de relação mútua de 
confiança e humanizada entre equipe de saúde, indivíduos e 
famílias. 
A integralidade significa a prestação, pela equipe de saúde, 
de um conjunto de serviços que atendam às necessidades 
da população adscrita nos campos da promoção, da 
prevenção, da cura, do cuidado, da reabilitação e da paliação, 
a responsabilização pela oferta de serviços em outros 
pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado 
dos problemas biológicos, psicológicos e sociais que causam 
as doenças. 
Operacionalmente, uma conceituação de APS implica o 
exercício de sete atributos e de três papéis, e só haverá 
uma APS de qualidade quando estes sete atributos 
estiverem sendo operacionalizados, em sua totalidade. Os 
primeiros quatro (primeiro contato, longitudinalidade, 
integralidade e coordenação) são os atributos essenciais e os 
três últimos (focalização na família, orientação comunitária e 
competência cultural) os atributos derivados. O primeiro 
contato implica a acessibilidade e o uso de serviços para 
cada novo problema ou novo episódio de um problema para 
os quais se procura atenção à saúde. 
Desafios essenciais estão permanentemente colocados à 
APS, como a ampliação progressiva de sua cobertura 
populacional e sua integração à rede assistencial, ligados 
tanto ao aumento de sua resolutividade quanto de sua 
capacidade de compartilhar e fazer a coordenação do 
cuidado. O Nasf, como organismo vinculadoà equipe de SF, 
compartilha tais desafios e deve contribuir para o aumento 
da resolutividade e a efetivação da coordenação integrada 
do cuidado na APS. Assim, apoio e compartilhamento de 
responsabilidades são aspectos centrais da missão dos Nasf 
5. Definir Diabetes (DM), fenômeno do alvorecer, métodos 
e mecanismos de controle 
- O diabetes é um grupo de doenças metabólicas 
caracterizadas por hiperglicemia e associadas a 
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, 
especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos 
sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou 
ação da insulina envolvendo processos patogênicos 
específicos, por exemplo, destruição das células beta do 
pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da 
insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. 
- A hiperglicemia do alvorecer é o termo usado para 
descrever níveis de glicose altos pela manhã, mesmo quando 
se vai para cama, à noite, com a glicose em níveis normais. 
Este é um fenômeno comum em pessoas com diabetes. 
Geralmente as alterações acontecem entre 2 e 8 horas da 
manhã. 
Pesquisadores acreditam que a liberação noturna dos 
chamados hormônios contra regulatórios (hormônios de 
crescimento, cortisol, glucagon e epinefrina), aumentam a 
resistência à insulina, fazendo com que ocorra uma 
hiperglicemia. 
Outras causas que podem levar a hiperglicemia de jejum são: 
- Doses insuficientes de medicação (insulina ou 
medicamentos orais) na noite anterior 
- Consumo excessivo de carboidratos ao deitar 
Pacientes que persistem em apresentar hiperglicemia de 
jejum constantemente devem ser orientados a realizar 
testes de glicemia capilar entre 2 e 3 horas da manhã, por 
alguns dias seguidos. Esta atitude auxiliará a determinar se o 
que está ocorrendo é Hiperglicemia do alvorecer ou 
apresenta outra causa. 
Para prevenir ou corrigir a hiperglicemia do alvorecer, 
recomenda-se: 
- Evitar o consumo de carboidratos ao deitar 
- Ajustar a dose de medicação ou insulina 
- Alternar para um medicamento diferente 
- Ajustar o horário da dose da medicação ou insulina do 
jantar para a hora de dormir 
- Usuários de SIC (Sistema de infusão contínua de insulina) 
devem administrar insulina extra durante as primeiras horas 
da manhã 
Alimentação: CHÁ, com bolacha de água e sal (entre outros 
alimentos para não aumentar glicemia). 
Cenário 3 
1. Conceituar aa fisiopatologia da HAS e sua prevalência 
Pressão arterial é a força exercida pelo sangue sobre as 
paredes dos vasos. Sofre variações contínuas, dependendo 
da posição da pessoa, das atividades e das situações em que 
se encontra. Tem por finalidade promover uma boa 
perfusão dos tecidos e, com isso, possibilitar as trocas 
metabólicas. Está relacionada com o trabalho do coração e 
traduz o sistema de pressão vigente na árvore vascular 
arterial. É um parâmetro fisiológico indispensável na 
investigação diagnóstica, e o registro dos níveis pressóricos 
é parte obrigatória do exame clínico. necessidade de se 
realizar a aferição da pressão de modo adequado e de se 
interpretarem corretamente os dados fornecidos pelo 
aparelho de pressão. Mal utilizados, podem causar danos e 
malefícios em vez de contribuírem para o bom atendimento 
dos pacientes 
- HAS – condição clínica multifatorial caracterizada por 
níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA 
≥140 x 90mmHg). 
- Associa-se frequentemente, às alterações funcionais 
e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins, 
vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com 
aumento de risco de eventos cardiovasculares fatais e não 
fatais. 
A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no 
mundo. Sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% 
para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% 
para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com 
mais de 70 anos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2010) 
- A HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle. A 
mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumenta 
progressivamente com a elevação da PA a partir de 115/75 
mmHg de forma linear, contínua e independente (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Em 2001, cerca de 
7,6 milhões de mortes no mundo foram atribuídas à 
elevação da PA (54% por acidente vascular encefálico e 
47% por doença isquêmica do coração), ocorrendo a maioria 
delas em países de baixo e médio desenvolvimento 
econômico e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 
anos 
2. Reconhecer sinais, sintomas, fatores de risco e 
complicações 
Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial não causa 
sintomas, apesar da ocorrência concomitante de 
determinados sintomas que são amplas, porém 
erroneamente, atribuídos à hipertensão arterial: dores de 
cabeça, sangramento nasal, tontura, rubor facial e fadiga. 
Pessoas com hipertensão arterial podem apresentar esses 
sintomas, mas tais sintomas ocorrem com a mesma 
frequência em pessoas com pressão arterial normal. A 
hipertensão arterial grave ou de longa duração não tratada 
pode causar sintomas, pois pode lesionar o cérebro, olhos, 
coração e rins, ela também aumenta a carga de trabalho do 
coração e pode causar dor torácica e/ou falta de ar 
Principais fatores de risco: tabagismo, consumo de bebidas 
alcoólicas, obesidade, estresse, má alimentação (sal, 
gordura), níveis altos de colesterol, ausência de atividades 
físicas. 
CEFALEIA + HIPERTENSÃO: a cefaleia pode ser recorrente 
do próprio medicamento, ou quando a hipertensão está em 
momento de pico ALTERAÇÃO 
DA VISÃO + HIPERTENSÃO: quando a pressão se eleva pode 
haver formação de um edema, esse edema causa um 
inchaço no nervo óptico que pode comprometer a visão. 
ELEVADA FREQUÊNCIA CARDÍACA: o sangue é enviado com 
maior força para as artérias com o intuito de fornecer o 
aporte sanguíneo para todas as regiões do corpo, mas 
quando há obstrução dessa passagem, a frequência tende a 
aumentar. 
 
3. Entender os critérios diagnósticos e classificações 
- Métodos de utilização dos medicamentos (categorias) 
O diagnóstico da HAS consiste na média aritmética da PA 
maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos 
três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana 
entre as medidas, ou seja, soma-se a média das medidas do 
primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se 
por três. 
A constatação de um valor elevado em apenas um dia, 
mesmo que em mais do que uma medida, não é suficiente 
para estabelecer o diagnóstico de hipertensão. 
Cabe salientar o cuidado de se fazer o diagnóstico correto 
da HAS, uma vez que se trata de uma condição crônica que 
acompanhará o indivíduo por toda a vida. Deve-se evitar 
verificar a PA em situações de estresse físico (dor) e 
emocional (luto, ansiedade), pois um valor elevado, muitas 
vezes, é consequência dessas condições. 
Classificação da pressão arterial 
 
Classificação 
 
Pressão 
Sistólica 
(mmHg) 
Pressão 
diastólica 
(mmHg) 
Ótima < 120 < 80 
Normal < 130 < 85 
Limítrofe 130 – 139 85 – 89 
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 
 
- Normotensão: a pessoa com PA ótima, menor que 
120/80mmHg deverá verificar novamente a PA em até dois 
anos. As pessoas que apresentarem PA entre 
130/85mmHg são consideradas normotensas e deverão 
realizar a aferição anualmente exceto pacientes portadores 
de DM quando a PA deve ser aferida em todas as consultas 
de rotina 
- PA limítrofe: pessoas com PA entre 130/85mmHg 
deverão fazer avaliação para identificar a presença de 
outros fatores de risco para DCV. Na presença desses 
fatores, a pessoa deverá ser avaliada pela enfermeira, em 
consulta individual ou coletiva, com o objetivo de estratificar 
o risco cardiovascular. A PA deverá ser novamente 
verificada em mais duas ocasiões em um intervalo de 7 a 14 
dias. Na ausência de outros FR para DCV, o indivíduo poderá 
ser agendado para atendimento com a enfermeira, em 
consultacoletiva, para mudança de estilo de vida (MEV), 
sendo que a PA deverá ser novamente verificada em um 
ano. 
- Hipertensão arterial sistêmica: se a média das três 
medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está 
confirmado o diagnóstico de HAS e a pessoa deverá ser 
agendada para consulta médica para iniciar o tratamento e 
o acompanhamento. O tratamento e o acompanhamento das 
pessoas com diagnóstico de HAS estão descritos no próximo 
capítulo desta publicação. 
4. Listar os profissionais que compõem a ESF para 
prevenção, buscativa, rastreamento e abordagem 
A ESF é composta por, no mínimo: 
- Médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou 
médico de Família e Comunidade; 
- Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; 
- Auxiliar ou técnico de enfermagem; 
- Agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados 
a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: 
cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da 
Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. 
5. Entender como a vulnerabilidade afeta no processo 
saúde doença 
- Exemplificar 
O impacto socioeconômico denuncia a tendência em 
desenvolver a doença ou não, isso porque, a classe social 
mais baixa possui dificuldade em seguir o tratamento, bem 
como não realiza acompanhamento e muito provavelmente 
tem forte relação com a genética. 
A baixa escolaridade compromete o acesso à educação em 
saúde, estratégia que possibilita a adoção de 
comportamentos saudáveis e a mobilização social para a 
melhoria das condições de vida, influencia a adesão ao 
tratamento de condições crônicas, como a HAS, em virtude 
da relação com menores condições econômicas e acesso a 
serviços de saúde. Além disso, a renda não esteve 
significativamente associada aos escores de qualidade de 
vida neste estudo, embora a literatura considere esses 
fatores como influentes. De acordo com Jakobsson a renda 
se reduz acentuadamente quando ocorre a aposentadoria, e 
os fatores socioeconômicos podem influenciar a qualidade de 
vida, tendo sido encontradas associações entre melhores 
condições socioeconômicas e melhores escores de qualidade 
de vida. 
 
Cenário 4 
1. Definir o período de acompanhamento médico 
(retornos), estabelecendo quais os critérios clínico-
laboratoriais importantes nesse processo 
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas 
caracterizadas por hiperglicemia e associadas a 
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, 
especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos 
sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou 
ação da insulina envolvendo processos patogênicos 
específicos, por exemplo, destruição das células beta do 
pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da 
insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. 
O período de acompanhamento deverá ser feito de acordo 
com as necessidades gerais previstas no cuidado integral e 
longitudinal de diabetes, incluindo mudança no estilo de vida, 
controle metabólico e prevenção das complicações crônicas. 
DM 2: Hábito de vida saudável 
DM1: acompanhamento e atenção especializada, cuidado na 
atenção básica (para conhecer população e manter 
comunicação) 
- Controle glicêmico: previne complicações agudas e crônicas, 
promovendo qualidade de vida e reduzindo mortalidade, 
sendo controlado: em jejum, pré prandial, pós prandial e pela 
hemoglobina glicada (HbA1C) 
 Glicemia= 3 vezes ao dia para todos os tipos de Dm 
 HbA1C= no início do tratamento e a cada 3 meses, 
e para quem possui bom controle metabólico: 2 
vezes ao ano 
Acompanhamento: pela equipe multidisciplinar de acordo com 
a estratificação de risco 
2. Explicar a fisiopatologia e diferenciar diabetes tipo 1 e 
2, apontando sinais, sintomas e complicações 
Conceito: é um transtorno metabólico de etiologias 
heterogêneas, concretizado por hiperglicemia, distúrbios no 
metabolismo de carboidratos e gorduras resultante de 
secreção de insulina. 
DM1: acomete crianças e adolescentes sem excesso de 
peso, com hiperglicemia acentuada, evoluindo para 
cetoacidose 
- Destruição da célula beta pancreática que leva a 
deficiência absoluta de insulina 
DM2: início insidioso e sintomas mais brandos, manifestando-
se em geral em adultos com excesso de peso e com história 
familiar de DM2 
- Deficiência relativa da insulina, ou seja, resistência à ação 
da insulina, associada a um defeito na sua secreção 
(cetoacidose é rara) 
DM na gravidez – geralmente resolve no pós parto e pode 
retornar anos depois 
 OBS: Os sintomas clássicos são os 4 P´s (Poliúria, 
polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso) 
As complicações: hipertensão, maio gravidade de 
doenças endêmicas, agravo no sistema cardiovascular, 
digestório, função cognitiva, musculoesquelético, etc. 
3. Traçar o perfil epidemiológico da doença, relacionando-o 
com a atenção básica (prevalência, estatística e 
impacto socioeconômico) 
- Sua crescente prevalência está ligada à dislipidemia, 
hipertensão arterial, disfunção endotelial. 
- é um problema considerado sensível a atenção primária, o 
bom manejo na atenção básica evita hospitalizações e 
mortes pela doença/ complicações cardiovasculares e 
cerebrovasculares. 
- é mais prevalente no sexo feminino e mais comum em 
pessoas de baixa escolaridade, aumenta com a idade da 
população. 
- As complicações agudas e crônicas do DM causam alta 
morbimortalidade, acarretando altos custos para o sistema 
de saúde. 
4. Apontar os critérios diagnósticos correlacionando-os 
com sua classificação (clínico-laboratorial) 
DM pode permanecer assintomático por longo tempo e sua 
detecção clínica é frequentemente feira, não pelos 
sintomas, mas pelos fatores de risco (obesidade, 
sedentarismo, hábitos alimentares) 
Rastreamento 
- Excesso de peso, história de mães e pais com DM, 
HAS>140mmHg, história de diabete gestacional, hiperglicemia 
>250mmHg ou HDL baixo (<35mg/dl), inatividade física, 
história de doença cardiovascular, síndrome do ovário 
policístico, idade >45 anos 
OBS: pessoas com fatores de risco devem ser 
encaminhados para consulta e solicitação de exames de 
glicemia 
Recomenda-se, em casos negativos, o acompanhamento em 
3-5 anos 
1ª consulta – rastreamento: enfermeiro 
2ª consulta – médico 
Importante para contribuir para diagnóstico e prevenção 
Diagnóstico: são os sinais e sintomas dos 4 P´s, são 
presentes no DM2, mas no DM1 são mais agudos (citose, 
acidose metabólica, desidratação), no DM2 são mais 
assintomáticos. 
OBS: são 4 diagnósticos 
- Teste de tolerância a glicose, hemoglobina glicada (nível de 
glicemia nos últimos 3 meses), glicemia casual, glicemia de 
jejum 
- Glicemia plasmática casual: para diagnóstico imediato= 
realizada a qualquer hora do dia, sem observar intervalo 
desde a ultima refeição 
* em pré diabético é necessário alimentação saudável e 
hábitos ativos de vida, bem como reavaliação anual com 
glicemia em jejum 
5. Descrever os papéis dos profissionais (prevenção, 
promoção, orientação, acompanhamento) 
- O processo deverá ser contínuo e iniciado na primeira 
consulta, e que inclua mudança no estilo de vida 
recomendados 
Enfermeiro: realizar consultas de enfermagens para 
pessoas com maior risco para desenvolver DM tipo 2, 
abordando fatores de risco, estratificação de risco 
cardiovascular e orientação sobre mudança do estilo de vida. 
Médico: precisará identificar os fatores de risco, avaliar 
condições de saúde, estratificar se necessário o risco 
cardiovascular e orientar quanto à prevenção e ao manejo 
de complicações crônicas 
 História da pessoa 
 Exame físico 
 Avaliação laboratorial 
 Estratificação do risco cardiovascular

Continue navegando