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Lipídeos na Nutrição de Cães e Gatos - Notas de Aula

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
Departamento De Zootecnia 
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS GZO-141 
 
1 
 
 
LIPÍDEOS 
 
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad 
Médica Veterinária, MSc., Doutora em Nutrição Animal 
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia 
e-mail: borgesvet@dzo.ufla.br 
4.1. INTRODUÇÃO 
 
Os termos “Lipídeos e gorduras” cobrem uma larga variação de 
compostos orgânicos, não sendo possível, desta forma, formular uma definição 
simples e abrangente. Este terminologia designa um grupo heterogêneo de 
substâncias com duas particularidades comuns: 
 Insolúveis em água 
 Solúveis em solventes orgânicos (características gerais, com 
algumas exceções, como, por exemplo os fosfolipídios, que são, em 
certo grau, solúveis em água.) 
 
Os lipídeos são estruturalmente bastante diversificados, no entanto 
apresentam um aspecto químico comum: todos são derivados do acetato. 
Os lipídeos apresentam um problema digestivo especial para o animal, 
porque não se dissolvem em água, o principal meio pelo qual ocorre a maioria 
dos processos corpóreos, incluindo a digestão. A ação detergente é necessária 
para emulsificar ou dissolver lipídeos, de forma que possam ser submetidos às 
ações das enzimas hidrolíticas, hidrossolúveis, no intestino. O problema da 
solubilidade torna a mecânica da digestão e da absorção dos lipídeos 
ligeiramente diferentes daquela das proteínas e carboidratos. 
Estas substâncias compõem uma grande porção das dietas dos 
carnívoros, ao passo que, em geral, formam uma porção menor das dietas 
naturais dos herbívoros adultos. Os neonatos de todas as espécies mamíferas 
possuem alta capacidade de digestão e absorção de lipídeos, porque o leite 
tem alto teor de gordura. 
 
O lipídeo dietético primário é o triacilglicerol (TG), que tanto pode originar-
se de fontes vegetais como animais. Outros lipídeos dietéticos importantes 
incluem o colesterol e o éster de colesterol de origem animal, ceras de fontes 
vegetais e fosfolipídeos, tanto de fontes vegetais como animais. 
4.2. FUNÇÕES DOS LIPÍDEOS 
Na célula, os lipídeos têm duas funções: 
mailto:borgesvet@dzo.ufla.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
Departamento De Zootecnia 
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS GZO-141 
 
2 
 
 Lipídeos estruturais - parte integral de células e estruturas teciduais. 
Não podem ser oxidados para o fornecimento de energia, mesmo em 
situações de extrema carência energética, mas podem ser utilizados 
para a produção de outras substâncias. 
 Lipídeos de reserva - principal estocagem de energia, principalmente 
na forma de triacilglicerol. Depósito de energia como glicogênio é 
limitado, sendo que como gordura o organismo tem uma capacidade 
virtualmente ilimitada (cães adultos: > 1% da energia como glicogênio 
e < 80% como gordura). Como substâncias de reserva podem ser 
mobilizados, transformados em outras substâncias e oxidados, 
fornecendo 9,45 kcal/g. 
 
Um grama de lipídeos armazena seis vezes mais energia que um grama 
de glicogênio. Em um cão pesando cerca de 50 kg, 8 kg estão sob a forma de 
gordura. Se a energia contida nestes depósitos fosse armazenada como 
glicogênio, o peso dos depósitos seria de 55 kg, com um peso corporal total de 
cerca de 105 kg 
Os depósitos de gordura são adequados aos felinos e canídeos silvestres, 
cuja sobrevivência esta sujeita a condições climáticas e nutricionais muito 
variáveis. Nos animais domésticos, adquire uma importância menor, uma vez 
que alimentação é mais constante e balanceado. 
O processo de deposição de gordura nos animais é muito caro (gasto de 
3 vezes mais energia para depositar 1 g. de gordura com relação a 1 g. de 
proteína) 
No organismo, os lipídeos desempenham inúmeros papeis: 
 Fornecem 2,25 vezes mais energia que carboidratos e proteínas; 
 São fontes de ácidos graxos essenciais (AG essenciais importantes 
no crescimento, manutenção de estrutura de membranas, síntese de 
fosfolipídios, produção de prostaglandinas); 
 Transporte e solubilização de determinadas vitaminas; 
 Igualmente importante para mamíferos desérticos (graças a uma 
relação estrutural muito ampla entre o conteúdo de hidrogênio frente 
ao de oxigênio, podem fornecer mais água no catabolismo que seu 
próprio peso, funcionando como reservatórios metabólicos de água); 
 Proteção renal e intestinal (depósitos perirenal e omental); 
 Ação antimicrobiana (pele de mamíferos). 
 
Outras funções dietéticas: 
 Melhoram a palatabilidade de rações de cães e gatos. 
 Cerca de 25 a 50% das exigências energéticas dos cães podem ser 
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3 
 
suplementadas a partir de óleos e gorduras (entre 5 - 20% da MS da 
dieta). Uma maior introdução de gordura pode ser desejável em 
épocas de maior demanda energética, como na lactação, exercícios 
pesados ou estresse. 
 Cerca de 15 a 50% das exigências energéticas dos gatos podem ser 
suplementadas a partir de óleos e gorduras (entre 5 - 20% da MS da 
dieta). 
 Além do aporte energético, a adição de óleos e gorduras a dietas de 
cães e gatos tem relação com palatabilidade da ração, a ponto de 
misturas de ácidos graxos tornarem-se segredos comerciais. 
4.3. ÁCIDO GRAXO 
Os ácidos graxos constituem a unidade fundamental da maioria dos 
lipídeos, e são ácidos orgânicos com cadeias que vão de 4 a 24 átomos de 
carbono. Sua característica fundamental é possuir uma função ácida, de 
natureza carboxílica e hidrófila, e uma cadeia parafínica, hidrófoba, que confere 
à maioria dos lipídeos sua natureza oleosa, insolúvel em água.: 
 
 
CH3 - CH2 - (CH2)n - CH2 
 Cadeia parafínica 
 (hidrófoba) 
 
 COOH 
 Carboxila 
 (hidrófila) 
 
 
 
A cadeia parafínica pode ser saturada (somente ligações simples entre 
carbonos) ou insaturada (uma ou mais ligações duplas entre os carbonos - 
mono e polinsaturada respectivamente). Pode, ainda, ser linear, cíclica ou 
ramificada, e de número par ou ímpar de carbono. 
Praticamente todos os ácidos graxos na natureza possuem número par 
de cadeias de carbono, sendo que os mais abundantes são aqueles com 16 ou 
18 carbonos. Os AG essenciais são polinsaturados e os ácidos graxos cíclicos 
são a principal estrutura das prostaglandinas, de alguns outros hormônios e da 
vitamina D. 
 
 
 
 
TABELA 41. Grau de fusão de alguns ácidos graxos. 
Átomos de carbono Nome comum Ponto de fusão 
o
c 
Ácidos graxos insaturados 
12 Láurico 44,2 
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4 
 
14 Mirístico 53,9 
16 Palmítico 63,1 
18 Esteárico 69,6 
20 Araquídico 76,5 
24 Linocérico 86,0 
Ácidos graxos insaturados 
16 (1 dupla ligação) Palmitoleico - 0,5 
18 (1 dupla ligação) Oléico 13,4 
18 (2 duplas ligações) Linoléico - 5,0 
18 (3 duplas ligações) Linolênico - 11,0 
20 (4 duplas ligações) Araquidônico - 49,5 
Nunes (1998). 
4.3.1. Ocorrência dos ácidos graxos 
O conteúdo em ácidos gráxos varia de um alimento a outro. A maior parte 
dos óleos vegetais (milho, soja, girassol, algodão, amendoim, colza) se 
caracterizam por um alto conteúdo em ácido oléico e linoléico (tabela 42); 
alguns destes óleos apresentam particularidades como apreciável nível de 
linolênico no óleo de soja; erúcico (22:1) em algumas variedades de colza e 
malválico e estercúlico (AG ciclopropenóides 18:1 e 19:1 respectivamente) no 
óleo de algodão. 
TABELA 42. Composição em ácidos graxos (% peso) de diferentes óleos 
vegetais 
Ácidos graxos
1 
Óleo girassol Óleo de soja Gord. De coco Óleo palma 
8:0 - caprilico - - 6,0 - 
10:0 - cáprico - - 7,0 - 
12:0 - láurico - - 48,0 - 
14:0 - mirístico - 0,4 18,0 2,0 
16:0 - palmítico 4,0 9,0 9,0 36,0 
18:0 - esteárico 2,0 2,0 2,0 5,0 
18:1- oléico 33,0 20,0 8,0 47,018:2- linoléico 60,0 54,6 1,0 10,0 
18:3 - linolênico - 12,0 - - 
 
Outros óleos vegetais como o de coco e palmiste caracterizam-se por seu 
alto conteúdo em AG de cadeia média (especialmente láurico), enquanto que 
no óleo de palma destaca-se a concentração em ácido palmítico (16:0) e 
oléico. 
 
4.3.2. Grupo das Gorduras do Leite e Derivados 
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5 
 
30 a 40% de ácido oléico, 20 a 30% de ácido palmítico, 10 a 15% de 
ácido esteárico, e ca. 15% de ácido butírico (o único grupo que contém este 
ácido). 
4.3.3. Grupo dos Ácidos Insaturados: (Óleos e gorduras vegetais) 
Contém TAG de ácidos insaturados, predominando ácidos oléico, linoléico 
e linolênico. A maior parte dos óleos vegetais (milho, soja, girassol, algodão, 
amendoim, colza oliva, de gérmen de trigo) apresenta alto conteúdo em ácido 
oléico e linoléico. Níveis altos de linolênico podem ser encontrados no óleo de 
soja; erúcico (22:1) na de colza e malválico e estercúlico (AG ciclopropenóides 
18:1 e 19:1 respectivamente) no óleo de algodão. 
4.3.4. Grupo do Ácido Láurico 
50% de ácido láurico e quantidades menores de ácidos saturados com 8, 
10, 16 e 18 C na cadeia. Possuem ácidos insaturados em pequena quantidade. 
Ex.: óleos de dendê e babaçu. 
4.3.5. Grupo das Gorduras Animais 
As gorduras animais diferem marcadamente da composição média dos 
óleos vegetais por seu maior grau de saturação, sendo os AG predominantes 
no tecido adiposo o palmítico, esteárico e oléico. Dentro deste grupo, a gordura 
do suíno (manteiga) ou de aves são mais insaturadas que as de ruminantes 
(sebo).Apresentam 40% de ácidos com 16 - 18c, 60% de ácidos insaturados 
(oléico e linoléico) e possuem ponto de fusão maior do que os tag de outros 
grupos. ex.: triestearina (toicinho, sebo). 
Gordura bovina - palmítico ou esteárico (triesterina) ponto de fusão acima 
de 40oC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3. Triacilglicerol – óleos e gorduras. 
A gordura de suínos apresenta uma grande quantidade de C16 e C18, e 
pequena quantidade de C18 - 2 e C18 -3, (suficiente para diminuir o ponto de 
fusão). Os ácidos graxos da dieta podem influenciar o ponto de fusão da banha 
dos suínos. 
Os lipídeos dos peixes são líquidos á temperatura ambiente e possuem 
grande quantidade de AG poliinsaturados. 
 
 
Cêra de abelha (p.f. 60-82 oC)
Ceras
C
O
O C30/32H61/65C24 H5127 55- -
Fosfatidil colina ( presente nas membranas de
organismos superiores )
H2C O C
O
(CH2)14CH3
C O C
O
(CH2)7
C O
H CH CH (CH2)7CH3
P
O
O
-
O CH2CH2N(CH3)3
+
H2
Fosfolipídeo
R C
O
OR'
H2C O C
O
C17H35
C O C
O
C17H35
C O C
O
C17H35
H
H2
triestearina (sebo)
(óleos e gorduras)TAG
(R e R' = cadeias longas)
H
H H
CH3
OH
HO
estradiol
CH3
Vitamina E (-Tocoferol)
CH3
CH3
H3C
HO
O
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TABELA 43. Teor em ácidos graxos das principais gorduras. 
 Bovina Suína Frango Peixe Soja 
AG. saturados 53% 38% 28% 17% 11% 
AG. monoinsaturados 45% 49% 41% 27% 28% 
AG. polinsaturados 2.7% 13% 22% 58% 61% 
AG. linoléico 2% 12% 21% 13% 52% 
Adaptado de Royal Canin (2000). 
4.4. LIPÍDEOS SIMPLES 
Constituídos unicamente por C, H, O 
 Triglicerídeos - três ácidos graxos e um glicerol (óleos, gorduras, 
banhas, sebos, etc.) 
 Os ésteres neutros, colesterol, etc. 
 As ceras. 
4.4.1. Triacilglicerídeos (TG) 
São os lipídeos mais abundantes (mas de 90% do total) nos alimentos 
utilizados habitualmente em alimentação animal e também o são na gordura do 
tecido adiposo e na das produções animais. 
São ésteres de glicerol com AG . As principais variações de seu valor 
nutritivo estão ligadas a diferenças no tipo de AG que formam parte de sua 
molécula. Já foram isolados mais de 100 AG distintos dos TG de diversas 
células e tecidos. Os mais comuns têm um número par de átomos de carbonos 
e uma cadeia linear e diferem no tamanho da cadeia (entre 12 e 22 átomos de 
carbono) e em seu grau de insaturação. 
São os componentes principais de armazenamento ou depósito de 
gorduras nas células vegetais e animais, mas não são normalmente 
encontrados nas membranas. Nutricionalmente este é o grupo mais importante, 
dado o seu uso como ingredientes nas dietas. As gorduras e os óleos, 
presentes na maioria das substâncias comestíveis, caracterizam-se pelo seu 
alto valor energético. Um grama de gordura comum produz aproximadamente 
9,45 cal, quando se submete a combustão total, comparado a 4,1 cal que 
produz um carboidrato comum ou 4,4 cal de uma proteína. Assim a gordura 
produz aproximadamente 2,25 mais energia que carboidrato e proteína. 
Análises relacionando a proporção dos AG constituintes das gorduras 
indicam o máximo de energia que pode ser esperado. A energia bruta dos AG 
saturados aumenta com o comprimento da cadeia porque as unidades - CH2 – 
não oxidadas, progressivamente ocupam uma proporção maior da molécula em 
relação ao grupo carboxila totalmente oxidado. Possuir uma ligação insaturada 
na cadeia é um passo oxidativo parcial, e o conteúdo de energia bruta diminui 
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proporcionalmente. 
Os triglicerídeos podem ser encontrados na natureza na forma sólida, 
semi-sólida ou líquida, e seu ponto de fusão esta relacionado com tamanho da 
cadeia e grau de saturação dos ácidos graxos: 
 Quanto maior a cadeia parafínica dos AG, maior será o ponto de 
fusão. 
 Quanto maior o grau de saturação, maior será o ponto de fusão 
 
Os óleos são triglicerídeos líquidos a temperatura ambiente, enquanto 
que as gorduras são triglicerídeos são sólidos a temperatura ambiente. 
4.4.2. Esteróis 
São lipídeos não saponificáveis, isto é, não são hidrolisáveis pelo 
aquecimento com álcalis, para produzir sabões com seu componente AG. 
Os esteróides mais abundantes são os esteróis, que são álcoois 
esteróides (figura 3). O colesterol é o principal esterol nos tecidos animais. O 
colesterol e seus ésteres com AG são componentes importantes das 
lipoproteínas plasmáticas e da membrana celular externa. São, ainda, 
precursores das vitaminas D2 e D3, de hormônios sexuais e de sais biliares. A 
molécula de colesterol apresenta um grupo cabeça polar e uma estrutura não 
polar não hidrofóbica (quatro anéis rígidos). 
Esteróis neutros - álcool estrutural – colesterol (estrutura cíclica). 
O colesterol é o mais abundante esteróide nos animais (as plantas não 
possuem). Muito do colesterol no corpo é transformado em sais biliares. 
Alimentos ricos em colesterol: ovos, manteiga, queijos, creme de leite, etc. 
Um excesso de colesterol pode provocar aterosclerose, que é a perda da 
elasticidade nas artérias e o espessamento de suas paredes (depósito do LDL 
colesterol na parede celular das artérias). 
Oxidação por radicais livres (migração dos glóbulos brancos para as 
células arteriais consumindo os produtos de oxidação- deposição dos glóbulos 
brancos - estreitamento na parede da artéria - aumento da pressão sanguínea) 
 
4.4.3. Ceras e cerídeos 
São ésteres de AG com álcoois de cadeia longa. Os AG possuem cadeias 
longas (25 a 35C) saturadas e insaturadas. 
Atuam como revestimento protetor natural das folhas, frutos, caules, 
insetos, pele, penas, pelos e servem como material estrutural das colméias. 
São, também, os principais lipídeos alimentares de reserva na cadeia oceânica. 
Não são usados nutricionalmente, por serem altamente hidrófobos, não 
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sendo atacados por enzimas de animais superiores. Podem ser usados como 
protetores de substâncias que não devem ser degradas pelo estômago. No 
duodeno, se emulsificam com os sais biliares.4.5. LIPÍDEOS COMPLEXOS 
Fosfolipídeos, glicolipídeos, terpenóides lipoproteínas. 
Fosfolipídeos: diglicerídeos - AG substituído por uma base nitrogenada 
(colina, etanolamina ou serina), mediante uma ponte de ácido fosfórico. 
Componentes da parede celular; essenciais para o transporte, absorção e 
metabolismo de ácidos graxos, do sódio e do potássio; participantes da 
coagulação sangüínea, reservatórios de AG essenciais e fosfatos. 
Glicolipídeos: Diglicerídeos - ácidos graxos substituído por um 
carboidrato, sem uso de pontes fosfato. (cerebrosídeos e gangliosídeos). 
Terpenóides: São caracterizados por uma unidade que se repete, o 
isopropanoide, estando incluídos os carotenos, carotenóides, vitamina A, etc. 
Lipoproteínas: transporte dos lipídeos na linfa e plasma sangüíneo 
(presentes, nos glóbulos de gordura da gema do ovo. do leite) - quilomicrons e 
lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL - Very low density lipoprotein). 
4.6. ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS 
Estruturalmente, são ácidos carboxílicos variando de 18 a 22 carbonos na 
cadeia, conectados um ao outro por uma simples ou dupla ligação, 
apresentando um grupo carboxílico (COOH) em uma ponta e um grupo metil 
(CH3) na outra, sendo designados como carbono ômega com a letra  ou 
como “n” (Reinhart, 1996). A essencialidade advém da deficiência dos animais 
superiores não insaturam os ácidos graxos a partir do décimo segundo carbono 
contando da extremidade carboxil. 
Alguns autores consideram três os ácidos graxos essenciais (AGE) - 
linoléico, linolênico e araquidônico, outros fazem somente uma distinção 
prática: 
 
 Ácido graxo nutricionalmente essencial – linoléico 
 Ácido graxo metabolicamente essencial - araquidônico 
 
O ácido linoléico não ser sintetizado no metabolismo, mas o ácido 
araquidônico pode ser sintetizado a partir do linoléico, desde que exista 
quantidades suficientes deste último nas dietas, com excessão aos gatos e 
outros felinos que, devido à ausência da enzima ∆ – dessaturase, não 
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convertem linoléico à araquidônico, com uma necessidade real deste último na 
dieta. 
A importância metabólica dos ácidos graxos essenciais parece derivar de 
suas funções específicas: 
 Papel estrutural como constituintes das membranas celulares: dietas 
deficitárias em AG essenciais implicam menor permeabilidade e, 
portanto, redução do intercâmbio de nutrientes da célula. 
 Papel como precursores na biossíntese de substâncias tais como 
prostaglandinas (sintetizadas a partir do araquidônico), prostaciclinas, 
troboxanos e leucotrienos que atuam como reguladores metabólicos 
de importantes processos como funcionamento do rim, reprodução, 
regulação da pressão sanguínea, coagulação do sangue, resposta 
imunológica etc. 
 Portador das vitaminas lipossolúveis: a absorção das vitaminas 
lipossolúveis é função da digestão e absorção das gorduras. As 
vitaminas lipossolúveis encontram-se na luz do tubo intestinal, 
dispersas em micelas parecidas ou idênticas àquelas formadas por 
ocasião da absorção de AG. As micelas mistas que contêm 
monoacilgliceróis (MG) e AG livres captam as vitaminas lipossolúveis 
de maneira mais eficiente que as micelas que não contêm esses 
compostos. 
 
Deficiência de AGE 
 taxa reduzida de crescimento e perda de peso 
 falhas de ovulação e lactação degeneração testicular 
 aumento da permeabilidade da pele e membranas 
 cicatrização insuficiente de feridas 
 aumento na susceptibilidade a infecções 
 perda de pelos acompanhada de dermatite crostosa, hiperceratose 
 
Raramente a alimentação é a única responsável por uma carência em 
AGE no cão. Teoricamente, apenas 1% dos ácidos linoléico e linolênico (em 
relação à matéria seca) na alimentação é suficiente para prevenir o risco de 
carência. O cão tem a capacidade de sintetizar todos os ácidos graxos de que 
necessita a partir dos precursores presentes nos óleos vegetais. 
A carência só poderá sobrevir quando: 
 Os alimentos comerciais forem de má qualidade: teor em gorduras 
muito reduzido, e/ou gorduras mal protegidas da oxidação, logo aptas 
a serem degradadas em caso de más condições de estocagem do 
alimento; 
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 O alimento fornecido for extremamente pobre em gordura; 
 Uma carência em AGE é, mais freqüentemente, conseqüência de 
alguns distúrbios patológicos do cão: insuficiência pancreática ou 
hepática, diarréias crônicas, deficiências em enzimas indispensáveis à 
síntese de AGE (freqüentes em cães supostamente alérgicos). Em 
todos estes casos, as gorduras são mal assimiladas ou mal utilizadas, 
podendo surgir uma carência secundária em AGE, mesmo com uma 
alimentação equilibrada. 
 
Para gatos, o NRC 1986 recomenda um aporte mínimo de 0,5 % para o 
ácido linoléico e 0,02 % para o ácido araquidônico em relação à matéria seca, 
o que corresponde a cerca de 0,9 % a 0,04 % da EM, respectivamente. 
Na prática - 6 % e 0,2 % da EM para o ácido linoléico e Araquidônico. 
Os ácidos graxos essenciais podem ser divididos fisiologicamente ou 
quimicamente em dois grupos de acordo com a ligação com o grupo metil 
(mais próxima ou mais final).Destes, destacam-se os Ômega 3 (aqueles em 
que a primeira dupla ligação é a terceira ligação do final metil) e os Ômega 6 
(aqueles em que a primeira dupla ligação é a sexta do final metil). (Ackerman, 
1998, Reinhart et al, 1996): 
 
 
 
TABELA 44. Necessidades mínimas gordura e ácidos graxos de cães em 
crescimento e manutenção (quantidades por kg de peso 
vivo). 
Nutriente Unidade Crescimento Manutenção 
 
Gordura g 2,7 1,0 
Acido Linoléico mg 540 200 
NRC (1985). 
 
TABELA 45. Necessidades mínimas gordura e ácidos graxos de gatos em 
crescimento e manutenção (quantidades por kg de dieta na 
matéria seca). 
Nutriente Unidade Crescimento Manutenção e reprodução 
 
Acido Linoléico g 5 5 
Ácido Araquidônico mg 200 200 
NRC (1986). 
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TABELA 46. Necessidades mínimas de lipídeos disponíveis em alimentos 
para cães formulados para a fase de crescimento. 
Nutriente Na Base Seca (3700 kcal /kg) 
Gordura 5,00% 
Acido Linoléico 1,00% 
Fatores a serem considerados na formulação de alimentos para cães com ingredientes naturais 
Gordura Grau de insaturação, antioxidantes, vitamina E 
 
 
 
 
 
 
 
TABELA 47. Perfil de lipídeos e ácidos graxos em alimentos caninos e 
felinos1 - recomendações da AFFCO 1994). 
Nutriente Unidade 
(MS) 
Crescimento e 
reprodução (min.) 
Manutenção (min.) Máximo 
CÃES
1
 
Gordura % 8,0 5,0 
Acido Linoléico % 1,0 1,0 
GATOS
2
 
Gordura % 9,0 9,0 
Acido Linoléico % 0,5 0,5 
Ácido Araquidônico % 0,02 0,02 
1 - Supondo a EM em 3500 kcal/kg 
2 - Supondo a EM em 4200 kcal/kg 
Case et al (1995) (Reprodução do AAFCO, 1994) 
4.6.1. Série ômega 6 e ômega 3 
 Ômega 3 – (18: 3n3) Cadeia com 18 carbonos, 3 duplas ligações, 
sendo a primeira localizada no terceiro carbono da extremidade metil. 
 Ômega 6 – (18: 2n6) Cadeia com 18 carbonos, 2 duplas ligações, 
sendo a primeira localizada no sexto carbono da extremidade metil. 
 
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Ômega 6: O precursor é o ácido linoléico (C18 : 2). Sua carência provoca 
o ressecamento da pele, descamação, alopécia e pelos sem brilho. 
A necessidade mínima, recomendada pelo NRC 85 é de 2.5% da Energia 
Metabolizável. Segundo a Royal Canin (2000) um nível adequado seria de 4 - 
6% da EM. 
Ômega 3: O precursor é o Ácido linolênico (C18 : 3). - função metabólica 
importante na integridade da membrana celular, no funcionamento do sistema 
nervosoe na indução da imunidade. 
Ácido linoléico  18:2n6 (18 carbonos e 2 duplas ligações sendo a 
primeira no sexto carbono a partir da extremidade metil da cadeia). 
Ácidos linoléico, -linolênico e araquidônico (20:4n6)  série ômega 6. 
Ácido -linolênico (18:3n3), ácido eicosapentaenoico (20:5n3) e ácido 
docasahexaenoico (22:6n3) são ácidos graxos da série ômega 3. 
 
 
FIGURA 4. Estrutura bioquímica dos ácidos graxos essenciais. 
Royal Canin (2000). 
 
TABELA 48. Ácidos graxos da série 6 e da série 3. 
Ácidos graxos ômega-6 Ácidos graxos ômega-3 
Ácido cis-linoleico (AL) 
Ácido gama-linolênico (AGL) 
Ácido dihomo-gamalinolênico(ADGL) 
Ácido araquidônico (AA) 
Ácido alfa-linolênico (AAL) 
Ácido eicosapentaenóico (EPA) 
Ácido docosahexaenóico (DHA) 
Adaptado de Reinhart et al, 1996. 
 
Tanto os ácidos graxos da série 3 quanto os da série 6 não são 
sintetizados por cães, bem como um ácido graxo de uma série não pode ser 
convertido em ácido graxo de outra série. Logo, estes são absolutamente 
essenciais na dieta de cães, o que significa que são vitais para a saúde e, 
portanto, devem ser ingeridos através da dieta. 
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Entretanto, o linoléico pode ser convertido em araquidônico pelos cães, o 
que não ocorre em gatos. Note que ambos pertencem a uma mesma série. 
Dessa forma estes ácidos graxos da série 3 e 6 devem ser fornecidos na dieta. 
 
 
 
FIGURA 5. Síntese de ácidos graxos em mamíferos (esquema 
simplificado). 
Royal Canin (2000). 
 
No entanto, os animais são capazes de elongação e desaturação de 
ácidos graxos na direção da carboxila final da molécula. Por exemplo, o n-6, 
ácido graxo linoléico (18:2n-6) é metabolizado através de desaturação e 
elongação para a produção de ácido araquidônico (20:4n-6). O n-3, ácido alfa-
linolênico 18:3n-3 é desaturado e alongado para produção de ácido 
eicosapentanóico (20:5n-3). No organismo o ácido linoléico e o ácido alfa-
linolênico competem pela mesma enzima delta-6 desaturase. Como resultado, 
as proporções de ácidos ômega 3 e 6 disponíveis pelo sistema enzimático 
afetam diretamente as quantidades e proporções de ácido araquidônico e 
eicosapentanóico que são produzidos. 
Embora a aplicação prática da suplementação com ácidos graxo 
essenciais na medicina veterinária esteja embasada no tratamento de doenças 
da pele sabe-se, atualmente, que estes nutracêuticos tem sido largamente 
utilizados para tratar problemas de articulações e doenças cardiovasculares e, 
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provavelmente, muitas outras aplicações serão descobertas num futuro 
próximo 
O primeiro estudo demonstrando a necessidade dietética de ácidos 
graxos poliinsaturados foi realizado por Burr em 1929. A partir daí verificou-se 
que todos os animais domésticos, e mesmo os seres humanos necessitam 
destas substâncias para manterem as funções orgânicas (Lloyd, 1989). Mais 
recentemente, descobriu-se que alterando a proporção e a ingestão dos ácidos 
graxos poliinsaturados (AGP) ômega3 e ômega6 da dieta, pode-se modular e 
controlar a severidade de doenças, particularmente as relacionadas a 
processos inflamatórios (Lloyd, 1989 e Reinhart, 1996). Conforme 
PREMIERPET (2003b), podem ser citadas uma série de doenças inflamatórias 
relacionadas a processos alérgicos em cães e gatos domésticos, porém três 
delas devem receber maior atenção por parte do clínico, pois representam a 
maioria dos casos clínicos e estão relacionadas a seguir: 
 70% dermatite por picada de pulga; 
 15% dermatite por contato; 
 10% alergia alimentar, 
 5% outros 
 
Discussões sobre a participação dos ácidos graxos nos processos 
inflamatórios, no fluxo sangüíneo renal, sistema nervoso, na doença coronária, 
no câncer, na agregação plaquetária, etc., prometem futuras possibilidades 
terapêuticas e dietéticas. Esta nova perspectiva levou à multiplicação de 
trabalhos científicos, aumentando significativamente os conhecimentos sobre o 
metabolismo destes compostos, e de produtos medicamentosos e alimentos 
que incorporam novas tecnologias a serviço da saúde de cães e gatos. 
A influência dos ácidos graxos essenciais no controle dos processos 
inflamatórios tem sido estudada devido a habilidade destes compostos serem 
incorporados à membrana celular e agir como substrato no metabolismo dos 
eicosanoides, resultando na produção de eicosanoides com baixo potencial 
inflamatório. Isto porque os ácidos graxos poliinsaturados são fundamentais ao 
organismo de duas formas distintas: como componentes estruturais da 
membrana celular, participando como parte integrante na sua estrutura 
lipoprotéica e como precursores dos eicosanoides. Além disso eles possuem 
um papel importante na secreção e regulação dos hormônios hipotalâmicos e 
da pituitária, e são compostos chaves nos processos inflamatórios e imunes. 
Vaughn & Reinhart (1996) citam que a série 3 tem sido incluída no 
tratamento de hiperlipidemia, doenças tromboembólicas e neoplasias e são 
úteis no tratamento de diversos problemas em cães como alergias por 
inalantes, artrites, doenças cardíacas, pancreatites e desqueratinizações. 
A maior parte dos benefícios recentemente atribuídos aos ácidos graxos 
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poliinsaturados (AGP) devem-se a seus efeitos sobre a produção de 
eicosanoides, que são substâncias biologicamente ativas, oriundas da 
biotransformação de ácidos graxos poliinsaturados pelas enzimas 
cicloxigenases (CO), lipoxigenases (LO) e citocromo-p-450-redutase (White, 
1993, apud PREMIER PET, 2003b). 
Os eicosanóides são metabólitos poliinsaturados de ácidos graxos que 
incluem prostaglandinas, tromboxanos, leucotrienos, e ácidos hidroxilados 
eicosatetranóicos e atuam como hormônios locais (autacóides) na regulação de 
processos fisiológicos, sendo também importantes mediadores dos processos 
inflamatórios. Estes componentes não são estocados no corpo, mas são 
sintetizados a partir de e ácidos graxos poliinsaturados presentes nas 
membranas fosfolipídicas. Quando uma resposta inflamatória é desencadeada, 
fosfolipídeos de membrana são ativados. 
O tipo de eicosanóide que é sintetizado é dependente do tipo de ácido 
graxo liberado na membrana celular. Ácidos ômega 6, como o araquidônico, 
são acionados por enzimas cicloxigenases e lipoxigenases para a produção de 
2 séries: prostaglandinas e tromboxanos da série 2 e a série 4 de leucotrienos,. 
Em contraste, ácidos ômega 3, como os eicosapentanóico, são metabolizados 
primariamente por lipoxigenase para a série 3 de prostaglandinas e 
tromboxanos e série 5 de leucotrienos. Os eicosanóides derivados do ácidos 
graxos ômega6 são pró-inflamatórios, imunossupressivos e agem como 
potentes mediadores da inflamação nas reações de hipersensibilidade tipo I. 
Entre as prostaglandinas da série 2 que origina, está a prostaglandina D2, 
que induz vasodilatação, hiperalgesia e forte quimiotaxia de neutrófilos. A 
prostaglandina E2, liberada pelos queratinócitos, induz pirexia, hiperalgesia, 
quimiotaxia de neutrófilos, liberação de histamina, vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular. O leucotrieno B4 é um potente estimulador de 
neutrófilos, induzindo quimiotaxia, adesão e degranulação. Todas estas 
reações estão envolvidas na hipersensibilidade do tipo I. 
Já os ácidos graxos da série ômega 3 produzem substâncias menos 
inflamatórias como as prostaglandinas da série 3 e leucotrienos da série 5. 
Eicosanóides que são derivados do ácido eicosapentanóide (20:5n-3) são 
menos inflamatórios, vasodilatadores, antiagregatórios e são menos 
imunossupressivos. 
 
 
 
 
 
 
 
Ácido Araquidônico (20:4n-6) Ácido eicosapentanóide (20:5n-3)UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
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Cicloxigenase 
Lipoxigenase 
 
 
 
 
Série 2 prostaglandinas Série 3 prostaglandinas 
Série 2 tromboxanos Série 3 tromboxanos 
Série 4 leucotrienos Série 5 leucotrienos 
 
 
 
 
 
Pró-inflamatório 
 
Anti-inflamatório 
Pró- agregatório Anti- agregatório 
Imunossupressivo Não – Imunossupressivo 
Trombótico Vasodilatador 
 
FIGURA 6. Produção de prostaglandinas e leucotrienos a partir de ácidos 
graxos. 
Adaptado de Reinhart (1996). 
 
As prostaglandinas da série 3, derivadas do ácido eicosapentanóide, 
apresentam baixa atividade inflamatória, o leucotrieno B5 apresenta apenas um 
décimo da atividade do leucotrieno B4 na quimiotaxia de neutrófilos, o 
tromboxano A3 apresenta fraca vasoconstrição e o ácido 15-
hidroxieicosapentaenóico inibe a síntese de leucotrieno B4 
O potencial terapêutico dos ácidos graxos poliinsaturados reside na 
capacidade destes ácidos graxos competirem uns com os outros pelas 
mesmas vias enzimáticas envolvidas na síntese dos eicosanóides. Como não 
existe interconversão entre ácidos graxos ômega6 e ômega3, eles são 
incorporados aos fosfolipídeos da membrana celular na dependência de sua 
concentração dietética (Reinhart, 1996) e, uma vez liberados pela FLA2 
(fosfolipase A2), vão competir pelas cicloxigenases (CO), lipoxigenases (LO). 
Este balanço irá determinar a produção de mediadores mais ou menos 
inflamatórios. 
Deve-se considerar, além disso, que os níveis tissulares das CO e LO, 
determinados geneticamente, e a presença de substâncias inibidoras como os 
corticosteróides e agentes antiinflamatórios não esteroidais, também 
influenciam a intensidade da resposta inflamatória. A inflamação é um 
mecanismo natural de defesa, necessário ao funcionamento imune, todavia, se 
descontrolada, torna-se uma doença clínica que causa irritação e dor nos 
animais. 
O grau de inflamação depende, desse modo, da relação entre ácido 
graxos ômega 3 e ácido graxos ômega 6. A predominância de ácidos da série 
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n-6 levaria a quadros inflamatórios mais intensos, já os ácido graxos ômega 3 
diminuiriam o processo inflamatório (Reinhart, 1996). 
Segundo Hall (1995), apud PREMIERPET (2003b), suplementação 
dietética com AGP ômega3 pode resultar em respostas clínicas positivas em 
várias doenças: 
 Alivio da dor associada à displasia coxo-femoral 
 Auxílio no controle do prurido em cães com atopia, alergia alimentar e 
dermatite alérgicas por picadas de pulgas 
 Controle de inflamações e/ou doenças autoimunes; 
 Controle de hipertrigliceridemia; 
 Diminuição da formação de trombos; 
 Inibição da gênese e diminuição do crescimento de tumores. 
 
A manipulação dos níveis diários de ácidos ômega 6 para ácido ômega 3 
tem o potencial de mudar as concentrações teciduais desses ácidos e por 
último um efeito na resposta inflamatória. As quantidades de ácido graxos da 
série ômega 3 e 6 no corpo são um reflexo das quantidades oferecidas nas 
dietas, também alterando as concentrações de ácido graxos ômega na pele. 
Uma taxa ótima entre 5:1 e 10:1 de ômega 6 e 3 incorporada a dieta pode 
reduzir significantemente os quadros pruriginosos. Muitas pesquisas tem 
focalizado a administração de suplementos de ácido graxos ômega 3 e 6, 
particularmente em cães com atopia. 
A suplementação regular na dieta de cães com os ácidos ômega pode não 
ser efetiva no decréscimo potencial da inflamação porque as exatas quantidades e 
razões para esses ácidos em dietas regulares não são conhecidos. Como 
resultado disso é muito difícil descobrir quais níveis de ácidos graxos são 
provenientes da suplementação. Suplementos de ácidos graxos são muito caros e 
ocasionalmente são associados com a dieta, mostrando efetivo decréscimo do 
prurido em apenas 10% dos cães. 
Os efeitos colaterais da suplementação com ácidos graxos para cães são 
relatados como letargia, prurido, vômitos, diarréia e urticária. Uma super dosagem 
pode causar diminuição da agregação plaquetária e aumento do tempo de 
coagulação plaquetária. 
 
4.6.2. Ocorrência de ácidos graxos essenciais 
Os da série ômega-6 são encontrados em altos níveis no óleo de girassol, 
canola, linhaça e outros óleos vegetais, além de estarem presentes em grandes 
quantidades nas reservas de gordura dos animais terrestres. Todos os alimentos 
possuem quantidades consideráveis de AGE, particularmente o linoléico e 
linolênico. O araquidônico é encontrado, em quantidades significativas, somente 
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em gorduras animais. 
Já Animais marinhos contêm altas concentrações de AG da série 3 uma vez 
que, para a maioria desses, o início da cadeia alimentar é composta de algas que 
produzem estes ácidos em grandes quantidades. Peixes marinhos de água fria 
como o bacalhau por exemplo, são as fontes principais, embora algumas plantas 
como a linhaça e a soja possam ser excelentes fontes. 
 
TABELA 49. Ácidos graxos polinsaturados de certas fontes alimentares. 
 
 Ovo Carne bovina Peixes tropicais Salmão Óleo de soja 
Série  6: 
linoléico 15 2 20 1,5 52 
Araquidônico 0,9 0,2 0,4 1,0 - 
Série  3: 
-linolênico 0,5 1 1 1 8 
eicosapentanóico - - - 12 - 
docosahexaenóico - - - 14 - 
Relação  32 2,2 20,4 0,09 6,5 
Royal Canin (2000). 
4.7. REAÇÕES COM OS LIPÍDEOS RANCIFICAÇÃO 
O ranço das gorduras pode ser definido como alterações na sua 
composição química, modificando seu aspecto físico e suas características 
organolépticas. Existem, basicamente, dois tipos de rancificação: 
 Oxidativa (Peroxidação) 
 Hidrolítica 
4.7.1. Oxidativa (Peroxidação) 
Também chamada de peroxidação, a rancificação oxidativa consiste na 
entrada de O2 na cadeia carbônica dos AG insaturados, com formação de 
radicais peróxidos e, em continuação, hidroperóxidos, diminuindo o valor 
energético dos Lipídeos, além de modificações secundárias que influem no 
sabor, odor e peso molecular. A energia liberada pela formação do peróxido 
permite que se instale uma reação em cadeia com a formação de novos 
peróxidos.O odor característico é causado pelo aldeídos de peso molecular 
médio. 
Consiste na entrada de O2 na cadeia carbônica dos AG insaturados, com 
formação de radicais peróxidos e em continuação, hidroperóxidos. 
Diminuem o valor energético (modificações secundárias - sabor, odor e 
peso molecular). 
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Ocorre na posição alílica (carbono vizinho da dupla ligação). 
Radicais livres propagam rapidamente (reação em cadeia pela energia 
liberada - aumentando o consumo de oxigênio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 7. Reação oxidativa. 
 
O processo é favorecido e acelerado por altas temperaturas e 
luminosidade, relação de superfície: volume e relação aos agentes químicos 
(oxigênio e íons metálicos Cu2+, Zn2+, Fe2+, Ca2+, catalisadores). 
Peroxidação destrói componentes lipossolúveis, como vitaminas. A, D, E, 
e biotina. 
Pode também ocorrer em fosfolipídeos. 
A vitamina E, vitamina A, vitamina C e polifenóis minimizam oxidações da 
membrana celular. 
Este processo é favorecido e acelerado por fatores físicos como altas 
temperaturas e luminosidade, além da relação de superfície: volume, sendo 
que, quanto maior a superfície. maior a oxidação. Com relação aos agentes 
químicos, pode-se dizer que o oxigênio é fundamentalmente importante para 
que ocorra a reação. 
Outros fatores químicos seriam a presença de íons metálicos Cu2+, Zn2+, 
Fe2+, Ca2+, que catalisam as reações de rancificação. 
A peroxidação destrói outros componentes lipossolúveis, como vitaminasA, D, E, e biotina. 
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4.7.2. Hidrolítica 
Este tipo de rancificação ocorre pela hidrólise dos Lipídeos por 
microorganismos, com degradação à AG + glicerol. 
Este processo não interfere no valor nutricional dos Lipídeos, ao contrário 
da rancificação oxidativa, no entanto pode alterar o sabor e odor da gordura, 
levando à problemas de palatabilidade. 
As formas de evitar, ou pelo menos, minimizar, os processos de 
rancificação, seriam: 
 Utilização de antioxidantes. 
 Evitar a exposição a altas temperaturas, alta umidade e luminosidade 
excessiva. 
 Estocagem em recipientes fechados, de preferência embalado a vácuo 
(evitar presença de oxigênio). 
4.8. DENSIDADE NUTRICIONAL 
A adição de gorduras e óleos em dietas animais é interessante para 
aumentar o aporte energético em um menor volume ingerido. Este aspecto é 
particularmente importante para cães em dadas condições ambientais e 
fisiológicas como, por exemplo, na síndrome de estresse calórico. Nesta 
síndrome, o primeiro sintoma apresentado é uma redução na ingestão de 
alimentos. Neste caso, o aporte de maior quantidade de energia em um menor 
volume e massa é recomendável, o que é conseguido mediante adição de 
lipídeos à dietas. A outra vantagem desta adição seria a diminuição do 
incremento calórico, reduzindo a produção de calor. 
Este tipo de dieta pode ser dividida em duas categorias: 
 Dietas de alta energia 
 Dietas de alta densidade 
 
As primeiras (alta energia) aportam uma quantidade elevada de energia, 
diminuindo a ingestão da dieta. Uma vez que os níveis dos outros nutrientes 
encontram-se normais, esta diminuição pode causar um desbalanço nutricional 
ao animal, devido a menor ingestão de todos os outros nutrientes. Este tipo de 
dieta pode ser indicado para animais em trabalho pesado que demandem muita 
energia por curtos períodos, como cães de trenó. 
Já as segundas (alta densidade), além de um nível alto de energia, 
apresentam teores elevados de todos os outros nutrientes, contornando o 
problema da menor ingestão. Esta ração é adequada para todos os estágios da 
criação, podendo ser utilizada por um período maior. Deste modo, é a dieta de 
eleição em períodos de estresse calórico. 
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ATENÇÃO: O conceito de densidade é massa sobre volume. Pode-se ter 
densidade física e nutricional, mas sempre considerando a massa 
e o volume em questão. 
 
Por exemplo: Vamos considerar que 1,0 kg de ração farelada tenha o 
volume de 1,0 litro. Então: 1,0 kg /1,0 litro = 1  significando que esta ração 
tem densidade física de 1. 
Se peletizarmos a mesma ração, diminuímos o volume, então: 
1,0 kg / 0,8 litros = 1,25  ou seja, aumentamos a densidade física 
reduzindo o volume. 
Observem que, através deste procedimento, estamos aumentado a 
densidade nutricional de todos os nutrientes. 
Supondo que 1,0 kg ração farelada continha: 
0,30 kg. de PB / 1,0 kg / 1,0 litro então 0,30 / 1,0 l = 0,30 (densidade 
nutricional da PB). 
4000 kcal / 1,0 kg / 1,0 litros então 4000 kcal / 1,0 l = 4000 (densidade 
nutricional da E). 
Se peletizarmos = 1,0 kg vai ter o volume de 0,8 litro, então: 
0,30 kg. de PB / 1,0 kg / 0,8 litro então 0,30 / 0,8 l = 0,38 (densidade 
nutricional da PB). 
4000 kcal / 1,0 kg / 0,8 litros então 5000 kcal / 0,8 = 5000 (densidade 
nutricional da E). 
Outra forma de aumentar a densidade nutricional sem alterar a 
massa e volume de uma ração seria: 
Por exemplo: Temos uma ração (A) peletizada na qual 1,0 Kg = 1,0 litro 
com 30% de PB e 4000 kcal de E. Vamos compará-la a outra ração (B) na qual 
1,0 kg também seja igual a 1,0 litro, mas com 26 % de PB e 4300 Kcal de E. 
As duas rações têm a mesma densidade física  1,0 kg/1,0 litros = 1,0 
Com relação à densidade nutricional: 
Ração A  0,30 kg/1,0 Litro = 0,30 (densidade nutricional da proteína) 
 4000 kcal / kg / 1,0 litro = 4000 (densidade nutricional de Energia) 
Ração B  0,26 kg/1,0 Litro = 0,26 (densidade nutricional da proteína) 
 4300 kcal / kg / 1,0 litro = 4300 (densidade nutricional de Energia) 
 
 
 
 
 
Então: As duas rações têm a mesma densidade física, mas diferem 
quanto à densidade nutricional. A ração A tem menor densidade 
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energética que ração B, no entanto, apresenta maior densidade protéica 
que esta última. 
 
As rações extrusadas e expandidas normalmente apresentam menor 
densidade física quanto comparada à rações fareladas ou peletizadas, 
entretanto, devido à digestibilidade de alguns componentes como o amido, 
podem apresentar densidade nutricional mais elevada. 
Além do estresse calórico, a adição de lipídeos à rações pode ser válido 
em determinadas condições fisiológicas que limitem a ingestão alimentar, como 
terço final de gestação e lactação. No último caso, as cadelas não conseguem 
ingerir quantidades adequadas de matéria seca para suportar sua produção de 
leite e, na maioria das situações, utilizam sua reserva corporal de lipídeos. 
Entretanto, altos níveis de lipídeos na ração podem levar a uma série de 
problemas, como rancificação e problemas com a formação de grânulos. 
Além do aporte energético, a adição de óleos e gorduras à dietas de cães 
e gatos tem relação com palatabilidade da ração. Segundo Nunes (1998), a 
resposta dos cães e gatos em função da palatabilidade é de natureza 
quadrática, isto é, respondem positivamente até determinado nível de adição 
de gordura às dietas. Acima deste nível (entre 20 e 25% da MS), a ingestão 
diminui. Aparentemente, existe uma predileção por gorduras de origem animal, 
particularmente as de boi e frango. 
4.9. AÇÃO DINÂMICA ASSOCIATIVA DAS GORDURAS 
Além de fornecer energia, melhorar a absorção das vitaminas, diminuir a 
pulverulência, aumentar a palatabilidade, etc., as gorduras e os óleos, quando 
adicionados de às rações, aumentam a eficiência de utilização da energia 
consumida, por causa do menor incremento calórico do metabolismo de 
lipídeos. 
Cerca de 30% da energia metabolizável das proteínas e perdida como 
incremento calórico, enquanto que para CHO fica em torno de 6% e, para 
lipídeos, em torno de 3%. 
O valor extra-calórico das gorduras pode ser devido à duas causas 
principais: 
 Sinergismo entre ácidos graxos saturados e polinsaturados (fenômeno 
não observado com gorduras altamente saturadas) 
 Redução da velocidade de passagem da ingesta pelo trato intestinal 
(absorção melhor de todos os nutrientes da dieta) 
 
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4.10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
ACKERMAN, L. Terapia com ácidos graxos, Boletim Informativo Anclivepa, São 
Paulo, Ed.Guará, p.3-4. 1998. 
BORGES, F. M. O., NUNES, I. J. Nutrição e Manejo Alimentar de Cães na 
Saúde e na Doença. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da 
UFMG, EV-UFMG, Belo Horizonte N.1 1998, 103p. 
CARCIOFI, A. C. Boa nutrição é essencial na saúde da pele. Alimentação 
Animal Número 19 - 2000 
CASE, L.P.;CAREY, D.P.; HIRAKAWA, D.A. Nutrição canina e felina: manual 
para profissionais. Espanha: harcourt Brace, p.410, 1998. 
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