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Essa cartilha foi feita por voluntários da turma 89 da Escola Paulista de Medicina, também conhecida como Unifesp, com a finalidade de ajudá- los durante as suas respectivas preparações. Nessa cartilha, encontram-se tabelas de notas, pesquisas, comparativos, análises, depoimentos, dicas de estudos, exemplos de redações e modelos de respostas das questões discursivas. Todas essas informações foram separadas com muito carinho para que vocês tenham uma melhor compreensão do vestibular da Unifesp. Vale salientar, aliás, que todos os dados aqui contidos não devem ser considerados absolutos. Isso porque os dados são passíveis de variação, uma vez que cada ano apresenta suas respectivas particularidades, que podem ser melhores identificadas ao analisar outras cartilhas dos anos anteriores. Esperamos, portanto, que essa cartilha seja muito útil para vocês. Além disso, desejamos muito sucesso a vocês durante esse momento delicado de preparação para o vestibular. Caso queiram entrar em contanto conosco, recomendamos que acessem o nosso Instagram, @medhelp.unifesp, onde postamos dicas de estudos, informações sobre a faculdade e, também, onde disponibilizamos o nosso direct para conversarmos sobre sua preparação. Observação: • Este projeto não possui quaisquer vínculos com as instituições de elaboração e aplicações de provas, assim como com a instituição de ensino. Portanto, trata-se de um arquivo não oficial. INTRODUÇÃO À CARTILHA https://www.instagram.com/medhelp.unifesp/ ESTATÍSTICAS Essa cartilha conta com a ajuda da maioria dos alunos da T89 da Escola Paulista de Medicina, também conhecida, como Unifesp. A fim de demonstrar mais informações sobre as notas recolhidas, julgamos importante demonstrar a porcentagem de preenchimento por modalidade: • Ampla Concorrência (AC): 58 de 60 (96,6%); • Reserva de Vagas (T1): 18 de 18 (100%); • Reserva de Vagas (T2): 9 de 15 (60%); • Reserva de Vagas (T3): 20 de 20 (100%); • Reserva de Vagas (T4): 9 de 10 (90%); • Reserva de Vagas (T5): 1 de 2 (50%); • Reserva de Vagas (T6): 0 de 0 (0%); • Reserva de Vagas (T7): 1 de 1 (100%); • Reserva de Vagas (T8): 0 de 0 (0%); • Total: 116 de 121 (95,8%). Observações: Colocamos somente os dados das pessoas que optaram por ficar na nossa universidade. A modalidade T3 possui 17 vagas. No entanto, houve 3 vagas remanescentes para essa modalidade, o que implica no dado supracitado: 20 vagas de T3. A modalidade T7 possui 2 vagas. Porém, 1 vaga não foi preenchida. A modalidade T6 e T8 possuem 1 vaga cada uma. No entanto, nenhuma das duas vagas foi preenchida. SUMÁRIO MENSAGEM PARA A TURMA 90 Aos nossos queridxs e futurxs calourxs da turma 90: Só sentindo é que se pode ter noção da imensidão de desejos que vocês presenciarão ao verem seus nomes na lista. Nada se pode dizer sobre isso, se não uma coisa: é uma das melhores sensações que vocês irão sentir! E, nós, seus futuros veteranos, ficamos ansiosos por saber como tudo isso irá acontecer nas suas vidas, como vocês, futuros calouros, conseguirão chegar até aqui: cada suor, cada lágrima, cada dor, cada tristeza, cada fracasso, tudo, absolutamente tudo, terá valido a pena, queridos calouros! Assim como nós, vocês jamais irão se arrepender desse período de preparação, vocês darão seu sangue e suor para conseguirem estar aqui conosco. Estamos extremamente ansiosos e animados para compartilharmos esse momento com vocês! Estamos escrevendo esse texto muito antes de suas aprovações, mas queremos que vocês saibam que já são nossos calouros, já são futuros médicos, já são futuros alunos da tão renomada Escola Paulista de Medicina, que é conhecida, também, como Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Sabem o que isso quer dizer?! Exatamente! Vocês já são vitoriosos, não se desanimem, o destino já está traçado e, portanto, está escrito, calouros: vocês farão parte dessa enorme família! Não tenham medo de errar, nós também erramos muito! Muitos de nós fracassaram diversas vezes, e, além disso, não importa por quanto tempo vocês estão nessa trajetória, pois vocês serão médicos formados pela Paulista e nada mais, além disso, importa. Queremos que vocês encontrem sua felicidade desde já! Vocês são incríveis e a hora de vocês irá chegar! E lembrem-se: nós, seus veteranos da 89, somos mais de 120 pessoas com passados, personalidades e trajetórias diferentes. Isso significa que não importa se vocês estão no ensino médio, no primeiro ano de cursinho, no quinto ano de cursinho, no meio de uma graduação ou se já têm uma graduação concluída, vocês têm chances de passar! Não se esqueçam, também, que nenhum de nós somos perfeitos, temos nossos defeitos e cometemos muitos erros durante a nossa preparação e, até mesmo, durante a prova. Mas está tudo bem, afinal, as provas são apenas provas: elas não nos definem! O que importa mesmo é que, assim como nós, vocês já são vencedores! "A cada dia uma oportunidade de ser melhor, mas não melhor do que os outros, mas, sim, melhor do que si mesmo!". Carinhosamente, Turma 89 Página 05 CONVOCAÇÕES POR MODALIDADE: VESTIBULARES DE 2019 A 2021 Observação: • "Vaga Remanescente" ou (V.R.) são vagas que não foram ocupadas por candidatos que pertencem à modalidade em questão. Nessas ocasiões, segundo o edital do vestibular da Unifesp, as vagas deverão ser, obrigatoriamente, preenchidas por pessoas da modalidade T3 (candidatos que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas). Página 06 Vestibular 2019 – Turma 87 Vestibular 2020 – Turma 88 Vestibular 2021 – Turma 89 TABELA DE NOTAS: AMPLA CONCORRÊNCIA (A.C.) Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Página 07 TABELA DE NOTAS: RESERVA DE VAGAS (COTAS) MODALIDADE T1 • Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior à 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. MODALIDADE T2 • Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior à 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Página 08 MODALIDADE T3 • Candidatos que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. MODALIDADE T4 • Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. MODALIDADE T5 • Candidatos com deficiência que tenha renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Página 09 Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. MODALIDADE T6 • Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Obs.: não há candidatos ingressos para esta modalidade MODALIDADE T7 • Candidatos com deficiência que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. MODALIDADE T8 • Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Obs.: não há candidatos ingressos para esta modalidade Página 10 Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. ANÁLISE POR MODALIDADES(NOTAS MÁXIMAS, MÉDIAS E MÍNIMAS) Observação: • Em decorrência do menor número de vagas para as modalidades T5 (2), T6 (1), T7 (2) e T8 (1) , optamos por não produzir análises das mesmas. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Página 11 Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. Obs.: o termo "soma" refere-se à somatória dos acertos em inglês e português no primeiro dia. EVOLUÇÃO DOS ALUNOS NO VESTIBULAR DA UNIFESP Página 12 RELAÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO/NOTA PESQUISAS A seguir colocamos o resultado de algumas pesquisas que foram feitas com os alunos da turma 89 do curso de medicina da Escola Paulista de Medicina, também conhecida como Unifesp. As pesquisas foram feitas com muito carinho por nós, visto que, a partir delas, será possível traçar um perfil do vestibular da Unifesp 2021 e, também, traçar um perfil dos alunos da turma 89. Mediante a isso, esperamos que fique evidente que todos nós também passamos por dificuldades, pensamos em desistir, achávamos que não tínhamos mais forças. Porém, no final, tudo deu certo! Assim como também dará para vocês. Lembrem-se que nosso Instagram (@medhelp.unifesp) está aberto para todos vocês nos chamarem via direct para conversarmos! Espero que gostem das pesquisas! As pesquisas foram divididas em duas partes: • Gráficos Gerais (Prova) • Gráficos Complementares (Perfil do aluno) Os gráficos das pesquisas são setores circulares que possuem legendas com cores e, também, indicação de porcentagem dentro do próprio setor. Assim como as tabelas de notas, 116 dos 121 alunos (95,8%) responderam as pesquisas. Alguns gráficos pontuais são diferentes: gráficos de barras. Eles foram modificados porque, nas perguntas referentes a esses gráficos, o aluno poderia escolher mais de uma opção. Logo, achamos importante destacar esse tipo de pesquisa. Página 13 https://www.instagram.com/medhelp.unifesp/ GRÁFICOS GERAIS (PROVA) Em relação às edições anteriores do ENEM, o que você achou do nível da prova? Qual foi a matéria mais difícil da prova do ENEM? Em relação às edições anteriores do VESTIBULAR da UNIFESP, o que você achou do nível da prova? Qual o grau de dificuldade do vestibular UNIFESP em relação aos demais vestibulares? Página 14 Qual foi a prova mais difícil para você? O que você achou do tema da redação do vestibular? Qual matéria você achou mais difícil no segundo dia de prova da UNIFESP? Para você, qual foi a maior dificuldade do vestibular? Página 15 Durante a realização da prova, você teve problemas com medo e/ou ansiedade? Você fez curso pré-vestibular antes de ingressar na UNIFESP? Sexo Idade GRÁFICOS COMPLEMENTARES (PERFIL DO ALUNO) Em quantos vestibulares você foi aprovado? Sua família mora em Página 16 Você cursou ensino médio em Em 2020, sua escola/cursinho era de Você se desligou das redes sociais durante o preparo para o vestibular? Você teve problemas com ansiedade antes, durante ou depois dos vestibulares? Você praticou atividades físicas com frequência em 2020? No final das contas, como você julga seu desempenho nos estudos durante a pandemia? Página 17 Durante a prova da UNIFESP, qual foi sua maior dificuldade? Quando você fez suas revisões? Qual tipo de cursinho você fez?Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou na para passar na Unifesp? Página 18 Como você realizou suas revisões durante sua preparação? O que foi essencial durante seu último ano de estudo? O que te ajudou a enfrentar as dificuldades relacionadas aos estudos e aos vestibulares advindas da pandemia? Tendo em vista a pandemia de COVID-19, quais foram suas principais dificuldades durante 2020? Assistir aulas Fazer dissertativas Escrever resumos Fazer testes Ler teoria Provas antigas Conhecimentos externos Provas antigas Flashcards Livros do cursinho/escola Leitura de resumos Aulas/áudios Fazer terapia Ler Fazer atividades físicas Ouvir músicas Passar tempo com amigos Passar tempo com a família Diversão à distância Meditar Estudar em casa Adaptação ao EAD A incerteza quanto às provas O medo de se contaminar Familiares contaminados Ter perdido alguém Familiar na linha de frente Ter se contaminado Manter os estudos Insegurança financeira Página 19 REDAÇÕES Abaixo, reunimos, além da coletânea do vestibular da UNIFESP 2021, algumas redações modelo das notas 45.45, 43.18, 40.90 e 36.36, a fim de ajudá-los nos estudos das dissertações. Os possíveis erros gramaticais, como os de ortografia ou de concordância, foram mantidos com o objetivo de preservar as produções originais, bem como os critérios de correção que geraram tais notas. Vale salientar que não foi encontrado nenhum estudante, dentre os matriculados na instituição em 2021, que tenha gabaritado essa avaliação. COLETÂNEA Texto I. As descobertas da genética nos apresentam a um só tempo uma promessa e um dilema. A promessa é que em breve seremos capazes de tratar e prevenir uma série de doenças debilitantes. O dilema é que nosso recém-descoberto conhecimento genético também pode permitir a manipulação de nossa própria natureza – para melhorar nossos músculos, nossa memória e nosso humor; para escolher o sexo, a altura e outras características genéticas de nossos filhos; para melhorar nossas capacidades física e cognitiva; para nos tornar “melhores do que a encomenda”. A maioria das pessoas considera inquietantes ao menos algumas das formas de manipulação genética. Entretanto, não é fácil articular nosso mal-estar. Os termos familiares dos discursos moral e político tornam difícil afirmar o que há de errado na reengenharia da nossa natureza. (Michael J. Sandel [filósofo, professor-visitante na Sorbonne]. Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética, 2015.) Texto II. A seleção do sexo do bebê – sexagem – é uma das questões mais controvertidas a que nos expõe o desenvolvimento da biogenética. Divide opiniões e é enganoso pensar que as posições liberais estão do lado dos cientistas, ou ver as posições conservadoras como deriváveis da consciência religiosa. Mesmo os liberais apontam problemas quanto à técnica utilizada na sexagem, devido aos riscos de complicações, desequilíbrio na população de homens e mulheres, discriminação contra a mulher. Há motivos também de ordem religiosa: a suspeita de que o ser humano, ao assumir o papel de Deus ou da natureza, não produzirá um mundo melhor. Há, certamente, na base da desconfiança, um medo em relação aos desdobramentos desse novo poder: se podemos escolher o sexo, podemos também pensar na liberdade de escolher outras características. A questão é: até que ponto o poder técnico é também ético? Certamente não devemos condenar a técnica quando ela responde a uma finalidade eticamente defensável. Condena-se a técnica quando a motivação é um mero desejo ou capricho, mas não se condena quando há razões fortes como evitar doenças ou quando a fertilização in vitro é apontada como a única alternativa para a gravidez. (João Batistiolle [professor de Bioética, PUC-SP]. “Bebês sob medida”. www.cremesp.org.br, 2005.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A engenharia genética ameaça a dignidade humana? Página 20 http://www.cremesp.org.br A genética da esperança (45,455) “Desde o surgimento da humanidade, foram desenvolvidas e aperfeiçoadas tecnologias para garantir maior conforto, praticidade e segurança para as comunidades. Muitos, no entanto, foram desvirtuados por indivíduos que os utilizaram para praticar atos contrários ao bem-estar geral de nossa espécie. Com a engenharia genética, nãoé diferente: por um lado há a chance de se curar doenças antes intratáveis; por outro, os possíveis danos à própria essência do ser humano e ao seu patrimônio hereditário. Apesar da possibilidade de usos não positivos, os quais devem ser combatidos, essa tecnologia trás a esperança de melhorias da qualidade de vida a milhões de pessoas e, se utilizada segundo princípios éticos, não ameaça a dignidade humana. Primeiramente, é necessário entender que a finalidade desse ramo da biogenética não deve ser a de entender caprichos pessoais, como a escolha do sexo do bebê ou de sua cor de olhos, mas sim evitar doenças e más formações em indivíduos. Dessa forma, possibilita-se uma maior qualidade de vida tanto à pessoa quanto aos seus familiares, o que significa também uma maior autonomia ao futuro cidadão(a) e, portanto, uma vida mais digna. O bom uso de engenharia genética possibilitaria a cura da síndrome de Down, da cegueira adquirida, da síndrome de Jacobs e de muitas outras patologias que afligem a muitos mundo afora, se as pessoas envolvidas assim desejarem - há de se ter ética em seu uso, mas também seria antiético não oferecer tal tratamento se este encontra-se disponível. É necessário, no entanto, aprender com outros casos de tecnologia que foram criados para fins nobres mas acabaram sendo usados contra a própria humanidade. O exemplo mais claro talvez seja o da energia nuclear: de esperança para um suprimento quase infinito de energia limpa e barata, ela se tornou motivo de medo quando utilizada nas bombas que dizimaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, na 2ª Guerra Mundial. A razão da destruição, porém, não foi a tecnologia em si, mas sim as mentes humanas por trás da desvirtuação de seu uso – hoje, com expressivo controle estatal e supranacional, a energia nuclear provém muitos benefícios à humanidade, da medicina à produção de energia elétrica. O mesmo modelo pode ser adotado para a prática da alteração de características hereditárias, cuja prática deve atender, segundo palavras do professor de bioética da PUC de São Paulo, João Batistrolle, a uma “finalidade eticamente defensável”, ou seja, a evitar doenças e outros procedimentos que gerem mais qualidade de vida ao cidadão. A espécie humana nunca avançou tão rapidamente em suas tecnologias como nos últimos anos do século XXI. A ascenção de técnicas cada vez mais avançadas gerou uma infinidade de oportunidades, as quais devem ser pautadas pelo respeito e pela ética em seus usos. A engenharia genética representa a esperança de um mundo onde doenças terríveis não tenham mais lugar, gerando mais dignidade ao permitir que milhões de cidadãos possam viver uma vida comum, e seu uso deve ser regulado e garantido a todos que tenham interesse. @andre.cbarranco Página 21 O mundo precisa continuar colorido (45,455) “O filme “O Doador de Memórias” retrata uma ficção distópica cuja trama aborda uma sociedade que, intencionalmente, não se recorda do seu passado. Nessa obra, manipulações químicas e biológicas impedem que cada indivíduo tenha acesso as suas memórias, resultando em uma cidade sem cor, branca e preta. Analogamente, a Engenharia Genética, embora muito defendida por alguns cientistas e médicos, consiste em uma ameaça à dignidade humana, posto que pode não sé reestruturar a natureza do homem, mas pode, também, causar problemas futuros, os quais ainda são imprevisíveis. Numa primeira análise, essa tecnologia tem se mostrado, de fato, uma contribuição positiva para determinados aspectos como, por exemplo, as técnicas de fertilização in vitro para casais estéreis. Contudo, ao se aprofundar nas pesquisas atuais, observa-se que alguns países pioneiros em tecnologia - como a China - já se mostraram favoráveis a estudos que buscam o melhoramento genético humano, ou seja, a possibilidade de escolher características - como a cor da pele, altura, coeficiente intelectual etc – para aqueles que ainda nem nasceram. Essa manipulação, no entanto, tem implicações éticas, já que pode estimular o aparecimento de políticas e pensamentos eugenistas, os quais pregam o desaparecimento de determinados fenótipos da sociedade em detrimento da seleção de outros, considerados superiores e “melhorados’. Nesse sentido, a reestruturação da natureza humana pela própria ação antrópica, através da Engenharia Genética, mostra-se como ameaçadora da dignidade dos indivíduos. Ademais, os riscos da utilização dessa ciência permanecem imprevisíveis, o que corrobora o seu caráter ameaçador. A transgenia - técnica de alteração do material genético - utilizada em plantas, na atualidade, vem sendo duramente criticada por cientistas e ambientalistas de todo o globo, posto que não há indícios evidentes de seu potencial dano à natureza no futuro. De forma comparada, as consequências da utilização da Engenharia Genética permanecem incertas, fato que, por sí só, já constitue uma ameaça dessa ciência para a existência humana. Nessa perspectiva, quando o filósofo Jean-Jacques Rousseau afirmou que o homem é seu próprio inimigo, essa teoria é confirmada ao perceber que uma tecnologia genética criada pelo próprio homem pode levá-lo à escuridão, como na distopia de “O Doador de Memórias”. Diante do exposto, evidencia-se que a Engenharia Genética ameaça a dignidade humana. Mesmo que seu uso atual tem se mostrado benéfico para alguns, seus possíveis efeitos futuros representam uma afronta aos indivíduos. Seja por potenciais pensamentos racistas e eugenistas, seja pela incerteza do seu possível dano ao homem, é preciso impor limites a essa tecnologia antes que o mundo se torne branco e preto.” @brunofranzonn Página 22 Sem título (45,455) “No livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, de Machado de Assis, o protagonista afirma ter falecido por uma causa fixa: o desejo de criar um emplasto que curasse todas as melancolias humanas. Fora da literatura, percebe-se que a humanidade encontrou, na engenharia genética, o segredo para perpetuar a espécie sem os males apontados pela obra. Todavia, embora esse setor, por meio da biotecnologia, mostre-se, muitas vezes, benéfico para o bem-estar, nota-se que ele também é capaz de ameaçar a dignidade humana. Isso porque, em um tecido social que almeja - sobretudo - a produtividade, a ética, diante da manipulação de genes, é banalizada. Em primeira análise, de acordo com Charles Darwin, a evolução das espécies se dá pela seleção - feita pelo ambiente – de características vantajosas para a sobrevivência. Entretanto, contrário à natureza, o ser humano mostra-se o único animal capaz de, por meio da racionalidade, combater sua própria extinção, como pode ser visto, por exemplo, no uso da biotecnologia para a produção de vacinas e remédios, fatos que retratam comportamentos movidos – no século XXI - não apenas pelo enriquecimento das indústrias farmacêuticas, mas – acima de tudo – pelo poder de manter a produtividade do capital com uma mão-de-obra saudável. Nesse sentido, a engenharia genética torna-se uma alternativa muito mais concreta para este fim, uma vez que melhora, permanentemente, características humanas úteis ao capitalismo, como inteligência e estatura, tornando possível que o caráter racional, pressionado pelo sistema financeiro, subjugue valores éticos à cobiça autodestrutiva, o que ameaça a dignidade da espécie, na medida em que possibilita a discriminação futura daqueles que não são manipulados, os quais serão tidos como inferiores. Nessa perspectiva, a ética do ser humano pode ser vista, secularmente, como pauta de muitos estudiosos, dentre os quais encontra-se o filósofo Kant, que afirma ser ‘moral’ toda atitude passível de universalização ao gerar o bem para qualquer tipo de cultura ou valor. Nesse aspecto, percebe-se que a humanidade, apesar de todos os avanços tecnológicos benéficos para a sociedade, ainda mostra-se incapaz de agir de forma moral e universal entre seus semelhantes e, como prova disso, cita-se, por exemplo, não apenas as guerras mundiais que estimularam genocídios, mas também comportamentos exploratórios quemarcaram escravizações. Sendo assim, a inexistência de uma ética global que permeie as condutas humanas torna plenamente possível que esse setor da engenharia abale a dignidade da espécie, tendo em vista que, em todas as ameaças que subjugaram minorias, a banalização do mal – ou seja, das consequências da imoralidade – fez-se presente e impediu que a ética rompesse o sofrimento do que eram vistos como diferentes, situação análoga ao que pode ser enfrentado por pessoas que, futuramente, não passarão por processos da engenharia genética. Portanto, infere-se que tal ciência, embora contribua para a perpetuação da espécie ao evitar doenças, possibilita que a distorção de valores éticos, secularmente debatidos, ameace a dignidade humana. Assim, conclui-se que, ao expandir a simbologia da obra machadiana para o século XXI, a ineficiência dos emplastos modernos, como a biotecnologia, deriva – sobretudo- do caráter autodestrutivo da humanidade diante da ganância do capital. @carlaggf_ Página 23 Sem título (45,455) ““O debate acerca da engenharia genética é de extrema importância devido a sua relevância para o contexto presente. Esse tema dialoga com as ideias de Kant, em ‘fundamentação da metafísica dos costumes’, obra na qual o filósofo defende que uma ação é ética quando, caso seja universalizada, ou seja, praticada de forma geral por todos, não configuraria-se como um risco à vida humana. Ao tomar como base tal concepção, pode-se inferir que, apesar da engenharia genética poder proporcionar certos benefícios, essa prática é uma ameaça à dignidade humana e, portanto, é antiética. A engenharia genética pode beneficiar a sociedade quando é utilizada para tratar doenças e proporcionar uma maior qualidade de vida a indivíduos portadores de doenças genéticas. No entanto, o uso dessa técnica de forma indiscriminada e ausente de rigorosa regulamentação é uma ação antiética, assim como aponta Kant na obra supracitada. Isso ocorre, pois essa técnica pode proporcionar a utilização da genética para a escolha de características de um feto como sexo e cor de olhos ou cabelos, com base nas vontades dos pais, uma atitude que, se universalizada, implica riscos à vida humana, uma vez que pode levar o desequilíbrio da população de homens e mulheres, e diminuir drasticamente a variabilidade genética da espécie humana. Desse modo, a engenharia genética quando utilizada para fins estéticos deve ser evitada, visto que traz severos riscos à população humana. Entre esses riscos, pode-se citar a possível homogeinização das características humanas, devido a preferências por determinados caracteres de acordo com padrões estéticos pré-estabelecidos no meio social, os quais, muitas vezes, seguem fenótipos europeus como nariz fino, olhos claros e cabelos loiros, como resultado do eurocentrismo ainda enraizado na mentalidade social. Portanto, outros fenótipos típicos de outras nacionalidades, seriam desprezados, o que configuraria uma atividade claramente discriminatória e prejudicial a variabilidade genética da espécie humana. Segundo Charles Darwin, em ‘A origem das espécies’, a multiplicidade de características é essencial para o sucesso evolutivo de uma população, visto que proporciona maior resistência a possíveis enfermidades e adversidades do meio ambiente em que vive, logo, fica perceptível que a preferência por certos fenótipos é um risco à vida e à dignidade humana. A engenharia genética, portanto, é uma ação antiética caso praticada sem uma rigorosa regulamentação, conforme estabelecido na tese Kantiana, uma vez que, embora possa proporcionar certos benefícios à humanidade, essa técnica representa uma ameaça à vida humana quando utilizada para fins estéticos. Essa aplicação pode levar à homogeinização da espécie e da população humana, como defendido por Darwin em sua obra.” @feerorato Página 24 Sem título (45,455) “O avanço da engenharia genética tem se mostrado, nos últimos tempos, um centro de discussões no âmbito da ética e um divisor de opiniões que transgride a tradicional bipolarização entre liberais e conservadores, devido ao seu caráter controversso. Apesar de representarem um campo defensável no que tange à prevenção de doenças e à existência de uma alternativa para a gravidez – a fertilização in vitro -, as técnicas de manipulação mostram-se problemáticas quando se trata da possibilidade de existir uma espécie de “encomenda” de bebês: a escolha do sexo e da altura e o melhoramento das capacidades física e cognitiva de indivíduos que ainda nem chegaram a nascer. Nesse sentido, a biogenética ameaça a dignidade humana, na medida em que aponta para uma ideologia pautada na eugenia e para a ampliação das desigualdades sociais. Em primeiro lugar, a manipulação de características genéticas para a geração de humanos considerados melhores possui caráter eugenista e pode ser comparada às pesquisas médicas realizadas no período do Nazismo. Durante a expansão do regime e da ideologia nazista, a ciência do século XX foi fortemente marcada pelo estudo da “raça pura” e pela influência de teorias racistas, o que impulsionou a busca pela “purificação” da população alemã e resultou no holocausto de milhões de judeus. O melhoramento genético, de forma análoga, é uma ameaça à dignidade humana, já que possibilita que a discriminação seja a base da formação de novas populações. Um exemplo disso é a sexagem, a partir da qual a seleção do sexo do bebê pode estar associada ao preconceito contra a mulher e, assim, implicar um desequilíbrio no contingente de homens e mulheres e um mundo mais hostil para estas. Pode-se, portanto, construir uma analogia entre os desdobramentos da engenharia genética e as consequências da medicina eugenista aliada de governos genocidas e autoritários do século passado. Ademais, a biogenética pode simbolizar um fator de avanço das desigualdades sociais que afligem o mundo contemporâneo: ao mercantilizarem características genéticas - tornando bebês meras “encomendas”-, as empresas da área da saúde estarão permitindo que famílias em situação financeira privilegiada selecionem aspectos físicos e cognitivos que favoreçam a vida de seus futuros filhos. Consequentemente, a disparidade socioeconômica entre os indivíduos pobres e ricos será ampliada, e os primeiros terão um acesso ainda mais restrito ao âmbito social e ao mercado de trabalho. Desse modo, a engenharia genética é capaz de ampliar a marginalização de pessoas pobres - às quais a técnica de melhoramento genético será intangível - e, então, comprometer a dignidade humana. Dessa maneira, a biogenética, embora possua aspectos positivos e eticamente defensáveis - a prevenção de doenças e a fertilização in vitro -, é uma ameaça à dignidade humana, tendo em vista que pode permitir que a discriminação materialize- se nas próximas gerações, conforme o projeto nazista. Além disso, é capaz de acentuar as desigualdades sociais, na medida em que pode tornar o melhoramento genético uma mercadoria acessível somente a indivíduos privilegiados.” @dudamarson Página 25 Distopia da engenharia genética (45,455) “Desde que surgiu, a engenharia genética atraiu a atenção de muitas pessoas, devido a suas contribuições com a humanidade. No entanto, o que mais interessou artistas, escritores e cineastas foram as possibilidades de desastre a partir da manipulação do genoma das espécies. Apesar de muitas obras criadas relacionadas ao assunto serem voltadas ao ficcional, é possível que a tecnologia de edição de genes cause, sim, problemas. Ou seja, a engenharia genética pode ser uma ameaça, principalmente à dignidade humana, devido à possibilidade de ser usada como instrumento de discriminação e como arma biológica. É evidente que algumas características humanas são mais desejadas que outras, porém, até então, ter ou não determinado aspecto (para a maioria deles) era uma questão apenas de probabilidade. Agora, com a engenharia genética, tornou-se possível escolher características do feto (como a cor dos olhos e o sexo). Assim, a tecnologia pode atuar comoinstrumento de discriminação, uma vez que, segundo dados de clínicas que realizam esses procedimentos, os pais priorizam as características consideradas “melhores” no lugar onde moram – como olhos claros em países em que predomina a cor castanha e o sexo masculino em locais onde a mulher ainda é considerada inferior. Ademais, a manipulação genética também pode ser usada de forma perigosa em outras espécies. Graças à tecnologia de edição é possível alterar o genoma de animais ou vírus para torná-los letais aos seres humanos e utilizá-los como armas biológicas. Já retratado em obras, esse uso da engenharia genética é exemplificado na série ‘Biohackers’, na qual uma das protagonistas insere em alguns mosquitos o vírus potencializado de uma doença já existente e em seguida libera os animais em um trem, levando à contaminação de várias pessoas. Em suma, apesar de ser uma tecnologia com benefícios, a engenharia genética também pode ser perigosa. Ou seja, se usada de maneira inadequada, torna-se uma ameaça à dignidade humana, contribuindo com o problema da discriminação e com a criação de armas biológicas. Em outras palavras, os mundos distópicos descritos em livros, filmes e outras obras não são apenas fruto da imaginação.” @barbatejulia Página 26 Sem título (45,455) “No século XIX, surge o positivismo, corrente filosófica de Auguste Comte que defendia a extrema importância da ciência, porque ela seria responsável por promover o avanço e progresso da civilização, que se tornaria cada vez melhor e mais consistente. No entanto, ao se observar a realidade atual, constata-se que descobertas científicas nem sempre produzem apenas benefícios. Tal aspecto é notado na discussão sobre a engenharia genética, área que, apesar de prometer soluções positivas, como tratamento ou prevenção de doenças ainda sem cura, ameaça a dignidade humana. Isso se deve pois, em um contexto de onipresença do consumo, o homem passa a entender a vida como produto personalizável. Somado a esse problema, a edição do DNA também oferece risco à saúde devido à falta de conhecimento e respeito da biotecnologia. Num cenário em que o consumo interfere nas mais diversas esferas do cotidiano, a sociedade tende a aplicar a lógica de compra na compreensão da engenharia genômica. Acostumados a encomendar diversas mercadorias personalizadas – joias, carros, roupas e outros objetos que atendem a preferência - os indivíduos acreditam que, por meio da manipulação genética, seria possível escolher fenótipos que satisfaçam seus gostos pessoais. Nessa óptica, muitas famílias desejam pagar para que essa técnica seja empregada em fertilizações artificiais, com o intuito de se criar filhos ideais “sob encomenda”. Desse modo, os pais determinariam a cor dos olhos, a estatura e até mesmo o nível cognitivo da futura criança, contanto que se pague bem. Portanto, permitir que tal tecnologia seja usada para esses fins viola a dignidade dos seres humanos, já que isso acarretaria uma competição para se gerar pessoas “perfeitas”. Assim, aqueles que não fossem dotados de características vantajosas seriam considerados piores e inferiores, o que levaria à exclusão de direitos e de melhorar oportunidades. Como é possível se gerar uma série de desigualdades sociais, não se deve empregar o melhoramento genético sob tais condições de uso. Além dessa questão, as alterações genéticas são uma ameaça a vidas, tendo em vista que essa prática ainda não apresenta resultados que comprovem sua segurança. Nesse sentido, não existem provas conclusivas que demonstrem que as mudanças genéticas usadas para cura de doenças causariam ou não efeitos colaterais, o que poderia provocar problemas ainda mais graves. Por esse motivo, não se justifica arriscar pessoas como se vem fazendo. Por exemplo, há várias denúncias de laboratórios que ferem princípios bioéticos para realizar seus experimentos. Um caso famoso ocorreu na China, onde cientistas manipularam o DNA de embriões que apresentaram AIDS a fim de se encontrar uma forma de reverter a imunodeficiência. Diante disso, nota-se que a edição genética em nome do progresso e a dignidade individual é negligenciada. Logo, a engenharia genética ameaça a dignidade humana, uma vez que é pensada para se criar seres como mercadoria personalizada. Ademais, vidas podem ser perdidas em experimentos que não garantem segurança nem eficácia no tratamento de enfermidades. Depreende-se disso que a ciência não necessariamente é usada a fim de promover mudanças positivas na sociedade, como preservar propusera o filósofo Comte.” @lemiyuki_ito Página 27 Construção do homem (45,455) “No filme ‘Eu robô’, Will Smitch é um humano inserido em um mundo dominado por robôs disfarçados de humanos e que seguem suas rotinas normalmente. Entretanto, após o protagonista descobrir a verdade acerca dos robôs, ele passa a ser perseguido pelas máquinas criadas a partir da engenharia. De forma semelhante a apresentada no longametragem, a engenharia genética também é capaz de modificar indivíduos parte- a-parte e dar origem a um novo ser. Diante disso, apesar da engenharia genética contribuir para o tratamento e a prevenção de doenças, ela também pode ser responsável pelo fim da diversidade, uma vez que coloca em risco a dignidade do homem. Em primeira análise, deve-se depreender que a engenharia genética pode encerrar a pré-disposição às doenças hereditárias. Ao considerar a capacidade de inserir, modificar ou mesmo deletar genes em um organismo, torna-se possível alterar o funcionamento e a estrutura de proteínas presentes no corpo de um indivíduo e, dessa forma, intervir no surgimento de doenças ou no desaparecimento de características imunitárias. Com isso, torna-se possível previnir e tratar doenças relacionadas a problemas genéticos como o câncer e a pré-disposição à diabetes e à hipertensão em pessoas que apresentam algum histórico familiar desses enfermos. Assim, a engenharia genética interfere nas características exclusivas de um ser, ameaçando sua dignidade. Além disso, vale ressaltar que a escolha de características pode ser responsável por desconstruir a diversidade cultural e étnica em escala global. Segundo o filósofo Michael J. Sandel, a engenharia genética “abriu portas” para modificar a natureza do homem e, dessa forma, conseguir um resultado melhor que o encomendado por meio do melhoramento das aptidões físicas e mentais. Contudo, tal feito pode inferir dilemas em costumes culturais de diversas populações, como a descrença religiosa, uma vez que o homem passa de criação para criador. Outrossim, a possibilidade de mudar características fenotípicas de uma pessoa pode resultar na homogenização da população em torno de um único padrão de beleza, o que terminaria com as diferenças únicas de cada invidivíduo. Nesse sentido, a engenharia genética coloca em risco a dignidade do homem dentro de uma sociedade marcada pelo positivismo. Depreende-se, portanto, que, apesar da engenharia genética permitir avanços na medicina, ela também torna-se um possível causador do desaparecimento de culturas e características de um povo. Nesse contexto, caso a engenharia genética não seja utilizada com cautela, cenários como o de ‘Eu robô’ podem deixar de serem ficção e o homem ser montado como uma máquina.” @rs_santooss Página 28 A postura de recusa diante da maquinaria genética (45,455) “No livro ‘Claro Enigma’, de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico é surpreendido pela ‘Máquina do Mundo’, a qual lhe revelaria todas as respostas do universo. Entretanto, ele a rejeita e continua a caminhar. Tal conduta de recusa deve ser realizada pela sociedade contemporânea perante o potencial da engenharia genética, visto que representa uma ameaça iminente à dignidade humana. Esse dilema vai de encontro à Ética idealizada pelas civilizações, ao passo que é capaz de editar geneticamente padrões de comportamento e características produtivas, as quais estão submetidas ao biopoder e visam ao rompimento com a diversidade social. Em primeira análise, sob esse viés, é fundamentalpontuar que devem existir limitações ao uso da engenharia genética, já que ‘nem tudo que é cientificamente possível, é eticamente aceitável’. Conforme denota o pesquisador Van Potter, a emergência de novas biotecnologias – como a transgenia e os organismos geneticamente modificados (OGM’s) – não deve se sobrepor aos preceitos da Ética humana. Esta, para Immanuel Kant, é superior à moral e transcende a temporalidade. Nessa perspectiva, o dilema ético está na possibilidade tecnológica parental acerca da escolha de características fetais, majoritariamente aspectos caucasianos: homem, loiro, magro e olhos claros; bem como benefícios musculares e cognitivos. Dessa maneira, a manipulação genética representa uma ameaça iminente à Ética humana, à medida que seleciona o rompimento com a diversidade, condição natural e essencial à vida. Embora a Revolução Verde tenha proporcionado às civilizações avanço nas áreas da biotecnologia e da saúde, através da prevenção e do diagnóstico de doenças, a engenharia genética está sujeita à ação do biopoder. Este mecanismo, para Michel Foucault, atua na determinação de padrões sobre os corpos. Nessa óptica, a dignidade humana torna-se moldável conforme as exigências produtivas, haja vista a escolha genética de padrões que seguem as normas estabelecidas e desejáveis. Ademais, ao selecionar artificialmente a natureza das características pré-estabelecidas, o homem torna-se produto desse mercado de genes, o qual determina padrões e perpetua estigmas. Assim, a dignidade humana começa a ser ameaçada pela mercantilização produtiva de características fetais, alvos da engenharia genética. Em suma, a dignidade humana está sob ameaça dos mecanismos da engenharia genética, a qual tem a potencialidade de determinar padrões e comportamentos, rompendo com a Ética humana. Diante da capacidade seletiva da transgenia e dos OGM’s, a escolha de características fetais visa à lógica produtiva das sociedades, condicionada pelo biopoder a que essa escolha está submetida. Desse modo, torna-se necessária a postura de recusa do homem contemporâneo perante a ‘Máquina do Mundo’, metonimicamente representada pela edição gênica, capaz de fornecer respostas – a maquinaria genética - a fim de que as sociedades sejam capazes de ‘continuar a caminhar’ de acordo com seus preceitos éticos e sua diversidade natural. @leomobiglia Página 29 Sem título (45,455) “No livro ‘Admirável Mundo Novo’ de Aldous Huxley, é apresentada a sociedade Pós- Ford, onde os cidadãos são todos gerados artificialmente, em laboratórios controlados pelo governo. Por meio de biotecnologia, certos indivíduos são melhorados geneticamente, criando-se os ‘Alfas’, os quais formam a camada social mais privilegiada. A história, apesar de fictícia, se aproxima cada vez mais da realidade atual, em que há o progressivo desenvolvimento e uso da biogenética e alerta sobre suas catastróficas consequências. Assim, a engenharia genética, embora trate e previna doenças, ameaça a dignidade humana, uma vez que pode intensificar preconceitos e criar uma elite biológica. A biogenética, ao manipular determinados genes, pode supervalorizar certas características e estimular a intolerância. A nova tecnologia permite que fatores genéticos, inclusive os somente estéticos, sejam previamente selecionados, gerando seres humanos praticamente manufaturados. Entretanto, as características escolhidas e favorecidas podem reforçar estigmas já existentes na sociedade, como a valorização do sexo masculino, da pele branca e da magreza. Dessa forma, engenharia genética impediria a diversidade e pluralidade, gerando indivíduos semelhantes e intensificando o preconceito contra o diferente, que não apresenta os fatores genéticos (e estéticos) cultuados socialmente. Consequentemente, a dignidade dos divergentes seria ameaçada. Além disso a biogenética ainda é um setor extremamente caro e inacessível. O seu alto valor permite que apenas os mais ricos tenham acesso à moderna tecnologia e possam usar mecanismos de melhoramento genético. Em ‘Admirável Mundo Novo’, por exemplo, os ‘Alfas’ são mais altos e inteligentes e controlam os melhores cargos. Assim, a elite econômica se tornaria também uma elite biológica, tendo recursos para gerar herdeiros com características valorizadas, promovendo uma desigualdade biológica que ameaça a dignidade dos menos favorecidos. Portando pode-se entender que a engenharia genética, apesar de importante para o tratamento de doenças, é uma ameaça para a dignidade humana, pois reforçaria estereótipos e preconceitos e privilegiaria as classes mais abastadas.” @manu_marqs Página 30 Sem título (45,455) “No mundo contemporâneo, predomina o 'meio técnico-científico-informacional', conceito do geógrafo Milton Santos, o qual refere-se à regionalização espacial que usa técnica, ciência e informação como parâmetros. Nesse contexto, a engenharia genética mostra-se promissora, pois usa esses três meios para beneficiar a humanidade. Por outro lado, ela apresenta um dilema: ao se tratar da escolha do sexo de filhos e de 'melhorar' capacidades das pessoas, há ameaça a dignidade humana, porque ela reitera lógicas positivistas e intolerantes. Vale ressaltar, a princípio, que as vantagens da engenharia genética são inegáveis. Por meio dela, casais com infertilidade conseguem engravidar pela fertilização 'in vitro', a produção de alimentos aumentou e novas vacinas e tratamentos de enfermidades foram criados. Devido a esses fatos, muitas pessoas defendem a engenharia genética sem ressalvas. Entretanto, usá-la para manipular a natureza humana, como para aumentar a massa muscular ou o desenvolvimento cognitivo, segue uma perspectiva positivista, criada pelo sociólogo August Comte, segundo a qual ('existem' rasurado) existe uma linha de progresso para a humanidade. Sob esse viés, ela poderia ser usada para classificar pessoas entre 'avançadas' ou 'atrasadas', justificando desigualdades e imperialismos. Dessa forma, evidencia-se que certos usos da engenharia genética ameaçam a dignidade humana ao acentuar lógicas positivistas. Ademais, é importante lembrar que a engenharia supracitada pode aumentar a intolerância e a discriminação. O livro 'Extraordinário', que ganhou adaptação ao cinema, aborda a intolerância ao retratar Augustus, uma criança que possui deformações faciais, em seu primeiro ano escolar, mostrando as dificuldades da sociedade em respeitar quem é diferente. De maneira análoga, na realidade, a discriminação de pessoas diferentes é intensa, e o uso da engenharia genética para 'melhorar' certas características considera que os problemas são as pessoas, e não a falta de aceitação. Assim, pessoas com nanismo, por exemplo, passam a ser vistas como 'erros' que a engenharia genética poderia evitar. Portanto, tal uso da engenharia mostra-se conivente à segregação social, contradizendo a dignidade humana. A partir dessa análise, é possível perceber que a engenharia genética ameaça a dignidade humana quando deixa de ser benéfica e passa a funcionar como mecanismo de segregação. Isso pode ocorrer pela ('definição equivocada' rasurada) visão positivista sobre o conceito de progresso e por interpretar que a diversidade é problemática, ao invés da ('intolerância' rasurada - ilegível) intolerância. Com isso, deve-se ponderar os usos da engenharia genética, para que ('crio' rasurada) crianças como Augustus não se sintam ainda mais excluídas @mariana_caruso Página 31 Há barreiras que não se deve ultrapassar (45,455) “É fato a importância da tecnologia no mundo moderno. Isso porque, com ela, tornou-se possível aumentar a expectativa de vida das pessoas, curar doenças, facilitar a comunicação entre os indivíduos, criar uma maior acessibilidade para deficientes, etc. Apesar disso, a tecnologia não trás benefícios de forma igualitária para a humanidade. Dentro desse contexto, encontra-se, aliás, a engenharia genética, que, apesar de ter aspectos positivos, pode ameaçar a dignidade humana quando ultrapassa os limites da bioética. É importante, em um primeiromomento, entender o lado benéfico da engenharia genética e como ela não ameaça a dignidade humana. Nesse sentido, é interessante ressaltar que as tecnologias geradas por ela, a engenharia genética, são primordiais para a manutenção e, até mesmo, para o melhoramento da atual qualidade de vida da humanidade. Isso porque elas garantem o tratamento e prevenção de diversas doenças, como Alzheimer, neoplasias, etc. Além disso, a engenharia genética também garante que casais que, por algum motivo não possam vir a ter filhos, tenham-nos, já que ela oferece diversas soluções, como fertilização in vitro, possibilidade de uso de barriga de aluguel, dentre outras. Assim, entende-se que, nesses casos, a engenharia genética não está sendo utilizada como uma formalizadora de preconceitos, pois ela não está selecionando e nem mesmo privilegiando uma característica em detrimento das demais- como ter um filho de pele branca em vez de negra. Dessa forma, essas tecnologias estão, na verdade, contribuindo para o desenvolvimento da qualidade de vida da humanidade, visto que elas possibilitam não só o tratamento e prevenção de doenças, mas, também, a existência de soluções para variados problemas biológicos sem que, para isso, formalize preconceitos - o que ultrapassaria os limites da bioética e, portanto, feriria a dignidade humana. É mister, em segundo plano, compreender que a engenharia genética pode ser extremamente negativa para a humanidade e, dessa forma, ameaçar a dignidade humana. Nesse sentido, considera-se que quando essas tecnologias ultrapassam a barreira da bioética, isto é, permitem a formalização do preconceito por meio da seleção de características em detrimento de outras, a engenharia genética passa a ameaçar diretamente a dignidade humana. Isso porque, devido a essa ultrapassagem de limites, essas tecnologias contribuirão para a formalização da superioridade de raças - vista como geneticamente “melhores” - e, portanto, para a intensificação do preconceito. Analogamente, essa noção etnocêntrica teve exemplos desastrosos na história, como no caso da Alemanha Nazista, onde a ideia de uma “raça ariana” motivou a morte de milhões de pessoas no século XX. Assim, se uma simples motivação teórica que não possuía comprovações científicas da superioridade da raça ariana gerou essa terrível consequência, é de se perguntar o quão pior seria se a superioridade se baseasse na existência de um melhoramento genético nesse grupo. Logo, a engenharia genética, de fato, pode ameaçar a dignidade humana. Considerando, portanto, toda questão abordada, infere-se que a engenharia genética possui dois lados: um positivo- quando ela possibilita o desenvolvimento da humanidade sem que, para isso, formalize o preconceito - e outro negativo - quando ela ultrapassa o limite da bioética. Há, de fato, barreiras que não se deve ultrapassar.” @vinicius.sbaptista Página 32 Sem título (43,182) “Não é novidade o fato de que o ser humano anseia por um mundo moldado a sua vontade e a seu gosto. Aldaus Hurley esboçou em seu livro ‘Admirável mundo novo’ um Futuro em que tudo é feito ‘sob encomenda’, baseando-se no poder que a pesquisa científica adquiriu no início do século XX, época em que o romance foi escrito. Passado quase um século, a realidade proposta por Hurley tornou-se cada vez mais uma profecia, uma vez que a engenharia genética tem permitido ao homem controle maior de sua realidade. Obviamente, no mundo real tais conquistas ainda não alcançaram aquelas descritas na ficção, são apenas metáforas, mas o poder de escolha de como a pessoa deverá ser (alta, baixa, loira, ruiva), por exemplo, mostra-se mais tangível do que nunca. Ainda assim, há muita confusão no que concerne alguns procedimentos biotecnológicos, ocasionando julgamentos equivocados acerca de tais estudos e dificultando a discussão sobre os benefícios e ganhos trazidos pelas novas tecnologias genéticas. Um exemplo benéfico é a prevenção a doenças que comprometem o bem-estar do ser humano, ou seja, antes mesmo do nascimento seria realizada modificações dos genes maléficos, possibilitando uma vida digna ao futuro recém nascido. Atualmente, tal processo ainda não é realizado em humanos, mas para que seja, as pesquisas devem continuar, mesmo que a aceitação pública não seja unânime, uma vez que ainda existam diversos dilemas éticos envolvendo tais procedimentos. Tais dilemas que cuja existência é de grande importância, visto que questiona os limites da interferência no modelamento de futuras gerações e alerta sobre a possível discriminação e desequilíbrio que a seleção de fenótipos pode gerar. Esta que incorpora um relevante debate da sociedade atual, no que tange os padrões de beleza tóxicos exaltados pela mídia e nas redes sociais, e que geram importantes fatores de segregações social e cultural, além de agravarem as cobranças acerca da própria imagem. Portanto, pode-se concluir que os estudos da engenharia genética são essenciais para a espécie humana, isso quando voltados à prevenção de doenças e à aquisição de modos de vida saudáveis, visando o bem-estar. No entanto, há de se criar extensa legislação bioética, que deverá supervisionar e limitar a libertinagem na escolha de fenótipos, por exemplo. Com essas restrições, a suposta ameaça a dignidade humana irá mostrar-se falsa e a obra ‘Admirável mundo novo’ terá seu tom profético atenuado, uma vez que a heterogeneidade humana é essencial ao mundo não ficcional.” @caiov_luis Página 33 Sem título (43,182) “Na era da ciência, em pleno século XXI, observa-se o avanço da tecnologia e sua integração ao cotidiano dos seres humanos. Nesse contexto, médicos, cientistas e sociólogos debatem acerca da possibilidade do uso da engenharia genética ameaçar a dignidade humana. De fato, sabe-se que essa área do conhecimento proporciona diversas descobertas que melhoram a qualidade de vida das pessoas. Contudo, se não for restringida, ultrapassa os limites da ética. Certamente, a dignidade da nossa espécie será fragilizada, e os fatores para isso são o uso inadequado dessa ciência e sua capacidade de gerar desigualdades. De início, percebe-se que a engenharia genética pode ser facilmente utilizada com finalidades inadequadas. Apesar de ter criado diversos bens, como a insulina artificial e a soja crescente em clima tropical, a biotecnologia é capaz de promover atrocidades. O homem não conhece os limites da natureza e deseja assumir papéis que não foram designados a ele: o de criador. Os indivíduos, ignorantes e prepotentes, querem inventar, a toda hora, tecnologias para otimizar o tempo e aumentar o lucro. Não seria diferente com o corpo humano: músculos fortes, cérebro melhorado, mais beleza. Tudo isso perpassa as regras impostas pela natureza, mas é alvo de conquista por alguns cidadãos que querem modificá-la. Essa situação é análoga à distopia do escritor Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo”: a história narra uma sociedade em que a tecnologia substitui a reprodução e as pessoas são criadas em laboratório, manipuladas de acordo com o interesse de um único chefe. Apesar de ficção, o enredo ilustra os caminhos a que essa ciência pode levar a sociedade atual. Enfim, seu uso inadequado pode implicar consequências perigosas. Em seguida, percebe-se o grande poder da engenharia genética de criar diferenças. Rompendo com as barreiras da ética, a modificação biológica dos indivíduos poderia produzir características exclusivas e cobiçadas por muitos, mas que poucos teriam acesso - os mais abastados. Seriam gerados superhumanos (fortes, inteligentes, portadores de habilidades extraordinárias) ou, ainda, poderiam predominar etnias, cores, sexos. Para a historiadora Marilena Chauí, a sociedade transforma, constantemente, pequenas diferenças em grandes desigualdades. Diante disso, é evidente que a biotecnologia, se ilimitada, seria propulsora de intenso segregacionismo e discriminação. Os mais ricos e detentores das mudanças corporais estariam no topo de uma hierarquia, julgando e excluindo quem não teve o mesmo acesso. Dentro dessalógica, os indivíduos retornariam a momentos indignos em que a desigualdade era aceita e esqueceriam das diversas lutas pela isonomia de todos perante à lei. Torna-se evidente, portanto, que a engenharia genética tem elevado potencial de ameaça à dignidade humana. Não se pode permitir que essa ciência atue sem restrições. Pelo contrário, deve ser limitada com o intuito de evitar atrocidade e desigualdades, decorrentes de seu uso inadequado. É inconcebível que a natureza seja ultrapassada.” @danielborgesf Página 34 Ciência, produtivismo e desigualdade (43,182) “No século XIX, em meio a antropologia evolucionista, as sociedades eram divididas em mais ou menos desenvolvidas. Para reforçar a dicotomia, a ciência era utilizada como ferramenta à provar empiricamente o que já se tinha como certo: a civilização branca europeia era o auge do progresso, enquanto a outros povos cabia a inferioridade. Atualmente, a ciência, inserida e usada sob um viés produtivista, também é utilizada como reforço de preconceitos, por meio da engenharia genética, colocando em risco a dignidade humana. Quando o lucro é esperado, cabe à ciência ajustar os sujeitos à rotina produtiva. Segundo o filósofo contemporâneo Michel Foucault, vivemos em uma sociedade disciplinar, a qual molda os corpos a demandas impostas. Nesse sentido, a ciência, como modeladora de corpos, é constantemente utilizada pelo capitalismo: por meio da biotecnologia, propõe a melhora de características humanas, como cognição e capacidade física, no fito de ajustar os indivíduos ao produtivismo imposto. Entre pílulas para manter-se acordado na hora extra, a ciência passa agora a prometer o melhoramento genético, o qual serve tão somente à limitação dos sujeitos, arriscando sua dignidade, pois os destina a isto: o lucro. Desse modo, a biogenética, sob a égide do capital, ameaça a dignidade humana, pois condena os indivíduos a uma espécie de ditadura do lucro. Ainda, a engenharia genética reforça preconceitos. De acordo com Jacques Derrida, filósofo francês, algumas identidades são estabelecidas como ideais, por discursos dominantes, exercendo poder. Diante disso, em uma sociedade que entende o homem branco como o ideal, outras identidades, por contraste, são marginalizadas, renegando sua dignidade. Ter o poder de escolha entre um bebê do sexo masculino, ao invés do feminino; branco ao invés de negro, passa por uma sociedade que transforma diferenças em desigualdades, colocando o diferente como subalterno, culminando em sua total aversão. Sendo assim, entende-se que a biogenética coloca em perigo a dignidade humana, pois tem o poder de reforçar desigualdades, à medida que a seleção de genes, como cor ou sexo, por exemplo, perpassa por estigmas e preconceitos associados ao contraste imposto pelo padrão, através de discursos hegemônicos. Fica claro, portanto, que a engenharia genética ameaça a dignidade humana, uma vez que está inserida em um contexto produtivista e desigual. Logo, enquanto tal conjuntura não se alterar, a ciência hodierna se aproxima cada vez mais dos moldes do século XIX.” @deardan_ Página 35 Ferramentas amorais (43,182) “Desde as descobertas de Mendel, considerado o pai da genética, sobre hereditariedade, a partir de estudos com ervilhas até os dias atuais, a engenharia genética avança a passos largos, tornando realidade processos, anteriormente, frutos exclusivos da ficção como, por exemplo, a clonagem da ovelha Dolly. Porém, a manipulação genética, levanta dilemas a respeito dos limites éticos estabelecidos, visto que há a possibilidade de melhoramentos artificiais e a seleção de características pré-nascimento, que provocam a errônea noção de que a engenharia genética ameaça a dignidade humana. Em primeiro lugar, é importante salientar que a engenharia genética é uma ciência e, assim como as outras, é uma ferramenta para a humanidade, o que a torna amoral, ou seja, o seu uso definirá seu caráter, construtivo ou destrutivo. Esse último pode gerar um mal-estar social. Segundo filósofos da Escola de Frankfurt como Theodore Adorno, isso ocorre pelo uso do que ele chamou de razão instrumental, na qual a ciência torna-se altamente destrutiva quando esvaziada de humanidade. Exemplo disso é o estudo da radioatividade, que possibilitou avanços na medicina, no entendimento melhor dos átomos, no setor energético, dentre outros, mas que levou também às bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Além disso, os benefícios superam as ameaças, uma vez que, a partir do Projeto Genoma, cujo objetivo é o sequenciamento do DNA, o desenvolvimento de tratamentos e prevenções de doenças com origem genética se intensificou. Isso tornou possível a detecção de predisposição a doenças como câncer de mama através de análise genética, que foi o caso da atriz Angeline Jolie, que optou pela retirada das mamas após consulta. Há também a criação de orgãos em laboratório para transplante com uso das células do próprio indivíduo, o que gera as chances de rejeição e se apresenta como alternativa para reduzir as filas de espera nos hospitais. É importante frisar ainda que as preocupações a respeito dos rumos da manipulação genética são legítimas. Entretanto, é necessário que elas não impeçam estudos e avanços futuros de forma que os cenários de criação de ‘humanos superiores’ inexista sem prejudicar o debate de novas ideias. Para isso, medidas e tratados, como o de não produção de armas nucleares, estejam em vigor e de acordo entre todos os países e instituições científicas. Em suma, a engenharia genética como ciência não ameaça a dignidade humana, pois é apenas uma ferramenta. Todavia, o seu uso indiscriminado, isto é, sem limites claros pode gerar um mal-estar social, já visto historicamente. Isso torna obrigatória a sua supervisão para que seu potencial construtivo sobreponha-se ao destrutivo e favoreça a sociedade.” Fernando Prestes (15) 99680-8008 Página 36 Os riscos da Engenharia Genética sobre as mudanças socioculturais (43,182) “Na obra cinematográfica Gataca, é ilustrado a existência de um cenário futurístico do planeta Terra, no qual a utilização da Engenharia Genética constituia-se como a principal ferramenta de determinação da estratificação social: aqueles que detinham as características físicas mais valorizadas, ocupavam postos de maior prestígio social. Embora seja ficção, a narrativa descrita converge com o momento vigente, uma vez que o acelerado avanço tecnológico poderá ser usado para fins que não visem a melhoria da saúde coletiva, mas sim aos interesses financeiros de entidades privadas e, também, à perpetuação da mentalidade etnocêntrica de determinados fenótipos humanos. Sob este viés, ressalta-se que os usos da manipulação genética são muito recentes no contexto das ciências biológicas. Assim sendo, somente no século XX, após o famoso caso da primeira clonagem realizada em mamíferos, que questionamentos sobre a ética aplicada na genética foi sucitada em âmbito internacional. Logo, a ovelha Dolly - nome com o qual ficou conhecido o clone - tornou-se um símbolo de alerta aos potenciais riscos que este tipo de procedimento traria, uma vez que o uso dessa tecnologia poderia ser utilizado de maneira indiscriminada por empresas privadas, as quais, em busca de lucros, transformariam a ciência em comércio de genes. Não obstante, a possibilidade de pré-determinar a aparência de bebês em fase de gestação, ou até mesmo, a alteração de mapas cromossômicos de indivíduos adultos, pode estar relacionado com os resquicios da mentalidade etnocêntrica e, sobretudo, eurocêntrica. Nesse sentido, é possível notar que em muitos casos, o uso da engenharia genética nem sempre está atrelado às melhorias de qualidade de vida individual, e sim à seleção de caracteres que são socialmente valorizados, tais como: pele e olhos claros, estatura elevada e corpos franzinos. Portanto, os antigos ideais do denominado Darwinismo Social, teoria européia do século XIX, que pressupunha a superioridade de raças humanas, parece emergir no contexto atual e está atreladadiretamente aos melhoramentos gênicos. Dessarte, é fato que engenharia genética, por deter um vasto potencial de aplicações, poder-se-a constituir uma ameaça se não utilizada de forma coerente com os aspectos não apenas biológicos, senão, também, às áreas de antropologia, sociologia e da própria história da raça humana. Logo, investir na genética deve ter como objetivo a promoção da qualidade de vida coletiva, isto é, ser um mecanismo capaz de difundir a harmonia entre Homem, Terra e do futuro das próximas gerações.” @junprossi Página 37 Sem título (43,182) “O desenvolvimento tecnológico ampliou os limites da ciência e foi responsável pela alocação do ser humano como agente de destaque na condução do futuro. Não ao acaso, Paul Cutzen, vencedor do prêmio nobel da química, denomina a atual fase geológica da terra como ‘Antropoceno’, termo que deixa evidente a capacidade do homem de alterar a natureza. Nesse contexto, o campo da engenharia genética se destaca na medida em que questiona a própria natureza humana. Características que até poucas décadas atrás eram fruto exclusivamente do acaso perderam seu caráter randômico diante de mãos manipuladoras. Embasada por discursos morais e políticos que prometem uma vida melhor, a detecção do genoma humano está sendo valorizada por permitir o tratamento e a prevenção de uma série de doenças. Entretanto, deve-se ressaltar que essa técnica afasta-se da utopia visto que encontra barreiras éticas para sua efetivação. A possibilidade de alterar a essência genética de uma pessoa, além de garantir vantagens voltadas para a saúde, permite a seleção de caracteres socialmente valorizadas como a massa muscular e a cor dos olhos. Essa motivação meramente estética contraria a automia proposta por Kant. Segundo esse filósofo, deve-se prezar pela autogovernabilidade do ser, ou seja, minimizar influências externas, o oposto do que a engenharia genética representa para a vida de um feto, por exemplo. Nesse sentido, soma-se ao dilema ético da manipulação genética, possíveis consequências sociais que essa técnica pode provocar. A reiteração de padrões estéticos e a restrição do procedimento de alteração gênica àqueles com alto poder aquisitivo podem realçar as desigualdades socioeconômicas e incentivar práticas discriminatórias. Dessa forma, o economista inglês Thomas Ricketty diria que a engenharia genética se caracteriza como uma força de divergência, isto é, um fator que dificulta ainda mais a obtenção de uma sociedade coesa e igualitária. Diante de todos os seus possíveis impactos, conclui-se que a prática da engenharia genética é uma ameaça à dignidade humana. Embora permita a prevenção e o tratamento de algumas doenças debilitantes, essa técnica pode ser apropriada para fins meramente estéticos, o que afetaria a individualidade e a autonomia do ser, podendo ainda provocar desigualdades socioeconômicas.” @lu_parmig Página 38 O início, o fim e o meio (40,909) “O que nos torna humanos? Não são nossas vestes, o caminhar bípede ou nossa grande capacidade de adaptação, mas sim a certeza da morte. A partir da consciência do inevitável tentamos, a todo custo, retardar esse momento final e otimizar o breve intervalo de tempo chamado vida. O grande problema e como essa ‘otimização’ se faz presente. Tendo em vista o atual nível técnico e científico em breve essa interferência poderá ser induzida mesmo antes do nascimento. A engenharia genética se desenvolve rapidamente, mas não é acompanhada por uma melhora em aspectos cruciais da sociedade como a desigualdade social e acesso à educação, por exemplo. Há quem diga que a engenharia genética ameaça a dignidade humana sem abrir os olhos para uma realidade em que grande parcela da espécie já não a possui, haja vista nos conflitos armados e outras situações causadas pelo egoísmo humano. O grande problema não está no avanço científico em sí, mas na lógica ‘vencedor versus perdedor’ na qual estamos imersos. Por qual razão haveria de se melhorar a capacidade muscular ou intelectual de um ainda não nascido se não para que ele subjulgasse os demais? Todavia, deixando de lado o viés pessimista e inevitável, podemos imaginar um mundo em que essas mudanças genéticas não sejam motivadas por interesses mesquinhos. A alteração genética se destina a um aprimoramento, melhoria essa que não seria uma decisão daquele prestes a nascer, interferindo diretamente na liberdade de escolha do referido indivíduo, que, para ser aceito, precisaria se encaixar na posição a qual foi predestinado. O avanço científico e tecnológico nas mãos de uma sociedade falha é uma adaga de dois gumes. Já se viu conhecimento nuclear se tornar arma de destruição em massa e o domínio da técnica ser motivo de segregação intelectual. Invariavelmente o avanço científico virá, e talvez ele se faça mais temido que a própria morte.” Página 39 Sem título (40,909) “A meiose é um fenômeno biológico extremamente importante para a fecundação, visto que a duplicação de células diploides em haploides é essencial para a seleção de genes que serão responsáveis na formação do embrião. Porém, a escolha de determinadas características durante a fase meiótica acontece de maneira aleatória, o que pode acarretar no surgimento de deficiências e doenças que prejudiquem o individuo. Diante disso, a engenharia genética propõe melhorar a dignidade humana por interferir e tal processo natural, uma inverdade, pois promove maior persistência e letalidade de doenças virais e bacterianas e a padronização da sociedade, o que configura uma ameaça ao homem. Em primeira análise, é necessário salientar que, um dos grandes motivos para aderir a engenharia genética, é a possiblidade de melhor tratamento e prevenção para doenças virais e bacterianas. Todavia, segundo a renomada teoria da seleção natural elaborada por Darwin, a natureza seleciona os individuos, sejam animais, plantas, vírus ou bactéria, que melhor se adaptaram com as condições daquele determinado ambiente. Com isso, seres humanos geneticamente modificados estimulam doenças bacterianas e viroses se tornarem mais resistentes para sobreviverem a esses organismos melhorados e poderem a adentrá-los. Logo, o desenvolvimento da engenharia genética acarreta em epidemias mais graves e letais, o que ameaça profundamente a dignidade humana. Outrossim, ressalta-se que, de acordo com João Batistiolle, em seu artigo ‘Bebês sob medida’, é condenável qualquer técnica quando o objetivo é a realização de um simples desejo ou anseio. Dessa maneira, em concordância o com o posicionamento do professor da PUC-SP, a escolha do sexo, etnia e outras características humanas devem ser evitadas e duramente criticadas por promover o apagamento de grupos socialmente inviabilizadas como mulheres, negros, pessoas com deficiência, entre outros. Assim, a engenharia genética, pelo processo de eugenia e padronização da sociedade em modelos considerados ideais, ameaça a dignidade humana e a sua diversidade. A engenharia genética, portanto, arrisca a perda da dignidade humana, pelo maior desenvolvimento e agravamento de doenças bacterianas e virais de acordo com a teoria darwiniana. Ademais, tal ameaça deve ser repudiada por incentivar o apagamento da diversidade do ser humano para conquistar tipos de corpo, gênero, raça, entre outros considerados ideais. Destarte, é necessário o debate acerca da problemática, para que processos naturais do organismo, como a meiose, não parem de acontecer.” @leuuuzinho_ Página 40 De ovelha Dolly à Revolução Verde e ameaça da espécie: o caráter ambivalente da biotecnologia (40,909) “O surgimento da engenharia genética trouxe inúmeros benefícios à vida humana; a Revolução Verde, por exemplo, desmistificou a Teoria Malthusiana acerca da falta de alimentos ao viabilizar a seleção de sementes e a transgenia. Por outro lado, a introdução dos genes humanos em bactérias permitiu a produção de insulina para a aplicação em pacientes diabéticos. Essa nova realidade, entretanto, impôs tambêm novos desafios, pois para alguns, essa tecnologiapode transgredir barreiras éticas e ameaçar a dignidade humana. No entanto, tal pensamento mostra-se incoerente, pois se usada com cautela, a bioengenharia apenas atuará para o beneficiamento da espécie. Convêm ressaltar, à princípio, que o modo acerca das possibilidades geradas por essa tecnologia não é recente. No passado, muitos indivíduos tentaram desqualificar a clonagem da ovelha Dolly, um dos maiores marcos da biotecnologia, sob o preceito de que a ocasião abriria caminho para a manipulação genética da própria espécie como a escolha de bebês com características específicas. Em uma sociedade marcada pelo capital, onde o corpo é uma extensão do mercado, esse medo se expandiu entre a comunidade científica. Nota-se, contudo, que essa realidade não se concretizou, tendo em vista que ainda há um longo caminho a ser percorrido para a obtenção de características tão específicas como a escolha do sexo e cor dos olhos. Além disso, é importante destacar que há uma linha tênue entre o que é considerado ético e antiético no saber científico. Assim, enquanto alguns observam as futuras atuações da biotecnologia como ameaça à espécie, outros observam-na como uma possibilidade de alcançar a excelência em aspectos físicos e cognitivos. Para João Batistiolle, professor de bioética, o debate acerca das implicações da biotecnologia permitem, pois na ciência, tende-se a condenar motivações baseadas no “desejo”. Por outro lado, o seu uso precisa ser cauteloso para que os seus resultados não resultem em maiores obstáculos à vida humana. Esse cenário pode ser observado brevemente na série “Utopia”, em que o personagem ao criar uma carne vegetal, com o auxílio da bioengenharia, contribui para um surto viral no país. Logo, nota-se que a engenharia genética não ameaça a dignidade humana, tendo em vista que desde o seu surgimento, tem atuado no beneficiamento da espécie. Todavia, uma vez que é permeada por uma linha tênue entre ético e ático, tal tecnologia deve ser utilizada com preucações para evitar o surgimento de obstáculos que ela mesma busca ultrapassar.” Página 41 Sem título (36,364) “Atualmente, os avanços da ciência e da tecnologia desempenham um papel crucial na sociedade. Tais avanços, como as crescentes descobertas no campo da engenharia genética, contribuem, quando utilizados com responsabilidade, para a melhoria da dignidade de milhares de pessoas, ao combater doenças e também a fome mundial, entre diversos outros benefícios. Deste modo, percebe-se que a engenharia genética trouxe um aumento na qualidade de vida das pessoas ao, por exemplo, possibilitar a produção de insulina utilizando a técnica de DNA recombinante nos plasmídeos de certas bactérias. Devolvendo assim, a dignidade aos diabéticos que necessitam dessa insulina para sobreviver. Além disso, graças aos pesquisadores dessa área, foi possível que houvesse a chamada Revolução Verde, na qual, por meio de melhoramento genético, permitiu que a produção de alimentos crescesse exponencialmente nos últimos anos, ajudando a combater a fome, uma das principais ameaças à dignidade humana. Por outro lado, é necessário ressaltar que a engenharia genética, apesar de crucial, pode também ser utilizada para fins banais, tais como possibilitar a escolha de características genéticas supérfluas dos bebês (com alterar a cor de seus olhos, por exemplo). Para isso, há em todo o mundo comitês de bioética. Entidades responsáveis pela não banalização do uso da ciência, de modo a assegurar que a dignidade humana não seja ameaçada e sim, valorizada. Portanto, fica claro que a engenharia genética aliada a princípios éticos é capaz de gerar melhoria em diversas áreas, contribuindo para a manutenção da saúde e bem estar da população por meio da cura de doenças, produção de remédios e até de alimentos, entre muitas outras coisas! Promovendo assim mais dignidade àqueles que se beneficiam de seus constantes avanços.” @myrnaguernelli Página 42 MODELOS DE RESOLUÇÃO: QUESTÕES DISCURSIVAS Visando a preocupação de todos os vestibulandos em como elaborar respostas para as questões dissertativas e, ainda, acertá-las da maneira mais eficiente, decidimos trazer dois modelos de respostas nota máxima para cada questão presente no segundo dia do vestibular 2021 da Unifesp. É importante salientar que as questões selecionadas para integrarem esta cartilha passaram por analises pautadas nos critérios de correção disponibilizados pela Vunesp na data em que foi liberada a primeira chamada. Nesse sentido, uma vez que a instituição não fornece as notas individuais de cada questão, aquelas presentes a seguir são as que apresentam maiores chances de terem recebido nota máxima. Esperamos, com isso, que as informações abaixo sejam úteis para o treinamento das questões discursivas de todos vocês. Critérios de correção: https://documento.vunesp.com.br/documento/streampriv/MjA5NzQ0MQ%3d%3d Página 43 https://documento.vunesp.com.br/documento/streampriv/MjA5NzQ0MQ%3d%3d Questão 1 Algumas amebas podem causar doenças ao ser humano. A Entamoeba histolytica geralmente convive bem com nossa espécie, não causando disfunções orgânicas, mas, em determinadas condições, ela se torna patogênica e causa a amebíase, que pode provocar diarreia, anemia e até a morte. (www.invivo.fiocruz.br. Adaptado.) a. Caso a ameba Entamoeba histolytica fosse inserida em um recipiente com água marinha, ela não sobreviveria. Por que isso ocorre? b. Cite a fase do ciclo de vida da Entamoeba histolytica na qual ocorre o contágio do ser humano. Explique por que pessoas com quadros mais graves de amebíase podem desenvolver anemia. Página 44 http://www.invivo.fiocruz.br/ Questão 2 A síndrome de Kartagener é um distúrbio genético que impede a síntese da proteína dineína, necessária à função dos microtúbulos. Sem a dineína, algumas estruturas celulares não se movimentam, como aquelas presentes nas vias respi- ratórias, nas paredes da tuba uterina e nos espermatozoides, causando prejuízos à eliminação de muco pelos brônquios e à fertilidade masculina e feminina. a. Cite as duas estruturas celulares, uma presente nas vias respiratórias e outra nos espermatozoides, que têm o mo- vimento prejudicado pela falta da dineína. b. Por que uma mulher portadora da síndrome de Kartagener tem maior chance de desenvolver uma gravidez na tuba uterina? Explique como a medicina reprodutiva pode fazer com que um homem com essa síndrome seja pai. Página 45 Questão 3 Ao longo da diferenciação de uma hemácia a partir do eritroblasto, a célula sintetiza hemoglobinas, perde seu núcleo e organelas e migra para a corrente sanguínea. No citoplasma de uma hemácia humana adulta existem cerca de 250 milhões de moléculas de hemoglobina. a. Cite a organela responsável pela produção de hemoglobina no eritroblasto. Em que local do corpo humano adulto são produzidos os eritroblastos? b. Suponha um experimento em que uma hemácia adulta foi colocada em um tubo de ensaio e mantida fechada em contato com certo volume de gás oxigênio. O volume de gás oxigênio foi monitorado, visando verificar o consumo desse gás na síntese de ATP. Considere o gráfico, que ilustra três possíveis variações no consumo de gás oxigênio durante o experimento. Qual curva do gráfico representa o consumo de gás oxigênio utilizado no processo metabólico realizado pela hemá- cia adulta para sintetizar ATP? Justifique sua resposta. Página 46 Questão 4 O incêndio no Pantanal está devastando a fazenda São Francisco do Perigara, santuário que concentra 15% da população livre da espécie de arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus, ameaçada de extinção. A propriedade já perdeu 70% dos cerca de 25 mil hectares, quase tudo vegetação nativa. O motivo da concentração de araras na fazenda era a associação entre esses animais, o acuri (Attalea phalerata, tipo de palmeira que produz frutos com polpa) e os bois. Antes das queimadas era comum ver as araras perto dos bois para se alimentar. O gado vai para a mata, come a polpa do acuri e deixa
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