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teologia e exegese bíblica

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE BACHARELADO EM 
TEOLOGIA 
 
 
 
 
Wendel Costa Parente 
202003342912 
 
 
 
ATIVIDADE ESTRUTURADA DE TEOLOGIA 
E EXEGESE BÍBLICA 1016/5674891 
 
 
 
 
Tutor/Professor: Ernani Antunes 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA 
2021 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 4 
Entrevista Questionamento 1 ............................................................. 4 
Entrevista Questionamento 2 ............................................................. 4 
Entrevista Questionamento 3 ............................................................. 5 
Comentário ao Evangelho de Marcos...........................................................6 
3. CONCLUSÃO ............................................................................................. 9 
4. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 10 
3 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A base da teologia judaico-cristã reside na tradição oral, que foi extratificada por 
meio dos textos escritos, desde os patriarcas e continua na comunidade de fé, 
originalmente, nos idiomas aramaico, hebraico e grego koiné, respectivamente, o qual, por 
sua vez, tendo dado origem aos escritos, os conserva como normativos. 
A comunidade da fé absorve o conteúdo das escrituras, interpretando-a e 
expressando-a por meio do culto, da moral e das leis. 
Nas escrituras, o YHWH toma a iniciativa de revelar-se à humanidade por meio 
da aliança Abraãmica. A história passa a ser desenhada, então, pela relação de Deus com 
os que, assim, o crêem. 
Segundo Lima (2013), “A história universal (cf. Gn 1–11) antecede a história de 
Israel e é uma preparação que leva até ela. Mais tarde, a própria história de Israel abarcará 
em si também os outros povos, segundo um movimento que vai do universalismo ao 
centralismo em Israel e novamente universalismo (com Israel como ponto central). O 
Cristianismo assume esta visão, mas compreende a relação de Deus com seu povo como 
tendo seu ponto máximo (ponto ômega) em Jesus Cristo, o Messias para Israel e para o 
mundo “pagão”. Por conseguinte, em Jesus Cristo é atingida a finalidade da história, 
restando somente uma expectativa de plenificação no final dos tempos. Daí parte a 
perspectiva universalista da missão cristã entre os “gentios” (cf. At 1,8)”. 
Propelido pela difusão dos métodos históricos aplicados ao texto bíblico, surge, 
então, o historicismo que, por sua vez, significou que a história, como ciência, deveria 
nortear, como método, a devida interpretação das escrituras. Em parte, visava demonstrar 
a liberdade da interpretação frente às proposições dogmáticas, abrindo, dessa forma, 
brechas que colocavam em questão a sua inspiração divina. 
Esse modus operandi, combatido posteriormente pela neo-ortodoxia, passou a 
abranger a metodologia de estudo, complementado pela crítica das formas e do gênero 
literário, das tradições e da transmissão do texto. Dessa forma, a crítica das formas e do 
gênero literário passaram a ser realizadas em exígua conexão com a localização histórica 
das perícopes, sua gênese e transformações (daí o desenvolvimento da “história das 
formas” – Formgeschichte). 
 
4 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
 
Entrevista com Tarcísio Pinheiro de Araújo, mestre em teologia pela FEBAPAR: 
 
 
Questionamento 1) Quais os GÊNEROS LITERÁRIOS mais predominantes no 
Antigo e Novo Testamento e suas características exemplificando cada tipo de gênero 
literário usado? 
Resposta ao questionamento: Considerando a divisão dos tipos de livros 
bíblicos - lei, históricos, poéticos, proféticos no Antigo Testamento (AT) e evangelhos, 
histórico, epístolas e apocalipse no Novo Testamento (NT) - pode-se afirmar que pela 
quantidade de livros ou de capítulos, os livros proféticos são predominantes no AT 
enquanto as epístolas dominam o NT. 
Contudo, considerando os gêneros literários propriamente ditos e não a 
divisão dos livros, o gênero mais comum da Bíblia (como um todo) e do AT é o gênero 
narrativo, enquanto a segunda posição fica com o gênero poético. Em relação ao NT, o 
gênero literário mais comum é o das epístolas e a segunda posição fica com os 
evangelhos. 
 
Questionamento 2) O que a literatura histórica ajuda no uso da exegese 
bíblica? 
Resposta ao questionamento: Depende do que se entende por literatura 
histórica e da abordagem tida como adequada para se fazer a exegese Bíblica. Se por 
literatura histórica se quer dizer os livros bíblicos que fazem parte da Bíblia, eles são 
essenciais por serem parte das Escrituras Sagradas que é a Palavra de Deus. 
Se por literatura histórica se quer dizer os documentos históricos (os quais não 
fazem parte do cânon bíblico ou se confundem com a Bíblia), essas informações 
podem ajudar a compreender, como material de investigação, detalhes de contexto 
histórico-cultural e linguísticos das civilizações antigas. 
E, com todo respeitos aos que pensam diferente, se por literatura histórica se 
faz algum tipo de referência ao método histórico-crítico da Bíblia, trata-se de algo que 
não funciona e que agride a correta interpretação da Palavra de Deus. Tentar usar um 
pretenso método científico/crítico/histórico para se estudar a revelação de Deus é mais 
ineficaz e prejudicial que tentar usar o conhecimento religioso para se estudar física 
nuclear ou que usar de técnicas culinárias para desenvolver o pensamento filosófico. É 
totalmente incompatível. Apenas uma cosmovisão que anula ou diminui Deus encontra 
sentido e vê razão em analisar as Escrituras Sagradas limitando Deus ao que diz a 
5 
limitada ciência/história humana. De fato, as conclusões do método histórico crítico só 
fazem sentido dentro de um raciocínio que descarta o sobrenatural de Deus enquanto 
prestigia o pensamento humanista e, por vezes, ateísta. 
 
Questionamento 3) Compare as literaturas histórica, profética e apocalíptica 
nos textos bíblicos junto a história das formas? 
Resposta ao questionamento: Considerando que por “história das formas” se 
está falando da chamada “crítica das formas” (Formgeschichte), deve-se saber que 
essa técnica vai muitas vezes além da preciosa análise dos gêneros literários que 
ajudam na hermenêutica e exegese bíblica. 
Considerar os gêneros literários dentro do método histórico-gramatical é 
analisar os textos da Bíblia considerando as particularidades do texto analisado, do seu 
gênero literário, das línguas originais e de informações histórico-culturais. E isso tudo é 
feito considerando-se a Bíblia não como um livro comum, mas como sendo a Palavra 
de Deus, Ou seja, o estudo é feito reconhecendo Deus como sendo real e que possui 
seus atributos divinos e poder, bem como que o Senhor inspirou completamente as 
Escrituras apesar das marcas humanas que Ele permitiu e usou nos Textos Sagrados. 
Esse método reconhece que Deus reconhecendo não está limitado ao 
conhecimento/história humana. 
Infelizmente, o método histórico-crítico faz diferente. Ele trata a Bíblia não 
como Palavra de Deus, mas como um documento que tem alguma coisa de Deus. Na 
prática, Deus é considerado limitado ou ausente na inspiração da Bíblia ou dos relatos 
das Escrituras Sagradas, sendo até uma produção humana. Esse método usa de 
explicações que na prática limitam ou excluem por completo a pessoa divina de muitos 
textos bíblicos. A história das formas é usada pela teologia liberal e pelo método 
histórico-crítico para tentar criar raciocínios que tentam explicar a criação humana do 
texto bíblico e faz uma interpretação a partir disso. Há uma clara exclusão ou limitação 
de Deus em nome de uma pretensa ciência que nunca teria como explicar ou provar o 
poder e a ação ou a ausência divina. Assim, esse estudioso diminuir ou excluir, emalgum momento, Deus do relato porque o Senhor Todo-poderoso não cabe dentro do 
humanismo dessa visão/compreensão de mundo. Por isso, a interpretação decorrente 
fica viciada e incapaz de interpretar a mensagem divina. É estranho e chama a atenção 
que muitos ensinos da teologia liberal podiam ser feitos por ateus, pois excluem Deus e 
a mensagem divina da sua interpretação, restando, muitas vezes, apenas uma 
mensagem humanista ou de pensamento positivo. Dito isso, recuso respeitosamente 
fazer uso dessa análise humana da Bíblia. Quem crer ler diferente de quem não crer da 
6 
mesma forma que quem crer pensa diferente de quem não crer. Na verdade, vou além, 
quem crer vive de forma diferente de quem não crer. Leituras, pensamentos e crenças 
moldam vidas e valores. 
 
 
Comentário ao Evangelho de Marcos 
 
 
O evangelho segundo Marcos consiste no mais breve de todos os quatro 
evangelhos da Bíblia cristã. É único, por não se tratar de uma biografia de Jesus, tal 
como apresentada nos livros de Mateus e Lucas, mas relata as suas obras, 
apresentando-o como o Rei Salvador. Usa, constantemente, o presente do indicativo 
em sua narrativa, dando a impressão de relato realizado por testemunha ocular. 
A intenção de Marcos é clara, transfomar os leitores em cristãos com seu 
relato, e não apenas informá-los dos acontecimentos miraculosos que acompanharam 
o rabi da Galiléia. 
Silva e Rabuske (2011, p. 75) datam o evangelho de Marcos por volta do ano 
65 E.C. Brown (2002, p. 238) afirma que “existe um amplo consenso entre os estudiosos 
para datar o evangelho de Marcos no final dos anos 60 ou logo após o ano 70 E.C” 
A grande maioria da comunidade de pesquisadores do Novo Testamento 
sustenta que Mateus e Lucas usaram uma fonte perdida de ditos de Jesus, identificada 
como “Evangelho Q”, “fonte Q”, ou simplesmente “Q”. Essa conclusão é baseada na 
análise da linguagem e da relação de conteúdo entre os evangelhos. O entendimento 
de que Marcos foi o primeiro dos evangelhos canônicos e que serviu como fonte para 
Mateus e Lucas é fundamental para os estudos da crítica moderna do Novo 
Testamento, denominada teoria da “prioridade de Marcos”. 
Tuckett (2011) afirma que “Marcos é a fonte comum dos outros dois 
(prioridade de Marcos), ou que deriva de ambos (posterioridade de Marcos), ou mesmo 
que seja um intermediário na transmissão de Mateus para Lucas - em outras palavras, 
muitos desses argumentos podem suportar a “prioridade de Marcos” e as teorias 
rivais.[...] Argumentos modernos a favor ou contra a “prioridade de Marcos” tendem a 
se concentrar na plausibilidade redacional, perguntando, por exemplo, se é mais 
razoável que Mateus e Lucas pudessem ter sido escritos a partir do texto de Marcos, 
ou se Marcos poderia ter sido escrito a partir de Mateus e Lucas (TUCKETT, 2011, pp. 
10-12).” 
Brown (2002, p.194) afirma que: “Pelo conteúdo pode-se detectar que o autor 
é de língua materna grega e não foi uma testemunha ocular dos ensinamentos de 
7 
Jesus; e faz referências imprecisas à geografia da Palestina”. Na mesma linha de 
raciocínio, Theissen (2003, p. 143) alega que: “No Evangelho de Marcos os dados sobre 
a Palestina contêm muitos erros, por isso é difícil que o trabalho tenha sido escrito por 
um habitante de Jerusalém”. 
A totalidade da argumentação que sustenta ser Roma, como possível local da 
estruturação do evangelho de Marcos, está alicerçada a partir do ponto de vista da 
linguística. Certamente, a hipótese da origem romana, com base apenas nos latinismos 
apontados pela análise linguística, é muito fugaz para embasar, de forma irrefutável, o 
local em que o texto de Marcos foi escrito, apesar de Justino Mártir, escritor romano 
que viveu por volta de 150 E.C., em Roma, afirmar que Marcos escreveu sob 
supervisão do apóstolo Pedro, entre os anos de 60 a 62 E.C. 
Edwards (2002, p. 39) aponta para, ao menos, três elementos em comum por 
meio de uma perspectiva apocalíptica, são eles: o batismo, a transfiguração e a 
crucificação de Jesus, respectivamente, subdividindo início, meio e fim do evangelho. 
Silva e Rabuske (2011, p. 75), expõem em Mc 1:1-13 o “Prólogo” do 
evangelho (o messias prometido e, posteriormente, o filho de Deus; cumprindo o rito 
batismal e o anúncio de Deus manifestando o seu contantamento; seguindo para o 
deserto para ser tentado). 
Prosseguindo a exposição, em Mc 1:14-8:30 ocorre a “Primeira Parte: Quem é 
Jesus?” (João Batista é preso por Herodes Agripa; Jesus inicia seu ministério, 
anunciando as boas novas; passa a convocar seus discípulos; manifesta seus sinais e 
maravilhas por meio de cura, expulsão de demônios, alimentando a multidão, 
ressucitando, e mostrando sua autoridade sobre a natureza; sua doutrina o coloca em 
situação de conflito com os guardiões da lei judaica, especialmente nos capítulos 2 e 3). 
Silva e Rabuske (2011, p. 75) subdividem a “Primeira Parte” nas seguintes 
temáticas: “Jesus e os adversários” Mc 1:14-3:6; “Jesus e o povo” Mc 3:7-6:6a e “Jesus 
e os discípulos” Mc 6:6b-8:30. 
Progredindo o panorama, Mc 8:31-16:8 esboça a “Segunda Parte: Que tipo de 
messias é Jesus?” (Jesus questiona seus discípulos quem eles interpretam ser Ele; 
anuncia é mister ao “Filho do Homem” ir a Jerusalém e ser morto; Moisés e Elias, 
representando a lei e os profetas, aparecem a Jesus; prossegue a Jerusalém, onde é 
saudado como alguém que “vem em nome do Senhor” e inaugurará o “reino de Davi”; a 
mulher perfuma a cabeça de Jesus com óleo, com sinal de sua morte que se aproxima; 
celebra a páscoa com os discípulos, declara que o pão e o vinho são seu corpo e 
sangue, e vai com eles ao Getsêmani para orar; ali Judas o entrega para os guardas do 
templo; interrogado pelo sumo sacerdote, afirma ser o filho de Deus; os líderes do 
8 
sinédrio o entregam a Pilatos, que o crucifica como alguém que afirma ser “rei dos 
judeus”; abandonado pelos discípulos, é sepultado; as mulheres que o seguiram vêm 
ao sepulcro e o encontram vazio, sendo informadas por um anjo de que devem 
anunciar aos demais que Jesus ressuscitou e foi antes deles para a Galileia). 
Silva e Rabuske (2011, p. 76) subdividem a “Segunda Parte” nas seguintes 
temáticas: “Jesus a caminho de Jerusalém” Mc 8:31-10:52; “Jesus em Jerusalém” Mc 
1:1-13:37 e “Paixão, morte e ressurreição” Mc 14:1-16:8. 
Em relação aos demais evangelhos canônicos, o de Marcos possui a 
peculiaridade do “segredo messiânico”, uma vez que, em diversas oportunidades, 
destaca-se na narrativa Jesus proibindo, de forma diligente, que o anunciem ser ele o 
Χριστός (Khristos) “Cristo”, em grego, sejam os demônios que o reconhecem como 
vencedor ao serem expulsos, seja alguém que alcaçado pela cura, seja Pedro que 
declara ser ele o messias prometido em Mc 8:29, ainda que as pessoas não respeitem 
sua proibição Mc 1:44-45. 
A motivação do “segredo messiânico” se dá pelo fato de não desejar ser 
identificado com o que, geralmente, a nação de Israel esperava do messias: um novo 
rei Davi, um líder belicoso que interrompesse o subjugo do império romano e 
restaurasse a grandeza nacional de Israel, uma vez que o messias esperado para 
libertar o povo do domínio estrangeiro, deveria descender da família de Davi. 
O evangelho segundo Marcos introduz uma nova forma definida para a 
expressão hebraica “filho do homem” בן – אדם (ben – 'adam), trata-se da expressão 
grega “ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου” (ho huios tou anthropou), literalmente “o filho do homem”, 
e remete à figura escatológica, cuja vinda irá sinalizar o fim da história e o tempo do 
julgamento de Deus (livro de Daniel 8:17). 
A ênfase à imagem do “filho do homem” que Jesus pretendeu ocultar, sem 
sucesso em seu ministério, torna uma expressão da fé das multidões que reconhecem a 
sua dignidade de “filho de Deus” e perpassa toda seu minsitério terreno, desde o 
nascimento até a morte. Fica claro que Marcos buscou moldar teologicamente a tradição 
palestinaa respeito de Jesus de acordo com pressupostos gentio-cristãos. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
3. CONCLUSÃO 
 
 
O desenvolvimento da “história das formas” – Formgeschichte parte da 
crítica textual bíblica, com base na influência filosófica alemã, bem como da filosofia 
idealista kantiana, com uma abordagem histórica, cujas verdades contidas nas 
escrituras sagradas podem ser obtidas por meio da retirada das diversas camadas 
da tradição judaico-cristã. 
Conforme abordado pelo teológo entrevistado, fica demonstrado a 
incompatibilidade do método, como exclusivo para interpretação das verdades 
contidas nas sagradas escrituras pois, segundo suas palavras, “tentar usar um 
pretenso método científico/crítico/histórico para se estudar a revelação de Deus é 
mais ineficaz e prejudicial que tentar usar o conhecimento religioso para se estudar 
física nuclear, ou que usar de técnicas culinárias para desenvolver o pensamento 
filosófico”. 
Não foi possível um contra ponto, em virtude dos demais teólogos, de 
doutrinas diferentes, não responderem a tempo da conclusão do presente trabalho. 
A metodologia foi bastante combatida pela neo-ortodoxia, uma vez que 
estudar as escrituras, apenas, por métodos científicos, a reduzem num mero livro 
humano, escrito por mão humanas, e não como uma reveleção de Deus à 
humanidade, tal como um registro subjetivo da consciência humana de um Deus 
imanente, e não transcendente. 
Destarte, segundo Lima (2013), “se não se pode interpretar a Escritura a 
partir da perspectiva de busca de um concordismo entre texto e ciência histórica, 
tampouco exegese e ciência histórica se encontram necessariamente em contraste. 
A justa medida parece encontrar-se na delimitação do método e da competência de 
cada uma e da integração entre as duas no respeito às suas peculiaridades. A 
finalidade da exegese exige que a ciência histórica lhe seja complementar e auxiliar 
– e não princípio hermenêutico. A finalidade da ciência histórica – caso ela se 
interesse pelo antigo Israel ou pelo Cristianismo primitivo – exige que os textos 
bíblicos, embora carregados de condicionamentos históricos, sejam considerados 
dentro da finalidade segundo a qual foram escritos (religiosa, não científica)”. 
 
10 
4. BIBLIOGRAFIA 
 
 
• BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 
2002. 
 
• BROWN, Raymond E. Introducción al Nuevo Testamento: Cuestiones 
preliminares, evangelios y obras conexas. Madrid: Editorial Trotta, 2002. 1 v. 
 
• EDWARDS, James. The Gospel According to Mark. Grand Rapids: William B. 
Eerdmans Publishing, 2002. 
• LIMA, M. L. C. História e teologia. Reflexões na perspectiva da exegese bíblica. 
ATUALIDADE TEOLÓGICA (PUCRJ). p. 101-111, 2013. 
 
• MICHELETTI, Guillermo. As 12 parábolas de Jesus. Petrópolis: Vozes, 2014. 
 
• PEREIRA, Sandro. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
 
• SILVA, Cássio Murilo Dias da; RABUSKE, Irineu José. Evangelhos e 
Atos dos Apóstolos: Novíssima tradução dos originais. São Paulo: Edições Loyola, 
pp.77-112, 2011. 
 
• THEISSEN, Gerd. El Nuevo Testamento: historia, literatura, religión. Santander: Sal 
Terrae, 2003. 
 
• TUCKETT, Christopher M. The current state of the Synoptic Problem. In: New 
Studies in the Synoptic Problem. (eds.). Foster, Paul; et al. Oxford: Peeters 
Publishers, 2011.

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