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Maria Luisa Peixoto de Oliveira Diagnóstico por imagem Radiologia de tórax Introdução ● Para observar o tórax utiliza-se principalmente a radiografia simples, pois ela é de fácil acesso e por isso é o exame inicial e pode ser feita a tomografia computadorizada. Pode-se utilizar ressonância magnética, mas quando se pensa em lesão de parede. Não é um bom método para examinar o parênquima pulmonar. Anatomia Radiológica ● Hipotransparente ou radiopaca Branco ● Hipertransparentes ou radiotransparentes Preto ● Pode-se observar a estrutura óssea do tórax na radiografia simples. ↳ Ela é constituída pela caixa torácica com coluna vertebral, clavículas, esterno, escápula e costelas. ↳ É importante analisar os ossos para observar se houve lesões ou até para utilizar como parâmetro para avaliação da insuflação, centralização e grau de penetração das radiografias dos tórax. Dependendo o que se vai observar deve-se utilizar uma incidência que deve manter o que vai ser observado o mais perto possível do “chassi”, já que assim o tamanho fica do tamanho real. Portanto, a porção posterior das costelas deve ser observada com a incidência posteroanterior. ● Pode-se observar as partes moles também. Com isso é possível ver as cúpulas diafragmáticas. Lembrando que a direita é mais alta que a esquerda, devido a presença do fígado. Contudo, essa diferença de altura não deve ultrapassar 3 cm. Se isso acontecer, deve-se averiguar presença de lesão infradiafragmática ou de origem pleural ou subpleural. Cuidado com a síndrome de Poland, pois há ausência do músculo peitoral. Com isso, ocorre um aumento da transparência do pulmão acometido. Então observa-se uma diferença de transparência pulmonar Para retirar a escápula da radiografia, utilizar a manobra. ● A sombra hilar pulmonar é formado pelos brônquios- fonte, veias e artérias pulmonares. OBS OBS OBS OBS Foto da aula: observar a transparência do pulmão com a vascularização (trama vascular). Dá pra observar a traqueia e a sua bifurcação. Também consegue observar os arcos postais anteriores e posteriores, os seios costofrênicos, os seios cardiofrênicos e os hilos pulmonares. Foto da aula: é importante também pedir a radiografia em perfil pra observar os lobos. e a utilização apenas de PA confundir onde está o problema. Foto da aula: Quando observa o pulmão é importante dividir em 3 partes para identificação de nódulos. Linfonodos devem estar presentes APENAS no primeiro terço do pulmão. ● O mediastino, região entre os campos pleuropulmonares, também é observado na radiografia do tórax. Essa região compreende todas as vísceras torácicas, com exceção dos pulmões com as pleuras. ↳ Dividido em mediastino superior, posterior anterior e médio. ↳ O mediastino superior é acima do nível do pericárdio e contém o esófago e a traqueia posteriormente. Também abriga parte do timo e dos grandes vasos na sua parte anterior. Além disso, também possui linfonodos. ↳ O mediastino anterior é a menor das divisões. Está localizado na frente do coração e atrás do esterno. Contém parte do timo, gordura e aorta. ↳ O mediastino posterior está atrás do pericárdio, contendo parte da aorda descendente, dueto torácico, nervo vago, gordura, veias ázigo e hemiázigo, o esôfago, as raízes nervosas e linfonodos. ↳ Já o mediastino médio possui o pericárdio e o coração junto dos nervos frênicos, aorta descendente, arco aórtico e tronco da artéria pulmonar. ● O mediastino possui contornos devido às estruturas e eles podem ser observados na radiografia. ● Também é possível observar o índice cardiotorácico, que se trata de uma avaliação subjetiva do tamanho do coração (não pode falar em cardiomegalia de cara) de acordo com o tamanho do tórax. ● É possível observar alguns casos de “sítus inversus” que se trata da inversão das estruturas do tórax. Já o sítus solitus se trata do normal. Quando observar uma situação assim, pedir para refazer o exame, pois o técnico pode ter errado na identificação do paciente (pois o lado direito é o que sempre fica a identificação de acordo com a regra). ● Em crianças é possível observar o timo no mediastino superior. É denominado sinal da vela do navio. Cuidado para não achar que é algum problema! Foto da aula ● As sombras hilares são formadas pelos brônquios- fonte, veias e artérias pulmonares. Foto da aula mostrando as sombras hilares ● As vias aéreas e os pulmões também podem ser observados na radiografia de tórax. É possível ver a traqueia, a sua bifurcação e os brônquios principais, sendo o direito mais vertical. ● Os vasos pulmonares são responsáveis pelas marcas lineares ramificadas. ● Os pulmões são divididos pela pleura visceral em lobos, sendo três do lado direito e dois do lado esquerdo. ↳ O pulmão direito é segmentado por 2 fissuras: oblíqua e horizontal. ↳ Cada um de seus lobos possui “partes”: ↳ O lobo superior: superior, anterior e posterior ↳ O lobo médio: lateral ou medial ↳ Lobo inferior: basolateral, basomedial, superior, basal anterior e basal posterior ↳ O pulmão esquerdo é segmentado por uma fissura denominada oblíqua ↳ Os lobos do pulmão esquerdo também possuem “partes”: ↳ O lobo superior: apicoposterior, anterior ↳ O lobo inferior: superior, basolateral, anteromédio-basal e basal posterior Os brônquios segmentares e os bronquíolos terminais não são visualizados no raio X, mas na TC sim. Lobo pulmonar secundário é a menor porção pulmonar funcionante. É composto por bronquíolo terminal e estruturas vasculares associadas circundadas por tecido conectivo. Essa estrutura não é vista no raio X e sim na TC. OBS OBS Septos interlobulares são a parede lateral do logo pulmonar secundário. É composto por vênulas interlobulares + capilares linfáticos + tecido conectivo Métodos Radiológicos ● Radiografia simples: ↳ As incidências mais comuns são a póstero-anterior (PA) e perfil ↳ Existem outras incidências com funções específicas: ↳ Oblíquas: avaliação dos arcos costais e mediastinos OBS Mais utilizada devido a divergência que os raios X sofrem, distorcendo as estruturas que estão mais distantes. Em caso de suspeita de fratura de costela pedir incidência oblíqua, porque a maioria das fraturas passam de posterior e anterior ↳ Laurell: é um decúbito lateral com raios horizontalmente Laurell é boa para ver derrame pleural ↳ Ápico-lordótica: realizada em ântero-posterior, com o paciente com apenas a porção suprior do dorso em contato com o filme, liberando a visualização dos ápices pulmonares ↳ A qualidade do exame radiológico: ↳ A identificação deve ser no lado direito e no canto superior ↳ Deve mostrar todas estruturas do tórax, ou seja, não cortar as cúpulas diafragmáticas ou os ápices pulmonares ↳ Deve preencher três critérios: 1. Boa penetração: deve visualizar pelo menos três corpos vertebrais acimas do botão aórticos, não sendo possível uma completa definição destes atrás da sombra cardíaca. Caso a penetração seja muito, os contornos dos corpos vertebrais são identificados acima e abaixo do botão aórtico. Caso haja pouca penetração os contornos dos corpos vertebrais não são bem definidos em nenhum ponto do mediastino. A: pouco penetrado B: muito penetrado Penetração adequada: 2. Centralização: é verificada pelo alinhamento das clavículas que devem estar na mesma altura e equidistantes do processo espinhoso. 3. Adequada inspiração: contar 9 a 10 arcos costais posteriores ou 6 a 7 anteriores. Caso visualize menos arcos costais significaque o pulmão está hipoinsuflado. Caso visualize mais arcos costais, significa que ele está hiperinsuflado. ↳ Deve-se tomar cuidado com as estruturas extratorácicas, pois podem promover imagens sobre o tórax e podem simular lesões. OBS OBS ● Tomografia computadorizada: ↳ Mais sensível para avaliação do parênquima pulmonar e não sobrepõe imagens e por isso é o padrão ouro. ↳ TC de alta resolução (TCAR): imagens detalhadas do parênquima pulmonar ↳ Diferencia características teciduais de lesões expansivas entre císticas, sólidas, adiposas, etc. ↳ Permite avaliar o mediastino, o parênquima e a parede torácica ↳ Utilização do contraste para caracterizar a disposição das estruturas vasculares (estudo angiotomográfico) e também para analisar a chegada e distribuição do fluxo sanguíneo em determinada área ● Ressonância magnética ↳ Utilizada apenas em lesões de parede torácica Semiologia imagenológica do tórax ● As alterações são divididas em hipertransparentes/radiotransparentes ou hipotransparentes/radiopacas. ● As alterações parenquimatosas consistem em lesões do espaço alveolar (aéreo) e do seu interstício (parede). ● Semiologia do espaço aéreo: ↳ As alterações podem ser ocupação, redução ou aumento. ↳ Ocupação ou substituição do ar no espaço aéreo: denominada consolidação e no raio X e na TC é caracterizada como atenuação do parênquima pulmonar. Foto : Consolidação : Radiografia de tórax em PA mostra consolidação multifocal no pulmão direito em paciente com pneumonia bacteriana. Opacidades algodonosas. Foto: Broncopneumonia. Radiografia de tórax em PA mostra consolidação multifocal no pulmão direito. Foto: Pneumonia lobar. Radiografia de tórax em PA mostra consolidação no lobo superior direito. ↳ Sinal do broncograma aéreo: brônquio em que o epitélio eliminou o conteúdo que preenchia a via aérea e apresenta uma imagem tuboliforme no interior da consolidação. ↳ Redução do espaço aéreo: pode ocorrer por colapso/colabamento do parênquima, o que é denominado atelectasia, podendo ser completa ou parciais. Para identificá-la existem sinais diretos e indiretos. ↳ A área afetada vai demonstrar um aumento da densidade, pois o local fica sem ar e em decorrência da presença da pressão negativa no espaço pleural, as estruturas móveis no toráx serão deslocadas para o lado da atelectasia, como desvio mediastinal e traqueal, elevação da cúpula diafragmática e deslocamento das fissuras. Foto: Radiografia de tórax em AP evidencia pulmão direito opaco com sinais de perda de volume, notando-se desvio da traqueia para a direita (cabeças de seta). A atelectasia do pulmão direito foi secundária à obstrução tumoral do brônquio principal (seta). Foto: Atelectasia do lobo superior direito. Imagem de TCAR axial (A) ao nível do arco aórtico e reformatação caronal (B) demonstra o deslocamento cefálico e medial da pequena fissura (cabeças de seta) e o deslocamento anterior da metade superior da grande fissura (setas, compare com a grande fissura esquerda). Na reconstrução caronal é possível identificar tumor endobrônquico (seta curva) responsável pela atelectasia. Para diferenciar atelectasia de consolidação é só lembrar que na atelectasia ocorre desvio de estruturas. Foto: Atelectasia do lobo superior direito: sinal S de Golden.. A. Radiografia de tórax em PA mostra atelectasia do lobo superior direito com deslocamento cefálico e medial da pequena fissura. O sinal de S de Golden é formado pela concavidade da porção lateral (cabeças de seta) e pelo abaulamento inferior da porção medial (seta) da pequena fissura. Nota-se também pinçamento justadiafragmático direito (seta curva). B, TCAR com contraste exibe atelectasia do lobo superior direito, o aspecto do S de Golden (linha amarela) e a presença de massa (M) hipodensa obstruindo o brônquio principal direito. Lembrar que esse sinal S de Golden só se forma do lado direito, sendo específico do lobo superior direito. ↳ As atelectasias podem ser causadas por mecanismos compressíveis, como massa pulmonar, obstrutivos como nódulos ou corpo estranho, por aderências, como sequelas de infecção por tuberculose, por trauma torácico, entre outros. ↳ Tanto as consolidações quanto as atelectasias podem apresentar o sinal da sulhueta que ocorre quando estruturas de densidades semelhantes se tocam, passando a apresentar um único contorno. ↳ Aumento do espaço aéreo: pode ser reversível ou irreversível. As reversíveis são hiperinsuflação na asma ou por mecanismo valvar, como na presença de corpos estranhos intrabrônquicos ou lesões tumorais. Além disso podem ser irreversíveis e caracterizam o enfisema pulmonar. ↳ Achados comuns na radiografia simples constituem os sinais indiretos do aumento do espaço aéreo: 1. Aumento do diâmero torácico ântero- posterior (denominado “tórax em tonel”) 2. Aumento dos espaços intercostais 3. Retificação das cúpulas diafragmáticas 4. Visualização da borda inferior do coração (aspecto em gota) 5. Aumento da hipertransparência pulmonar OBS OBS Destruição do parênquima pulmonar formando áreas onde o ar fica aprisionado. ↳ Bronquiectasias: são dilatações irrerversíveis da árvore brônquica. Possuem várias etiologias como infecções, tumores, etc. Pode se apresentar em forma de tubos alongados, denominando bronquiectasia cilíndricas ou dilatações saculiformes, denominadas bronquiectasias varicosas ou císticas. O aspecto na radiografia é de imagens ovaladas, hipertransparentes, circunscritas, de paredes espessas, quanto na TC é de imagens tubulares ou císticas. Os brônquios bifurcam-se juntamente com um ramo da artéria pulmonar. Contudo, quando ocorre a bronquiectasia há perda desta relação, observando a formação do sinal tomográfico denominado sinal do anel de sinete na TC. Semiologia das doenças intersticiais ● As doenças parenquimatosas intersticiais são visualizadas melhor na TC ● Elas se manifestam por padrões identificáveis na TCAR, estando relacionados com a anatomia do lobo pulmonar secundário. ● Os padrões de imagem da TC são: septal, faveolamento, cístico, nodular, atenuação em vidro fosco e perfusão em mosaico. ● Septal (opacidades reticulares) ↳ Reflete a presença de espessamento dos septos interlobulares, podendo ser secundário a edema, infiltração celular ou até a fibrose (menos comum). ↳ Os septos espessados geralmente são mais evidentes na periferia pulmonar, podendo ser visualizados como linhas perpendiculares à pleura. ↳ Na região pulmonar mais central o espessamento septal assume um padrão de arcadas poligonais múltiplas ↳ O espessamento do septo pode ser liso, nodular ou irregular, dependendo da causa, porque no edema agudo de pulmão o aspecto é liso, mas na linfagite carcinomatosa é irregular ou nodular Foto: TCAR evidenciando espessamento dos septos interlobulares e nódulos intralobulares no pulmão direito. Compatível com linfangite carcinomatosa. Foto: Linfangite carcinomatosa unilateral. O espessamento dos septos interlobulares pode ser liso (setas vermelhas) ou nodular (em rosário) - setas amarelas. Os vasos intralobulares podem estar proeminentes devido ao espessamento intersticial centrolobular (seta azul). Apesar do espessamento septal, não há distorção da arquitetura pulmonar, o que diferencia as alterações da linfagite das alterações da fibrose pulmonar. ● Faveolamento: ↳ São opacidades mistas reticulares e císticas periféricas que se apresentam várias camadas. ↳ Sua presença reflete alterações de fibrose pulmonar que é a via final das patologias crônicas. ↳ A fibrose também causa distorção da arquitetura pulmonar, bronquiectasias de tração e bronquiolectasias. ● Cistos: ↳ Padrãoassociado à presença de lesões pulmonares circunscritas contendo ar e de paredes bem definidas ↳ Podem representar faveolamento, cistos ou cavernas, pneumatoceles ou bronquiectasias císticas. ↳ Existem doenças comumente associadas ao padrão cístico que são predominantemente representadas por enfisema, bronquiectasia, fibrose pulomar idiopática, linfagioliomíomatose, histiocitose de células de Langerhans pulmonar. ● Nódulos ou opacidades nodulares: ↳ Representam opacidades ovaladas com diâmetro inferior a 3 cm e possuem vários diagnósticos diferenciais, como hemangiomas, granulomas residuais e tumores pulmonares. ↳ Os nódulos pulmonares podem evoluir para massas (lesões com mais de 3 cm) que podem escavar pela necrose tumoral central, apresentando-se como uma imagem radiopaca com uma área hipertransparente de permeio (escavação). A visualização do seu contorno interno irregular permite o diagnóstico diferencial com abscessos inflamatórios. ● Opacidade em “vidro fosco” ↳ Aumento da opacidade pulmonar sem obscurecimento dos vasos pulmonares adjacentes, ao contrário do que ocorre na consolidação. ↳ Pode resultar de anormalidades intersticiais mínimas, de doença do espaço aéreo ou aumento do fluxo sanguíneo. ● Perfusão em mosaico ↳ Representada por áreas de opacidades mistas, com alternância de imagens de maior e menor densidades. Geralmente determinadas por alterações perfusionais ou doenças de vias aéreas (aprisionamento aéreo) Semiologia pleural ● A pleura pode ser acometida por processos traumáticos, inflamatórios, infecciosos e tumorais. ● O derrame pleural é um dos achados comuns e caracteriza-se pela presença de líquido no espaço pleural separando as duas pleuras. Como tem densidade moderada, na radiografia apresenta-se como uma imagem radiodensa, de contornos irregulares que quando livre, deposita-se nas bases pulmonares, obliterando primeiramente os seios costofrênios e posteriormente os campos pulmonares ↳ Geralmente é necessário 200 a 300 mL para obliterar um seio costofrênico em ortostase. ↳ Podem apresentar-se de forma encistada/loculada, quando associados a um processo inflamatório importante, formando opacidades que simulam massas no tórax. ● Pneumotórax é a presença de ar no espaço pleural que se apresenta pela visualização do folheto visceral separado do parietal e pela ausência de campos pulmonares na região ↳ Em pneumotórax pequenos a separação da pleura visceral da parede torácica pode estar aumentada, obtendo-se radiografia com o paciente em expiração. ↳ Há alguns sinais secundários que estão associados com gravidade: desvio do mediastino para o lado contralateral, rebaixamento do diafragma e alargamento do espaço intercostal. ↳ Pode haver o pneumotórax hipertensivo ● A pleura pode ser acometida por processos inflamatórios que promovem seu espessamento e quando esse processo é crônico pode levar a um processo de calcificação, que é o caso da asbestose. ● Também pode ocorrer no espaço pleural lesão por contiguidade na caixa torácica e processos expansivos primários e secundários, como mesotelioma e as metástases. Semiologia cardíaca ● A radiografia simples é o primeiro instrumento de avaliação de pacientes com problemas ● O crescimento isolado do coração deve ser aferido na radiografia pela técnica do índice cardiotorácico. ● O crescimento das câmaras cardíacas vai apresentar sinais específicos na radiografia. ↳ Átrio direito: responsável pelo abaulamento da secunda concavidade da linha paracardíaca direita e com o seu crescimento projeta o coração para a direita. Está relacionado com a doença valvar tricúspide isoladamente ou como via final da IC. ↳ Ventrículo direito: o seu aumento é caractetizado pelo aumento do contato da área cardíaca com o esterno, elevando posteriormente a ponta do coração (o coração bate no esterno e é rechaçado para trás e para esquerda), aumentando o diâmetro transverso do coração. Está relacionado com distúrbios da valva pulmonar, shunt da esquerda para direita e hipertensão pulmonar. ↳ Átrio esquerdo: ocorre um aumento do diâmetro transverso do coração e projeção do átrio esquerdo na linha paracardíaca direita (sinal do duplo contorno atrial). O crescimento da aurícula esquerda projeta-se na linha paracardíaca esquerda, formando a 4ª concavidade esquerda, que só surge em condições patológicas, localizando-se entre a 2ª e 3ª concavidade da linha paracardíaca esquerda. ↳ Ventrículo direito: o coração cresce lateralmente à esquerda e se projeta inferiormente na cúpula diafragmática, sendo denominado como coração mergulhante. Está aumentado em condições patológicas das valvas mitral e aórtica, sobrecargas pressóricas e doença do músculo cardíaco, como infarto e miocardiopatias. ● Em caso de suspeita de lesões embólicas torácicas, a TC é um dos melhores métodos para tromboembolismo pulmonar (TEP). É observada uma falha de enchimento intraluminal nas fases pós-contraste endovenoso. Patologia torácica ● Trauma torácico: ↳ Radiografia do tórax é o primeiro exame a ser solicitado em paciente com suspeita de lesão torácica. ↳ A TC multislice apresenta maior sensibilidade e especificidade para detecção e avaliação da extensão das lesões traumáticas do parênquima pulmonar, espaço pleural, aorta e diafragma, possibilitando melhor avaliação das lesões e permitindo também o diagnóstico de comprometimento extratorácico. ↳ A TC multislice faz várias imagens em um corte só, permitindo fazer a reconstrução da imagem. ↳ Se o paciente politrauma estiver estável, fazer a TC pois é o exame mais eficiente. ↳ As lesões parenquimatosas mais comuns são: Contusão pulmonar, lacerações, atelectasias e hematomas. 1. Contusão pulmonar: caracterizada pela lesão traumática com sangue e edema, sem visualização da ruptura das paredes alveolares. O seu aspecto vai variar de infiltrado em vidro fosco e pequenas consolidações na dependência do tamanho do traumatismo e da área afetada. 2. Lacerações pulmonares: são semelhantes às contusões, estando associadas ao dano à parede alveolar. Seu aspecto por imagem são as áreas de consolidação com presença de cistos que formam pneumatoceles traumáticas ou hematomas. ↳ Fraturas: relacionadas com o trauma direto e podem ser identificadas pela perda da continuidade óssea. A localização do arco costal e dos demais ossos acometidos é importante em virtude da frequência de lesões de partes moles associadas, como lesões de vasos supra-aórticos e traqueia em pacientes com fratura dos dois primeiros arcos costais e clavículas e lesões do fígado e cúpula diafragmática. Lembrar que para verificar fratura de costela é melhor pedir raio x dos arcos costais (PA, perfil e oblíquo), pois o maior número de fraturas ocorre na parte lateral. OBS ↳ Pneumotórax: ar dissecando o espaço pleural. O diagnóstico radiológico é feito pela visualização da pleura visceral, limitando o pulmão contraído pelo ar e pela não visualização de parênquima na periferia da linha da pleura visceral. ↳ Pneumomediastino: presença de ar no interstício mediastinal. As lesões traumáticas torácicas superiores e da região cervical podem promover lesões das estruturas áreas superiores, podendo levar a dissecção do ar para o interstício. Quando é pequeno, radiografias ou cortes da TC em expiração podem facilitar sua visualização. ↳ Derrame pleural: presença de líquido no espaço pleural. O hemotórax é o mais comum no trauma. Na TC a quantitidade de líquida, qualquer quantidade, é visualizada, sendo que 200 a 300 mL já é o suficiente para obliterar o seio costofrênico. Quando há derrame pleural + presença de ar é denominado hidropneumotórax. ↳ Enfisema subcutâneo: ar no tecido celular subcutâneo e é identificado pela presença de linhas hiperlucentes (ar) dentro das estruturas das partes moles. Indicaum trauma de alto impacto e por isso deve-se ter o cuidado em buscar outros achados associados como a fratura de costelas. Anomalias congênitas ● Hérnias diafragmáticas: caracterizadas por falhas na composição da cúpula diafragmática, com deslocamento das estruturas do abdome para o tórax. ↳ As mais frequentes são Morgani e Bochdaleck. ↳ Morgani: quando o defeito diafragmático é anterior, central e à direita. Geralmente está associado à herniação do fígado. ↳ Bochdaleck: quando o defeito é posterior e à esquerda, observado em radiografias de alças intestinais localizadas na base do pulmão correspondente. ● Cistos ↳ Fazem parte do conjunto dos cistos de duplicação do intestino primitivo, que está relacionado com o brotamento prematuro de estruturas da árvore brônquicoa. ↳ Podem ser cistos broncogênicos, pericárdicos, entéricos e tímicos, linfangiomas e cistos de duplicação esofágica. ↳ Broncogênicos: massas bem definidas, localizadas no mediastino ou no parênquima pulmonar. A localização mais comum é subcarinal e o diagnósico é suspeitado pelo raio X e confirmado pela TC ou RM, ao verificar que há densidade cística ou de partes moles que não captam meio de contraste. ↳ Pericárdicos: constituem 20% dos tumores cardíacos e podem ser congênitos ou adquiridos. São lesões císticas geralmente localizadas no seio cardiofrênico direito e frequentemente assintomáticas. ↳ De duplicação esofágica: classificado em 3 grupos, com base em características histopatológicas. Sua localização mais comum é no mediastino posterior, próximo a transição toraxoabdominal. ↳ Linfangiomas: lesão benigna congênita, caracterizada por focos de tecido linfático em padrão multicístico. Dividido em três tipos de acordo com o aspecto de seus vasos linfáticos: simples/capilar, cavernoso e cístico/higroma cístico (mais comum). Sua composição é predominantemente cística, podendo apresentar septos e até componente sólido, mas calcificações são raras. Essas lesões tendem a moldar-se sem comprimir estruturas adjacentes. ↳ Existem doenças sistêmicas que podem evoluir com lesões císticas difusas do parênquima pulmonar, como a histiocitose X e a linfagioleiomiomatose. ↳ Histiose X: distúrbio do sistema reticuloendotelial que acomete principalmente jovens e caracteriza-se por apresentar nódulos e cistos de localização predominantemente em lobos superiores, com consequente progressão para fibrose pulmonar. ↳ Linfagioleiomiomatose: doença rara e de origem desconhecida que afeta mulheres jovens no período fértil e se caracteriza pela formação de cistos de paredes finas por todo o parênquima pulmonar e de localização preferencialmente central ↳ Cisto se diferencia do enfisema porquê no enfisema não consegue ver o parênquima. Foto: Linfagioleiomiomatose. Há cistos de paredes regulares em vários tamanhos e pneumotórax a esquerda. ● Sequestro pulmonar: ↳ Há uma área do parênquima pulmonar não funcionante que não se comunica com a árvore brônquica e apresenta um suprimento sistêmico. ↳ Não é necessário intervenção. ↳ O aspecto radiográfico mais comum é a de uma massa nos lobos inferiores ↳ Pode ser intralobar quando é recoberto pela pleura visceral e extralobar quando tem revestimento pleural próprio. ● Enfisema lobar congênito ↳ É uma hiperdistensão de um lobo, podendo comprimir estruturas adjacentes ↳ A evolução radiológica vai de uma massa, geralmente, nos lobos superiores e lobo médio no neonato, que se torna hiperlucente e hipertransparente logo após o nascimento, e promove abaulamento das fissuras ↳ Na TC visualiza-se um pulmão espontaneamente hiperdistendido, não se individualizando lesões císticas associadas. Foto: Assimetria dos hemitórax. No lado direito tem uma imagem mais hipertransparente, mal definida, com retificação do diafragma. A alteração deve estar nesse pulmão. A evolução começa com uma massa e vai evoluindo para o aumento da lucência, vai se enchendo de ar ali dentro. O pulmão nasce sem ar, nasce colabado. Quando ele faz a primeira expansão, todas as áreas do pulmão se enchem de ar, menos a área do enfisema lobar congênito. Daí você olha o primeiro RX e acredita ver uma massa. Com o passar do tempo, essa região arredondada, mal definida, se comunica com a árvore traqueobrônquica. Ela vai se enchendo de ar e ela tem um mecanismo valvular que ela vai se enchendo e ela não consegue esvaziar tão bem o ar. Começa a acumular ar nessa região, por isso que tem efeito de massa, por isso que comprime estruturas adjacentes, aumenta de volume. Doenças infecciosas ● Pneumonia lobar ↳ Tanto no raio X quanto na TC a consolidação é homogênea, envolvendo um segmento ou um lobo do pulmão. ↳ A pneumonia lobar associada à infecção pela K. pneumoniae possui além das características descritas, uma produção excessiva de exsudato, caracterizando radiologicamente com uma pneumonia lobar com abaulamento da cissura, denominada pneumonia do lobo pesado. Foto: pneumonia do lobo pesado ● Broncopneumonia ↳ Caracterizada por inflamações em placas acometendo vários focos de consolidação, com tendência à confluência e esparsos no parênquima. ↳ O aspecto radiológico é de focos de consolidação esparsos e bilaterais também visualizados na TC, opacidades em vidro fosco e nódulos centrolobulares associados. ↳ O causador mais comum é Staphylococcus aureus, formando abscessos, derrame pleural e disseminação hematogênica. ↳ Outra característica é a perfuração alveolar e formação de pneumotórax ou pneumatocele (fissuras entre o ar e o interstício pulmonar) Foto: Broncopneumonia. Opacidades algodonosas. Consolidação mais difusa, bilateral, mal definida. ● Pneumonia intersticial ↳ Processo inflamatório que acomete a parede dos alvéolos, os septos interlobulares e o tecido de sustentação do parênquima. ↳ Agente mais comum: Mycoplasma pneumoniae e P. carinii (hoje, P. jirovecii) e infecções virais ↳ Aspecto radiológico: padrão reticular ou reticulonodular difuso, sendo o envolvimento alveolar raro. ↳ Na TC consegue observar aspectos que podem variar de septos, vidro fosco, cistos, opacidades irregulares ou nódulos. ● Abscesso ↳ Cavidade secundária a um processo infeccioso piogênico. ↳ Aspecto radiológico característico é a presença de escavação que pode ou não estar circundada por um processo consolidativo. ↳ A imagem do abscesso corresponde à área de opacidade pulmonar, que, quando encontra um brônquio, drena e pode apresentar níveis hidroaéreos. Foto: Lesão escavada arredondada de contornos discretamente regulares, com nível hidroaéreo. ● Infecção miliar ↳ Acontece quando o patógeno está distribuído na corrente sanguínea, o que promove sua distribuição quase que uniforme no pulmão, podendo existir um predomínio basal em decorrência do maior fluxo sanguíneo e maior área nessa região. ↳ Exemplo mais comum: tuberculose miliar, que possui aspecto radiológico de micronódulos difusos ● Tuberculose pulmonar ↳ Causada pela Mycobacterium tuberculosis ou pelo bacilo de Koch ↳ Dividida em primária e secundária/reinfecção ↳ Na primo-infecção, a bactéria atinge o alvéolo, desencadeando uma reação inflamatória pela sua proliferação, atraindo macrófagos, formando o nódulo de Ghon. ↳ Se o processo inflamatório contiver a lesão, ocorrerá a formação de um granuloma. ↳ Os nódulos evoluem para uma calcificação distrófica, resultando na radiografia e na TC com um pequeno nódulo homogeneamente calcificado. ↳ Se não houver contesão a lesão evolui e pode disseminar o bacilo por via geralmente linfática, gerando linfonodomegalias mediastinais. ↳ Nódulo de Ghon + disseminação linfática + linfonodomegalias = Complexo de Ranke ↳ Os gânglios podem calcificar e o processo inflamatório se resolve ou podem fistular para um brônquio adjacente e determinar a disseminação broncogênicada tuberculose. ↳ Na forma secundária ou pós-primária a infecção irá surgir após um período de latência do primeiro contato, que desta vez, vai se alojar nos ápices pulmonares porque é mais aerado, evoluindo para um processo consolidativo que escava, formando um exsudato inflamatório (caseum) que é expelido ao encontrar um brônquio, dando um aspecto de consolidação com lesões escavadas de paredes espessas. ↳ Árvore em brotamento: representação na TC devido a disseminação do exsudato para os bronquíolos, originando o aspecto de nódulos centrolobulares, caracterizando a disseminação broncogênica. Foto: Árvore em brotamento. Esse aspecto aqui é o preenchimento do espaço aéreo pela secreção. É específico de TB? Não! Qualquer coisa que vá se disseminando através do espaço aéreo pode causar isso daqui. Só que é muito comum na TB. ↳ Com a evolução da inflamação surge fibroses que culminam por promover atelectasias lineares, infiltrado reticular que promove tração das estruturas brônquicas, denominada bronquiectasia de tração. ↳ Tanto a tuberculose primária quanto a secundária podem disseminar hematologicamente e promover o surgimento de micronódulos adjacentes à parede alveolar, caracterizando o aspecto miliar. ● Infecções fúngicas: ↳ Histoplasmose: causada por Histoplasma capsulatum geralmente associada à inalação de poeira ou de sedimentos das fezes de morcegos e pombos ↳ A infecção é na maioria das vezes subclínica, permanecendo na radiografia simples um pequeno nódulo pulmonar (às vezes múltiplo) ou linfonodos calcificados ↳ Toda vez que essa doença progride há um surgimento de uma inflamação granulomatosa semelhante a da tuberculose, ou seja, com consolidações escavadas, derrames pleurais e linfonodomegalias ↳ Apresentação incomum: mediastinite fibrosante em que o processo inflamatório e suas sequelas evoluem a tal ponto que resultam em estenose do esôfago, da veia cava, da aorta e das artérias pulmonares. ↳ Aspergilose: infecção causada pelo Aspergillus fumigattus ↳ Seu acometimento pulmonar está relacionado com patologias prévias, como atopia, infecção por bacilo de Koch ou Staphilococcus ou doença imunológica. ↳ Manifestações radiológicas: aspergiloma, aspergilose broncopulmonar alérgica e aspergilose invasiva. ↳ Aspergiloma ou bola fúngica: Foto: consiste em aglomerado de hifas e detritos celulares no interior de uma cavidade pulmonar pré- existente. O aspecto da imagem é hipotransparente ovalada no interior de uma cavidade com ar em volta (sinal do crescente ou sinal do menisco) e móvel a mudanças de decúbito. ↳ Aspergilose broncopulmonar alérgica: associada à reação inflamatória tipo I e III que acontece em pacientes asmáticos. Há predomínio do envolvimento das vias áereas proximais (medular do pulmão), onde já existe lesão de mucosa pela asma. ↳ Aspergilose invasiva: associada a uma primo- infecção pelo funcho em imunodeprimidos, permitindo alcançar o parênquima. Presença de um halo de opacidade em vidro fosco adjacente, que ocorre a uma inflamação hemorrágica. ↳ Candidíase: patógeno da flora oral que causa monilíase em pacientes imunocomprometidos. Pode por via hematogênica alcançar os pulmões e promover múltiplos nódulos (aspecto miliar) ou consolidações em bases com aspecto necrosante, evoluindo para formação de pequenos abscessos. Não possui aspecto de imagem típico e por isso deve analisar a clínica. ↳ Pneumocistose: é uma infecção oportunista, causada pelo fungo Pneumocystis juroveci (antigo Pneumocystis carinii). Casa pneumonia em pessoas imunodeprimidas e crianças malnutridas, sendo agressiva particularmente em pacientes com AIDS. A infecção é por inalação dos esporos. ↳ Clinicamente caracteriza-se por uma dissociação clinicoimagenológica, pois a radiografia geralmente é normal e o paciente queixa-se de dispneia acentuada. ↳ O aspecto na TC pode variar, mas predomina a presença de opacidades em vidro fosco com distribuição geográfica, em algumas áreas conseguindo determinar onde ela termina, associada a cistos de paredes finas Tumores pulmonares ● O aspecto mais comum é de nódulos, podendo ser múltiplos ou único. ● O nódulo pulmonar solitário é um dos achados mais comuns em exames radiológicos de rotina tanto no raio X quanto na TC ● Ao encontrar um nódulo deve-se analisar os seus contornos (regulares ou irregulares, espiculado, mal definido), sua densidade (partes moles, cálcica, lipídica) e seu tamanho. ● Os critérios de benignidade para nódulo de pulmão são: 1. Presença de gordura 2. Calcificações grosseiras, como nódulo de Gohm da tuberculose 3. Ausência ou mínimo crescimento em exames seriados de controle Foto: a) Nódulo pulmonar de contornos regulares localizado no segmento superior do lobo inferior esquerdo. b) Imagem com janela de mediastino demonstrando calcificação grosseira no interior do nódulo, com aspecto de “pipoca”, classicamente observada no hamartoma pulmonar. ● As lesões nodulares benignas mais comuns que geralmente preenchem estes critérios são hamastomas pulmonares e os granulomas, pois geralmente são totalmente calcificados. ● Os granulomas residuais são a maior causa de lesão nodular em exames de rotina de tórax e são decorrentes quase sempre de sequela de primo-infecção de tuberculose. Foto: Um deles (o mais inferior) é bem calcificado, de contornos regulares, arredondado, bem definido com densidade cálcica: granuloma residual; o outro apresenta densidade de partes moles, contornos irregulares, tamanho grande, não tem calcificação grosseira. Isso é câncer até que se prove o contrário. ● Existem achados que apontam para uma maior chance de malignididade: 1. Contorno espiculado ou irregular 2. Nódulos com densidade de partes moles e que captam o meio de contraste endovenoso. ● O acompanhamento das lesões que apontará para o prognóstico, uma vez que lesões expansivas malignas tendem a apresentar um tempo de duplicação rápido, em média 18 meses. Existem protocolos específicos para o acompanhamento de nódulos pulmonares ● Existem vários tipos de carcinomas pulmonares, mas o mais comum são o adenocarcinoma e o carcinoma de células escamosas (broncogênico). Além desses há o carcinoma de pequenas células e o carcinoma anaplásico de grandes células. ● Os achados radiológicos vão depender da localização do tumor, tamanho e histologia. São eles: 1. Alargamento hilar: pode representar o tumor ou as linfonodomegalias metastáticas Foto: Alargamento hilar à esquerda. Pode ser um tumor crescendo ou uma linfonodomegalia. Indicação: tomografia. 2. Obstrução de vias aéreas: levam à atelectasia pelo crescimento tumoral endobrônquico ou pela compressão extrínseca por lesões volumosas. Carcinoma broncogênico dá muita obstrução de via aérea e atelectasia. 3. Massas periféricas: podem sofrer degeneração central e escavar, apresentando uma superfície interna irregular. Pode ter um aspecto semelhante a um abscesso, mas a lesão tumoral vai ter as paredes mais espessas e o realce pelo contraste é mais forte. 4. Acometimento pleural: levando à formação de derrame exsudativos 5. Extensão óssea: acontece por contiguidade ou por disseminação hematogênica. Também é possível o envolvimento de estruturas vasculares e neurológicas, como o tumor de Pancoast que promove aerosão dos arcos costais superiores e envolvimento de partes moles, inclusive dos nervos laríngeo recorrente, frênico e vago. 6. Consolidações: originam-se nos alvéolos e simulam pneumopatias inflamatórias. A suspeição deve ser feita pela permanência do aspecto após tratamento específico Patologias mediastinais ● Principais patologias Região Patologia Mediastino superior Timoma Bócio de tireóide Linfoma Teratoma Cisto broncogênico Mediastino anterior Timoma Linfoma Cisto tímico Lipoma Mediastinomédio Aneurisma da aorta Linfoma Cisto paracardíaco Mediastino posterior Aneurismo de aorta * Tumores de esôfago * Cisto de duplicação esofágica Tumores neurogênicos * Cisto de ducto torácico Linfoma * Hematopoiese extramedular ● 4 T’s do mediastino ântero-superior: timoma, teratoma, tireóide (o bócio pode ser tão grande que migra para o mediastino superior), terrível linfoma. ↳ Timoma ou carcinoma do timo: processo neoplásico do timo. Existe uma importante relação do timoma com a miastenia gravis, pois cerca de ¼ dos pacientes com miastenia apresenta timoma. ↳ Radiologicamente caracteriza-se por uma massa heterogênea no mediastino anterior, com realce pelo contraste. Ao exame costuma-se verificar um alargamento do mediastino superiormente. Foto: Timoma. Na TC, no mediastino ântero- superior. Quase todo tumor tem essa característica de lesão com densidade de partes e com realce pelo contraste. Isso é visto nessa imagem. Lesão expansiva de contornos irregulares, densidade de partes moles e realce pelo contraste. ↳ O bócio da tireóide pode apresentar sinais de compressão de órgãos adjacentes e acarretar sintomas, como dispneia, disfagia ou rouquidão Foto: bócio. Lesão expansiva com contornos discretamente regulares, densidade de partes moles e um pouco de calcificação. ↳ Teratoma: neoplasia de células germinativas. Sua caracterização ao exame pode ser facilitada pela presença de tecidos estranhos à região, como dentes, calcificações, elementos gordurosos e císticos. ● Mediastino médio: ↳ Presença de linfonodomegalias ↳ Os aneurismas de aorta Foto: Alargamento do mediastino mais evidente à esquerda. Uma opacidade mal definida ocupando o terço superior do lobo pulmonar esquerdo, um pouco na região peri-hilar também. Dá pra suspeitar de aneurisma de aorta. ● Mediastino posterior: ↳ Tumores neurogênicos se apresentam como lesões expansivas, de topografia paravertebral, geralmente com relação com o forame de conjugação. ↳ A hematopoiese extramedular é um mecanismo fisiológico compensatório quando a medula é incapaz de suprir a demanda corporal de células sanguíneas. Caracteriza-se pela formação de tecido hematopoiético em topografia paravertebral. Geralmente ocorre em pacientes com hemoglobinopatias ou doenças adquiridas. Foto: Hematopoiese extramedular. Pacientes com hemofilias crônicas faz muita hematopoiese extramedular
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