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Avaliação Nutricional da Gestante Objetivos 1) avaliar e acompanhar o EN da gestante e o ganho de peso durante a gestação; 2) Avaliar e acompanhar tendo em vista o estado nutricional pré-gestacional; 3) Estimular o acompanhamento pré-natal regular. Obs.: forte impacto no resultado obstétrico. 4) Realizar orientação adequada para cada caso, visando a promoção do estado nutricional materno, condições para o parto e peso do recém-nascido. 1° Consulta de Nutrição Se a gestante possui menos de 15 e mais do que 35 anos, isso é considerado um fator de risco. Analisar a ocupação se ela trabalha ou não, se ela não tem, como ela faz pra se alimentar, ter as suas necessidades básicas garantidas? A falta desse trabalho, ocupação, pode ser um fator de risco. Situação conjugal, casada ou solteira? Gestação planejada? Bem aceita? Escolaridade, baixa escolaridade, a gestante pode ou não ser mais resistente ao acompanhamento, as mudanças na alimentação. Saneamento: Baixa renda per capita. - Iniciar com a anamnese. Para a gestante, quais os principais fatores de risco? História reprodutiva anterior. É o primeiro filho? Houve algum aborto? Intervalo interpartal, se a gestante estiver na segunda gravidez ou terceira e a última gravidez foi a 24 meses aquele útero ainda não está totalmente recuperado para uma nova gravidez se tornando um fator de risco, do mesmo jeito que passar de 5 anos para uma próxima gestação. Nuliparidade (não ter tido filhos) e multiparidade (ter muitos filhos). Doença obstétrica atual: ex.: eclampsia (aumento da pressão arterial podendo levar a AVC ou morte). Intercorrências clínicas ou enfermidades crônicas (diabetes, hipertensão) Sintomatologia digestiva: vômitos, náuseas, azia (pirose), constipação, sialorreia (saliva muito), etc. Picamalácia (vontade de comer coisas estranhas) Avaliação de condições para o aleitamento materno. Ex: há intenção de amamentar? Avaliação de exames complementares? Altura uterina Métodos de Avaliação Nutricional durante a Gestação - Antropométricos - Bioquímicos - Dietéticos - Clínicos Consultas subsequentes - Funcional - Revisão de prontuário; - Avaliação do ganho de peso desde a ultima consulta e reavaliação do cálculo até a 40a semana; - Avaliação dietética, como está a alimentação, se está conseguindo se alimentar; - Investigação da sintomatologia digestiva (náuseas), passar dos 4 meses precisa procurar um médico; - Investigação de intercorrências; - Acompanhamento de exames e evolução da altura uterina; - Ajuste da orientação nutricional; - Incentivo ao aleitamento materno; - Espaço para dúvidas; Avaliação Antropométrica Objetivos do peso: - Identificar desvio ponderal no inicio da gestação; - Detectar ganho de peso inadequado; Deve ser aferida apenas na 1a consulta; Gestante adolescente: pelo menos trimestralmente, a cada três meses. BAIXA ESTATURA: considera-se gestantes com menos de 1.45m, pode ser considerado de risco; Restrição do Crescimento Intrauterino no - Estatura: caso de gestantes de baixa estatura, mas isso irá depender do acompanhamento pré natal; (RCIU); Complicações no parto; OBS: A gravidez na adolescência interfere no desenvolvimento da adolescente; Avaliar a estatura no início da gestação, antes da 20° semana, pois a barriga pode compromete a altura da mulher dando melhor, caso ela chegue depois, é possível fazer uma estimativa fazendo a medição do joelho. Para a estimativa de estatura utiliza-se a altura do joelho (AJ), que com o paciente sentado com os pés apoiados no chão ou em posição supina, mede-se a altura do joelho em relação à altura do chão, a partir do ponto ósseo externo logo abaixo da rótula (cabeça da tíbia) até a superfície do chão.; Reflete o Estado Nutricional (EN) prévio à gestação e o atual É mais ou menos sensível que o peso em relação às alterações a curto prazo das condições de saúde e nutrição? Menos sensível, pois ela vai mudar com menos rapidez, o peso sim, mas o braço não; Circunferência do braço menos que 21-23 significa risco de baixo peso nutricional; - Circunferência do braço: Calcular o IMC pré-gestacional e o atual Recomendação atual Recordação materna (até 2 meses antes da gestação (sujeito a viés de memória); Registro médico (até 2 meses anteriores à gestação); Aferição logo após a concepção (ideal); Aferição durante o 1° trimestre (sujeito a erros); - O peso de dois meses antes dela engravidar é peso considerado como pré gestacional. Se ela não souber esse peso e não tiver no prontuário, calcula o IMC com a medição realizada até a 13° semana gestacional, é o utilizado quando não se sabe o peso que a gestante tinha antes da gravidez. - Se o peso é menor que 45 kg ou maior que 75 kg, teremos alguns riscos como: baixo peso ou macrossomia no bebê, parto prematuro, morbi-mortalidade materna e perinatal. - O Peso Pré Gestacional (PPG) pode ser obtido de várias formas: Para mulheres que conhecem a DUM, contar no calendário os dias a partir do primeiro dia da DUM; Para mulheres que não tem certeza da DUM, considerar o dia 5 (DUM no inicio do mês), dia 15 (no meio do mês) e dia 25 (DUM no final do mês), lembrando que o primeiro dia de menstruação; Para mulheres que absolutamente desconhecem a DUM, somente a USG - Em 2004, o MS publicou um documento de orientações básicas para a realização do SISVAN; -Segundo esse documento a avaliação nutricional da gestante deve ocorrer da seguinte forma: Calcular a semana gestacional partindo da DUM-Data da última Gestação: e/ou altura uterina permite identificar a semana gestacional; Objetivo: estimar a duração da gravidez / idade do feto, ganho de peso em cada etapa. Os métodos para essa estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último período menstrual referido pela mulher. - Procedimentos para avaliar o EN da gestante na 1° consulta pré-natal: Calcular a idade gestacional. 1° passo: Cálculo do IMCPG (Índice de Massa Corporal Pré Gestacional); 2° passo: Classificação do ENPG (Estado Nutricional Pré Gestacional); 3° passo: Estimar e programar o ganho de peso; - Se o PPG é conhecido... Peso Gestacional conhecido - Se a gestante for adolescente olha o gráfico de adolescente; Quais as causas mais comuns de baixo peso ou perda de peso durante a gestação? - A partir do IMC pré-gestacional é possível fazer a programação de ganho de peso gestacional; - O MS definiu o padrão de ganho de peso proposto pelo IOM para análise do ganho de peso das gestantes brasileiras; Ganho excessivo? Ganho insuficiente? - O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. - Associação com o crescimento fetal: - Não permite distinguir peso materno e peso fetal; - Baixa especificidade como indicador, exemplo, digamos que a gestante se encontra com magreza, mas se encontra ganhando peso todo os meses devido a gravidez, diante disso não podemos dizer que, por ela estar ganhando peso todo mês, não se encontra com o estado nutricional prejudicado, o bebê ainda está crescendo, mesmo de forma prejudicada; - Mais adequado quando considera o PPG. - Alimentação inadequada; - Hiperêmese gravídica (vômito); - Infecções, anemias; - Doenças debilitantes; - Problemas familiares; Quais as causas mais comuns de sobrepeso/obesidade ou ganho de peso excessivo durante a gestação? - Obesidade - Edema - Macrossomia - Gravidez múltipla - O mais importante no monitoramento nutricional da gestante é o acompanhamento de ganho de peso; - Ganhos súbitos (mais de 500g/sem); - Acima de 3kg/mês; - É desejável que as grávidas com IMC pré- gestacional baixo ganhem mais peso no 1 o trimestre. E os enjôos e a hiperemese gravídica? - Mulheres com IMC elevado: hipertensão, diabetes gestacional e podem gerar bebês grandes (> 4kg) – macrossomia fetal. - Gestante com estatura < 1,47m: Programar ganho de peso total mínimo. Exemplo se no quadro 20 deu IMC adequado e o ganho de peso total na gestação é de 11,5-1,0, pegamos o mínimo de 11,5; Distribuiçãodo ganho de peso durante a gravidez Traçado da curva: INCLINAÇÃO; Curva Ascendente: ADEQUADO Curva Horizontal: INADEQUADO (Cuidado criterioso) Curva Descendente: INADEQUADO Gestante de risco - Ganho ponderal >0,5kg/semana ou > 3kg/mês após a 20a SG, ganho de peso muito acelerado: investigar se tem edema e SHG (Síndrome Hipertensiva Gestacional); - Gestantes que já atingiram o ganho de peso total no 2° Trimestre: Programar ganho de peso mínimo (gestantes com sobrepeso ou obesas o ganho mínimo é de 0,5 kg/mês, e para as com baixo peso ou eutróficas o ganho de peso mínimo de 1kg/mês; - Utilizar o Gráfico de IMC por SG considerando a inclinação da curva do ganho de peso da gestante. O QUE É IMPORTANTE AVALIAR? A linha tem que subir; A linha tem deve subir pouco, inclinação deve ser menor, tem que ser menor o ganho de peso Ganho de peso precisa ser controlado - A altura uterina, ou regra do McDonald's, é uma medida do tamanho do útero usado para avaliar o crescimento (ganho de peso) fetal durante a gravidez; Altura uterina Gravidez de fetos multiplos Indicadores dietéticos - Depende do que eu quero avaliar, se eu quero avaliar o consumo de ultraprocessados daquela gestante eu aplico um QFA listando os alimentos ultraprocessados e ela vai marcar a frequência, se eu quero ter uma média da alimentação total habitual dela, incluindo frutas verduras, arroz, feijão, alimentação da rotina, o recordatório 24 horas é mais indicado aplicando no mínimo 3 vezes o recordatório. Avaliação Bioquímica Estou grávida! Fiz meus exames bioquímicos e deu que estou com anemia e agora? Será que meu bebê está bem? Não se preocupe, o seu bebê está bem. Anemia no início da gestação é super normal, lembre-se que a prioridade do seu organismo nesse momento é a formação do feto, por essa razão muito do seu volume sanguíneo será direcionado para ele. O que não é normal é ao passar das primeiras semanas de gravidez essa anemia continuar, aí sim você deve se preocupar e procurar um médico. Eritrócitos e Hb (O nutricionista avalia) Tipagem sanguínea e fator Rh Sumário de urina (O nutricionista avalia) Sorologia para sífilis Glicemia de jejum (O nutricionista avalia) - Alguns exames solicitados: - Nessa fase da gestação o volume plasmático aumenta cerca de 50%; Diminui o volume de eritrócitos das hemácias, pois a produção sanguínea é muito grande e as vezes a produção de hemácias não acompanha e as que são formadas a maior parte são direcionadas para o feto, então há um maior volume de sangue, mas bastante diluído, mostrando nos exames anemia. - Na gravidez a OMS considera anemia valores de Hb< 11g/dL e de Ht < 31 Anemia leve a moderada Hb ≥ 8 e < 11g/dL Anemia grave Hb < 8g/dL - O que vai diferencia a Anemia fisiológica da anemia carêncial será o VCM (volume) e o HCM (coloração da hemoglobina). - Anemia fisiológica da gestação normocítica e normocrômica. - Aumenta a demanda de ferro na gestação, pois está acontecendo eritropoese, produção de eritrócitos; Devido as necessidades do feto e necessidade de armazenamento. - Anemia ferropriva é comum na gestação e dependendo dos valores podemos verificar se está grave ou leve; - Glicemia de jejum (na primeira consulta): Forma de triagem recomendada pela Associação Brasileira de Diabetes; - Se a glicemia estiver menor que 85, eu irei avaliar se a gestante tem 2 ou mais fatores de risco. Se ela não apresentar, exemplo peso alto, o rastreamento é negativo e não há risco para diabetes gestacional, se o exame der menor que 85 e ela apresentar dois ou mais fatores de risco e ela tem obesidade, por exemplo, eu irei repetir essa glicemia de jejum a partir da 20° semana, pois mesmo não dando alterado agora, como ela tem obesidade e o normal e desejável é que ela aumente de peso, pode ser que ao longo da passagem das semanas ela tenha um aumento na glicemia, se ela repetiu e deu menor que 85, rastreamento negativo, já pode ficar tranquilo em relação a risco de diabetes gestacional, se deu maior ou igual a 85, significa que o rastreamento deu positivo, depois disso eu irei avaliar se deu de 85 a 100 e - Idade superior a 25 anos; - Obesidade ou ganho excessivo de peso; - História familiar de DM em parentes de 1o grau; -Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclampsia; - Baixa estatura; - Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, macrossomias, abortos repetidos, anomalias congênitas, ou diabetes gestacional; Fatores de risco para diabetes gestacional: não passou de 100, a gestante vai fazer o teste oral de tolerância a glicose; Se o resultado da glicemia deu maior que 100 vai repetir a glicemia de jejum e repetindo a glicemia de jejum e dando maior que 100, vai fazer o teste oral; Se na primeira glicemia de jejum deu maior que 100, repito a glicemia e se der novamente maior que 100, exemplo 200 é indicativo de diabetes gestacional. Critérios diagnósticos: - 2 glicemias de jejum ≥ 110mg/dL, significa diagnóstico de diabetes gestacional; - 1 glicemia > 185 mg/dL, 1 hora após 75g de glicose; - 1 glicemia ≥ 140 mg/dL, 2 horas após 75g de glicose; - Usa 1 hora e 2 horas, pois é o tempo em que o nosso corpo já começa a reduzir os níveis de glicose; Teste Oral de Tolerância a Glicose - TOTG 50g de glicose por via oral com dosagem da glicemia 1h após, sem relação com a última refeição; Pode ser realizado na 1a visita pré- natal se fatores de risco estiverem presentes; O ponto de corte recomendado pela ADA é ≥ 140mg/dL; TOTG-S anormal realizar TOTG; Valores > 185mg/dL fecham o diagnóstico; 75 a 100g de glicose Duração do teste 2 ou 3 h Coletas: jejum, 1h, 2h, 3h Monitoração da glicemia Hemoglobina glicosilada – a cada 30 dias - Simplificado (TOTG-S) - Simplificado (TOTG-S) - TOTG - Seguimento da gestação: Avaliação Clínica - Investigar sinais e sintomas digestivos; -Investigar sinais sugestivos de carências nutricionais; - Lembrem-se: carências nutricionais podem ocorrer independente do estado antropométrico; - Associação com resultado obstétrico desfavorável - Aumento do Baixo Peso, retardo do crescimento e prematuridade; - Aumento de cesarianas e fórceps (equipamento para puxar o feto devido a imaturidade fisica; - Dieta inadequada: comum nas gestantes adolescentes, assistência nutricional precoce; - Fertilidade completa 2 anos após a menarca; Gravidez na Adolescência: - Crescimento físico e a maturação sexual se completam 4 anos pós menarca; - Idade ginecológica: intervalo entre a menarca e a idade materna na concepção; - Calcular IMC e avaliar de acordo com IMC/idade; - Para gestante que engravidaram 2 ou + anos após a menarca (em geral maiores de 15 anos), a interpretação é igual às adultas, se for antes disso, verificar o IMC pela caderneta da adolescente; Baixo nível sócio-econômico; Pouca escolaridade; Abuso físico e psicológico; Abandono e falta de assistência pré- natal; - Idade ginecológica: pode ser utilizada para determinar o grau de maturidade física; - Maior risco – idade ginecológica < 2 anos - Maior risco – idade cronológica < 15 anos - Outros fatores que interferem no resultado obstétrico: Dados de interesse para avaliação nutricional: - Idade cronológica e ginecológica: Gestantes que tiveram sua menstruação no mês passado e engravidaram logo em seguida, não se encontram maduras fisicamente; - Estado nutricional pré gestacional - Ganho de peso gestacional -Sinais clínicos de má-nutrição - Avaliação laboratorial - Uso de medicamentos - Ocorrência de doenças crônicas ou infecções - Avaliação dietética - Antroprometia: Crescimento seria interrompido durante a gestação? Cuidado com a interpretação da estatura A estante tem a tendência em reduzir a estatura aumenta o peso, compressão vertebral ou aumento da lordose Alguns autores indicam a verificação da altura do joelho quando a gestante já chega grávida; Se houver interrupção do crescimento, a adolescente ainda não passou pelo pico de crescimento, o estirão a estatura final da adolescente pode ficar comprometidaPrincipalmente gravidez nos primeiros anos da adolescência
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