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Órteses, próteses e meios de locomoção: história, conceitos

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Órteses, próteses e meios de locomoção: história, conceitos e concessão pela Rede de Cuidados 
 
Histórico das Órteses, Próteses e Meios auxiliares de locomoção 
 
Início: Os registros do uso de próteses e órteses são muito antigos, os primeiros datam de 2750-2625 
a.C., nos quais homens utilizando órteses e próteses foram retratados em pinturas egípcias. 
 Na Grécia antiga, também foram fabricados dispositivos ortopédicos. No século IV a.C. há relatos de 
que Hipócrates tenha produzido aparelhos ortopédicos. 
 1575 - O primeiro trabalho publicado sobre órteses e próteses foi realizado pelo médico Ambroise Paré, 
conhecido como o pai da cirurgia moderna de amputação, em 1575. 
 1607 Ambroise Paré foi o responsável pelas primeiras fabricações de próteses mais funcionais para o 
membro inferior e pela criação de várias órteses, entre elas uma órtese de aço perfurada para correção de 
escoliose e uma para o pé e o tornozelo para correção do pé torto. 
1740 Em 1740, na Universidade de Paris, Nicholas Andry registrou pela primeira vez os benefícios das 
órteses para correção e prevenção de deformidades em crianças 
Primeira Guerra Mundial No século XX, durante a Primeira Guerra Mundial vários centros de reabilitação 
para pessoas que sofreram amputação foram criados 
Segunda Guerra Mundial Durante a Segunda Guerra Mundial houve um avanço no processo de protetização. 
Nessa época, o foco já era a recuperação do coto objetivando a funcionalidade e proporcionando uma 
recuperação mais rápida. 
 1945 Em 1945, os Estados Unidos criaram um programa de membros artificiais dentro da Academia 
Nacional de Ciências, quando foi desenvolvido o joelho capaz de ficar estável durante a descarga de peso 
permitindo o movimento durante a marcha.(1) 
 1949 A técnica cirúrgica de miodese feita durante a cirurgia, ou seja, com a reinserção muscular no coto 
ósseo, foi desenvolvida por Ertl na Alemanha em 1949 e essa é utilizada até hoje. 
Historicamente, a reabilitação foi tema de baixa prioridade para muitos países, principalmente 
aqueles com investimentos limitados em saúde, o que resultou em serviços pouco desenvolvidos e mal 
coordenados. Porém, tendências globais da saúde e do envelhecimento exigem cada vez mais uma expansão 
significativa dos serviços de reabilitação e tecnologia assistiva nos países ao redor do mundo, e 
principalmente nos países de baixo e médio níveis de renda. 
 
Definição de deficiência 
Na agenda de debate internacional sobre a garantia de participação do grande contingente 
populacional que vive com algum tipo de deficiência é possível observar como desdobramento do modelo 
biopsicossocial proposto pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) no 
ano de 2001, um caráter de reforma do entendimento do fenômeno da deficiência. 
Uma série de mudanças que pela primeira vez buscou transformar o paradigma paternalista de 
atenção à saúde das pessoas com deficiência, iniciada na década passada, está em curso atualmente. 
Uma das mudanças ocorreu com a publicação da Convenção Internacional de Direitos da Pessoa com 
Deficiência no ano de 2006. Construída com a participação de Organizações Não Governamentais (ONGs), 
da sociedade civil dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e com representantes da 
sociedade civil. 
A participação ativa das pessoas com deficiência na construção da Convenção, diferente dos outros 
documentos elaborados anteriormente, marca uma importante preocupação de garantia de construção de um 
documento que represente as experiências vividas, representada no movimento “Nada sobre nós, sem nós”. 
Geralmente, as condições que envolvem a vivência com a experiência da deficiência podem 
contribuir na restrição à participação. Tendo como princípio a orientação da construção de sistemas de 
reabilitação com foco na universalidade, no acesso oportuno às órteses, próteses e aos meios auxiliares de 
locomoção torna-se um diferencial objetivo, que concorre, juntamente com outros facilitadores, para garantir 
a autonomia das pessoas com deficiência e redução da mobilidade. 
Convenção 
A Convenção é apontada como o documento que melhor responde às demandas políticas dos 
movimentos sociais das pessoas com deficiência até o momento, pelos seguintes motivos: 
 O documento apresentou garantias de direitos como também inovações para a agenda de direitos 
humanos. 
 A aprovação da Convenção possibilitou uma revisão na trajetória do modelo de entendimento da 
deficiência. 
 É considerada um consenso mundial que expressa os compromissos políticos e jurídicos debatidos, 
estudados e explicitados nos últimos quarenta anos por diversos atores, incorporando características 
importantes sobre a justiça no nível global. 
 A Convenção registra a não discriminação e a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade 
das pessoas com deficiência. Os Estados devem assegurar, promover e adotar medidas legislativas e 
administrativas para que sejam reconhecidos os direitos das pessoas com deficiência 
 A Convenção também trouxe à tona a necessidade eminente de se discutir e garantir modelos de 
acesso à Tecnologia Assistiva e atenção à saúde, além da lógica de avaliação das políticas de 
benefícios sociais e previdenciários para as pessoas com deficiência que sejam suficientes para 
garantir a agenda de direitos humanos 
A Convenção avança em relação à noção de direitos em detrimento da noção de caridade e 
representa um importante esforço coletivo para a percepção de que as experiências decorrentes dos 
impedimentos e das alterações que as deficiências podem proporcionar não são fenômenos isolados e 
distantes da participação social e da influência que o ambiente tem na vida das pessoas com deficiência. 
No Brasil, os desdobramentos da Convenção tiveram como resultado a Lei nº 13.146 de 06 de 
julho de 2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). Promulgada no ano de 
2015, esta legislação teve a contribuição de diferentes atores da política pública orientada a garantia de 
autonomia e participação das pessoas com deficiência no Brasil. 
A Lei nº 13.146 entrou em vigor em 2016, oficialmente com o nome de Lei Brasileira de Inclusão 
da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência. Consolidou as normativas, bem como 
se tornou o principal documento infraconstitucional destinado à inclusão das pessoas com deficiência na 
sociedade. 
A LBI pode ser considerada uma conquista da sociedade 
brasileira e reflete um marco na defesa e garantia de direitos. A partir 
dela, o marco regulatório brasileiro propõe a noção de capacidade e 
legalidade das pessoas com deficiência. E sustenta a promoção de 
condições equivalentes e igualitárias para as pessoas com deficiência 
no exercício de seus direitos fundamentais, básicos e constitucionais de 
liberdade individual. 
Reabilitação e Tecnologia Assistiva 
A reabilitação/habilitação consiste em um conjunto de medidas que auxiliam os indivíduos que 
vivem ou têm alguma probabilidade de viver com deficiência a alcançar e manter um nível ótimo de 
funcionalidade na interação com seu ambiente. 
A reabilitação/habilitação deve reunir um conjunto de estratégias que visem maximizar o 
desempenho das pessoas em seus contextos de vida até seu melhor potencial. 
O investimento em reabilitação contribui para a provisão de cuidados abrangentes centrados nas 
pessoas que vivem com deficiência. 
A reabilitação é um componente integrante dos serviços de saúde que garante de maneira articulada 
ao território que as pessoas podem atingir seu pleno potencial nos ambientes em que vivem, estudam e 
trabalham. 
Serviços de reabilitação são relevantes em todos os níveis de atenção à saúde e, para atingir os 
objetivos desse componente do sistema de saúde, a reabilitação deve incluir intervenções para a prevenção 
da deficiência e da deterioração na fase aguda de cuidados, bem como paraa otimização e manutenção da 
funcionalidade nas fases pós-aguda e de longo-prazo. 
Obs. A habilitação/reabilitação em saúde deve ser parte da cobertura universal de saúde. Os esforços 
devem ser empregados para a melhoria da qualidade, a equidade e acessibilidade econômica às órteses, 
próteses e aos meios auxiliares de locomoção. Os pontos de fornecimento de OPM ainda são poucos 
nacionalmente e internacionalmente se comparados às demandas. 
Reabilitação e Tecnologia Assistiva 
No âmbito do desenho da atenção especializada em reabilitação no Brasil, ao longo da última década, 
a orientação em Rede de Atenção à Saúde foi proposta para atender ao escopo e à intensidade das 
necessidades de serviços de reabilitação em diferentes grupos populacionais e áreas geográficas do país. 
Clique nas abas abaixo para conhecer como funciona a reabilitação no âmbito do SUS: 
Qual componente orienta a reabilitação no SUS? 
No SUS, a oferta de reabilitação para as pessoas com deficiência é orientada pelo componente 
especializado da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) instituído no ano de 2012 e 
atualmente sujeito às Portarias de Consolidação nº 3 e nº 5 de 2017 - antigas Portarias nº 793/2012 e nº 
835/201 
Quais serviços de Reabilitação existem no SUS 
Os serviços de reabilitação da rede SUS podem ser credenciados pela gestão local, serviços únicos de 
reabilitação, Centros Especializados em Reabilitação (CER) e Oficinas Ortopédicas 
O que é o CER 
O CER é um ponto de atenção à saúde de média complexidade. Deve ser habilitado no Ministério da 
Saúde e recebe financiamento via repasse mensal de recurso financeiro do Governo Federal ao Teto de 
Média e Alta Complexidade de acordo com a quantidade de modalidades de deficiência que atende. A 
caracterização dos serviços é para a oferta de duas (CER II), três (CER III) ou quatro habilitações (CER IV), 
a saber: visual, auditiva, física e/ou intelectual. 
Quais as características do CER enquanto posto de atenção á saúde 
Os princípios e as diretrizes da RCPD orientam o CER como ponto de atenção à saúde da pessoa 
com deficiência. Deve o CER ser ordenador do cuidado em reabilitação no SUS de forma articulada aos 
demais pontos de atenção primária e hospitalar. Ainda sobre o CER, é um serviço de atenção secundária 
definido como equipamento de atenção ambulatorial habilitado a realizar atendimento especializado em 
Reabilitação-Habilitação, além de avaliação, prescrição, concessão, adaptação e manutenção dos 
dispositivos de Tecnologia Assistiva. 
O que é e como funciona a Oficina Ortopédica? 
Especificamente para a modalidade de reabilitação física (independente se em CER ou serviço único 
de reabilitação), os serviços de Oficina Ortopédica devem estar vinculados aos serviços de reabilitação física 
na atenção especializada. A Oficina Ortopédica é um serviço de saúde que realiza a dispensação, confecção, 
adaptação e manutenção de Órteses, Próteses e Meios auxiliares de locomoção. As oficinas podem ser Fixas 
e ou Itinerantes (ambientadas em caminhões adaptados com dispositivos de alta temperatura, laminação e 
com metais 
Importante 
As pessoas com deficiência física podem enfrentar diferentes barreiras para o acesso aos serviços de 
reabilitação e à OPM. Portanto, características específicas do território e da sua população devem ser 
levadas em conta no Planejamento em Saúde tanto pela gestão como pelas organizações do Terceiro Setor* 
além dos arranjos locais buscando estratégias para reduzir o vazio assistencial na oferta de OPM. Além 
dessas barreiras, as pessoas enfrentam o estigma e a discriminação da sociedade, a exemplo das pessoas com 
deficiência em decorrência da hanseníase. 
*Expressão que designa um campo da sociedade correspondente às ações sociais promovidas por 
instituições privadas de caráter não lucrativo. As atividades desenvolvidas são pautadas na reinvindicação 
de determinadas causas ou ações filantrópicas. 
Tecnologia Assistiva 
A Tecnologia Assistiva (TA) é um termo guarda-chuva que abrange os sistemas e serviços 
relacionados à entrega de produtos e serviços assistivos. 
Produtos assistivos são aqueles centrados nos indivíduos e que mantêm ou melhoram a 
funcionalidade e a independência de um indivíduo, promovendo participação. Aparelhos auditivos, cadeiras 
de rodas, dispositivos auxiliares de comunicação, óculos, próteses, organizadores de comprimidos e 
dispositivos auxiliares de memória são todos exemplos de produtos assistivos. 
Globalmente, mais de 1 bilhão de pessoas precisam de um ou mais produtos assistivos. Com o 
envelhecimento da população global e o aumento de doenças não transmissíveis, estima-se que mais de dois 
bilhões de pessoas precisarão de pelo menos um produto assistivo até 2030, com muitas pessoas mais velhas 
precisando de dois ou mais. 
 
Hoje, apenas uma a cada 10 pessoas necessitadas tem acesso à TA devido 
aos altos custos e à falta de conscientização, disponibilidade, recursos humanos 
treinados, falta de políticas públicas e financiamento 
As pessoas que se beneficiam de Tecnologia Assistiva (TA) incluem pessoas com deficiência física, 
intelectual, visual e auditiva, além de pessoas idosas e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. A 
TA pode ter um impacto positivo na saúde e no bem-estar de uma pessoa e sua família, bem como 
benefícios socioeconômicos mais amplos. 
O acesso a esse conjunto de tecnologias reduz a necessidade de serviços formais de saúde e apoio, 
cuidados de longo prazo e trabalho dos cuidadores. Sem acesso, muitas vezes as pessoas são negligenciadas 
e presas à pobreza, aumentando assim o impacto da condição de saúde e da incapacidade sobre uma pessoa, 
sua família e sociedade. 
As tecnologias assistivas permitem que as pessoas vivam vidas saudáveis, produtivas, independentes 
e dignas, e participem da educação, do mercado de trabalho e da vida cívica. 
Exemplos que representam estas possibilidades: cadeiras de rodas manuais favorecem o acesso à 
educação e ao trabalho e ao emprego, reduzindo os custos de saúde devido à redução do risco de pressões e 
contraturas; calçados terapêuticos para diabetes reduzem a incidência de úlceras nos pés, prevenindo 
amputações de membros inferiores e a carga associada aos sistemas de saúde. 
Nos dias atuais, o cenário da Tecnologia Assistiva decorrente dos avanços na ciência de materiais e 
os métodos de design computacionais permite o desenvolvimento de dispositivos ortopédicos cada vez mais 
potencializadores do desempenho, ajudando na autonomia e na participação das pessoas com deficiência na 
sociedade. 
Atualmente, no Brasil, a indústria de produtos assistivos é limitada e especializada, atendendo 
principalmente aos mercados de alta renda. O financiamento estatal é limitado, sistemas nacionais de 
prestação de serviços, pesquisa e desenvolvimento centrados no usuário, sistemas de compras, padrões de 
qualidade e segurança e design de produto adequado ao contexto. 
Os profissionais de saúde treinados são essenciais para prescrição assertiva, adequação, treinamento 
do usuário e acompanhamento de produtos assistivos. Sem essas etapas-chave, os produtos muitas vezes não 
são benéficos e tendem a ser abandonados, podendo até causar danos físicos (como é o caso do fornecimento 
de cadeiras de rodas sem almofadas de alívio de pressão para pessoas com lesão medular). 
 
 
Curiosidade 
Você sabia que cerca de setenta e cinco milhões de pessoas precisam de cadeira de rodas no mundo e 
apenas 5% a 15% das pessoas necessitadas têm acesso a uma? Ademais, existe uma enorme escassez de 
mão-de-obra em TA: mais de 75% dos países de baixa renda não têm programas de treinamento de próteses 
e órteses. Países com maior prevalência de condições de saúde relacionadas à incapacidade tendem a ser 
aqueles com menor oferta de profissionais de saúde habilitados na oferta de tecnologia assistiva (até dois 
profissionais por dez mil habitantes) 
ATecnologia Assistiva na cobertura universal de saúde é prevista na Agenda 2030 para o 
Desenvolvimento Sustentável que coloca a boa saúde e o bem-estar no centro de uma nova visão de 
desenvolvimento. 
O objetivo do Desenvolvimento Sustentável 3 - Saúde e Bem-Estar 
tem como uma das metas enfatizar a cobertura universal de saúde para 
garantir um desenvolvimento sustentável para todos, para que todos os lugares 
possam acessar os serviços necessários sem enfrentar dificuldades financeiras. 
A cobertura universal de saúde só pode ser avançada inclusive, se as pessoas 
forem capazes de acessar produtos assistivos de qualidade quando e onde 
precisam. 
Abordar a necessidade não atendida de produtos assistivos é crucial para alcançar os objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável, fornecer acesso e implementar a Convenção das Nações Unidas sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo nosso país na Lei Brasileira de Inclusão. 
Concessão e etapas no processo de concessão de Órteses, Próteses e Meios auxiliares de locomoção 
O acesso aos produtos assistivos para a reabilitação física é premissa dos CER e dos serviços que 
ofertam essa modalidade de cuidado à saúde. 
A garantia das OPMs não cirúrgicas é prevista pela Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com 
Deficiência no SUS e sua concessão deve ser feita pela Oficina Ortopédica. 
A Oficina Ortopédica é um componente do serviço de reabilitação física 
que é responsável pela confecção de órteses, próteses, calçados ortopédicos e pela 
dispensação de meios auxiliares de locomoção, incluindo as cadeiras de rodas. 
Estas últimas devem ser dispensadas mediante prescrição e adequação 
postural visando segurança e conforto dos usuários. É também papel da Oficina 
Ortopédica na RCPD, a manutenção e a adaptação necessárias das OPMs não 
cirúrgicas. 
Concessão 
A concessão de OPMs não cirúrgicas ganha uma importante estratégia de indução com a publicação 
do Art. 4º: o documento define como objetivos específicos da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência a 
ampliação das ofertas de órteses, próteses e meios de locomoção. Sendo os Centros Especializados em 
Reabilitação pelas Oficinas Ortopédicas e os serviços de atenção à saúde que dispensam OPM os pontos de 
atenção à saúde responsáveis pelo fornecimento dos dispositivos. 
Cabe ressaltar que a Portaria nº 793/2012 foi incorporada à Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de 
setembro de 2017: Consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde. 
Sobre os aspectos técnicos envolvidos na prescrição de OPM, os profissionais da reabilitação devem 
se pautar nas necessidades individuais do usuário. 
 O acompanhamento e a indicação de uso das OPMs é atribuição especialmente do 
fisioterapeuta, do terapeuta ocupacional e do médico. 
 O uso dos dispositivos ortopédicos e dos auxiliares de locomoção requer um processo 
sistemático de avaliação e acompanhamento. 
 A prescrição da OPM deve considerar diversos aspectos individuais para que o dispositivo 
assistivo ofereça maior independência e funcionalidade ao usuário. 
Concessão e etapas no processo de concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção 
Concessão 
As atribuições dos serviços envolvidos com a concessão de OPMs não cirúrgicas são: 
1. Dispensação mediante prescrição do médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional de produtos 
assistivos auxiliares de locomoção, como palmilhas e sapatos ortopédicos, órteses, bengalas, muletas, 
cadeiras de rodas e cadeiras de banho. 
2. Dispensação e adaptação de cadeira de rodas mediante prescrição do médico, fisioterapeuta ou 
terapeuta ocupacional de cadeira de rodas visando a adequação postural. 
3. Confecção de produtos assistivos de coletes, palmilhas, sapatos ortopédicos, órteses e próteses 
mediante prescrição do médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional. 
4. Adaptação de produtos assistivos de órteses, próteses e calçados ortopédicos. 
5. Manutenção de produtos assistivos de órteses, próteses e cadeiras de rodas. 
Etapas do processo de concessão 
 
As etapas que compõem o fluxo de concessão dependem da cobertura, das barreiras de acesso, das 
características e da estrutura dos pontos de atenção envolvidos com a dispensação e confecção dos produtos 
assistivos no SUS. De maneira geral devem envolver: 
1. Encaminhamento do usuário da atenção primária, especializada ou hospitalar ao serviço de 
reabilitação física 
2. Avaliação individual pela equipe de reabilitação (incluindo o técnico em órteses e 
próteses) visando a prescrição adequada da OPM não cirúrgica de acordo com as 
necessidades em saúde. 
3. Tiragem de medidas para a confecção dos produtos de órteses, próteses e dispensação e 
adequação postural de cadeiras de rodas 
4. Confecção ou adaptação do produto assistivo. 
5. Prova do produto assistivo. 
6. Treino com o produto assistivo. 
7. Orientações de uso do produto assistivo visando a segurança do usuário 
8. Acompanhamento periódico dos usuários que utilizam dispositivos assistivos. 
A avaliação individualizada de maneira interprofissional pelo médico, fisioterapeuta, terapeuta 
ocupacional incluindo o técnico em órteses e próteses pode garantir maior sucesso no uso do disposto além 
de contribuir para a redução do abandono do produto assistivo pela prescrição inadequada. 
A etapa mais complexa da cadeia produtiva de concessão de OPMs não cirúrgicas é a de confecção 
de produtos assistivos de órteses e próteses, além da adaptação de cadeira de rodas. Nas páginas seguintes 
vamos abordar um pouco mais sobre isto. 
Profissional ortetista e protesista 
Como falamos anteriormente, a confecção de produtos assistivos de órteses e próteses é a etapa mais 
complexa da cadeia produtiva de concessão de OPMs não cirúrgicas. Logo, para isso o profissional que 
realiza a confecção precisa ter algumas características: 
 Trabalho em equipe: O profissional ortesista e protesista é de 
nível técnico e participa da etapa de confecção em conjunto com o 
fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, logo, este profissional 
compõe a equipe de reabilitação e desempenha diferentes funções 
no mundo do trabalho nas Oficinas Ortopédicas, tendo uma 
importância fundamental 
 Funções: Este profissional colabora na tiragem de medidas, 
confecção e no ajuste dos produtos assistivos, além da manutenção 
e adaptação de órteses, próteses e cadeiras de rodas. 
 Competências necessárias: As competências necessárias para o profissional ortesista e 
protesista envolvem o profundo conhecimento das áreas de ciências de materiais, anatomia e 
fisiologia do movimento e biomecânica. 
 Habilidades manuais: O técnico em órteses e próteses também deve desenvolver habilidades 
manuais que envolvam as técnicas de termomoldagem, laminação, costura e montagem de 
componentes de órteses, próteses e calçados ortopédicos. 
Considerações finais 
Investimentos em reabilitação permitem que pessoas com diferentes condições de saúde alcancem e 
mantenham um nível ótimo de funcionalidade, melhorando sua saúde e aumentando sua participação na 
vida, na educação e no trabalho, aumentando assim sua produtividade econômica. No caso do Brasil, a 
redução do vazio assistencial e o fortalecimento da reabilitação física são fundamentais para responder à 
crescente demanda por produtos assistivos de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. 
Neste sentido, um longo percurso de discussão e luta já foi traçado, mas ainda há muito o que se 
fazer, e entre as tantas atividades que precisam ser continuamente melhoradas e valorizadas, estão a 
confecção e dispensação de tecnologias assistivas, que podem melhorar significativamente a qualidade de 
vida das pessoas com deficiência, portanto, o acesso a eles precisa ser garantido no Sistema Único de Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
CASTANEDA, Luciana. Órteses, próteses e meios de locomoção (OPM): história, conceitos e concessãopela Rede de Cuidados à pessoa com deficiência. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência I: Transtornos do 
espectro do autismo, síndrome de Down, pessoa idosa com deficiência, pessoa amputada e órteses, próteses 
e meios auxiliares de locomoção. Prescrição, Concessão, Adaptação e Manutenção de Órteses, Próteses e 
Meios Auxiliares de Locomoção. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021

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