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Apostila - Reconhecimento de Firma e Autenticações

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.SP
Curso de Capacitação de Escreventes
ABERTURA E
RECONHECIMENTO
DE FIRMAS
2
3
 É verdade que uma das grandes preocupações da ARPEN/SP sempre foi a ca-
pacitação de Registradores. Por essa razão, oferece com frequência palestras, cur-
sos, treinamentos. É uma entidade voltada para o desenvolvimento de todos que 
abraçam o Registro Civil das Pessoas Naturais.
 A Capacitação de Escreventes 2018 aqui apresentada e oferecida pela AR-
PEN/SP para seus associados avança nesse sentido, priorizando não apenas o trei-
namento do Oficial, mas sim dos REGISTRADORES, todos os colaboradores que 
atuam no desenvolvimento do Registro Civil. Diversas foram as balizas colocadas 
para que o presente curso atingisse essa finalidade.
 Primeiro, é preciso mencionar que uma grande e diversificada equipe foi 
responsável por esse projeto, considerando diversas visões do Registro Civil. In-
tegraram esse time pessoas que representam diversas realidades com titulares de 
cartórios pequenos e grandes; da Capital e do Interior; recém-empossados e expe-
rientes; com grande contribuição empírica e técnica. Aproveitamos o ensejo para 
agradecer todos os envolvidos, que abriram mão de seus direitos autorais e de ima-
gem, concedendo à ARPEN/SP todo material produzido.
 Agradecemos ainda aos colaboradores da ARPEN/SP que não mediram es-
forços para concretizar esse projeto.
 O curso está inteiramente dividido em módulos, permitindo o treinamento de 
acordo com a necessidade de cada colaborador. Além disso, esse formato permitirá 
o contínuo avanço dos estudos, pela facilidade de se criar novos módulos, conforme 
as demandas registrais apresentadas e ainda novas edições dos módulos existentes.
 Merece destaque a linguagem utilizada. Apesar de técnica em alguns mo-
mentos, os temas foram tratados de maneira simples e acessível. Isso facilitará a 
compreensão do colaborador, independente da sua formação. A intenção é mos-
trar para o colaborador que o mundo jurídico é plenamente compreensível e fun-
damental para nossa atividade. Da mesma forma, não foram utilizadas notas de 
rodapé ou indicações bibliográficas, que muitas vezes cansam o leitor e impedem 
uma leitura contínua e fácil. 
 Por outro lado, com grande frequência temos que justificar determinada 
postura para o usuário. Assim, o material produzido, apesar de simples, está todo 
orientado com o fundamento jurídico. São indicações normativas que devem pau-
tar a atividade, sobretudo a Constituição Federal (1988), o Código Civil (2002), a Lei 
de Registros Público (1973) e as Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça 
do Estado de São Paulo. Outra preocupação foi mencionar todos os Enunciados da 
ARPEN/SP, que também devem orientar a prática registral. Foram citadas algumas 
decisões do Conselho Superior da Magistratura e da Corregedoria Geral da Justiça 
para indicar orientações pacíficas e consolidadas.
APRESENTAÇÃO
4
 Sendo prioridade o treinamento do colaborador, questões polêmicas foram 
afastadas. Todas as vezes que foram mencionadas, há expresso chamado ao Oficial 
responsável pela Serventia, que deve dirimir e orientar os colaboradores em casos 
assim. Enaltecemos a importância da uniformização, principalmente diante das 
questões controvertidas. Mesmo considerando a independência de cada Oficial na 
sua administração, devemos favorecer uma atuação unificada. Assim, lembramos 
a importância da participação de cada um: o comparecimento nas reuniões, a atu-
ação das regionais, a propositura de enunciados, entre outros. Cada prática forta-
lece a classe e isso fortalece todas as Serventias. 
 Por fim, esse curso é composto pelo material apresentado, pelas aulas que 
serão disponibilizadas de maneira on line e ainda a prova para certificação.
 Quanto à aula expositiva, será gravada em blocos de aproximadamente 30 
(trinta) minutos, com duração máxima de 4 (quatro) horas, de forma concatenada, 
devendo seguir a sequência em que é apresentada. 
 Ao final de cada módulo, o colaborador fará uma prova de múltipla escolha, 
para ao final receber o certificado referente ao módulo.
 Tudo para atingir as diversas Serventias que temos e da mesma maneira 
contemplar a todos, unindo forças para melhor desenvolver a nossa atividade.
 As Serventias Extrajudiciais contribuem com o desenvolvimento social, 
conferindo segurança jurídica às relações, maior celeridade e menor custo. A prestação 
imparcial de assessoramento jurídico e principalmente a fé pública com que atuamos 
ratificam a nossa importância no refinamento do Sistema de Justiça, como ofícios da 
cidadania que somos. E com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.
 Esse projeto da ARPEN/SP demonstra nosso comprometimento com a so-
ciedade, comprovando que estamos de forma permanente buscando excelência na 
prestação de nossos serviços.
Coordenação Geral
Abril de 2018.
5
ARPEN/SP – Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo
Art.(s) – artigo(s)
c/c - combinado com
Cap. – Capítulo
CC – Código Civil
CF/88 – Constituição Federal de 1988
CGJ/SP – Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo
CNB/SP – Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
CSM/SP – Conselho Superior da Magistratura de São Paulo
DJE – Diário de Justiça Eletrônico
DNV – Declaração de Nascido Vivo
DO – Declaração de Óbito
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
En. – Enunciado
IML – Instituto Médico Legal
Inc.(s) – inciso(s)
LRP – Lei de Registros Públicos (Lei 6015/1973)
NSCGJ/SP – Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo
Prov. – Provimento
Rel. – Relator
Res. – Resolução
SIRC – Sistema Nacional de Informações de Registro Civil
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Superior Tribunal de Justiça
ABREVIATURAS
6
CAPACITAÇÃO DE ESCREVENTES – 2018
APOSTILA DE FIRMAS E AUTENTICAÇÕES
KAREEN ZANOTTI DE MUNNO
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E TABELIÃO DE NOTAS DO 
DISTRITO DE BOTAFOGO DA COMARCA DE BEBEDOURO
RENATA GOMES PAIVA VISCONTI
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E TABELIÃO DE NOTAS DE 
CESÁRIO LANGE DA COMARCA DE TATUÍ
REVISÃO DA APOSTILA DE FIRMAS E AUTENTICAÇÕES
ÉRICA BARBOSA E SILVA
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DE VILA GUILHERME – 
47º SUBDISTRITO DA COMARCA DA CAPITAL
AULA
KAREEN ZANOTTI DE MUNNO
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E TABELIÃO DE NOTAS DO 
DISTRITO DE BOTAFOGO DA COMARCA DE BEBEDOURO
RENATA GOMES PAIVA VISCONTI
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E TABELIÃO DE NOTAS DE 
CESÁRIO LANGE DA COMARCA DE TATUÍ
COORDENAÇÃO GERAL
ÉRICA BARBOSA E SILVA
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DE VILA GUILHERME – 47º 
SUBDISTRITO DA COMARCA DA CAPITAL
MONETE HIPÓLITO SERRA
OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DO DISTRITO DO JARAGUÁ 
DA COMARCA DA CAPITAL
7
ÍNDICE
10. ABERTURA E RECONHECIMENTO DE FIRMAS
10.1. Qualificação subjetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
 10.1.1. Capacidade e identificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
 10.1.2. Pessoas físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
 10.1.2.1. Portadores de deficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
 10.1.2.2. Cego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
 10.1.2.3. Analfabeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
 10.1.3. Pessoas jurídicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
10.2. Procedimento para abertura de firma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
10.3. Reconhecimento de firma: tipos e procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
10.4. Vedações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
10.5. Emolumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
 10.5.1. Recibo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
8
10.1. Qualificação subjetiva
 10.1.1. Capacidade e identificação
 ProcuraçãoA pessoa física, alfabetizada, em regra, pode abrir firma apresen-
tando seu documento de identificação, e, se for o caso, o número do CPF. O docu-
mento de identificação deve ser apresentado no seu original e em bom estado. 
 Ao abrir a firma do interessado, o Notário deve zelar pela validade do ato, ve-
rificando a sua capacidade, mediante análise dos documentos de identificação e 
da chamada capacidade natural, ou seja, deve verificar se o interessado tem efetiva 
consciência do ato que pratica e de todas as suas consequências. 
 O interessado deve apresentar seus documentos de identificação, a fim de que 
o Notário possa qualificá-lo. Podem ser aceitos como documentos de identificação 
de brasileiros: 
 a) Carteira de identidade – Registro Geral (Lei n. 7.116/83);
 b) Carteira Nacional de Habilitação – CNH (art. 159, Lei 9.503/97) – Pode-se 
aceitar a CNH ainda que com prazo de validade vencido, desde que o documento 
esteja apto à identificação da pessoa, ou seja, que não esteja plastificado e que a foto 
permita a identificação da pessoa, dentre outros elementos de análise (Prov. 24/2013, 
CGJ/SP e item 179, Cap. XIV, NSCGJ/SP);
 c) Passaporte brasileiro (art. 2º do anexo, Dec. 1.983/96);
 d) Carteira emitida por órgãos criados por lei federal controladores do exer-
cício profissional (Lei 6.206/75) – OAB, Identificações dos membros da Magistratura 
ou Ministério Público, ainda que fora do prazo de validade;
 e) Carteira de Trabalho e Previdência Social, modelo atual, informatizado 
(Prov. CGJ/SP 12/2016).
 As carteiras funcionais, em regra, servem para a identificação da pessoa so-
mente no exercício da função e, portanto, não devem ser aceitas para a abertura 
da ficha de firma. Excepcionalmente poderão ser aceitas caso exista previsão legal, 
como as carteiras de identidade de Oficias e Policiais Militares do Estado de São Pau-
lo (Decreto estadual nº 14.298, de 21/11/1979) e também as carteiras da Polícia Civil 
do Estado de São Paulo (Lei Complementar nº 1.282, de 18/01/2016)
 Podem ser aceitos como documentos de identificação de estrangeiros: 
 a) Passaporte estrangeiro (art. 2º do anexo, Dec. 1.983/96) – a situação regular 
do estrangeiro é necessário, por isso deve constar visto válido;
 Ainda na hipótese do estrangeiro, admite-se que seja apresentado o salvo-
-conduto, desde que o estrangeiro também apresente um documento pessoal que 
permita a sua segura identificação. Isso porque o salvo-conduto, embora equivalente 
ao passaporte, não confere a segurança necessária ao processo de identificação, não 
trazendo elementos precisos capazes de assegurar ao Notário a indispensável cer-
teza quanto à identidade daquele que o apresenta, colocando em risco a fé pública 
de que se reveste a atividade (CGJSP, Processo nº 2008/84896, data do julgamento 
11.02.2011, Rel. Carlos Eduardo de Carvalho);
10. ABERTURA E RECONHECIMENTO DE FIRMAS
9
 b) Cédula de identidade de estrangeiro – Registro Nacional de Estrangeiro – RNE 
(art. 132, Lei 6.815/80), o qual tem prazo de validade, que, entretanto, fica dispensado 
de renovar para os estrangeiros deficientes físicos ou com mais de sessenta anos;
 Sobre os documentos de RNE antigos (material rosa e flexível), tinham valida-
de apenas por 09 (nove) anos e, portanto, não devem ser aceitos, exceto se o estran-
geiro completou 60 (sessenta) anos de idade até a data de vencimento do RNE ou é 
deficiente físico;
 c) Cédula de identidade estrangeira dos países do Mercosul e Estados Asso-
ciados (Dec. 18/08 – Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Equa-
dor, Peru e Venezuela) – Fica dispensada a apresentação do passaporte, devendo-se 
aceitar o documento de identificação de seu respectivo país com a verificação da sua 
regular permanência no território nacional.
 É vedada a apresentação de qualquer documento replastificado (item 22, Cap. 
XVII, NSCGJ/SP). Deve-se recusar a abertura da ficha quando o documento de identi-
dade contenha caracteres geradores de insegurança, como documentos com foto mui-
to antiga ou abertos (item 179.2, Cap. XIV, NSCGJ/SP). Os maiores de 16 anos podem 
solicitar a abertura de ficha de firma, devendo o Notário certificar essa particularidade.
 10.1.2. Pessoas físicas 
 10.1.2.1. Portadores de deficiência
 O Estatuto da Pessoa com Deficiência ou Lei Brasileira de Inclusão da Pes-
soa com Deficiência (Lei 13.146/2015) buscou a inclusão da pessoa com deficiência, 
conferindo maior autonomia e dignidade na prática dos atos da vida civil. Na mesma 
linha e considerando o princípio da qualificação notarial e registral, o Prov. CG nº 
32/2016 alterou diversos itens das NSCGJ/SP.
 É preciso primeiro destacar a obrigação do atendimento prioritário nas Ser-
ventias aos portadores de deficiência, inclusive direito extensivo ao seu acompa-
nhante (itens 88 e 88.1, Cap. XIII, NSCGJ/SP).
 Sobre a prática de atos notariais ou registrais, deve nortear o atendimento 
nas Serventias a mudança de paradigma da capacidade civil, porque a pessoa com 
deficiência deve ser reconhecida como capaz, quando puder exprimir sua vontade. 
Eventual colocação sob curatela dependerá de procedimento judicial do seu repre-
sentante, com participação de equipe técnica multidisciplinar (art. 1771, CC).
 Por outro lado, se a pessoa não exprimir sua vontade ou não estiver acompa-
nhada de curador (art. 1.767, CC) ou de pessoa para a tomada de decisão apoiada (art. 
1.783-A, CC), caberá ao Tabelião responsável verificar a viabilidade ou não do ato (art. 
5º, Lei 13.146/2015, art. 1.767, I, do CC e item 41, alínea f, Cap. XIV, NSCGJ/SP).
 Da mesma forma, os portadores de deficiência física podem solicitar a 
abertura da ficha de firma, como o surdo, o mudo ou portador de qualquer outra 
deficiência, sem assistência ou representação, desde que consigam assinar no 
cartão de assinatura. 
 Nesses casos, não há necessidade de participação de testemunhas, porque a 
colheita dessa manifestação está fundada na fé decorrente do exercício da função 
notarial (CGJSP, Processo nº 2014/96.662, data do julgamento 16.10.2014, Rel. Elliot 
10
Akel). De acordo com o caso concreto, poderá o Notário preencher os dados do inte-
ressado na ficha de firma, certificando essa circunstância (analogia com o item 178, 
alínea f, Cap. XIV, NSCGJ/SP).
 10.1.2.2. Deficiente visual
 O portador de deficiência visual poderá requerer a abertura da ficha de firma, 
sem assistência ou representação, desde que assine o cartão de assinatura. Não há 
necessidade de participação de testemunhas, porque a colheita dessa manifestação 
está fundada na fé decorrente do exercício da função notarial (CGJSP, Processo nº 
2014/96.662, data do julgamento 16.10.2014, Rel. Elliot Akel). 
 De acordo com o caso concreto, poderá o Notário preencher os dados do 
interessado na ficha de firma, certificando essa circunstância (item 178, alínea f, 
Cap. XIV, NSCGJ/SP).
 Se o portador de deficiência visual não puder ou não souber assinar não pode-
rá abrir a ficha de firma.
 10.1.2.3. Analfabeto
 Caso o interessado seja semi-alfabetizado e saiba assinar seu nome, poderá 
solicitar a abertura da ficha de firma. De acordo com o caso concreto, poderá o No-
tário preencher os dados do interessado na ficha de firma, certificando essa circuns-
tância (item 178, alínea f, Cap. XIV, NSCGJ/SP).
 Se o interessado for analfabeto, não será possível a abertura da sua ficha de firma. 
 10.1.3. Pessoas jurídicas
 Não há previsão para reconhecimento de firma da pessoa jurídica. O que se 
reconhece é a assinatura da pessoa física que arepresenta.
 No caso de reconhecimento de firma por semelhança, não há obrigatoriedade 
de se comprovar a qualidade de representante do signatário. Contudo, no caso de 
reconhecimento de firma por autenticidade, a questão é controversa. 
 Para alguns deve integrar o ato do reconhecimento, a qualificação da pessoa 
jurídica, inclusive com a análise dos atos de constituição (contrato social ou estatuto 
e registro na Junta Comercial ou Registro Civil da Pessoa Jurídica), em decorrência 
de uma decisão judicial nesse sentido (Processo 0065739-57.2013.8.26.0100, 2ª Vara 
de Registros Públicos da Capital/SP). Dessa forma, a questão deve ser orientada pelo 
Tabelião responsável pela Serventia, considerando o caso concreto. 
 Em todo caso, a ficha de firma não é aberta em nome da pessoa jurídica e sim 
da pessoa física que depositou sua assinatura. 
10.2. Procedimento para abertura de firma
 O interessado se apresentará para abertura de firma com documento de iden-
tificação original. A ficha de firma sempre deve ser preenchida na presença do No-
tário, que deve conferi-la e vistá-la. A ficha padrão é o documento onde é lançada a 
assinatura (padrão gráfico) do interessado. 
11
 É preciso ter especial atenção para verificar se o nome do interessado condiz 
com o documento apresentado. Em alguns casos, a pessoa, por exemplo, casou-se 
ou divorciou-se, e não fez a alteração no documento de identidade. Nesse caso, deve 
apresentar o RG (ou outro documento de identificação) juntamente com a certidão 
de casamento que comprove a alteração do nome.
 Dica: no caso de RG do Estado de São Paulo, no final da qualificação, acima 
do número do CPF, consta o documento utilizado para confecção (certidão de nas-
cimento ou casamento). É interessante conferir essa informação no documento 
com as informações declaradas pelo interessado, como nome de solteiro e estado 
civil for outro. 
 É muito comum hoje em dia, que a pessoa não disponha de CPF em cartão, 
documento, etc. Nesse caso, é conveniente a conferência no site da Receita Federal. 
A ficha-padrão destinada ao reconhecimento de firmas conterá os seguintes elemen-
tos(item 178, alínea f, Cap. XIV, NSCGJ/SP): 
 a) nome do depositante, endereço, profissão, nacionalidade, estado civil, filia-
ção e data do nascimento; 
 b) indicação do número de inscrição no CPF, quando for o caso, e do registro 
de identidade, ou documento equivalente, com o respectivo número, data de emis-
são e repartição expedidora; 
 c) data do depósito da firma; 
 d) assinatura do depositante, aposta 2 (duas) vezes; 
 e) rubrica e identificação do titular ou escrevente que verificou a regularidade 
do preenchimento.
 É proibida e constitui falta grave a entrega ou a remessa de fichas-padrão para 
o preenchimento fora da Serventia ou para terceiros, exceto para qualificação de ato 
notarial realizada pelo próprio Notário no momento da lavratura do ato. 
 Não existe prazo de validade da ficha padrão. Contudo, pode-se exigir a 
renovação das assinaturas ou o preenchimento de uma ficha-padrão atual por 
questões de segurança, principalmente considerando a atualização dos docu-
mentos ou da assinatura. 
 Há entendimento de que não é possível a abertura de ficha de firma com o 
nome social, uma vez que a identificação do interessado ocorre mediante a análi-
se do documento por ele apresentado, o qual apresenta seu nome de registro (Pro-
cesso n. 1007866-43.2017.8.26.0100, 2º Vara de Registros Públicos da Capital-SP, j. 
14/09/2017). Nesse caso, porém, é possível que a assinatura seja feita de acordo com 
o nome social. Como o tema está em desenvolvimento, recomenda-se que a questão 
seja especificamente orientada pelo Tabelião responsável e, sendo possível, verifica-
da com o Juiz Corregedor Permanente.
12
10.3. Reconhecimento de firma: tipos e procedimentos
 Reconhecimento de firma é o ato pelo qual se certifica que a assinatura 
aposta no documento apresentado é de determinada pessoa. O reconhecimento 
de firma é ato que compara a assinatura apresentada com o modelo de assinatura 
que consta na ficha, por isso é muito importante a realização de curso de 
grafotécnica e documentoscopia. 
 Se for por semelhança, atesta que a assinatura é semelhante à que consta na 
ficha de firma. 
 Se for por autenticidade, atesta que a assinatura constante do documento 
além de ser semelhante à da ficha padrão, foi aposta na presença do Notário que 
assina o reconhecimento. 
 O reconhecimento de firma por semelhança é ato extraprotocolar, ou seja, 
não fica constando em nenhum livro. Já o reconhecimento de firma por autentici-
dade é ato misto, pois o ato (selo e carimbo ou etiqueta) é feito no documento que é 
entregue ao interessado, mas também permanece no Livro pelo termo de compare-
cimento e a assinatura do interessado. 
 O reconhecimento por semelhança ainda é dividido em reconhecimento com 
valor econômico e sem valor econômico. 
 Nos termos das conclusões da Comissão Conjunta constituída em 15/01/2003, 
pelo CNB/SP e ARPEN/SP, foi feita a 
definição padronizada dos seguintes documentos para fins de reconhecimento de 
firma, conforme abaixo.
 Documentos com valor econômico são aqueles que apresentam em seu con-
teúdo situações que geram responsabilidade e obrigações financeiras. São eles: 
 - Contratos de venda e compra
 - Contratos de fiança
 - Contratos de locação e de comodato
 - Contratos de financiamento
 - Contrato de transmissão onerosa de direitos possessórios
 - Contratos de gravação de CDs e de apresentações artísticas
 - Contratos de adesão (ou outro contrato com valor econômico)
 - Contratos de doação
 - Contratos para venda de passe escolar
 - Contratos de arrendamento em geral
 - Contratos de cessão de compromisso de venda e compra
 - Contratos de confissão de dívida
 - Contratos de dação em pagamento
 - Contratos de renegociação de dívidas
 - Cartas de anuência que contenham quitação
 - Procurações, exceto as exclusivamente “ad judicia”, e desde que contenham 
poderes para quitação e realização de acordos, transações ou administração sobre 
valores, ou expressamente qualquer objetivo de cunho econômico
 -Termos de responsabilidade por multas de trânsito
 - Termos de quitação e entrega de prêmios de seguro ou loterias
13
 - Termos de entrega de veículos
 - Termos de transferência de linha telefônica
 - Termos de liberação de veículo por banco, consórcio ou financiadora
 - Instrumentos de compra de cotas de qualquer natureza
 - Instrumentos de compra de título de clube
 - Instrumentos de empréstimo em geral
 - Instrumentos de transferência de embarcações e aeronaves
 - Atas de instituição de sociedade e capital
 - Alvarás para levantamento de valores em Juízo
 - Alterações de Contrato Social contendo disposição sobre composição e 
distribuição de capital
 - Letras de Câmbio
 - Notas Promissórias
 Documentos sem valor econômico são aqueles de natureza técnica ou infor-
mativa, não apresentando em seu conteúdo situações que geram responsabilidade e 
obrigações financeiras. São eles: 
 - Declarações de pobreza e residência
 - Declarações para fins previdenciários ou militares
 - Declarações de exumação de corpo
 - Declarações de homonímia
 -Declarações de convivência em união estável
 - Declarações de perda de cheques
 - Declarações de rendimentos
 - Declarações de FGTS
 - Autorizações para viagens
 - Autorizações para abertura de contas
 - Autorizações para retirada de documentos
 - Autorizações para embarque
 - Autorizações para prática de esporte de menor
 - Atas em geral com cunho meramente declaratório
 - Letras de música
 - Termos de vistoria
 - Plantas
 - Procurações “ad judicia”
 - Procurações sem conteúdo econômico
 - Cartas de anuência sem quitação
 - Cartas de Preposição
 - Certidões de cartórios
 - Sinais públicos em qualquer documento
 - Notas Fiscais
 Na etiqueta ou carimbo de reconhecimento de firma, independentemente 
do tipo utilizado, deverá conter o nome da pessoa que assina (item 181, Cap. XIV, 
NSCGJ/SP).
14
 Será mantido livro próprio encadernado para o controledos atos de reconhe-
cimento de firma como autêntica, podendo ser aberto, a critério do titular, até no 
máximo um livro para cada escrevente autorizado a lavrar tais atos. Esse livro não 
pode ser confeccionado em folhas soltas (item 184, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
 Em caso de reconhecimento de firma por autenticidade de documento de 
transferência dos veículos registrados no Estado de São Paulo, no prazo de 72 (seten-
ta e duas) horas, a contar do reconhecimento de firma do vendedor, deve ser comu-
nicada a transferência à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, via internet.
 As etiquetas utilizadas para a prática desses atos devem ser guardadas em lo-
cal seguro, sob responsabilidade do Oficial (item 36, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
 As etiquetas e selos roubados, furtados, inutilizados, extraviados e danificados 
devem ser comunicados à Corregedora Geral de Justiça, por meio do Portal do Extra-
judicial, informando a quantidade, tipo e numeração do selo e etiquetas. Ressaltan-
do ainda que deve ser comunicado imediatamente ao Oficial ou substituto para as 
providências necessárias. 
 O reconhecimento de firma deve ter a identificação de assinatura por carimbo 
individualizado do Notário responsável pelo ato (item 187, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
Se o instrumento contiver todos os elementos do ato, pode-se reconhecer a firma de 
apenas uma das partes, não obstante faltar a assinatura da outra, ou das outras (item 
185.1, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
 É autorizado o reconhecimento de firmas em escrito de obrigação redigido 
em língua estrangeira, de procedência interna, uma vez adotados os caracteres co-
muns (nosso alfabeto). Nesse caso, além das cautelas normais, será mencionado, no 
próprio termo de reconhecimento ou junto a ele, que o documento, para produzir 
efeito no Brasil e para valer contra terceiros, deverá ser vertido em vernáculo (portu-
guês), e registrada a tradução (itens 190 e a190.1, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
 É crime o falso reconhecimento de firma (art.300, CP): “Reconhecer, como ver-
dadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que não o seja: Pena – reclusão, 
de um a cinco anos, e multa, se documento é público; e de um a três anos, e multa se 
o documento é particular”. A responsabilidade penal é individualizada, ou seja, caso o 
escrevente pratique o ato, ele mesmo responderá criminalmente por isso. 
10.4. Vedações
 É vedado reconhecimento por abono, salvo no caso de documento firmado 
por réu preso, desde que visado pelo Diretor do Presídio, com sinal ou carimbo de 
identificação (item 183, Cap. XIV, NSCGJ/SP). Nesse caso, a firma a ser reconhecida é 
a do diretor do presídio, e não do preso. 
 Caso haja alguma suspeita de fraude ou outra irregularidade, para o reconhe-
cimento de firma por semelhança poder-se-á exigir a presença do signatário, muni-
do do documento de identificação. 
 Não pode o interessado restringir a realização de atos de reconhecimen-
to de firmas, em qualquer de suas modalidades, exigindo que seja feita apenas em 
sua presença. Não há amparo legal ou normativo para tanto (Processo 0048050-
68.2011.8.26.0100, 2ª Vara de Registros Públicos de São Paulo-SP). 
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 É vedado o reconhecimento de firma em documentos sem data, incompletos 
ou que contenham, no contexto, espaços em branco (item 189, Cap. XIV, NSCGJ/SP). 
 O reconhecimento da firma em documento com data futura é controversa. 
Contudo, existe decisão administrativa autorizando a prática do ato (Processo CG 
nº 2015/41659). 
 Alguns entendem que esse reconhecimento levanta, inclusive, eventual sus-
peita de fraude, diante da divergência de data, pois, em tese, quando foi realizado o 
reconhecimento de firma, o documento ainda não havia sido firmado ou assinado, 
mas, conforme decisão acima mencionada, o reconhecimento de firma é o ato pelo 
qual o Notário atesta que a assinatura constante de um documento corresponde 
àquela da pessoa que a lançou, seja por autenticidade ou por semelhança. 
 Trata-se de ato de reconhecimento cuja eficácia gira em torno da conferência 
da assinatura, produzindo efeitos tão somente em relação aos aspectos formais do ato 
jurídico praticado, não interferindo no teor do negócio jurídico em si. Assim, caberá ao 
Tabelião responsável dirimir a questão de acordo com o caso concreto na sua Serventia.
 Quanto à exigência de alvará para prática de atos por incapazes, a questão é 
bastante controvertida. Embora essa qualificação não caiba à Serventia, que deveria 
apenas realizar a análise da assinatura (Processo CG Nº 1.573/1998), há entendimen-
to de que o ato deve ser precedido da integral qualificação das partes envolvidas 
(Processo 0065739-57.2013.8.26.0100, 2ª Vara de Registros Públicos da Capital/SP). 
Dessa forma, a questão deve ser orientada pelo Tabelião responsável, de acordo com 
a análise do caso concreto. 
 Temos o caso de documentos preenchidos e até assinados com uma caneta que, 
em altas temperaturas, tem sua escrita apagada. Trata-se de uma impressão apagável 
(delével), não sendo possível o reconhecimento de firma em tal documento. Suspei-
tando, deve ser aquecido o documento para verificar se é esse tipo de escrita. 
10.5. Emolumentos
 Pela abertura de firma, nada será cobrado. Não existe previsão para tanto. 
Pode ser cobrada a cópia do documento a ser arquivado junto à ficha, se extraída na 
própria Serventia (item 179.1, Cap. XIV, NSCGJ/SP).
 O reconhecimento de firma será cobrado conforme previsto em tabela, com 
valores diferenciados para o reconhecimento por autenticidade, e para os reconhe-
cimentos de firma por semelhança, com e sem valor declarado. 
 10.5.1. Recibo
 Tanto quanto na autenticação, no reconhecimento de firma também não se 
exige a emissão de recibo e contra-recibo (via do recibo assinado pelo interessado, 
que fica arquivado na serventia). Contudo, nada impede que um recibo individua-
lizado dos valores seja emitido, caso o usuário solicite. Esse recibo não é usual, nem 
exigido pelas Normas de Serviço (item 66.3, Cap. XIII, NSCGJ/SP), mas a sua realiza-
ção não é proibida, podendo ser feito ao usuário. 
 Na identificação do ato, deve constar o valor total dos emolumentos.
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