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9 - Importância da Atividade Exportadora

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Importância da Atividade Exportadora — Por que 
Exportar? 
A atividade exportadora assume grande relevância para a empresa por ser 
o caminho mais eficaz para garantir o seu próprio futuro em um ambiente 
globalizado cada vez mais competitivo, que exige das empresas 
brasileiras plena capacitação para enfrentar a concorrência estrangeira, 
tanto no país como no exterior. 
Para o Brasil, a atividade exportadora tem também importância 
estratégica, pois contribui para a geração de renda e emprego, para a 
entrada das divisas necessárias ao equilíbrio das contas externas e para 
a promoção do desenvolvimento econômico. 
Dentre as vantagens que a atividade exportadora oferece às empresas, 
destacam-se as seguintes: 
a) aumento de produtividade — exportar implica aumento da escala de 
produção, que pode ser obtido pela utilização da capacidade ociosa da 
empresa e/ou pelo aperfeiçoamento de seus processos produtivos. A 
empresa poderá, assim, diminuir o custo de seus produtos, tornando-os 
mais competitivos, e aumentar sua margem de lucro; 
 
b) diminuição da carga tributária — a empresa pode compensar o 
recolhimento dos impostos internos, via exportação: 
I. os produtos exportados não sofrem incidência do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI); 
II. o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
tampouco incide sobre operações de exportação de produtos 
industrializados, produtos semielaborados, produtos primários ou 
prestação de serviço; 
III. na determinação da base de cálculo da Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS), são excluídas as receitas 
decorrentes da exportação; 
IV. as receitas decorrentes da exportação são também isentas da 
contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e para o 
V. Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); e 
VI. o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicado às operações 
de câmbio vinculadas à exportação de bens e serviços tem alíquota zero. 
c) redução da dependência de vendas internas — a diversificação de 
mercados (interno e externo) proporciona à empresa maior segurança 
contra as oscilações dos níveis de demanda interna; 
d) aumento da capacidade inovadora — as empresas exportadoras 
tendem a ser mais inovadoras que as não exportadoras, costumam utilizar 
maior número de novos processos de fabricação, adotam programas de 
qualidade e desenvolvem novos produtos com maior frequência; 
e) melhoria de condições para obtenção de recursos financeiros — 
mecanismos financeiros no Brasil, como o Adiantamento sobre Contrato 
de Câmbio (ACC) e o Adiantamento sobre Cambiais de Exportação (ACE), 
possibilitam às empresas exportadoras o recebimento da receita de 
exportação antes mesmo do início do processo produtivo, utilizando taxas 
de juros internacionais normalmente mais baixas do que as aplicadas no 
mercado interno. Sobre esse assunto, consulte o capítulo 14 deste 
manual; 
f) aperfeiçoamento de recursos humanos — as empresas que exportam 
destacam-se na área de recursos humanos, pois costumam oferecer 
melhores salários e oportunidades de treinamento a seus funcionários; 
g) aperfeiçoamento de processos industriais e comerciais — a 
melhoria na qualidade e na apresentação do produto, a elaboração de 
contratos mais precisos e a adoção de novos processos gerenciais, por 
exemplo, conferem à empresa melhores condições de competição interna 
e externa; 
h) melhoria da imagem da empresa — o caráter de “empresa 
exportadora” é referência importante nos contatos da empresa no Brasil e 
no exterior, pois a imagem da empresa associa-se à de mercados 
externos, em geral mais exigentes, com reflexos positivos para seus 
clientes e fornecedores. 
 
A internacionalização da empresa 
A internacionalização da empresa consiste em sua participação ativa nos 
mercados externos. Com a eliminação das barreiras que protegiam, no 
passado, a indústria nacional, a internacionalização é o caminho natural 
para que as empresas brasileiras se mantenham competitivas. Se as 
empresas brasileiras se dedicarem exclusivamente a produzir para o 
mercado interno, sofrerão a concorrência das empresas estrangeiras 
dentro do próprio país. Por conseguinte, para manter sua participação no 
mercado interno, deverão modernizar-se e tornarem-se competitivas em 
escala internacional. A atividade exportadora, contudo, não é isenta de 
dificuldades, até mesmo porque o mercado externo é formado por países 
com idiomas, hábitos, culturas e leis muito diversos, dificuldades essas 
que devem ser consideradas pelas empresas que se preparam para 
exportar. 
As empresas podem participar do mercado internacional de modo ativo e 
permanente ou de maneira eventual. Em geral, o êxito e o bom 
desempenho na atividade exportadora são obtidos pelas empresas que se 
inseriram na atividade exportadora como resultado de um planejamento 
estratégico direcionado para os mercados externos. 
O planejamento estratégico envolve questões como pontos fracos e 
fortes, ameaças e oportunidades, itens que devem ser previamente 
analisados. A seleção dos mercados nos quais a empresa atuará também 
deve ser feita com base em pesquisas e em mercados prioritários. 
A pesquisa de mercado é a maneira certa de a empresa iniciar atividades 
e obter sucesso no mercado internacional. A exportação está baseada 
no tripé: pesquisa — promoção comercial (feiras e missões 
comerciais) — persistência aliada à visão de longo prazo. 
 
Etapas de internacionalização da empresa 
As empresas podem ser classificadas segundo as seguintes categorias, 
que revelam as etapas do caminho a ser percorrido até se transformarem 
em exportadoras ativas: 
a) não interessada — mesmo que eventualmente ocorram manifestações 
de interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa 
prefere vender exclusivamente no mercado interno; 
b) parcialmente interessada — a empresa atende aos pedidos recebidos 
de clientes no exterior, mas não estabelece plano consistente de 
exportação; 
c) exportadora experimental — a empresa vende apenas aos países 
vizinhos, pois os considera praticamente uma extensão do mercado 
interno, em razão da similaridade dos hábitos e das preferências dos 
consumidores, bem como das normas técnicas adotadas; 
d) exportadora ativa — a empresa modifica e adapta seus produtos para 
atender a mercados no exterior. A atividade exportadora passa a fazer 
parte da estratégia, dos planos e do orçamento da empresa. 
 
Considerações importantes 
As empresas brasileiras interessadas em transformar-se em exportadoras 
ativas devem ter, entre outros, os seguintes cuidados: 
a) para a conquista do mercado internacional, as empresas não devem 
considerar a exportação como atividade esporádica, vinculada às 
flutuações do mercado interno. Parcela de sua produção deve ser 
sistematicamente destinada ao mercado externo; 
b) a empresa exportadora deverá estar em condições de atender sempre 
às demandas regulares de seus clientes no exterior; 
c) a concorrência internacional é derivada, entre outros fatores, da 
existência de maior número de exportadores do que de importadores. No 
mundo, outros fornecedores potenciais buscarão conquistar os mercados 
já ocupados pelas empresas brasileiras; 
d) os exportadores brasileiros devem saber utilizar plenamente os 
mecanismos fiscais e financeiros postos à sua disposição pelo Governo, a 
fim de aumentar o grau de competitividade de seus produtos; e 
e) todas as comunicações recebidas de importadores externos devem ser 
respondidas, mesmo que, em determinado momento, o exportador não 
tenha interesse ou condições de atender aos pedidos recebidos. O bom 
diálogo com os importadores, tanto efetivos como potenciais, prepara o 
campo para vendas futuras. 
 
Fonte: transferbank

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