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Atividade 1 Metodologia Científica

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Atividade 1 – Metodologia Científica
Leia com atenção a síntese do artigo de Maciel, Sousa e Lima (2016). 
 
Para os pesquisadores, os povos tradicionais possuem um vasto conhecimento sobre a natureza e uma rica cultura adquiridos ao longo de várias gerações. No entanto, notaram que havia pouco conhecimento sistematizado a respeito das práticas alimentares das comunidades indígenas e quilombolas, então, resolveram fazer uma pesquisa na comunidade indígena da aldeia Kanindé de Aratuba e no quilombo da Serra do Evaristo em Baturité; ambos localizados no Ceará. A questão que norteou a pesquisa foi: “o que se mantém de alimentos tradicionais nessas duas comunidades, uma vez que a alimentação tem se modificado não apenas nas cidades, mas também no campo?” Buscou-se levantar e analisar as práticas alimentares utilizadas, de modo a resgatar o fazer de comidas típicas. 
A pesquisa foi embasada teoricamente em autores que discutem os saberes das comunidades tradicionais e questões relativas à segurança alimentar dessas comunidades. Pautou-se no método etnográfico com abordagem qualitativa, tendo sido realizadas observações in loco, coleta de depoimentos dos moradores e levantamento de informações em materiais bibliográficos. 
Como resultados foram apresentadas descrições de ambas as comunidades: sua localização, origem histórica, moradores, tradições, cultura etc. Nos depoimentos dos moradores foram revelados diversos saberes, por exemplo, “descobriu-se que alguns homens que trabalhavam com agricultura há décadas, tinham métodos designados como experiências de prever se o inverno seria bom para plantio” (p. 67). Identificou-se como pratos típicos na aldeia o mungunzá salgado e o pirão de fava e no quilombo o mungunzá salgado, o doce de mamão e a cocada. Foi acompanhado e registrado o modo de fazer de cada prato. 
Fonte: MACIEL, T., SOUSA, M., LIMA, A. E. Comunidades tradicionais: saberes e sabores dos indígenas de Aratuba aos quilombolas de Baturité-CE. Conex. Ci. e Tecnol., v. 10, n. 3, p. 63 - 70, nov. 2016. Disponível em: http://www.conexoes.ifce.edu.br/index.php/conexoes/article/view/869/794. Acesso em 15 jun. 2019. 
 
Avaliação dissertativa 
 
Pondere a respeito do porquê de os saberes dos indígenas e quilombolas sobre agricultura e práticas alimentares não serem considerados conhecimento científico, enquanto o conhecimento produzido pelos pesquisadores a respeito desses saberes é considerado científico. Apresente, em seus argumentos, as características dos métodos científicos, usando exemplos extraídos do próprio texto.  
O conhecimento é reconhecido como científico a partir da aplicação do método científico, caracterizado por ser racional, objetivo, sistemático, geral e verificável. Desde o seu início, a pesquisa a respeito das práticas alimentares das comunidades indígenas e quilombolas apresentou uma metodologia a ser seguida. As premissas iniciais foram embasadas em pesquisas anteriores de autores que discutem os saberes das comunidades tradicionais e questões relativas à segurança alimentar dessas comunidades. Além disso, a pesquisa também se pautou no método etnográfico com abordagem qualitativa, ou seja, apoiou-se em um sistema de regras pré-definidas para alcançar uma conclusão sobre esses saberes dos indígenas e quilombolas. Dessa forma, é possível concluir que o conhecimento produzido pelos pesquisadores a respeito dos saberes dos indígenas e quilombolas é considerado científico. Por outro lado, os saberes dos indígenas e quilombolas sobre agricultura e práticas alimentares não é considerado conhecimento científico, mas sim conhecimento empírico, ou senso comum, visto que não foi construído a partir do método científico, mas de tradições, crenças, mitos e experiência popular. Muitas vezes o senso comum está atrelado ao ponto de vista de um indivíduo, ou seja, parte de um conhecimento específico e particular que não pode ser validado. Assim, é possível concluir que, embora os saberes dos indígenas e quilombolas possuem uma riqueza fundamental para a compreensão da sua cultura, não são considerados como conhecimento científico, pois não seguem o método científico e, também, não podem ser validados.

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