Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA 1º Ano Disciplina/Módulo: Matemática Financeira Código: ISCED12-MATCFE004 Total Horas/1o Semestre: 150 Créditos (SNATCA): 6 Número de Temas: 15 INSTITUTO SUPER INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ISCED Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Acadêmica Rua Dr. Lacerda de Almeida. No 211, Ponta - Gea Beira - Moçambique Telefone: 23323501 Cel: +258 823055839 Fax: 23323501 E-mail: direcção@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância Coordenação do Programa das licenciaturas e o autor que elaborou o presente manual (Msc Inácio Xavier Rafael Bute) agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pelo design e revisão final Prof. Dr. Horácio Emanuel N’Vunga Financiamento e Logística IAPED – Instituto Africano de Promoção do Ensino a Distância. Elaborado Por: Msc Inácio Xavier Rafael Bute – Mestrado em Auditoria e Gestão Empresarial, pela Universidade Internacional Ibero-americana – EUA, Porto Rico e Licenciado em Ensino de Matemática, pela Universidade de Pedagógica – Delegação da Beira. Índice VISÃO GERAL .................................................................................................................................................... 1 BEM VINDO À DISCIPLINA/MÓDULO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA ................................................................................ 1 OBJECTIVOS DO MÓDULO ......................................................................................................................................... 1 QUEM DEVERIA ESTUDAR ESTE MÓDULO ...................................................................................................................... 2 COMO ESTÁ ESTRUTURADO ESTE MÓDULO .................................................................................................................... 2 ÍCONES DE ACTIVIDADE ............................................................................................................................................. 4 HABILIDADES DE ESTUDO ........................................................................................................................................... 4 PRECISA DE APOIO? .................................................................................................................................................. 6 TAREFAS (AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO) ................................................................................................................... 7 AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................................ 7 TEMA – I: INTRODUÇÃO A MATEMÁTICA FINANCEIRA. .................................................................................... 9 1.1 INTRODUÇÃO E NOÇÕES FUNDAMENTAIS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA. ............................................................... 9 OBJECTIVOS DO TEMA............................................................................................................................................... 9 1.2 PERCENTAGEM ......................................................................................................................................... 10 1.2.1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: .................................................................................................................. 11 1.3 FACTOR DE CAPITALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 11 1.4 FACTOR DE DESCAPITALIZAÇÃO ................................................................................................................... 12 1.5 ACRÉSCIMO E DESCONTO SUCESSIVO ............................................................................................................ 13 1.6 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO DO TEMA ........................................................................................................... 15 TEMA – II: CAPITAL, JUROS, TAXAS DE JUROS E MONTANTE .......................................................................... 17 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 17 OBJECTIVOS DO TEMA ............................................................................................................................................ 17 2.2 COMPARAÇÃO DE CAPITAIS ........................................................................................................................ 18 2.3 JUROS .................................................................................................................................................... 19 2.4 TAXA DE JUROS ........................................................................................................................................ 19 2.5 MONTANTE ............................................................................................................................................. 20 2.6 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 20 TEMA – III: SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÕES: SIMPLES E COMPOSTO ............................................................... 21 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 21 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 21 3.1 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES ............................................................................................................ 22 3.2 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO ........................................................................................................ 23 3.3 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 25 TEMA IV – RELAÇÕES ENTRE: JUROS SIMPLES, FUNÇÃO AFIM E PROGRESSÃO ARITMÉTICA E RELAÇÕES ENTRE: JURO COMPOSTO, FUNÇÃO EXPONENCIAL E PROGRESSÃO GEOMÉTRICA. ........................................ 27 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 27 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 27 4.1 RELAÇÕES ENTRE: JUROS SIMPLES, FUNÇÃO AFIM E PROGRESSO ARITMÉTICA ...................................................... 27 4.2 RELAÇÃO ENTRE JUROS COMPOSTOS, FUNÇÃO EXPONENCIAL E PROGRESSÃO GEOMÉTRICA ..................................... 28 4.2.1 EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO...................................................................................................... 29 TEMA V - CAPITALIZAÇÕES CONTINUAS. COMPARAÇÕES ENTRE MONTANTES NO REGIME DE CAPITALIZAÇÕES CONTÍNUAS E PERIÓDICAS. ................................................................................................. 30 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 30 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 30 5.1 CAPITALIZAÇÕES CONTÍNUAS ....................................................................................................................... 30 5.2 COMPARAÇÃO ENTRE MONTANTES NO REGIME DE CAPITALIZAÇÕES CONTÍNUAS E PERIÓDICAS............................... 32 5.3 VALOR PRESENTE DE CAPITAIS UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDOS ........................................................................ 32 5.4 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 33 TEMA VI - TAXAS DE JUROS: NOMINAIS, PROPORCIONAIS, EFECTIVAS E EQUIVALENTES. .............................. 34 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 34 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 34 6.1 TAXA DE JUROS NOMINAL .......................................................................................................................... 34 6.2 TAXA EFECTIVA (IF) ................................................................................................................................... 36 6.3 TAXAS PROPORCIONAIS ............................................................................................................................. 36 6.3.1 EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO ...................................................................................................... 37 6.4 TAXAS EQUIVALENTES ............................................................................................................................... 37 6.5 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 38 TEMA VII - OPERAÇÕES DE DESCONTO COMERCIAL E RACIONAL ................................................................... 39 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 39 7.1 OPERAÇÕES DE DESCONTO COMERCIAL E RACIONAL ....................................................................................... 39 7.2 DESCONTO SIMPLES COMERCIAL (POR FORA) ................................................................................................ 40 7.2.2 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO ........................................................................................................ 41 7.3 DESCONTO SIMPLES RACIONAL (POR DENTRO) ............................................................................................... 41 7.3.2 EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO ...................................................................................................... 42 7.4 OPERAÇÕES DE DESCONTO COMPOSTO ........................................................................................................ 43 7.4.1.1 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................................... 44 7.4.2.2 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................................... 44 7.5 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 45 TEMA VIII - VALOR ACTUAL E O VALOR FUTURO DE UM FLUXO DE CAIXA ..................................................... 46 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 46 8.1 FLUXO DE CAIXA ....................................................................................................................................... 46 8.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA ............................................................................................... 47 8.2.2 EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO ...................................................................................................... 48 8.3 TAXA INTERNA DE RETORNO DE UM FLUXO DE CAIXA-TIR ................................................................................ 49 8.3.1 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO ........................................................................................................ 49 8.4 EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 49 TEMA IX - EQUIVALENCIA DE CAPITAIS EM AMBOS REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO ......................................... 51 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 51 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 51 9.1 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS SIMPLES ................................................................................................ 51 9.2 EQUIVALÊNCIAS DE CAPITAIS A JUROS COMPOSTOS ......................................................................................... 53 9.3 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................................. 54 TEMA X - SERIES DE PAGAMENTOS: UNIFORMES E VARIÁVEIS ....................................................................... 56 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 56 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 56 10.1 SÉRIE UNIFORME DE CAPITAIS ..................................................................................................................... 56 10.1.1 SÉRIE UNIFORME DE TERMOS POSTECIPADOS .............................................................................. 57 10.1.1.4 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO ................................................................................................ 59 10.1.2 SÉRIE UNIFORME DE TERMOS ANTECIPADOS ...................................................................................... 59 10.1.2.2 EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO .............................................................................................. 60 10.2 SÉRIE VARIÁVEL DE CAPITAIS ....................................................................................................................... 62 10.3 EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 65 TEMA XI - OPERAÇÕES FINANCEIRAS REALIZADAS NO MERCADO; OPERAÇÕES SIMPLES A CURTO PRAZO. ... 66 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 66 11.1 OPERAÇÕES FINANCEIRAS ..........................................................................................................................66 11.1.1 CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS .................................................................................. 67 11.2 EQUILÍBRIO FINANCEIRO ............................................................................................................................ 67 11.2.1 EQUILÍBRIO ESTÁTICO - EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA ..................................................................... 67 11.3 EQUILÍBRIO DINÂMICO: SALDO FINANCEIRO .................................................................................................. 69 11.4 OPERAÇÕES SIMPLES A CURTO PRAZO .......................................................................................................... 71 11.4.1 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................................... 73 11.5 EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 73 TEMA XII - OPERAÇÕES FINANCEIRAS REALIZADAS NO MERCADO; OPERAÇÕES A MÉDIO E LONGO PRAZO. . 74 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 74 12.1 OPERAÇÕES FINANCEIRAS NO MERCADO MONETÁRIO ..................................................................................... 74 12.1.1 TIPOS DE OPERAÇÕES .................................................................................................................... 76 12.1.2 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .......................................................................................................... 76 12.2 CONTAS CORRENTES ................................................................................................................................. 77 12.2.1 CONTAS CORRENTES A JUROS RECÍPROCOS .................................................................................. 78 12.2.2 CONTAS CORRENTES A JUROS NÃO RECÍPROCOS .......................................................................... 80 12.3 CONTAS REMUNERADAS ............................................................................................................................ 83 12.4 CONTAS CORRENTES DE CRÉDITO................................................................................................................. 85 TEMA XIII - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO: AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC), SISTEMA DE AMORTIZAÇAO FRANCÊS (TABELA DE PRICE) E SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO (SAA). ........................................... 88 OBJECTIVOS DO TEMA: ........................................................................................................................................... 88 13.1 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÕES ..................................................................................................................... 88 13.1.1 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) ............................................................................. 88 13.1.2 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................................... 90 13.2 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS ........................................................................................................... 91 13.2.1 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................................... 91 13.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO ....................................................................................................... 92 13.3.1 EXERCÍCO DE AUTOAVALIAÇÃO ..................................................................................................... 92 13.4 EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 93 TEMA XIV - METODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE INVESTIMENTO DE CAPITAL-TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) E DO VALOR PRESENTE (VPL) ............................................................................................ 94 14.1 MÉTODOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE INVESTIMENTO DE CAPITAL .................................................. 94 14.2 VALOR ACTUAL LÍQUIDO - VAL ................................................................................................................... 95 14.3 TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE - TIR ........................................................................................................ 96 14.4 EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 97 XV - INFLAÇÃO E CORRECÇÃO MONETÁRIA .................................................................................................... 98 15.1 ÍNDICES DE PREÇOS E TAXAS DE INFLAÇÃO ..................................................................................................... 98 15.2 TAXA DE DESVALORIZAÇÃO MONETÁRIA ....................................................................................................... 99 15.3 TAXA DE JUROS APARENTE E TAXA REAL ..................................................................................................... 100 15.4 CORRECÇÃO MONETÁRIA ......................................................................................................................... 101 15.5 EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................................................................... 102 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................. 103 1 Visão geral Bem vindo à Disciplina/Módulo de Matemática Financeira Objectivos do Módulo O conhecimento básico da matemática é primordial para o desenvolvimento de qualquer actividade científica e, em especial a Matemática Financeira, é fundamental em qualquer área do conhecimento, tanto para a realização de cálculos quanto para a avaliação de diversas situações, inclusive aquelas envolvendo análise de custos, de investimentos e de financiamentos. Dessa forma, ao final desta disciplina os alunos deverão estar aptos na utilização da matemática financeira como recurso no trato das operações comerciais e financeiras que envolvam património das pessoas físicas ou jurídicas, bem como suporte na análise de alternativas negociais, identificando aquelas de maior interesse. Não é objectivo da disciplina preparar os participantes para a utilização de quaisquer tipos de calculadoras ou de softwares disponíveis para o tratamento de situações inerentes à matemática financeira, muito embora a utilização destes seja permitida e até incentivada. Objectivos Específicos Compreender as equações matemáticas envolvidas em cálculos financeiros básicos, bem como suas origens; Utilizar as equações envolvidas na matemática financeira para realizar cálculos dos elementos pertinentes a esta área de conhecimento, tais como: montante, valor de prestações, saldo devedor, taxas de juros em empréstimos e financiamentos de longo prazo; Utilizar os conceitos matemáticos financeiros nas tomadas de decisões, em diversas áreas do conhecimento, inclusive em situações problema da própria matemática financeira; Identificar, analisar, utilizar as diferentes técnicas de análise de investimento, tais como: a da taxa interna de retorno (TIR) e a do valor presente líquido (VPL); Analisar, construir e utilizar os principais planos de pagamentos em amortizações de dívidas, dentre eles: o sistema francês de amortizações (Tabela Price), sistema de amortizações constantes, o sistema sacre (misto); 2 Calcularem datas futuras para financiamentos de longo prazo - valores tais como: saldo devedor, prestação,parcela de amortização, juros acumulados. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidae e Auditoria do ISCED e outros como Gestão de Rcursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Matemática Financeira, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. 3 Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos, actividades práticas e algumas incluindo estudo de caso. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD- ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e a subsequente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante fazer todos os exrcícios de avaliação é uma grande vantagem. 4 Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico- Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em goso de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Resolver todos exercícios propostos e outros. 5º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5 6º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existir. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando... estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 6 resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temosa certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou admibistrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar’a a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 7 Tarefas (avaliação e auto- avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e concistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada no regulamento de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 8 mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 9 TEMA – I: Introdução a Matemática Financeira. UNIDADE Temática 1.1 Introdução e noções fundamentais da Matemática financeira. UNIDADE Temática 1.2 Percentagem. UNIDADE Temática 1.3 Factor de capitalização. UNIDADE Temática 1.4 Factor de descapitalização. UNIDADE Temática 1.5 Acréscimos e descontos sucessivos. UNIDADE Temática 1.6 Exercícios de avaliação. 1.1 Introdução e noções fundamentais da Matemática Financeira. Objectivos do tema Objectivos Conhecer os conceitos básicos da Matemática Financeira. Dominar e saber resolver problemas com uso de percentagens. Ter domínio sobre factores de capitalização e descapitalização. 1.1.1 Introdução e Noções Fundamentais da Matemática Financeira A Matemática Financeira visa estudar o valor do dinheiro no tempo, nas aplicações e no pagamento de empréstimo. O conceito básico de toda a matemática financeira é o juro. O interesse deste tema é de procurar estabelecer as relações matemáticas que regem o processo de capitalização, isto é o processo de formação de Juro. Tudo no âmbito da Matemática Financeira, para entrar no campo da Economia, da Sociologia, da História, em fim de matérias que serão objecto de estudo em outras disciplinas. 1.1.2 Conceitos de alguns termos usados na Matemática Financeira Capital: Qualquer quantidade de dinheiro que esteja disponível em certa data para ser aplicado numa operação financeira. Juros: Custo de capital durante um determinado período de tempo. Taxa de Juro: Unidade de medida de juros que corresponde a 10 remuneração paga pelo uso de capital durante um determinado tempo. Montante: É o capital empregado mais o valor acumulado dos tempo. Capitalização: É a operação de adição dos Juros ao capital. Regime de Capitalização Simples: É um regime de capitalização em que os juros são calculados periodicamente sobre o capital inicial e o montante será o capital inicial e a soma de várias parcelas de juros, o que equivale a uma única capitalização. Regime de Capitalização Composta: É um regime de capitalização em que incorpora não somente os juros referentes a cada período, mas também os juros acumulados até ao momento anterior. Desconto: É o abatimento que se faz sobre um valor ou um título de crédito quando este é resgatado antes do seu vencimento. 1.2 Percentagem Varias vezes confronta-se com a informação em supermercados, lojas, botiques de liquidação de preços de produtos em 40%, 25% ou 10%. Para além de que no pagamento de facturas de consumo de energia, telefone, água e outros, o valor da factura vem acréscido de 17% do IVA. Estas informações envolvem uma expressão especial que é a PERCENTAGEM, assunto que passará a ser tratado logo a seguir. Percentagem: É um valor obtido ao aplicar-se uma taxa percentual a um determinado valor. Taxa percentual: Exibe o número que deve ser dividido por 100. Não permite a operação algébrica imediata. Exemplo 1.1: a) %4 100 4 Lê-se 4 por cento; b) %3,12 100 3,12 Lê-se 12,3 por cento c) %137 100 137 Lê-se 137 por cento Taxa Unitária: Exibe o número puro, permitindo operações algébricas. Exemplo 1.2: a) 25,0 100 25 ; b) 06,0 100 6 ; c) 37,1 100 137 Pense na expressão 25% (Vinte e cinco por cento), essa taxa pode ser representada como uma fracção com numeradorigual a 25 e o denominador igual a 100, ou seja 11 100 25 , ou ainda como 0,25 (taxa unitária). Taxa unitária é muito importante porque auxilia a desenvolver cálculos na matemática financeira. 1.2.1 Exercícios Resolvidos: 1. Converta para taxas unitárias: a) 05,0 100 5 %5 b) 001,0 1000 1 100 1 10 1 100 10 1 100 1,0 %1,0 c) 37,2 100 237 %237 2. Converta para taxas percentuais: a) %2 100 2 02,0 b) %7,0 100 7,0 101000 107 1000 7 007,0 c) %400 100 400 1001 1004 4 1.2.2 Exercício de Autoavaliação: 1. Escreva de formas diferentes as taxas a seguir apresentadas: a) 12 b) 1,25 c) 0% d) 0,07% 1.3 Factor de Capitalização Imaginemos que um produto sofreu um aumento de 30% sobre o seu valor inicial. Qual é o novo valor deste produto? É claro que não sabemos o valor inicial do produto, mas podemos afirmar que o valor inicial era de 100% e sofreu um aumento de 30%. Logo o produto passa valendo 130% do seu valor inicial. Para calcular o novo preço deste produto após o acréscimo, deve ser usado o novo valor que é de 130%, portanto a sua taxa percentual é de 130% e podemos escrever a taxa unitária como sendo: 3,1 100 130 . Este valor chama-se Factor de capitalização. 12 Factor de Capitalização: É o número pelo qual deve-se multiplicar o preço do produto para obter o novo preço acrescido do percentual do aumento que se deseje utilizar. Exemplo 1.3: Um produto que custa 3.500 u.m. (unidade monetária) ao sofrer um acréscimo de 25%. Qual é o será o seu novo valor? 1º Calcula-se o factor de capitalização, porque o produto sofreu um acréscimo. Factor de capitalização será: 100% + 25% = 125% = 25,1 100 125 2º Multiplicar o valor inicial pelo factor de capitalização, assim obtém- se o novo preço do produto. 375.425,1500.3 u.m 1.3.1 Exercícios resolvidos 1 Cálculo de factor de capitalização a) Acréscimo de 03,1 100 103 %103%3%100%3 b) Acréscimo de 3 100 300 %300%200%100%200 Observação: Para obter o factor de capitalização basta adicionar 1 (100/100) a taxa unitária. (1+taxa unitária) 1.3.2 Exercícios de Autoavaliação: 2. Calcule o factor de capitalização a) Acréscimo de 6% b) Acréscimo de 12% c) Acréscimo de 137% d) Acréscimo de 1,032% e) Acréscimo de 21,2% f) Acréscimo de 0,031% 1.4 Factor de Descapitalização Imaginemos que um produto sofre um desconto de 25% sobre o seu valor inicial. Qual é o novo valor deste produto? Se o produto sofreu um desconto de 25% significa que dos 100% do valor anterior, foi lhe retirado 25%, portanto passou a ter 75% do valor inicial. 13 O factor de descapitalização será 75,0 100 75 %75%25%100 O factor de descapitalização é o número pelo qual deve-se multiplicar o preço do produto para obter novo preço, pelo percentual de desconto que se deseja utilizar. Exemplo 1.4: Se um produto custava 400 u.m. e sofre um desconto de 25%, qual será o novo preço do produto? 1º Calcula-se o factor de descapitalização 75,0 100 75 %75%25%100 2º Multiplicar o valor inicial pelo factor de descapitalização. 30075,0400 u.m. é o novo preço do produto depois do desconto. 1.4.2 Exercícios resolvidos 1. Calcular o factor de descapitalização em: a) Desconto de 40% = 6,0 100 60 %60%40%100 b) Desconto de 1,3% = 987,0 100 7,98 %7,98%3,1%100 Observação: Para obter o factor de descapitalização basta subtrair a taxa unitária do 1 (100/100). (1-taxa unitária) 1.4.3 Exercícios de Autoavaliação 1. Calcule o factor de descapitalização. a) 20% b) 31% c) 0,042% d) 32,8% e) 156% f) 1236% 1.5 Acréscimo e desconto Sucessivo 1.5.1 Acréscimos Sucessivos: Para aumentar um valor V sucessivamente em p1%, p2%, …, pn% de tal forma que cada um dos aumentos incida sobre o resultado do aumento anterior, basta multiplicar o valor V pelo produto das formas unitárias (100 + p1)% , (100 + p2)%, … (100 + pn)% 14 Exemplo 1.5: Suponhamos que os bancos vêm aumentando significativamente as suas tarifas de manutenção das contas. Estudos mostram um aumento médio de 15% no 1º semestre de 2012 e de 7% no 2º semestre do mesmo ano. Qual foi o aumento anual das tarifas de manutenção das contas? Resolução: 1º Verifica-se que o exemplo apresenta um problema de acréscimos sucessivos. 2º Calcular os factores de capitalização dos acréscimos: Acréscimo de (100 + 15) % =115%= 15,1 100 115 ou (100 + 15)% = 100% + 15% = 15,115,01 100 15 100 100 Acréscimo de 7% = 07,107,01%71 3º Multiplica-se os factores de capitalização dos períodos para obter o valor final do produto. 07,115,1 1,2305 4º Como o produto custava inicialmente 100% que é igual a 1, pode-se afirmar que as tarifas sofreram um acréscimo médio de: %05,232305,012305,1 Observação: Muitas tem sido as vezes nestes casos, em que os estudantes adicionam as percentagens e dividem por dois, para acharem a média de acréscimos, tenham muito cuidado com este erro. Exemplo 1.6: Aumentar o valor 2.000 sucessivamente em 15% e 7%. Resolução: 461.22305,1000.207,115,1000.2 1.5.2 Desconto Sucessivo Para descontar um valor V sucessivamente em p1%, p2%, …, pn% de tal forma que cada um dos aumentos incida sobre o resultado do aumento anterior, basta multiplicar o valor V pelo produto das formas unitárias (100 - p1)% , (100 - p2)%, … (100 - pn)% Exemplo 1.7: Descontar sucessivamente o valor 2.000 em 20% e 30% Resolução: %70*%80000.2%30100%20100000.2 120.156,0000.27,08,0000.2 1.5.3 Exercícios de Auto-avaliação 1. Se dermos dois descontos sucessivos, um de 5 % e outro de 10 %, a uma mercadoria que tem preço inicial de 40 u.m, qual será o seu preço final? (R: 34,20) 2. O preço de um produto sofreu uma redução de 20 %. Algum 15 tempo depois, ele sofreu um aumento de 20 % e, mais tarde, um novo aumento de 50 % . Se o comerciante deseja retornar ao preço inicial, qual a percentagem de desconto a ser aplicado sobre este último preço? (R: 30,55 %) 1.6 Exercícios de Avaliação do Tema 1. Num lote de 50 lâmpadas, 13 apresentam defeito. Qual é a percentagem das lâmpadas com defeito. 2. Num exame para habilitação de condução participaram 270 candidatos; sabe-se que a taxa de reprovação foi de 15%. Quantos candidatos foram aprovados? 3. Uma empresa investiu uma certa quantia no mercado de Acções. Ao final do 1º mês lucro 20% do capital investido, ao final do 2º mês perdeu 15% do que havia lucrado e retirou um montante de 5.265 u. m. A quantia que a empresa investiu foi de: (a) 3.200 u. m. (b) 3.600 u. m. (c) 4.000 u. m. (d) 4.200 u. m. (e) 4.500 u. m. 4. Um comerciante compra um certo artigo ao preço unitário de 48 u. m. e coloca à venda ao preço que proporcionará um lucro de 40% sobre o preço da venda. O preço unitário da venda é: (f) 78 u. m. (g) 80 u. m. (h) 84 u.m. (i) 86 u.m. (j) 90 u.m. 5. Um artigo sujeito a IVA à taxa de 17%, tinha marcado o preço de venda (antes de descontos e de IVA) de 2.500 u. m. O comerciante vendeu este artigo concedeu nessa transacção comercial os descontos sucessivos de 6%+2,5%. a) Por quanto acabou por ser vendido este artigo? b) Calcule directamente o factor único que permite passar do preço de venda inicial para o preço de venda final. c) Qual o desconto único em percentagem e em valor subjacentes aos descontos sucessivos atrás mencionados? 6. Tendo em conta as percentagens de lucro, complete o seguinte quadro: 16 Situaçã o Preço de venda (Pv) Preço de compra (Pc) Lucro % de Lucro sobre Pc. % de Lucro sobre Pv. 1 172,50 150 2 500 90 3 380 0,15 4 986 0,16 17 TEMA – II: CAPITAL, JUROS, TAXAS DEJUROS E MONTANTE UNIDADE Temática 2.1 Conceitos do tema. UNIDADE Temática 2.2 Comparação de Capitais UNIDADE Temática 2.3 Juros. UNIDADE Temática 2.4 Taxa de Juros. UNIDADE Temática 2.5 Montante. UNIDADE Temática 2.6 Exercício de Avaliação. Introdução O tema vai tratar de elementos fundamentais para a Matemática Financeira. Imagine você estar vivendo em tempos antigos e ser o melhor artesão da cidade a fazer, por exemplo, blusas. Imagine que seus vizinhos, também artesãos, são os melhores em produzir outros bens tais como bolos, maçãs, etc. Ao se propor uma festa na cidade, certamente que cada um se aprontaria para oferecer de si o que tem de melhor. E qual o facto gerado nesses encontros que interessa ao nosso estudo? A DEMANDA. É ela que movimenta o comércio até hoje. Este comércio tem um elemento de troca que é a MOEDA. Interessante é perceber como a moeda é utilizada nas trocas comerciais, o risco que se corre e os premios que se podem ganhar nessas transações. Objectivos do Tema Objectivos Conhecer os conceitos de capital, juros, taxas de juros e montante. Saber calcular os juros, taxas de juros e o montante Saber resolver problemas simples de operações financeiras. 2.1 Conceitos de Capital, Juros, Taxa de Juros e Montante Chama-se de capital a qualquer valor monetário que uma pessoa (física ou jurídica) empresta para outra durante um certo tempo. O capital representa-se pela letra “C”. Juro é custo do empréstimo (para o tomador) ou a remuneração pelo uso do capital (para quem empresta). 18 O juro é obtido pela diferença entre o montante e o capital. Montante é o capital acrescido da remuneração obtida durante o período de aplicação. Taxa de Juro é o coeficiente que determina o valor de juros. É representada geralmente pela letra “i”. A taxa de juros é indicada a um determinado intervalo de tempo. Por exemplo: 2% a.d. = 2% ao dia; 3% a.m. = 3% ao mês; 5% a.a. = 5% ao ano. O tempo que decorre desde do inicio até ao final de uma operação financeira denomina-se prazo. Os prazos podem ser exactos e comerciais. Prazo Exacto é aquele que usa o ano civil de 365 dias ou 366 dias para o caso do ano bissexto. Prazo Comercial é aquele que usa o ano comercial em que todos os meses tem 30 dias, ou seja 360 dias ao ano. 2.2 Comparação de Capitais Duma maneira geral dois capitais quaisquer, C1 com vencimento em t1 e C2 com vencimento em t2 são equivalentes quando for possível trocar um pelo outro. Ou seja dois capitais são equivalentes se investidos a mesma taxa produzem um mesmo montante em uma determinada data. Na comparação de capitais, podem ocorrer três situações distintas: 1º Se existem dois capitais iguais (C1=C2) mas períodos de tempo diferentes (t1 < t2); o primeiro caso é melhor, posto que para capitais iguais, seu vencimento é mais próximo e pode-se dispor de dinheiro antes. 2º Se existe um capital maior do que outro (C1 > C2 ) e existe períodos de tempos iguais ( t1=t2 ), é preferível o primeiro caso, já que para o mesmo período de tempo pode se obter um maior capital. 3º Para capitais e períodos distintos é difícil saber qual é o melhor caso, pois aqui é necessário valorar os capitais no mesmo período de tempo. Para valorar estes casos recorre-se às leis financeiras. Exemplo 2.1: Dos seguintes casos qual você escolheria? Caso A) (C1,t1) = (1.000; 2) (C2;t2) = (1.020; 2) Caso B) (C1,t1) = (100; 1,5) (C2;t2) = (100; 1) (C3;t3) = (100; 0) Caso C) (C1,t1) = (1.050; 2) (C2;t2) = (1.070; 3) Respostas: No caso A, os dois capitais têm o mesmo vencimento (dentro de 2 19 anos), por isso o melhor investimento é aquele que nos dá capital maior, neste caso é o (C2;t2) = (1.020; 2), proporciona um capital maior. No caso B existem diferentes vencimentos para os mesmos capitais, sendo conveniente escolher o terceiro capital (C3; t3) já que pode-se dispor imediatamente dos 100 u.m, enquanto para capital um e dois deve-se esperar um ano e um ano e meio respectivamente para poder ter a mesma quantidade de dinheiro. No caso C é mais complicado escolher o investimento mais adequado. Aqui necessita-sede efectuar operações financeiras. 2.3 Juros Juro é a remuneração obtida por uso de um capital por um intervalo de tempo. Este pode ser obtido como diferença do montante pelo capital, também pode-se calcular o juro através do produto do capital com a taxa de juros, ou seja: iCJeCMJ Onde J: Juros ; M: Montante; C: Capital; i: taxa de juros; Exemplo 2.2: Calcular os juros obtidos ao aplicar 3.000 u.m. por um ano a uma taxa simples de 25% a.a. Dados: C=3.000 u.m.; i=25%a.a. ; J=? ..75025,0000.31%25000.3 muiCJ Resposta: O valor de juros obtidos é de 750 u.m. Exemplo 2.3: Foi aplicada uma importância de 30.000 u.m. pelo prazo de 1 anos, a taxa de 1,2% ao ano qual é o valor de Juro a receber? Dados: C= 30.000 u.m. i=1,2%a.a. ..360012,0000.30%2,1000.30 muiCJ Resposta: O valor de juros a receber é de 360 u.m. 2.4 Taxa de Juros A taxa de juro é a razão entre o juro e o capital aplicado, representa-se por: C J i Exemplo 2.4: Qual é a taxa de juro de um empréstimo de 360.000 a ser resgatado por 452.000 no final de um ano. Dados: C = 360.000; M= 452.000; i=? 20 %6,25256,0 000.360 000.92 000.360 000.360000.452 000.360000.360 CMJ C J i Resposta: A taxa de juros é de 25,6% a.a. 2.5 Montante O capital acrescido da remuneração obtida durante o período de aplicação, chama-se Montante (M). Pode ser calculado através da soma entre o capital aplicado e os juros obtidos (M=C+J) ou então usando as formulas de obtenção dos juros teremos: iCiCCM iCCMiCJeCMJ 1 Portanto, pode-se obter o montante usando estas duas fórmulas: iCMeJCM 1 Exemplo 2.5: Qual é o montante aplicando um capital de 1.650 u.m. por um ano a uma taxa simples de 32% ao ano. Dados: C= 1.650; i = 32% a.a.; M=? ..178.232,1650.1 32,01650.1%321650.11 mu iCM Ou Usando a fórmula ..178.232,0650.1650.1%321650650.1 muJCM Resposta: O montante é de 2.178 u.m. 2.6 Exercícios de avaliação 1. Emprega-se 3 2 de um capital a 24% ao ano e o restante a 32% ao ano, obtendo-se um ganho anual de 86.400 u.m. Qual é o valor deste capital? 2. Um capital emprestado a 24% ao ano em um ano rende juros de 28.300 u.m. Qual foi este capital? 3. Qual é o valor de juros de um capital de 750.000 empregue durante um ano a uma taxa de 7,6% ao ano? 4. Em que taxa o capital de 2.875 u.m. rende 10.600 u.m. durante um ano. 5. Um capital de 300.000 u.m. rende depois de um ano juros de 1.487 u.m. determine a taxa correspondente. 6. Um investidor aplicou 1.800.205 u.m. a uma taxa de 6% ao ano determine o montante ao de um ano. 21 TEMA – III: Sistemas de Capitalizações: Simples e Composto UNIDADE Temática 3.1 Regime de Capitalização Simples. UNIDADE Temática 3.2 Regime de Capitalização Composta. UNIDADE Temática 3.3 Exercícios de Avaliação. Introdução O comportamento do capital no tempo depende do modo como foi aplicado, ou seja, do regime de capitalização. Podemos classificar os regimes de capitalização da seguinte forma: Composta Simples aDescontinuçãoCapitaliza ContínuaãoCapializaç As modalidades de capitalização mais comuns são as descontínuas: simples e composta. Na Capitalização Simples, apenas o capital inicial, também chamado principal, rende juros, independentemente do número de períodos da aplicação. Na Composta, os juros são capitalizados a cada período e passam a render juros nos períodos posteriores. Ou seja, juros sobre juros. O regime de juros simples tem aplicações práticas bastantes limitadas, pois são raras as operações e comerciais que usam esse regime. O seu uso restringe-se principalmenteem operações praticadas a curto prazo. Os juros simples são utilizados basicamente para o cálculo de valores monetários, e não para determinar o resultado efectivo da operação. Os dois regimes de capitalização, associam-se a funções da seguinte forma: Simples (função linear) e Composto (função Exponencial). Objectivos do Tema: Objectivos Conhecer os conceitos básicos. Conhecer o valor do dinheiro no tempo. Saber calcular juros, taxas de juros e montantes. Saber resolver problemas ligados as operações financeiras. 22 3.1 Regime de Capitalização Simples O regime de capitalização simples comporta-se como uma progressão aritmética (PA), com juros crescendo linearmente ao longo do tempo. Não existe capitalização de juros neste regime, pois os juros de cada período não são incorporados ao capital para que essa soma sirva de base de cálculo de juros de períodos subsequentes. Portanto, o capital crescerá a uma taxa linear e a taxa de juros terá um comportamento linear em relação ao tempo. É o processo de capitalização no qual ao final de cada período o juro é sempre calculado sobre o capital inicial, ou seja, em cada período o juro é obtido pelo produto do capital inicial pela taxa unitária. Devido ao comportamento linear nos regimes de juros simples, se aplicarmos o capital durante n tempo referente a taxa de juros, o rendimento (Juros) será calculado com base na seguinte fórmula: niCJ ; n: período (prazo) Montante é dado por, niCniCCJCM 1 niCM 1 Exemplo 3.1: Se é investido um capital de 450.000 u.m. durante dois anos a uma taxa anual de 30%. Qual será o valor de juro a ser pago e o Montante? Resolução: Dados: C = 450.000; n = 2 anos; i = 30% a.a. O valor de juros será, 000.270230,0000.4502%30000.450 niCJ O montante será, 000.720000.270000.450 JCM Resposta: O juro será de 270.000 u.m e o montante será de 720.000 u.m. Exemplo 3.2: Qual é o rendimento de 10.000 u.m. aplicados por um mês a taxa simples de 36% a.a. Resolução: Dados: C = 10.000 u.m. ; n = 1 mês; i = 36% a.a.; J =? Como a taxa de juros e o prazo da aplicação da taxa estão em unidades diferentes, deve-se converter para a mesma unidade. Logo, anomêsn 12 1 1 . 300 12 1 36,0000.10 12 1 %36000.10 niCJ u.m Resposta: O rendimento será de 300 u.m. Exemplo 3.3: Dado um capital de 1.000 u.m. remunerados a uma taxa de juros de 10% a.a. os juros apurados ao longo dos cinco anos, os 23 juros acumulados e os montantes estão representados no quadro 3.1. Quadro 3.1 Juros Apurados em Capitalização Simples Ano Juros apurados em cada ano Juros acumulados no ano Montante Inicio do 1º Ano 0 1.000 Fim do 1º Ano 100 100 1.100 Fim do 2º Ano 100 200 1.200 Fim do 3º Ano 100 300 1.300 Fim do 4º Ano 100 400 1.400 Fim do 5º Ano 100 500 1.500 3.1.1 Exercícios de Autoavaliação 1. Se 3.000 u.m. foram aplicados durante cinco meses a uma taxa de 4% ao mês. Determine: a) Os juros recebidos. b) O Montante 2. Qual o valor do juro correspondente a um empréstimo de 3.200 u.m, pelo prazo de 18 meses, sabendo que a taxa cobrada é de 3% ao mês? R: 1.728 u.m. 3. Usando os dados do exemplo 2 calcule o rendimento usando a conversão da taxa de juros para a unidade do período. 4. Quanto tempo deve permanecer aplicado um capital de 1.500 u.m. a uma taxa simples de 1,4 % ao dia para produzir um montante de 1.710 u.m.? R: 10 dias 5. Dado um capital de 2.100 u.m. remunerados a uma taxa de juros de 6% a.a. durante 4 anos, apresente na forma de um quadro como no exemplo 3, apresentando juros apurados em cada ano, juros acumulados e os respectivos montantes. 3.2 Regime de Capitalização Composto Em regime de capitalização composta, os juros produzidos num período serão acrescidos ao valor aplicado e no próximo período também produzirão juros, formando o chamado “juros sobre juros”. A capitalização composta caracteriza-se por uma função exponencial, em que o capital cresce na forma de progressão geométrica. O intervalo após o qual os juros serão acrescidos ao capital é denominado “período de capitalização”; logo, se a capitalização for mensal, significa que a cada mês os juros são incorporados ao capital para formar nova base de cálculo do período seguinte. É fundamental, portanto, que em regime de capitalização composta se utilize a 24 chamada “taxa equivalente”, devendo sempre a taxa estar expressa para o período de capitalização, sendo que o “n” (número de períodos) represente sempre o número de períodos de capitalização. Em economia inflacionária ou em economia de juros elevados, é recomendada a aplicação de capitalização composta, pois a aplicação de capitalização simples poderá produzir distorções significativas principalmente em aplicações de médio e longo prazo, e em economia com altos índices de inflação produz distorções mesmo em aplicações de curto prazo. 3.2.1 Fórmulas em Capitalização Composta O cálculo de juros de capitalização composta é dada pela fórmula: 11 niCJ O cálculo do Montante é dado por: niCM 1 A fórmula da taxa de juros é: 1 1 n C M i O cálculo do período de aplicação em capitalização composta é dada pela fórmula, i C M n 1ln ln Exemplo 3.4: Quanto uma pessoa deve aplicar hoje para ter acumulado um montante de 150.000 u.m. daqui a 12 meses, a uma taxa de juros compostos de 2% ao mês? Resolução: Dados: M = 150.000; n = 12 meses; i = 2% a.m.; C = ? ..9,273.118 02,01 000.150 %21000.1501 12 12 mu CCiCM n Resposta: A pessoa deve aplicar hoje 118.273,9 u.m. Exemplo 3.5: Durante quanto tempo um capital de 1.000 u.m. deve ser aplicado a juros compostos à taxa de 10% ao ano, para resultar em um montante de 1.610,51 u.m. Resolução: Dados: C = 1.000; i = 5% a.a.; M = 1.690; n = ? 5 1,1ln 61051,1ln 1.01ln 61051,1ln %101ln 000.1 51,610.1 ln 1ln ln i C M n Resposta: É necessária uma aplicação em 5 anos. Exemplo 3.6: Considerando o problema apresentado no exemplo no sistema de capitalização simples, temos o quadro 3.2 25 Quadro 3.2 Juros Apurados Com Capitalização Composta Ano Juros apurados em cada ano Juros acumulados no ano Montante Inicio do 1º Ano 0 1.000 Fim do 1º Ano 100 100 1.100 Fim do 2º Ano 110 210 1.210 Fim do 3º Ano 121 331 1.331 Fim do 4º Ano 133,10 464,1 1.464,1 Fim do 5º Ano 146,41 610,51 1.610,51 3.2.2 Exercícios de Autoavaliação 1. Qual é o valor de resgate relativo à aplicação de um capital de 500.000 u.m. por 18 meses, a taxa de juros compostos de 10% ao mês? 2. Um capital de 2.500 u.m. foi aplicado a juros compostos durante quatro meses, produzindo um montante de 3.500 u.m. Qual é a taxa de juros? 3. Determinar os juros produzidos por um capital de 1.000 u.m. aplicado a juros de compostos de 10% ao semestre, capitalizado semestralmente, durante um ano e seis meses. 4. Em que prazo um empréstimo de 55.000 u.m. pode ser quitado por meio de um único pagamento de 110.624,80 u.m. se a taxa de juros composta cobrada for de 15% ao ano? 3.3 Exercícios de Avaliação 1. Os pais da Ana e do Bernardo pretendem dividir hoje pelos seus dois filhos a quantia de 50.000 u.m. de modo que ambos recebam uma quantia igual quando fizerem 20 anos. A Ana tem hoje o dobro da idade do Bernardo. De hoje a dois anos, a Ana terá mais de 14.148,89 u.m. que o irmão, admitindo que as quantias que cada um vai receber hoje serão aplicadas em regime de juro composto a taxa anual efectiva de 10%. Que idade tem actualmente a Ana? 2. Um poupador com certo volume de capital deseja diversificar suas aplicações no mercado financeiro. Para tanto, aplica 60% do capital numa alternativa de investimento que paga 34,2 % ao ano de juros simples pelo prazo de 60 dias. A outra parte é aplicada em uma conta de poupança por 30 dias, sendo remunerada pela taxa de 3,1 % ao mês. O total dos rendimentos auferidos pelo aplicador atinge 1.562,40 u.m. Pede-se calcular o valor de todo o capital investido. (R: 33.527,90 u.m.) 26 3. Um capital C, foi colocado em regime de juro composto, durante n anos, a taxa anual i, sobre esta aplicação apenas se sabe que: - O juro total produzido ao fim de 7 anos é de 356.912,13 u.m. - Se o capital C tivesse sido colocado em regime de juro simples, o juro produzido (apenas) no 4º ano seria de 40.000 u.m. Determine o capital C e a taxa anual i. 4. Um apartamento pode ser comprado à vista por 320.000 u.m. ou pagando-se 20% de entrada mais duas prestações de 170.000 u.m. cada, a primeira para três meses e a segunda para sete meses. a) Calcular a taxa de juros efectiva cobrada no financiamento. (R: 5,98% a.m) b) Se a taxa de juros vigente no mercado para aplicações financeiras for de 2% a.m., qual será a melhor opção de compra? (R: à vista) 5. Um investidor aplicou 1.000 u.m numa instituição financeira que remunera seus depósitos a uma taxa de 5% ao mês, no regime de juros compostos. Mostrar o crescimento desse capital no final de cada mês, a contar da data da aplicação dos recursos, e informar o montante que poderá ser retirado pelo investidor no final do 6ºmês, após a efetivação do último depósito. 6. Se eu quiser comprar um carro no valor de 60.000 u.m, quando devo aplicar hoje para daqui a dois anos possua tal valor? Considerar as seguintes taxas de aplicação (capitalização composta): a) 2,5 % a.m. R: 33.172,52 u.m. b) 10 % a.s. R: 40.980,81 u.m. c) 20 % a.a. R: 41.666,67 u.m. 27 TEMA IV – Relações entre: Juros Simples, Função Afim e Progressão Aritmética e Relações entre: Juro Composto, Função Exponencial e Progressão Geométrica. UNIDADE Temática 4.1 Relações entre Juro simples, Progressão Aritmética e Função Afim. UNIDADE Temática 4.2 Relações entre Juro Composto, Progressão Geométrica e Função Exponencial. UNIDADE Temática 4.3 Exercícios de Avaliação. Introdução A relação dos regimes de Juros e as funções afim e exponenciais, verifica-se que, o regime de juros simples tem um comportamento linear, dai a sua semelhança com a progressão aritmética; o regime de juros compostos tem um comportamento de uma função exponencial, logo associa-se a progressão geométrica. Objectivos do Tema: Objectivos Conhecer a relação de juros simples com a função afim e progressão Aritmética. Perceber a relação existente entre os juros compostos, progressão geométrica e Função exponencial 4.1 Relações Entre: Juros Simples, Função Afim e Progresso Aritmética Exemplo 4.1: Calcular o montante no n-ésimo mês de uma aplicação de 100 u.m. à taxa de 10% ao mês a juros simples. Dados: C = 100; i = 10% Resolução: nCMnCM 1,01%101 28 nnM M M M M o 101001,01100 ... 1303,110031,01100 1202,110021,01100 1101,110011,01100 10001,01100 3 2 1 Os montantes formam uma progressão Aritmética (PA) com o 1º termo igual a Mo=100 e uma razão igual á 10 (M1-Mo=M2-M1=M3- M2=…) e o termo geral é Mn = 100 + 10n Os montantes em relação ao período formam um gráfico linear, como ilustra o gráfico abaixo. 4.1.1 Exercícios de Autoavaliação 1. Dado um capital de 1.000 u.m. remunerados a uma taxa de juros simples de 10% a.a. a) Encontre o montante no n-ésimo ano. b) Represente graficamente os montantes dos primeiros 4 anos. c) Calcule a soma dos juros até o 3º ano. 4.2 Relação entre juros compostos, Função exponencial e progressão Geométrica A relação será demonstrada através do exemplo abaixo apresentado, para uma ilustração das características tanto da progressão geométrica, como da função exponencial. Exemplo 4.2: Calcular o montante no n-ésimo mês de uma aplicação de 100 u.m. à taxa de 10% ao mês a juros compostos. Dados: C = 100; i = 10% a.m 29 Resolução: nn n M M M M M iCM 1,01100 .... 1,1331,01100 1211,01100 1101,01100 1001,01100 1 3 3 2 2 1 1 0 0 Nessa sucessão de termos verifica-se que é uma progressão geométrica (PG), pois tem as seguintes características: 1º Termo é 100, razão é igual à 1,1 ( )1,1 121 1,133 110 121 100 110 e o termo geral é Mn = 100* (1+0,1) n A função Mn = 100*(1+0,1)n é uma função exponencial, por ter a variável como expoente e a base da potencia é diferente de um. Graficamente a função fica assim representada: 4.2.1 Exercícios de Autoavaliação 1. Dado um capital de 1.300 u.m. remunerados a uma taxa de juros de 10% a.a. no regime composto. a) Encontre o montante no n-ésimo ano. b) Represente graficamente os montantes dos primeiros 4 anos. c) Calcule a soma dos juros até o 3º ano. 30 TEMA V - CAPITALIZAÇÕES CONTINUAS. COMPARAÇÕES ENTRE MONTANTES NO REGIME DE CAPITALIZAÇÕES CONTÍNUAS E PERIÓDICAS. UNIDADE Temática 5.1 Capitalizações Continuas. UNIDADE Temática 5.2 Comparação entre Montantes no Regime de Capitalização Contínua e Periódica. UNIDADE Temática 5.3 Exercícios de Avaliação. Introdução A capitalização contínua é uma ferramenta muito usada para avaliação de opções, projectos de investimentos, gerações de lucros da empresa, desgaste de equipamentos e outras situações em que os fluxos monetários se encontram distribuídos uniformemente no tempo. Na prática, muitas situações exigem o uso de capitalização contínua. As empresas recebem e fazem pagamentos muitas vezes durante um dia, padrão este que está mais próximo da suposição de fluxos monetários contínuos uniformemente distribuídos. Objectivos do Tema: Objectivos Saber calcular as taxas de juros equivalentes em capitalização contínua. Saber calcular taxas de juros instantâneas equivalentes a taxa de juros compostos. Saber compara os montantes em diferentes regimes de juros 5.1 Capitalizações contínuas Nos regimes de capitalização simples e composta, os juros são pagos ou recebidos ao final de cada período. O valor, aplicado ou emprestado, é capitalizado e tem aumento a cada intervalo de tempo considerado, sendo este discreto. À diferença dos regimes de capitalização citados é, no regime de capitalização contínua, existe pagamento de juros a cada período infinitesimal de tempo. Com isso, o capital cresce continuamente no tempo à taxa de juro instantânea. Veja, a seguir, os conceitos relativos a este tipo de capitalização, entendendo os procedimentos de cálculos. 31 No regime de capitalização composta, ao investir um determinado capital (C), à taxa de juro (i), pelo período de n anos, obteremos um valor igual a: niCM 1 Se a capitalização ocorrer k vezes ao ano, o valor de resgate será dado por: k k i CM n n 1 Caso o número de capitalizações tenda ao infinito (k ∞), temos o regime de capitalização contínua. Neste caso, o valor de resgate (o Montante) é dado por: nr n eCM Onde: r = taxa de juro instantânea ou contínua. Para calcular a taxa de juro instantânea (r) equivalente a uma dada taxa de juro composta (i), tem-se: ir inenrieie nnrnnr 1ln 1lnln1lnln1 A taxa de juro instantâneo é r = ln (1+i) Exemplo 5.1: Considerando uma taxa de juro de 16% ao ano, no regime de capitalização composta, calcule a taxa instantânea de juro para 30 dias. Resolução: Dados: i = 16% a.a.; n = 30 dias; r = ? ..%84,141484,016,1ln16,01ln%161ln1ln aair Para 30 dias fica: ..%24,10124,0 360 30 1484,0 mar Exemplo 5.2: A partirde uma taxa de juro composta de 2% ao mês, qual é a taxa instantânea de juro ao semestre? Resolução: Dados: i = 2% a.a.; n = 6 meses; r = ? %98,10198,0002,1ln002,01ln%21ln1ln ir ao mês. A taxa de juros no semestre é %88,111188,060198,0 r 5.1.1 Taxas Equivalentes na Capitalização Contínua A razão entre o valor de resgate (M) e valor inicial (C) nos regimes de capitalização contínua e de capitalização composta é dada pelas respectivas fórmulas: Capitalização contínua: rn rn n e C eC C M Capitalização composta: n n n i C iC C M 1 1 111 rrnrn eiieie i = er-1 Exemplo 5.3: Dadas as taxas de juro instantâneas, calcule a taxa de juro composta equivalente. 32 i = er-1 Taxa de juro Instantânea (r) Taxa de juro composta (i) 5% a.m ..%13,5105,0 maei 17% a.a. ..%53,18117,0 aaei 5.2 Comparação Entre Montantes no Regime de Capitalizações Contínuas e Periódicas. Dado o exemplo, em que admitamos uma importância de 2.000 u.m. que pode ser aplicada por 1 ano a taxa de juros composto de 12% a.a. a) Calcule o montante em capitalização contínua. b) Calcule o montante em capitalização composta. Resposta: Dados: C = 2.000; n = 1; i = 12% a) rrnrn eeMeCM 000.2000.2 1 1 Como a taxa de juro é dada pelo regime composto, tem que se converter em taxa de juro instantânea. %19,10119,0012,1ln012,01ln1ln ir Assim sendo, ..94,023.20119,1000.2000.2000.2 0119,01 mueeM r b) ..240.212,1000.212,01000.21 1 muiCM nn Estas duas alíneas mostram os montantes obtidos em capitalizações contínuas e periódicas respectivamente. 5.3 Valor Presente de Capitais Uniformemente Distribuídos Em algumas situações encontradas na análise de investimentos, os fluxos monetários não são devidos ou recebidos em dado instante pontual, mas estão distribuídos ao longo do determinado período. O valor presente é dado pela seguinte expressão: mr e CVP rm1 0 Tal que, VP: Valor presente; C0: Capital distribuído uniformemente; m: período da distribuição; r: taxa de juros Exemplo 5.4: um projecto de irrigação proporcionará um lucro total de 64 milhões u.m. em 20 anos de operação. Calcular o valor actual deste lucro, considerando realização dos lucros em regime de fluxo uniforme e uma taxa contínua equivalente à 33 taxa de juros efectiva discreta de 8% a.a. Resolução: Dados: i = 8%; m = 20; C0 = 64 milhões; VP = ? mr e CVP rm1 0 , a taxa de juros está expressa em juros efectivos. Logo, deve-se calcular a taxa equivalente. ..%696,707696,008,1ln08,01ln1ln aair milhões e mr e CVP rm 66,32 2007696,0 1 64 1 2007696,0 0 5.4 Exercícios de Avaliação 1. Calcular a taxa efectiva ao ano equivalente à taxa efectiva de 15% a.a. 2. Qual é o capital que resulta em um montante de 1000 u.m. quando aplicado por 18 meses à taxa instantânea de 6% a.m. (R: 339,60) 3. Considere que o logaritmo natural de 1,8 é igual a 0,6. Aplicando um capital de 25.000 u.m. a uma taxa de 4% ao mês, com capitalização contínua, verifica-se que o montante, no momento do resgate, é igual a 45.000 u.m. Calcule o período de aplicação. 4. Uma mina de ouro, durante uma vida útil de oito anos, proporcionou receitas operacionais líquidas de 500.000 por mês. A juros contínuos equivalentes à taxa de efectiva de 42,576% a.a. calcular o valor presente da receita total, considerando-a realizada em regime de fluxo uniformemente distribuído. (R: 15.924.809,34) 5. Um capital de 50.000 u.m. foi aplicado a uma taxa semestral i, durante 2 anos, com capitalização contínua, apresentando, no final do período, um montante igual a 200.000 u.m. Utilizando ln2 = 0,69. Calcule i. 6. Nos próximos dez anos, a evolução dos custos operacionais de uma linha férrea deverá aumentar à razão de 2 milhões u.m. por ano. Considerando que o primeiro ano o custo é de 3 milhões u.m., a juros contínuos equivalentes à taxa efectiva de 12% a.a., calcular o valor presente desse custos, supondo que sejam realizados em regime de fluxo uniforme. (R: 60.841.274) 34 TEMA VI - TAXAS DE JUROS: NOMINAIS, PROPORCIONAIS, EFECTIVAS E EQUIVALENTES. UNIDADE Temática 6.1 Taxa Nominal. UNIDADE Temática 6.2 Taxa Efectiva. UNIDADE Temática 6.3 Taxas Proporcionais. UNIDADE Temática 6.4 Taxas Equivalentes. UNIDADE Temática 6.5 Exercício de Avaliação. Introdução Neste tema pretende-se distinguir as diferentes formas que a taxa de juro se apresenta no mercado e como trata-las na matemática financeira. Objectivos do Tema: Objectivos Conhecer os diferentes tipos de taxas e a sua utilização. Entender os conceitos de taxa nominal e taxa efectiva. Perceber os conceitos de taxas proporcionais e taxas equivalentes. Saber resolver problemas de operações financeiras com uso das taxas. 6.1 Taxa de Juros Nominal A taxa de juros nominal é aquela calculada com base no valor nominal. Quando a taxa de capitalização não coincide com aquela a que se refere, denominamos essa taxa de NOMINAL. Por exemplo: juros de 34% ao ano capitalizado mensalmente; ou juros de 36% ao ano capitalizado semestralmente. As taxas nominais tem aplicação em capitalização composta. A taxa nominal é dada pela razão entre juros pagos e o valor nominal do empréstimo. Ou seja: alnoempréstimo pagosjuros alnotaxa min min De um modo geral, a taxa nominal é uma taxa anual. Exemplo 6.1: Supoem-se que um empréstimo de 30.000 u.m. será quitado por meio de um único pagamento de 38.000 u.m. no prazo de um mês. No acto da assinatura do contrato foi paga uma tarifa de 5% 35 cobrada sobre o valor do empréstimo. Calcule a taxa nominal. Como a taxa nominal incide sobre o valor nominal, teremos: ma alnoempréstimo pagosjuros alnotaxa .%67,26 000.30 000.30000.38 min min 6.1.1 Calculo do Montante O montante de um capital aplicado pelo prazo t a uma taxa nominal j com juros capitaslizados k vezes durante o periodo referencial da taxa nominal, o montante será: tk k j CM 1 , onde M: montante; C: capital aplicado; j: taxa de juros nominal; k: número de vezes em que os juros são capitalizados no periodo em que a taxa nominal se refere; t: prazo de aplicação na mesma unidade de tempo da taxa nominal. Ou seja, niCM 1 , onde tkn k j i ; Exemplo 6.2: Qual o montante de um capital de 4.000 u.m., no fim de 3 anos, com juros de 26% ao ano capitalizados trimestralmente? Resolução: Dados: C = 4.000; n = 3 anos; i = 26% a.a.; M =? Os juros de 26% são aplicados em todo ano, precisa-se saber qual será a taxa de juros no trimestre. Sabe-se que o ano tem 4 trimestres, dai que: ..065,0 4 26,0 .%26 4 taiaai A taxa trimestral é igual à 0,065 a.t. n passa para trimestrestn 1243 38,516.8065,1000.4065,01000.41 12124 MiCM n n R: O montante será 8.516,38 u.m. Exemplo 6.3: Se aplicarmos 10.000 u.m. à taxa de 36 % ao ano, capitalizada mensalmente, qual o montante obtido ano final do ano? Resolução: A taxa de 36 % ao ano é nominal, pois seu período que é anual é diferente do período de capitalização que é mensal; logo, considerando a relação entre as unidades de tempo dessas taxas, a taxa efetiva da operação é proporcional a taxa dada, ou seja, como 1 ano = 12 meses , então a taxa efetiva 3 12 36 i % ao mês Portanto o montante S será obtido por: M = 10.000 × (1+ 0,03)12 = 10.000 ×1,42576 ⇒ M = 14.257,60 . Resposta: A taxa nominal é 14.257,60 36 6.2 Taxa Efectiva (if) A taxa efectiva representa a verdadeira taxa cobrada, quando o prazo é igual a capitalização. A taxa efectiva é obtida através da seguinte expressão, k k i if
Compartilhar