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1 2 3 Esta seção apresenta a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC), explica a sua importância e aborda datas importantes para sua criação e implementação. 4 Nossas atividades diárias emitem gases de efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera. As emissões não ficam dentro das fronteiras de um país e contribuem para a mudança do clima que se faz sentir em nível mundial. Portanto, todos os países são afetados, os que emitem grandes quantidades de GEEs e os que não. É preciso um regime global para regular a redução progressiva das emissões de GEE para níveis seguros. Como há apenas uma atmosfera, não importa onde ocorrem essas reduções de emissões. Informações adicionais Atividades produtoras de CO2 incluem a queima de combustíveis fósseis para gerar energia, além do corte e da queima de florestas. As atividades agrícolas e mudanças no uso da terra contribuem para a emissão de metano e óxido nitroso. Processos industriais liberam substâncias químicas artificiais, halocarbonos (CFCS, HFC, PFC) e outros gases de vida longa, como hexafluoreto de enxofre (SF6). (UNEP; UNFCCC. Climate Change Information Kit, 2002, p. 1). Além de regular e reduzir as emissões, um regime global é necessário para apoiar os países em desenvolvimento a se adaptar aos impactos da mudança climática. Esses impactos já são inevitáveis devido à histórica acumulação de GEEs na atmosfera desde o impulso de industrialização do século XIX. 5 Em 1992, como resultado de crescentes evidências científicas relativas à interferência humana no sistema climático, juntamente com a crescente preocupação pública sobre questões ambientais globais, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) foi adotada como base para uma resposta global ao problema da mudança climática. Atualmente, a UNFCCC conta com 195 partes, 194 Estados e uma organização regional de integração econômica (a União Europeia) (consulte o site da UNFCCC para ver a lista completa de membros). Informações adicionais A UNFCCC oferece um regime global para o enfrentamento da mudança climática. No entanto, como uma convenção-quadro, apenas define as obrigações básicas para enfrentar e combater as mudanças climáticas, deixando compromissos vinculantes específicos para outros instrumentos legais. Por exemplo, a Convenção é complementada pelo Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, e estabelece objetivos legalmente vinculantes relativos à redução de GEEs por países industrializados. A principal distinção entre o Protocolo e a Convenção é que, enquanto a Convenção incentiva os países industrializados a estabilizar as emissões de GEE, com o Protocolo, eles têm o compromisso de fazê-lo. Reconhecendo que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelos altos níveis atuais de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, como resultado de mais de 150 anos de atividade industrial, o Protocolo coloca sobre eles uma carga mais pesada, sob o princípio das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. 6 As decisões tomadas pelas partes da UNFCCC afetam a ação de enfrentamento da mudança do clima em todos os níveis, desde o global até o nacional e o local. No entanto, a UNFCCC é muito mais do que um instrumento jurídico. É o fórum internacional mais importante para lidar com a mudança climática e permite o intercâmbio de informações entre as partes e os interessados, além de promover cooperação e parcerias. As negociações são conduzidas principalmente entre as partes, mas, muitas vezes, são influenciadas por outros atores, em particular, pela Conferência das Partes (Conference of the Parties – COP), de frequência anual, com a participação de inúmeros representantes de organizações não governamentais e alta visibilidade da mídia mundial. 7 A campanha “tck tck tck” foi lançada pelo Global Humanitarian Forum, em parceria com uma série de outras ONGs. No período que antecedeu a Conferência sobre Mudança do Clima de 2009, em Copenhague, a iniciativa produziu uma música que visava a sensibilizar a opinião pública sobre o impacto da mudança climática e pressionar os líderes mundiais a chegarem a um acordo universal e ambicioso em Copenhague. A versão especialmente regravada de “Beds are burning”, de Midnight Oil, apresenta mais de sessenta artistas de todo o mundo e ilustra o envolvimento de ONGs e indivíduos nas negociações internacionais sobre o clima. 8 Desde a década de 1930, descobertas científicas alertavam sobre o aumento das emissões de CO2 e que esse aumento resultava de atividades antrópicas (humanas). Os cientistas também alertaram que tais aumentos nas emissões de CO2 contribuíam para um aquecimento da atmosfera global para além do efeito estufa “natural”. Em 1990, o Primeiro Relatório de Avaliação do IPCC confirmou que as mudanças climáticas induzidas pelas atividades humanas eram reais e constituíam uma ameaça. Consequentemente, o trabalho do Painel tem influenciado o processo de negociações sobre mudança climática. Dois anos mais tarde, em 1992, foi adotada a Convenção-Quadro das Nações Unidas. Informações adicionais Em 1979, foi realizada a Primeira Conferência Mundial do Clima, em Genebra. E foi a primeira vez que foram apresentadas, no âmbito internacional, evidências científicas sobre a influência das atividades humanas no clima global. Em meados de 1980, mais evidências científicas e a crescente preocupação pública impulsionaram a questão da interferência humana no sistema climático na agenda política. Governos concluíram que era preciso um órgão imparcial e independente para resolver essa questão, o que levou à criação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC), em 1988. Em 1988, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) abordou, pela primeira vez, a questão da mudança climática e adotou uma resolução sobre a “Proteção do clima global para gerações presentes e futuras”. O IPCC foi encarregado de compilar uma revisão abrangente sobre o estado do conhecimento da ciência da mudança climática e de fornecer recomendações sobre os impactos sociais e econômicos da mudança climática. O IPCC também foi incumbido de identificar possíveis estratégias de resposta. Em 1990, o Primeiro Relatório de Avaliação do IPCC foi publicado. O IPCC e uma declaração ministerial da Segunda Conferência Mundial do Clima convocaram um tratado global para abordar o problema da mudança climática induzida pelos seres humanos. A Assembleia Geral da ONU lançou formalmente as negociações sobre uma convenção-quadro que foram conduzidas por uma reunião do comitê intergovernamental de negociação (intergovernmental negotiating committee – INC) pela primeira vez em 1991. Quinze meses depois, o INC adotou a UNFCCC por consenso. Consulte o site da UNFCCC para ver um breve resumo das decisões importantes da COP. 9 Esta seção apresenta os principais objetivos e princípios orientadores da UNFCCC. Também traça um panorama dos diferentes grupos de partes e suas respectivas responsabilidades e compromissos, bem como os principais órgãos e parceiros associados à Convenção. 10 O objetivo principal da UNFCCC é impedir uma interferência antrópica perigosa no sistema climático, por meio da estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. A Convenção não lista os GEEs que precisam ser regulamentados. Essa lista pode ser encontrada no Protocolo de Quioto. A Convenção somente faz referência ao dióxido de carbono (CO2) e a “outros gases não controlados pelo Protocolo de Montreal”. O nível de estabilização dos GEEs que impediria uma interferência antrópica perigosa no sistema climático também não foi determinadono momento da negociação da Convenção. Esse nível foi determinado apenas em 2009, durante a COP 15, em Copenhague, quando o Acordo de Copenhague reconheceu “a visão científica de que o aumento da temperatura global deve estar abaixo de 2 graus Celsius”. 11 A Convenção reconhece que, no passado, diferentes países emitiram diferentes quantidades de GEEs. A UNFCCC mantém um mapa interativo que mostra o total de emissões de GEE dos países do Anexo I em diferentes períodos de tempo, além de incluir perfis de países. O World Research Institute (WRI) também criou uma ferramenta interativa, CAIT, para visualizar o histórico de emissões, incluindo dados de todos os países. Nota: Os mapas exibidos no site do WRI são apenas para referência e não implicam qualquer juízo sobre o status jurídico de qualquer território, nem endosso ou aceitação de tais fronteiras. Informações adicionais O preâmbulo da Convenção faz menção a emissões históricas. “Observando que a maior parcela das emissões globais, históricas e atuais, de gases de efeito estufa é originária dos países desenvolvidos, que as emissões per capita dos países em desenvolvimento ainda são relativamente baixas e que a parcela de emissões globais originárias dos países em desenvolvimento crescerá para que eles possam satisfazer suas necessidades sociais e de desenvolvimento”. (UNFCCC, 1992). 12 Mitigação e adaptação são as duas respostas gerais adotadas pela Convenção para enfrentar a mudança climática. A mitigação da mudança climática e seus impactos constituem a essência do objetivo da Convenção. Inicialmente, a adaptação não recebeu tanta atenção quanto a mitigação no processo da UNFCCC, no entanto, desde o ajuste do Marco de Adaptação de Cancún (Cancun Adaptation Framework – CAF), em 2010, os objetivos de adaptação foram definidos no mesmo nível dos de mitigação. Informações adicionais A mitigação não está definida na Convenção, mas geralmente se refere à implementação de ações destinadas a reduzir as emissões de GEEs, bem como preservar e fortalecer sumidouros e reservatórios de GEEs. Exemplos incluem o uso de combustíveis fósseis de forma mais eficiente nos processos industriais ou na geração de energia elétrica; a mudança para energia solar ou eólica; a melhoria do isolamento dos edifícios; bem como a expansão de florestas e outros “sumidouros” para remover grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera. A adaptação tampouco está definida na Convenção, mas vários artigos fazem referência a esse conceito. O IPCC define adaptação como: “o processo de ajusteo ao clima presente ou futuro e seus efeitos. Em sistemas humanos, a adaptação visa a moderar danos ou explorar oportunidades benéficas. Nos sistemas naturais, a intervenção humana pode facilitar a adaptação ao clima esperado e seus efeitos”. (IPCC. Fifth Assessment Report, 2013). 13 Tanto a Convenção quanto o Protocolo de Quioto listam uma longa série de princípios que orientaram sua elaboração e seu funcionamento. Informações adicionais O princípio da equidade orienta as partes a proteger o sistema climático para as gerações presentes (equidade intrageracional) e futuras (equidade intergeracional). Ao mesmo tempo, a Convenção estabelece o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, que reflete a ideia de que as responsabilidades das partes, no sentido de responder à mudança climática, devem ser compartilhadas com base tanto em contribuições históricas quanto atuais para o problema, bem como na capacidade de responder ao problema. Esse princípio tem várias aplicações na Convenção e os países desenvolvidos devem assumir a liderança na resposta à mudança climática. Da mesma forma, o artigo 3º estabelece que se dedique total consideração às necessidades e às circunstâncias especiais dos países em desenvolvimento. De acordo com princípio da precaução, a falta de certeza científica não deve impedir que as partes tomem medidas cautelares, se houver probabilidade de danos graves ao meio ambiente. Outros princípios orientadores se concentram na importância do direito ao desenvolvimento sustentável e no dever das partes da Convenção de cooperar para promover um sistema econômico internacional favorável e aberto, que leve a crescimento e desenvolvimento sustentáveis de todas as partes, especialmente partes que são países em desenvolvimento. (UNEP; UNFCCC. Climate Change Information Kit, 2002, p. 18). 14 Os compromissos entre as partes são partilhados de acordo com seus diferentes níveis de desenvolvimento econômico. Os anexos da Convenção refletem a classificação dos países e suas responsabilidades correspondentes. Os países do Anexo I são, em sua maioria, países desenvolvidos, incluindo a União Europeia. Os países do Anexo II são um subconjunto do Anexo I e são altamente desenvolvidos. Os países com economias em transição (EITs) não fazem parte do grupo do Anexo II. Estes são principalmente países da Europa Central, do Leste Europeu e da antiga União Soviética, alguns dos quais agora são membros da União Europeia. (UNFCCC. The First Ten Years, 2004, p. 15). As partes não incluídas no Anexo I nem no Anexo II são classificadas como partes Não Anexo I e são, em sua maioria, países em desenvolvimento. (Site da UNFCCC). 15 No contexto das negociações sobre o clima, as partes trabalham por meio de diferentes agrupamentos de partes, que melhor representem seus interesses. Os países em desenvolvimento, por exemplo, geralmente trabalham por meio do Grupo dos 77 para estabelecer posições comuns de negociação. Entre as partes Não Anexo I, 48 são classificadas como países menos desenvolvidos (PMDs) pelas Nações Unidas e recebem atenção especial no âmbito da Convenção em virtude da sua limitada capacidade de resposta à mudança climática e de adaptação a seus efeitos adversos. Esse grupo de países tem se tornado cada vez mais ativo no processo da agenda sobre mudança climática, muitas vezes trabalhando em conjunto para defender seus interesses particulares, por exemplo, no que diz respeito à vulnerabilidade e à adaptação à mudança climática. A Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Alliance of Small Island States – AOSIS) é uma coalizão de cerca de 43 pequenos países insulares e de baixa altitude, em sua maioria membros do G-77, que são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar. Os 28 membros da União Europeia se reúnem em privado para acordar posições comuns de negociação. Como organização de integração econômica regional, a União Europeia em si pode ser, e é, parte da Convenção. No entanto, não tem voto separado de seus membros. O Grupo Guarda-Chuva é uma coalizão de países desenvolvidos não membros da UE, formado após a adoção do Protocolo de Quioto. Embora não haja uma lista formal, normalmente o Grupo é composto por Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Federação Russa, Ucrânia e Estados Unidos. O Grupo de Integridade Ambiental (Environmental Integrity Group – EIG), formado em 2000, compreende México, Liechtenstein, Mônaco, Coreia do Sul e Suíça. (Site da UNFCCC). 16 Todas as partes da Convenção aceitam uma série de compromissos gerais. O artigo 4o lista compromissos a serem honrados por todas as partes, tendo em conta suas responsabilidades comuns, mas diferenciadas, bem como suas prioridades, seus objetivos e as circunstâncias específicas de desenvolvimento nacional e regional. UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 23 17 A Convenção não impõe às partes metas legalmente vinculantes de redução de emissões. No entanto, o artigo 4.2 (b) prevê uma primeira meta quantificada para países do Anexo I, em que as partes devem visar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa aos níveis de 1990. Partes do Anexo I também devem apresentar regularmente comunicações nacionais, relatórios bienais (biennialreports – BR) e inventários de GEE anuais à Conferência das Países (COP). Além de reduzir suas emissões, as partes do Anexo II também têm a obrigação de fornecer recursos técnicos e financeiros aos países em desenvolvimento e de prestar assistência a países em desenvolvimento particularmente vulneráveis para que cubram os custos de adaptação. Países Não Anexados também são solicitados a informar à COP seus esforços de mitigação e adaptação e a enviar relatórios bienais de atualização (biennial update reports – BURs) nacionais. No entanto, têm menos obrigações específicas em termos do cronograma e do conteúdo que apresentam e podem contar com o apoio de outras partes. 18 A COP é o órgão supremo da Convenção e a mais alta autoridade de tomada de decisão. A COP também é responsável por analisar a implementação da Convenção e seus instrumentos legais relacionados. Reúne-se anualmente e serve também como instância para a Reunião das Partes do Protocolo de Quioto (Conference of the Parties serving as Meeting of the Parties to the Kyoto Protocol – CMP). A UNFCCC estabelece dois Órgãos Subsidiários permanentes (Subsidiary Bodies – SBs) para apoiar o trabalho da COP e da CMP (ver slides seguintes). Informações adicionais O Secretariado de Mudança Climática fornece suporte organizacional e conhecimentos técnicos para as negociações e facilita o fluxo de informações sobre a aplicação da Convenção. Órgãos sob a Convenção incluem: O Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre o Acordo de Paris (Ad Hoc Working Group on the Paris Agreement – APA), anteriormente o Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Plataforma de Durban para Ação Reforçada (Ad Hoc Working Group on the Durban Platform for Enhanced Action – ADP) (ver seção 5), o Comitê de Adaptação (Adaptation Committee – AC), a Comissão Permanente de Finanças (Standing Committee on Finance – SCF) , o Comitê Executivo do Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos, o Comitê de Paris sobre Desenvolvimento de Capacidades e o Mecanismo de Tecnologia. Os grupos de peritos no âmbito da Convenção são: Grupo Consultivo de Peritos sobre Comunicações Nacionais das Partes não incluídas no Anexo I da Convenção (Consultative Group of Experts on National Communications – CGE) e o Grupo de Peritos dos Países Menos Desenvolvidos (Least Developed Country Expert Group – LEG). O Grupo de Peritos em Transferência de Tecnologia foi descontinuado em 2011. 19 A principal função do Órgão Subsidiário de Assessoramento Científico e Tecnológico (Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice – SBTSA) é assessorar a COP e a CMP com relação a assuntos científicos e tecnológicos. O SBSTA desempenha um papel importante ao fazer a conexão entre informações científicas fornecidas por fontes especializadas, como o IPCC, por um lado, e as necessidades orientadas pelas políticas da COP, por outro. Trabalha em estreita colaboração com o IPCC, por vezes, ao solicitar do IPCC informações específicas ou relatórios, e também colabora com outras organizações internacionais relevantes que compartilham o objetivo comum de desenvolvimento sustentável. (Site da UNFCCC e UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 34). Informações adicionais As principais áreas de trabalho do SBSTA são: • impactos, vulnerabilidade e adaptação à mudança climática; • emissões por desmatamento e degradação florestal nos países em desenvolvimento; • promover o desenvolvimento e a transferência de tecnologias amigáveis ao meio ambiente; e • realizar trabalho técnico para melhorar as diretrizes de elaboração e revisão de inventários de emissões de GEE das partes do Anexo I. O SBSTA realiza trabalhos metodológicos no âmbito da Convenção e do Protocolo de Quioto, bem como promove a colaboração em matéria de pesquisa e observação sistemática do sistema climático. A foto mostra Richard Muyungi, ex-presidente do SBSTA, e Christiana Figueres, secretária executiva da UNFCCC, na COP 18, em Doha. 20 A principal função do Órgão Subsidiário de Implementação (Subsidiary Body for Implementation – SBI) é ajudar a COP em questões relacionadas à implementação da Convenção, incluindo o exame das comunicações e dos inventários apresentados pelas partes e também a assistência financeira para as partes Não Anexo I. O SBI tem feito uma transição em direção a funções de monitoramento, revisão e verificação (MRV). O SBSTA e o SBI trabalham em questões transversais, incluindo, entre outros, o desenvolvimento de capacidades, o tema da vulnerabilidade dos países em desenvolvimento à mudança climática e medidas de resposta, assim como mecanismos do Protocolo de Quioto. Os dois órgãos também tratam em conjunto das principais questões políticas, tais como a análise da adequação da meta global de longo prazo para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais. (Site da UNFCCC e UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 35). 21 Para que a Convenção consiga tomar as medidas mais adequadas para mitigar a mudança climática, é essencial que tenha os dados mais precisos, consistentes e comparáveis sobre as emissões de GEE. Portanto, um dos compromissos de todas as partes é elaborar inventários nacionais de GEE e apresentar relatórios regulares à Conferência das Partes com informações sobre a implementação da Convenção. São as chamadas “comunicações nacionais” (CN) e reúnem todas as informações relevantes sobre as mudanças climáticas, o inventário de GEE, vulnerabilidade e medidas de adaptação, medidas de mitigação, desenvolvimento de capacidades, necessidades de tecnologia e muito mais. Em muitos países, as CNs e seu processo abriram avenidas para integrar a mudança climática ao planejamento e às políticas de desenvolvimento, bem como identificaram projetos concretos para reduzir as emissões de GEE e de adaptação à mudança climática, entre outros. As CNs das Países do Anexo I são apresentadas, aproximadamente, a cada quatro anos. Na COP 17, em Durban, foi decidido que a partir de dezembro 2014 as Países do Anexo I também devem apresentar relatórios bienais e as Países Não Anexados são convidadas a apresentar Relatórios Bienais de Atualização (Biennial Update Reports – BURs). Informações adicionais As CNs devem ser periodicamente atualizadas e disponibilizadas à COP. Devido à qualificação das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, partes do Anexo I e partes Não Anexo I têm diferentes cronogramas para a apresentação das CNs (a cada quatro anos para países do Anexo I e flexível para as partes Não Anexo I). O GEF disponibiliza financiamento e orientações aos países Não Anexo I para a elaboração de CNs e BURs. Veja detalhes no site da UNFCCC. As comunicações nacionais das partes do Anexo I passam por detalhada revisão de equipe internacional de especialistas, coordenada pelo Secretariado da UNFCCC. As comunicações nacionais das partes Não Anexo I não estão sujeitas a essa revisão, mas são consideradas por um grupo de peritos criado pelo SBI. 22 O site da UNFCCC inclui um banco de dados de comunicações nacionais que fornecem um bom panorama da situação em diferentes países no que diz respeito a mitigação, adaptação, políticas, tecnologia, educação e formação, finanças relacionados à mudança climática e muito mais. 23 Cada parte da UNFCCC deve designar um ponto focal nacional. O ponto focal nacional serve como o primeiro ponto de contato em um país para comunicações relativas à UNFCCC. Algumas partes designaram também pontos focais nacionais para o artigo 6º da Convenção, que trata de educação, treinamento e sensibilização do público, de acordo com o programa de trabalho de Nova Déli. (UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 130). 24 Esta seção apresenta o Protocolo de Quioto e sua relevância. Explica quais gases de efeito estufa são regulados no âmbito do Protocolo e descreve os dois períodos de compromisso de mitigação(2008-2012 e 2013-2020). Ao final da seção, apresenta-se uma breve introdução aos mecanismos estabelecidos pelo Protocolo para facilitar a redução de emissões e as principais características do sistema de contabilidade e conformidade. 25 Quando as partes adotaram a UNFCCC, sabiam que os compromissos assumidos na Convenção não seriam suficientes para mitigar a mudança climática. Uma nova rodada de negociações para decidir sobre um novo instrumento com compromissos mais fortes foi lançada no âmbito do Mandato de Berlim, na COP 1. Esse novo instrumento era para suplementar e fortalecer a Convenção. Após 18 meses de negociações, o Protocolo de Quioto foi adotado em 11 de dezembro de 1997 e entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Atualmente, 191 Estados e uma organização regional de integração econômica são Partes no Protocolo de Quioto. 26 O Protocolo de Quioto compartilha do objetivo e dos princípios primordiais da Convenção, mas a principal distinção é que ele estabelece metas juridicamente vinculantes para partes do Anexo I sobre a limitação ou a redução de suas emissões de GEE em determinado período de compromisso. O Protocolo de Quioto também fornece suporte para a mitigação e a adaptação nos países em desenvolvimento e em economias em transição. 27 O Anexo A do Protocolo de Quioto estabelece os GEEs regulados. A Emenda de Doha acrescentou um sétimo gás a essa lista, o trifluoreto de nitrogênio (NF3), que se aplica ao segundo período de compromisso. 28 O Anexo A também lista os setores/fontes nos quais os GEEs do Anexo I não podem exceder o nível permitido de emissões, incluindo: • setor de energia (subsetores: queima de combustíveis – indústrias de energia, indústrias de manufatura e construção, transportes e outros setores; emissões fugitivas de combustíveis –, combustíveis sólidos, óleos e gás natural e outros); • processos industriais (subsetores: produtos minerais, indústria química, produção de metal, outras produções, produção de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, outros); • uso de solventes e outros produtos; • agricultura (subsetores: fermentação entérica, gestão de estrume animal, cultivo de arroz, solos agrícolas, queima prescrita de savanas, queima de resíduos agrícolas, outros); e • resíduos (subsetores: eliminação de resíduos sólidos no solo, tratamento de águas residuais, a incineração de resíduos, outros). Emissões e remoções de uso da terra, mudança do uso da terra e florestas (Land Use, Land Use Change and Forestry – LULUCF) são excluídos, uma vez que são tratados de forma diferente das emissões de outros setores. (UNITAR. Climate Change Diplomacy: negotiating effectively under the UNFCCC, module II, 2013, p. 58). 29 Durante o primeiro período de compromisso (2008-2012), as partes do Anexo I concordaram em reduzir suas emissões de GEE em uma média de pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990. As emissões dos gases regulamentados incluídas no Anexo A são medidas em emissões equivalentes de CO2. O Anexo B estabelece metas específicas de emissões (“obrigações quantificadas de limitação e redução das emissões” – Quantified Emissions Limitation and Reduction Obligation – QELRO) para cada parte do Anexo I. Essas metas de emissões são formuladas em percentagem e definidas em relação às emissões de gases de efeito estufa de cada parte em um ano de referência específico, chamado “ano base”. Para a maioria das partes, o ano base é 1990. (UNITAR. Climate Change Diplomacy: negotiating effectively under the UNFCCC, module II, 2013, p. 58; UNFCCC. Kyoto Protocol Reference Manual on Accounting of Emissions and Assigned Amount, 2008, p. 13). Informações adicionais As partes do Anexo I têm um nível permitido de emissões chamado de “quantidade atribuída” (Assigned Amount – AA). A quantidade atribuída para o primeiro período de compromisso é calculada multiplicando-se as emissões de GEE no ano base da parte, por sua meta de emissões, por cinco (para os cinco anos do período de compromisso). As AAs podem ser expressas em unidades individuais, chamadas Unidades de Quantidade Atribuída (Assigned Amount Units – AAU); cada unidade representa a licença de emitir uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (tCO2eq). 30 Em dezembro de 2012, em Doha, Qatar, foi adotada a “Emenda de Doha ao Protocolo de Quioto”. A alteração estabelece um segundo período de compromisso: de 1o de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2020. Nesse período de oito anos, as partes do Anexo I se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990. A composição das partes no segundo período de compromisso não é a mesma do primeiro período de compromisso. Informações adicionais Os recém-incluídos no segundo período de compromisso são: Bielorrússia, Chipre, Cazaquistão e Malta. Canadá, Japão, Nova Zelândia e Rússia participam no primeiro período de compromisso de Quioto, mas não assumiram novas metas no segundo período. Na COP 21, 60 países ratificaram a Emenda. São necessários 144 instrumentos de aceitação da Emenda para a sua entrada em vigor. 31 Os três mecanismos de redução de emissões estabelecidos pelo Protocolo de Quioto criam flexibilidade para que as partes do Anexo I cumpram suas obrigações no âmbito do Protocolo. A Implementação Conjunta (Joint Implementation – JI) permite que partes do Anexo I implementem projetos de redução de emissões em outras partes do Anexo I, e usem as unidades de redução de emissões correspondentes (emission reduction units – ERU) para o cumprimento das metas de Quioto. Esse mecanismo fornece uma alternativa para a redução das emissões no âmbito nacional. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) permite que partes do Anexo I invistam em projetos de desenvolvimento sustentável em países Não Anexo I. O terceiro mecanismo, o Comércio de Emissões, confere às partes do Anexo I a possibilidade de adquirir créditos de carbono, AAUs, de outras partes do Anexo I que tenham AAUs não utilizadas por já terem ultrapassado seus compromissos assumidos no Protocolo de Quioto. Esses mecanismos continuarão no segundo período de compromisso. Informações adicionais Na COP 18 (Doha, 2012), as partes decidiram que os Mecanismos de Mercado do Protocolo de Quioto irão continuar durante o segundo período de compromisso. As AAUs excedentes, também conhecidas como “hot air”, do primeiro período de compromisso podem ser transferidas para o segundo período de compromisso sob as regras atuais do Protocolo de Quioto. No entanto, durante a COP foram tomadas 18 medidas para limitar o comércio das emissões excedentes – hot air –, quando os países assinaram uma declaração em que expressamente declaram que não irão negociar as AAUs excedentes e irão colocá-las em reserva. 32 É necessário que haja contabilização exata das emissões e AAs de cada parte do Anexo I para determinar se a parte está em conformidade com os compromissos assumidos no Protocolo de Quioto. Dois fluxos de informação paralelos contribuem para o sistema de contabilidade do Protocolo de Quioto: inventários de GEE e informaçõessobre AAs. Para preparar seus inventários nacionais de GEE, as partes precisam estabelecer e manter um sistema nacional para estimativa de emissões antrópicas por tipo de fonte e remoções por tipo de sumidouro. As partes também são obrigadas a estabelecer um registro nacional para rastrear suas detenções e transações de unidades de Quioto. Os dados de inventário de GEE e as informações sobre AAs são, então, incluídos em relatórios nacionais e passam por rigorosos procedimentos de revisão e conformidade e, depois disso, são registrados como oficiais. O Protocolo de Quioto estabeleceu um comitê de conformidade para determinar os casos de não conformidade(UNFCCC. Kyoto Protocol Reference Manual on Accounting of Emissions and Assigned Amount, 2008, p. 20). 33 Os órgãos no âmbito do Protocolo de Quioto incluem: • A Conferência das Partes (CMP), que serve como Reunião das Partes do Protocolo de Quioto e se reúne, anualmente, concomitantemente à COP. Partes da Convenção que não são partes do Protocolo somente podem participar da CMP como observadores. • O Comitê de Conformidade, constituído por duas ramificações: um ramo facilitador e um ramo de cumprimento. Como seus nomes sugerem, o ramo facilitador visa a proporcionar assessoria e assistência às partes a fim de promover a conformidade, enquanto o ramo de cumprimento tem a responsabilidade de determinar consequências para as partes que não cumprem seus compromissos. • O Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (Executive Board of the Clean Development Mechanism – CE-MDL), o Comitê de Fiscalização da Implementação Conjunta (Joint Implementation Supervisory Committee – JISC) e o Conselho do Fundo de Adaptação (Adaptation Fund Board – AFB). (Site da UNFCCC) 34 Esta seção fornece uma visão geral das principais questões e linhas de negociação no âmbito da Convenção, incluindo adaptação, mitigação, finanças, tecnologia e capacitação. 35 Vários quadros e programas no âmbito da UNFCCC prestam apoio a países em desenvolvimento para que se adaptem aos impactos das mudanças climáticas. Um desses programas é o Programa de Trabalho de Nairóbi sobre adaptação e vulnerabilidade (Nairobi Work Programme on adaptation and vulnerability – NWP), adotado em Montreal, em 2005. O NWP auxilia partes da UNFCCC, em particular os países em desenvolvimento, países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento, na melhoria de sua compreensão e avaliação dos impactos da mudança climática, vulnerabilidade e adaptação, assim como na tomada de decisões embasadas em medidas e ações de adaptação adequadas. Ao adotarem o Marco de Adaptação de Cancún (Cancun Adaptation Framework – CAF), em 2010, as partes afirmaram que a adaptação precisa do mesmo apoio que a mitigação. Como parte do CAF, o Mecanismo de Varsóvia para Perdas e Danos é o órgão da Convenção que tem como objetivo fortalecer o conhecimento, a cooperação internacional e a aplicação de abordagens para reduzir perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática nos países em desenvolvimento mais vulneráveis. Os Programas Nacionais de Ação de Adaptação (National Adaptation Programmes of Action – NAPAs) apoiam o planejamento nacional da adaptação em países menos desenvolvidos. Os Planos Nacionais de Adaptação se baseiam nos NAPAs e permitem que as partes identifiquem e tratem necessidades de adaptação de médio e longo prazo. Para obter informações mais detalhadas sobre a adaptação à mudança climática, veja o Módulo 3. 36 A COP 20 convidou as partes a apresentarem seus NAPs na plataforma hospedada no site da UNFCCC, a Central NAP. É um repositório universalmente acessível por meio da internet e também configure como central de Programas Nacionais de Adaptação e quaisquer documentos relacionados ao processo de formulação e implementação. Promove o compartilhamento de melhores práticas e lições aprendidas. Informações adicionais Na COP 17, as partes estabeleceram o processo NAP com o objetivo de ajudar os países menos desenvolvidos a reduzir sua vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas, por meio da construção de capacidade adaptativa e resiliência, além de facilitar a integração da adaptação à mudança climática ao planeamento do desenvolvimento. A COP concordou que o planejamento para a adaptação no âmbito de país deve se basear em prioridades identificadas no nível nacional, e que deve ser coordenado com objetivos, planos, políticas e programas nacionais de desenvolvimento sustentável. A fim de apoiar a elaboração de planos de ação nacionais, o Grupo de Peritos de Países Menos Desenvolvidos da UNFCCC desenvolveu orientações técnicas enquadradas em torno dos quatro elementos do processo NAP: estabelecer as bases e preencher lacunas; elementos preparatórios; estratégias de implementação; e relatórios, monitoramento e revisão (UNFCCC. Least Developed Countries Expert Group. National Adaptation Plans: technical guidelines for the national adaptation, 2012). 37 Nos termos da Convenção, a mitigação cobre uma variedade de temas e linhas de trabalho. A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation – REDD), por exemplo, oferece incentivos para os países em desenvolvimento reduzirem as emissões de áreas de florestas e investirem no desenvolvimento de baixo carbono, além de reforçar, simultaneamente, os meios de subsistência. O REDD+ expande o escopo do REDD e inclui o papel da conservação, do manejo florestal sustentável e do aumento dos estoques de carbono florestal. O uso da terra, mudança do uso da terra e florestas (LULUCF) é um setor de emissões no âmbito do Protocolo de Quioto. Abrange as emissões e as remoções de gases de efeito estufa resultantes de atividades de uso da terra e mudanças do uso da terra induzidas pelo ser humano, e atividade florestais nos países desenvolvidos. As Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas (Nationally Appropriate Mitigation Actions – NAMAs) são políticas e ações voluntárias para reduzir as emissões de GEE empreendidas pelos países em desenvolvimento. Nos termos da Convenção, as partes concordaram em submeter à Conferência das Partes (COP) relatórios nacionais sobre a implementação da Convenção (veja também a seção 2 deste Módulo). Para obter informações mais detalhadas sobre a mitigação da mudança climática, veja o Módulo 4. 38 A Plataforma Web do REDD hospedada pelo Secretariado da UNFCCC, fornece informações relativas à redução de emissões por desmatamento e degradação florestal nos países em desenvolvimento. Os tópicos abordados incluem: • Desenvolvimento de capacidades • Atividades de demonstração • Vetores de desmatamento e de degradação florestal • Financiamento • Monitoramento de florestas • Níveis de referência de florestas e níveis de referência de emissões de florestas • Orientações do IPCC • Metodologias e ferramentas • Sensoriamento remoto • Salvaguardas Para mais detalhes sobre REDD+, consulte REDD e-Academy, que também está disponível na plataforma UN CC:e-Learn. 39 Os países em desenvolvimento precisam de assistência financeira para apoiar suas atividades tanto de mitigação quanto de adaptação. Na COP 15 (Copenhague, 2009), países desenvolvidos se comprometeram a providenciar recursos novos e adicionais, chegando a US$ 30 bilhões para o período 2010-2012 (com repartição equilibrada entre mitigação e adaptação). Esse compromisso coletivo é conhecido como “fast-start finance”, financiamento para início rápido. O financiamento de longo prazo se refere ao compromisso de expandir, até 2020, o financiamento climático para US$ 100 bilhões por ano a partir de fontes públicas, privadas e alternativas. Para obter informações mais detalhadas sobre financiamento para mudança climática, veja o Módulo 5. 40 O Portal de finanças para mudança climática apresenta informações sobre os recursos financeiros disponibilizados para as partes Não Anexo I da UNFCCC, incluindo: • informações comunicadas por partes do Anexo II sobre a provisão de recursos financeiros; • informações apresentadas pelas partes países desenvolvidos quanto aos recursos disponíveis para atingir seus compromissos, incluindo as formas como as partes em desenvolvimento acessam esses recursos; e • informações sobre os fluxos financeiros canalizados, mobilizados e alavancados pelo GEF em seu papel como entidade operacional do mecanismo financeiro da UNFCCC.41 A Convenção prevê transferência de tecnologia dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento para apoiar medidas de mitigação e adaptação. O Programa Estratégico de Poznan de Transferência de Tecnologia foi adotado na COP 14 (Poznan, 2008) com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento na adoção de tecnologias ambientalmente sustentáveis. Na COP 16 (Cancún, 2010), as partes da Convenção estabeleceram o Mecanismo de Tecnologia para facilitar a implementação de ação reforçada no desenvolvimento e na transferência de tecnologia. Sob orientação da COP, um Comitê Executivo de Tecnologia e o Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology Center and Network – CTCN) foram estabelecidos para facilitar a implementação do Mecanismo de Tecnologia. A Câmara de Tecnologia da Informação (TT: Clear) é um sistema de informação tecnológica que oferece uma gama de informações, incluindo um inventário de tecnologias verdes, projetos de desenvolvimento e transferência de tecnologia. 42 O Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology Centre and Network – CTCN) é o braço operacional do Mecanismo de Tecnologia da UNFCCC. Sua missão é: • construir ou fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento para identificação das necessidades de tecnologia; • facilitar a elaboração e a implementação de projetos e estratégias de tecnologia para apoiar ações de mitigação e adaptação; e • melhorar o desenvolvimento de baixa emissão e resiliente ao clima. O CTCN é hospedado e gerenciado pelo PNUMA em colaboração com a Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) e conta com o apoio de 11 centros de excelência localizados em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O CTCN está localizado em Copenhague, Dinamarca. 43 O processo da UNFCCC analisa formas de apoiar os países em desenvolvimento e países com economias em transição no desenvolvimento de suas capacidades para adaptação e mitigação. Os Quadros de Desenvolvimento de Capacidades, adotados na COP 7 (Marrakech, 2001), fornecem uma base de ação para atividades relacionadas ao desenvolvimento de capacidades. Na COP 17 (Durban, 2011), as partes estabeleceram o Fórum de Durban de Desenvolvimento de Capacidades para fornecer uma instância na qual representantes das partes, organizações das Nações Unidas, organizações intergovernamentais e organizações não governamentais, comunidade de pesquisa, academia e o setor privado possam compartilhar ideias, experiências, lições aprendidas e boas práticas no que diz respeito às atividades de capacitação em países em desenvolvimento. Em paralelo ao processo de desenvolvimento de capacidades, foram realizadas negociações ao abrigo do artigo 6º da Convenção, que trata de educação, treinamento e sensibilização pública. O Programa de Trabalho de Doha sobre o artigo 6o foi adotado na COP 18 (Doha, 2012 e forneceu um marco flexível para a ação orientada para o país no âmbito do artigo 6o. O Portal de capacitação é um mapa interativo de atividades de capacitação em todo o mundo. Site da UNFCCC 44 O vídeo destaca o importante papel da educação no combate às mudanças climáticas. 45 Esta seção discute a evolução das negociações ao longo dos últimos anos (de uma abordagem de duas vertentes para uma abordagem de uma vertente) e destaca algumas das questões-chave para um futuro regime sobre mudança climática. 46 Na COP 13/CMP 3 (Bali, 2007) um grande passo foi tomado nas negociações internacionais sobre mudança climática. O Roteiro de Bali foi adotado, incluindo uma “abordagem em duas vertentes” no âmbito tanto da Convenção quanto do Protocolo de Quioto. O Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Ação Cooperativa de Longo Prazo no âmbito da Convenção (Ad Hoc Working Group on Long-term Cooperative Action under the Convention – AWG-LCA) trabalhou no sentido de um “resultado acordado” mais amplo que inclui os Estados Unidos e as partes em desenvolvimento para garantir a implementação plena, efetiva e sustentada da Convenção. Os resultados do seu trabalho incluem o Marco de Adaptação de Cancún, o Mecanismo de Tecnologia e o Fórum Durban. O Grupo Ad Hoc sobre Compromissos Adicionais para Partes do Anexo I do Protocolo de Quioto (Ad Hoc Working Group on Further Commitments for Annex I Parties under the Kyoto Protocol – AWG-KP) foi criado em 2005 para negociar um segundo período de compromisso para os países desenvolvidos Partes do Protocolo de Quioto. Seu trabalho foi concluído com a aprovação da Emenda de Doha, em 2012. As negociações prosseguiram nessa “abordagem de duas vertentes” até 2012. 47 Na COP 15 (Copenhague, 2009), as partes registaram, mas não adotaram formalmente, o Acordo de Copenhague. O Acordo reconheceu “a visão científica de que o aumento da temperatura global deve se manter abaixo de 2 graus Celsius”. Na sequência do Acordo de Copenhague e ao longo de 2010, muitos países apresentaram compromissos de mitigação voluntários. O Acordo também incluiu o compromisso de países desenvolvidos de fornecerem US$ 30 bilhões em financiamento inicial rápido para o período de 2010 a 2012, e US$ 100 bilhões por ano até 2020. Os Acordos de Cancún foram adotados em 2010, na COP 16, realizada em Cancún. Entre outras coisas, esse conjunto de acordos formalizaram os compromissos assumidos pelas países do anexo I no Acordo de Copenhague. Os governos também decidiram criar o Fundo Climático Verde, a fim de ampliar a oferta de financiamento de longo prazo para países em desenvolvimento. Além disso, foram estabelecidos o Marco de Adaptação de Cancún, o Comitê de Adaptação, bem como o Mecanismo de Tecnologia. 48 Tanto o AWG-LCA quanto o AWG-KP concluíram seus trabalhos em 2012, uma vez que foi decidido na COP 17 (Durban, 2011) que as negociações de um novo regime seriam realizadas por meio de uma única via. Um novo órgão subsidiário foi estabelecido, o Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Plataforma de Durban para a Adoção de Medidas Reforçadas (Ad Hoc Working Group on the Durban Platform for Enhanced Actions – AWG- ADP) (UNDP. Taking Stock of Durban: review of key outcomes and the road ahead, 2012, p. 7). 49 O ADP criou uma nova plataforma que conduzia as negociações a partir de 2013 sob uma única vertente. O ADP foi incumbido de desenvolver um regime pós-2020 sobre mudança climática. No âmbito da UNFCCC, o ADP deveria desenvolver ou um "protocolo, ou outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal" que fosse aplicável a todas as partes. O ADP iniciou seu trabalho em 2012 e concluiu em 2015, com a adoção do Acordo de Paris. Em dezembro de 2015, o ADP se torna o APA, ou o Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre o Acordo de Paris (Ad Hoc Working Group on the Paris Agreement – APA). O APA será responsável pelos processos em direção à entrada em vigor do Acordo de Paris. Informações adicionais O Acordo de Paris entrará em vigor até 2017, quando pelo menos 55 partes que constituem 55% do total das emissões globais de GEE o tenham ratificado. 50 O ADP foi incumbido de duas linhas de trabalho. No âmbito da linha de trabalho 1, o ADP considerou opções para um acordo global de mudança climática para entrar em vigor em 2020. Desenvolveu as principais características e funcionalidades do novo acordo, seja ele um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal aplicável a todas as partes. No âmbito da linha de trabalho 2, o ADP trabalhou no reforço das ambições de redução antes de 2020, a fim de acelerar a resposta à mudança climática. As partes na COP 17 observaram com grande preocupação a diferença significativa entre as promessas de mitigação das partes até 2020 e as reduções de emissões necessárias para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C ou 1,5°Cacima dos níveis pré-industriais. O objetivo da linha de trabalho 2 foi, então, identificar medidas imediatas para tratar a lacuna de emissões, enquanto se aguarda decisão sobre o novo acordo da linha de trabalho 1. Nas negociações como parte do ADP, a COP 19 convidou as partes a prepararem e apresentarem Contribuições Nacionalmente Determinadas (Intended Nationally Determined Contributions – INDCs) como método de se alcançar o objetivo da Convenção de forma colaborativa. 51 Registraram-se progressos na COP 19 (Varsóvia, 2013) no avanço das negociações para um acordo pós-2015. “Varsóvia definiu um caminho para os governos trabalharem no texto preliminar de um novo acordo climático universal para que esteja disponível na próxima Conferência sobre Mudança do Clima da ONU, no Peru. Esse é um passo essencial para alcançar um acordo final em Paris, em 2015”, disse Marcin Korolec, presidente da COP 19. Informações adicionais A conferência também decidiu estabelecer um mecanismo internacional para melhorar a proteção de populações mais vulneráveis contra perdas e danos causados por eventos climáticos extremos e eventos de início lento, como a elevação do nível do mar. O trabalho pormenorizado sobre o chamado “Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos” foi programado para começar em 2014. Os acordos também incluíram um conjunto significativo de decisões sobre as formas de ajudar os países em desenvolvimento a reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação de florestas, que representam cerca de um quinto de todas as emissões geradas por atividades humanas. O Quadro de Varsóvia para o REDD+ é apoiado por promessas de 280 milhões de dólares de financiamento dos Estados Unidos, da Noruega e do Reino Unido. Governos concluíram o trabalho no Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology Centre and Network – CTCN) para que este possa responder imediatamente aos pedidos de assessoria e assistência à transferência de tecnologia por parte dos países em desenvolvimento. O CTCN está em funcionamento e incentiva os países em desenvolvimento a estabelecer pontos focais para acelerar a transferência de tecnologia. Durante a Conferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, reiterou seu convite a todos os governos e líderes da comunidade financeira, empresarial, governos locais e sociedade civil, para a cúpula do clima em Nova York, em 23 de setembro de 2014. Destinada a ser uma cúpula de soluções, complementando as negociações da UNFCCC (UNFCCC. UN Climate Change Conference in Warsaw Keeps Governments on a Track towards 2015, Press Release, 2013; Climate Agreement) 52 Pouco antes da Conferência do Clima 2013, em Varsóvia, as Filipinas foram atingidas por um ciclone tropical (Tufão Haiyan) excepcionalmente intenso. O vídeo mostra a emocionante declaração por um negociador do clima daquela nação insular, que entrou em greve de fome durante a COP 19. 53 Esta cúpula, realizada em 23 de setembro de 2014, em Nova York, foi organizada a pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para “servir como uma plataforma pública para líderes no mais alto nível – todos os Estados-membros da ONU, bem como líderes da comunidade financeira, empresarial, sociedade civil e líderes locais dos setores público e privado – para catalisar uma ação ambiciosa na ponta para reduzir as emissões e fortalecer a resiliência climática e mobilizar a vontade política para um acordo global ambicioso, em 2015, que limite o mundo a menos de 2 graus Celsius de aumento da temperatura global”. Mais de 100 chefes de Estado, bem como 800 líderes de negócios, finanças e sociedade civil participaram do evento. Um dos resultados principais incluíram a Declaração de Nova York sobre Florestas, lançada e apoiada por mais de 150 parceiros, incluindo 32 governos, 20 governos subnacionais, 40 empresas, 16 grupos de povos indígenas e 49 ONGs e grupos da sociedade civil. A Declaração visa a reduzir pela metade a perda de florestas naturais em todo o mundo até 2020, e se esforça para eliminar tal perda até 2030. Site da Cúpula do Clima da ONU 2014 54 A COP 20, em Lima, foi mais um passo importante no sentido de um acordo em 2015. “Aqui em Lima, os governos têm alcançado uma visão bem mais clara sobre projeto preliminar do Acordo de Paris, em preparação para 2015, e a próxima rodada de negociações em Genebra”, disse Manuel Pulgar-Vidal, ministro do Meio Ambiente do Peru e Presidente da COP. O documento principal que emanou da conferência foi o Chamado de Lima para Ação Climática. Informações adicionais Durante a conferência, as partes elaboraram os elementos do novo acordo a ser discutido na COP 21, em Paris, e as regras básicas sobre como todos os países podem enviar contribuições para o novo acordo durante o primeiro trimestre de 2015. As Contribuições Nacionalmente Determinadas (INDCs) foram colocadas no centro da ação climática pós- 2020, quando o novo acordo entrará em vigor. Foi anunciada a Declaração Ministerial de Lima sobre Educação e Sensibilização, que visa a “desenvolver estratégias de ensino que incorporam o tema da mudança climática no currículo, além de conscientizar sobre a mudança climática no desenho e na implementação de estratégias nacionais de desenvolvimento e de mudança climática”. Outras promessas foram feitas para o Fundo Climático Verde, em Lima, de forma a trazer a soma total prometida para o Fundo para perto de US$ 10,2 bilhões. O governo do Peru lançou um novo portal, com o apoio da UNFCCC, para aumentar a visibilidade da riqueza de ações climáticas de cidades, regiões, empresas e investidores, incluindo aquelas no âmbito de iniciativas de cooperação internacional. O Portal da Nazca Climate Action foi concebido para injetar um impulso adicional ao processo em preparação para Paris, demonstrando a riqueza da ação não estatal. 55 Além disso, 17 países desenvolvidos foram avaliados por outros governos ou partes da Convenção em termos de suas metas de redução de emissões em toda a economia, por meio da primeira avaliação multilateral (multilateral assessment – MA), um marco histórico na implementação de medição, relatório e verificação de reduções de emissões. As avaliações mostraram que “estão aumentando o número de casos de sucesso e melhores práticas em políticas e na inovação tecnológica juntamente com nações que desassociam as emissões do crescimento econômico”. O Clima e Tecnologia informou sobre os pedidos que recebeu, e foi discutido o estabelecimento de uma conexão entre o Fundo Climático Verde e o Mecanismo de Finanças da UNFCCC, a fim de fortalecer a Tecnologia da UNFCCC. A Conferência de Lima também acordou sobre um Programa de Trabalho de Lima sobre Gênero para avançar o equilíbrio de gênero e promover a sensibilidade de gênero no desenvolvimento e implementação da política climática (UNFCCC). Lima Call for Climate Action Puts World on Track to Paris 2015. Press Release, 2014) 55 Em 12 de dezembro de 2015, a COP adotou o Acordo de Paris, por meio da decisão 1 / CP.21. O texto do Acordo de Paris está contido no anexo da decisão 1 / CP.21. O Acordo entrará em vigor 30 dias depois que pelo menos 55 países, representando no total pelo menos um número estimado de 55% do total das emissões globais de gases de efeito de estufa, tenham depositado seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão junto ao Depositário, até o mais tardar 2017. O principal objetivo do Acordo, conforme previsto no artigo 2°, é manter a mudança da temperatura média global abaixo de 2 graus Celsius e até abaixo de 1,5 grau Celsius. O quadro para alcançar esse objetivo é por meio de contribuições nacionalmente determinadas (NCDs), que cada parte irá comunicar e fortalecer ao longo do tempo. O acordo também visa a aumentar a capacidadedas partes de se adaptar à mudança climática e visa tornar os fluxos de financiamento consistentes com um desenvolvimento resistente ao clima. Para mais detalhes, veja o site da UNFCCC. 56 O Acordo de Paris incluiu uma ampla gama de elementos que contribuem para um acordo universal e abrangente sobre a mudança climática. Informações adicionais Mitigação O Acordo de Paris aponta para um pico de emissões de GEE o mais rapidamente possível e insta as partes a elaborarem suas INDCs de modo a refletirem “maior ambição”. A UNFCCC irá manter um registro público das contribuições que será atualizado e melhorado a cada cinco anos. (Principalmente artigo 4°). Adaptação O Acordo de Paris ecoa os princípios do Marco de Adaptação de Cancún em sua determinação de "estabelecer a meta global de adaptação de aumentar a capacidade de adaptação, fortalecendo a resiliência e reduzindo a vulnerabilidade à mudança climática”. O Acordo observa a sinergia entre mitigação e adaptação, em que ações de mitigação podem reduzir a necessidade de esforços de adaptação e estabelece um processo através do qual cada parte apresentará regularmente uma Comunicação sobre adaptação. (Artigo 7°). Perdas e danos No artigo 8° do Acordo de Paris, as partes reconhecem a importância de “evitar, minimizar e tratar perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática" e referem-se ao Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos. 57 Finanças O Artigo 9º do Acordo de Paris afirma que os países desenvolvidos continuarão a assumir a liderança no fornecimento de recursos financeiros para os esforços de mitigação e adaptação à mudança climática, visando a atingir o equilíbrio do fluxo de recursos entre as duas áreas. Além disso, as partes devem apresentar um relatório sobre o apoio financeiro planejado e desembolsado a cada dois anos. Desenvolvimento e transferência de tecnologia O Acordo cria um novo quadro no âmbito do Mecanismo de Tecnologia existente (ver Seção 4), que irá fortalecer a ação cooperativa sobre esse ponto e será apoiado pelo Mecanismo Financeiro da Convenção. (Artigo 10°). Desenvolvimento de capacidades No Artigo 10° do Acordo, a COP reconhece o papel da capacitação, especialmente para partes em desenvolvimento, menos desenvolvidas e especialmente vulneráveis. A Decisão da COP 20 lançou duas iniciativas para apoiar os esforços de capacitação. Em primeiro lugar, o Comitê de Paris de Desenvolvimento de Capacidades, que irá preencher lacunas e necessidades de capacitação em partes que sejam países em desenvolvimento e gerir um plano de trabalho 2016-2020 para fortalecer sinergias e evitar duplicação de esforços. Em segundo lugar, a Decisão lança a Iniciativa de Capacitação para a Transparência para desenvolver a capacidade institucional e técnica de partes em desenvolvimento. Transparência na ação e no apoio O Acordo de Paris estabelece um quadro melhorado de transparência para a ação e apoio. Em termos de ação, o quadro tem como objetivo esclarecer sobre os progressos realizados em direção aos objetivos do Acordo, incluindo o status das INDCs, ações de adaptação, boas práticas etc. Em termos de apoio, o quadro tem como objetivo fornecer uma visão geral do apoio financeiro. (Artigo 13). Balanço global O Artigo 14 do Acordo de Paris estabelece um mecanismo-chave para a implementação das suas disposições. O Balanço global irá avaliar o progresso coletivo em direção aos principais objetivos do Acordo. O primeiro alanço será realizado pela COP 23 e o procedimento será repetido a cada cinco anos a partir de então. Os resultados irão informar as INDCs. 57 Questões-chave que precisam ser resolvidas incluem a redução da lacuna entre o compromisso atual e as reduções de emissões necessárias para manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C. A forma do novo quadro legal que precisa ser implementado até 2020. Outras questões-chave incluem, entre outras: a mobilização de financiamento suficiente para a adaptação nos países em desenvolvimento e a ampliação do apoio ao desenvolvimento de capacidades nos países em desenvolvimento. 58 59 60 61 62 63
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