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1 
2 
3 
Esta seção apresenta a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 
(United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC), explica a sua 
importância e aborda datas importantes para sua criação e implementação. 
4 
Nossas atividades diárias emitem gases de efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono 
(CO2) e metano (CH4) na atmosfera. As emissões não ficam dentro das fronteiras de um 
país e contribuem para a mudança do clima que se faz sentir em nível mundial. Portanto, 
todos os países são afetados, os que emitem grandes quantidades de GEEs e os que não. 
É preciso um regime global para regular a redução progressiva das emissões de GEE 
para níveis seguros. Como há apenas uma atmosfera, não importa onde ocorrem essas 
reduções de emissões. 
 
Informações adicionais 
 
Atividades produtoras de CO2 incluem a queima de combustíveis fósseis para gerar 
energia, além do corte e da queima de florestas. As atividades agrícolas e mudanças no 
uso da terra contribuem para a emissão de metano e óxido nitroso. Processos industriais 
liberam substâncias químicas artificiais, halocarbonos (CFCS, HFC, PFC) e outros gases de 
vida longa, como hexafluoreto de enxofre (SF6). (UNEP; UNFCCC. Climate Change 
Information Kit, 2002, p. 1). 
 
Além de regular e reduzir as emissões, um regime global é necessário para apoiar os 
países em desenvolvimento a se adaptar aos impactos da mudança climática. Esses 
impactos já são inevitáveis devido à histórica acumulação de GEEs na atmosfera desde o 
impulso de industrialização do século XIX. 
 
 
5 
Em 1992, como resultado de crescentes evidências científicas relativas à interferência 
humana no sistema climático, juntamente com a crescente preocupação pública sobre 
questões ambientais globais, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do 
Clima (UNFCCC) foi adotada como base para uma resposta global ao problema da 
mudança climática. Atualmente, a UNFCCC conta com 195 partes, 194 Estados e uma 
organização regional de integração econômica (a União Europeia) (consulte o site da 
UNFCCC para ver a lista completa de membros). 
 
Informações adicionais 
 
A UNFCCC oferece um regime global para o enfrentamento da mudança climática. No 
entanto, como uma convenção-quadro, apenas define as obrigações básicas para 
enfrentar e combater as mudanças climáticas, deixando compromissos vinculantes 
específicos para outros instrumentos legais. Por exemplo, a Convenção é complementada 
pelo Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, e estabelece 
objetivos legalmente vinculantes relativos à redução de GEEs por países industrializados. 
 
A principal distinção entre o Protocolo e a Convenção é que, enquanto a Convenção 
incentiva os países industrializados a estabilizar as emissões de GEE, com o Protocolo, eles 
têm o compromisso de fazê-lo. Reconhecendo que os países desenvolvidos são os 
principais responsáveis pelos altos níveis atuais de emissões de gases de efeito estufa na 
atmosfera, como resultado de mais de 150 anos de atividade industrial, o Protocolo 
coloca sobre eles uma carga mais pesada, sob o princípio das “responsabilidades comuns, 
mas diferenciadas”. 
 
6 
As decisões tomadas pelas partes da UNFCCC afetam a ação de enfrentamento da 
mudança do clima em todos os níveis, desde o global até o nacional e o local. No entanto, 
a UNFCCC é muito mais do que um instrumento jurídico. É o fórum internacional mais 
importante para lidar com a mudança climática e permite o intercâmbio de informações 
entre as partes e os interessados, além de promover cooperação e parcerias. As 
negociações são conduzidas principalmente entre as partes, mas, muitas vezes, são 
influenciadas por outros atores, em particular, pela Conferência das Partes (Conference of 
the Parties – COP), de frequência anual, com a participação de inúmeros representantes 
de organizações não governamentais e alta visibilidade da mídia mundial. 
7 
A campanha “tck tck tck” foi lançada pelo Global Humanitarian Forum, em parceria com 
uma série de outras ONGs. No período que antecedeu a Conferência sobre Mudança do 
Clima de 2009, em Copenhague, a iniciativa produziu uma música que visava a 
sensibilizar a opinião pública sobre o impacto da mudança climática e pressionar os 
líderes mundiais a chegarem a um acordo universal e ambicioso em Copenhague. A 
versão especialmente regravada de “Beds are burning”, de Midnight Oil, apresenta mais 
de sessenta artistas de todo o mundo e ilustra o envolvimento de ONGs e indivíduos nas 
negociações internacionais sobre o clima. 
8 
Desde a década de 1930, descobertas científicas alertavam sobre o aumento das emissões de 
CO2 e que esse aumento resultava de atividades antrópicas (humanas). Os cientistas também 
alertaram que tais aumentos nas emissões de CO2 contribuíam para um aquecimento da 
atmosfera global para além do efeito estufa “natural”. Em 1990, o Primeiro Relatório de 
Avaliação do IPCC confirmou que as mudanças climáticas induzidas pelas atividades humanas 
eram reais e constituíam uma ameaça. Consequentemente, o trabalho do Painel tem influenciado 
o processo de negociações sobre mudança climática. Dois anos mais tarde, em 1992, foi adotada 
a Convenção-Quadro das Nações Unidas. 
 
Informações adicionais 
 
Em 1979, foi realizada a Primeira Conferência Mundial do Clima, em Genebra. E foi a primeira 
vez que foram apresentadas, no âmbito internacional, evidências científicas sobre a influência das 
atividades humanas no clima global. Em meados de 1980, mais evidências científicas e a 
crescente preocupação pública impulsionaram a questão da interferência humana no sistema 
climático na agenda política. Governos concluíram que era preciso um órgão imparcial e 
independente para resolver essa questão, o que levou à criação do Painel Intergovernamental 
sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC), em 1988. 
 
Em 1988, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) abordou, pela primeira vez, a questão 
da mudança climática e adotou uma resolução sobre a “Proteção do clima global para gerações 
presentes e futuras”. O IPCC foi encarregado de compilar uma revisão abrangente sobre o 
estado do conhecimento da ciência da mudança climática e de fornecer recomendações sobre os 
impactos sociais e econômicos da mudança climática. O IPCC também foi incumbido de identificar 
possíveis estratégias de resposta. 
 
Em 1990, o Primeiro Relatório de Avaliação do IPCC foi publicado. O IPCC e uma declaração 
ministerial da Segunda Conferência Mundial do Clima convocaram um tratado global para 
abordar o problema da mudança climática induzida pelos seres humanos. A Assembleia Geral da 
ONU lançou formalmente as negociações sobre uma convenção-quadro que foram conduzidas 
por uma reunião do comitê intergovernamental de negociação (intergovernmental negotiating 
committee – INC) pela primeira vez em 1991. Quinze meses depois, o INC adotou a UNFCCC por 
consenso. 
 
Consulte o site da UNFCCC para ver um breve resumo das decisões importantes da COP. 
 
 
9 
Esta seção apresenta os principais objetivos e princípios orientadores da UNFCCC. 
Também traça um panorama dos diferentes grupos de partes e suas respectivas 
responsabilidades e compromissos, bem como os principais órgãos e parceiros associados 
à Convenção. 
10 
O objetivo principal da UNFCCC é impedir uma interferência antrópica perigosa no 
sistema climático, por meio da estabilização das concentrações de gases de efeito estufa 
na atmosfera. A Convenção não lista os GEEs que precisam ser regulamentados. Essa lista 
pode ser encontrada no Protocolo de Quioto. A Convenção somente faz referência ao 
dióxido de carbono (CO2) e a “outros gases não controlados pelo Protocolo de Montreal”. 
 
O nível de estabilização dos GEEs que impediria uma interferência antrópica perigosa no 
sistema climático também não foi determinadono momento da negociação da Convenção. 
Esse nível foi determinado apenas em 2009, durante a COP 15, em Copenhague, quando 
o Acordo de Copenhague reconheceu “a visão científica de que o aumento da 
temperatura global deve estar abaixo de 2 graus Celsius”. 
11 
A Convenção reconhece que, no passado, diferentes países emitiram diferentes 
quantidades de GEEs. A UNFCCC mantém um mapa interativo que mostra o total de 
emissões de GEE dos países do Anexo I em diferentes períodos de tempo, além de incluir 
perfis de países. O World Research Institute (WRI) também criou uma ferramenta 
interativa, CAIT, para visualizar o histórico de emissões, incluindo dados de todos os 
países. 
 
Nota: Os mapas exibidos no site do WRI são apenas para referência e não implicam 
qualquer juízo sobre o status jurídico de qualquer território, nem endosso ou aceitação de 
tais fronteiras. 
 
Informações adicionais 
O preâmbulo da Convenção faz menção a emissões históricas. 
“Observando que a maior parcela das emissões globais, históricas e atuais, de gases de 
efeito estufa é originária dos países desenvolvidos, que as emissões per capita dos países 
em desenvolvimento ainda são relativamente baixas e que a parcela de emissões globais 
originárias dos países em desenvolvimento crescerá para que eles possam satisfazer suas 
necessidades sociais e de desenvolvimento”. (UNFCCC, 1992). 
12 
Mitigação e adaptação são as duas respostas gerais adotadas pela Convenção para 
enfrentar a mudança climática. A mitigação da mudança climática e seus impactos 
constituem a essência do objetivo da Convenção. Inicialmente, a adaptação não recebeu 
tanta atenção quanto a mitigação no processo da UNFCCC, no entanto, desde o ajuste do 
Marco de Adaptação de Cancún (Cancun Adaptation Framework – CAF), em 2010, os 
objetivos de adaptação foram definidos no mesmo nível dos de mitigação. 
 
Informações adicionais 
 
A mitigação não está definida na Convenção, mas geralmente se refere à implementação 
de ações destinadas a reduzir as emissões de GEEs, bem como preservar e fortalecer 
sumidouros e reservatórios de GEEs. Exemplos incluem o uso de combustíveis fósseis de 
forma mais eficiente nos processos industriais ou na geração de energia elétrica; a 
mudança para energia solar ou eólica; a melhoria do isolamento dos edifícios; bem como 
a expansão de florestas e outros “sumidouros” para remover grandes quantidades de 
dióxido de carbono da atmosfera. 
 
A adaptação tampouco está definida na Convenção, mas vários artigos fazem referência 
a esse conceito. O IPCC define adaptação como: “o processo de ajusteo ao clima 
presente ou futuro e seus efeitos. Em sistemas humanos, a adaptação visa a moderar 
danos ou explorar oportunidades benéficas. Nos sistemas naturais, a intervenção humana 
pode facilitar a adaptação ao clima esperado e seus efeitos”. (IPCC. Fifth Assessment 
Report, 2013). 
13 
Tanto a Convenção quanto o Protocolo de Quioto listam uma longa série de princípios que 
orientaram sua elaboração e seu funcionamento. 
 
Informações adicionais 
O princípio da equidade orienta as partes a proteger o sistema climático para as 
gerações presentes (equidade intrageracional) e futuras (equidade intergeracional). Ao 
mesmo tempo, a Convenção estabelece o princípio das responsabilidades comuns, mas 
diferenciadas, que reflete a ideia de que as responsabilidades das partes, no sentido de 
responder à mudança climática, devem ser compartilhadas com base tanto em 
contribuições históricas quanto atuais para o problema, bem como na capacidade de 
responder ao problema. Esse princípio tem várias aplicações na Convenção e os países 
desenvolvidos devem assumir a liderança na resposta à mudança climática. Da mesma 
forma, o artigo 3º estabelece que se dedique total consideração às necessidades e às 
circunstâncias especiais dos países em desenvolvimento. 
 
De acordo com princípio da precaução, a falta de certeza científica não deve impedir que 
as partes tomem medidas cautelares, se houver probabilidade de danos graves ao meio 
ambiente. 
Outros princípios orientadores se concentram na importância do direito ao 
desenvolvimento sustentável e no dever das partes da Convenção de cooperar para 
promover um sistema econômico internacional favorável e aberto, que leve a crescimento 
e desenvolvimento sustentáveis de todas as partes, especialmente partes que são países 
em desenvolvimento. (UNEP; UNFCCC. Climate Change Information Kit, 2002, p. 18). 
14 
Os compromissos entre as partes são partilhados de acordo com seus diferentes níveis de 
desenvolvimento econômico. Os anexos da Convenção refletem a classificação dos países 
e suas responsabilidades correspondentes. 
 
Os países do Anexo I são, em sua maioria, países desenvolvidos, incluindo a União 
Europeia. 
 
Os países do Anexo II são um subconjunto do Anexo I e são altamente desenvolvidos. Os 
países com economias em transição (EITs) não fazem parte do grupo do Anexo II. Estes são 
principalmente países da Europa Central, do Leste Europeu e da antiga União Soviética, 
alguns dos quais agora são membros da União Europeia. (UNFCCC. The First Ten Years, 
2004, p. 15). 
 
As partes não incluídas no Anexo I nem no Anexo II são classificadas como partes Não 
Anexo I e são, em sua maioria, países em desenvolvimento. (Site da UNFCCC). 
15 
No contexto das negociações sobre o clima, as partes trabalham por meio de diferentes 
agrupamentos de partes, que melhor representem seus interesses. 
 
Os países em desenvolvimento, por exemplo, geralmente trabalham por meio do Grupo dos 77 
para estabelecer posições comuns de negociação. 
 
Entre as partes Não Anexo I, 48 são classificadas como países menos desenvolvidos (PMDs) pelas 
Nações Unidas e recebem atenção especial no âmbito da Convenção em virtude da sua limitada 
capacidade de resposta à mudança climática e de adaptação a seus efeitos adversos. Esse 
grupo de países tem se tornado cada vez mais ativo no processo da agenda sobre mudança 
climática, muitas vezes trabalhando em conjunto para defender seus interesses particulares, por 
exemplo, no que diz respeito à vulnerabilidade e à adaptação à mudança climática. 
 
A Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Alliance of Small Island States – AOSIS) é uma coalizão 
de cerca de 43 pequenos países insulares e de baixa altitude, em sua maioria membros do G-77, 
que são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar. 
 
Os 28 membros da União Europeia se reúnem em privado para acordar posições comuns de 
negociação. Como organização de integração econômica regional, a União Europeia em si pode 
ser, e é, parte da Convenção. No entanto, não tem voto separado de seus membros. 
 
O Grupo Guarda-Chuva é uma coalizão de países desenvolvidos não membros da UE, formado 
após a adoção do Protocolo de Quioto. Embora não haja uma lista formal, normalmente o Grupo 
é composto por Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Federação Russa, Ucrânia e 
Estados Unidos. 
 
O Grupo de Integridade Ambiental (Environmental Integrity Group – EIG), formado em 2000, compreende 
México, Liechtenstein, Mônaco, Coreia do Sul e Suíça. (Site da UNFCCC). 
16 
Todas as partes da Convenção aceitam uma série de compromissos gerais. O artigo 4o 
lista compromissos a serem honrados por todas as partes, tendo em conta suas 
responsabilidades comuns, mas diferenciadas, bem como suas prioridades, seus objetivos 
e as circunstâncias específicas de desenvolvimento nacional e regional. 
 
UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 23 
 
17 
A Convenção não impõe às partes metas legalmente vinculantes de redução de emissões. 
No entanto, o artigo 4.2 (b) prevê uma primeira meta quantificada para países do Anexo 
I, em que as partes devem visar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa aos níveis 
de 1990. Partes do Anexo I também devem apresentar regularmente comunicações 
nacionais, relatórios bienais (biennialreports – BR) e inventários de GEE anuais à 
Conferência das Países (COP). 
 
Além de reduzir suas emissões, as partes do Anexo II também têm a obrigação de 
fornecer recursos técnicos e financeiros aos países em desenvolvimento e de prestar 
assistência a países em desenvolvimento particularmente vulneráveis para que cubram os 
custos de adaptação. 
 
Países Não Anexados também são solicitados a informar à COP seus esforços de 
mitigação e adaptação e a enviar relatórios bienais de atualização (biennial update 
reports – BURs) nacionais. No entanto, têm menos obrigações específicas em termos do 
cronograma e do conteúdo que apresentam e podem contar com o apoio de outras 
partes. 
18 
A COP é o órgão supremo da Convenção e a mais alta autoridade de tomada de 
decisão. A COP também é responsável por analisar a implementação da Convenção e 
seus instrumentos legais relacionados. Reúne-se anualmente e serve também como 
instância para a Reunião das Partes do Protocolo de Quioto (Conference of the Parties 
serving as Meeting of the Parties to the Kyoto Protocol – CMP). A UNFCCC estabelece dois 
Órgãos Subsidiários permanentes (Subsidiary Bodies – SBs) para apoiar o trabalho da 
COP e da CMP (ver slides seguintes). 
 
Informações adicionais 
O Secretariado de Mudança Climática fornece suporte organizacional e conhecimentos 
técnicos para as negociações e facilita o fluxo de informações sobre a aplicação da 
Convenção. 
 
Órgãos sob a Convenção incluem: O Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre o Acordo de Paris 
(Ad Hoc Working Group on the Paris Agreement – APA), anteriormente o Grupo de 
Trabalho Ad Hoc sobre a Plataforma de Durban para Ação Reforçada (Ad Hoc Working 
Group on the Durban Platform for Enhanced Action – ADP) (ver seção 5), o Comitê de 
Adaptação (Adaptation Committee – AC), a Comissão Permanente de Finanças (Standing 
Committee on Finance – SCF) , o Comitê Executivo do Mecanismo Internacional de Varsóvia 
para Perdas e Danos, o Comitê de Paris sobre Desenvolvimento de Capacidades e o 
Mecanismo de Tecnologia. Os grupos de peritos no âmbito da Convenção são: Grupo 
Consultivo de Peritos sobre Comunicações Nacionais das Partes não incluídas no Anexo I 
da Convenção (Consultative Group of Experts on National Communications – CGE) e o 
Grupo de Peritos dos Países Menos Desenvolvidos (Least Developed Country Expert Group 
– LEG). O Grupo de Peritos em Transferência de Tecnologia foi descontinuado em 2011. 
19 
A principal função do Órgão Subsidiário de Assessoramento Científico e Tecnológico 
(Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice – SBTSA) é assessorar a COP e a 
CMP com relação a assuntos científicos e tecnológicos. O SBSTA desempenha um papel 
importante ao fazer a conexão entre informações científicas fornecidas por fontes 
especializadas, como o IPCC, por um lado, e as necessidades orientadas pelas políticas 
da COP, por outro. Trabalha em estreita colaboração com o IPCC, por vezes, ao solicitar 
do IPCC informações específicas ou relatórios, e também colabora com outras 
organizações internacionais relevantes que compartilham o objetivo comum de 
desenvolvimento sustentável. (Site da UNFCCC e UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 
34). 
 
Informações adicionais 
As principais áreas de trabalho do SBSTA são: 
• impactos, vulnerabilidade e adaptação à mudança climática; 
• emissões por desmatamento e degradação florestal nos países em desenvolvimento; 
• promover o desenvolvimento e a transferência de tecnologias amigáveis ao meio 
ambiente; e 
• realizar trabalho técnico para melhorar as diretrizes de elaboração e revisão de 
inventários de emissões de GEE das partes do Anexo I. 
O SBSTA realiza trabalhos metodológicos no âmbito da Convenção e do Protocolo de 
Quioto, bem como promove a colaboração em matéria de pesquisa e observação 
sistemática do sistema climático. 
 
A foto mostra Richard Muyungi, ex-presidente do SBSTA, e Christiana Figueres, secretária 
executiva da UNFCCC, na COP 18, em Doha. 
20 
A principal função do Órgão Subsidiário de Implementação (Subsidiary Body for 
Implementation – SBI) é ajudar a COP em questões relacionadas à implementação da 
Convenção, incluindo o exame das comunicações e dos inventários apresentados pelas 
partes e também a assistência financeira para as partes Não Anexo I. O SBI tem feito 
uma transição em direção a funções de monitoramento, revisão e verificação (MRV). 
 
O SBSTA e o SBI trabalham em questões transversais, incluindo, entre outros, o 
desenvolvimento de capacidades, o tema da vulnerabilidade dos países em 
desenvolvimento à mudança climática e medidas de resposta, assim como mecanismos do 
Protocolo de Quioto. Os dois órgãos também tratam em conjunto das principais questões 
políticas, tais como a análise da adequação da meta global de longo prazo para manter 
o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais. 
(Site da UNFCCC e UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 35). 
21 
Para que a Convenção consiga tomar as medidas mais adequadas para mitigar a mudança 
climática, é essencial que tenha os dados mais precisos, consistentes e comparáveis sobre as 
emissões de GEE. 
Portanto, um dos compromissos de todas as partes é elaborar inventários nacionais de GEE e 
apresentar relatórios regulares à Conferência das Partes com informações sobre a 
implementação da Convenção. São as chamadas “comunicações nacionais” (CN) e reúnem todas 
as informações relevantes sobre as mudanças climáticas, o inventário de GEE, vulnerabilidade e 
medidas de adaptação, medidas de mitigação, desenvolvimento de capacidades, necessidades 
de tecnologia e muito mais. Em muitos países, as CNs e seu processo abriram avenidas para 
integrar a mudança climática ao planejamento e às políticas de desenvolvimento, bem como 
identificaram projetos concretos para reduzir as emissões de GEE e de adaptação à mudança 
climática, entre outros. As CNs das Países do Anexo I são apresentadas, aproximadamente, a 
cada quatro anos. Na COP 17, em Durban, foi decidido que a partir de dezembro 2014 as 
Países do Anexo I também devem apresentar relatórios bienais e as Países Não Anexados são 
convidadas a apresentar Relatórios Bienais de Atualização (Biennial Update Reports – BURs). 
 
Informações adicionais 
As CNs devem ser periodicamente atualizadas e disponibilizadas à COP. Devido à qualificação 
das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, partes do Anexo I e partes Não Anexo I têm 
diferentes cronogramas para a apresentação das CNs (a cada quatro anos para países do 
Anexo I e flexível para as partes Não Anexo I). 
 
O GEF disponibiliza financiamento e orientações aos países Não Anexo I para a elaboração de 
CNs e BURs. Veja detalhes no site da UNFCCC. 
 
As comunicações nacionais das partes do Anexo I passam por detalhada revisão de equipe 
internacional de especialistas, coordenada pelo Secretariado da UNFCCC. As comunicações 
nacionais das partes Não Anexo I não estão sujeitas a essa revisão, mas são consideradas por um 
grupo de peritos criado pelo SBI. 
22 
O site da UNFCCC inclui um banco de dados de comunicações nacionais que fornecem um 
bom panorama da situação em diferentes países no que diz respeito a mitigação, 
adaptação, políticas, tecnologia, educação e formação, finanças relacionados à mudança 
climática e muito mais. 
23 
Cada parte da UNFCCC deve designar um ponto focal nacional. O ponto focal nacional 
serve como o primeiro ponto de contato em um país para comunicações relativas à 
UNFCCC. Algumas partes designaram também pontos focais nacionais para o artigo 6º 
da Convenção, que trata de educação, treinamento e sensibilização do público, de 
acordo com o programa de trabalho de Nova Déli. (UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, 
p. 130). 
24 
Esta seção apresenta o Protocolo de Quioto e sua relevância. Explica quais gases de 
efeito estufa são regulados no âmbito do Protocolo e descreve os dois períodos de 
compromisso de mitigação(2008-2012 e 2013-2020). Ao final da seção, apresenta-se 
uma breve introdução aos mecanismos estabelecidos pelo Protocolo para facilitar a 
redução de emissões e as principais características do sistema de contabilidade e 
conformidade. 
25 
Quando as partes adotaram a UNFCCC, sabiam que os compromissos assumidos na 
Convenção não seriam suficientes para mitigar a mudança climática. Uma nova rodada 
de negociações para decidir sobre um novo instrumento com compromissos mais fortes foi 
lançada no âmbito do Mandato de Berlim, na COP 1. Esse novo instrumento era para 
suplementar e fortalecer a Convenção. Após 18 meses de negociações, o Protocolo de 
Quioto foi adotado em 11 de dezembro de 1997 e entrou em vigor em 16 de fevereiro 
de 2005. Atualmente, 191 Estados e uma organização regional de integração econômica 
são Partes no Protocolo de Quioto. 
 
 
26 
O Protocolo de Quioto compartilha do objetivo e dos princípios primordiais da 
Convenção, mas a principal distinção é que ele estabelece metas juridicamente vinculantes 
para partes do Anexo I sobre a limitação ou a redução de suas emissões de GEE em 
determinado período de compromisso. O Protocolo de Quioto também fornece suporte 
para a mitigação e a adaptação nos países em desenvolvimento e em economias em 
transição. 
 
 
 
27 
O Anexo A do Protocolo de Quioto estabelece os GEEs regulados. A Emenda de Doha 
acrescentou um sétimo gás a essa lista, o trifluoreto de nitrogênio (NF3), que se aplica ao 
segundo período de compromisso. 
28 
O Anexo A também lista os setores/fontes nos quais os GEEs do Anexo I não podem 
exceder o nível permitido de emissões, incluindo: 
• setor de energia (subsetores: queima de combustíveis – indústrias de energia, indústrias 
de manufatura e construção, transportes e outros setores; emissões fugitivas de 
combustíveis –, combustíveis sólidos, óleos e gás natural e outros); 
• processos industriais (subsetores: produtos minerais, indústria química, produção de 
metal, outras produções, produção de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, 
consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, outros); 
• uso de solventes e outros produtos; 
• agricultura (subsetores: fermentação entérica, gestão de estrume animal, cultivo de 
arroz, solos agrícolas, queima prescrita de savanas, queima de resíduos agrícolas, 
outros); e 
• resíduos (subsetores: eliminação de resíduos sólidos no solo, tratamento de águas 
residuais, a incineração de resíduos, outros). 
 
Emissões e remoções de uso da terra, mudança do uso da terra e florestas (Land Use, Land 
Use Change and Forestry – LULUCF) são excluídos, uma vez que são tratados de forma 
diferente das emissões de outros setores. (UNITAR. Climate Change Diplomacy: negotiating 
effectively under the UNFCCC, module II, 2013, p. 58). 
29 
Durante o primeiro período de compromisso (2008-2012), as partes do Anexo I 
concordaram em reduzir suas emissões de GEE em uma média de pelo menos 5% abaixo 
dos níveis de 1990. As emissões dos gases regulamentados incluídas no Anexo A são 
medidas em emissões equivalentes de CO2. 
 
O Anexo B estabelece metas específicas de emissões (“obrigações quantificadas de 
limitação e redução das emissões” – Quantified Emissions Limitation and Reduction 
Obligation – QELRO) para cada parte do Anexo I. Essas metas de emissões são 
formuladas em percentagem e definidas em relação às emissões de gases de efeito 
estufa de cada parte em um ano de referência específico, chamado “ano base”. Para a 
maioria das partes, o ano base é 1990. (UNITAR. Climate Change Diplomacy: 
negotiating effectively under the UNFCCC, module II, 2013, p. 58; UNFCCC. Kyoto 
Protocol Reference Manual on Accounting of Emissions and Assigned Amount, 2008, p. 13). 
 
Informações adicionais 
 
As partes do Anexo I têm um nível permitido de emissões chamado de “quantidade 
atribuída” (Assigned Amount – AA). A quantidade atribuída para o primeiro período de 
compromisso é calculada multiplicando-se as emissões de GEE no ano base da parte, por 
sua meta de emissões, por cinco (para os cinco anos do período de compromisso). As AAs 
podem ser expressas em unidades individuais, chamadas Unidades de Quantidade 
Atribuída (Assigned Amount Units – AAU); cada unidade representa a licença de emitir 
uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (tCO2eq). 
 
 
30 
Em dezembro de 2012, em Doha, Qatar, foi adotada a “Emenda de Doha ao Protocolo 
de Quioto”. A alteração estabelece um segundo período de compromisso: de 1o de 
janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2020. Nesse período de oito anos, as partes do 
Anexo I se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 
18% abaixo dos níveis de 1990. A composição das partes no segundo período de 
compromisso não é a mesma do primeiro período de compromisso. 
 
Informações adicionais 
Os recém-incluídos no segundo período de compromisso são: Bielorrússia, Chipre, 
Cazaquistão e Malta. Canadá, Japão, Nova Zelândia e Rússia participam no primeiro 
período de compromisso de Quioto, mas não assumiram novas metas no segundo período. 
Na COP 21, 60 países ratificaram a Emenda. São necessários 144 instrumentos de 
aceitação da Emenda para a sua entrada em vigor. 
 
31 
Os três mecanismos de redução de emissões estabelecidos pelo Protocolo de Quioto criam 
flexibilidade para que as partes do Anexo I cumpram suas obrigações no âmbito do Protocolo. 
 
A Implementação Conjunta (Joint Implementation – JI) permite que partes do Anexo I implementem 
projetos de redução de emissões em outras partes do Anexo I, e usem as unidades de redução de 
emissões correspondentes (emission reduction units – ERU) para o cumprimento das metas de 
Quioto. Esse mecanismo fornece uma alternativa para a redução das emissões no âmbito nacional. 
 
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) permite que partes do Anexo I invistam em projetos 
de desenvolvimento sustentável em países Não Anexo I. 
 
O terceiro mecanismo, o Comércio de Emissões, confere às partes do Anexo I a possibilidade de 
adquirir créditos de carbono, AAUs, de outras partes do Anexo I que tenham AAUs não utilizadas 
por já terem ultrapassado seus compromissos assumidos no Protocolo de Quioto. Esses mecanismos 
continuarão no segundo período de compromisso. 
 
Informações adicionais 
 
Na COP 18 (Doha, 2012), as partes decidiram que os Mecanismos de Mercado do Protocolo de 
Quioto irão continuar durante o segundo período de compromisso. 
 
As AAUs excedentes, também conhecidas como “hot air”, do primeiro período de compromisso 
podem ser transferidas para o segundo período de compromisso sob as regras atuais do 
Protocolo de Quioto. No entanto, durante a COP foram tomadas 18 medidas para limitar o 
comércio das emissões excedentes – hot air –, quando os países assinaram uma declaração em 
que expressamente declaram que não irão negociar as AAUs excedentes e irão colocá-las em 
reserva. 
32 
É necessário que haja contabilização exata das emissões e AAs de cada parte do Anexo I 
para determinar se a parte está em conformidade com os compromissos assumidos no 
Protocolo de Quioto. Dois fluxos de informação paralelos contribuem para o sistema de 
contabilidade do Protocolo de Quioto: inventários de GEE e informaçõessobre AAs. 
 
Para preparar seus inventários nacionais de GEE, as partes precisam estabelecer e 
manter um sistema nacional para estimativa de emissões antrópicas por tipo de fonte e 
remoções por tipo de sumidouro. As partes também são obrigadas a estabelecer um 
registro nacional para rastrear suas detenções e transações de unidades de Quioto. Os 
dados de inventário de GEE e as informações sobre AAs são, então, incluídos em 
relatórios nacionais e passam por rigorosos procedimentos de revisão e conformidade e, 
depois disso, são registrados como oficiais. O Protocolo de Quioto estabeleceu um comitê 
de conformidade para determinar os casos de não conformidade(UNFCCC. Kyoto 
Protocol Reference Manual on Accounting of Emissions and Assigned Amount, 2008, p. 20). 
33 
Os órgãos no âmbito do Protocolo de Quioto incluem: 
 
• A Conferência das Partes (CMP), que serve como Reunião das Partes do Protocolo de 
Quioto e se reúne, anualmente, concomitantemente à COP. Partes da Convenção que 
não são partes do Protocolo somente podem participar da CMP como observadores. 
 
• O Comitê de Conformidade, constituído por duas ramificações: um ramo facilitador e 
um ramo de cumprimento. Como seus nomes sugerem, o ramo facilitador visa a 
proporcionar assessoria e assistência às partes a fim de promover a conformidade, 
enquanto o ramo de cumprimento tem a responsabilidade de determinar 
consequências para as partes que não cumprem seus compromissos. 
 
• O Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (Executive Board 
of the Clean Development Mechanism – CE-MDL), o Comitê de Fiscalização da 
Implementação Conjunta (Joint Implementation Supervisory Committee – JISC) e o 
Conselho do Fundo de Adaptação (Adaptation Fund Board – AFB). (Site da UNFCCC) 
34 
Esta seção fornece uma visão geral das principais questões e linhas de negociação no 
âmbito da Convenção, incluindo adaptação, mitigação, finanças, tecnologia e 
capacitação. 
 
35 
Vários quadros e programas no âmbito da UNFCCC prestam apoio a países em 
desenvolvimento para que se adaptem aos impactos das mudanças climáticas. Um desses 
programas é o Programa de Trabalho de Nairóbi sobre adaptação e vulnerabilidade 
(Nairobi Work Programme on adaptation and vulnerability – NWP), adotado em Montreal, 
em 2005. O NWP auxilia partes da UNFCCC, em particular os países em 
desenvolvimento, países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em 
desenvolvimento, na melhoria de sua compreensão e avaliação dos impactos da mudança 
climática, vulnerabilidade e adaptação, assim como na tomada de decisões embasadas 
em medidas e ações de adaptação adequadas. Ao adotarem o Marco de Adaptação de 
Cancún (Cancun Adaptation Framework – CAF), em 2010, as partes afirmaram que a 
adaptação precisa do mesmo apoio que a mitigação. Como parte do CAF, o Mecanismo 
de Varsóvia para Perdas e Danos é o órgão da Convenção que tem como objetivo 
fortalecer o conhecimento, a cooperação internacional e a aplicação de abordagens 
para reduzir perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática nos 
países em desenvolvimento mais vulneráveis. Os Programas Nacionais de Ação de 
Adaptação (National Adaptation Programmes of Action – NAPAs) apoiam o planejamento 
nacional da adaptação em países menos desenvolvidos. Os Planos Nacionais de 
Adaptação se baseiam nos NAPAs e permitem que as partes identifiquem e tratem 
necessidades de adaptação de médio e longo prazo. 
 
Para obter informações mais detalhadas sobre a adaptação à mudança climática, veja o 
Módulo 3. 
 
 
36 
A COP 20 convidou as partes a apresentarem seus NAPs na plataforma hospedada no 
site da UNFCCC, a Central NAP. É um repositório universalmente acessível por meio da 
internet e também configure como central de Programas Nacionais de Adaptação e 
quaisquer documentos relacionados ao processo de formulação e implementação. 
Promove o compartilhamento de melhores práticas e lições aprendidas. 
 
Informações adicionais 
 
Na COP 17, as partes estabeleceram o processo NAP com o objetivo de ajudar os países 
menos desenvolvidos a reduzir sua vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas, 
por meio da construção de capacidade adaptativa e resiliência, além de facilitar a 
integração da adaptação à mudança climática ao planeamento do desenvolvimento. A 
COP concordou que o planejamento para a adaptação no âmbito de país deve se 
basear em prioridades identificadas no nível nacional, e que deve ser coordenado com 
objetivos, planos, políticas e programas nacionais de desenvolvimento sustentável. 
 
A fim de apoiar a elaboração de planos de ação nacionais, o Grupo de Peritos de Países 
Menos Desenvolvidos da UNFCCC desenvolveu orientações técnicas enquadradas em 
torno dos quatro elementos do processo NAP: estabelecer as bases e preencher lacunas; 
elementos preparatórios; estratégias de implementação; e relatórios, monitoramento e 
revisão (UNFCCC. Least Developed Countries Expert Group. National Adaptation Plans: 
technical guidelines for the national adaptation, 2012). 
37 
Nos termos da Convenção, a mitigação cobre uma variedade de temas e linhas de 
trabalho. A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Reducing 
Emissions from Deforestation and Forest Degradation – REDD), por exemplo, oferece 
incentivos para os países em desenvolvimento reduzirem as emissões de áreas de florestas 
e investirem no desenvolvimento de baixo carbono, além de reforçar, simultaneamente, os 
meios de subsistência. O REDD+ expande o escopo do REDD e inclui o papel da 
conservação, do manejo florestal sustentável e do aumento dos estoques de carbono 
florestal. O uso da terra, mudança do uso da terra e florestas (LULUCF) é um setor de 
emissões no âmbito do Protocolo de Quioto. Abrange as emissões e as remoções de gases 
de efeito estufa resultantes de atividades de uso da terra e mudanças do uso da terra 
induzidas pelo ser humano, e atividade florestais nos países desenvolvidos. As Ações de 
Mitigação Nacionalmente Apropriadas (Nationally Appropriate Mitigation Actions – NAMAs) 
são políticas e ações voluntárias para reduzir as emissões de GEE empreendidas pelos 
países em desenvolvimento. Nos termos da Convenção, as partes concordaram em 
submeter à Conferência das Partes (COP) relatórios nacionais sobre a implementação da 
Convenção (veja também a seção 2 deste Módulo). 
 
Para obter informações mais detalhadas sobre a mitigação da mudança climática, veja o 
Módulo 4. 
38 
A Plataforma Web do REDD hospedada pelo Secretariado da UNFCCC, fornece informações 
relativas à redução de emissões por desmatamento e degradação florestal nos países em 
desenvolvimento. Os tópicos abordados incluem: 
 
• Desenvolvimento de capacidades 
• Atividades de demonstração 
• Vetores de desmatamento e de degradação florestal 
• Financiamento 
• Monitoramento de florestas 
• Níveis de referência de florestas e níveis de referência de emissões de florestas 
• Orientações do IPCC 
• Metodologias e ferramentas 
• Sensoriamento remoto 
• Salvaguardas 
 
Para mais detalhes sobre REDD+, consulte REDD e-Academy, que também está disponível na 
plataforma UN CC:e-Learn. 
39 
Os países em desenvolvimento precisam de assistência financeira para apoiar suas atividades 
tanto de mitigação quanto de adaptação. Na COP 15 (Copenhague, 2009), países 
desenvolvidos se comprometeram a providenciar recursos novos e adicionais, chegando a US$ 30 
bilhões para o período 2010-2012 (com repartição equilibrada entre mitigação e adaptação). 
Esse compromisso coletivo é conhecido como “fast-start finance”, financiamento para início rápido. 
O financiamento de longo prazo se refere ao compromisso de expandir, até 2020, o 
financiamento climático para US$ 100 bilhões por ano a partir de fontes públicas, privadas e 
alternativas. 
 
Para obter informações mais detalhadas sobre financiamento para mudança climática, veja o 
Módulo 5. 
40 
O Portal de finanças para mudança climática apresenta informações sobre os recursos 
financeiros disponibilizados para as partes Não Anexo I da UNFCCC, incluindo: 
• informações comunicadas por partes do Anexo II sobre a provisão de recursos 
financeiros; 
• informações apresentadas pelas partes países desenvolvidos quanto aos recursos 
disponíveis para atingir seus compromissos, incluindo as formas como as partes em 
desenvolvimento acessam esses recursos; e 
• informações sobre os fluxos financeiros canalizados, mobilizados e alavancados pelo 
GEF em seu papel como entidade operacional do mecanismo financeiro da UNFCCC.41 
A Convenção prevê transferência de tecnologia dos países desenvolvidos para os países 
em desenvolvimento para apoiar medidas de mitigação e adaptação. 
 
O Programa Estratégico de Poznan de Transferência de Tecnologia foi adotado na 
COP 14 (Poznan, 2008) com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento na 
adoção de tecnologias ambientalmente sustentáveis. 
 
Na COP 16 (Cancún, 2010), as partes da Convenção estabeleceram o Mecanismo de 
Tecnologia para facilitar a implementação de ação reforçada no desenvolvimento e na 
transferência de tecnologia. Sob orientação da COP, um Comitê Executivo de Tecnologia e 
o Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology Center and Network – 
CTCN) foram estabelecidos para facilitar a implementação do Mecanismo de Tecnologia. 
A Câmara de Tecnologia da Informação (TT: Clear) é um sistema de informação 
tecnológica que oferece uma gama de informações, incluindo um inventário de tecnologias 
verdes, projetos de desenvolvimento e transferência de tecnologia. 
42 
O Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology Centre and Network – CTCN) é o 
braço operacional do Mecanismo de Tecnologia da UNFCCC. Sua missão é: 
 
• construir ou fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento para identificação das 
necessidades de tecnologia; 
• facilitar a elaboração e a implementação de projetos e estratégias de tecnologia para 
apoiar ações de mitigação e adaptação; e 
• melhorar o desenvolvimento de baixa emissão e resiliente ao clima. 
 
O CTCN é hospedado e gerenciado pelo PNUMA em colaboração com a Organização de 
Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) e conta com o apoio de 11 centros de 
excelência localizados em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O CTCN está localizado 
em Copenhague, Dinamarca. 
 
43 
O processo da UNFCCC analisa formas de apoiar os países em desenvolvimento e países 
com economias em transição no desenvolvimento de suas capacidades para adaptação e 
mitigação. 
 
Os Quadros de Desenvolvimento de Capacidades, adotados na COP 7 (Marrakech, 
2001), fornecem uma base de ação para atividades relacionadas ao desenvolvimento de 
capacidades. Na COP 17 (Durban, 2011), as partes estabeleceram o Fórum de Durban 
de Desenvolvimento de Capacidades para fornecer uma instância na qual 
representantes das partes, organizações das Nações Unidas, organizações 
intergovernamentais e organizações não governamentais, comunidade de pesquisa, 
academia e o setor privado possam compartilhar ideias, experiências, lições aprendidas e 
boas práticas no que diz respeito às atividades de capacitação em países em 
desenvolvimento. 
 
Em paralelo ao processo de desenvolvimento de capacidades, foram realizadas 
negociações ao abrigo do artigo 6º da Convenção, que trata de educação, treinamento e 
sensibilização pública. O Programa de Trabalho de Doha sobre o artigo 6o foi adotado 
na COP 18 (Doha, 2012 e forneceu um marco flexível para a ação orientada para o país 
no âmbito do artigo 6o. O Portal de capacitação é um mapa interativo de atividades de 
capacitação em todo o mundo. 
Site da UNFCCC 
44 
O vídeo destaca o importante papel da educação no combate às mudanças climáticas. 
45 
Esta seção discute a evolução das negociações ao longo dos últimos anos (de uma 
abordagem de duas vertentes para uma abordagem de uma vertente) e destaca 
algumas das questões-chave para um futuro regime sobre mudança climática. 
 
46 
Na COP 13/CMP 3 (Bali, 2007) um grande passo foi tomado nas negociações 
internacionais sobre mudança climática. O Roteiro de Bali foi adotado, incluindo uma 
“abordagem em duas vertentes” no âmbito tanto da Convenção quanto do Protocolo de 
Quioto. 
 
O Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Ação Cooperativa de Longo Prazo no âmbito da 
Convenção (Ad Hoc Working Group on Long-term Cooperative Action under the Convention 
– AWG-LCA) trabalhou no sentido de um “resultado acordado” mais amplo que inclui os 
Estados Unidos e as partes em desenvolvimento para garantir a implementação plena, 
efetiva e sustentada da Convenção. Os resultados do seu trabalho incluem o Marco de 
Adaptação de Cancún, o Mecanismo de Tecnologia e o Fórum Durban. 
 
O Grupo Ad Hoc sobre Compromissos Adicionais para Partes do Anexo I do Protocolo 
de Quioto (Ad Hoc Working Group on Further Commitments for Annex I Parties under the 
Kyoto Protocol – AWG-KP) foi criado em 2005 para negociar um segundo período de 
compromisso para os países desenvolvidos Partes do Protocolo de Quioto. Seu trabalho 
foi concluído com a aprovação da Emenda de Doha, em 2012. 
 
As negociações prosseguiram nessa “abordagem de duas vertentes” até 2012. 
 
47 
Na COP 15 (Copenhague, 2009), as partes registaram, mas não adotaram formalmente, 
o Acordo de Copenhague. O Acordo reconheceu “a visão científica de que o aumento da 
temperatura global deve se manter abaixo de 2 graus Celsius”. Na sequência do Acordo 
de Copenhague e ao longo de 2010, muitos países apresentaram compromissos de 
mitigação voluntários. O Acordo também incluiu o compromisso de países desenvolvidos 
de fornecerem US$ 30 bilhões em financiamento inicial rápido para o período de 2010 a 
2012, e US$ 100 bilhões por ano até 2020. Os Acordos de Cancún foram adotados em 
2010, na COP 16, realizada em Cancún. Entre outras coisas, esse conjunto de acordos 
formalizaram os compromissos assumidos pelas países do anexo I no Acordo de 
Copenhague. Os governos também decidiram criar o Fundo Climático Verde, a fim de 
ampliar a oferta de financiamento de longo prazo para países em desenvolvimento. Além 
disso, foram estabelecidos o Marco de Adaptação de Cancún, o Comitê de Adaptação, 
bem como o Mecanismo de Tecnologia. 
 
 
 
48 
Tanto o AWG-LCA quanto o AWG-KP concluíram seus trabalhos em 2012, uma vez que 
foi decidido na COP 17 (Durban, 2011) que as negociações de um novo regime seriam 
realizadas por meio de uma única via. Um novo órgão subsidiário foi estabelecido, o 
Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Plataforma de Durban para a Adoção de Medidas 
Reforçadas (Ad Hoc Working Group on the Durban Platform for Enhanced Actions – AWG-
ADP) (UNDP. Taking Stock of Durban: review of key outcomes and the road ahead, 2012, 
p. 7). 
49 
O ADP criou uma nova plataforma que conduzia as negociações a partir de 2013 sob 
uma única vertente. O ADP foi incumbido de desenvolver um regime pós-2020 sobre 
mudança climática. No âmbito da UNFCCC, o ADP deveria desenvolver ou um "protocolo, 
ou outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal" que fosse aplicável 
a todas as partes. O ADP iniciou seu trabalho em 2012 e concluiu em 2015, com a 
adoção do Acordo de Paris. Em dezembro de 2015, o ADP se torna o APA, ou o Grupo 
de Trabalho Ad Hoc sobre o Acordo de Paris (Ad Hoc Working Group on the Paris 
Agreement – APA). O APA será responsável pelos processos em direção à entrada em 
vigor do Acordo de Paris. 
 
Informações adicionais 
 
O Acordo de Paris entrará em vigor até 2017, quando pelo menos 55 partes que 
constituem 55% do total das emissões globais de GEE o tenham ratificado. 
 
 
50 
 O ADP foi incumbido de duas linhas de trabalho. No âmbito da linha de trabalho 1, o 
ADP considerou opções para um acordo global de mudança climática para entrar em 
vigor em 2020. Desenvolveu as principais características e funcionalidades do novo 
acordo, seja ele um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com 
força legal aplicável a todas as partes. No âmbito da linha de trabalho 2, o ADP 
trabalhou no reforço das ambições de redução antes de 2020, a fim de acelerar a 
resposta à mudança climática. As partes na COP 17 observaram com grande 
preocupação a diferença significativa entre as promessas de mitigação das partes até 
2020 e as reduções de emissões necessárias para manter o aumento da temperatura 
média global abaixo de 2°C ou 1,5°Cacima dos níveis pré-industriais. O objetivo da 
linha de trabalho 2 foi, então, identificar medidas imediatas para tratar a lacuna de 
emissões, enquanto se aguarda decisão sobre o novo acordo da linha de trabalho 1. 
 
Nas negociações como parte do ADP, a COP 19 convidou as partes a prepararem e 
apresentarem Contribuições Nacionalmente Determinadas (Intended Nationally Determined 
Contributions – INDCs) como método de se alcançar o objetivo da Convenção de forma 
colaborativa. 
51 
Registraram-se progressos na COP 19 (Varsóvia, 2013) no avanço das negociações para um 
acordo pós-2015. “Varsóvia definiu um caminho para os governos trabalharem no texto 
preliminar de um novo acordo climático universal para que esteja disponível na próxima 
Conferência sobre Mudança do Clima da ONU, no Peru. Esse é um passo essencial para alcançar 
um acordo final em Paris, em 2015”, disse Marcin Korolec, presidente da COP 19. 
 
Informações adicionais 
A conferência também decidiu estabelecer um mecanismo internacional para melhorar a proteção 
de populações mais vulneráveis contra perdas e danos causados por eventos climáticos extremos 
e eventos de início lento, como a elevação do nível do mar. O trabalho pormenorizado sobre o 
chamado “Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos” foi programado para 
começar em 2014. 
 
Os acordos também incluíram um conjunto significativo de decisões sobre as formas de ajudar os 
países em desenvolvimento a reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes do 
desmatamento e da degradação de florestas, que representam cerca de um quinto de todas as 
emissões geradas por atividades humanas. O Quadro de Varsóvia para o REDD+ é apoiado por 
promessas de 280 milhões de dólares de financiamento dos Estados Unidos, da Noruega e do 
Reino Unido. 
 
Governos concluíram o trabalho no Centro e Rede de Tecnologia Climática (Climate Technology 
Centre and Network – CTCN) para que este possa responder imediatamente aos pedidos de 
assessoria e assistência à transferência de tecnologia por parte dos países em desenvolvimento. O 
CTCN está em funcionamento e incentiva os países em desenvolvimento a estabelecer pontos 
focais para acelerar a transferência de tecnologia. 
 
Durante a Conferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, reiterou seu convite a todos os 
governos e líderes da comunidade financeira, empresarial, governos locais e sociedade civil, para 
a cúpula do clima em Nova York, em 23 de setembro de 2014. Destinada a ser uma cúpula de 
soluções, complementando as negociações da UNFCCC (UNFCCC. UN Climate Change Conference 
in Warsaw Keeps Governments on a Track towards 2015, Press Release, 2013; Climate 
Agreement) 
52 
Pouco antes da Conferência do Clima 2013, em Varsóvia, as Filipinas foram atingidas por 
um ciclone tropical (Tufão Haiyan) excepcionalmente intenso. O vídeo mostra a 
emocionante declaração por um negociador do clima daquela nação insular, que entrou 
em greve de fome durante a COP 19. 
53 
Esta cúpula, realizada em 23 de setembro de 2014, em Nova York, foi organizada a 
pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para “servir como uma plataforma 
pública para líderes no mais alto nível – todos os Estados-membros da ONU, bem como 
líderes da comunidade financeira, empresarial, sociedade civil e líderes locais dos setores 
público e privado – para catalisar uma ação ambiciosa na ponta para reduzir as 
emissões e fortalecer a resiliência climática e mobilizar a vontade política para um 
acordo global ambicioso, em 2015, que limite o mundo a menos de 2 graus Celsius de 
aumento da temperatura global”. 
 
Mais de 100 chefes de Estado, bem como 800 líderes de negócios, finanças e sociedade 
civil participaram do evento. Um dos resultados principais incluíram a Declaração de 
Nova York sobre Florestas, lançada e apoiada por mais de 150 parceiros, incluindo 32 
governos, 20 governos subnacionais, 40 empresas, 16 grupos de povos indígenas e 49 
ONGs e grupos da sociedade civil. A Declaração visa a reduzir pela metade a perda de 
florestas naturais em todo o mundo até 2020, e se esforça para eliminar tal perda até 
2030. 
 
Site da Cúpula do Clima da ONU 2014 
 
54 
A COP 20, em Lima, foi mais um passo importante no sentido de um acordo em 2015. 
“Aqui em Lima, os governos têm alcançado uma visão bem mais clara sobre projeto 
preliminar do Acordo de Paris, em preparação para 2015, e a próxima rodada de 
negociações em Genebra”, disse Manuel Pulgar-Vidal, ministro do Meio Ambiente do Peru 
e Presidente da COP. O documento principal que emanou da conferência foi o Chamado 
de Lima para Ação Climática. 
 
Informações adicionais 
Durante a conferência, as partes elaboraram os elementos do novo acordo a ser discutido 
na COP 21, em Paris, e as regras básicas sobre como todos os países podem enviar 
contribuições para o novo acordo durante o primeiro trimestre de 2015. As Contribuições 
Nacionalmente Determinadas (INDCs) foram colocadas no centro da ação climática pós-
2020, quando o novo acordo entrará em vigor. 
 
Foi anunciada a Declaração Ministerial de Lima sobre Educação e Sensibilização, que visa 
a “desenvolver estratégias de ensino que incorporam o tema da mudança climática no 
currículo, além de conscientizar sobre a mudança climática no desenho e na 
implementação de estratégias nacionais de desenvolvimento e de mudança climática”. 
Outras promessas foram feitas para o Fundo Climático Verde, em Lima, de forma a trazer 
a soma total prometida para o Fundo para perto de US$ 10,2 bilhões. 
 
O governo do Peru lançou um novo portal, com o apoio da UNFCCC, para aumentar a 
visibilidade da riqueza de ações climáticas de cidades, regiões, empresas e investidores, 
incluindo aquelas no âmbito de iniciativas de cooperação internacional. O Portal da 
Nazca Climate Action foi concebido para injetar um impulso adicional ao processo em 
preparação para Paris, demonstrando a riqueza da ação não estatal. 
55 
 
Além disso, 17 países desenvolvidos foram avaliados por outros governos ou partes da 
Convenção em termos de suas metas de redução de emissões em toda a economia, por 
meio da primeira avaliação multilateral (multilateral assessment – MA), um marco histórico 
na implementação de medição, relatório e verificação de reduções de emissões. As 
avaliações mostraram que “estão aumentando o número de casos de sucesso e melhores 
práticas em políticas e na inovação tecnológica juntamente com nações que desassociam as 
emissões do crescimento econômico”. 
 
O Clima e Tecnologia informou sobre os pedidos que recebeu, e foi discutido o 
estabelecimento de uma conexão entre o Fundo Climático Verde e o Mecanismo de 
Finanças da UNFCCC, a fim de fortalecer a Tecnologia da UNFCCC. 
A Conferência de Lima também acordou sobre um Programa de Trabalho de Lima sobre 
Gênero para avançar o equilíbrio de gênero e promover a sensibilidade de gênero no 
desenvolvimento e implementação da política climática (UNFCCC). Lima Call for Climate 
Action Puts World on Track to Paris 2015. Press Release, 2014) 
55 
 
Em 12 de dezembro de 2015, a COP adotou o Acordo de Paris, por meio da decisão 1 / 
CP.21. O texto do Acordo de Paris está contido no anexo da decisão 1 / CP.21. O Acordo 
entrará em vigor 30 dias depois que pelo menos 55 países, representando no total pelo 
menos um número estimado de 55% do total das emissões globais de gases de efeito de 
estufa, tenham depositado seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou 
adesão junto ao Depositário, até o mais tardar 2017. O principal objetivo do Acordo, 
conforme previsto no artigo 2°, é manter a mudança da temperatura média global 
abaixo de 2 graus Celsius e até abaixo de 1,5 grau Celsius. O quadro para alcançar 
esse objetivo é por meio de contribuições nacionalmente determinadas (NCDs), que cada 
parte irá comunicar e fortalecer ao longo do tempo. O acordo também visa a aumentar a 
capacidadedas partes de se adaptar à mudança climática e visa tornar os fluxos de 
financiamento consistentes com um desenvolvimento resistente ao clima. 
Para mais detalhes, veja o site da UNFCCC. 
 
 
56 
O Acordo de Paris incluiu uma ampla gama de elementos que contribuem para um acordo 
universal e abrangente sobre a mudança climática. 
Informações adicionais 
Mitigação 
O Acordo de Paris aponta para um pico de emissões de GEE o mais rapidamente possível 
e insta as partes a elaborarem suas INDCs de modo a refletirem “maior ambição”. A 
UNFCCC irá manter um registro público das contribuições que será atualizado e 
melhorado a cada cinco anos. (Principalmente artigo 4°). 
Adaptação 
O Acordo de Paris ecoa os princípios do Marco de Adaptação de Cancún em sua 
determinação de "estabelecer a meta global de adaptação de aumentar a capacidade 
de adaptação, fortalecendo a resiliência e reduzindo a vulnerabilidade à mudança 
climática”. O Acordo observa a sinergia entre mitigação e adaptação, em que ações de 
mitigação podem reduzir a necessidade de esforços de adaptação e estabelece um 
processo através do qual cada parte apresentará regularmente uma Comunicação sobre 
adaptação. (Artigo 7°). 
Perdas e danos 
No artigo 8° do Acordo de Paris, as partes reconhecem a importância de “evitar, 
minimizar e tratar perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática" 
e referem-se ao Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos. 
 
57 
 
Finanças 
O Artigo 9º do Acordo de Paris afirma que os países desenvolvidos continuarão a assumir 
a liderança no fornecimento de recursos financeiros para os esforços de mitigação e 
adaptação à mudança climática, visando a atingir o equilíbrio do fluxo de recursos entre 
as duas áreas. Além disso, as partes devem apresentar um relatório sobre o apoio 
financeiro planejado e desembolsado a cada dois anos. 
Desenvolvimento e transferência de tecnologia 
O Acordo cria um novo quadro no âmbito do Mecanismo de Tecnologia existente (ver 
Seção 4), que irá fortalecer a ação cooperativa sobre esse ponto e será apoiado pelo 
Mecanismo Financeiro da Convenção. (Artigo 10°). 
Desenvolvimento de capacidades 
No Artigo 10° do Acordo, a COP reconhece o papel da capacitação, especialmente para 
partes em desenvolvimento, menos desenvolvidas e especialmente vulneráveis. A Decisão 
da COP 20 lançou duas iniciativas para apoiar os esforços de capacitação. Em primeiro 
lugar, o Comitê de Paris de Desenvolvimento de Capacidades, que irá preencher lacunas e 
necessidades de capacitação em partes que sejam países em desenvolvimento e gerir um 
plano de trabalho 2016-2020 para fortalecer sinergias e evitar duplicação de esforços. 
Em segundo lugar, a Decisão lança a Iniciativa de Capacitação para a Transparência para 
desenvolver a capacidade institucional e técnica de partes em desenvolvimento. 
Transparência na ação e no apoio 
O Acordo de Paris estabelece um quadro melhorado de transparência para a ação e 
apoio. Em termos de ação, o quadro tem como objetivo esclarecer sobre os progressos 
realizados em direção aos objetivos do Acordo, incluindo o status das INDCs, ações de 
adaptação, boas práticas etc. Em termos de apoio, o quadro tem como objetivo fornecer 
uma visão geral do apoio financeiro. (Artigo 13). 
Balanço global 
O Artigo 14 do Acordo de Paris estabelece um mecanismo-chave para a implementação 
das suas disposições. O Balanço global irá avaliar o progresso coletivo em direção aos 
principais objetivos do Acordo. O primeiro alanço será realizado pela COP 23 e o 
procedimento será repetido a cada cinco anos a partir de então. Os resultados irão 
informar as INDCs. 
 
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Questões-chave que precisam ser resolvidas incluem a redução da lacuna entre o 
compromisso atual e as reduções de emissões necessárias para manter o aumento da 
temperatura abaixo de 2°C. A forma do novo quadro legal que precisa ser 
implementado até 2020. Outras questões-chave incluem, entre outras: a mobilização de 
financiamento suficiente para a adaptação nos países em desenvolvimento e a ampliação 
do apoio ao desenvolvimento de capacidades nos países em desenvolvimento. 
 
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