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1. ESTUDAR A EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS LEUCEMIAS AGUDAS. Leucemias são neoplasias malignas caracterizadas pela reprodução incoordenada de células sanguíneas anormais na medula óssea, células essas que são lançadas na corrente sanguínea, podendo infiltrar diversos órgãos, incluindo linfonodos e o baço. LEUCEMIA AGUDA A leucemia aguda é o resultado de um ou mais eventos malignos que ocorrem num precursor inicial hematopoiético. Em vez de ocorrer proliferação e diferenciação normais, a célula afetada da origem a uma progenia que não se diferencia e continua a proliferar de modo incontrolável. Como resultado, as células mieloides imaturas na LMA, ou as células linfoides (LLA), chamados de blastos, se acumulam de maneira rápida e progressivamente substituem a medula óssea, ocasionando uma redução na produção de células vermelhas normais, células brancas e plaquetas. Esta perda da função normal da medula óssea, dá origem a complicações clínicas da leucemia: anemia, infecção e sangramento. Com o tempo, os blastos leucêmicos penetram na corrente sanguínea e eventualmente ocupam os linfonodos, baço e outros órgãos vitais. Se não for tratada, a leucemia aguda é rapidamente fatal. Com o tratamento adequado, a história natural da leucemia aguda pode ser alterada, e muitos podem ser curados. EPIDEMIOLOGIA As leucemias no Brasil ocupam a 9ª posição no ranking de neoplasias em homens e 10º em mulheres, quando se exclui os tumores de pele não melanoma. A forma mais comum de leucemia no mundo como um tudo é a LMA, devido a sua maior incidência em populações orientais. No entanto, nos países ocidentais, a forma mais comum de leucemia é a LLC. Nas crianças com menos de 15 anos de idade, as leucemias costumam ser AGUDAS, sendo a mais frequente a LLA. (É o tipo mais frequente em crianças). LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) A LMA se refere a um grupo de neoplasias que se originam em células progenitoras hematopoiéticas ou em células tronco primitivas com potencial de multilinhagem. Ela é caracterizada pela proliferação de precursores mieloides, resultando no seu acumulo na medula óssea e no sangue periférico. As células doentes na LMA são capazes de se dividirem e proliferarem, mas não são capazes de se diferenciar em células hematopoiéticas maduras (neutrófilos). EPIDEMIOLOGIA A LMA é a leucemia mais comum no mundo como um todo, devido a sua maior incidência em populações orientais. Sua incidência começa a se elevar a partir dos 15 anos e tender a aumentar progressivamente com AGUDAS: Acumulo de progenitores, ou seja, blastos, que são incapazes de se diferenciar em células maduras, devido a um bloqueio de maturação. CRÔNICA: Acumulo de células maduras, que seguiram o processo normal de maturação. Módulo Perda de Sangue Problema 04 – Desde cedo. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar a idade. Assim, um adulto com leucemia aguda provavelmente tem LMA. E sabemos que a doença possui ligeira prevalência pelo sexo masculino. No Brasil, as leucemias ocupam a 9ª posição no ranking de neoplasias em homens e 10º em mulheres. FATORES DE RISCO A etiologia da LMA é desconhecida na maioria dos pacientes, em especial naqueles de causa primaria, ou seja, sem causa aparente. Numa minoria de casos, a LMA está relacionada a doenças genéticas, como a Síndrome de down, síndrome de Patau e síndrome de Klinefelter. Além dessas, as síndromes que cursam com falência medular congênita. Estão relacionados também a exposição ambiental ou ocupacional a agentes carcinogênicos, tabagismo, benzeno, derivados de petróleo, radiação ionizante (sobreviventes da bomba atômica, radiologistas) e também altas doses de radiação para tratamento de canceres. Os maiores resultantes da radioterapia são aqueles em alta dose, administrada em períodos mais curtos, nos pacientes mais jovens. Obs.: Não existem evidências que a LMA possa ser causada por infecções virais, porém, alguns estudos sugerem associação entre infecção pelo Epstein-Barr (EBV) e LLA. PATOGENIA A doença começa assim que uma determinada célula progenitora, ao sofrer mutações genéticas, se torna incapaz de prosseguir na diferenciação hematopoiética. Esta célula não vai além da forma blasto e começa a se proliferar descontroladamente, ocupando a medula óssea e impedindo o crescimento e a diferenciação das células normais. Sabe-se que a LMA é resultado de inúmeras alterações genéticas que se relacionam de forma acumulativa. Quando as mutações acabam por afetar genes que codificam fatores de transcrição importantes para a hematopoiese, pode haver descontrole desse processo, gerando uma LMA. CLASSIFICAÇÃO OU ESTAGIAMENTO A classificação da FAB dividiu a leucemia mieloide aguda em subtipos de M0 a M7, com base na morfologia e citoquimica da célula em que a leucemia se desenvolve. Na classificação FAB, as LMAs ditas “do meio são de bom prognóstico (M2, M3 e M4); as demais são de mau prognóstico. E deve-se dar atenção especial à LMA M3, de características e tratamento diferentes das demais. Já a OMS classificou de acordo com a analise citogenética. Cerca de 60% dos casos exibem anormalidades cariotipicas em uma análise citogenetica e muitos casos com cariótipos normais tem mutações em genes, detectados por métodos moleculares. QUADRO CLÍNICO O quadro clínico da LMA incluirá sintomas decorrentes da falência da medula óssea em produzir os elementos sanguíneos, pois o tecido hematopoiético normal será substituído por células blasticas leucêmicas, o que leva a redução dos constituintes normais (hemácias, leucócitos e plaquetas). Dessa forma a tríade sintomática da leucemia aguda é: astenia, hemorragia e febre, sendo todos esses sintomas relativos à insuficiência hematopoiética medular. Essa tríade é a mesma da anemia aplasica, sendo o diagnostico diferencial importante, pois se não houver leucocitose é indicativo de anemia aplasica. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar A astenia (ou fadiga) é o sintoma inicial na metade dos casos. O sangramento reflete a plaquetopenia grave e eventualmente um distúrbio de coagulação (CIVD na LMA M3– promielocítica). Quando o distúrbio é secundário apenas à plaquetopenia manifesta-se com sangramentos cutâneo (petequias, equimoses) e mucoso (sangramento gengival, epistaxe, hemorragia digestiva). Portadores de LMA M3 que cursam com CIVD podem manifestar sangramentos orgânicos graves como hemorragia intracraniana pulmonar. A febre pode ser decorrente de dois mecanismos: Neutropenia que favorece infecções bacterianas e fungicas sistêmicas. Ou febre neoplásica, consequente à rápida proliferação clonal. Outros sinais e sintomas são decorrentes da infiltração leucêmica de órgãos e tecidos. A hepatoesplenomegalia é uma manifestação frequente. Esse achado se torna mais proeminente na LMC, e é um diagnóstico diferencial da anemia aplasica, visto que esta não cursa com hepatoesplenomegalia. Algumas manifestações infiltrativas são características de certos subtipos. O exemplo mais clássico é o da Hiperplasia Gengival, comum nos subtipos M4 e M5. O sarcoma granulocítico (Cloroma) é uma tumoração extramedular de blastos, que pode se apresentar como um tumor de órbita ou em outros locais, como ossos, pulmões, SNC, ovário. DIAGNÓSTICO Nos exames laboratoriais, o hemograma de uma leucemia aguda é caracterizado pela presença de anemia + plaquetopenia, e habitualmente leucocitose às custas dos blastos (mas os leucócitos podem estar normais também). A anemia é um achado quase universal, sendo geralmente de moderada a grave, normocítica, normocrômica e sem reticulocitose. E o grau de plaquetopenia varia, estando abaixo de 20.000/mm3. Entre as alterações metabólicas encontradas em pacientes com LMA, a hiperuricemia é um achado frequente e decorre da elevada produção e da lise de células tumorais. O diagnóstico deve ser sempre confirmado pelo mielograma (aspirado da medula óssea), obtido geralmente da crista ilíaca, ou pelo sangue periférico. É necessária a presença de mais de 20% de blastos (critério da OMS) entre as células nucleadas do aspirado. O aspirado deve ser analisado do ponto de vista morfológico, citoquímico, imunofenotípico, citogenético e molecular (PCR). Logo, além de confirmar uma leucemia aguda, os exames devem tipar e subtipar a leucemia, definindo dados prognósticos. Tipagem e imunofenotipagem: os blastos do LMA são maiores e apresentam grânulos azurofílos em seu citoplasma, definido sua linhagem granulócitica. A presença no citoplasma de filamentos eosinofílicos – os bastonetes de Auer (agregados de grânulos azurofílos que adquirem cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar um formato peculiar de agulha) é patognomonico de LMA. Na imunofenotipagem é encontrado certos marcadores de membrana como CD13, CD14, CD33, CD34, que permitem definir a origem mieloide do blasto. LMA-M3 Os promielócitos t(15;17) neoplásicos secretam fatores pró-coagulantes, tais como o próprio fator tecidual (desencadeador da via extrínseca da coagulação), induzindo uma síndrome de CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada). Estes pacientes apresentam um quadro clínico marcado principalmente pelo sangramento, desproporcional ao grau de plaquetopenia. Até pouco tempo atrás, este era um dos subtipos de LMA de pior prognóstico, pois os pacientes apresentavam quadros graves de hemorragia (inclusive AVE hemorrágico) nos primeiros dias ou semanas. A própria quimioterapia induzia a CIVD, ao liberar fatores pró-coagulantes quando da destruição dos blastos neoplásicos. Felizmente, com o advento da terapia com ácido transretinoico (ATRA, também chamado de tretinoína), hoje estes pacientes apresentam um prognóstico muito mais favorável, tornando-se, na verdade, o subtipo de LMA de melhor prognóstico! PROGNÓSTICO Os principais fatores prognósticos na leucemia mielóide aguda são: ■ idade: os pacientes com 60 anos ou mais têm pior prognóstico que os pacientes mais jovens; ■ quadro de mielodisplasia prévia ao diagnóstico ou tratamento quimioterápico anterior, especialmente com drogas alquilantes; ■ cariótipo: nos pacientes com menos de 60 anos de idade, os portadores de t(8;21), t(15;17) e inv(16) ou t(16;16) têm prognóstico favorável; os portadores de anomalias cromossômicas complexas -7, anormalidades do (3q), Del(5q) e - 5, t(6;9), t(6;11) e t(11;19) têm prognóstico adverso ou desfavorável, e o resto das anormalidades cromossômicas, incluindo cariótipo normal, tem prognóstico intermediário. TRATAMENTO O tratamento é de suporte e especifico: 1. O tratamento de suporte: A plaquetopenia é bastante comum em pacientes com leucemia aguda e pode piorar nos primeiros dias de quimioterapia. O risco de sangramento fatal aparece quando há menos de 10.000 plaquetas no hemograma. A transfusão de plaquetas está indicada nos seguintes casos: - Transfusão terapêutica: sangramento mucoso ou orgânico, com plaquetometria inferior a 50.000/mm3. - Transfusão profilática: todo paciente com plaquetometria inferior a 10.000/mm3 (ou 20.000/mm3 na presença de febre ou infecção). ANEMIA: A transfusão de concentrados de hemácia é indicada especialmente nos pacientes com anemia sintomática. Recomenda-se manter a Hb acima de 8,0 g/dl PREVENÇÃO DA SÍNDROME DE LISE TUMORAL: A fim de prevenir esta complicação, todos os pacientes com leucemia aguda devem receber hidratação venosa e drogas hipouricemiantes antes do início da quimioterapia. Estas podem ser o tradicional alopurinol ou a moderna rasburicase. INFECÇÕES: Na vigência de neutropenia febril (febre e <500 neutrofilos) é necessária uma pesquisa de um foco gerador de infecções que deve incluir hemoculturas das vias de acesso, culturas de urina e locais suspeitos de infecção. O tratamento inicial é empírico Cefepima, Meropenén, Piperaciclina-tazobactam. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 2. Terapia específica A terapia especifica da LMA deve ser feita com quimioterapia de alto poder mielotóxico, para tentar destruir completamente o clone mieloblástico. INDUÇÃO DA REMISSÃO: tem como objetivo o extermínio do clone neoplásico. A remissão completa é definida por: desaparecimento dos blastos no sangue periférico, medula óssea com <5% de blastos,ausência de células com bastonetes de Auer e recuperação hematopoiética (hemograma com mais de 1000 neutrofilos e mais de 100.000 plaquetas). O regime mais comumente adotado na remissão é denominado 3+7 isto é, por 3 dias é usado um agente antracíclico, seguido por 7 dias de uso de citarabina. Em geral os pacientes alcançam remissão completa após um ou dois ciclos de terapia de indução; A segunda fase é denominada consolidação e é feita com quimioterapia intensiva na esperança de eliminar a doença. Geralmente utiliza-se dois a quatro ciclos de antraciclíco ou com transplante de células tronco em casos de mau prognostico ou recidivas. O transplante de células tronco alogênicas reduz a frequência de recidiva da LMA, mas provoca risco de morbidade e mortalidade, de modo que não é indicado em casos de risco favorável, a menos que tenha havido recidiva. Nos pacientes acimas de 70 anos o resultado do tratamento é pobre por causa da resistência da doença primária e da má tolerância aos protocolos de tratamento intensivo. Morre por hemorragia, infecção e insuficiência cardíaca, renal ou de outros órgãos. Em idosos com doenças graves acometendo outros órgãos, deve-se decidir entre tratamento de suporte com ou sem quimioterapia suave com apenas um fármaco. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA (LLA) A Leucemia linfoide aguda resulta da proliferação clonal de precursores linfoides anormais na medula óssea, sendo a leucemia mais comum na infância. Um pico de incidência entre 2-10 anos (maior aos 4 anos). É mais comum na raça branca e tem discreta predominância no sexo masculino. A LLA infantil responde muito bem a quimioterapia, com chance de cura em torno de 90%. A LLA também pode ocorrer no adulto. Nesse caso a doença apresenta pior prognóstico. Além disso, 85% dos casos são de linhagem B (LLA- B) e tem incidência igual em ambos os sexos. Já nos casos de LLA de células T, ocorre uma predominância de 15% do sexo masculino. PATOGENESE A patogênese é variada. Certos polimorfismos da linha germinal em um grupo de genes envolvidos no desenvolvimento de células B são mais comuns em pacientes com LLA-B. 1) Contato com agentes químicos (benzeno, agrotóxicos, tintas, solventes). 2) Exposição a radiações ionizantes ou tratamento com quimioterapia por neoplasias prévias. 3) Vírus (EBV, HIV, HTLV1) podem estar presentes na etiologia das leucemias agudas. 4) Alterações cromossômicas, como a observada em crianças com síndrome de Down (+21), oferecem 20 vezes mais risco de o indivíduo desenvolver leucemia aguda em relação a outras crianças (4:1). A associação de um ou mais fatores induzem a uma desregulação do ciclo celular. Os protooncogenes podem sofrer mutações transformando-se em oncogenes devido a falhas nos sinais de transdução a partir do DNA CLASSIFICAÇÃO OU ESTAGIAMENTO A classificação da LLA baseia-se em critérios morfológicos, imunofenotípicos e citogenéticos, e tem como objetivo facilitar o diagnóstico, aumentar a reprodutibilidade entre os estudos, identificar fatores prognósticos favoráveis e desfavoráveis e permitir a detecção precoce da recaída da doença. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar Na classificação da FAB, especialistas em leucemia dividiram a leucemia linfoide aguda em três subtipos (L1, L2 e L3), baseados na maneira como suas células eram vistas ao microscópio após coloração de rotina. O subtipo L1 é o mais comumente encontrado na LLA infantil, apresentando o melhor prognostico e resposta a terapia. O subtipo L2 é a forma mais comum no adulto. O subtipo L3 é menos comum e representa a forma leucêmica do linforma de Burkitt. A LLA de celulas T é menos frequentes, geralmente se apresenta com massa mediastinal (origem no timo). Na classificação da LLA-B há vários subtipos geneticamente caracterizados, como as translocações ou rearranjos de genes. O subtipo é um guia importante para escolha do melhor protocolo de tratamento e para o prognostico. Em alguns casos da doença o paciente pode apresentar, assim como na LMC, a translocação entre os cromossomos 9 e 22, conhecida como cromossomo Philadelphia (Ph+). Ela é mais comum nos adultos, estando presente em 15 a 30% dos casos. A presença do gene BCR-ABL é um sinal citogenético indicativo de prognóstico desfavorável. Apesar disso, nessas situações, pode ser utilizada a terapia-alvo para o tratamento, por meio dos inibidores da tirosina quinase. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As queixas mais comuns derivam da supressão da hematopoese normal causada pela infiltração da medula óssea por células leucêmicas. Assim estão presente sintomas progressivos de palidez, fraqueza, cansaço, febre e sudorese noturna associados ou não a infecção. No entanto, algumas diferenças devem ser destacadas: A dor óssea é muito mais frequente; a adenomegalia cervical ou generalizada é mais frequente. Massas mediastinais pode ocorrer subtipo de células T do timo; Manifestações neurológicas, como confusão mental, cefaleia e comprometimento de nervos cranianos resultam de infiltração leucêmica, de hemorragia no SNC. O acometimento do SNC e dos testículos, especialmente na recidiva, é mais comum. Nesses locais, o tratamento quimioterápico é mais difícil, pelo fato do medicamento não ultrapassar a barreira hematoencefalica. A febre neoplásica é mais comum e a hiperplasia gengival não faz parte. Pacientes com LLA-T podem apresentar sintomas relacionados à massa mediastinal volumosa, como tosse seca, dispnéia e sintomas de compressão de veia cava superior. Sintomas de leucostase: tonturas, visão turva, zumbidos nos ouvidos, cefaléia podem ser relatados pelos pacientes, se houver leucocitose > 100.000/mm3 DIAGNÓSTICO O hemograma, na maioria dos casos, mostra anemia normocítica normocrônica e trombocitopenia. A contagem de leucócitos pode ser baixa, normal ou alta, atingindo 200.000 ou mais. O critério diagnostico para a LLA é a presença de linfoblastos na medula óssea em proporção >25% do total de células nucleadas. Os blastos são caracterizados pela morfologia, por exames imunológicos e por analise citogenética. Diferente da LMA a microscopia não irá apresentar bastonetes de Auer, nem os grânulos azurofílos no citoplasma (dificuldade na identificação morfológica). A imunofenotipagem garante o diagnóstico (CD10, CD19 e CD20 – células B) em células de linhagem T os marcadores são: CD3 e CD7. O perfil metabólico do sangue não apresenta-se substancialmente alterado na LLA, porém é comum a elevação da desidrogenase láctica e do ácido úrico — ambos representando rápida destruição e regeneração celular. A radiografia simples do tórax é geralmente normal, mas pode demonstrar a presença de alargamento do mediastino, que ocorre em aproximadamente 50% dos casos de LLA do tipo T. Nos casos de comprometimento do sistema nervosocentral, o exame do Líquido cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar Cefalorraquidiano (LCR) irá mostrar pleocitose e células leucêmicas no exame do sedimentado citológico. Nos casos de suspeita de infiltração testicular, a ultrassonografia pode corroborar a observação clínica. O diagnóstico definitivo da leucemia é baseado no exame da medula óssea. Na maioria das vezes, a infiltração da medula pelas células leucêmicas é evidente. Ocasionalmente, o material da medula é muito difícil de ser obtido devido a necrose, fibrose ou excessiva quantidade de células leucêmicas. Nesses casos, a biópsia da medula óssea e o preparo de imprints podem oferecer células para morfologia, citoquímica, análise citogenética e imunofenotípica. PROGNÓSTICO Há uma grande variação na chance de pacientes individuais obterem cura a longo prazo. Cerca de 25% das crianças tem recidiva após o tratamento de primeira linha e necessitam tratamento, mas pode-se esperar uma curabilidade de cerca de 85%. Já a curabilidade em adultos cai significamente, chegando a menos de 5% após os 70 anos de idade. TRATAMENTO A terapia de suporte é exatamente a mesma descrita para a LMA. A diferença é a menor mielotoxicidade do esquema indutor de remissão da LLA infantil com critérios prognósticos favoráveis (não usa antraciclinas nem ara-C), e a necessidade de profilaxia com sulfametoxazol- trimetoprim contra a pneumocistose, devido ao uso de altas doses de corticoide. O tratamento da LLA caracteristicamente inclui uma fase de indução de remissão, um período de intensificação (consolidação) que se estende por alguns meses, e uma fase de manutenção por um período de dois a três anos. Durante as duas primeiras fases, existe ainda uma preocupação com o sistema nervoso central que determina a utilização de quimioterapia intratecal associada ou não à radioterapia como medida profilática. Indução: O objetivo da indução de remissão é destruir rapidamente a maioria das células tumorais e levar o paciente ao estado de remissão, em que há menos de 5% de blastos na medula óssea, contagens normais no hemograma e nenhum sinal ou sintoma da doença. Consiste na administração de um glicocorticoide (prednisona ou dexametasona), vincristina e uma terceira droga (daunoblastina ou asparaginase). Os pacientes de alto risco e os pacientes adultos recebem habitualmente quatro drogas. E em pacientes pediátricos, a resposta ao tratamento inicial com corticosteroides tem valor prognóstico caracterizado pela eliminação dos blastos circulantes na primeira semana de tratamento. Consolidação: A terapia pós-remissão é constituída por uma sequência de tratamentos ainda muito discutidos. O tipo de tratamento, sua cronologia e principalmente o valor do transplante de medula óssea são alvos de debates calorosos. A tendência atual é de se individualizar o tratamento de acordo com os fatores de risco. Manutenção: A continuidade do tratamento quimioterápico por um período de 2 a 3 anos para pacientes em remissão permanece como uma conduta padrão em portadores de LLA, exceto naqueles pacientes que são diagnosticados com o subtipo B maduro. Na realidade, cerca de 70% dos pacientes podem ser curados com 12 meses de tratamento, porém o tratamento deve ser continuado diante da incapacidade de identificar de forma absoluta aqueles indivíduos. Doses diárias de mercaptopurina e semanais de metotrexate constituem a base do tratamento de manutenção. Transplante de células tronco: O papel do transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) no tratamento da LLA na infância sempre foi considerado para pacientes que falharam ao tratamento inicial convencional e para cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar pacientes em primeira remissão, porém considerados de alto risco de recidiva. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 1. LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA (LMC) Na leucemia mieloide crônica os achados marcantes são uma leucocitose neutrofílica acentuada, esplenomegalia maciça (infiltração das células neoplásicas), febre vespertina, sudorese noturna, astenia e as infecções não são frequentes devido à preservação da funcionalidade dos leucócitos. Há também defeitos na coagulação derivado da plaquetopenia. Os pacientes normalmente não apresentam sintomas, no caso da anemia eles se adaptam aos quadros apresentados, além disso, o paciente não apresenta infecção, devido à presença de células maduras de neutrófilos maduros (logo não há uma imunossupressão). O diagnóstico da LMC é realizado por um aspirado ou biópsia de medula contendo uma hiperplasia mieloide acentuada, sendo que o cariótipo dessas células apresentam o cromossomo Philadelphia em 95% dos casos (esse valor é devido a sensibilidade, mas 100% dos pacientes apresentam essa translocação cromossômica), isso resulta em um gene híbrido ativo que produz uma tirosina cinase p210 a qual desregula a divisão celular e perde a capacidade de sofrer apoptose (clone neoplásico). Outra diferença é a ocorrência de um enorme desvio à esquerda caracterizando pela presença de células granulocíticas jovens (bastões e metamielócito) no sangue periférico e presença de basofilia e eusinofilia. Sua causa está relacionada com uma inflamação intensa ou em resposta em uma a uma neoplasia proliferativa na medula. A evolução da LMC é uma crise blástica mieloide (principal causa de óbito) característica de leucemia aguda secundária derivada do aumento da proliferação de blastos na medula óssea (superando os 20% recomendado pela OMS). O tratamento da LMC passou por uma revolução nos últimos anos, passando de um tratamento altamente citotóxico pela realização de quimioterapia e transplantes de células hematopoiéticas, para a administração do medicamento, por via oral, o Mesilato de Imatinibe o qual age no receptor de tirosina sintetizado pela mutação. 2. LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA (LLC) A leucemia linfoide crônica é uma doença que atinge mais indivíduos idosos e não acomete a faixa pediátrica (geralmente > 65 anos). A doença se caracteriza pela presença da célula neoplásica, linfócito B, que não consegue se diferenciar em plasmócito levando a incapacidade de produzir anticorpos (ficam mais propensos a infecções). Não se sabe ao certo quais mutações ocasionam essa doença nem os fatores de risco, exceto o histórico familiar presente em doenças hematológicas. O linfócito B acaba se acumulando namedula óssea e se infiltrando no sangue periférico, linfonodos, baço e fígado. O diagnóstico é realizado pela imunofenotipagem, sendo o marcador CD5 o exclusivo da doença. A evolução clínica é decorrente do aumento da meia-vida das células linfóciticas, sendo que as manifestações clínicas acometem mais tardiamente. Os pacientes irão apresentar uma linfocitose, esplenomegalia e adenopatia cervical. Há também a presença de infecções graças a não produção de anticorpos, decorrente de uma hipogamaglobulinemia. O diagnóstico é fechado na presença da linfocitose >10000/mm³ e >30% de linfócitos na medula óssea, não necessitando de marcadores, cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar entretanto em casos de dúvida se utiliza os marcadores CD5. O tratamento é realizado pela quimioterapia e ação de um anticorpo monoclonal, a rituximab (anti-CD20). A resposta a quimioterapia citotóxica não é muito boa, devido a faixa etária idosa dos pacientes acometidos por essa doença. 2. COMPREENDER O MIELOGRMA: INDICAÇÕES E DADOS EVIDENCIADOS DESSE EXAME. O mielograma, também conhecido como punção aspirativa da medula óssea, é um exame que tem como objetivo verificar o funcionamento da medula óssea a partir da análise das células sanguíneas produzidas. Assim, esse exame é solicitado pelo médico quando há suspeita de doenças que possam interferir nessa produção, como leucemia, linfoma ou mieloma, por exemplo. Este exame precisa ser feito com uma agulha grossa, capaz de atingir a parte interna do osso em que fica localizada a medula óssea, por isso é necessária a realização de uma pequena anestesia localizada para diminuir a dor e o desconforto durante o procedimento. O mielograma é normalmente solicitado após alterações no hemograma, em que são identificadas poucas células sanguíneas ou grande quantidade de células imaturas, por exemplo, sendo indicativo de alterações na medula óssea. Assim, o mielograma é solicitado com o objetivo de investigar a causa da alteração, podendo ser indicado pelo médico nas seguintes situações: Investigação de anemia inexplicada, ou a redução do número de glóbulos brancos e plaquetas em que não foram identificadas as causas nos exames iniciais; Pesquisa de causas para alterações na função ou formato nas células do sangue; Diagnóstico de câncer hematológico, como leucemia ou mieloma múltiplo, dentre outros, assim como o acompanhamento da evolução ou do tratamento, quando já foi confirmado; Suspeita da metástase de um câncer grave para a medula óssea; Investigação de febre de causa desconhecida, mesmo após realização de diversos exames; Suspeita de infiltração na medula óssea por substâncias como o ferro, no caso da hemocromatose, ou de infecções, como leishmaniose visceral. Assim, o resultado do mielograma é muito importante no diagnóstico de diversas doenças, permitindo o tratamento adequado. Em alguns casos, também pode ser necessária a biópsia da medula óssea, exame mais complexo e demorado, pois é necessária a remoção de um pedaço do osso, mas muitas vezes importante para dar mais detalhes sobre a medula. Esse exame possibilita determinar a proporção e o grau de maturação das diferentes linhagens hematopoéticas, assim como a presença de células anômalas ou de parasitas, e é composto de: Avaliação da celularidade total (CT) da medula Relação granulocítica/eritrocítica (G:E) Determinação da celularidade relativa e absoluta e descrição morfológica qualitativa de cada série específica (granulocítica, eritroide, linfomonoplasmocítica, megacariocítica) Caracterização de células anômalas, quando presentes Conclusão final do laudo. Basicamente a observação se refere a celularidade, que nos mostra se a medula é normo, hipo ou hipercelular. A relação entre os elementos mielóides e os eritróides, nos fornece a relação mielóide - eritróide ou M / E, que varia entre 2/1 a 4/ 1. Verificamos também o percentual de linfócitos que oscila em torno de 10 %, a série megacariocítica, observando a produção de plaquetas e outros elementos tais como: parasitas e células neoplásicas. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 3. IDENTIFICAR OS CRITERIOS PARA A TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS (CÁLCULO DE DOSES E FATORES QUE INTERFEREM). TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP) A transfusão de plaquetas é usada em pacientes com baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia), ou distúrbio da função plaquetária, que apresentam sangramento ativo (uso terapêutico), ou naqueles que estão sob sério risco de apresentar sangramento (uso profilático). O efeito hemostático somente é alcançado quando as plaquetas transfundidas são viáveis e permanecem na circulação do receptor em número suficiente para manter uma adequada contagem plaquetária. PRODUTOS PLAQUETÁRIOS Existem dois tipos básicos de componentes plaquetários disponíveis para transfusão: a) concentrado plaquetário em “pool” – derivado de doações de sangue total, apropriadamente chamado de concentrado de plaquetas; b) plaquetas derivadas de doação única por citaférese - apropriadamente chamado de plaquetas por aférese. Apesar de as plaquetas se manterem viáveis por até 7 dias, considerações a respeito da contaminação bacteriana (introduzida no ato da coleta, tanto por flora de pele como por bacteremia assintomática do doador) limitaram o tempo de estoque a 5 dias. Quando se preparam pools de plaquetas, nos quais o sistema de armazenamento se torna aberto, o prazo de validade não deve ser maior do que 4 horas. Plaquetas podem ser transfundidas desconsiderando-se a tipagem ABO, pois, os antígenos do sistema ABO são fracamente expressos nas plaquetas, e a maioria dos adultos possui substâncias antigênicas solúveis A e B no sangue, que são capazes de neutralizar pequenas quantidades de anticorpos presentes em plasmas ABO incompatíveis. Hemácias passageiras, presentes nas plaquetas, podem levar à aloimunização contra antígenos eritrocitários, tornando importante a compatibilidade ao sistema Rh em transfusões de mulheres em idade fértil. Basicamente, as indicações de transfusão de CP estão associadas às plaquetopenias desencadeadas por falência medular, raramente indicamos a reposição em plaquetopenias por destruição periférica ou alterações congênitas de função plaquetária. 1. PLAQUETOPENIA POR FALÊNCIA MEDULAR Ocorre na maioria dos casos em pacientes com doença hematológica e/ou em tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia.Nesta situação a plaquetopenia geralmente é por um tempo determinado ou limitado e a indicação tem finalidade profilática: Se contagens inferiores a 10.000/mm na ausência de fatores de risco; Se contagens inferiores a 20.000/mm na presença de fatores associados a eventos hemorrágicos como febre (>38ºC), manifestações hemorrágicas menores, doença enxerto versus hospedeiro, esplenomegalia, uso de medicamentos que encurtam a sobrevida plaquetária (certos antibióticos e antifúngicos), hiperleucocitose (>30.000/mm e concomitância de outras situações que interferem no equilíbrio hemostático (p.e. leucemia promielocítica aguda). Pacientes pediátricos toleram contagens plaquetárias mais baixas. Em pacientes estáveis, indicar a transfusão de CP quando a contagem for inferior a 5.000/mm Pacientes adultos com tumores sólidos teriam um maior risco de sangramento quando submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia devido à necrose tumoral, sendo indicada a transfusão profilática de CP, se contagem inferior a 20.000/mm Quando a plaquetopenia por falência medular apresentar um caráter crônico (por exemplo, na anemia aplástica e síndrome mielodisplásica) o paciente deve ser observado sem transfusão de CP até que a contagem plaquetária atinja valores inferiores a 5.000/mm (ou a 10.000/mm na presença de hemorragias), quando então deve ser indicada a transfusão profilática. 2. PLAQUETOPENIA POR DISFUNÇÃO PLAQUETÁRIA Pacientes portadores de alterações da função plaquetária (Trombastenia de Glanzmann, cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar Síndrome de Bernard-Soulier e síndrome de plaqueta cinzenta) raramente necessitam de transfusões de CP, pois sangramentos graves são pouco frequentes. A recomendação de transfusão se baseia no preparo para procedimentos cirúrgicos ou invasivos e/ou na persistência do sangramento apresentado pelo paciente após a utilização de outros agentes terapêuticos como antifribinolíticos. Em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos que envolvam circulação extracorpórea por período superior a 1 hora pode ocorrer comprometimento da função plaquetária secundário à sua ativação, com possibilidade de sangramento peri-operatório. Nesta situação está indicada a transfusão de plaquetas mesmo com contagens superiores a 50.000/mm Nesta situação alguns exames complementares como o tromboelastograma realizado durante o ato cirúrgico podem auxiliar na tomada de decisão. A Púpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) e a Trombocitopenia induzida pela Heparina (HIT) são contra-indicações à transfusão de plaquetas. 3. PLAQUETOPENIA POR TRANSFUSÃO MACIÇA Após a transfusão do equivalente a duas volemias é esperado que a contagem plaquetária atinja valores inferiores a 50.000/mm, sendo a transfusão de CP recomendada. Na presença de alterações graves da hemostasia, trauma múltiplo ou de sistema nervoso central, a transfusão está indicada a partir de valores inferiores a 100.000/mm, 4. PLAQUETOPENIA POR COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD) Recomenda-se a transfusão de CP em casos de sangramento para manter o valor plaquetário acima de 20.000/mm. Não há evidências que atestam sua eficácia em uso profilático. 5. PLAQUETOPENIA AUTO-IMUNE Nesta situação, a transfusão de CP é restrita a situações de sangramentos graves que coloquem em risco a vida do paciente, associada ao tratamento específico da patologia de base. 6. PLAQUETOPENIA POR DENGUE HEMORRÁGICA Na prática esta plaquetopenia se comporta como a da PTI, pela presença de reação cruzada entre os antígenos plaquetários e as proteínas do vírus. Logo não há indicação de transfusão profilática. 7. TRANSFUSÃO PARA PROCEDIMENTOS INVASIVOS Um grande número de trabalhos científicos aponta que valores superiores a 50.000/mm são seguros para a maioria dos procedimentos cirúrgicos. Veja a seguir as situações nas quais deve ser feita a transfusão de CP na realização de procedimentos invasivos. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar DOSE E MODO DE ADMINISTRAÇÃO A dose preconizada para adultos é de 01 unidade de plaqueta randômica para cada 10 kg de peso do paciente. Em pacientes pediátricos menores de 15 Kg a dose é de 5-10 mL/Kg. O tempo de infusão da dose de CP deve ser de aproximadamente 30 min em pacientes adultos ou pediátricos, não excedendo a velocidade de infusão de 20-30 mL/Kg/hora. A recuperação pós-transfusional de plaquetas pode ser avaliada por uma fórmula que calcula o “aumento corrigido de contagem” de plaquetas – CCI, este vai levar em conta o número de plaquetas transfundidos e o volume sanguíneo baseado na superfície corporal. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar
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