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TRABALHO DE DIREITO CIVIL (OBRIGAÇÃO DE NATUREZA ALIMENTÍCIA)

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1 
 
 
 
CAROL PESSL FOGLIANO 
DANIELLY GONÇALVES RODRIGUES 
ELAINE SILVA MATOS 
ERICK HENGLES CREM 
GABRIELA RODRIGUES DA SILVA 
LEANDRO NORBERTO OLIVEIRA 
MARIANA IVY DIAS GODINHO 
MATHEUS FRANSCISCO LEBER 
NIVYA BARRETO CARDOSO 
RAQUEL FERREIRA DA SILVA BRAGA 
ROGERIO MARCOS FERREIRA FILHO 
RUAN CARDOSO DE SOUZA SANTOS 
SILVANA MELO DA SILVA 
TALITA GABRIELE ROCHA PAROQUI 
 
 
 
 
 
OBRIGAÇÃO DE NATUREZA ALIMENTÍCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COTIA 
2018 
2 
 
 
 
CAROL PESSL FOGLIANO 
DANIELLY GONÇALVES RODRIGUES 
ELAINE SILVA MATOS 
ERICK HENGLES CREM 
GABRIELA RODRIGUES DA SILVA 
LEANDRO NORBERTO OLIVEIRA 
MARIANA IVY DIAS GODINHO 
MATHEUS FRANSCISCO LEBER 
NYVIA BARRETO CARDOSO 
RAQUEL FERREIRA DA SILVA BRAGA 
ROGERIO MARCOS FERREIRA FILHO 
RUAN CARDOSO DE SOUZA SANTOS 
SILVANA MELO DA SILVA 
TALITA GABRIELE ROCHA PAROQUI 
 
 
 
 
 
 
OBRIGAÇÃO DE NATUREZA ALIMENTÍCIA 
 
 
 
 
Trabalho para obtenção de nota submetido 
à apreciação da professora Hayde Silveira, 
do Curso de Direito da Faculdade Mário 
Schenberg, como exigência parcial para 
obtenção de nota da avaliação D2. 
 
 
 
 
COTIA 
2018 
 
3 
 
 
 
SÚMARIO 
 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................4 
DESENVOLVIMENTO............................................................................................5 
1.OBRIGAÇÃO.......................................................................................................5 
2.IMPORTÂNCIA DOS ALIMENTOS.....................................................................5 
3.ALIMENTOS PROVISÓRIOS, PROVISIONAIS E DEFINITIVOS.......................5 
4.DESTINATÁRIOS DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTARES....................................5 
5.QUANTO AOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS.......................................................8 
6.ASPECTOS PROCESSUAIS..............................................................................9 
7.DO QUANTUM DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS............................................10 
8.POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO, REVISÃO E EXTINÇÃO.........................11 
9.POSSIBILIDADE DE INDENIZAÇÃO AO SUPOSTO PAI.................................11 
10.ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS.................................................................12 
11.QUANTO AOS CONJUGES............................................................................14 
12 OBJETO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTARES...............................................14 
13.EXTINÇÃO PELA EXONERAÇÃO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA.....................15 
14.CESSAÇÃO DA OBRIGAÇÃO.........................................................................15 
15.LIMITES DOS ALIMENTOS.............................................................................16 
16.CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTÍCIAS.................................18 
17.QUANTO AS FONTES.....................................................................................19 
18.QUANTO A NATUREZA...................................................................................19 
19.QUANTO AO MOMENTO EM QUE SÃO PEDIDOS........................................19 
20.QUANTO À FINALIDADE.................................................................................20 
21.CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA....................................20 
22.TUTELA DE URGÊNCIA...................................................................................23 
23.DOUTRINA........................................................................................................24 
24.JURISPRUDÊNCIA ..........................................................................................26 
CONCLUSÃO.........................................................................................................28 
REFERENCIAS......................................................................................................29 
ANEXO...................................................................................................................31 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho versa sobre "Obrigação de natureza alimentícia", ao 
analisar o tema citado, é possível compreender e avaliar o instituto dos alimentos com 
fundamento no Código Civil Brasileiro de 2002. 
Neste trabalho, procura se apresentar uma noção geral, ressaltando a 
importância vital assumida no âmbito do direito de família. É um tema bastante 
profundo e também com muitos conflitos, que provém, sobretudo, da complexidade 
das relações sociais e de algumas omissões legais. Neste contexto, o presente 
trabalho visa demonstrar de forma clara a natureza jurídica e as principais 
característica do instituto alimentos. 
Rolf Madaleno cita que a sobrevivência está entre os fundamentais direitos da 
pessoa humana e o crédito alimentar é o meio adequado para alcançar os recursos 
necessários à subsistência de quem não consegue por si só prover sua manutenção 
pessoal, em razão da idade, doença, incapacidade, impossibilidade ou ausência de 
trabalho. Contudo tratar dos alimentos é, em última análise, tratar da perpetuação da 
vida. 
5 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
1. OBRIGAÇÃO 
 
Obrigação, é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre 
devedor e credor cujo objetivo consiste numa prestação pessoal econômica, positiva 
ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento por 
meio de seu patrimônio (Washington Monteiro de Barros). 
 
 
2. IMPORTÂNCIA DOS ALIMENTOS 
 
 
A boa alimentação deve fazer parte da nossa rotina porque pode auxiliar na 
manutenção da saúde, na prevenção e tratamento de doenças, no desempenho da 
atividade física esportiva, no controle do peso corporal, nos estados de alergias e 
intolerâncias alimentares e na redução de fatores de risco para doenças crônicas. 
Alimentação também é parte importante do tratamento de doenças como 
hipertensão, diabetes, dislipidemias, cardiopatias, doenças renais, anorexia, etc. Ou 
seja, é de grande importância este elemento diário na vida das pessoas independente 
de qualquer fator. Obviamente coube ao judiciário tutelar a todos que possam estar 
necessitando dos alimentos naturais. 
 
3. ALIMENTOS PROVISÓRIOS E PROVISIONAIS E ALIMENTOS 
DEFINITIVOS. 
 
 
Os alimentos provisórios e provisionais são fixados em antecipação de tutela e 
visam a manutenção do alimentando durante o curso do processo. Os alimentos 
definitivos são aqueles fixados por sentença ou por acordo entre as partes, após a sua 
homologação. 
 
4. DESTINATÁRIOS DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTARES 
 
 
A Constituição Federal, lei maior, põe a salvo prioritariamente os interesses da 
criança, do adolescente e do jovem. Em seu artigo 227 determina a proteção à 
diversos 
6 
 
 
direitos dos menores, entre eles o direito à vida, à educação, à liberdade, convivência 
familiar e de importante fundamento para esse tema, o direito 
alimentação, entre outros, atribuindo esse dever de proteção à família e ao próprio 
Estado: 
1Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
Corroborando essa proteção de direitos, o artigo 229 diz: 
 
Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e 
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na 
velhice, carência ou enfermidade. 
Neste artigo fica explicita a reciprocidade de direitos e deveres entre pais e 
filhos. No que concerne ao Direito das Obrigações Alimentares, existem leis 
específicas que nos garante pleitear prestações alimentares, basta que exista vinculo 
de parentesco, sejaele de ordem natural, que é definido pelos laços sanguíneos ou 
de ordem civil, que é definido pela lei, como é o caso das adoções, do casamento 
entre outros. Entre as leis destinadas ao direito de alimento, está a Lei nº 5478/68 Lei 
de Alimentos, onde entre outras garantias, assegura a fixação de alimentos provisórios 
desde o despacho do pedido e não somente depois de citado o devedor. Assegurando 
assim que o devedor não dificulte a citação com finalidade de se esquivar da 
obrigação. 
Existem dois princípios, por assim chamar, de proteção ao direito de alimentos, 
que estão inseridas no direito de família: o poder familiar que incide sobre os filhos em 
relação aos pais que o Código Civil atesta tal imposição através do artigo 1630: “Os 
filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores”. 
O segundo é o princípio da solidariedade, fundamentado na mutua assistência, 
para que todos os membros da família possam gozar da mesma afeição solidária. O 
Código Civil, entre os artigos 1694 e 1710 versa sobre quem são os credores e os 
devedores no que tange ao direito de alimentos. 
Iniciando pelo art. 1694 do referido código:
 
1 Constituição Federal 
7 
 
 
 
2Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns ao 
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo 
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
Observamos que, basta haver vinculo de parentesco, necessidade de alimento 
pelo alimentado e a possibilidade de pagamento pelo alimentante para que haja 
legitimidade para pleitear tal direito perante o Poder Judiciário. Estes são os 
pressupostos que legitimam a ação. Iniciaremos apontando os agentes ativos (credor) 
e passivos (devedor) dessa relação. Explanando sobre como se firma a aplicação 
efetiva desse direito. 
Sob esta óptica, é relevante analisar o que o Código Civil classifica como 
parente: 
Art.1591: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas 
para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. 
Art.1592: São parentes em linha colateral ou transversal, até o 
quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem 
descenderem uma da outra. 
Art. 1593: O parentesco é natural ou civil, conforme resulte da 
consanguinidade ou outra origem. 
 
Diante do exposto, conclui-se que dentro de um rol de relações próximas, 
familiares, em que haja os requisitos do art. 1695 do Código Civil: 
São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens 
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria 
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem 
desfalque do necessário ao seu sustento. 
 
Os filhos biológicos, concebidos dentro ou fora do matrimonio, ou, filhos por 
adoção, sem distinção entre eles, pais, avós, cônjuges ou companheiros, irmãos, tios, 
sobrinhos, primos, todos são legitimados, considerando os pressupostos de 
necessidade do autor e possibilidade do devedor, para pleitear direito de alimentos, 
tanto como credor, como também, devedor. Algumas particularidades diferenciam uns 
e outros. 
 
2 Código Civil Brasileiro 
8 
 
 
 
Os filhos menores, biológicos ou adotivos, desde que comprovado o 
parentesco, através, de suas incapacidades, devidamente representados por um de 
seus genitores, deve acionar o judiciário, em face do genitor que não possui a guarda 
e não provém os alimentos como determina a lei, na impossibilidade de cumprimento 
das suas obrigações paternas (considerando a prevalência dos casos), pode-se 
chamar à lide os avós, seguindo a linha sucessória em grau imediato, constituindo, 
ainda assim, impossibilidade da prestação de alimentos, aciona os descendentes, na 
impossibilidade destes, os irmãos, seguindo a linha sucessória (o mais velho), 
germanos ou unilaterais. Pode se chamar diversos familiares para compor a quantia 
estipulada pelo juiz, caso o pai não tenha como liquidar por si só. 
Já os filhos maiores, que não tenham como prover seu sustento e estejam 
cursando ensino superior, o direito aos alimentos não se extingue automaticamente, 
como previsto na súmula 358 do STJ que diz: 
3O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a 
maioridade está sujeito a decisão judicial, mediante contraditório, 
ainda que nos próprios autos. 
Assim, ele tem que apresentar provas da necessidade dos alimentos, o que 
não era necessário quando menor. Ademais, o direito que o assiste não é mais 
derivado do poder familiar, mas sim da solidariedade familiar. Prevalecendo a mesma 
linha sucessória do direito de alimentos, pais, avós, filhos, irmãos, tios e sobrinhos. 
Como disposto no art. 1.696 do Código Civil, pais e filhos tem reciprocidade nos 
direito e obrigações de alimentos. 
 
 
5. QUANTO AOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
Os alimentos gravídicos são aqueles destinados à mulher gestante para 
custear as despesas da gestação, desde o momento da concepção ao momento do 
parto, incluindo os referentes à alimentação especial, assistência médica e 
psicológica, demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do 
médico e de outras a que o juiz considere pertinentes. Tais alimentos devem 
 
3 Súmula vinculante 358 – Supremo Tribunal de Justiça 
9 
 
 
 
compreender os valores suficientes para garantir a sobrevivência do feto, conforme 
previsão expressa na Lei n. 11.804, de 05 de novembro de 2008. 
 
A ação de alimentos gravídicos é movida pela gestante face o suposto pai do 
nascituro, existindo a possibilidade de a ação ser promovida com fundamentos apenas 
em indícios de paternidade. Entretanto, o ônus probatório é da gestante, e há que se 
aplicar a regra do 333, I, do Código Civil, que diz que o ônus probatório1 se incumbe 
ao autor da ação. 
 
Para provar o relacionamento, a autora da ação poderá se utilizar de bilhetes, 
fotos, e-mail, testemunhas e enfim, qualquer meio de prova lícito que comprove o 
envolvimento entre as partes, uma vez que não se faz necessário a existência de 
união estável, casamento ou sequer um relacionamento duradouro entre as partes. 
 
Vale ressaltar que, o valor dos alimentos gravídicos não poderá ultrapassar os 
gastos relativos à gravidez, e o magistrado deverá estar atento para que a prestação 
alimentícia não seja utilizada para “fomentar futilidades, luxo e ostentação, ainda que 
visível a riqueza do suposto genitor’’ (Francisco José Cahali). 
 
 
 
6. ASPECTOS PROCESSUAIS 
 
Para entrar com a ação se faz necessária petição inicial contendo a narrativa 
dos fatos. Em seguida o juiz observa quem são os legitimados ativo e passivo da ação, 
que conforme o artigo 1º da lei 11.804/2008 são da gestante (legitimidade ativa) e do 
suposto pai (legitimidade passiva). 
 
Cabe ressaltar que não é permitido o litisconsórcio passivo nesse tipo de ação, 
vez que traria dúvidas ao magistrado quanto à condição de suposto pai, acarretando 
a improcedência do pedido. 
 
A partir do princípio da solidariedade, se o suposto pai alegar incapacidade 
financeira para cumprir com a obrigação, há a possibilidade do encargo ser transferido 
para os supostos avós paternos. Esse modo se dará por regra insculpida no artigo 
 
10 
 
 
 
1.698 do Código Civil, possibilitando os alimentos gravídicos avoengos (que vem dos 
avós). Em caso de falta destes, a obrigação recairá sobre os parentes de até o 
segundo grau. 
 
4Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, 
não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão 
chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as 
pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na 
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma 
delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. 
 
 
7. DO QUANTUM DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
 
O valor é fixadono artigo 2º da lei 11.804/2008, ou seja, os alimentos gravídicos 
compreendem os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período 
da gravidez e as despesas que sejam dela decorrentes, tendo a contribuição do 
suposto pai e da mulher gestante na proporção dos recursos de ambos. 
 
Quanto às despesas de internação e parto, salvo ajuste entre as partes, não 
cabe impor ao suposto pai se a gestante possuir plano de saúde e também se essas 
despesas já são arcadas pelo SUS. 
 
5Art. 2o. Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores 
suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez 
e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive os 
referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, 
exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais 
prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do 
médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. 
 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à 
parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, 
considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela 
mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. 
 
4 Código Civil 
5 LEI 11.804/2008 
11 
 
 
 
8. POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO, REVISÃO E EXTINÇÃO DOS 
ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
 
Conforme dispõe o artigo 6º da lei, após o nascimento com vida os alimentos 
gravídicos se converterão em pensão alimentícia em favor do menor. A revisão dos 
alimentos ocorrerá nos moldes do artigo 1699 do Código Civil e poderá ser realizada 
cumulada com ação de investigação de paternidade, feita através de exame de DNA, 
caso a paternidade não seja reconhecida. 
 
A extinção ocorrerá apenas nos casos de aborto ou natimorto. 
 
6Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz 
fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da 
criança, sopesando as necessidades da parte autora e as 
possibilidades da parte ré. 
 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos 
gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do 
menor até que uma das partes solicite a sua revisão. 
 
 
 
9. POSSIBILIDADE DE INDENIZAÇÃO AO SUPOSTO PAI 
 
Em regra, os alimentos não são passíveis de restituição, pois visam à 
sobrevivência da pessoa. A Lei 11.804/08 em seu artigo 10º previa a responsabilidade 
da gestante em caso de resultado negativo, porém foi vetado, por ser considerado 
norma intimidadora. 
 
Mesmo com o veto do artigo que tratava da responsabilidade objetiva da autora, 
ainda persiste a responsabilidade subjetiva, pois a reparação de danos está prevista 
no âmbito geral dos aspectos civis. 
 
Permanece então a regra geral da responsabilidade subjetiva do artigo 186 do 
CC ao qual a autora pode responder pela indenização cabível desde que verificada 
sua culpa em sentido estrito (negligência ou imprudência) ou dolo (vontade deliberada 
de causar prejuízo) ao promover a ação. 
 
6 LEI 11.804/2008 
12 
 
 
 
Assim, a autora deverá ser responsabilizada subjetivamente tanto em sua 
conduta culposa quanto em sua conduta dolosa, pois configura exercício irregular de 
um direito, que diante do artigo 927 do Código Civil se equipara ao ato ilícito, tornando- 
se fundamento para a responsabilidade civil. 
 
Além de indenização por dano moral e material, existem algumas correntes que 
entendem ser possível o pedido por litigância de má-fé se provado que ao invés de 
apenas exercitar regularmente seu direito, a gestante sabia que o suposto pai 
realmente não o era, mas se valeu do instituto para obter auxílio financeiro. 
 
 
10. ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS 
 
Denomina-se alimentos compensatórios a prestação pecuniária devida por um 
dos cônjuges a outro, na ocorrência de ruptura do vínculo de casamento ou da união 
estável, visando reestabelecer o equilíbrio financeiro que vigorava antes da referida 
ruptura, quando há regime de separação total de bens estipulado no artigo 1.687 do 
Código Civil Brasileiro de 2002. 
Tal prestação é pleiteada pelo cônjuge dependente e que não tenha bens ou 
condições para gerar um nível de renda compatível com a condição social a qual se 
acostumou. A doutrina dos alimentos compensatórios foi desenvolvida, no Brasil, pelo 
jurista Rolf Madaleno, a partir de estudos do Direito Espanhol e do Direito Argentino. 
Segundo Madaleno: 
7A finalidade da pensão compensatória é corrigir o desequilíbrio 
existente no momento da separação, quando ocorre a comparação 
do status econômico de ambos os cônjuges e há a constatação de 
que um dos cônjuges desfavorecido em relação a separação 
conjugal. 
 
Para ele, os alimentos compensatórios constituem uma prestação periódica, 
em dinheiro, efetuada por um cônjuge em favor do outro na ocasião da separação ou 
do divórcio, no qual “se produziu um desequilíbrio econômico em comparação com o 
estilo de vida experimentado durante a convivência matrimonial, compensando deste 
modo a disparidade social e econômica com a qual se depara 
 
7 Rolf Madaleno 
13 
 
 
 
o alimentando em função da separação, comprometendo suas obrigações materiais, 
seu estilo de vida e a sua subsistência pessoal” 
Nesses casos, pode o juiz, seguindo a doutrina e a jurisprudência atuais, 
determinar que o cônjuge que teve maior vantagem econômica pague àquele que 
empobreceu alimentos compensatórios, podendo a pensão compensatória consistir 
em uma prestação única, por determinados meses ou alguns anos, podendo, ainda, 
açambarcar valores mensais e sem prévio termo final. 
O direito a uma pensão compensatória origina-se da existência de um 
casamento ou união estável e o surgimento, durante o processo de divórcio, de uma 
situação de bruta perda do padrão socioeconômico decorrente da separação, 
resultando em prejuízo ou dano à um dos cônjuges. 
Vale ressaltar que não é todo dano e prejuízo que pode ser considerado como 
pressuposto para concessão do benefício, é necessário que o dano ou prejuízo tenha 
origem imediata no término do convívio matrimonial. 
Em relação a duração ou limitação temporal do pagamento da pensão, uma 
primeira corrente defende a pensão compensatória como uma obrigação vitalícia. 
Como por exemplo, nos casos em que a mulher sempre se dedicou ao lar e 
aos filhos ao longo da relação e não se preocupou em aprimorar seus dotes 
profissionais, e muitos menos exercer atividades laborais. Neste caso, os alimentos 
compensatórios não podem dispor de um tempo determinado, devido a sua 
particularidade de evitar um desequilíbrio econômico, que poderá ou não alcançar sua 
finalidade. 
Vale destacar que, mesmo que o beneficiário tenha meios de obter sua 
subsistência, o devedor não fica desobrigado de cumprir o pagamento da pensão 
alimentar compensatória, mesmo que a justificativa de inadimplemento seja informar 
as condições financeiras da outra parte. 
 
Em relação a possibilidade de revisão, Maria Berenice Dias diz que: 
 
8Só cabe quando alteradas as condições econômicas do 
alimentante, em face da teoria da imprevisão, cuja cláusula rebus 
sic stantibus sempre está presente em se tratando de obrigações 
que se prolongam no tempo.
 
8 Maria Berenice Dias 
14 
 
 
17. QUANTO AOS CÔNJUGES 
 
 Dispõe o artigo 1.704 do Código Civil: 
 
9Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de 
alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a 
ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação 
de separação judicial. 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar 
de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem 
aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá- 
los, fixando o juiz o valor indispensávelà sobrevivência. 
 
Então, ex-cônjuge que não tenha motivado culposamente a separação ou divorcio 
gozara dos direitos integrais dos alimentos, com valor fixado pelo juiz, já o cônjuge 
que for considerado culpado pela separação e não tiver parentes que possa prestar-
lhe alimentos, e que também não tenha como conseguir sustento através do próprio 
trabalho, será atendida no mínimo valor, o indispensável à sobrevivência. 
Assim se dá para as uniões estáveis e homoafetivas. Necessário salientar que caso 
o ex-cônjuge, recebedor de alimentos se case novamente, tome união estável ou 
passe a viver em concubinato, ou ainda que tenha atitudes indignas com relação ao 
devedor, cessara seu direito de alimentos. Como disposto no artigo 1707. Já o ex- 
cônjuge, devedor que se casar novamente não se liberta as obrigações constantes da 
sentença do divórcio. Previsto no artigo 1708 do Código Civil. 
Ao credor de direitos de alimentos é vedada a renúncia, podendo ele não exercer 
o direito, sendo este direito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. De certo, 
você pode não o exercer, mas nunca transferir. 
A qualquer tempo, havendo mudança na situação financeira tanto do credor, como 
de devedor, poderá há quem for do interesse, reclamar ao juiz para que se avalie uma 
possível exoneração, redução ou majoração, conforme art. 1699 do código acima 
citado. 
 
 
18. REFERENTE AO OBJETO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTARES 
 
O objeto imediato é a conduta humana de dar a cada qual o que é seu, como 
objeto mediato, este é a prestação em si, que nesses casos é quantia em dinheiro 
 
9 Código Civil Brasileiro 
15 
 
 
 
acordada entre as partes ou imposta pelo juiz para o suprimento das necessidades do 
alimentado. 
 
 
19. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO PELA EXONERAÇÃO DA PENSÃO 
ALIMENTÍCIA 
 
 
Prestar alimento não se aplica apenas em prestação de alimentos naturais, a 
obrigação alcança outros patamares relevantes à uma boa qualidade de vida do titular 
do direito, a exemplo: alimentos se dá também pelo acesso do alimentado á educação, 
lazer, cultura, suprimentos de vestuário, e demais necessidades para uma vida com 
um mínimo de dignidade. A obrigação alimentícia tem aspecto mutável, pois a 
observância do binômio: necessidade- possibilidade, nesse tipo de sentença não há 
transito em julgado, e isso lhe confere o caráter mutável. 
 Segundo Fabio Tartuce a extinção da obrigação pode ocorrer através da: 
 
10Morte do credor alimentado. Advento da maior idade; 
Comportamento indigno do credor em face do devedor; Alteração 
substancial prevista no artigo 1699 do Código Civil. O casamento, 
união estável ou concubinato faz cessar a obrigação do 
alimentante, em face ao alimentado. 
 
 
20. CESSAÇÃO DA OBRIGAÇÃO 
 
 
Extinção da necessidade do alimentando ou possibilidade econômica do 
alimentante: o binômio necessidade-possibilidade determina a obrigação alimentícia 
e sua extensão, dessa forma, sem um desses pressupostos, a obrigação termina; 
Procedimento indigno do alimentando: Segundo o parágrafo único do artigo 
1.708 do Código Civil, o “procedimento indigno do alimentando” pode causar o fim da 
obrigação alimentícia, mas não indica o que seria tal ação. A analogia utilizada pela 
doutrinadora Maria Helena Diniz diz que: 
11O devedor de alimentos [...] deixará de ter tal obrigação com 
relação ao credor se este [...] tiver procedimento indigno [...] em 
relação ao devedor, por ofendê-lo em sua integridade corporal ou 
mental, por expô-lo a situações humilhantes ou vexatórias, por 
 
10 Fabio Tartuce 
11 Código Civil Brasileiro 
16 
 
 
 
injuriá-lo, caluniá-lo ou difamá-lo, atingindo-o em sua honra e boa 
fama [...]. 
A morte do alimentando também pode gerar a cessação da obrigação 
alimentícia, por se tratar de um direito personalíssimo não pode ser transferido. Com 
morte do alimentante o encargo de prover alimentos pode ser transferido (artigos 
1.700 e 1.792 do Código Civil). 
 
21. LIMITES DOS ALIMENTOS 
 
Binômio: Necessidade e Possibilidade 
 
Este binômio trata-se sobre os critérios de fixação/revisão que são pagos como 
título de alimentos, por um dos pais aos filhos. Desta forma, temos o entendimento do 
TJRR sobre este assunto, o qual será explanado a seguir. 
Temos como exemplo um filho, este é o alimentando, e o pai/mãe/responsável 
é o alimentante. Sendo então as duas variáveis para a fixação dos alimentos e sua 
revisão. Como já explanado no trabalho os alimentos devem assegurar não só a 
subsistência digna dos alimentandos, como também suprir as necessidades dos 
filhos. De acordo com a desembargadora Elaine Bianchi: 
12No âmbito da quantia fixada, o Código Civil, em seu artigo 1.694, 
§ 1º, dispõe que os alimentos devem ser fixados na proporção das 
necessidades do alimentando e dos recursos da pessoa obrigada, 
ou seja, que a verba alimentar deve ser fixada observando-se o 
binômio necessidade x possibilidade (AgReg 0000.16.000022-0 ). 
 
Conforme artigo 1.694, § 1º do Código Civil: ‘’§ 1º Os alimentos devem ser 
fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada.’’ 
Então, tendo o entendimento desta citação e do artigo do Código Civil temos 
que os alimentos deverão ser ordenados conforme a necessidade do alimentando, do 
filho, mas também dos recursos da pessoa obrigada, ou seja, a possibilidade que o 
alimentante tem conforme seus recursos financeiros para com o alimentando. 
 
12 Elaine Bianchi 
17 
 
 
 
Assim, temos a necessidade do filho, que deve ser vista como necessidade de 
alimentos, educação, vestimentas, remédios, etc. E também a possibilidade da 
pessoa obrigada, que seria a renda que o indivíduo tem para que desta renda saia a 
porcentagem para seu filho. 
Ainda assim, nesta mesma razão, temos a citação do desembargador Ricardo 
Oliveira: 
13É cediço que a fixação da prestação alimentícia deve respeitar o 
binômio necessidade/possibilidade. O arbitramento dos alimentos 
não pode converter-se em gravame insuportável ao alimentante 
nem mesmo em enriquecimento ilícito do alimentado. Deve-se 
observar o equilíbrio entre a situação financeira daquele que os 
presta e a real necessidade daquele que recebe. 
 
Levando-se em conta o que foi observado, a fixação das prestações 
alimentícias deve ser feita segundo este binômio que se traduz na interdependência 
entre a necessidade de quem requer o benefício (o alimentando) e a possibilidade da 
pessoa demandada (o alimentante). Este binômio leva em conta o fato de que o 
prestador dos alimentos também necessita de subsistência, motivo pelo qual a 
prestação acordada entre as partes ou a fixada pelo juiz não deverá privar o devedor 
dos alimentos da capacidade para a sua própria manutenção, ou seja, nunca a 
prestação acordada será exorbitante a ponto de que o alimentante fique sem 
possibilidades de se manter. 
 
Trinômio: Necessidade, Possibilidade e Proporcionalidade 
 
Ainda analisando o art. 1.694 do C.C., especificamente do seu parágrafo 
primeiro, pode se perceber e muitos doutrinadores falam sobre o trinômio 
necessidade-possibilidade-proporcionalidade. 
Que mostra como já explicado assim a necessidade e possibilidade e 
incrementa a proporcionalidade, onde os alimentos devem ser fixados na proporção 
das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. 
Então, o princípio da proporcionalidade trata da fixação dos alimentos que deve 
atentar às necessidades de quem os reclama e às possibilidades do obrigado de 
 
13 Ricardo Oliveira 
18 
 
 
 
prestá-los. Havendo alteração nesse parâmetro, possível é, a qualquer tempo, revisar- 
se o valor da pensão alimentícia. 
Tais modificações, como provocam afronta ao que se passou a chamar de 
trinômia proporcionalidade/necessidade/possibilidade,autorizam a busca de nova 
equalização do valor dos alimentos. A exigência de obedecer a este verdadeiro dogma 
é que permite buscar a revisão (para mais ou para menos) ou a exoneração, exclusão 
da obrigação alimentar. Portanto, o que autoriza a modificação do quantum é o 
surgimento de um fato novo que enseje desequilíbrio do encargo alimentar. 
Essas possibilidades revisionais decorrem exclusivamente da exigência de 
respeito ao princípio da proporcionalidade. Aliás, esse é o fundamento que permite a 
alteração, a qualquer tempo, do valor dos alimentos, quer para majorá-los, quer para 
reduzi-los, quer, inclusive para pôr fim ao encargo quando não há mais necessidade 
do credor ou possibilidade do devedor. Mas a obediência a esse critério norteador da 
obrigação alimentar impõe-se não só após a fixação dos alimentos para efeitos 
revisionais. Tal é possível sempre que houver flagrada afronta a este preceito. 
Deve ser respeitado o princípio da proporcionalidade também por ocasião da 
fixação dos alimentos. Desrespeitado tal princípio, é necessário admitir a modificação 
dos alimentos, para ser estabelecido o equilíbrio exigido pela lei. 
Para que haja o entendimento deste princípio da proporcionalidade, segue um 
exemplo: quando os alimentos são fixados sem que tenha ideia o credor dos reais 
ganhos do devedor, até porque, em geral, não convivem alimentante e alimentado sob 
o mesmo teto e, muitas vezes, sequer residem na mesma cidade. Isso tudo sem 
considerar a intenção do devedor de não cumprir com a obrigação de sustento, sendo 
unilaterais os elementos trazidos como prova da sua condição de vida. Ora, ao tomar 
conhecimento o credor de que o valor estabelecido desatende ao princípio da 
proporcionalidade, cabe buscar a adequação, sem que possa o devedor sustentar que 
a pretensão esbarra na coisa julgada. 
 
 
22. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTÍCIAS 
 
Tendo em vista a compreensão do tema e suas variáveis, serão apresentados 
neste tópico algumas classificações das obrigações alimentícias. 
19 
 
 
 
23. QUANTO AS FONTES 
 
 
Vontade das partes: Por vezes a obrigação nasce de forma graciosa, sem lide, 
dessa maneira pode ser convencionado entres as partes em comum acordo a 
prestação de alimentos; 
Lei: O artigo 1.694 do Código Civil dá aos parentes, cônjuges ou companheiros 
a possibilidade de pedir alimentos uns aos outros, de acordo com as necessidades do 
alimentando e as possibilidades do alimentante. Dessa forma os pais obtêm o encargo 
de prover o mantimento necessário a seus filhos e semelhantemente aos filhos é dada 
a obrigação de manter seus pais na velhice se comprovada a necessidade; 
Ato ilícito: A terceira origem da obrigação alimentar se inicia com um ato ilícito, 
tendo perfil indenizatório. Também tem origem na lei, mas, diferente do caso anterior, 
é necessário um ato ilícito para dar início à essa obrigação, presente no inciso II do 
artigo 948, do Código Civil. 
 
 
24. QUANTO À NATUREZA. 
 
Civil: São chamados de civis os alimentos que tem por função manter o status 
quo do alimentando, com a moradia, educação, vestuário e lazer. Tais alimentos, 
mesmo não sendo de primeira necessidade podem ser supridos pela obrigação 
alimentícia visto que está também tem o sentido de manter a dignidade do alimentando 
conforme as possibilidades econômicas do alimentante; 
Naturais: Os alimentos naturais são os que se destinam a suprir as 
necessidades básicas de vida, como comida e medicamentos. 
 
25. QUANTO AO MOMENTO EM QUE SÃO PEDIDOS 
 
 
Pretéritos: O pretérito é o pedido de alimentos que busca retroagir a um 
período anterior ao ajuizamento da ação. Tal modalidade não é aceita no Brasil; 
Atuais: Atuais são os alimentos solicitados na inicial e que duram até a 
sentença. São para manter o alimentando durante o processo; 
20 
 
 
 
 Futuros: Os futuros são os alimentos fixados na sentença, de grande duração. 
 
 
26. QUANTO À FINALIDADE 
 
Provisória: Quando há certeza do parentesco do réu, podem ser determinados 
os alimentos provisórios por uma liminar de forma provisória, enquanto durar o 
processo; 
Provisional: Em casos em que não exista a comprovação de parentesco do réu 
mas uma grande possibilidade, podem ser previstos os alimentos provisionais durante 
a tramitação do processo, evitando que o alimentando fique em desamparo; 
Definitiva: é a obrigação alimentícia determinada pelo juiz em sentença ou 
homologada (se for voluntária); 
Todavia, a tal classificação difere-se do momento de pedir, por não se destinar a 
explicar o tempo e sim o modo. Como forma de avaliar a extensão da obrigação 
alimentícia, temos a necessidade versus possibilidade. Neste caso a necessidade do 
alimentando e a possibilidade do alimentante são medidas, de forma a evitar o 
benefício excessivo do alimentando e evitar o prejuízo ao alimentante, assim, cada 
caso é único. 
Existem duas formas de pagamento de obrigação alimentar, sendo elas: 
 
In natura: dessa maneira o alimentante fornece exatamente o que é necessário 
ao alimentando, como a moradia, alimentação, vestuário, saúde e educação; 
Em espécie: quando alimentante paga as despesas do alimentando. 
 
 
 
27. CARACTERÍSTICA DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA 
 
Divisível e Solidaria 
 
De acordo com o artigo 265 que diz “a solidariedade não se presume; resulta da 
lei e da vontade das partes”. Essa característica acabou ficando sem importância no 
dispositivo legal impondo a solidariedade à obrigação alimentar, esta é a divisível, ou 
seja, cada alimentando responde por sua parte na obrigação alimentar. Por essa razão 
os alimentos são motivados através de um dever subsidiário e complementar, e não 
solidário. 
21 
 
 
 
 
 
Imprescritível 
 
É um direito do alimentado de procurar as vias judiciais para requerer certos 
benefícios. Ressalva-se que essa característica analisa as prescrições para haver 
prestações de alimentos, mas mesmo que às vezes esse direito não seja exercido por 
um longo tempo, não prescreve o direito de postular em juízo a pensão alimentícia. 
Esse direito está no artigo 206 § 2°; “Em dois anos, a pretensão para haver prestações 
alimentares, a partir da data em que se venceram”. 
 
 
Incessível 
 
Também conhecido como direito personalíssimo ou pessoal e intransferível, é 
uma característica fundamental da obrigação alimentar. O conceito dessa 
característica é simples, ela detém a titularidade de tal direito não pode ceder a outrem 
por negócio ou fato jurídico, visto que os alimentos são destinados a subsistência do 
alimentado, sendo direito pessoal e intransferível. 
Artigo 1.707 “Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito 
a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou 
penhora”. 
 
 
Incompensável 
 
Compreende-se que se o devedor da pensão alimentícia torna-se credor da 
pessoa alimentada, não pode opor-lhe o seu crédito quando for exigida a obrigação, 
conforme o artigo 373, inciso II e 1.707 do Código Civil a compensação é meio de 
extinção de obrigações, isto posto, como os alimentos destinam-se à subsistência do 
alimentado, a cessão total ou parcial deste direito poderia constituir prejuízo 
irreparável para ele. 
Entretanto quando uma dívida for de alimentos, não poderá haver compensação, 
pois ficaria frustrada a finalidade assistencial desse tipo de obrigação. Portanto, se o 
filho tem uma dívida com o pai decorrente de empréstimo, por exemplo, não poderá o 
pai alegar compensação quando o filho vier a exigir dele alimentos. 
22 
 
 
 
Deste modo, a doutrina assentou entendimento no sentido de que os valores 
atinentes à pensão alimentícia são incompensáveis e irrepetíveis, porque restituí-los 
seria privar o alimentando dos recursos indispensáveis a própria mantença, 
condenando-o, assim, a inevitável perecimento. Daí que o credor da pessoa 
alimentada não pode opor o seu crédito, quando exigidapensão. 
 
Impenhorável 
 
Entende-se é inadmissível que qualquer credor venha privar o alimentado do 
que é estritamente necessário à sua subsistência, como expressamente previsto no 
artigo 649, VII do Código de Processo Civil e 1.707 do Código Civil. Não há como se 
admitir a penhora de um direito essencial para a subsistência do mínimo existencial 
(alimentos) logo, por sua natureza, é um crédito impenhorável. 
Trata Orlando Gomes que essa característica deriva do fundamento e da 
finalidade do instituto dos alimentos, uma vez que, não se pode privar o alimentando 
dos alimentos que se fazem necessários à sua sobrevivência para satisfazer dívidas 
com credores. Contudo, a penhora poderá recair nos alimentos provenientes de 
prestações atrasadas. 
O direito aos alimentos, visa atender as necessidades pessoais de quem os 
recebe, não podendo a mesma ser objeto de penhora por parte de seus credores. A 
pensão alimentícia configura-se, assim, de pleno direito, isenta de penhora, o que foi 
previsto expressamente nos comentários do art. 1.707 do Código Civil, artigos 649 
inciso IV, § 2º, e por fim o artigo 650 do Código de Processo Civil. 
 
No entanto, o crédito decorrente de prestações alimentícias vencidas, e que 
tenham perdido o caráter alimentar, podem ser penhorados como créditos em geral. 
Admitem, Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, a possibilidade de penhora 
dos alimentos para pagamento de outra obrigação da mesma natureza, como 
também, bens adquiridos com o montante recebido a título de alimentos, desde que 
não protegidos pela impenhorabilidade dos bens de família. 
 
 Irrepetível 
 
Estes destinam-se a ser consumidos, e paga dívida. Carlos Roberto Gonçalves, 
salienta que os alimentos, uma vez pagos, são irrestituíveis, sejam provisórios, 
definitivos ou ad litem. Vez que o dever alimentar constitui matéria de ordem pública, 
23 
 
 
e só nos casos legais pode ser afastado, devendo subsistir até decisão final em 
contrário, mesmo que a ação venha a ser julgada improcedente, não cabe a restituição 
dos alimentos provisórios ou provisionais. 
A quantia paga a título de alimentos não pode ser restituída pelo alimentando 
por ter servido à sua sobrevivência. O pagamento dos alimentos é sempre bom e 
perfeito, sejam eles provisionais, provisórios ou definitivos, assim, ainda que venha a 
ser julgada improcedente a ação, ao final, os alimentos já prestados não poderão ser 
objeto de ação de repetição de indébito, uma vez pagos, os alimentos não devem ser 
devolvidos, são irrestituíveis. 
 
Intransacionável 
 
É intransacionável, de acordo com a redação original do art. 1.707 do Código 
Civil, que o crédito alimentar seria insuscetível de “transação”, expressão 
oportunamente excluída na redação final porque o que não é transacionável é o direito 
aos alimentos, podendo, no entanto, ser objeto de transação o seu valor. Logo, por 
ser indisponível e personalíssimo, o direito aos alimentos não pode ser objeto de 
transação, salvo os créditos já vencidos e não pagos. 
 
 
28. TUTELA DE URGÊNCIA 
 
 
A tutela de urgência pode ser concedida por liminar ou justificação previa. Em 
determinados casos a tutela de urgência deve ser pedido quando por análise do 
advogado da parte entenda que existe risco de perda ou prejuízo do direito do 
processo caso, haja uma venda de um bem pela parte contraria trazendo perda do 
direito, ou ao resultado útil da lide que se corre em juízo podendo ele assim garantir 
ao seu cliente a segurança de que suas intenções serão conseguidas. 
 
Na tutela de urgência antecipada caso não exista irreversibilidade dos efeitos 
da decisão, assim trazendo prejuízo a parte contraria tendo o processo sido 
parcialmente procedente. A tutela de urgência pela doutrina é tratada como parte da 
celeridade processual, caso o bem possa se deteriorar, trazendo a perda de o que se 
é litigado. Percebe-se aqui a importância da tutela de urgência na efetivação do direito. 
24 
 
 
 
Cabe ao estado, que então chamou para si a função jurisdicional de dirimir os 
conflitos, e arcar com encargo inerente a sua função, fazer se de meios necessários 
que os anseios de seus súditos sejam alcançados de maneira que venham de forma 
plena e sem perdas pela demora ou deterioração do bem. 
 
 
29. DOUTRINA 
 
A partir da edição do Código Civil de 1916, e com influência de Clóvis 
Bevilacqua, a obrigação alimentar foi entendida como não solidária, conjunta e 
divisível, ou seja, quando houver pluralidade de devedores, cada um responderá por 
uma parcela da dívida conforme suas possibilidades econômicas. 
Para Clóvis: 
 
14A obrigação de prestar alimentos não é solidária, nem indivisível, 
porque, como diz Laurent, não há solidariedade sem declaração 
expressada lei, nem obrigação indivisível que recaia sobre objeto 
divisível. 
 
O Colendo Superior Tribunal de Justiça concorda em que essa obrigação não 
é solidária, no artigo 397, caput, do Código Civil, "O direito a prestação de alimentos 
é recíproco entre pais e filhos, extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação 
nos mais próximos em grau, uns em falta de outros." 
Logo, a obrigação alimentar é considerada conjunta e divisível, os coobrigados 
são chamados no processo por meio de litisconsórcio, prevalecendo pela 
jurisprudência mais atualizada, o litisconsórcio será facultativo. 
Outro aspecto a se avaliar é na hipótese de vários parentes do mesmo grau, 
obrigados a prestação não existe solidariedade, como por exemplo, um idoso, pai de 
vários filhos, que se encontra necessitando de alimentos. Não é lícito dirigir a ação 
apenas a um deles, mesmo que seja o mais abastado, o juiz devera dividir entre os 
litisconsortes o valor da soma arbitrada de acordo com a situação financeira de cada 
um, e assim, todos colaboraram de forma igual dentro de suas possibilidades. 
Por isso, os ascendentes de um mesmo grau são obrigados em conjunto a ação 
de alimentos. Em primeiro lugar são obrigados pais e mães, depois avós, seguidos 
dos bisavós e assim por diante, existindo o ascendente de grau mais próximos, os 
 
14 BEVILACQUA, 1982, p.390. 
25 
 
 
 
mais distantes ficam desobrigados, e também avós paternos e maternos são 
chamados a cumprir a obrigação de forma igual, nas devidas proporções. 
O Código Civil de 2002 trouxe algumas alterações, como por exemplo, o artigo 
1698 
 
15Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em 
condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a 
concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas 
a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos 
respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão 
as demais ser chamadas a integrar a lide. 
 
Ou seja, se os recursos do demandado direto não forem suficientes para o 
alimentado, ele deverá chamar ao processo os corresponsáveis para auxiliá-lo, 
chegando assim a suprir totalmente as necessidades do alimentado. Tratando-se 
assim de uma intervenção de terceiros, assim, o litisconsórcio deixa de ser facultativo 
e se torna passivo obrigatório simples. Passivo porque a pensão é obrigação que deve 
ser paga só pelo demandado ou parentes, obrigatório devido a opção que o legislador 
fez em razão dos princípios da celeridade e da economia processual, e, por fim, 
simples porque a verba será distribuída entre os parentes conforme as possibilidades. 
Com base nesses fundamentos, o Ministro Relator lavrou o seguinte acórdão: 
 
"CIVIL. ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE DOS AVÓS. OBRIGAÇÃO 
COMPLEMENTAR E SUCESSIVA. LITISCONSÓRCIO. SOLIDARIEDADE. 
AUSÊNCIA. 
1 - A obrigação alimentar não tem caráter de solidariedade, no sentido que 
"sendo várias pessoas obrigadas a prestar alimentos todos devem concorrer na 
proporção dos respectivos recursos." 
2 - O demandado, no entanto, terá direito de chamar ao processo os co-
responsáveis daobrigação alimentar, caso não consiga suportar sozinho o encargo, 
para que se defina quanto caberá a cada um contribuir de acordo com as suas 
possibilidades financeiras. 
3 - Neste contexto, à luz do novo Código Civil, frustrada a obrigação 
alimentar principal, de responsabilidade dos pais, a obrigação subsidiária deve ser 
diluída entre 
 
15 Código Civil Brasileiro 
26 
 
 
 
os avós paternos e maternos na medida de seus recursos, diante de sua 
divisibilidade e possibilidade de fracionamento. A necessidade alimentar não deve ser 
pautada por quem paga, mas sim por quem recebe, representando para o alimentado 
maior provisionamento tantos quantos coobrigados houver no pólo passivo da 
demanda. 
4 - RECURSO ESPECIAL conhecido e provido. ( REsp 658139 / RS ; 
RECURSO ESPECIAL 2004/0063876-0, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, 
4ª.T. julg. 11/10/2005, DJ 13.03.2006 p. 326)." 
 
24. JURISPRUDÊNCIA 
 
 
CASO COLLOR 
 
“Collor terá de pagar pensão a ex-primeira-dama por três anos” 
Tal notícia foi manchete nas revistas mais famosas do Brasil, quando a Quarta 
Turma Do Superior Tribunal De Justiça (STJ) admitiu a fixação de alimentos 
compensatórios ao julgar recurso do Fernando Collor (...) 
O Juiz proferiu sentença conjunta, arbitrando os alimentos em 30 salários 
mínimos mensais, a serem pagos enquanto a ex-mulher necessitar. Garantiu também 
a ex-mulher dois veículos e imóveis no valor total de R$ 950 mil. 
 
 
CASO SOBRE ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
 
MP Nega Erro Em Ação Que Obrigou ‘Pai’ A Pagar Despesas De Falsa 
Grávida 
Victor e Pâmela namoraram por quatro anos e terminaram o relacionamento 
em 2015, mas a jovem não aceitava o fim da relação. Pouco tempo após o último 
encontro, ela procurou o jovem para contar que estava grávida e apresentou um 
exame, que estava gravida. 
Segundo a família de Victor, Pâmela entrou na Justiça para obrigar o ex- 
namorado a custear as despesas da gestação, e conseguiu uma decisão favorável. 
Após o nascimento da criança, no entanto, o rapaz nunca conseguiu ver a menina, 
chamada de Laura pela mãe. Desconfiada do comportamento de Pâmela, a mãe de 
 
https://jus.com.br/tudo/recurso-especial
27 
 
Victor diz que há quatro meses busca evidências sobre a existência da neta. Rosa 
Helena Sedassare conta que foram várias tentativas frustradas de conhecer Laura. 
 
Em julho deste ano, Rosa procurou o laboratório responsável pelo exame que 
atestou a gravidez de Pâmela e descobriu o que seria uma grande mentira. A 
descoberta da farsa deixou Victor perplexo, e ele passou a acreditar que Pâmela agiu 
por vingança. Rosa procurou o juiz e relatou sobre a possibilidade de o exame de 
gravidez ter sido fraudado por Pâmela. Um oficial de Justiça foi enviado à casa da 
jovem para informar que ela e a criança teriam que comparecer ao Fórum para 
apresentar a certidão de nascimento da menina. 
O oficial foi enviado no dia da festa do primeiro aniversário de Laura, em 11 de 
julho deste ano. A mulher distribuiu convites a familiares, amigos e vizinhos dela e do 
pai da criança, e chegou a gastar R$ 3 mil com a contratação de um buffet para o 
evento. 
A farsa foi, enfim, revelada quando uma mulher chamada Emily invadiu a festa 
e afirmou que três pessoas tinham tentado levar a filha dela de casa. Pâmela foi levada 
para a delegacia para prestar esclarecimentos por suposto sequestro
28 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Alimentos em qualquer período temporal é de suma importância pois garante, 
via de regra o mínimo para a subsistência do ser humano, sejam estes alimentos civis 
ou alimentos naturais, Isto posto, é simples entender por que o direito das obrigações 
enquadra tal temática em suas ramificações, vez que, as obrigações constituem parte 
integrante do Direito e o mesmo, em consonância constitui parte integrante da 
Sociedade, resguardando direitos pertinentes ao homem. 
 
Quando se fala em obrigação de natureza alimentícia muito se entende como, 
uma prestação de alimentos, ou seja, o provimento “comida”. Todavia tal pensamento 
é totalmente equivocado, esta obrigação tutela pelos alimentos naturais, sim claro, 
mas em contrapartida como já foi dito pelos civis também, estes são casas, carros, ou 
seja, bens. Isto posto tal obrigação não se restringe exclusivamente a estes citado, 
posto que, em suas ramificações estão os alimentos gravídicos, compensatórios, 
provenientes etc., suas variações são extensas. Esta obrigação resguarda os direitos 
dos destinatários, estes em suma são os filhos, biológicos, adotivos, fora do 
casamento, ex-cônjuges, pais, avó avô etc. Entende-se que a pluralidade de 
destinatários garante uma menor invalidez da obrigação. 
Perceba-se dois princípios de proteção ao direito de alimentos, que estão 
inseridas no direito de família, que seria o poder familiar que incide sobre os filhos em 
relação aos pais, e por fim o princípio da solidariedade, fundamentado na mutua 
assistência, para que fundamentalmente todos os membros da família possam gozar 
da mesma afeição solidária. 
Contudo, como já relatado muitos são as características os limites as 
classificações, entre outras diversas nuances desta temática que nos possibilitou a 
observar as obrigações de natureza alimentícias sobre diretrizes que se quer 
poderíamos imaginar e sair da simples e rasa ideia que a obrigação alimentícia é 
somente a provisão e tutela de alimentos substanciais. 
Conclui-se que este trabalho foi de extremo enriquecimento, posto que 
demostra a preocupação do Código Civil e outros diplomas, pela tutela de Direitos que 
na sociedade atual tornam-se imprescindíveis. 
29 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Disponível em <https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/41429/qual-a-diferenca-entre- 
alimentos-naturais-e-civis-ciara-bertocco-zaqueo>. Acesso em: 10 mar. 2018. 
 
COLLOR terá de pagar pensão a ex-primeira-dama por três anos. Disponível em: 
<https://www.conjur.com.br/2013-nov-12/stj-decide-fernando-collor-pagar-pensao- 
rosane-tres-anos?imprimir=1>. Acesso em: 20 maio 2018. 
 
DE AGUIRRE, Caio Eduardo. Alimentos: aspectos gerais. Disponível em: 
<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,alimentos-aspectos-gerais,50939.html>. 
Acesso em: 08 maio 2018. 
 
DE OLIVEIRA QUEIROZ, Clodoaldo. A natureza jurídica da obrigação alimentar. 
Disponível em: <http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/9093-9092-1- 
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MP nega erro em ação que obrigou ?pai? a pagar despesas de falsa grávida. 
Disponível em: <http://www.saojoaquim.sirfm.com.br/mp-nega-erro-em-acao-que- 
obrigou-pai-a-pagar-despesas-de-falsa-gravida/>. Acesso em: 20 maio 2018. 
 
 
ROLF, Madaleno. Curso de Direito de Família. Del Rey. 4 ed. 2011. 
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http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Cobrigacao-
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Cobrigacao-
https://www.webartigos.com/artigos/obrigacao-alimentar-conceito-natureza-juridica-requisitos-e-caracteristicas/39343/#ixzz59sONgA3A
https://www.webartigos.com/artigos/obrigacao-alimentar-conceito-natureza-juridica-requisitos-e-caracteristicas/39343/#ixzz59sONgA3A
http://www.saojoaquim.sirfm.com.br/mp-nega-erro-em-acao-que-
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