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Livro didático de tratamento de água

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Fisiologia 
1 
 
Tratamento de Água 
José Fransisco Ramos Zanca 
2ª
 e
di
çã
o 
Tratamento de Água 
2 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: José José Fransisco Ramos Zanca 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
Z27t Zanca, José Francisco Ramos. 
Tratamento de água / José Francisco Ramos Zanca ; revisão de 
Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO: 
Departamento de Ensino a Distância, 2018. 
125 p. : il. 
 
 
1. Água - Tratamento. 2. Desenvolvimento de recursos hídricos. 3. 
Ciclo hidrológico. 4. Água - Estações de tratamento - Brasil. 5. Água - 
Parasitologia. 6. Direitos de águas. 8. Abastecimento de água - 
Métodos. 9. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. 
Título. 
CDD 628.162 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Tratamento de Água 
3 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Tratamento de Água 
 
4 
Tratamento de Água 
 
5 
 
Sumário 
 
Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 
Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 
Unidade 1 – Uma Visão Geral da Importancia da Água Para a Humanidade...... 11 
Unidade 2 – Saneamento e Água............................................................................................27 
Unidade 3 – A Água na Transmissão de Doenças ..................................................... 47 
Unidade 4 – Qualidade da Água................................................................................... 73 
Unidade 5 – Sistema de Abastecimento de Água .................................................... 97 
Considerações finais ......................................................................................................... 118 
Conhecendo o autor ......................................................................................................... 119 
Referências .......................................................................................................................... 120 
Anexos.................................................................................................................................. 121 
Tratamento de Água 
 
6 
 
Tratamento de Água 
 
7 
 
Apresentação da disciplina 
 
 
Você acaba de receber o Livro de Estudo da disciplina Tratamento de Água do 
curso de Graduação da Universo EAD. 
Este livro foi elaborado página a página pensando em você e nas suas 
necessidades. Por isso, leia-o sempre e reflita sobre cada assunto. O estudo 
constante lhe garantirá maior segurança e aprendizado. 
Não esqueça de se organizar! Reserve um horário para leituras 
complementares, fazer seus exercícios, garantindo assim um ótimo desempenho. 
 
Desejamos que você tenha um excelente estudo e alcance o sucesso! 
 
Tratamento de Água 
 
8 
 
Tratamento de Água 
 
9 
 
Plano da Disciplina 
 
Unidade 1 - Uma Visão Geral da Importância da Água para a Humanidade 
Nesta unidade, você entenderá a importância da água para a humanidade, 
realizando uma introdução geral no tema. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água 
 Conhecer como se distribui a água na natureza 
 Conhecer seu ciclo hidrológico 
 
Unidade 2 - Uma Visão Geral da Importância da Água para a Humanidade 
Nesta unidade, você entenderá da importância da água, do saneamento e 
conhecerá os conceitos associados à sistema de tratamento de água e sistema de 
tratamento de esgoto. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água; 
 Conhecer os conceitos associado ao saneamento; 
 Conhecer os conceitos associados ao tratamento de água e esgoto; 
 Conhecer seu ciclo hidrológico. 
 
Tratamento de Água 
 
10 
Unidade 3 - A Água na Transmissão de Doenças 
Nesta unidade, você entenderá as diferentes doenças que podem ser 
transmitidas na água e pela água. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água para a saúde; 
 Conhecer as doenças de transmissão hídrica; 
 Conhecer as doenças de origem hídrica; 
 Conhecer medidas de proteção. 
 
Unidade 4 - Qualidade da Água 
Nesta unidade, você estudará os conceitos associados à qualidade da água. 
 
Objetivos da unidade: 
 Entender o conceito de qualidade da água; 
 Entender os diferentes graus de poluição das águas; 
 Conhecer as característicasfísicas da água; 
 Conhecer as características químicas da água; 
 Conhecer as características biológicas da água. 
 
Unidade 5 - Sistema de Abastecimento de Água 
Nesta unidade, você estudará sobre um sistema de abastecimento de água e, 
ao longo da unidade, serão discutidas cada uma das partes que compõem um 
sistema de abastecimento de água. 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância do sistema de abastecimento de água; 
Eiologia 
Tratamento de Água 
 
11 
 
1 
Uma Visão Geral da 
Importância da Água para a 
Humanidade 
Tratamento de Água 
 
12 
 
Caro aluno, 
Nesta unidade, você entenderá a importância da água para a humanidade, 
realizando uma introdução geral no tema. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água 
 Conhecer como se distribui a água na natureza 
 Conhecer seu ciclo hidrológico 
 
Plano da unidade: 
 Introdução 
 Quantificação 
 A água no mundo atual 
 Distribuição da água na natureza 
 Distribuição da água no Brasil 
 Ciclo Hidrológico 
 Lençóis freáticos e aquíferos 
 
Bons estudos! 
 
Tratamento de Água 
 
13 
Introdução 
A água é o componente chave e principal de todos os seres vivos, sem água 
não teríamos vida na terra. Segundo Leonardo Da Vinci, a água é um dom divino da 
natureza. De forma direta ou indireta a água é indispensável para todas as 
atividades humanas. A água constituiu e constitui um instrumento de progresso, 
um fator de desenvolvimento e um agente modelador de civilizações e de 
culturas. A água está intimamente ligada à história da humanidade. 
Pode-se dizer que a quantidade de água existente na Terra, nas suas três fases 
possíveis (sólida, líquida e gasosa), se tem mantido constante ao longo dos tempos, 
pelo menos desde o aparecimento do homem. Tal quantidade de água está em 
permanente circulação entre os três grandes “reservatórios ” pelos quais se 
encontra distribuída e que são, por ordem decrescente de importância, os 
oceanos, a atmosfera e os continentes. 
A água encontra-se sempre em um destes estados físicos: líquido, sólido ou 
gasoso. 
No estado líquido a água encontra-se em mares, oceanos, lagos, rios, outros 
tipos de fontes (lençóis freáticos e/ou subterrâneos) e também nos seres vivos, já a 
água para consumo se obtém dos rios, poços ou outras fontes (que vem dos 
lençóis freáticos ou subterrâneos). 
A maior parte do corpo dos animais é formada por água. Por exemplo, no 
homem, a água corresponde a 70% do seu peso. Nas frutas, a quantidade de água 
também é grande. 
O gelo é a água no seu estado sólido. Encontra-se na natureza em diversas 
formas, tais como: neve, nuvens, granizo, geada, icebergs e nas calotas polares. Nas 
nuvens, formam-se pequenos blocos de gelos, mas apenas nas nuvens do tipo 
cirros. 
Na neve, formam-se flocos de gelo que caem e formam grossas camadas. Isto 
acontece porque há um resfriamento de pequenas gotas de vapor de água que se 
condensam no ar, ou seja, passam do estado gasoso para líquido. 
Nas geadas, o vapor de água do ar atmosférico transforma-se em pequenas 
gotas de água, o orvalho. Este orvalho congelado é a geada. Formam-se em noites 
Tratamento de Água 
 
14 
muito frias, cobrindo de gelo as superfícies. No granizo, formam-se pedras de gelo 
formadas dentro das nuvens de tempestades. 
Nos icebergs, que são enormes blocos de gelos, forma-se com o 
desprendimento das geleiras que estão no litoral dar regiões polares. Os icebergs 
ficam flutuando nos mares e rios até que derretam transformando-se em água 
líquida. O iceberg é uma montanha de gelo onde a sua maior parte está submersa 
no mar. 
A água no estado gasoso é encontrada na forma de vapor de água que existe 
no ar que forma-se através da evaporação da água dos mares, rios e lagos. Na 
transpiração e respiração dos animais e vegetais também existe vapor de água. A 
água evaporada se condensa transformando-se em pequenas gotas. Estas gotas 
juntas formam as nuvens. 
Quantificação 
A água é a substância simples mais abundante no planeta Terra e como já foi 
mencionado pode ser encontrado tanto no estado líquido, gasoso ou sólido, na 
atmosfera, sobre ou sob a superfície terrestre, nos oceanos, mares, rios e lagos. 
Também o constituinte inorgânico mais presente na matéria viva: cerca de 70% do 
peso do homem é constituído de água e em certos animais aquáticos esta 
porcentagem alcança 98% 
Cientistas estimam que o nosso planeta tem três quartos de sua massa só de 
água (1,36 x 1018 m3) ou seja, 1 trilhão e 360 bilhões de quilômetros cúbicos, com 
1,5 x 1012 metros cúbicos em estado livre no planeta. 
Os mares e os oceanos contêm cerca de 97,4 % de toda essa massa, formada 
pela água salgada. 2 % da água total está estocada sob a forma de neve ou gelo, no 
topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares. Assim, apenas cerca 
de 0,6 % do total encontra-se disponível como água doce nos aquíferos 
subterrâneos (0,5959 %), os rios e lagos superficiais (0,0140 %) e na atmosfera na 
forma de vapor d’água (0,001 %). 
 
Tratamento de Água 
 
15 
A maior parte das águas subterrâneas encontra-se em condições inadequadas 
ao consumo ou em profundezas que inviabilizam sua exploração. Diante desta 
situação, é de importância fundamental para o futuro da humanidade, e sua 
própria sobrevivência, que se valorize a preservação dos recursos hídricos do 
planeta em suas condições naturais. 
A água no mundo atual 
A água está presente em múltiplas atividades do homem e, como tal, é 
utilizada para finalidades muito diversificadas, em que assumem maior importância 
o abastecimento doméstico e público, os usos agrícola e industrial e a produção de 
energia elétrica. Até um passado recente, as necessidades de água cresceram 
gradualmente acompanhando o lento aumento populacional. 
A era industrial trouxe a elevação do nível de vida e o rápido crescimento da 
população mundial: 1000 milhões em 1800, 2000 milhões em 1930, 4400 milhões 
em 1980, 6200 milhões em 2000. A expansão urbanística a industrialização, a 
agricultura e a pecuária intensivas e ainda a produção de energia elétrica - que 
estão estreitamente associadas à elevação do nível de vida e ao crescimento 
populacional - passaram a exigir crescentes quantidades de água. 
Assim, a satisfação das necessidades de água põe na atualidade sérios 
problemas às comunidades. Para além das grandes quantidades exigidas, algumas 
das utilizações prejudicam fortemente a qualidade da água que, se restituída aos 
meios naturais sem tratamento prévio, para além de não poder ser utilizada, é 
nociva ao próprio ambiente. 
Dificuldades crescentes na satisfação das necessidades de água, em 
consequência das elevadas quantidades exigidas e também da alteração da 
qualidade de água resultante dos seus usos, começaram a ser sentidas com 
inquietação nos países industrializados na década de cinquenta. 
Com a finalidade de diminuir os volumes de água captada, têm sido adotadas 
novas tecnologias industriais requerendo menores quantidades da água ou menos 
poluidoras e tem-se procedido à reutilização e reciclagem da água. Também na 
rega se têm desenvolvido técnicas que requerem menores quantidades de água. 
Para além dos problemas de satisfação das necessidades de água, põem-se 
problemas do domínio do excesso de água, que pode causar, níveis freáticos 
Tratamento de Água 
 
16 
prejudicialmente elevados, submersão, erosão dos solos e efeitos da corrente nos 
leitos de cursos de água e zonas marginais. 
As crescentes necessidades de água, a limitação dos recursos hídricos, os 
conflitos entre alguns usos e os prejuízos causados pelo excesso de água exigem 
que tanto o planejamento como a gestão da utilização e do domínio da água se 
façam em termos racionais e otimizados, devendo integrar-se na política de 
desenvolvimento econômico-social dos territórios. 
Assim, governos e instituições internacionaistêm-se preocupado desde um 
passado relativamente recente com os aspectos científicos e educacionais do 
planejamento e da gestão dos recursos hídricos e com as estruturas institucionais 
para a respectiva implementação, a nível nacional, regional e autárquico. 
Distribuição da água na natureza 
Toda a biota, assim como a maior parte dos ecossistemas terrestres, além dos 
seres humanos necessitam de água doce para sua sobrevivência. Entretanto, os 
mares e os oceanos contêm cerca de 97,4 % de toda essa massa, formada pela água 
salgada. 2 % da água total está estocada sob a forma de neve ou gelo, no topo das 
grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares. Assim, apenas cerca de 0,6 % 
do total encontra-se disponível como água doce nos aquíferos subterrâneos, os 
rios e lagos superficiais e na atmosfera na forma de vapor d’água. 
O segundo maior reservatório de água do planeta são as geleiras e calotas 
polares. O continente Antártico contém cerca de 85% de todo o gelo existente no 
mundo. O restante pode ser encontrado no Oceano Ártico e ainda na Groenlândia. 
As águas subterrâneas encontram-se abaixo da superfície em formações 
rochosas porosas denominadas de aquíferos. Estas águas têm influência e também 
são influenciadas pela composição química e pelos minerais com os quais estão em 
contato. Os aquíferos são reabastecidos pela água que se infiltra no solo e 
eventualmente flui para reservatórios que se localizam abaixo de seu próprio nível. 
Corpos de água doce em contato direto com a atmosfera compreendem lagos, 
reservatórios, rios e riachos. Coletivamente, estas águas são chamadas de 
superficiais. 
Tratamento de Água 
 
17 
A concentração de sais na água faz com que as águas superficiais sejam 
divididas em duas grandes categorias. Águas doces se distinguem de águas salinas 
pelo seu baixo conteúdo de sais, sendo normalmente encontradas em rios e lagos. 
O exemplo mais significativo de águas salinas é o das águas oceânicas. Via de 
regra, águas salinas apresentam níveis de cerca de 35 g.L-1 de espécies dissolvidas, 
entre as quais as predominantes são formadas por íons de sódio e cloreto. O 
encontro das águas doces e salinas resulta em regiões denominadas estuários. 
Nestas regiões, observa-se geralmente um gradiente de salinidade, cujos níveis 
aumentam à medida que se aproxima da foz do rio. 
Estuários se caracterizam por sua complexidade, onde espécies particuladas e 
dissolvidas estão sujeitas a mudanças bastante bruscas nos ambientes químico e 
físico. As maiores alterações ocorrem em função de fatores tais como pH e 
salinidade. Qualquer mudança em um deles pode levar à precipitação de espécies 
dissolvidas ou ainda à redissolução de materiais anteriormente presentes em 
sólidos suspensos ou nos sedimentos. Os elementos que não sofrem qualquer 
alteração durante este processo de mistura, ou seja, aqueles que não se precipitam 
ou não se dissolvem, apresentam um comportamento que é denominado 
conservativo. Comportamentos não conservativos resultam da precipitação ou 
ainda da redissolução de espécies através do estuário. 
Um exemplo típico de comportamento não conservativo é a precipitação do 
ferro coloidal, que ocorre à medida que se aumenta a salinidade da água de um 
estuário. Como resultado, o ferro acaba sendo depositado nos sedimentos. 
Do ponto de vista ambiental, um importante reservatório são os mangues, nos 
quais os níveis do lençol freático se encontram praticamente na superfície. Estes 
ecossistemas suportam uma vasta população de plantas e animais, constituindo-se 
em berçários bastante importantes para a vida selvagem. 
Finalmente, a atmosfera é o compartimento que contém a menor quantidade 
de água, além de ser aquele onde a água tem o menor tempo de residência, cerca 
de 10 dias. A atmosfera contribui para a precipitação, que em última instância é o 
meio através do qual a água que se evapora predominantemente dos oceanos é 
devolvida a terra. 
 
Tratamento de Água 
 
18 
Distribuição da água no Brasil 
A distribuição das águas doce de superfície e da população no Brasil é 
mostrado no Quadro 1.1. Já o Quadro 1.2 mostra a distribuição da água no Brasil 
conforme a distribuição urbana e industrial. 
 
Quadro 1.1: Distribuição das águas doces no Brasil 
 
 
Quadro 1.2: Distribuição das águas do Brasil; Urbana e Industrial. 
 
O Brasil apresenta 8% de toda água doce disponível no mundo. O gráfico 1.1 
apresenta o consumo de água por setor no Brasil. 
Gráfico 1.1 Consumo de Água no Brasil 
 
 
Tratamento de Água 
 
19 
 
Ciclo Hidrológico 
É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre 
e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à 
gravidade e à rotação terrestre. 
O conceito de ciclo hidrológico (Figura 1.1) está ligado ao movimento e à troca 
de água nos seus diferentes estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os 
oceanos, as calotes de gelo, as águas superficiais, as águas subterrâneas e a 
atmosfera. 
Figura 1.1 – Ciclo Hidrológico 
 
Este movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar 
a água da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à gravidade, a qual 
faz com que a água condensada se caia (precipitação) e que, uma vez na superfície, 
circule através de linhas de água que se reúnem em rios até atingir os oceanos 
(escoamento superficial) ou se infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus 
poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Nem toda a água precipitada 
Tratamento de Água 
 
20 
alcança a superfície terrestre, já que uma parte, na sua queda, pode ser 
interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se. 
A água que se infiltra no solo é sujeita a evaporação direta para a atmosfera e é 
absorvida pela vegetação, que através da transpiração devolve à atmosfera. Este 
processo chamado evapotranspiração ocorre no topo da zona não saturada, ou 
seja, na zona onde os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como 
água. 
A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona saturada, entra na circulação 
subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos 
aquíferos). Na Figura 2 observa-se que, na zona saturada (aquífero), os poros ou 
fraturas das formações rochosas estão completamente preenchidos por água 
(saturados). O topo da zona saturada corresponde ao nível freático. 
Figura 1.2 - Absorção da água 
 
No entanto, a água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e 
alimentar as linhas de água ou ser descarregada diretamente no oceano. A 
quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo 
hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura 
vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia. 
Tratamento de Água 
 
21 
Lençóis freáticos e aquíferos 
Lençol Freático 
O “Lençol Freático” ou “Lençol de Água” é um reservatório de água presente 
nas partes subterrâneas da Terra, os quais variam de 500 a 1000 metros de 
profundidade. 
Dessa maneira, uma parte da água da chuva escoa na superfície, enquanto 
outra parte se infiltra nos solos, formando os lençóis freáticos. 
Alguns desses “rios subterrâneos” vão escoando até encontrarem um local 
para a expulsão da água, que pode ser uma nascente. Quando o lençol freático é 
muito profundo é chamado de "lençol artesiano". (ver figura 1.3) 
Aquífero 
Os aquíferos são reservas de água subterrâneas e, por isso, os lençóis freáticos 
também são denominados de “aquíferos artesianos livres”. 
São importantes fontes de abastecimento os quais tem a função de equilibrar 
a natureza, mantendo a quantidade de água subterrânea e da superfície. 
Figura 1.3 Esquema Ilustrativo de Poço Artesiano e Lençol Freático 
 
 
Tratamento de Água 
 
22 
Merecem destaque os dois maiores aquíferos do mundo, os quais apresentam 
as maioresreservas de água do mundo: “Aquífero Alter do Chão” (maior em volume 
de água, com 86 mil quilômetros cúbicos de água), localizado nos estados 
brasileiros do Pará, Amapá e Amazonas; e o Aquífero Guarani (maior em extensão, 
com 1,2 milhões de km²), localizado nos países latino-americanos (Argentina, Brasil, 
Uruguai e Paraguai). 
Nesta primeira unidade, apresentou-se a importância da água, tanto para a 
humanidade como para o planeta; nas unidades seguintes, serão apresentados 
temas relacionados à problemática da água. 
 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Tratamento de Água 
 
23 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
1. A água pode ser encontrada em quantas fases: 
a) 3 
b) 4 
c) 5 
d) 4 
e) Nenhuma das opções anteriores. 
2. O estado gasoso da água se deve: 
a) À evaporação da água dos mares, rios e lagos; 
b) Aos Processos produtivos; 
c) À Transpiração e respiração dos animais e vegetais; 
d) À Combustão de carros; 
e) Às Chuvas. 
São certas as alternativas: 
a) Alternativas 1 e 3. 
b) Alternativas 1 e 2. 
c) Alternativas 4 e 5. 
d) Alternativas 2 e 5. 
e) Alternativas 3 e 5. 
3. Os mares e oceanos contêm: 
a) 97,4% da água. 
b) 95,4 % da água. 
c) 94,7% da água. 
d) 96,4 % da água. 
e) Nenhuma das opções anteriores. 
 
Tratamento de Água 
 
24 
4. As formações rochosas porosas que contêm água são denominadas de: 
a) Apíferos. 
b) Manancial. 
c) Aquífero. 
d) Poço. 
e) Nenhuma das opções anteriores. 
5. A concentração de sais na água faz com que as águas superficiais sejam 
divididas em: 
a) 3 categorias. 
b) 2 categorias. 
c) 4 categorias. 
d) 5 categorias. 
e) 6 categorias. 
6. A maior porcentagem de água doce de superfície encontra-se na região: 
a) Norte. 
b) Centro oeste. 
c) Nordeste. 
d) Sul. 
e) Sudeste. 
7. A menor vazão urbana encontra-se na região: 
a) Norte. 
b) Centro oeste. 
c) Nordeste. 
d) Sul. 
e) Sudeste. 
8. A diferença entre um lençol freático e artesiano se dá em relação: 
a) Ao seu volume de água. 
b) À salubridade dos mesmos. 
c) A sua profundidade. 
d) Todas as alternativas acima são verdadeiras. 
e) Nenhuma das opções anteriores. 
 
Tratamento de Água 
 
25 
9. Explique e comente o Ciclo Hidrológico. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10. Explique o que são os Lençóis freáticos e aquíferos. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Tratamento de Água 
 
26 
 
Tratamento de Água 
 
27 
 
2 Saneamento e Água 
Tratamento de Água 
 
28 
Caro aluno, 
Nesta unidade, você entenderá da importância da água, do saneamento e 
conhecerá os conceitos associados à sistema de tratamento de água e sistema de 
tratamento de esgoto. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água; 
 Conhecer os conceitos associado ao saneamento; 
 Conhecer os conceitos associados ao tratamento de água e esgoto; 
 Conhecer seu ciclo hidrológico. 
 
Plano da unidade: 
 Introdução: Importância da água 
 O saneamento básico 
 Sistema de abastecimento de água 
 Tratamento de esgoto 
 Sistema de esgotos 
 Disposição do lixo 
 Drenagem urbana 
 
Bons estudos! 
   
Tratamento de Água 
 
29 
 
Introdução: Importância da água 
 
A água é um recurso estratégico para a humanidade, pois mantém a vida no 
planeta Terra, sustenta a biodiversidade e a produção de alimentos e suporta todos 
os ciclos naturais. A água tem, portanto, importância ecológica, econômica e social. 
As grandes civilizações do passado e do presente, assim como as do futuro, 
dependem e dependerão da água para sua sobrevivência econômica e biológica, e 
para o desenvolvimento econômico e cultural. Há uma cultura relacionada com a 
água e um ciclo hidrossocial na inter-relação da população humana com as águas 
continentais e costeiras. 
Embora dependam da água para sua sobrevivência e para o desenvolvimento 
econômico e social, as sociedades humanas poluem e degradam este recurso, 
tanto as águas superficiais como as subterrâneas. A diversificação de usos 
múltiplos, a deposição de resíduos sólidos e líquidos em rios, lagos e represas, e o 
desmatamento e ocupação de bacias hidrográficas têm produzido crises de 
abastecimento e crises na qualidade das águas. Todas as avaliações atuais sobre a 
distribuição, quantidade e qualidade das águas apontam para mudanças 
substanciais na direção do planejamento, gerenciamento de águas superficiais e 
subterrâneas. Para uma adequada gestão dos recursos hídricos, é necessária uma 
integração mais efetiva e consistente das informações sobre o funcionamento de 
lagos, rios, represas e áreas alagadas e dos processos econômicos e sociais que 
influenciam os recursos. 
 Ciclo hidrossocial: A água pode ser entendida como um fluxo de vida e 
saúde, a qual é insubstituível e está fortemente ligada ao 
desenvolvimento das comunidades e dos distintos ecossistemas. 
 Bacias hidrográficas: A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um 
curso d'água é a área onde, devido ao relevo e geografia, a água da chuva 
escorre para um rio principal e seus afluentes. A forma das terras na 
região da bacia fazem com que a água corra por riachos e rios menores 
para um mesmo rio principal, localizado num ponto mais baixo da 
paisagem. 
Tratamento de Água 
 
30 
Desníveis dos terrenos orientam os cursos d'água e determinam a bacia 
hidrográfica, que se forma das áreas mais altas para as mais baixas. Ao longo do 
tempo, a passagem da água da chuva vinda das áreas altas desgasta e esculpe o 
relevo no seu caminho, formando vales e planícies. 
 
O saneamento básico 
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de 
todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos 
nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que 
saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por 
objetivo alcançar Salubridade Ambiental. 
A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura 
física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes 
serviços: 
 
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com 
a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de 
condições básicas de conforto; 
 Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e 
sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos 
líquidos industriais e agrícolas); 
 Acondicionamento,coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos 
sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, 
comercial e de serviços, industrial e pública); 
 Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações; 
 Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, 
moluscos etc.); 
 Saneamento dos alimentos; 
 Saneamento dos meios transportes; 
 Saneamento e planejamento territorial; 
 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de 
recreação e dos hospitais; 
 Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústico e visual. 
Tratamento de Água 
 
31 
 
O saneamento básico se restringe: 
 
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com 
a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de 
condições básicas de conforto; 
 Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e 
sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos 
líquidos industriais e agrícolas); 
 Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos 
sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, 
comercial e de serviços, industrial e pública); 
 Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações. 
 
 
Objetivos do saneamento básico 
 
Dentre os objetivos do saneamento, podem ser identificados os seguintes: 
 
a) abastecimento de água; 
b) coleta, remoção, tratamento e disposição final dos esgotos; 
c) coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos - lixos; 
d) drenagem das águas pluviais; 
e) higiene dos locais de trabalho e de lazer, escolas e hospitais; 
f) higiene e saneamento dos alimentos; 
g) controle de artrópodes e de roedores (vetores de doenças); 
h) controle da poluição do solo, do ar e da água, poluição sonora e visual; 
i) saneamento em épocas de emergências (quando ocorrem calamidades, 
como: enchentes, terremotos, maremotos, tufões, tornados, ciclones etc., 
ou quando ocorrem epidemias de determinadas doenças). 
 
 
Tratamento de Água 
 
32 
 
Histórico do saneamento básico 
 
Os primeiros sistemas de esgotos visavam apenas ao escoamento pluvial, não 
existindo assim redes de esgotos domésticos. Em virtude da importância da água 
para a vida humana, as cidades tendiam a se instalar próximo às margens de rios e 
o padrão seguido pelo homem, durante esse período, favorecia à constante 
poluição destes rios, pois era comum o lançamento de dejetos e lixo nestes locais, 
o que influenciava a constante mudança dos moradores e a repetição desse padrão 
nos novos locais de domicílio. 
Houve, no entanto, exceções, como por exemplo, as cidades de Harappa e 
Mohenjo Daro, no vale da Índia, nas quais foram encontrados vestígios, datados 
com mais de 3000 anos A.C, de ruas pavimentadas e sistemas de canalização de 
esgotos subterrâneos e a existência de banheiros com esgotos nas residências. 
Dentre as práticas sanitárias destinadas à população, talvez umas das que mais 
se destacaram, na idade Antiga, foram as construções de aquedutos para o banho 
público na Europa, sobretudo em Roma. Na América do Sul, foram encontradas em 
ruínas da civilização Quíchua de redes de esgotos e drenagem de áreas afetadas 
por enchentes, sinalizando o possível conhecimento dessa sociedade em 
conhecimentos de engenharia sanitária. No palácio de Cnossos, na ilha de Creta, 
existiam sistemas de drenagem com coletores das águas residuais, essas eram 
despejadas em locais distantes da população. 
Em cidades como Babilônia, Jerusalém e Bizâncio haviam redes de drenagens 
construídas, mas a quantidade insuficiente destas redes colaboraram para que 
essas cidades se tornassem conhecidas pelos seus odores desagradáveis. 
Durante o período medieval ocorre certa estagnação nas práticas sanitárias 
urbanas. As ruas das cidades medievais não eram pavimentadas, não possuíam 
sistema de drenagem, o lixo e dejetos eram despejado nas ruas. Na Europa, cidades 
como Paris, Praga e Nuremberg foram umas das primeiras a retomarem a 
construção de sistemas de drenagem pluviais e águas servidas, isso ocorreu no 
final do século XII, mas só a partir do século XIV que surgem as primeiras leis 
relacionadas ao controle e uso de serviços. 
Tratamento de Água 
 
33 
Durante os séculos XVI e XVIII, o saneamento básico sofre um período de 
transição havendo um desenvolvimento no processo de abastecimento de água o 
qual passa a utilizar a máquina a vapor para o seu bombeamento. Com a revolução 
industrial, as ruas começam a serem pavimentadas, serviços de iluminação, 
drenagem e encanamento de água começam a ser oferecidos. Ocorre também a 
disseminação de peças sanitárias com descarga hídrica, porém os esgotos eram 
lançados nos leitos das ruas o que influenciou no processo de contaminação do 
solo e de lençóis freáticos. Para solucionar o problema, algumas cidades como Paris 
buscaram utilizar fossas domésticas as quais pela ausência de manutenção 
adequada, poluíram águas de poços e fontes de abastecimento da população o 
que gerou problema de diversas doenças. 
As águas de esgotos também eram eliminadas por canais que atravessavam as 
cidades, no entanto esses canais eram destinados para as águas pluviais drenadas 
as quais eram depositadas em rios, o que transformou os rios das grandes cidades 
em grandes esgotos a céu aberto. Os resíduos produzidos pelas indústrias que 
eram despejados nas águas serviam para agravar os problemas de saúde pública. 
Houve então o retorno de epidemias como cólera e febre tifoide as quais foram 
causas de morte de muitas pessoas. Nesse período, cientistas descobriram que 
muitas doenças infecciosas poderiam ser causadas por microrganismos. As 
autoridades começaram a perceber a relação existente entre a sujeira e as doenças 
nas cidades, se notava também que as doenças ocorriam em maior intensidade nas 
áreas mais poluídas. Surge, então, a proposta de reforma sanitária, em 1842, que 
previa a separação da água potável da água servida e a utilização de 
encanamentos subterrâneos para os esgotos. Em 1859, o sistema de esgoto 
londrino passa a ser considerado eficiente. Outros países desenvolvidos 
começaram a adotar sistemas e medidas sanitárias eficazes. 
Ainda no Brasil colônia, o imperador D. Pedro II chegou a contratar projetistas 
ingleses para implantar sistemas de esgotos. Foi criado na época um sistema 
separador parcial que buscava redução dos custos de implantação e das tarifas 
pagas pelo usuário. O sistema separador absoluto só foi adotado em 1912. 
Porém, ainda nos dias atuais, a situação brasileira de saneamento básico é 
precária, diversas cidades brasileiras ainda não possuem redes esgotos, é o que 
sinaliza os dados fornecidos pelo IBGE em 2010, relativos ao ano de 2008. 
Tratamento de Água 
 
34 
De acordo com as informações, o acesso a serviços como coleta de lixo cresceu 
entre os anos de 2001 a 2008. Em 2008 esse serviço alcançou 97, 8% da população 
urbana o que em 2001 era 94,3%, o que contribuiu para a redução do lixo 
descartado em terrenos baldios e rios. Em relação à população rural apesar de 
também ter havido um crescimento na disponibilização da coleta de lixo para esses 
brasileiros, a abrangência para essa população é menor, comparando com a zona 
urbana. 
 
Sistema de abastecimento de água 
 
A água potável é a água própria para o consumo humano. Para ser assim 
considerada, ela deve atender aos padrões de potabilidade. Se ela contém 
substâncias que desrespeitam estes padrões, ela é considerada imprópria para o 
consumo humano. As substâncias que indicam esta poluição por matéria orgânica 
são compostos nitrogenados, oxigênio consumido e cloretos. 
O Sistema de Abastecimento de Água representa o “conjunto de obras, 
equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável de uma 
comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumoindustrial e outros usos". (figura 2.2) 
Figura 2.1: Sistema de abastecimento de água 
 
 
Tratamento de Água 
 
35 
A água constitui elemento essencial à vida. O homem necessita de água de 
qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender a suas necessidades, 
para proteção de sua saúde e para propiciar o desenvolvimento econômico. 
Para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução coletiva, exceto no 
caso das comunidades rurais que se encontram muito afastadas. As partes do 
Sistema Público de Água são: captação; adução (transporte); tratamento; 
reservação (armazenamento) e distribuição. 
Portanto, um sistema de abastecimento de água é composto pelas seguintes 
unidades: 
 Manancial: fonte de onde se retira a água. 
 Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a 
tomada de água do manancial. 
 Adução: transporte da água do manancial para a estação de tratamento 
de água ou da água tratada para a reservação. 
 
 Tratamento: melhoria das características qualitativas da água, dos pontos 
de vista físico, químico, bacteriológico e organoléptico, a fim de que se 
torne própria para o consumo. É feito nas Estações de Tratamento de 
Água (ETA). 
 
 Reservação: armazenamento da água para atender a diversos propósitos, 
como a variação de consumo e a manutenção da pressão mínima na rede 
de distribuição. 
 Rede de distribuição: condução da água para os edifícios e pontos de 
consumo, por meio de tubulações instaladas nas vias públicas. 
 
Importância dos sistemas de abastecimento de água 
 
A importância da implantação do sistema de abastecimento de água, dentro 
do contexto do saneamento básico, deve ser considerada tanto no aspecto 
sanitário e social quanto nos aspectos econômicos, visando atingir aos seguintes 
objetivos: 
   
Tratamento de Água 
 
36 
 
Nos aspectos sanitário e social: 
 
 Melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade; 
 Diminuição da mortalidade em geral, principalmente da infantil; 
 Aumento da esperança de vida da população; 
 Diminuição da incidência de doenças relacionadas à água; 
 Implantação de hábitos de higiene na população; 
 Facilidade na implantação e melhoria da limpeza pública; 
 Facilidade na implantação e melhoria dos sistemas de esgotos sanitários; 
 Possibilidade de proporcionar conforto e bem-estar; 
 Incentivo ao desenvolvimento econômico. 
 
Nos aspectos econômicos: 
 
 Aumento da vida produtiva dos indivíduos economicamente ativos; 
 Diminuição dos gastos particulares e públicos com consultas e 
internações hospitalares; 
 Facilidade para instalações de indústrias, onde a água é utilizada como 
matéria-prima ou meio de operação; 
 Incentivo à indústria turística em localidades com potencialidades para 
seu desenvolvimento. 
 
 
Importância sanitária de um sistema de abastecimento de 
água 
 
Qualquer tipo de ação que venha melhorar ou implantar um sistema de 
abastecimento de água terá consequências diretas sob a população, já que: 
 
 Consegue-se erradicar e doenças de veiculação ou de origem hídrica; 
Tratamento de Água 
 
37 
 Existe uma diminuição dos índices de mortalidade geral e em especial da 
mortalidade infantil; 
 Melhoria das condições de higiene pessoal e do ambiente que 
proporciona vai implicar diminuição de uma série de doenças não 
relacionadas diretamente à água. 
 
 
Importância econômica de um sistema de abastecimento 
de água 
 
O fato de implantar o abastecimento público de água, tem como 
consequência direta o aumento de vida média útil da população, como também a 
redução das horas úteis perdidas por doenças relacionadas à água, o que traz um 
aumento do número de horas trabalhadas dos membros das comunidades 
beneficiadas, aumentando assim a produção do setor / área / país. 
Também se pode pensar na água como fazendo parte do processo produtivo 
de uma variada gama de setores econômicos, sendo assim, peça chave no 
desenvolvimento de diferentes setores econômicos. 
 
A importância da água na economia dos países de um 
sistema de abastecimento de água 
 
Pelo fato da água ser um solvente para uma grande variedade de substâncias 
químicas, cumpre um papel importante na economia dos países do mundo, a água 
também facilita os processos industriais como também o transporte. Quase 70% da 
água doce é consumida pela agricultura. 
Por ter reservas limitadas no planeta, a água doce tem valor econômico e cada 
vez mais vem sendo explorada pelos empresários. A conta deles é bastante 
simples: como a população do mundo cresce velozmente e os 0,7% da água 
disponível ao homem na terra é pouco para tanta gente, daí o lucro é certo e 
grande para quem se tornar dono dessa fonte. É como ser dono de uma máquina 
de imprimir dinheiro. 
Tratamento de Água 
 
38 
Somente nos últimos 20 anos, a população mundial aumentou em mais de 1 
bilhão e 800 milhões de pessoas e este contingente diminuiu em um terço o 
suprimento de água do planeta. Aliasse o fato de que a necessidade de água cresce 
numa escala mais rápida do que o aumento populacional, pois aumenta a 
quantidade de indústrias (que consomem muita água) e a agricultura passa a usar 
mais água para produzir mais alimentos. (ver figura 2.2) 
 
Figura 2.2 - Distribuição de água doce 
 
 
Sistema de esgotos 
 
O sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações que 
propicia coleta, transporte e afastamento, tratamento, e disposição final das águas 
residuárias, de uma forma adequada do ponto de vista sanitário e ambiental. O 
sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de contato de dejetos 
humanos com a população, com as águas de abastecimento, com vetores de 
doenças e alimentos. 
Com a construção de um sistema de esgotos sanitários em uma comunidade 
procura-se atingir os seguintes objetivos: afastamento rápido e seguro dos 
esgotos; coleta dos esgotos individual ou coletiva (fossas ou rede coletora); 
tratamento e disposição adequada dos esgotos tratados, visando atingir benefícios 
como conservação dos recursos naturais; melhoria das condições sanitárias locais; 
Tratamento de Água 
 
39 
eliminação de focos de contaminação e poluição; eliminação de problemas 
estéticos desagradáveis; redução dos recursos aplicados no tratamento de 
doenças; diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento (LEAL, 
2008). A Tabela 1 relaciona as principais consequências, no meio ambiente e na 
saúde, de poluentes encontrados nos esgotos. 
Disposição do lixo 
O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é 
constituído de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. O lixo tem 
que ser bem acondicionado para facilitar sua remoção. 
Quando o lixo é disposto de forma inadequada, em lixões a céu aberto, por 
exemplo, os problemas sanitários e ambientais são inevitáveis. Isso porque estes 
locais tornam-se propícios para a atração de animais que acabam por se 
constituírem em vetores de diversas doenças, especialmente para as populações 
que vivem da catação, uma prática comum nestes locais. Além do mais, são 
responsáveis pela poluição do ar, quando ocorre a queima dos resíduos, do solo e 
das águas superficiais e subterrâneas. 
À medida que soluções técnicas são adotadas, e quanto mais adequada for a 
operação dos sistemas de disposição final do lixo, que incorporem modernas 
tecnologias de tratamento, menores são os impactos para a saúde pública e para o 
meio ambiente. 
No que diz respeito aos aterros controlados, embora os problemas sanitários 
sejam bastante minimizados em relação aos lixões, pois adotam a técnica do 
recobrimento dos resíduos com terra diariamente, os problemas ambientais ainda 
persistem, uma vez que são responsáveis pelo comprometimento das águas 
subterrâneas e superficiais, pois não adotam medidas como a impermeabilização 
da base do aterro, além de não haver tratamento dos líquidos percoladospela 
decomposição do lixo. 
A coleta e o tratamento do biogás também não são feitos, havendo, portanto, 
a poluição atmosférica. Já os aterros sanitários incorporam avanços tecnológicos 
da Engenharia Sanitária e Ambiental, e por isso mesmo minimizam os impactos em 
relação aos sistemas anteriores, lixões a céu aberto e aterros controlados. Além de 
promoverem a adequada disposição final dos resíduos, são áreas 
Tratamento de Água 
 
40 
impermeabilizadas com mantas sintéticas de alta resistência que minimizam o 
comprometimento dos lençóis freáticos. A captação e o tratamento dos líquidos 
percolados são outras medidas trazidas pela Engenharia Sanitária e Ambiental que 
colocam estes sistemas entre aqueles que podem ser utilizados para a disposição 
adequada do lixo urbano. 
A boa operação e a incorporação dessas modernas tecnologias, no entanto 
não eliminam a necessidade de políticas públicas voltadas para mudanças nos 
padrões de consumo, incentivo à minimização da geração de resíduos, à coleta 
seletiva e à reciclagem, também importantes ferramentas do processo de 
gerenciamento integrado de resíduos sólidos que está cada vez mais deixando de 
ser resíduo para se transformar em novos produtos, num círculo virtuoso para a 
saúde pública e o meio ambiente. 
Drenagem urbana 
Os sistemas de drenagem urbana são essencialmente sistemas preventivos de 
inundações; empoçamentos; erosões, ravinamento e assoreamentos, 
principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou 
marginais de cursos naturais de água. No campo da drenagem urbana, os 
problemas agravam-se em função da urbanização desordenada e falta de políticas 
de desenvolvimento urbano. 
Um adequado sistema de drenagem urbana, quer de águas superficiais quer 
de subterrâneas, onde esta drenagem for viável, proporcionará uma série de 
benefícios, tais como: 
 Desenvolvimento do sistema viário; redução de gastos com manutenção 
das vias públicas; valorização das propriedades existentes na área 
beneficiada; 
 Escoamento rápido das águas superficiais, reduzindo os problemas do 
trânsito e da mobilidade urbana por ocasião das precipitações; 
 Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais; rebaixamento 
do lençol freático; 
 Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis; segurança e conforto para a 
população. 
Tratamento de Água 
 
41 
 
Nesta unidade, foram apresentados os temas associados ao saneamento 
básico, como também a importância do tratamento da água. Na próxima unidade, 
será discutido o tema da importância da água para a saúde das pessoas. 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
   
Tratamento de Água 
 
42 
 
Exercício - Unidade 2 
 
1. São objetivos do saneamento básico: 
1. abastecimento de água; 
2. coleta, remoção, tratamento e disposição final dos esgotos; 
3. coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos - lixos; 
4. drenagem das águas pluviais; 
5. higiene dos locais de trabalho e de lazer, escolas e hospitais; 
6. higiene e saneamento dos alimentos; 
7. controle de artrópodes e de roedores (vetores de doenças). 
 
A opção certa é: 
 
a) Opções 1,2,3,4,5,e 6. 
b) Opções 2,3,4,5,6 e 7. 
c) Opções 4,5,6,7,e 8. 
d) Opções 3,5,6 e 7. 
e) Todas as opções estão certas. 
 
2. Quando devido ao relevo e à geografia, a água da chuva escorre para um rio 
principal e seus afluentes: 
a) Bacia hidrográfica; 
b) Bacia de drenagem; 
c) Bacia de absorção; 
d) Bacia hilográfica; 
e) Bacia de terra. 
 
A opção certa é: 
 
a) Alternativas 1 e 2 
b) Alternativas 1 e 3 
c) Alternativas 2 e 3 
d) Alternativas 2 e 5 
e) Alternativas 1 e 4 
Tratamento de Água 
 
43 
 
3. A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por: 
a) Uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e 
institucional. 
b) Uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e 
operacional. 
c) Uma infraestrutura física e uma estrutura industrial, legal e institucional. 
d) Uma infraestrutura solida e uma estrutura educacional, legal e 
institucional. 
e) Nenhuma das opções apresentadas esta certa. 
 
4. O saneamento básico se restringe a: 
a) Abastecimento de água às populações; 
b) Coleta, tratamento de águas residuárias; 
c) Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos 
sólidos; 
d) Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações. 
e) Nenhuma das opções apresentadas esta certa. 
 
 
São certas as alternativas 
a) Alternativa 1 , 2 e 3. 
b) Alternativa 2,3 e 4. 
c) Alternativa 1,3 e 4. 
d) Todas as alternativas acima. 
e) Nenhuma das opções acima. 
 
5. Um sistema de abastecimento de água está composto de: 
a) Manancial; 
b) Captação; 
c) Adução; 
d) Tratamento; 
e) Reservação; 
f) Rede de distribuição. 
   
Tratamento de Água 
 
44 
 
As alternativas certas são: 
 
a) Alternativa 1 , 2, 3, 4 e 5 
b) Alternativa 2, 3, 4, 5 e 6 
c) Alternativa 1 , 2, 3, 4 e 6 
d) Alternativa 1,3 e 4 
e) Todas as alternativas acima. 
f) Nenhuma das opções acima. 
 
6. Um sistema de abastecimento de água tem importância: 
a) Só econômica 
b) Só social 
c) Só ambiental 
d) Só sanitária 
e) Ambiental, social e sanitária. 
f) Econômica, social e sanitária. 
 
7. O sistema de esgoto sanitário é o conjunto de obras e instalações que 
propicia a: 
a) Coleta, transporte, afastamento, tratamento, e disposição final das águas 
residuárias. 
b) Coleta, transporte, tratamento, e disposição final das águas residuárias. 
c) Coleta, transporte, afastamento e tratamento. 
d) Coleta, transporte, afastamento, tratamento, e disposição final das águas 
residuárias. 
e) As alternativas apresentadas não correspondem às etapas do sistema de 
esgoto sanitário. 
 
8. O lixo é constituído de substância: 
a) Putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. 
b) Putrescíveis e incombustíveis. 
c) Putrescíveis e combustíveis. 
d) Putrescíveis. 
e) Nenhuma das alternativas esta certa. 
 
 
Tratamento de Água 
 
45 
9.Explique as etapas do sistema de saneamento de água: 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10. Explique a importância dos sistemas de abastecimento de água, desde os 
pontos de vistas, econômico e social. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Tratamento de Água 
 
46 
 
Tratamento de Água 
 
47 
 
3 A Água na Transmissão de Doenças 
Tratamento de Água 
 
48 
 
Caro aluno, 
Nesta unidade, você entenderá as diferentesdoenças que podem ser 
transmitidas na água e pela água. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a importância da água para a saúde; 
 Conhecer as doenças de transmissão hídrica; 
 Conhecer as doenças de origem hídrica; 
 Conhecer medidas de proteção. 
 
Plano da unidade: 
 Usos da água e saúde 
 Doenças de transmissão hídrica 
 Doenças de origem hídrica 
 Água e doenças 
 Medidas gerais de proteção 
 Doenças transmitidas na agua 
 
Bons estudos! 
   
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Noções preliminares 
 
 Saúde: é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
apenas a ausência de doenças ou de enfermidades. (Conforme a 
Organização Mundial de Saúde); 
 Saúde Pública: são formas de preservar, melhorar ou recuperar a saúde, 
através de medidas coletivas e com a participação da população, de 
forma motivada; 
 Salubridade ambiental: é estado de higidez (estado de saúde normal) 
em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a sua 
capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou 
epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu 
potencial de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas 
(que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis ao pleno gozo de 
saúde e bem-estar. 
 
Usos da água e saúde 
 
Dos muitos usos que a água pode ter, alguns estão mais intimamente 
relacionados com a saúde humana: 
a) água utilizada como bebida ou na preparação de alimentos; 
b) água utilizada no asseio corporal ou a que, por razões profissionais ou 
outras quaisquer, venha a ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo 
humano: ex.: trabalhadores agrícolas em cultura por inundações, lavadeiras, 
atividades recreativas (lagos, piscinas etc.); 
c) água empregada na manutenção da higiene do ambiente e, em especial, 
dos locais, instalações e utensílios usados no manuseio, preparo e ingestão de 
alimentos (domicílio, restaurantes, bares etc.); 
d) água utilizada na rega de hortaliças ou nos criadouros de moluscos – ostras, 
mariscos e mexilhões. 
 
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Em (a) e (b) há contato direto entre a água e o organismo humano; em (c) e 
(d) há principalmente contato indireto. 
Pessoas com doenças causadas, direta ou indiretamente, pela água de má 
qualidade e por falta de saneamento ocupam 80% dos leitos hospitalares, nos 
países em desenvolvimento. 
A nocividade da água pode resultar de sua má qualidade. A quantidade 
insuficiente de água também pode causar problemas. 
Em (a) e (d) influi a qualidade, e em (b) e (c), além da qualidade, é muito 
importante à quantidade disponível, que, em alguns casos é fator preponderante. 
A relação entre qualidade da água e doenças, intuitivamente suspeitada ou 
admitida desde a mais remota antiguidade, só ficou provada cientificamente, a 
partir de meados do século passado (epidemia de cólera em Londres, 1854). 
Reconhece-se que o fator quantidade tem tanta ou mais importância que a 
qualidade, na prevenção de algumas doenças. A escassez da água, dificultando a 
limpeza corporal e a do ambiente, permite a disseminação de enfermidades 
associadas à falta de higiene. Assim, a incidência de certas doenças diarreicas, do 
tipo c varia inversamente à quantidade de água disponível “per capita”, mesmo 
que essa água seja de qualidade muito boa. 
Também algumas doenças cutâneas e infestações por ectoparasitos, como os 
piolhos, podem ser evitadas ou atenuadas onde existe conjugação de bons hábitos 
higiênicos e quantidades de água suficiente. 
 
Doenças de transmissão hídrica 
 
A água é um importante veículo de transmissão de doenças notadamente do 
aparelho intestinal. Os microrganismos patogênicos responsáveis por essas 
doenças atingem a água com os excretos de pessoas ou animais infectados, dando 
como consequências as denominadas “doenças de transmissão hídrica”. 
 
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Em geral, os microrganismos normalmente presentes na água podem: 
 ter seu “habitat” normal nas águas de superfície; 
 ter sido carreados pelas enxurradas; 
 provir de esgotos domésticos e outros resíduos orgânicos, que atingiram 
a água por diversos meios; 
 ter sido trazidos pelas chuvas na lavagem da atmosfera. 
Os microrganismos patogênicos não são de fácil identificação em laboratório. 
Utilizam-se assim os microrganismos do grupo coliforme. Neste grupo, encontram-
se os coliformes fecais, habitantes normais dos intestinos dos animais superiores e 
outros de vida livre, que são de identificação mais fácil; sua presença indica 
provável existência de excreta e, portanto, possibilidade de ocorrência de germes 
patogênicos de origem intestinal. Emprega-se assim o chamado índice de coli para 
determinar o grau de contaminação de uma água. Oportuno assinalar que, em 
princípio, existe certa correlação entre o número de coliformes e doenças de 
transmissão hídrica; estudos epidemiológicos, com base na estatística, podem, 
inclusive, correlacionar o número de coliformes com o número de determinados 
microrganismos patogênicos. Oportuno também assinalar que a presença de 
coliformes nem sempre indica a obrigatoriedade de existência de agentes 
patogênicos e, portanto, de ocorrência de doenças. Assim, a presença de 
coliformes, em determinadas concentrações, deve ser encarada como um sinal de 
alerta, indicando a possibilidade de haver uma poluição e/ou contaminação fecal, 
principalmente quando ocorrem variações bruscas do número de coliformes numa 
determinada água. 
Relativamente aos microrganismos patogênicos, as doenças de transmissão 
hídrica podem ser ocasionadas por: 
 Bactérias: febre tifoide, febres paratifoides, disenteria bacilar, cólera; 
 Protozoários: amebíase ou disenteria amebiana; 
 Vermes (helmintos) e larvas: esquistossomíase; 
 Vírus: hepatite infecciosa e poliomielite. 
   
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Doenças de origem hídrica 
 
Os quatro tipos de contaminantes tóxicos podem ser nos sistemas públicos de 
abastecimento de água são: 
I. contaminantes naturais de uma água que esteve em contato com 
formação minerais venenosas; 
II. contaminantes naturais de uma água na qual se desenvolveram 
determinadas colônias de microrganismos venenosos; 
III. contaminantes introduzidos na água em virtude de certas obras 
hidráulicas defeituosas (principalmente tubos metálicos) ou de práticas 
inadequadas no tratamento da água; 
IV. contaminantes introduzidos nos cursos d’água por certos dejetos 
industriais. 
Os contaminantes de origem mineral incluem o flúor, o selênio, o arsênico e o 
boro, e, com exceção do flúor, raramente são encontrados em teores capazes de 
ocasionar danos. 
Quanto ao flúor, teores maiores que 1 ppm são responsáveis pela fluorose dos 
dentes, e, por outro lado, ausência de fluoretos beneficia o aparecimento de cáries 
dentárias; o teor ótimo é em torno de 1 ppm. 
Os contaminantes naturais ocasionados por colônias de microrganismos 
venenosos, como certos tipos de algas, dão à água aspecto repulsivo ao homem, 
que tem assim uma defesa natural através dos seus sentidos; não obstante, a 
mortalidade de gado que ingere esses contaminantes tem sido verificada. 
Os contaminantes introduzidos pela corrosão de tubulações metálicas podem 
ocasionar distúrbios, principalmente em águas moles ou que contenham certo teor 
de bióxido de carbono (o que pode ocorrer por prática inadequada no tratamento 
da água). 
 
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Dos metais empregados nas tubulações, o único de toxidez comprovada (e 
cumulativa) é o chumbo, que pode ocasionar o envenenamento conhecido como 
saturnismo. 
Cobre, zinco e ferro, mesmo em pequenas quantidades, dão à água gosto 
metálico característico e são responsáveis por certos distúrbios em determinadas 
operações industriais. 
O tratamento químico da água para a coagulação, desinfecção e destruição de 
algas ou controle da corrosão pode ser umafonte potencial de contaminação. 
Todas as variedades de contaminantes tóxicos podem provir dos despejos 
líquidos industriais. Daí, a importância sanitária do controle de despejos industriais. 
 
Água e doenças 
 
As doenças relacionadas com a água podem ser causadas por: 
 
a) Agentes microbianos; 
b) Agentes químicos. 
Doenças causadas por agentes microbianos: 
São doenças que apresentam caráter infeccioso ou parasitário. Quanto às vias 
de penetração no organismo podem-se adquirir doenças por: 
 
I. via predominantemente oral; 
II. via predominantemente cutânea-pele ou mucosa. 
   
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I.Doenças adquiridas por via oral 
Agrupando as doenças de via predominantemente oral, segundo a 
importância de água como veículo, tem-se: 
 
 Cólera (bactéria: Vibrio Cholerae); 
 Febre tifoide (bactéria: salmonelatyphi) ; 
 Febres paratifoides (bactéria: Salmonela Paratyphi); 
 Hepatite infecciosa (vírus); 
 Gastroenterites (diarreias) infantis (p.ex.: bactéria: Escherichia Coli). 
 
A veiculação dos agentes etiológicos destas moléstias através da água é a mais 
frequente e mais eficiente; para comprová-lo basta lembrar o declínio da incidência 
da febre tifoide e o desaparecimento da cólera em todos os países que adotaram 
práticas eficientes de purificação da água potável. 
 
II.Doenças adquiridas principalmente por via cutânea – pele e mucosa: 
 
 Esquistossomose; 
 Leptospirose; 
 Outras doenças que se referem aos banhos em piscinas, praias, rios etc.: 
doenças nos olhos, ouvidos e vias áreas superiores (conjuntivites, otites, 
corizas, sinusites etc.) têm sido atribuídas a banhos em piscinas, praias 
etc., pela possibilidade das águas poderem estar contaminadas por 
bactérias ou vírus. 
 
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Assinale-se ainda que existam doenças, como a ancilostomíase e a ascaridíase, 
em cuja transmissão à água, eventualmente, pode também atuar como veículo de 
certos casos. A água é imprescindível, também, ao ciclo biológico de muitos 
vetores animados, responsáveis por graves doenças. Por exemplo, os mosquitos 
que transmitem a malária e a febre amarela, têm a fase larvária, obrigatoriamente, 
em meio aquático. Assim, doenças como malária, indiretamente, estão 
relacionadas com a água; neste caso, a água não atua como veículo, mas o 
mosquito transmissor se procria nas coleções de água, e, portanto, ao se estudar a 
construção de um reservatório de acumulação e destinado ao abastecimento de 
água, deve-se investigar as espécies de mosquitos existentes na área de inundação 
e vizinhança, bem como aspectos epidemiológicos relacionados à malária. 
b) Doenças causadas por agentes químicos 
A água, através de seu ciclo hidrológico, está em permanente contato com os 
constituintes da atmosfera e da crosta terrestre, dissolvendo muitos elementos e 
carreando outros em suspensão. Além disso, o homem por suas múltiplas 
atividades, nela introduz substâncias das mais diversas naturezas. Assim, podemos 
distinguir poluentes naturais e artificiais. 
Os poluentes naturais compreendem substâncias minerais e orgânicas, 
dissolvidas ou em suspensão e gases provenientes da atmosfera ou das 
transformações microbianas da matéria orgânica. 
Os poluentes artificiais podem resultar: 
 das substâncias empregadas no tratamento da água: sulfato de alumínio, 
cal etc.; 
 do uso crescente de pesticidas (herbicidas, carrapaticidas, inseticidas, 
raticidas etc.), largamente empregados no combate às pragas da 
agricultura e aos vetores de doenças humanas e de animais. Em sua 
grande maioria são compostos orgânicos sintéticos, que de um modo ou 
de outro, podem poluir as águas subterrâneas ou superficiais; 
 dos esgotos sanitários que, além de substâncias como detergentes, 
encerram matéria orgânica, cujas transformações por ação microbiana 
têm muita importância para o balanço de oxigênio dos cursos d´água, 
além de outras alterações de natureza química que aí podem promover; 
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 da emissão das chaminés das fábricas, incineradores etc. Algumas dessas 
substâncias acabam por se precipitar diretamente na água ou para ela 
são carregadas pelas chuvas, ou em decorrência do processo de 
incineração, por exemplo. 
Os efeitos que os poluentes naturais ou artificiais podem ter sobre o 
organismo humano dependem da concentração da substância na água, da toxidez 
específica para o ser humano e da suscetibilidade individual, que é variável de 
pessoa a pessoa. 
Praticamente, para todos os poluentes, existem concentrações inofensivas, 
que, aumentadas, podem começar a agir sobre o organismo e, se atingirem certo 
nível, os fenômenos tóxicos se acentuarão, sendo capazes de levar até à morte. Às 
vezes são agudos, mas, em outros casos, quando o tóxico é cumulativo, doses que, 
isoladamente seriam inofensivas, com o consumo continuado, podem acarretar 
doenças de eclosão tardia; é o caso do chumbo, causador do saturnismo. Como 
exemplos, temos também os nitratos e o flúor, que, excedendo certos limites, 
podem causar, respectivamente, a metemoglobinemia e a fluorose. Nos poucos 
exemplos, ao contrário, os malefícios decorrem não do excesso, mas da carência do 
elemento na água, e esta ação também se revela ao longo do prazo; é o caso do 
iodo que em quantidade inferior pode causar o bócio. 
 
Medidas gerais de proteção 
 
O perigo da transmissão de doenças infecciosas pela água refere-se, na prática, 
às doenças infecciosas intestinais e a profilaxia gira em torno das seguintes 
medidas: 
 proteção dos mananciais, inclusive medidas de controle de poluição das 
águas; 
 tratamento adequado da água, com operação continuamente satisfatória; 
 sistema de distribuição da água bem projetado, construído, mantido e 
operado. Deve-se manter a água na rede com pressão adequada; 
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 controle permanente da qualidade bacteriológica e química da água da 
rede de distribuição, ou, preferivelmente, na torneira do consumidor; 
 solução sanitária para o problema da coleta e da disposição dos esgotos 
e, em particular dos dejetos humanos, tendo sempre como uma das 
finalidades a proteção do abastecimento de água potável; 
 observar, na zona rural, as medidas indicadas para a proteção dos poços, 
nascentes e mananciais de superfície, inclusive a construção de sistema 
mais aconselháveis para o destino satisfatório dos dejetos, evitando a 
poluição direta da superfície, do solo ou das coleções líquidas; 
 melhoria da qualidade da água suprida às pequenas comunidades, 
auxiliando-as técnicas e financeiramente a utilizarem métodos simples e 
pouco dispendiosos de tratamento, inclusive desinfecção, quando 
necessário. 
Assinale-se ainda que dados os diferentes modos de transmissão das doenças 
relacionadas à água e sua profilaxia, torna-se necessário que, a par dos serviços de 
abastecimento de água, outros também devam ser executados, tais como: 
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou disposição final de lixo; 
controle de artrópodes, notadamente moscas domésticas e das baratas; controle 
dos seus manipuladores. A execução destes diversos serviços de saneamento do 
meio, bem como os demais aspectos do saneamento dentro de um adequado 
programa onde os diversos problemas forem devidamente equacionados, face sua 
importância e os meios financeiros e humanos disponíveis, permitirá ao homem 
atingir o estado de saúde, no seu sentido amplo, usufruindo assim melhor a sua 
existência, elevando-se material e espiritualmente e, atingindo a sensação de 
verdadeiro bem estar geral. 
É evidente que, concomitantemente com as medidas de saneamento do meio, 
torna-se necessário que as medidas relacionadas à nutrição, à educação sanitária, 
entre outras, devem também ser tomadas, visando à elevação do nível de saúde da 
comunidade. 
 
 
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Doenças Transmitidas na Água 
AMEBÍASEDescrição da Doença 
1. Etiologia e sinonímia 
Infecção causada por um protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e 
trofozoíto. Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar a invasão de 
tecidos, originando as formas intestinal e extra-intestinal da doença. O quadro 
clínico varia de até uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal 
leve ou moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções, a uma diarreia aguda e 
fulminante, de caráter sanguinolento ou mucoide, acompanhada de febre e 
calafrios. Podem ou não ocorrer períodos de remissão. Em casos graves, as formas 
trofozoíticas se disseminam pela corrente sanguínea, provocando abcesso no 
fígado (com maior frequência), nos pulmões ou cérebro. Quando não 
diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente a óbito. 
2. Reservatório 
O homem. 
3. Modo de transmissão 
As principais fontes de infecção são as ingestões de alimentos ou água 
contaminados por fezes contendo cistos amebianos maduros. Ocorre mais 
raramente na transmissão sexual, devido a contato oral-anal. A falta de higiene 
domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos nos componentes da família. Os 
portadores assintomáticos, que manipulam alimentos, são importantes 
disseminadores dessa protozoose. 
 
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4. Características epidemiológicas 
Estima-se que mais de 10% da população mundial está infectada por E. dispar 
e E. histolytica, que são espécies morfologicamente idênticas, mas só a última é 
patogênica, sendo a ocorrência estimada em 50 milhões de casos invasivos/ano. 
Em países em desenvolvimento, a prevalência da infecção é alta, sendo que 90% 
dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses. Infecções são 
transmitidas por cistos através da via fecal-oral. Os cistos, no interior do hospedeiro 
humano, liberam os trofozoítos. A transmissão é mantida pela eliminação de cistos 
no ambiente, que podem contaminar a água e alimentos. Estes permanecem 
viáveis no meio ambiente, ao abrigo de luz solar e condições de umidade 
favoráveis, durante cerca de 20 dias. Sua ocorrência está associada com condições 
inadequadas de saneamento básico, deficiência de higiene pessoal/ambiental e 
determinadas práticas sexuais. 
CÓLERA - Descrição Da Doença 
1. Etiologia e Sinonímia 
Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio 
cholerae, podendo se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, 
com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado 
prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com 
choque hipovolêmico e insuficiência renal. Mas, frequentemente, a infecção é 
assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. A acloridria gástrica agrava o 
quadro clínico da doença. A infecção produz aumento de anticorpos e confere 
imunidade por tempo limitado (em torno de 6 meses). 
2. Modo de Transmissão 
A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água contaminada por 
fezes ou vômitos de doente ou portador. Os alimentos e utensílios podem ser 
contaminados pela água, pelo manuseio ou por moscas. A propagação de pessoa a 
pessoa, por contato direto, também pode ocorrer. 
 
 
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3. Reservatório 
O principal é o homem. Estudos recentes sugerem a existência de 
reservatórios ambientais. 
DENGUE - Descrição Da Doença 
1. Etiologia e Sinonímia 
É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma 
benigna ou grave. Isso vai depender de diversos fatores, entre eles: o vírus e a cepa 
envolvidos, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como 
doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme). Esta doença, 
também, é conhecida como Febre de quebra osso. 
2. Modo de Transmissão 
A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não 
há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por 
meio de fontes de água ou alimento. 
3. Reservatório 
O ser humano é a fonte de infecção e é também o reservatório vertebrado. 
4. Vetores 
São mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é a mais importante 
na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela 
urbana. 
Doenças diarreicas agudas - Descrição da doença 
1. Descrição 
Síndrome causada por vários agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitas), 
cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com 
fezes aquosas ou de pouca consistência. Com frequência, é acompanhada de 
vômito, febre e dor abdominal. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. 
No geral, é autolimitada, com duração entre 2 a 14 dias. As formas variam desde 
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leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente 
quando associadas à desnutrição. Dependendo do agente, as manifestações 
podem ser decorrentes de mecanismo secretório provocado por toxinas ou pela 
colonização e multiplicação do agente na parede intestinal, levando à lesão 
epitelial e, até mesmo, à bacteremia ou septicemia. Alguns agentes podem 
produzir toxinas e, ao mesmo tempo, invasão e ulceração do epitélio. Os vírus 
produzem diarreia autolimitada, só havendo complicações quando o estado 
nutricional está comprometido. Os parasitas podem ser encontrados isolados ou 
associados (poliparasitismo) e a manifestação diarreica pode ser aguda, 
intermitente ou não ocorrer. 
2. Agentes Etiológicos 
Bactérias - Staphyloccocus aureus, Campylobacter jejuni, Escherichia coli 
enterotoxigênica, Escherichia coli enteropatogênica, Escherichia coli 
enteroinvasiva, Escherichia coli enterohemorrágica, salmonelas, Shigella 
dysenteriae, Yersinia enterocolítica, Vibrio cholerae e outras; 
Vírus - Astrovírus, calicivírus, adenovírus entérico, norovírus, rotavírus grupos 
A, B e C e outros; 
Parasitas - Entamoeba histolytica, Cryptosporidium, Balatidium coli, Giardia 
lamblia, Isospora belli e outras. 
 
3. Reservatório, modo de transmissão, período de incubação e 
transmissibilidade. 
Específicos para cada agente etiológico. 
ESQUISTOSSOMOSE - Descrição da doença 
1. Descrição 
Infecção produzida por parasito trematódeo digenético, cuja sintomatologia 
clínica depende de seu estágio de evolução no homem. A fase aguda pode ser 
assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de 
erupção papular, eritema, edema e prurido até cinco dias após a infecção. Com 
cerca de três a sete semanas de exposição, pode evoluir para a forma de 
esquistossomose aguda ou febre de Katayama, caracterizado por febre, anorexia, 
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dor abdominal e cefaleia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarreia, 
náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Após seis meses de 
infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica, cujas formas clínicas 
são: 
- Intestinal - Pode ser assintomática ou caracterizada por diarreias repetidas, 
mucossanguinolentas, com dor ou desconforto abdominal; 
- Hepatointestinal - Diarreia, epigastralgia, hepatomegalia, podendo ser 
detectadas nodulações à palpação do fígado; 
- Hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal 
com formação de varizes de esôfago; 
- Hepatoesplênica descompensada - Considerada uma das formas mais graves. 
Apresenta fígado volumoso ou contraído devido à fibrose, esplenomegalia, ascite, 
varizes de esôfago, hematêmese, anemia, desnutrição e hiperesplenismo. A fibrose 
de Symmers é característica da forma hepatoesplênica. O aparecimento de formas 
grave está relacionado à intensidade da infecção. 
2. Reservatório 
O homem é o principal reservatório. Os roedores, primatas e marsupiais são 
potencialmente infectados; o camundongo e hamster são excelentes hospedeiros, 
não estando ainda determinado o papel desses animais na transmissão. 
Hospedeiro intermediário - No Brasil são os caramujos do gênero

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