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Hugo Grócio

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AULA - FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO 
TEMA: HUGO GRÓCIO
 PROF. DR. HUMBERTO GOMES PEREIRA
Hugo Grócio continua sendo um autor muito estudado e analisado, tanto na Filosofia e Teoria do Direito, quanto no Direito Internacional, tendo deixado algumas contribuições relevantes também no campo da História do Direito. 
O motivo desse interesse ainda persistente em relação a esse autor é devido às contribuições do mesmo no tocante ao direito internacional – tanto é verdade que para alguns, ele é considerado o pai do moderno direito internacional – e no tocante à filosofia do direito, apresentando-se como expoente da doutrina do jusnaturalismo racionalista de origem laica.
Grócio é uma figura emblemática do seu tempo que espelha o momento de transição pelo qual a Europa estava passando: da Idade Média à Modernidade. Na obra dele, é possível se deparar com esses traços quase ambíguos do autor, de um homem que ainda não se tinha despojado completamente dos trajes do homem medieval para vestir aqueles mais confortantes do homem moderno.
Definição de Direito
Grócio fornece três definições de direito: 
1) como sinônimo de justo – definido como aquilo que não é injusto – e que provavelmente refere-se ao que é compatível ao direito natural.
2) A segunda definição de direito dada por Grócio é uma definição de direito no sentido subjetivo. É nesse ponto que Grócio dá uma contribuição muito importante para a história do direito pois elabora uma definição de direito como qualidade da pessoa. Ele fornece a segunda acepção do direito, nesses termos: “[...] uma qualidade moral ligada ao indivíduo para possuir ou fazer de modo justo alguma coisa.” Por sua vez, essa qualidade moral é dividida entre faculdade, quando é perfeita e aptidão, quando é imperfeita. A importância dessa definição de direito reside em que a mesma equivale ao poder.
3) A terceira definição de direito que Grócio fornece é uma definição objetiva de direito (ius) como lex, como lei, regras objetivas que não são válidas apenas se consideradas conforme a justiça, mas também, se forem compatíveis com outras virtudes. Essa seria a “razão pela qual Grócio prefere designar mais o objeto dessas normas como rectum do que iustum, uma terminologia ciceroniana que lembra, ao mesmo tempo, a ideia aristotélica de justiça e da virtude geral.”
As contingências temporais influenciaram, sem dúvida alguma, o pensamento férvido e a personalidade eclética de Hugo Grócio que testemunha as profundas mudanças pelas quais estava passando a sociedade da época, uma época já não mais caracterizada pelo predomínio das instituições supranacionais que, pelo contrário, apareciam cada vez mais frágeis, sendo que, concomitantemente, estavam-se formando os Estados nacionais, criação da Modernidade.
A pretensão de Grócio de proporcionar os meios para uma coexistência pacífica, e se não pacífica, pelo menos respeitosa de algumas regras mínimas, dos Estados da época, não foi a primeira a surgir na história, mas, não se pode duvidar da originalidade e da clara opção do autor no sentido de construir um sistema de direito ‘laicizado’.
Agora é a razão mais do que nunca o fundamento do direito natural, uma razão da qual compartilham todos os homens, prescindindo de religião ou outros elementos. Em um mundo profundamente dividido – entre outros, em matéria religiosa – as antigas certezas que desmoronam o fazem em prol, porém, da valorização de uma outra, de que o homem dispõe e que agora põe-se como fundamento inabalável do direito: a razão.
De acordo com Hugo Grócio, o homem possui, naturalmente, um desejo de viver em sociedade, não uma sociedade qualquer, mas uma sociedade pacífica e ordenada segundo sua recta ratio. O homem, através do exercício de sua racionalidade, constrói um direito internacional que promove a sociabilidade entre os Estados e permite que convivam, ainda que sem alcançar a paz. Ao argumentar pelo estabelecimento de regras mínimas necessárias para o mínimo de sociabilidade, Grócio conjuga tanto aqueles que acreditam na justiça do direito natural quanto aqueles que o aceitam por razões de auto-interesse. A violação dessas regras mínimas autoriza uma guerra justa.
Para Grócio, portanto, o Estado não é um fim em si mesmo, mas um meio para assegurar o ordenamento social consoante a “inteligência humana”, de modo a aperfeiçoar a sociedade comum que abarca toda a humanidade. Sob essa lógica, os sujeitos têm direitos previstos pelo Estado soberano, que não pode exigir obediência de seus cidadãos de forma absoluta. A norma jurídica (de direito natural e de direito das gentes) é criadora de direitos e obrigações para as pessoas - e aqui também o Estado - a que se dirige, daí sua admissão da possibilidade de proteção internacional de direitos contra o próprio Estado.
Justiça como Exercício de Direitos e a Formulação de um Direito Comum a Todas as “Gentes”
Esse jusnaturalismo, de certa forma humanizado, logrou repercussão na explicação da justiça tanto em âmbito do direito interno dos Estados quanto dos primeiros esboços de um direito internacional, o jus gentium. De fato, foi no desenvolvimento do direito das gentes que o “problema” da justiça se renovou com mais força, especialmente nas questões emergentes da época, quais sejam, a regulação da guerra, o comércio marítimo e a conquista de territórios.
A partir das obras dos fundadores do direito internacional, nos séculos XVI e XVII, passou-se a identificar uma noção de recta ratio e de justiça, com inspiração na concepção aristotélica-estoica-tomista que concebia o ser humano como um ser social, racional e dotado de uma dignidade intrínseca, afigurando-se estas noções como indispensáveis à sobrevivência do direito internacional nascente.
Para Vitória e Suárez, o direito das gentes não tinha como único sujeito o Estado, mas contava também com os povos e os indivíduos, no que Vitória chamou de jus communicationi, um direito de todos os seres humanos. Hugo Grócio, mais evidentemente, acudiu a reta razão humana para fundamentar a necessidade de uma ordem jurídica internacional voltada para a defesa dos direitos “fundamentais” de natureza e para a regulação do direito de guerra e direito dos mares - em especial no tratado De jure belli ac pacis.
O direito das gentes como se observa na obra grociana, buscava regulamentar as relações humanas sob uma base ética, formando uma sociedade internacional de “seres dotados de razão” (GRÓCIO, 2005). Segundo Macedo, estas particularidades do direito das gentes grociano, que têm origem na sua visão laicizada do direito, são vistas por muitos internacionalistas como o passo inicial para as primeiras percepções de existência de uma sociedade internacional, em que os Estados se relacionam de acordo com seus interesses, mas estes interesses são limitados pelo direito internacional.
Percebe-se, portanto, que Grócio pretendia estabelecer os princípios de um direito das gentes que pudesse ser aplicado para todos os tipos de Estados, um sistema universal capaz de incluir tanto ainda os países absolutistas como os países que já possuíam alguma tendência liberal, um meio termo para a paz - O que, guardadas as devidas proporções, não se distancia muito do ideal contemporâneo expresso nos direitos humanos.
O propósito geral do presente trabalho foi demonstrar a atualidade do pensamento do jurista holandês Hugo Grócio para o Direito Internacional de nossos dias. Nesse sentido, demonstrou-se que o autor fez uma renovação importante das concepções do jusnaturalismo, por meio do afastamento da figura divina dos fundamentos de existência e validade do Direito (hipótese impiíssima), e da construção de uma noção humanizada do direito natural e do jus gentium.
Referência:
BITTAR, Carlos Eduardo; ALMEIDA, Guilherme Assis De. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2012.

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