Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MICROCIRCULAÇÃO TRANSCRIÇÃO - FISIOLOGIA II 09/08/2019 A microcirculação é composta por arteríolas, capilares, metarteríolas e vênulas. As metarteríolas possuem esfíncteres pré-capilares que são importantes porque, se por exemplo eu precisar de mais sangue para uma determinada região a microcirculação dessa parte estimula a produção de substâncias que irão fechar os esfíncteres e o sangue passa mais rápido em direção a vênula. Com isso o sangue chega mais rápido onde é necessário, pois ele “escoa” para o lado onde há uma pressão menor. Então, a função dos esfíncteres pré-capilares é estimular a microcirculação. A função da microcirculação é nutrir os tecidos (troca capilar). ● Fatores que determinam a microcirculação e a quantidade de volume que chega nos capilares. Há duas forças capilares que fazem com que o sangue permaneça nos capilares, porque se ele sair demasiadamente do capilar ocorreria um edema no tecido (edema intersticial). Essas forças são a pressão hidrostática e a pressão oncótica capilar (ou coloidosmótica). O que chega até o capilar não vai ser o que sai do capilar, porque parte do que chega vai para os tecidos, mas boa parte da água que sai do capilar retorna ao capilar para manter a sua pressão. Então, parte do que sai do capilar retorna para ele. Mas parte do que não volta fica no local. O endotélio capilar não permite uma passagem tão fácil de proteínas plasmáticas. Então, basicamente a mesma quantidade de proteínas que entram é a quantidade que sai do capilar. É ela o componente que gera a pressão oncótica, portanto, não apresenta uma variabilidade ao longo do trajeto. A pressão hidrostática é a que mais varia ao longo do capilar. Por isso, quando o paciente faz fluidoterapia, se o médico não controlar muito bem a quantidade de soro é oferecida, o paciente pode fazer um edema pulmonar devido ao aumento da pressão hidrostática do capilar pulmonar. A pressão oncótica é uma força resultante que faz com que a água volte para o capilar, então parte da água que sai, ao final do processo de filtração, retorna e é absorvida de volta para o capilar. Isto permite que não aconteça a desidratação. Um paciente com cirrose hepática, que produz menos proteínas plasmáticas, pode ter edema pois a força resultante oncótica não vai acontecer. O vaso linfático adjacente não é capaz de absorver toda a água filtrada pelo capilar. Para esse paciente não adianta apenas a reposição de proteínas plasmáticas (ajuda momentâneamente a reduzir o edema), é necessário o tratamento da causa. Forças de Starling: quando a pressão hidrostática entra no capilar ocorre a filtração (saída de água, nutrientes, oxigênio, etc) e a pressão oncótica faz com que a maior parte da água volte para o capilar. Uma parte muito pequena é drenada pelo sistema linfático. Se o vaso linfático ficar comprometido, como nas linfonodopatias, também pode levar a formação de edemas. Ainda que ele drene uma pequena parte, se não for drenada ocorre o acúmulo. ● Regulação da microcirculação O sistema microcirculatório conta com mecanismos de regulação aguda e rápido, para maximizar os processos, e possui mecanismos de longo prazo, que controla quanto de oxigênio e sangue vai chegar. Controle agudo: vasoconstrição ou vasodilatação de arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. Então, em situações em que há falta de oxigênio no tecido os vasos começam a dilatar para aumentar o volume de sangue que chega no local. -Se, por exemplo, o metabolismo local aumentar pode-se observar que o fluxo de sangue aumenta. -Quando é liberado NE para aumentar a FC do coração, ele também age nos receptores b2 do músculo esquelético fazendo com que os seus vasos relaxem para receber mais sangue para melhorar a oxigenação local. Controle de longo prazo: alteração física e no número de vasos sanguíneos. Alguns tumores (geralmente malignos) possuem a característica de alterar a microcirculação local, fazendo com que haja o aumento no número de vasos sanguíneos (angiogênese) para nutrir mais o tumor. ● Controle agudo: controles LOCAIS e RÁPIDOS. 01. Adenosina: é liberada pelas células do músculo cardíaco. É importante para melhorar o fluxo sanguíneo no coração por aumentar a dilatação nas coronárias. A adenosina dilata os esfíncteres pré-capilares. 02. Teoria metabólica e teoria miogênica: diz que o fluxo sanguíneo pode ser alterado por eliminação de vasodilatadores em excesso. Pela teoria miogênica, a microcirculação pode ser mantida pelos canais de cálcio de estiramento (mecânicos dependentes). Se a arteríola se dilatar muito, o canal de cálcio faz com que a arteríola volte ao seu diâmetro normal. 03. Centros que podem ajudar a microcirculação: Células da mácula densa -> produz angiotensina II (potente vasoconstritor) que pode diminuir o lúmen das arteríolas aferentes renais, ou seja, altera a microcirculação renal. CO2 -> no SNC, dilata vasos cerebrais para chegar mais oxigênio. Temperatura -> é diretamente proporcional ao fluxo sanguíneo, ou seja, seu aumento leva ao aumento do fluxo, assim como a sua diminuição leva a diminuição do fluxo sanguíneo. Endotélio -> produção de óxido nítrico e endotelina. O óxido nítrico é um potente vasodilatador, a endotelina é um potente vasoconstritor.No momento em que o local está produzindo muito CO2, o óxido nítrico é ativado para dilatar os vasos e fazer com que o sangue chegue mais fácil para a microcirculação. Em um momento em que a microcirculação está em um processo de filtração excessivo, a endotelina é ativada. O endotélio produz e expressa receptores para a endotelina, a endotelina do músculo liso vai promover a contração através da produção de um segundo mensageiro que é o IP3 que aumenta as concentrações de cálcio na célula, promovendo a contração muscular. estresse de cisalhamento -> ativam reação de produção de óxido nítrico pela ativação da óxido nítrico sintetase. O NO produz guanilato ciclase, converte GTP em GMP e o GMP ativa proteínas cinases que faz com que o músculo relaxe. Necessidade de O2 ou há estresse de cisalhamento -> produção de NO. Excesso de sangue no local -> produção de endotelina. ● Controle de longo prazo Agentes como NE, angiotensina, vasopressina, que geram controle hormonal da microcirculação. NE e angiotensina II -> vasoconstrição local. Vasopressina -> aumenta o retorno venoso para o coração que gera um aumento de débito cardíaco e consequentemente melhora a microcirculação, já que o corpo necessita de mais volume. Um paciente com choque hipovolêmico vai liberar ADH por que como ele está perdendo sangue, a reabsorção de água é uma tentativa de repor volume. Ainda que só o ADH não seja o suficiente para controlar. Há também substâncias como a bradicinina e a histamina que ajudam nesse controle. São importantes por que a histamina é um potente vasodilatador e a bradicinina faz com que o lúmen do vaso volte o seu estado normal. Então são mediadores parecidos com o simpático e parassimpático, não são fundamentais, mas ajudam na microcirculação. A bradicinina é inativada pela ECA (enzima conversora de angiotensina) ou Cininase II. Por isso, quando o paciente faz uso de hipertensivo que tem como mecanismo a inibição da ECA, para que não haja conversão de angiotensina I em angiotensina II, ele pode apresentar tosse.
Compartilhar