WICCA PARA CRIANÇAS

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Wicca Para Crianças
Volume 01 – Introdução e atividades recreativas
Por Viviane Lopes
Wicca Para Crianças é um projeto idealizado por Viviane Lopes no ano de 
2012, com o objetivo de trazer atividades recreativas e didáticas direcionadas 
às crianças pagãs.
Neste primeiro volume, farei uma breve introdução sobre o assunto e 
disponibilizarei algumas atividades que traduzi e adaptei para nós, brasileiros.
Sejam bem-vindos! Espero que seja proveitoso.
Crianças pagãs – Introdução e atividades recreativas
(Por Viviane Lopes)
De uns tempos para cá a religião Wicca tem se tornado muito conhecida, 
principalmente nas redes sociais. Hoje, no Brasil, podemos observar que 
existem milhares de adeptos da Wicca que, mesmo sendo ou não praticantes, 
estão envolvidos de alguma forma. Mas vamos aos praticantes, principalmente 
os que já tem filhos. Enquanto a pessoa ainda não tem filhos, não existe a 
preocupação em como ensinar a religião a eles, mas e depois? A criança, em 
uma determinada idade, já começa a fazer perguntas e sempre há a 
curiosidade por tudo o que está a sua volta. É aí que entra a questão: como 
ensinar a Wicca? Quando é o momento certo de falar sobre a religião? 
Em primeiro lugar, não estou aqui para ensinar aos pais como criar seus filhos, 
muito pelo contrário, a minha contribuição é uma forma de facilitar esta 
questão, pois existem muitas pessoas que conheceram a Wicca há pouco 
tempo e se tornaram praticantes. Muitas destas pessoas já tem seus filhos, 
provavelmente tendo aulas de ensino religioso cristão na escola, então, o que 
fazer?
Em primeiro lugar, a religião - seja ela qual for - não é algo que devemos impor. 
Por mais que tenhamos sido condicionados pelos nossos pais a sermos 
cristãos quando éramos crianças, devemos lembrar que cada pessoa é livre 
para fazer suas escolhas, seja tanto religiosa quanto profissional, social, 
amorosa, etc. Acredito que devemos deixar de lado a ideia de que “meus avós 
eram, meus pais também foram, eu sou e meus filhos também serão”, pois isto 
é uma coisa sem sentido no quesito liberdade de pensamento e escolha. 
Devemos abrir a oportunidade, apresentar as opções e deixar o caminho livre. 
É claro que uma criança ainda não tem discernimento para se decidir por esta 
ou aquela religião, por isso a influência dos pais é grande, mas vamos parar 
para pensar um pouco.
É difícil para nós sermos pagãos, somos adultos e sofremos com o 
preconceito, agora imagine para as crianças, especialmente numa sociedade 
onde muitos são cristãos.
Ao citar o princípio “Sem a ninguém prejudicar, faça o que desejar” isto soa 
como se não houvessem regras, como se as crianças fossem criadas soltas, 
largadas no mundo e não é bem assim. Cada família tem suas regras e sua 
maneira de criar os filhos, porém, para muitas pessoas, o simples fato de não 
ser cristão, já é considerado como uma coisa ruim e desregrada.
Imagine seu filho ou filha chegando na escola e sendo zombado(a) pelos 
coleguinhas porque não conhece Jesus e tem como divindade a Deusa e o 
Deus. E o pior, eles vão ouvir dos colegas que vão para o inferno e vão chegar 
em casa aos prantos, com medo, porque, sabemos muito bem, que os colegas 
de escola causam uma certa influência, ainda mais sendo a maioria de outra 
religião. É realmente complicado.
Acredito que muitos pais pagãos não sabem como proceder nestes e em 
outros casos. 
A princípio parece uma tarefa simples ter uma boa conversa com as crianças, 
mas imagine na cabecinha deles como isso é confuso. Sem falar nos parentes, 
que, mesmo com toda a sua boa intenção, vem falar que Jesus é o salvador e 
que não há outra forma de religiosidade. Somos tão condicionados à cultura 
inserida pelo cristianismo, que mesmo mudando de religião e nos tornando 
pagãos, ainda temos aquele velho hábito de dizer “ai meu Deus” ou “ai meu 
Jesus cristinho” e por aí vai. Parece engraçado, mas tudo isso é fruto do que 
aprendemos tanto com os nossos pais, quanto na escola ou na igreja.
Já repararam que as orações estão decoradas nas nossas mentes? Ao dizer 
“pai nosso” automaticamente lembramos da oração inteira. Isto mostra como 
fomos ensinados a decorar cada palavra e a dizê-las sem nem pensar, de 
forma mecânica, como se fôssemos robozinhos. Muitas vezes fazíamos as 
orações sem ter nenhuma vontade ou fé no que estávamos pedindo, 
simplesmente as fazíamos porque estão decoradas. Da mesma forma que 
muitas pessoas vem falar de Jesus para nós, pagãos, como se nunca 
tivéssemos ouvido falar nele. 
Então, para evitar que a criança passe por isso e fique traumatizada com a 
ideia de ir para o inferno e tenha pesadelos, adiante-se e fale um pouco sobre 
o cristianismo e Jesus e sobre as outras crenças, mas não precisa dar uma 
aula, dê explicações simples, pois assim, a criança vai saber que existe uma 
diversidade de religiões e que todos somos livres para termos nossa fé. Se a 
criança já estuda ensino religioso cristão na escola, ela já conhece seus 
princípios e explicar sobre o paganismo provavelmente será um pouco mais 
difícil, pois ela já cresceu com estes ensinamentos, mesmo assim, dê a ela a 
liberdade de escolha. 
Acredito que não há um momento em que podemos dizer “agora é a hora de 
ensinar a religião para meus filhos”, pois o momento é inesperado. Mesmo que 
a pessoa tenha em mente que só vai apresentar a Wicca aos filhos depois de 
certa idade, isto não vai dar muito certo, porque a criança por si só é muito 
perceptiva e vai conviver com suas práticas. O bom mesmo é deixar fluir de 
forma natural, deixando que a criança veja você praticando, fazendo seus 
rituais, suas orações, etc. A partir daí, a curiosidade vai falar mais alto, porém, 
o exemplo é muito importante, pois, ao ver a mãe ou o pai realizando rituais, a 
criança vai perceber o valor sagrado em suas práticas, afinal de contas, a 
Wicca é uma religião e deve ser vista exatamente desta forma: sagrada.
É claro que a criança vai fazer “n” perguntas, mas o principal é instruir quanto 
ao modo como ela vai reagir diante das pessoas que são de outras religiões, 
pois como sabemos, o preconceito existe e toda criança absorve o que é falado 
para ela. 
Explique que não precisa ter vergonha de dizer que pertence a uma religião 
neopagã, e que não se sinta excluído(a), pois todas as pessoas são diferentes, 
não só pelo aspecto religioso, mas também por cor da pele, hábitos, tipo físico, 
etc. 
E o principal: não ensine a sua criança a discutir. Ensine-a que o silêncio é 
muito importante, que não há a necessidade de tentar dar explicações sobre a 
sua religião, a não ser que alguém pergunte, aí sim, pode dizer, mas fora isso, 
deixe os coleguinhas rirem, eles riem porque não conhecem a sua religião, e 
como os pais deles também não devem conhecer, então, perder tempo 
explicando só piora as coisas. Dá a impressão de estarmos errados quando 
damos explicações demais, mas não estamos errados. Então, pra quê ficar se 
explicando? Não digo para abaixar a cabeça, mas sim, saber a hora certa de 
falar e quando calar.
Da mesma forma que Jesus é importante para eles, a Deusa e o Deus são 
importantes para nós e isto não pode ser um problema. Precisa ser a chave 
para a conversa. Tente fazer comparativos, como por exemplo, na Índia, as 
vacas e outros animais são sagrados e não podem ser sacrificadas, nem se a 
pessoa estiver passando fome. Isto é uma forma de respeito pela sua 
religiosidade. 
Você pode se surpreender com a imaginação da criança quando ela falar sobre 
isto com os coleguinhas. Fazer comparativos e mostrar como é a diversidade é 
muito importante.
Por fim, procure conversar com seus parentes quando eles forem à sua casa. 
Da mesma forma que você respeita a religião deles, eles também devem 
respeitar a sua. Independente se são contra ou a favor,gerar conflitos em 
família por causa de uma crença religiosa é uma briga inútil, além de causar 
toda essa discórdia, pode gerar inimizade e isso é ruim para qualquer dos 
lados.
Numa festa ou reunião de família por qualquer motivo que seja, se seus 
sobrinhos perguntarem a seus filhos porque eles não vão à igreja, deixe-os 
preparados para uma resposta. Diga que, para nós, não há uma necessidade 
de ir a determinado lugar para louvar seus deuses, você pode reverenciá-los 
em qualquer lugar, pois eles estão em todos os lugares, não em uma casa 
somente.
Ao surgir a conversa sobre o diabo, deixe claro para as crianças que esta figura 
não existe em nossas crenças e que ninguém vai queimar em lugar algum. 
Ensine sobre a Lei Tríplice, principalmente porque ela não se aplica somente 
aos pagãos, mas a todas as pessoas, pois o mundo gira e, cedo ou tarde, tudo 
o que foi lançado terá o seu retorno.
Acima de tudo, o paganismo deve ser centrado na família. Os laços de família 
são muito importantes e os ensinamentos devem ser constantes. Procure fazer 
atividades recreativas com seus filhos, principalmente atividades que envolvam 
a natureza, o contato com a terra, a valorização do lugar onde vocês vivem. O 
que vem de fora deve ser ignorado, pois se deixarmos nos afetar, nossos filhos 
também serão afetados. 
Com amor e união, uma família consegue derrubar todas as barreiras e viver 
em plena harmonia, tanto dentro quanto fora de casa.
Atividades em família
Quando falamos de crianças pagãs vem logo o pensamento: Que tipo de 
brincadeira podemos fazer para interagir com a religião, de forma a instruir e 
divertir ao mesmo tempo?
Pois é, parece uma tarefa simples, afinal de contas, muitas brincadeiras não 
envolvem religião e seria muito fácil deixar como está. Mas vamos pensar em 
atividades recreativas envolvendo o paganismo. Os contos de fadas 
convencionais sempre nos mostram que a bruxa é malvada e que sempre se 
dá mal no final, então, ao introduzir estas histórias a criança vai ficar confusa, 
porque ela provavelmente vai pensar coisas do tipo “sou uma bruxa, vou ser 
queimada”. Não parece nem um pouco atrativo saber destas coisas. 
É claro que os pais vão esclarecer que isto se trata de ficção, mas ainda assim, 
a criança não esquece. E olha que os pequenos tem uma memória e tanto! 
Pensando assim, podemos criar adaptações de histórias e deixar a imaginação 
fluir. Além disso, existem brincadeiras que envolvem truques e outras formas 
de magia e a criança pode fazer coisas simples e se sentir poderosa, além de 
saber que não é uma pessoa má e sim, uma pessoa do bem!
Mas antes, vamos voltar à questão didática. Não existem no mercado brasileiro 
brinquedos ou produtos didáticos voltado às crianças pagãs. É aí que entra a 
minha ideia, que é justamente de criar esta oportunidade, adaptando muita 
coisa que já existe fora do Brasil para nós, mostrando como a Bruxaria pode 
ser divertida e ao mesmo tempo instrutiva.
Podemos ensinar receitas simples que as próprias crianças poderão fazer, 
brinquedos ecológicos com material reciclado, como por exemplo tinta para 
colorir e pintar o rosto, fazendo máscaras coloridas para os Sabbats ou só por 
diversão mesmo. Usando a imaginação, poderemos criar muitas coisas e ao 
mesmo tempo ensinar como respeitar a natureza, os animais, as pessoas, 
enfim, tudo o que está a nossa volta, pois isso faz parte do paganismo.
Vou dar alguns exemplos de brincadeiras que eu traduzi e adaptei, espero que 
gostem!
Tintura facial caseira
Toda criança adora brincar com tinta e pintar o rosto. Ainda mais os pequenos 
pagãos. Mas, para não prejudicá-los com produtos químicos da maquiagem, 
você mesma pode fazer em casa e eles podem ajudar!
Você só precisa de:
1 colher de chá de farinha de trigo
5 colheres de chá de amido de milho (maisena)
2 colheres de chá de corante alimentício, no caso tem que ter várias cores
Misture todos os ingredientes até formar uma pasta. Está pronta a sua 
maquiagm colorida! Aplique com um pincel pequeno e faça sua arte!
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Balão Mágico!
Ensine um truque super legal para seus filhos! Usando ciência eles podem 
brincar com os coleguinhas mostrando seus poderes de bruxinhos!
O que você precisa:
Bicarbonato de sódio
Vinagre
Garrafa de plástico
Balão
2 Funis
Como fazer:
1. Utilizando o funil, despeje vinagre em sua garrafa.
Você só precisa preencher cerca de 1/3 da garrafa.
2. Usando outro funil (seco), derrame bicarbonato de sódio dentro do seu 
balão.
3. Encha o balão pela metade (soprando mesmo).
4. Cubra a parte superior da garrafa com o seu balão.
Cuidado para o bicarbonato não entornar antes da hora!
5. Quando estiver pronto, levante o balão para o bicarbonato de sódio cair no 
vinagre.
6. Veja como a mistura borbulha e enche seu balão!
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Bingo Pagão
Bingo pagão
Que tal um jogo para alegrar a família?
E que tal jogar quando tiver visitas na sua casa?
É uma ótima maneira de interagir e mostrar como é a nossa religião!
Cá pra nós, sabe aquelas pessoas chatas que só falam mal do paganismo? 
Então, convide-as para um bingo pagão! 
Elas vão se surpreender e todos vão se divertir muito!!!
Tudo o que você precisa fazer é:
- Imprimir os cartões do bingo numa cartolina branca
- Depois é só recortá-los
- Distribuir os cartões entre os participantes
- Arranjar pequenas pedras para marcar
- Recortar as abas onde estão escritos os nomes, dobrá-las e colocá-las dentro 
do chapéu de bruxa ou uma sacola, mas no chapéu de bruxa é mais legal ;)
- No cartão em branco, você pode adicionar outras imagens que desejar.
Como jogar:
- Alguém tem que cantar o bingo, ou então, para ficar mais divertido, cada um 
terá a sua vez. Então comece: pegue o chapéu de bruxa, onde estão todos os 
papéis com os nomes.
- Retire e leia o nome que está lá.
http://1.bp.blogspot.com/-yfSsgntj0Vo/UdN88LkehLI/AAAAAAAAAZM/_ATYd0tpbhM/s564/BingoPag%C3%A3o.JPG
-Todos vão procurar no cartão a imagem correspondente ao nome lido e quem 
tiver vai marcar com a pedrinha. Se não tiver, não tem problema, faz parte do 
jogo!
- O pentagrama no centro é uma zona neutra, não vale pontos.
- Que tipo de assunto será abordado? Sabbats, Esbbats, Divindades, 
Instrumentos Mágicos, etc.
Exemplo:
- Você tirou um papelzinho escrito “Guardião”, então a pessoa vai procurar na 
sua cartela se tem algum animal guardião e marcá-lo.
- Você tirou um papelzinho escrito “Sabbat”, então a pessoa vai procurar na 
sua cartela se tem algum desenho que corresponde a um Sabbat.
E assim por diante.
O bom é que a cada coisa encontrada, você pode perguntar “Alguém sabe o 
que significa?” e aí a criançada vai logo querer explicar, tornando o jogo ainda 
mais divertido e disputado.
Quem vence?
- O primeiro a ter 5 pedras em uma linha (vertical, horizontal ou diagonal) 
precisa gritar “BRUXA” para ganhar! Lembre-se: não vale gritar “bingo” e sim, 
“bruxa”.
E o prêmio?
- Você decide! Pode ser uma sobremesa, uma fruta, uma fita colorida, um 
pingente, enfim, o que a sua imaginação mandar! O que vale é a brincadeira!
Volte com os papeizinhos para dentro do chapéu e comece tudo de novo!
Se ninguém tiver ganhado, faça a mesma coisa, volte com os papéis
Abaixo as cartelas para imprimir. Você também pode criar o seu próprio jogo.
Exemplos de papeizinhos com as palavras a serem cantadas no bingo:
Exemplos de cartelas para imprimir:
Este jogo foi traduzido e adaptado por Viviane Lopes, do original de Rayne Storm, com imagens 
gráficas Microsoft ClipArt Collection. 
Espero que tenham gostado deste simples volume, que foi feito de todo 
coração para vocês.
Aceito sugestões de assuntos para os próximos volumes.
Viviane Lopes
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