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FUNDO DE OLHO NORMAL E

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FUNDO DE OLHO NORMAL E 
SINAIS DE PATOLOGIAS DO 
SEGMENTO POSTERIOR
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
O SEGMENTO POSTERIOR DO OLHO
Internamente, desde a córnea e a partir dela, o globo ocular 
pode ser dividido em dois segmentos: o segmento anterior e o 
segmento posterior. O segmento anterior, que constitui 1/3 do 
globo ocular, é formado pelo humor aquoso, íris e corpo ciliar. O 
segmento posterior, que constitui os outros 2/3 do olho, é 
formado pelo humor vítreo, nervo óptico, coroide e retina.
Atenção: O cristalino, a lente natural do olho, serve de marco 
anatômico para os dois segmentos, isto é, o segmento anterior ao 
cristalino e o segmento posterior ao cristalino, embora 
geralmente seja contato junto ao Segmento Anterior.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
É sabido que cada estrutura do segmento posterior pode ser 
acometida por uma infinidade de afecções, ou de patologias que 
são conhecidas como Patologias do Segmento Posterior. 
Diante disso, faz-se necessário conhecer com propriedade a 
anatomia e a normalidade de cada uma das estruturas que 
compõe esse segmento, ou, em outras palavras, faz-se necessário 
conhecer a aparência de um fundo de olho normal.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Humor vítreo
O humor vítreo, ou corpo vítreo, é um composto de água (99%), fibrilas de colágeno e ácido hialurônico, 
responsável por promover certa coesão e lhe dar uma consistência gelatinosa. O vítreo compreende 2/3 do 
peso do olho, e o seu volume varia entre 4 ml e 6,5 ml. O vítreo é uniforme, transparente, inerte, e ocupa 
toda a cavidade ocular posterior ao cristalino. É revestido por uma membrana chamada hialoide, a qual é 
firmemente aderida à retina em alguns pontos, particularmente nas extremidades do disco óptico, na 
mácula e na ora serrata (que é junção entre a retina e o corpo ciliar). 
O humor vítreo possui uma base, um córtex, um espaço próximo ao cristalino denominado espaço de 
Berger, e um outro espaço no formato de túnel denominado canal de Cloquet. O vítreo possui poucas 
células, chamadas hialócitos, as quais possuem função fagocitária e de síntese do material extracelular. 
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Humor vítreo
O vítreo tem as seguintes funções: oxigenar tecidos intraoculares; 
servir de reserva metabólica para a retina e tecidos próximos; 
armazenar nutrientes para a retina; armazenar desperdícios 
celulares; dar forma ao globo ocular; servir de meio refrativo (índice 
de refração de 1,336), tal como a córnea, o humor aquoso e o 
cristalino; sustentar o cristalino em seu lugar; manter a retina colada, 
isto é, manter a retina sensorial em justaposição ao Epitélio 
Pigmentário da Retina (EPR); e servir de amortecedor ao globo 
ocular.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
2
3 4
1
Humor vítreo. (1) base do vítreo; (2) córtex do vítreo; 
(3) espaço de Berger; (4) espaço de Cloquet. 
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
Anatomicamente, a retina possui 10 camadas, a saber: (1) Epitélio Pigmentário da Retina (EPR); (2) 
Fotorreceptores (cones e bastonetes); (3) Membrana Limitante Externa (MLE); (4) Camada Nuclear 
Externa; (5) Camada Plexiforme Externa; (6) Camada Nuclear Interna; (7) Camada Plexiforme Interna; (8) 
Camada de Células Ganglionares; (9) Camada de Fibras Nervosas; (10) Membrana Limitante Interna (MLI). 
De outra forma, a retina pode ser dividida em duas partes: a retina pigmentada, formada pelo EPR, e a 
retina sensorial, formada pelas outras nove camadas.
A retina é uma camada que reveste os 2/3 posteriores da porção interna do globo ocular, terminando ao 
nível do corpo ciliar, na ora serrata. Topograficamente, a retina divide-se em retina periférica e retina 
sensorial. A retina periférica é atrófica e sem interesse, por ser insensível à luz; ela vai desde a borda da 
pupila, internamente, até ora serrata, recobrindo a face posterior da íris e o corpo ciliar. Já a retina 
sensorial recobre todo o restante das camadas internas até o nervo óptico, e se subdivide em polo anterior
(porção periférica) e polo posterior (porção central). Na porção periférica predominam os bastonetes e na 
porção central predominam os cones.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
Na região central da retina, ou seja, no polo posterior, encontra-se a mácula, tendo de 2 a 3 mm de 
diâmetro, correspondendo a, aproximadamente, 10° de abertura angular no campo visual. No centro da 
mácula encontra-se a fóvea, uma área de 1,5 mm de diâmetro, aproximadamente, que corresponde a 6°
de abertura angular no campo visual. Já no centro da fóvea há uma pequena área denominada fovéola, 
onde se localizam apenas cones. A fovéola possui de 0,4 a 0,6 mm de diâmetro, aproximadamente, e 
corresponde a 6° de abertura angular no campo visual. 
A retina possui diferentes espessuras, sendo mais fina na fóvea (0,09 mm) e na ora serrata (0,10 mm) e 
mais espessa ao redor da mácula (0,35 mm) e do disco óptico (0,56 mm). A retina recebe seu fornecimento 
de sangue de 2 fontes: da camada coriocapilar da coroide, que supre o terço externo da retina e a fóvea; e 
de ramificações da artéria central da retina que suprem os 2/3 internos. Na Figura 1-3, podemos perceber 
o aspecto e a coloração de uma retina normal.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
Para efeito de avaliação e de diagnóstico, tendo em vista uma melhor localização dos achados clínicos,
podemos dividir a retina em quatro quadrantes, a partir da papila óptica ou nervo óptico: quadrante nasal
superior, quadrante nasal inferior, quadrante temporal superior e quadrante temporal inferior (Figuras 1 e
2).
Importante: para distinguir olho direito e esquerdo, lembre-se que a mácula localiza-se sempre na parte
temporal e inferior com relação ao nervo óptico, de tal forma que no olho direito a mácula estará sempre à
esquerda de quem observa, e no olho esquerdo a mácula estará sempre do lado direito de quem observa.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1: A retina. Marcos anatômicos normais. 
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Retina 2: Retina do olho direito dividida em quadrantes
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Retina
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 3: Quadrantes da retina apontando uma região de interesse 
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
O olho humano é a única porta pela qual podemos ter acesso e ver parte do Sistema Nervoso Central (isso
é lindo!), considerando a extensão do telencéfalo – o nervo óptico. O nervo óptico é parte do segundo par
craniano que conecta a retina ao cérebro. O segundo par craniano é uma expansão do telencéfalo, sendo
que as suas estruturas mais importantes são: o globo ocular, a retina, o nervo ótico, o trato ótico, o corpo
geniculado lateral (CGL), as radiações óticas e a área 17 de Brodmann; estruturas estas que formam a
chamada via óptica.
O nervo óptico tem uma origem aparente no quiasma óptico, mas sua origem real é a partir do canal
óptico. O seu comprimento é de 50 mm e é subdividido em quatro porções: intraocular (disco óptico),
intraorbitária, intracanalicular e intracraniana (Figura 4). A porção mais importante e que nos interessa
nesta disciplina é a porção intraocular - o disco óptico (Figura 5), porque é passível de ser observada num
simples exame clínico.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 6: Partes do nervo óptico
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 7: Perfil do nervo óptico.
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
O disco óptico, ou papila óptica, também conhecida como mancha cega, é a cabeça do nervo óptico e está
localizada no polo posterior, sendo constituída por, aproximadamente,1,2 milhão de fibras nervosas não
mielinizadas: os axônios das células ganglionares da retina.
O disco óptico pode se apresentar de várias formas: redonda, ovalar (elíptica), irregular (Figura 8); com um
diâmetro de 1,5 mm, aproximadamente. Sua altura, geralmente, excede a sua largura. Sua coloração é rosa
ou laranja e possui uma depressão amarelo-esbranquiçada ao centro, a chamada escavação fisiológica. A
sua metade temporal é sempre mais pálida do que a sua metade nasal.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 8: (1) papila redonda; (2) papila ovalar
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Nervo Óptico
Mais profundamente na cabeça do nervo óptico, na camada intraocular de fibras nervosas, encontra-se a 
lâmina crivosa. A lâmina crivosa é uma área altamente fenestrada (cerca de 200 a 300 buracos) que permite 
a passagem dos axônios do nervo óptico para o espaço extraocular. No exame clínico, em alguns pacientes, é 
possível visualizar a lâmina crivosa na forma de pontos cinzas localizados profundamente na escavação.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Coroide
A coróide é o revestimento intermediário do globo ocular que se estende entre a retina e a esclera.
Juntamente com a íris e o corpo ciliar, forma-se a úvea. Suprida pelas artérias ciliares posteriores, a coroide
contém vasos com pequenas fenestrações em suas paredes, que formam a camada coriocapilar,
responsável pela irrigação de parte da retina e do EPR, protegendo a retina, inclusive, de morte isquêmica.
A membrana de Bruch, ou lâmina basalis, separa a coróide da retina (Figura 9).
A vasculariza a mácula por difusão, mas a mácula não apresenta vasos sanguíneos.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
ESTRUTURAS DO SEGMENTO POSTERIOR
Coroide
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 9: Camadas da coroide e da retina. 
FUNDO DE OLHO NORMAL
Um fundo de olho normal, num exame clínico, possui um 
aspecto vermelho alaranjado, devido à pigmentação do EPR
e ao sangue presente nos coriocapilares e na vascularização 
da coroide (Figura 10). Possui um brilho característico e uma 
pigmentação uniforme que varia com relação à idade e à 
raça. Pacientes com pele escura tendem a ter um fundo de 
olho mais escuro devido à grande quantidade de melanina 
no EPR, mas também pode se apresentar num aspecto 
tigrado e com uma borda pigmentada à margem do disco 
óptico. Em pacientes de pele clara, o fundo do olho pode 
apresentar-se levemente pigmentado e os vasos da coroide 
podem se mostrar marcadamente salientes.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 10: Aspecto de um fundo de olho normal
FUNDO DE OLHO NORMAL
Exame clínico, a Oftalmoscopia Direta
A Oftalmoscopia Direta é o principal exame clinico a ser realizado pelo(a) Optometrista tendo em vista a
chamada avaliação de fundo de olho. No caso da avaliação do Segmento Posterior do olho, o profissional
inspeciona as estruturas que o compõem, neste caso, o humor vítreo, a retina e a cabeça do nervo óptico.
É uma técnica utilizada não só por Optometristas, mas principalmente por eles. Consiste em incidir luz no
fundo do olho através da pupila do paciente, por meio da utilização de um Oftalmoscópio Direto.
O Oftalmoscópio Direto é um instrumento que foi inventado em 1851 pelo Matemático, Físico e Médico
alemão Hermann Von Helmholtz (1821-1894), o primeiro homem a ver o interior do olho humano vivo. O
princípio básico da técnica da Oftalmoscopia consiste em raios luminosos que se refletem a partir da retina
do paciente e focam-se sobre os olhos do examinador.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
FUNDO DE OLHO NORMAL
Exame clínico, a Oftalmoscopia Direta
Por meio da técnica da Oftalmoscopia Direta, utilizando uma magnificação de até 15 vezes em um campo
de visão restrito a aproximadamente 15 graus, o(a) Optometrista pode avaliar cada estrutura ocular em
particular, identificando anomalias e sinais clínicos, embora seja difícil perceber a profundidade ou
gravidade de uma eventual anormalidade ou lesão no fundo. Na observação clínica, é possível analisar, por
exemplo, a forma, a cor, o tamanho e a profundidade da escavação do nervo óptico, a região peripapilar, a
região macular e foveolar, as principais veias e artérias da retina, enfim, a transparência do vítreo.
A seguir, serão demonstrados alguns dos aspectos mais importantes a serem observados numa avaliação
clínica de fundo de olho por meio da Oftalmoscopia Direta, considerando encontrar um fundo de olho
normal.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
FUNDO DE OLHO NORMAL
Relação copa/disco, lâmina crivosa e regra ISNT
Para efeito de avaliação e de diagnóstico, a papila óptica 
pode ser dividida em 10 partes iguais. Assim, num olho 
normal, geralmente, o diâmetro da escavação varia de 30% a 
40% do diâmetro da papila óptica. A essa proporção damos o 
nome de relação copa/disco (cup-to-disc ratio - C/D), ou 
relação escavação/disco), e ela é representada em números 
decimais. Por exemplo, numa proporção de 40% da copa ou 
escavação, em relação ao diâmetro total do disco ou papila 
óptica, dizemos que a proporção ou a relação copa/disco é 
de 0,4. (Figura 11).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 11: Relação copa/disco (C/D) de 0,4
FUNDO DE OLHO NORMAL
Relação copa/disco, lâmina crivosa e regra ISNT
Outro aspecto muito importante é o surgimento ou a visibilidade da lâmina crivosa que pode indicar 
problemas glaucomatosos. Num olho normal, geralmente, não se vê a lâmina crivosa ao se avaliar a papila 
óptica. A aparição ou o surgimento de poros pequenos e redondos podem indicar uma discreta lesão nos 
axônios. Poros ovais e estriados bem como hemorragias na lâmina crivosa podem indicar desde uma lesão 
moderada a um comprometimento muito maior. Falaremos mais sobre isso na unidade que trata das 
patologias do nervo óptico, especificamente do Glaucoma.
A localização da escavação também é algo importante a ser inspecionado, considerado uma avaliação 
preventiva do Glaucoma por parte do(a) Optometrista. Em relação à papila óptica, a escavação localiza-se 
de tal forma que o anel neuroretiniano (ou rima neurorretiniana), isto e, o tecido entre a borda da papila 
óptica e a borda externa da escavação, possui uma espessura fisiológica decrescente, sendo que a rima 
inferior é a maior, seguida pela superior, nasal e temporal. Daí a origem da regra e da sigla ISNT (Figura 1-
16).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
FUNDO DE OLHO NORMAL
Relação copa/disco, lâmina crivosa e regra ISNT
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-16: Borda Inferior menor que a Superior e a Nasal, 
não obedecendo à regra ISNT.
FUNDO DE OLHO NORMAL
Veias e artérias, relação artéria/veia
No fundo do olho, vamos encontrar muitas veias e artérias. No
entanto, há 4 veias e 4 artérias principais que devem ser
inspecionadas, indispensavelmente. Basta segui-las até a
cabeça do nervo óptico, de onde se originam. As principais
veias são: a veia temporal superior, a veia nasal superior, a veia
temporal inferior e a veia nasal inferior. As principais artérias
são: artéria temporal superior, artéria nasal superior, artéria
temporal inferior e a artéria nasal inferior (Figura 1-17).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-17: Principais artéria e veias na retina
FUNDO DE OLHO NORMAL
Veias e artérias, relação artéria/veia
É importante avaliar a calibragem, coloração, sinuosidade,
reflexos, depressões, ramificações e estreitamentos, dentre
muitos outros sinais que podem caracterizar mudanças
oculares e alterações vasculares. Dentre eles, um sinal muito
importante a avaliar é a relação artéria/veia. As veias são mais
calibrosas enquanto que as artérias são mais delgadas. A
relação artéria/veia mais comum que caracteriza um sistema
vascular normal na retina é a relação de 2/1, em que uma veia
está para duas artérias, ou de 3/2, em que duas veias estão
para três artérias, ou em outras palavras, em duas veias cabem
três artérias(Figura 1-18).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-18: Relação artéria/veia de 3/2, aproximadamente.
FUNDO DE OLHO NORMAL
Mácula, brilho foveal e fixação
A mácula, uma depressão do polo posterior da retina, mede, aproximadamente, 6 mm de diâmetro, e é o
lugar onde se tem a melhor visão, podendo ser de 20/20 e até mesmo chegar a 20/15 ou ainda melhor.
Sua localização está a 2 diâmetros de disco (D/D) a temporal. A mácula saudável deve estar livre de vasos
e de qualquer outro sinal clínico (Figura 1-19).
Uma vez observada a mácula, faz necessário observar o brilho foveal e o poder de fixação monocular do
paciente. Essa fixação pode ser observada através do reticulo circular do Oftalmoscópio, por meio do qual
se percebe um brilho intenso que pode caracterizar uma fixação central quando o brilho foveal
permanecer dentro do círculo reticulado do aparelho, ou uma fixação excêntrica quando o brilho foveal
permanecer fora do círculo reticulado, considerando que o paciente esteja olhando para a luz do
Oftalmoscópio.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
FUNDO DE OLHO NORMAL
Mácula, brilho foveal e fixação
A fixação foveal pode também ser uma fixação estável, quando o brilho foveal permanece parado no
retículo, ou uma fixação instável, quando o brilho foveal apresenta algum movimento no momento em
que o paciente olha para a luz do aparelho. Em paciente jovens, é comum encontrarmos um brilho foveal
amarelado, minúsculo. Já em pacientes idosos, é comum encontrarmos um reflexo um pouco obscuro.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-19: Mácula normal (à esquerda) e mácula com 
degeneração (à direita).
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Reflexo Fio de Cobre e Reflexo Fio de Prata
O reflexo Fio de Cobre é uma alteração na transparência das paredes de vasos e artérias, geralmente
causada pela mistura de gordura que podem apresenta-se como um reflexo com tom avermelhado
(Figura 1-20). Geralmente, é um sinal que ocorre em paciente com hipertensão arterial e/ou
arteriosclerose.
O reflexo Fio de Prata é uma alteração que se apresenta com uma coloração esbranquiçada ou um
acentuado reflexo de luz prateada, devido a ocultação da coluna de sangue, em decorrência do
agravamento do espessamento da parede arteriolar (Figura 1-20). Frequentemente, este sinal ocorre na
arteriosclerose marcada tardia e na hipertensão severa.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Reflexo Fio de Cobre e Reflexo Fio de Prata
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-20: Seta preta: reflexo Fio de prata. Seta amarela: 
reflexo Fio de Cobre
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Sinal de Salus, Sinal de Gunn e Sinal de Bonnet
O Sinal de Salus é o desvio de alguma veia no cruzamento
com uma artéria, onde a veia vai se estreitando e diminuindo
de tamanho. O Sinal de Gunn é o afilamento de uma veia em
ambos os lados de seu cruzamento arteriovenoso. O Sinal de
Bonnet é o represamento e alargamento de uma veia
distalmente a um cruzamento arteriovenoso.
Frequentemente, estes são sinais que se manifestam em
pacientes com hipertensão arterial. (Figura 1-21).
Em síntese: Sinal de Salus: desvio da veia. Sinal de Gunn:
estreitamento da veia. Sinal de Bonnet: alargamento da veia.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-21: Sinal de Sales, Sinal de Gunn e Sinal de Bonnet
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Tortuosidade de vasos
É uma mudança no curso e na dilatação de vasos retinianos, sendo desviados e irregularmente
contornados, aumentados em extensão e em diâmetro (Figura 1-22), podendo ocasionar um aumento da
pressão venosa ou uma diminuição da pressão intraocular. É também um sinal muito comum em pacientes
com hipertensão arterial.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-22: Tortuosidade de vasos na retina
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Exsudatos moles
Também conhecidos como manchas algodonosas ou corpos
cistóides, os exsudatos moles são microinfartos retinianos,
causados por espasmos das arteríolas ou por necrose que
produzem uma anormalidade endotelial podendo ocluir artérias
pequenas, que resulta em infarto dos axônios das células
ganglionares da retina. Aparecem como manchas pálidas, branco-
acinzentadas, geralmente em volta do disco óptico. Geralmente, é
um sinal que acomete pacientes com diabetes, hipertensão,
anemia, leucemia, oclusão da veia retiniana ou papiledema (Figura
1-23).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-23: Exsudatos moles (algodonosos)
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Exsudatos duros
Também conhecidos como exsudatos graxos, os exsudatos duros
são depósitos intrarretinianos causados por acúmulo de gordura
ou macrófagos de lipídios e lipoproteínas. Localizam-se na camada
plexiforme externa e na camada nuclear interna da retina (Figura 1-
24). Usualmente, é um sinal que ocorre na hipertensão,
arteriosclerose, diabetes, anemias, neuropatia óptica, oclusão da
veia retiniana, mas principalmente hipercolesterolemia.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-24: Exsudatos duros
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Estrela macular
É um acúmulo de exsudatos duros intrarretiniano, causado pelo
vazamento de plasma lipídio. Tem aparência semelhante à de uma
estrela. Geralmente, localiza-se na camada plexiforme externa e na
camada nuclear interna da retina, próxima a vasos sanguíneos
doentes (Figura 1-25). Frequentemente, este sinal ocorre no
diabetes, hipertensão, edema retiniano, neuropatia idiopática de
Leber, ou no papiledema crônico.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-25: Estrela macular
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Hemorragia pré-retiniana
Também chamada de hemorragia sub-hialóide, a hemorragia pré-
retiniana se localiza antes da retina e depois do vítreo (Figura 1-26).
Geralmente, é uma hemorragia grande e apresenta um fluido
horizontal e um fundo arredondado devido ao efeito da gravidade.
Frequentemente, este sinal ocorre após trauma de cabeça, em
manobras de Valsalva, na doença de célula falciforme, na
hipertensão, doenças renais ou na gravidez após parto com fórceps.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-26: Hemorragia pré-retiniana
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Hemorragia sub-retiniana
É localizada entre a retina e a coroide, causada por uma membrana
neovascular coroide ou pela passagem de vasos anormais da
coroide para a retina (Figura 1-27). Geralmente, é um sinal que
ocorre em casos de toxoplasmose, miopia, degeneração macular
relacionada à idade (DMRI), em distúrbios de sangramento pós-
operatório, em manobras de valsava.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-27: Hemorragia sub-retiniana
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Hemorragia em chama-de-vela
É a hemorragia que toma o formato de uma farpa ou de uma
chama de vela, que ocorre quando o sangue se deposita no trajeto
dos axônios das fibras nervosas, os quais se curvam em arcos
superior e inferiormente à fóvea, paralelos à membrana limitante
interna da retina (Figura 1-28). Geralmente, ocorre em paciente
com retinopatia diabética.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-28: Hemorragia em chama-de-vela
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Sínquise Cintilante
Também conhecida como cholesterolosis bulbi, é um acúmulo de
cristais de colesterol, policromáticos, branco-amarelados ou
dourados, flutuando livremente no humor vítreo (Figura 1-29) ou,
muito raramente, na câmara anterior. Geralmente, ocorre após um
trauma, cirurgia ou hemorragia vítrea, catarata de longa duração,
hifema, glaucoma secundário, descolamento de retina e, mais
raramente, de uveítes.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-29: Sínquise Cintilante
SINAIS OCULARES DE PATOLOGIAS NO 
SEGMENTO POSTERIOR
Drusas
Também conhecidas como corpos hialinos ou coloidais, as drusas
são depósitos amorfos congênitos ouadquiridos de colesterol ou
cálcio, localizados entre a Membrana de Bruch e o EPR na mácula,
na retina periférica ou no disco óptico. Aparecem como pequenas
lesões amarelas, redondas e granulares, agrupadas no fundo
(Figura 1-30).
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
Figura 1-30: Drusas
3 AFECÇÕES DO VÍTREO
Para pensar: Não raras vezes, as patologias do vítreo podem passar
despercebidas por um profissional de saúde ocular desavisado ou
descuidado. Mas, da mesma forma que a retina ou nervo ótico, por
exemplo, considerando o Segmento Posterior do olho, o humor
vítreo é uma estrutura que carece de toda Atenção Primaria por
parte do Optometrista, tendo em vista prevenir e encaminhar casos
suspeitos, antes que se tornem problemas graves de saúde ocular e
conduzam o paciente a uma cegueira irreversível.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
3 AFECÇÕES DO VÍTREO
Primário Hiperplásico Persistente
O Vítreo Primário Hiperplásico Persistente (VPHP) é um acúmulo
transitório de células que abrange o humor vítreo nos estágios
iniciais de desenvolvimento ocular. Composto por células originárias
da crista neural e do mesoderma (tecidos embrionários), o VPHP é
uma anomalia congênita, do desenvolvimento do olho que em geral
se apresenta em um recém-nascido saudável, cujas manifestações
clínicas oculares podem incluir microftalmia, catarata progressiva,
tecido fibrovascular retrolental, restos persistentes de vasos
hialoides e restos da túnica vasculosa lentis.
PROF. ME. WELLINGTON SALES SILVA
3 AFECÇÕES DO VÍTREO
Primário Hiperplásico Persistente
Classificação
O VPHP pode ser anterior e posterior. O VPHP Anterior é o tipo mais comum, e apresenta-se como uma
massa de cor rosa, cinza-amarelada, retrocristaliniana, formada por tecido conjuntivo fibrovascular. Já o
VPHP Posterior apresenta-se como membranas vítreas que se estendem do disco ótico até o equador, com
dobras de tração retiniana peripapilar e, também, descolamento de retina.
Prevalência
Cerca de 90% dos casos de VPHP são unilaterais, podendo se manifestar na forma anterior ou posterior. E é
a causa mais comum de catarata adquirida unilateral no primeiro ano de vida.
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Primário Hiperplásico Persistente
Causas
As principais causas do VPHP são: deficiência do vítreo primário, onde pode ocorrer ramos da artéria 
hialoide com sangue; hiperplasia do sistema vascular do cristalino embrionário (túnica vascular 
cristaliniana); metabolismo anormal que pode sintetizar as fibrilas de colágeno no vítreo.
Sinais clínicos / características
Os principais sinais clínicos que caracterizam o VPHP são: leucocoria; câmara anterior rasa; um desenho 
alongado e para dentro dos processos ciliares; grande massa de tecido fibrovascular (Figura 3-5); vasos da 
íris dilatados; intumescência do cristalino; Catarata; Glaucoma de ângulo fechado por bloqueio pupilar; 
hemorragia espontânea profunda dentro do vítreo; artéria hialoide persistente; buftalmo; microftalmia; 
hipoplasia 
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Primário Hiperplásico Persistente
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Figura 3-5: Imagem de um olho esquerdo mostrando grande 
massa de tecido fibrovascular envolvendo todo o polo 
posterior. 
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Primário Hiperplásico Persistente
Sintomas
Os principais sintomas num caso de VPHP são: diminuição da acuidade visual; estrabismo (em geral,
endotropias), e; ambliopia (por privação).
Diagnóstico
A suspeita diagnóstica é feita pelo Optometrista por meio da oftalmoscopia direta e também da
biomicroscopia. Já o diagnóstico, feito por um Oftalmologista, pode ocorrer por meio de tonometria,
medida do diâmetro da córnea, de uma oftalmoscopia indireta e de ultrassonografia. Para um diagnóstico
diferencial, e importante considerar e relacionar com catarata congênita unilateral, retinoblastoma,
retinopatia da prematuridade, e displasia retiniana.
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Primário Hiperplásico Persistente
Tratamentos / encaminhamento
Diante de uma suspeita de VPHP, o Optometrista deve fazer o encaminhamento do paciente ao
Oftalmologista para avaliar a possibilidade de retirada precoce do cristalino e de membranas
retrocristalinianas. Em alguns casos, a Vitrectomia pars plana ou Iridectomia antiglaucomatosa pode se
fazer necessária, conforme o caso. Quanto ao prognóstico, em geral, é melhor no VPHP anterior do que no
VPHP posterior.
Importante: a oftalmoscopia direta, realizada com o oftalmoscópio direto, não obstante a biomicroscopia,
realizada com a lâmpada de fenda, constitui-se uma das técnicas mais importantes pela qual o
Optometrista pode exercer o seu papel de profissional de Atenção Primaria a Saúde Visual, identificando
e/ou suspeitando de casos de Patologias do Segmento Posterior do olho.
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