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COMANDO DA AERONÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA NAVEGAÇÃO AÉREA NAVEGAÇÃO AÉREA APOSTILA BCT CFS 2009 IMPRESSO NA SUBSEÇÃO GRÁFICA DA EEAR MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA NAVEGAÇÃO AÉREA Apostila da disciplina Navegação Aérea, da Especialidade BCT, do Curso de Formação de Sargentos. Elaborador: Paulo Sérgio da Silva - 2S BCT GUARATINGUETÁ, SP 2009 Documento de Propriedade da EEAR Todos os Direitos Reservados Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial deste documento, utilizando- se qualquer forma ou meio eletrônico ou mecânico, inclusive processos xerográficos de fotocópias e de gravação sem a permissão expressa e por escrito da Escola de Especialistas de Aeronáutica - Guaratinguetá - SP. SUMÁRIO Introdução........................................................................................................................01 1 INTRODUÇÃO À NAVEGAÇÃO..............................................................................03 1.1 Histórico e métodos de navegação.................................................................03 1.2 Tipos de navegação........................................................................................05 2 SUPERFÍCIE DA TERRA E SUA REPRESENTAÇÃO............................................06 2.1 Forma e tamanho da terra (círculo máximo e círculo menor) ..............................06 2.2 Sistema de coordenadas - latitude e longitude...............................................08 2.3 Diferença de latitude e longitude...................................................................11 2.4 Conversão de distâncias angulares e lineares................................................16 2.5 Exercícios.......................................................................................................17 3 ESTUDO DO TEMPO.................................................................................................19 3.1 Introdução......................................................................................................19 3.2 Fusos horários................................................................................................20 3.3 Fusos horários e horas legais do Brasil..........................................................22 4 MAGNETISMO TERRESTRE....................................................................................23 4.1 Introdução......................................................................................................23 4.2 Bússola...........................................................................................................26 4.3 Representação da direção...............................................................................29 4.4 Rota................................................................................................................31 4.5 Rumo..............................................................................................................31 4.6 Proa................................................................................................................32 5 INSTRUMENTOS DE NAVEGAÇÃO.......................................................................34 5.1 Horizonte artificial.........................................................................................34 5.2 Indicador de curva e indicação (Turn and Bank)...........................................34 5.3 Giro direcional...............................................................................................35 5.4 Altitude e altímetros.......................................................................................36 5.5 Indicador de subida e descida (CLIMB)........................................................41 5.6 Velocímetro...................................................................................................41 6 CARTAS AERONÁUTICAS......................................................................................44 6.1 Projeções – mapas e cartas aeronáuticas........................................................44 6.2 Escala da carta...............................................................................................49 6.3 Projeção mercador.........................................................................................50 6.4 Projeção Lambert conformal.........................................................................52 7 AL 6 PILOT COMPUTER AND PLOTTER...............................................................54 7.1 Face de cálculo...............................................................................................54 7.2 Cálculos de tempo, velocidade e distância....................................................58 7.3 Consumo........................................................................................................62 7.4 Exercícios.......................................................................................................64 8 NAVEGAÇÃO RÁDIO...............................................................................................66 8.1 Radiogoniometria...........................................................................................66 8.2 Marcação magnética e verdadeira..................................................................69 8.3 Marcação relativa...........................................................................................76 8.4 Linha de posição magnética (QDR) e verdadeira..........................................82 9 PROCEDIMENTOS SOBRE RADIOGONIOMETRIA ............................................85 9.1 Mudança de marcação magnética..................................................................85 9.2 Mudança de linha de posição magnética.......................................................89 9.3 Cálculo de tempo estimado fora....................................................................93 9.4 Correção de deriva.........................................................................................99 9.5 Procedimento de espera...............................................................................107 9.6 Exercícios.....................................................................................................110 10 INDICADOR RÁDIO MAGNÉTICO - RMI .........................................................115 10.1 Exercícios...................................................................................................118 Referências....................................................................................................................121 ANEXO A – Questionário de navegação 1ª parte.........................................................122 ANEXO B – Questionário de navegação 2ª parte.........................................................135 EEAR 1 INTRODUÇÃO O assunto contido nesta apostila, concernente à matéria Navegação Aérea, foi planejado e distribuído de modo a conter em forma ordenada os conhecimentos básicos para o Serviço de Tráfego Aéreo, permitindo o estudo orientado e o acompanhamento dos assuntos de acordo com o plano de matéria. Os capítulos, relativos aos assuntos a serem estudados, visam a estruturar, organizar e facilitar o estudo adequado da matéria. Críticas e sugestões a presente apostila serão bem recebidas. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 3 1 INTRODUÇÃO À NAVEGAÇÃO 1.1 Histórico e métodos de navegação Navegação é a arte ou ciência de situar e dirigir um navio ou aeronave com segurança sobre a superfície da Terra. Desde os mais remotos tempos que o homem começou a se movimentar na superfície da Terra, surgiram as noções de posição, tempo e distância. Daí podem dizer que a Navegação é uma das mais antigas ciências conhecidas pelo homem. A Navegação Aérea começa e termina no solo; antes da decolagem é preciso saber adistância a percorrer, o tempo estimado de voo, a direção a seguir e durante o voo o piloto deve conhecer a sua posição a todo o momento. Sem esses conhecimentos básicos o piloto não conduzirá a aeronave com segurança. 1.1.1 Posição É um ponto definido na superfície da Terra, qualificada frequentemente por adjetivos: posição estimada, sem vento, geográfica, mais provável, etc. A palavra posição sempre se refere a um lugar que pode ser identificado. 1.1.2 Direção É a posição de um ponto em relação a outro, sem considerar a distância que os separa. A direção não é propriamente um ângulo, mas é muitas vezes expressa em termos de distância angular a partir de um marco de referência. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 4 PONTOS CARDEAIS, COLATERAIS E SUB - COLATERAIS CARDEAIS COLATERAIS SUB - COLATERAIS N - Norte NE - Nordeste NNE - Nor-nordeste S - Sul NW - Noroeste NNW - Nor-noroeste E - Este SE - Sudeste SSE - Su-sudeste O - Oeste SW - Sudoeste SSW - Su-sudoeste ENE - Es-nordeste ESE Es-sudeste WSW - Oes-sudoeste WNW – Oes - noroeste Tabela 01 Observação: figura 01 a seguir. Figura 01 1.1.3 Distância É a separação entre dois pontos e é medida pelo comprimento da linha que os une. Numa superfície plana o problema é bem simples, entretanto, numa esfera onde a separação entre dois pontos pode ser expressa numa variedade de curvas, é essencial que seja decidido, exatamente como a distância será medida. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 5 À distância entre dois pontos, isto é, o comprimento de uma linha, pode ser traduzido nas várias unidades de comprimento conhecidas. 1.1.4 Tempo Pode ser definido de diversas maneiras, porém as definições que interessam a navegação aérea podem ser resumidas em duas expressões: hora do dia e intervalo ou fração da hora. Os métodos de se expressar posição, direção, distância e tempo serão cobertos inteiramente em capítulos posteriores. 1.2 Tipos de navegação 1.2.1 Navegação por contato ou visual É o método de conduzir uma aeronave de um ponto a outro sobre a superfície da Terra, pela observação de pontos de referências conhecidos ou localizados em uma carta de navegação por contato. Este sistema elementar de navegação é o mais usado pelos principiantes na arte de navegar. 1.2.1.1 Navegação estimada É o método de conduzir uma aeronave de um ponto a outro sobre a superfície da Terra, determinando sua posição através de cálculos da DV/VV (direção e velocidade do vento), velocidade do avião, tempo estimado e distância, a partir de um ponto conhecido. 1.2.1.2 Navegação radiogoniométrica É o método de navegação no qual se aplica um equipamento denominado radiogoniômetro, pelo qual um piloto pode se orientar mesmo com condições adversas de tempo. Esse equipamento, dentro de sua máxima simplicidade, é constituído por um aparelho rádio-receptor e uma antena especial que tem a propriedade de determinar a direção das ondas de rádio emitidas por um transmissor (NDB). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 6 1.2.1.3 Navegação eletrônica É o método pelo qual a posição é determinada através de instrumentos eletrônicos (computadores). 1.2.1.4 Navegação astronômica Sistema no qual as posições são obtidas através da observação de corpos celestes. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 7 2 SUPERFÍCIE DA TERRA E SUA REPRESENTAÇÃO 2.1 Forma e tamanho da terra (círculo máximo e círculo menor) 2.1.1 Forma e tamanho Para fins de navegação aérea, assume-se que a Terra é uma esfera perfeita. Como se sabe, na crosta terrestre há variações de aproximadamente 12 (doze) milhas, do pico da mais alta montanha à mais profunda das depressões marítimas. As variações da superfície: vales, montanhas, oceanos, rios, etc., causam a aparência irregular da crosta terrestre. Medida no Equador, a Terra possui aproximadamente 6.887,91 milhas náuticas de diâmetro, ao passo que o traçado através dos polos mede 6.864,57 milhas náuticas. A diferença é, portanto, de 23,34 milhas náuticas e essa diferença é usada para caracterizar a Elepticidade da Terra. Portanto, eixo da Terra é a linha imaginária que passa pelo seu centro em torno da qual realiza seu movimento de rotação. Os pontos imaginários de interseção de eixo com a superfície da terra são denominados Polos da Terra. Assim, existe um Polo Norte e um Polo Sul. 2.1.2 Círculos máximos e círculos menores O Círculo Máximo é definido como um círculo na superfície de uma esfera cujo centro e raio são os mesmos da esfera. É o maior círculo que pode ser desenhado em uma esfera; é a linha de interseção, com a superfície da Terra, de qualquer plano que passe pelo seu centro. Um círculo máximo divide a Terra em dois hemisférios. O arco de círculo máximo é o caminho mais curto entre dois pontos numa esfera, assim como a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos, num mesmo plano. Em qualquer esfera, um infinito número de círculos máximos pode ser traçado através de um ponto; toda via, somente um círculo máximo pode ser traçado através de dois pontos que não sejam diametralmente opostos. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 8 Todos os demais círculos na superfície de uma esfera, não considerados círculos máximos, são chamados círculos menores. Portanto, o plano de um círculo menor não passa pelo centro da esfera. Círculo Máximo Círculo Menor Figura 02 2.2 Sistema de coordenadas - latitude e longitude 2.2.1 Equador É um círculo máximo cujo plano é perpendicular ao eixo da Terra e divide a mesma em dois hemisférios: Norte e Sul. Sabemos que os polos estão a 180º um do outro, cada ponto no Equador está a 90º dos polos. 2.2.2 Paralelo É um círculo menor, paralelo ao Equador e cujo plano é perpendicular ao eixo da Terra. É comumente conhecido como paralelo de latitude. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 9 Figura 03 - Paralelos de latitude são círculos menores, paralelos ao Equador. 2.2.3 Meridiano É a metade de um círculo máximo que passa pelos polos sendo seu plano perpendicular ao Equador. É comumente conhecido como meridiano de longitude. Figura 04 2.2.4 Latitude (LAT) Arco de meridiano compreendido entre o Equador e o paralelo de um lugar. É medida ao longo de um meridiano, de 00º a 90º para o Norte ou para o Sul do Equador. 2.2.4.1 Co - latitude É o arco de meridiano compreendido entre o paralelo de latitude e o polo. É o complemento da latitude. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 10 2.2.5 Longitude (LONG) É baseada no meridiano de Greenwich ou 1o meridiano que passou a ser adotado pela maioria das nações através da Convenção de Washington de 1884. Esse meridiano passa pelo Observatório Astronômico de Greenwich (Inglaterra). Portanto longitude é o arco de Equador ou de paralelo, compreendido entre o meridiano de Greenwich e o meridiano de um lugar. É o ângulo formado no centro da Terra, entre os planos do meridiano de Greenwich e do meridiano do lugar considerado. É a medida de 000º a 180º a partir do meridiano de Greenwich para Este (E) e para Oeste (W). Os graus de longitude devem ser expressos em três algarismos. Os graus de latitude devem ser expressos em dois algarismos. 2.2.5.1 Sistemas de coordenadas É formado por duas componentes: Latitude e Longitude. Figura 05 - Brasília: (15º 51S - 047º 56W) Latitude é medida com referência ao Equador longitude com referência ao primeiro meridiano 2.2.5.2 Antimeridiano Semicírculo máximo limitado pelos polos e contendo o antípoda de um observador. Fica, portanto, a 180º de distância angular de um meridiano considerado. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 11 2.2.5.3 Posição Pode-se, portanto localizar pontos na superfícieda Terra com as latitudes e longitudes dos mesmos. Assim, a coordenada geográfica é a referência ideal para a determinação de posição. Identificamos a cidade de Brasília pelo paralelo (15º51’S - 047º56’W). As coordenadas são representadas pela latitude e longitude, nesta sequência, separadas por um traço de união e entre parênteses. Exemplos: (00º04’N - 001º50’W) (36º35’S – 121º03’E); (89º55’S - 179º55’E) (02º24’N - 013º38’W) 2.3 Diferença de latitude e longitude 2.3.1 Diferença de latitude e longitude (DLA e DLO) Define-se a diferença de latitude, ou diferença de longitude entre dois pontos considerados, como a diferença angular entre as latitudes ou longitudes, respectivamente, daqueles pontos. Uma regra simples é aplicada na solução dessas diferenças: Obtém-se a diferença de latitude ou longitude entre dois pontos na superfície da Terra, somando-as quando de nomes contrários ( N + S e E + W ) e subtraindo, a menor da maior, quando do mesmo nome” ( N - N ; S - S ; E - E ; W -W ). Figura 06 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 12 No caso particular da diferença da longitude, quando após a aplicação da regra, o ângulo encontrado é maior que 180º, subtrai-se de 360º para se ter a verdadeira diferença angular de longitude. 2.3.2 Latitude média (LAM) Para se obter a latitude média, após a aplicação da regra acima, na solução da diferença da latitude, divide-se por dois o número encontrado, e o quociente dessa divisão é subtraído da maior latitude. O resultado dessa subtração é a latitude média. A latitude média, logicamente, toma o nome da maior latitude considerada no problema. 2.3.3 Longitude média (LOM) Analogamente, para se obter a longitude média, divide-se por dois o número encontrado, na diferença de longitude, e o quociente desta divisão é subtraído da maior longitude. O resto dessa última subtração é a longitude média, e toma o nome da maior longitude. A latitude e a longitude média podem ser obtidas também: Semi-soma, no caso de duas latitudes ou longitudes de mesmo nome. Exemplo: Latitude 10º20’N + Latitude 20º10’N 30º30’N : 2 = 15º15’N é a LAM. Semi diferença, no caso de duas latitudes ou longitudes de nomes contrários. Exemplo: Longitude 084º40’E - Longitude 028º50’W 055º50’ : 2 = 027º55’E é a LOM ( leva o nome da maior ). Dados: Ponto A - (52º40’N - 105º15’W); Ponto B - (22º10’N - 085º15’W). DIVISÃO DE ENSINO SSMD Latitude média Longitude média Outro método para cal. LAM/LONGM Outro método para cal de LAM/LONGM Mais fácil Mais fácil Médias EEAR 13 Pede-se: a) Diferença da Latitude; b) Diferença da Longitude; c) Latitude Média; d) Longitude Média. Sendo as latitudes e longitudes respectivamente, de mesmo nome ( N,N - W,W ) no cálculo de DL e DLO, subtrai-se : a) - DL 52º40’N - 22º10’N = 30º30’ b) - DLO 105º15’W - 085º15’W = 20º c) - LM 30º30’ : 2 = 15º15’ 52º40’ - 15º15’ = 37º25’N d) - LOM 20º : 2 = 10º 105º15’W - 10º = 095º15’w Dados: Ponto A - (22º00’N - 068º45’W); Ponto B - (12º00’S - 021º15’E). Pede-se: a) Diferença da Latitude; b) Diferença da Longitude; c) Latitude Média; d) Longitude Média. DIVISÃO DE ENSINO SSMD Importante EEAR 14 Sendo as latitudes e longitudes respectivamente, de nomes contrários (N,S - W,E) no cálculo de DL e DLO, soma-se : a) - DL 22º00’N + 12º00’S = 34º b) - DLO 068º45’W + 021º15’E = 90º c) - LM 34º : 2 = 17º 22º00’ - 17º = 05º00’N d) - LOM 90º : 2 = 45º 068º45’W - 45º = 023º45’w Figura 07 Dados: Ponto A - (01º22’N - 150º32’W); Ponto B - (15º52’N - 079º28’E). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 15 Pede-se: a) Diferença da Latitude; b) Diferença da Longitude; c) Latitude Média; d) Longitude Média. Sendo as latitudes de nomes iguais (N e N) e as longitudes de nomes diferentes (W e E), subtrai-se e soma-se respectivamente : a) - DL 15º52’N - 01º22’N = 14º30’ b) - DLO 150º32’W + 079º28’E = 230º Portanto maior que 180º, logo: 360º - 230º = 130º c) - LM 14º30’ : 2 = 07º15’ 15º52’N - 07º15’ = 08º37’N d) - LOM - sendo o caso especial (diferença de 360º); tem-se: 130º : 2 = 65º 079º28’E + 65º = 144º28’E DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 16 Figura 08 2.4 Conversão de distâncias angulares e lineares 2.4.1 Medição de distância A distância pode ser representada em qualquer unidade de medida linear. Em navegação aérea, usa-se, normalmente, a milha marítima (mima), a milha terrestre (mite) ou o quilômetro (Km); no entanto é preferível a milha marítima, conforme será explicado. A circunferência da Terra é, aproximadamente, 40.000Km ou 21.600 milhas marítima. Assim, o Equador é um Círculo Máximo e tem 360º, e cada grau de arco, no Equador, é igual a 60 milhas marítimas, (21.600 : 60) desde que um grau de arco, possui 60 minutos de arco, um minuto de arco é igual a uma milha marítima (1’ = 1 mima). Sendo a Terra considerada uma esfera perfeita (para efeito de navegação aérea), os meridianos, combinados dois a dois e 180º opostos, formam Círculos Máximos de aproximadamente o mesmo comprimento do Equador. Pode-se, então, dizer que, 1 (um) minuto de arco em qualquer meridiano é igual a uma milha marítima. Os paralelos, entretanto, por definição, são Círculos Menores, logo 1 (um) minuto de arco num paralelo tem uma distância linear menor que a de 1 minuto de arco num Círculo máximo. Em face da convergência dos meridianos, as distâncias entre dois meridianos decrescem à medida que se aproximam dos polos. Portanto, 1 (um) minuto de arco em qualquer paralelo, excetuando o Equador, não mede 1 milha marítima. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 17 Principais unidades de medidas usadas em navegação aérea e sua correspondência (vide tabela na página seguinte). (MT) Milha Terrestre (MN) Milha Marítima (Km) Quilômetro 1 0,869 1,609 1,151 1 1,852 0,621 0,541 1 Tabela 02 2.5 Exercícios 1 - Transforme 245 Km em MN e MT. Resp. 1MN = 1,85 Km XMN = 245 Km X = 245 : 1,85 245 Km = 132 MN 1MT = 1,6 Km XMT = 245 Km X = 245 : 1,6 245 Km = 153 MT 2 - Transformar 887 MN em Km e MT. Resp. 1MN = 1,85 Km 887 MN = X Km X = 887 x 1,85 887 MN = 1660 Km 1MN = 1,15 MT 887 MN = X MT X = 887 x 1,15 887 MN = 1020 MT DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 18 3 - Qual a distância em Km entre a cidade “A” de lat. 18º31’N e a cidade “B” de lat. 22º40’S, sabendo-se que ambas estão no mesmo meridiano? A diferença de lat. entre “A” e “B” é (lat. de nomes diferentes soma-se) Resp. 22º40’S + 18º31’N 40º71’ transformando em MN 1º = 60 MN 40º = X MN X = 40 x 60 X = 2400 Como 1’de arco é igual a 1 MN então 71’ = 71MN 40º71’ = 2400 + 71MN A distância entre “A” e “B” é de 2471 MN 1MN = 1,85Km 2471MN = X Km X = 2471 x 1,85 A distância entre “A” e “B” é de 4571 Km. DIVISÃO DE ENSINO SSMD Feita EEAR 19 3 ESTUDO DO TEMPO 3.1 Introdução 3.1.1 Tempo É um definido período de duração. Assim, temos o tempo de - 1 dia, 1 mês, 1 ano, etc. A medida do tempo é em função do movimento aparente dos astros ao redor da Terra. Devido ao movimento da Terra de W (Oeste) para E (Este), dá-nos a impressão de que o sol se movimenta de Este para Oeste. Este movimento aparente do sol de Este para Oeste é que vai nos fornecer a ideia do dia. 3.1.2 Espécie de tempo 3.1.2.1 Tempo sideral Quando a medida do tempo é feita com uma estrela ou astro qualquer. 3.1.2.1.1 Dia sideral É o espaço de tempo compreendido entredois sucessivos trânsitos de um astro qualquer (com exceção do sol) pelo mesmo observador. 3.1.2.2 Tempo solar verdadeiro Tempo baseado no movimento real do sol ao redor da Terra. 3.1.2.2.1 Dia solar verdadeiro É o espaço de tempo compreendido entre dois sucessivos trânsitos do sol verdadeiro, pelo mesmo meridiano. É o tempo, no qual, para se obter um dia a Terra terá que dar uma volta completa em torno de seu eixo. O sol verdadeiro ocupa duas vezes a mesma posição em menos de 24 horas; essa perda de alguns segundos por dia, causa o motivo do dia 29 de fevereiro (ano bissexto). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 20 3.2 Fusos horários A hora civil local, isto é, a hora real numa determinada posição, é variável de lugar para lugar na superfície da Terra, uma vez que a mesma é em função da longitude do local considerado. A adoção, por convenção, de Fusos Horários também chamados Zonas de Tempo, foi feita com a finalidade de se evitar as confusões criadas pela variação da hora, em função da longitude. Essa convenção de Fusos Horários, adotada pela maioria dos países civilizados, proporcionou a unificação das horas em regiões de consideráveis extensões geográficas, além da facilidade da diferença de horas ser apresentada em número inteiro (salvo casos particulares). Tomando-se como ponto de partida o meridiano de Greenwich e dividindo-se a Terra, no Equador, em 24 partes iguais (360º : 24 = 15 ), obtém-se faixas de 15º que são chamados de Zona de Tempo ou Fusos Horários. A hora civil local de meridiano central do fuso é que fornece a hora de zona. Essa hora do fuso é chamada hora legal. Tomando-se como ponto de partida o meridiano de Greenwich, ou melhor, o meridiano de 000º de longitude, e medindo-se 7º30’, para Este e para Oeste, obtém-se um fuso. Da mesma forma são obtidos os demais 24 fusos, isto é, tendo como meridianos centrais os meridianos de longitude 015º, 030º, 045º, etc; para Este e Oeste de Greenwich. Cada fuso, portanto, cobre 7º30’ para cada lado do seu meridiano central. Para citação de um fuso qualquer sem a configuração de seus sinais (+ ou -), ficou estabelecido em convenção internacional, que os mesmos seriam designados por letras como se vê no quadro abaixo. Y X W V U T S R Q P O N Z A B C D E F G H I K L M +12 +11 +10 +9 +8 +7 +6 +5 +4 +3 +2 +1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 -11 -12 Tabela 03 – Fusos horários 3.2.1 Hora de Greenwich - (HMG – GMT) Hora Oficial adotada mundialmente em todos os órgãos de Controle de Tráfego Aéreo, para fins de coordenação de tráfego. É a hora do fuso Z ou hora Zulu, que todos os aviões do mundo marcam em seus relógios de bordo. DIVISÃO DE ENSINO SSMD E W EEAR 21 HMG = HLE ± no de fusos 3.2.2 Identificação do fuso Conhecida a longitude de um ponto, para se identificar o fuso a que pertence, deve-se proceder da seguinte forma: 3.2.2.1 Dividir a longitude por 15º ➢ Se o resto for zero ou menor que 7º30’, o fuso será igual ao quociente da divisão; ➢ Se o resto for maior que 7º30’, o fuso será o quociente mais um; ➢ Se o resto for 7º30’, o ponto está no limite de dois fusos. 3.2.2.2 Longitude Oeste, fuso positivo; longitude Este, fuso negativo. Exemplos: Determinar os indicativos dos fusos em que se encontram os pontos de longitude: a) - 125º27’ E b) - 120º00’ W c) - 127º47’ W d) - 097º30’ E Resposta: a) - 125º27’ E : 15º = 8; o resto é 5º27’, portanto menor que 7º30’; logo, a longitude sendo E o fuso será igual a - 8 ou fuso H; b) - 120º00’ W : 15º = 8; o resto é zero; logo, sendo a longitude W, o fuso é igual a + 8 ou fuso U; c) - 127º47’ W : 15º = 8; o resto é 7º47’, portanto maior que 7º30’; logo, 8 + 1 = 9, a longitude sendo W o fuso será + 9 ou fuso V; e d) - 097º30’ E : 15º = 6; o resto é 7º30’, logo, a longitude sendo E, o fuso será - 6 ou - 7 , F ou G. Isto quer dizer que o ponto considerado está no limite de dois fusos. DIVISÃO DE ENSINO SSMD <==-- EEAR 22 3.3 Fusos horários e horas legais do Brasil Em 1913 foi estabelecida por lei a adoção de hora legal no Brasil de acordo com o sistema de fusos horários. O território brasileiro se estende desde a longitude de 030º00’W até a longitude de 074º00’W, compreendendo os seguintes fusos: ➢ Fuso O ou + 2, território de Fernando de Noronha e Ilha Trindade; ➢ Fuso P ou + 3, todo o litoral até o limite do território do Amapá, inclusive; o contorno do Rio Xingu; fronteira do Mato Grosso com Goiás e Bacia do Paraná, inclusive; ➢ Fuso Q ou + 4, a partir do fuso anterior, compreendendo o estado do Mato Grosso, a parte Leste do Amazonas, até o limite Oeste, determinado por um arco de círculo máximo que liga Tabatinga até Porto Acre (inclusive essas duas cidades) e daí contorna a fronteira sul do Território do Acre com a Bolívia. ➢ Fuso R ou + 5, desde o limite Oeste do fuso anterior compreendendo todo o território do Acre. 3.3.1 Linha de data internacional Figura 09 O meridiano 180º é chamado Linha Internacional de Data, isto porque a data sempre muda sobre o meridiano de 180º. Na realidade, a linha Internacional de Data, não se superpõe, em toda sua extensão, ao meridiano 180º. Em diversos pontos dela é desviada para manter a mesma data em localidades próximas aos meridianos. O fato de uma nova data sempre começar no meridiano 180º explica a razão do fuso correspondente ter uma de suas metades o indicativo + 12 e na outra - 12. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 23 4 MAGNETISMO TERRESTRE 4.1 Introdução A existência de substâncias capazes de atraírem pequenos pedaços de ferro foi notada, por nossos antepassados, nas civilizações mais antigas. No ano 600 AC. Thales de Mileto descreveu as propriedades desses óxidos ferrosos magnéticos, ou ímãs. Quando uma agulha magnética ou ímã é colocado sobre um eixo de maneira a mover-se livremente, uma de suas extremidades aponta sempre, em direção ao Norte. Essa extremidade da agulha ou ímã é chamada de polo Norte ou polo positivo, e a outra é por analogia designada de polo sul ou negativo. Quando dois ímãs são colocados perto um do outro, o polo norte de um repele o polo norte e atrai o polo sul do outro. Daí a regra: polos iguais se repelem; polos contrários se atraem. Figura 10 A força de atração ou repulsão entre dois polos magnéticos varia com a distância entre eles. Quanto maior for à distância, menor será a atração ou a repulsão. A área na qual o ímã exerce sua influência é chamada Campo Magnético. Portanto, Campo Magnético de um ímã é formado pelo conjunto de linhas de força que unem os polos. Um pedaço de metal não magnético, entrando no campo de força de um ímã, torna-se magnetizado por indução. O magnetismo induzido é temporário, permanecendo enquanto o pedaço de metal estiver dentro do campo magnético. 4.1.1 A Terra como ímã A Terra é um corpo magnético. E, pode-se dizer, um imenso ímã. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 24 Em consequência, a Terra possui polos magnéticos. Da mesma forma que nos ímãs, um campo magnético envolve a Terra, e é formado pelo número infinito de linhas de força que unem os seus polos magnéticos. Figura 11 Esses polos magnéticos não coincidem com os polos geográficos, e não estão, além disso, exatamente diametralmente opostos. O polo Norte Magnético está localizado aproximadamente na Ilha de Príncipe de Gales. O polo Sul fica na Antártida. As observações mais recentes indicam que o polo Norte Magnético não é estacionário, pelo contrário, possui um movimento elíptico, cujo maior eixo mede 50 milhas. Todo campo magnético tem uma direção definida; portanto, o Campo Magnético da Terra também a possui. Este campo é constituído por linhas de força que são considerados provenientesdo polo Norte em direção ao polo Sul. A presença dessas linhas de força pode ser indicada pela direção que uma agulha magnética assume quando é colocada no campo magnético da Terra. 4.1.2 Declinação terrestre Quando uma agulha magnética sofre influência somente do campo magnético da Terra, a direção que ela aponta é chamada Norte Magnético. A direção do Norte Geográfico é chamada direção do Norte Verdadeiro. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 25 Direções verdadeiras, são medidas a partir do Norte Verdadeiro, e direções magnéticas são em relação ao Norte Magnético. A diferença angular, em um ponto qualquer, entre as direções do Norte Verdadeiro e Norte Magnético é chamada Declinação Magnética. Declinação Magnética é também definida como a diferença angular entre o meridiano e a direção indicada pela agulha de uma bússola sob a influência única do campo magnético da Terra. A declinação magnética varia de posição para posição, na superfície da Terra. Se a agulha da bússola aponta, em determinado local, na direção do norte verdadeiro, isto é, se a direção do Norte Verdadeiro coincide com o Norte Magnético, diz-se que a Declinação Magnética é igual a zero. Quando a agulha aponta para a direita da direção do Norte Verdadeiro isto é, para Este, tem-se uma declinação Magnética Este (E). No caso inverso, isto é, apontando para esquerda Oeste, tem-se uma Declinação Magnética Oeste (W). A maioria das cartas tem traçadas linhas de Declinação Magnética. As linhas que unem pontos de mesma Declinação Magnética chamam-se Isogônicas. A que une pontos de Declinação Magnética zero, é chamada Agônicas. No cálculo de rumos magnéticos, deve-se levar em consideração a data de publicação e a variação magnética anual da carta em uso. 4.1.3 Ângulo de inclinação A direção do campo magnético da Terra não é paralela a sua superfície em todos os lugares. Portanto, um ímã ou agulha magnética, livre para girar em qualquer direção, assumirá diferentes atitudes, inclinando-se para cima ou para baixo dependendo da sua posição, no campo magnético da Terra. Esse ângulo em relação ao horizonte é chamado ângulo de inclinação magnética. Varia de 90º nos polos magnéticos a 0º, mais ou menos, na metade do caminho entre eles. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 26 Devido a este fato, isto é, ao ângulo de inclinação magnético, as bússolas magnéticas não podem ser utilizadas nas proximidades dos polos. 4.2 Bússola É de todos os instrumentos de navegação aérea, o mais importante. Vários tipos de bússola, dos mais diversos formatos, são especialmente construídos para a Navegação Aérea. Apesar de diferirem na sua apresentação, basicamente são construídas por três partes principais: ➢ Uma superfície circular cônica ou cilíndrica, capaz de girar livremente em qualquer direção, num plano horizontal e tendo dois ou mais ímãs ajustados em sua base; ➢ Uma linha de fé ou marca de referência, paralela ao eixo longitudinal do avião; e ➢ Uma escala dividida em graus "angulares, ou limbo, conhecida também como Rosa dos Ventos, montada na superfície circular, e cujos números impressos crescem no sentido do movimento do ponteiro do relógio, de maneira a medir, instantaneamente, a proa do avião”. Figura 12 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 27 Figura 13 A superfície circular móvel está montada sobre um eixo e dentro de uma caixa contendo querosene (ou líquido similar). O líquido serve para diversos fins: ➢ a maior parte do peso da superfície móvel sobre o eixo é anulada; e ➢ diminui a oscilação do limbo e permite uma lubrificação constante do eixo. A graduação da escala é de 5º em 5º (em alguns modelos de grau em grau). Na parte da caixa da bússola, voltada para o piloto, existe um vidro transparente por onde se leem as indicações. Bem no centro deste vidro fica a linha de fé, traçada no sentido vertical e correspondente ao eixo longitudinal do avião. Tendo em vista que a leitura da bússola é feita pela parte posterior há necessidade da escala de graus ser numerada com 180º de ambiguidade, para proporcionar leitura exata. Na parte fronteira da caixa há uma célula de expansão e contração, para permitir o aumento ou diminuição do volume do líquido, sob as mais diversas condições de temperatura ou pressão. Na parte superior existem dois pequenos ímãs que são movimentados por intermédio de dois parafusos e que permitem a compensação da bússola. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 28 4.2.1 Erros da bússola em voo A agulha da bússola (o conjunto da parte móvel, ímãs e limbo, no tipo acima descrito) pode girar livremente apenas no plano horizontal. Portanto, é feita para interpretar somente a componente horizontal do campo magnético da Terra. Assim, durante as curvas ou com as asas do avião inclinadas, as indicações da bússola são errôneas. Da mesma forma, também se têm indicações falsas durante as acelerações e desacelerações. 4.2.2 Desvio da agulha ou desvio da bússola (DA) Embora se tendo assumido que a agulha magnética é sempre orientada na direção do Norte Magnético, na realidade, em consequência de fatores diversos, como a estrutura metálica dos aviões, equipamentos elétricos e a própria caixa da bússola, todos emanando maior ou menor quantidade de força magnética, a bússola é afetada desviando-se, a agulha, do alinhamento previsto. Essa diferença de direção é conhecida como desvio da bússola. Para se entender melhor o desvio, supõe-se que a agulha da bússola sempre está orientada em direção a um fictício polo norte bússola ou norte bússola. O desvio não é constante para uma mesma bússola, varia para cada proa. De um modo geral, não ultrapassa 15º e é medido a Este (E) ou a Oeste (W) isto é, se o Norte Bússola está a Leste ou a Oeste da direção do Norte Magnético. 4.2.3 Calibração da bússola Desde que o desvio está sempre presente, cada bússola deve ser calibrada e, tendo em vista que o desvio se altera com o tempo, a calibração deve ser realizada periodicamente. A calibração da bússola compreende, na realidade, duas operações distintas: compensação e determinação do desvio residual. A compensação é feita introduzindo-se na bússola a correção dos desvios encontrados. A determinação do desvio residual é verificada por comparação das proas magnéticas e proas bússolas, correspondentes. Como resultado da calibração da bússola tem-se o Cartão de Desvio que é a representação gráfica dos valores DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 29 numéricos (graus), das correções dos desvios, os quais devem ser aplicadas, algebricamente, a diversas proas magnéticas para se obter as proas bússolas correspondentes, ou vice-versa. A compensação de uma bússola deve ser feita numa plataforma de compensação. Essa plataforma, nada mais é que uma rosa dos ventos, construída num local afastada de influências magnéticas (edifícios, hangares, aviões, redes elétricas, etc), e suficientemente grande para se poder manobrar um avião, nas diversas direções. Normalmente é em concreto e de forma circular, tendo anotado, e sua circunferência, as diversas direções magnéticas devidamente orientadas. O centro da plataforma é um disco móvel, de material não magnético, que gira livremente sobre o qual se coloca uma das rodas da aeronave cuja bússola está sendo compensada. Algumas vezes, em substituição ao disco móvel, existe uma área côncava feita também deste cimento. Figura 14 4.3 Representação da direção A direção MQ é o ângulo a partir do Norte no sentido dos movimentos dos ponteiros do relógio, até a linha MQ. Para se atravessar uma rua e ir à confeitaria basta uma olhada ao ponto de destino e começar a andar naquela direção. Para voar, entretanto,do Rio de Janeiro a Brasília, por exemplo, não se usa este método comum, porque simplesmente não se vê Brasília, do Rio de Janeiro. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 30 Assim, para voar de um lugar para o outro é preciso se obter a direção do voo de qualquer maneira. Usualmente, de uma carta onde aparecem o ponto de partida e o destino. Torna-se necessário dessa forma à existência de um sistema ou método de se expressar direção. Sabe-se, que o Norte, conhecido como Norte Verdadeiro em navegação, é a direção do Polo Norte, e Sul, é a direção do Polo Sul, partindo-se de qualquer ponto da Terra. É rudimentar também, que se voltando a face para o Norte, o Este fica à direita. O Oeste à esquerda e o Sul, à retaguarda. Estas são apenas quatro, do número infinito de direção. Algumas direções intermediárias também têm nomes tais como Nordeste, Nor-Nordeste etc. Todavia, o número de nomes de direções é relativamente pequeno. O sistema de direção usado em navegação é muito simples e permite uma designação de direção mais exata. Embora, como foi dito a direção não seja propriamente um ângulo, é, normalmente, expressa em termos de grandeza angular. Assim, direção é definida pelo ângulo medido no sentido dos ponteiros do relógio, a partir do Norte. Em qualquer posição imagina-se um círculo cuja circunferência é dividida em 360 unidades iguais (graus). Se as direções forem numeradas a partir do Norte Verdadeiro, e no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, indicam direções verdadeiras do ponto central. Tal círculo é chamado Rosa dos Ventos. A direção Norte é 000º ou 360º, Este é 090º, Sul 180º e Oeste 270º. A direção por convenção é sempre expressa em 3 algarismos. Figura 15 - Direção é um ângulo medido no sentido dos ponteiros do relógio a partir do norte verdadeiro DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 31 Em outras palavras, é o ângulo entre o meridiano que passa em M e a linha MQ. A direção MQ é 025º, MR é 100º e MP é 260º. Um erro comum na medição de direção é fazê-la com diferença de 180º. Um método simples de se evitar é antes de medir uma direção, calculá-la por estima. Após o cálculo de uma direção, sempre verificá-lo, usando-se o bom senso. Desde que a determinação da direção é uma parte importante no trabalho do piloto, os vários termos que significam direção, devem ser claramente definidos e entendidos. Os mais conhecidos são: 4.4 Rota Projeção Ortogonal na superfície da Terra, da trajetória desejada ou percorrida pela aeronave. A rota nem sempre pode ser programada. Ex. Um avião perdido. 4.5 Rumo Direção da rota em um momento considerado, medida no sentido do movimento dos ponteiros do relógio (NESO) de 000º a 360º, a partir de um ponto de referência. É, em síntese, a direção pretendida. ➢ Quando o marco de referência é o Norte Verdadeiro temos: Rumo Verdadeiro (RV) ângulo formado entre a linha Norte-Sul Verdadeira (meridiano verdadeiro e a linha a de rota, de 000º a 360º no sentido NESO, e a partir da linha Norte-Sul o rumo verdadeiro é medido na carta). ➢ Quando o marco de referência é o Norte Magnético temos: Rumo Magnético (Rmg) ângulo formado entre a linha Norte-Sul magnética (meridiano magnético) e a linha de rota, de 000º a 360º no sentido NESO e a partir da linha Norte-Sul. ➢ Quando o marco de referência é o Norte Bússola ou Agulha temos: Rumo Bússola (RB) ou Agulha - ângulo formado entre a linha Norte-Sul da bússola e a linha de rota no sentido NESO, de 000º a 360º e a partir do Norte Agulha. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 32 4.6 Proa Direção do eixo longitudinal de uma aeronave medida no sentido do movimento dos ponteiros do relógio (NESO) de 000º a 360º, a partir de um ponto de referência. ➢ Quando o marco de referência é o Norte Verdadeiro temos: Proa Verdadeira (PV) - ângulo formado entre a linha Norte-Sul Verdadeira e o eixo longitudinal do avião, medida no sentido NESO de 000º a 360º a partir da linha Norte-Sul. Não tem valor prático. ➢ Quando o marco de referência é o Norte Magnético temos - Proa Magnética (Pmg) - ângulo formado entre a linha Norte-Sul Magnética e o eixo longitudinal do avião, no sentido NESO de 000º a 360º a partir da linha Norte-Sul. É medida pelo Giro Direcional. ➢ Quando o marco de referencial é o Norte Bússola temos: Proa Bússola ( PB ) - ângulo formado entre a linha Norte-Sul bússola ou da agulha e o eixo longitudinal do avião, no sentido NESO de 000º a 360º, a partir da linha Norte-Sul. Um termo Muito usado pelo piloto "estou na proa de. ou estou na proa para." significa "estou com o nariz do avião voltado para tal lugar". Só haverá diferença entre a proa e o rumo da aeronave quando houver vento. Caso contrário, a direção do nariz do avião coincide com a linha de rota, fazendo com que a proa e o rumo tenham os mesmos valores. Podemos afirmar também que um avião com curva à direita, a proa e o rumo aumentam; e com curva à esquerda, a proa e o rumo diminuem. Declinação Magnética ( Dm ) = 10º E Desvio agulha (Da) = 3º E Proa Bússola (Pb) = 125º Procura-se: Proa Verdadeira (PV) = ? Proa Magnética (PMg) = ? DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 33 Resposta: PV = 138º PMg = 128º Figura 16 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 34 5 INSTRUMENTOS DE NAVEGAÇÃO 5.1 Horizonte artificial Instrumentos de bordo que representa o horizonte real. É também chamado de indicador de atitude, porque dá informação relativa à atitude assumida pelo avião, em relação aos eixos longitudinal e lateral (rolagem e arfagem). Consiste em uma barra horizontal móvel paralela à outra barra horizontal fixa no painel (vidro do instrumento). Quando o avião faz movimento de arfagem, a barra horizontal móvel se move para cima ou para baixo da fixa, indicando movimento em relação ao eixo lateral. Quando o avião faz movimento de rolagem, a barra horizontal móvel se inclina em relação à fixa, indicando os graus de inclinação ao redor do instrumento. Figura 17 5.2 Indicador de curva e indicação (Turn and Bank) Instrumento que possibilita ao piloto notar se está voando reto e quando em curva, coordenar o leme de direção e aileron. O termo usado por muitos pilotos é "pau e bola"; o instrumento é importante porque nele o piloto observa se está fazendo uma curva padrão (3º por segundo) ou de meio padrão (1,5º por segundo), se está glissando ou derrapando. Consiste em uma haste vertical móvel que em posição normal fornece ao piloto indicação de voo reto, curva correta. Conta com dois índices, um à direita e outro à esquerda, no vidro do instrumento que, quando a haste coincidir com os mesmos, o avião está em curva padrão (desde que a bola esteja em posição normal) para o lado do respectivo índice. Caso a bola do instrumento esteja para o lado da curva (do mesmo lado da haste) o avião está glissando; caso a bola esteja contrária à haste, o avião está derrapando. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 35 Figura 18 5.3 Giro direcional Instrumento que indica a proa magnética do avião. Com a vantagem sobre a bússola de não sofrer erros de desvio do Norte Magnético. É constituído de um cartão graduado de 000º a 360º, móvel e um índice no vidro do instrumento que coincide com o nariz do avião e que indica a proa no cartão. Funcionamento: as linhas de força do campo magnético da Terra são captadas por instrumentos eletrônicos normalmente colocados nas pontas das asas, que fornecem fielmente a direção do Norte Magnético ao instrumento (Giro). Esses instrumentos eletrônicos são sincronizados com Giroscópios. 5.3.1 Giroscópio É uma massa em rotação, perfeitamente balanceada, montada numa estruturatambém balanceada, por meio de rolamentos sem atritos. É dotado de rigidez, que é a capacidade de não ser influenciado, após seu funcionamento por qualquer força extra ao instrumento, mantendo assim a direção do seu eixo de rotação e consequentemente a posição do Norte Magnético do instrumento. Figura 19 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 36 5.4 Altitude e altímetros Altitude é definida como a distância vertical de um nível, ponto ou objeto considerado como ponto, em relação a um nível de referência. Em outras palavras, a altitude de uma aeronave é a sua distância vertical acima de um nível de referência. Portanto, dependendo do nível de referência, existem várias altitudes, cujas definições seguem: ➢ Altitude indicada Altitude lida diretamente no altímetro; ➢ Altitude pressão Altitude em relação ao nível de pressão padrão é denominada como Nível de Voo; É a leitura do altímetro quando nele está inserida a pressão padrão 1013.2 Mb ( ajuste QNE ), Mb = Milibares. ➢ Altitude verdadeira Altitude em relação ao nível do mar. É a leitura do altímetro quando nele está inserido o ajuste QNH. ➢ Altitude absoluta ou altitude Distância vertical de uma aeronave em relação ao terreno sobrevoado. Figura 20 O nível de pressão padrão é um nível teórico onde a pressão atmosférica é 29.92 polegadas de mercúrio ou 1013.2 Milibares, e a temperatura é igual a + 15º C. O nível descrito DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 37 está numa atmosfera padrão, ao nível do mar, isto é, na altitude zero, a pressão e de 29.92 polegadas de mercúrio e a temperatura + 15º C. À medida que se sobe, na atmosfera padrão, a pressão e a temperatura decrescem numa razão constante, respectivamente, como se pode ser visto abaixo: • 2º para cada 1000 Ft (pés). As altitudes e alturas são medidas por duas espécies de altímetros: 5.4.1 Altímetro de pressão Para se entender perfeitamente o altímetro de pressão, há necessidade de uma explicação do barômetro aneroide. Um balão de borracha cheio de gás, por exemplo, se expande até que a pressão interior fica igual à pressão do ar exterior acrescida, logicamente, da pressão exercida para dentro, pela borracha do balão. Se a pressão do ar externo diminui, a pressão interna do gás expande o balão até que o novo equilíbrio seja alcançado. O coração de um barômetro aneroide é uma célula ou cápsula aneroide, que trabalha identicamente ao balão de borracha. A cápsula é basicamente uma caixa de metal, hermeticamente fechada, cujos lados são finos e flexíveis. No interior da caixa existe vácuo parcial, e os lados são separados entre si por meio de uma mola (ou a própria elasticidade do metal). Quando a pressão atmosférica diminui, os lados da célula se movem para fora; quando aumenta, se movem em sentido contrário. Na ilustração abaixo está esquematizada uma célula aneroide. Figura 21 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 38 Pode-se ver como o movimento de vai e vem da célula é transmitido mecanicamente e transformado em movimento giratório de um ponteiro sobre um mostrador. O mostrador pode ser graduado em polegadas de mercúrio, em milibares ou outra unidade de pressão atmosférica. Se um instrumento for utilizado como altímetro, o mostrador será graduado em unidades de distância: pés ou metros. Qualquer que seja a graduação do mostrador é bom se ter em mente que o barômetro aneroide mede, na realidade, pressões. O altímetro de pressão é, portanto, um barômetro aneroide, que mede a pressão em polegadas de mercúrio ou milibares e a transforma em indicações de pés (Ft) ou metros de altitudes. A cápsula aneroide dos altímetros de pressão é instalada numa caixa que recebe a pressão estática exterior. Para qualquer mudança de pressão, o altímetro indica a correspondente mudança de altitude. O altímetro é construído para medir altitudes acima de qualquer nível de 28.00 a 31.00 polegadas de mercúrio ou 948.19 a 1049.78 milibares. A pressão ajustada na janela do mostrador é o nível de pressão acima do qual o altímetro indica a altitude. Figura 22 – Mostrador de um altímetro de pressão O mostrador do altímetro é numerado no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, de 0 a 9 correspondendo a centenas de pés ou metros, com 5 ou 10 subdivisões marcadas. Há normalmente 3 ponteiros; o maior indica as dezenas; o mais largo e curto, indica as centenas e o menor e estreito, os milhares. A maioria dos altímetros de pressão são construídos para indicar um limite de 35.000 a 50.000 pés. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 39 5.4.1.1 Ajuste do altímetro – número Kollsman Como foi visto, a altitude pressão é a altitude medida de acordo com a pressão atmosférica com o altímetro ajustado para a pressão padrão. Portanto, a altitude indicada não é real e sim uma altitude em relação a um nível fictício e a cuja medida em metros ou pés, dá-se o nome de nível de voo. Quando se voa em rota, em AWY ou não, deve-se usar o ajuste QNE (1013.2 Mb). Ao se aproximar para pouso, será fornecido pelo órgão de proteção ao voo o ajuste do altímetro (QNH) em polegadas de mercúrio ou milibares, que é a pressão barométrica do local de pouso reduzida ao nível médio do mar. O altímetro, estando ajustado para essa pressão (Número Kollsman), quando a aeronave pousa, indicará a altitude local. Pés Pressão Temperatura 16.000 16.21 HG - 17º C 15.000 16.88 - 15º C 14.000 17.57 - 13º C 13.000 18.29 - 11º C 12.000 19.03 - 9º C 11.000 19.79 - 7º C 10.000 20.58 - 5º C 9.000 21.38 - 3º C 8.000 22.22 - 1º C 7.000 23.09 1º C 6.000 23.98 3º C 5.000 24.89 5º C 4.000 25.84 7º C 3.000 26.81 9º C 2.000 27.82 11º C 1.000 28.86 13º C Nível do Mar 29.92 15º C Tabela 03 – Pressão padrão e temperatura com intervalos de 1000 pés DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 40 Figura 23 – O altímetros mede altitude somente acima dos pontos onde a pressão é igual a ajustada no altímetro Por vezes, há necessidade de se ajustar, no altímetro, uma pressão tal que indique zero (metros ou pés) de altitude quando a aeronave está no solo e no nível da pista. Ao número (polegadas ou milibares) que representa a pressão ajustada no altímetro chama-se, ajuste a zero. 5.4.1.2 Altimetria Para se entender a operação dos altímetros de pressão, deve-se conhecer os efeitos da mudança de temperatura e pressão sobre o instrumento. O ar frio é mais pesado que o ar quente, portanto, quando o ar se esfria, o nível de pressão cai. Assim, com um determinado ajuste no altímetro dá indicações maiores que a realidade. O mesmo acontece quando se voa de uma área de alta pressão para uma de baixa. Figura 24 - Se a pressão muda na superfície, a altitude pressão também mudará. 5.4.2 Radioaltímetro Também chamado altímetro absoluto, é um instrumento importante em navegação aérea e na moderna técnica de pilotagem, principalmente em missões de fotografia aérea e na navegação DIVISÃO DE ENSINO SSMD É o Nível da pressão que cai e não a pressão, pois a pressão aumenta em níveis mais baixos e baixa temperatura. EEAR 41 por pressão padrão. O radioaltímetro indica instantaneamente a altura de voo da aeronave, no momento considerado. Princípios de operação: o radioaltímetro transmite um pulso de rádio energia, da aeronave ao terreno sobrevoado, o qual é refletido imediatamente, regressando a um receptor. O tempo que o pulso leva em ir e voltar são medidos eletronicamente, e transformado em medida de distância (pés ou metros), que pode ser lida, diretamente, num tubo de raio catódicos ou num mostrador graduado, dependendo do tipo e finalidade do instrumento. 5.5 Indicador de subida e descida (CLIMB) Instrumento usado para medir a razão na qual um avião está mudando de altitude. Auxilia o piloto a manter uma velocidade verticalno avião, principalmente no procedimento de descida por instrumentos. Seu princípio de funcionamento é idêntico ao do altímetro; um mostrador é graduado em pés por minuto. Figura 25 – Indicador de subida e descida 5.6 Velocímetro Instrumento do painel do avião que informa a velocidade com que a aeronave se desloca (em Km, MN, ou MT por hora). Velocidade - distância percorrida numa unidade de tempo. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 42 Figura 26 – Tubo de Pitot O desenho acima mostra um tubo de Pitot, que fornece a pressão estática para o altímetro e climb; e as pressões estática e de impacto para o velocímetro. 5.6.1 Funcionamento do velocímetro A pressão estática enche a caixa do instrumento, a qual fica, teoricamente, com a pressão igual à pressão atmosférica exterior. A linha de pressão de impacto é conectada a uma cápsula aneroide. Quando a aeronave se movimenta, aumenta a pressão de impacto, delata-se a cápsula ou diafragma, pondo em movimento as engrenagens e o ponteiro, o qual se desloca ao longo do indicador de velocidade. Daí têm: 5.6.1.1 Velocidade indicada (VI) Velocidade indicada pelo instrumento. 5.6.1.2 Velocidade no ar ou aerodinâmica (VA) É a velocidade indicada corrigida para altitude e temperatura. A (VA) cresce com a altitude, devido à diminuição da densidade do ar e consequentemente causando menor resistência ao avanço. Esse aumento de velocidade é, aproximadamente, em dois por cento (2%) da (VI), para cada 1000 pés de altitude. A maneira correta para determinação da (VA) é pelo computador (instrumento que estudaremos a seguir, mas que não entraremos em detalhe quanto à VA). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 43 O vento não influencia a VA. 5.6.1.3 Velocidade no solo Velocidade em relação ao solo. É a velocidade resultante; será igual à VA quando não houver vento. Figura 27 – Mostrador de velocímetro No nível do mar, com a atmosfera padrão, sem vento, as três velocidades se igualam. Nó (Kt) unidade de velocidade - 1 Kt significa 1 Mina por hora. É errado dizer-se que uma aeronave voa a 100 kt por hora. Ela tem velocidade de 100 nós (Kt). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 44 6 CARTAS AERONÁUTICAS 6.1 Projeções – mapas e cartas aeronáuticas 6.1.1 Projeção É a maneira de representar num plano, a superfície da terra ou parte dela, parecendo com perfeição os seus meridianos e paralelos. A matéria sobre projeção, mapas e cartas, é muito vasta envolve mais de uma dezena dos mais diferentes tipos. Entretanto, dentro do nosso programa, duas projeções devem ser estudadas: Mercator e Lambert. Considerando-se os maiores ou menores detalhes empregados numa projeção, ela pode ser classificada como mapa ou carta. 6.1.1.1 Mapa É a representação numa superfície plana, da superfície da Terra ou parte dela, sem grandes detalhes de projeção. Os mapas são mais utilizados para fins escolares. 6.1.1.2 Carta É a representação numa superfície plana, da superfície da Terra, ou parte dela, mostrando, no máximo detalhes, elevações, cidades, vilas, rodovias, ferrovias, lagos, rios, rádios, faróis, aeroportos, áreas perigosas, e tudo mais que pode ser útil à navegação. As cartas são especialmente destinadas para fins de navegação. 6.1.2 Escolha da projeção Cada projeção tem suas características, que a tornam com maior ou menor preferência para certos usos. Daí os diversos tipos de projeção e que são usados de acordo com a área de voo. Assim, nas regiões polares, por exemplo, as projeções utilizadas são completamente diferentes daquelas usadas em baixas latitudes. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 45 6.1.2.1 Gratícula Chama-se gratícula ou gradeado, o aspecto formado pelos meridianos e paralelo de uma projeção. 6.1.3 Classificação das projeções ➢ Quando a superfície onde são desenvolvidas (projetadas), classifica-se em três tipos: • Cilíndricas - Quando projetadas em cilindros (é o caso das projeções mercator). Figura 28 – Projeção cilíndrica • Cônicas - Quando projetadas em cones (é o caso da projeção de Lambert). Figura 29 DIVISÃO DE ENSINO SSMD Mercator Lambert 1 2 EEAR 46 Figura 30 • Azimutais ou zenitais - Quando projetadas em superfície planas. Figura 31 ➢ Quanto ao ponto de tangência da superfície com a esfera terrestres, classificam-se três tipos: • Equatoriais - Quando a superfície onde a projeção é desenvolvida, é tangente a Terra, no Equador. Figura 32 DIVISÃO DE ENSINO SSMD Tangente a terra no Equador 1 3 6.4 Projeção Lambert conformal É aquela projetada num cone secante a Terra em dois paralelos Standard, previamente selecionados. EEAR 47 • Polares - Quando a superfície onde a projeção é desenvolvida, é tangente a Terra, no polo. Figura 33 • Oblíquas - Quando a superfície onde a projeção é desenvolvida, é tangente a Terra num paralelo qualquer. Figura 34 ➢ Quanto ao ponto de origem das linhas de projeção, classificam-se em três tipos: • Gnomônica - Quando as linhas de projeção têm origem no centro da Terra. Figura 35 • Estereográficas - Quando as linhas de projeção têm origem no ponto oposto ao de tangência. • Ortográfica - Quando as linhas de projeção têm origem no infinito. DIVISÃO DE ENSINO SSMD Tangente a terra nos Polos Tangente a terra em um paralelo qualquer 2 3 1 2 3 EEAR 48 6.1.4 Rota ortodrômica É aquela que corta todos os meridianos em ângulos diferentes. É também conhecida como Rota do Círculo Máximo, por representar um segmento do mesmo. Figura 36 A direção do Círculo Máximo, apresentada, mostra um ângulo de 050º com o meridiano de Nova York, 090º com o meridiano da Islândia, e aumenta mais ainda em relação ao meridiano de Londres (próximo ao polegar direito).Em outras palavras, a direção do Círculo Máximo é modificada constantemente com a progressão do voo ao longo da rota, e é diferente em cada ponto do Círculo Máximo. Voando uma rota assim, isto é, um arco de Círculo Máximo, ou direção ortodrômica, é óbvio a necessidade de mudanças constantes de direção, o que dificultaria o voo sob condições normais. Entretanto, a ortodrômica é a rota mais desejável, porque, é o caminho mais curto entre dois pontos na superfície da Terra. 6.1.5 Rota loxodrômica A linha que intercepta qualquer meridiano com um mesmo ângulo, é chamada loxodrômica. Uma aeronave mantendo uma proa constante está voando numa loxodrômica. A loxodrômica é uma linha curva e, se prolongada, transforma-se em uma espiral em direção ao polo (norte ou sul), nunca o atingindo. Embora se sabendo que a ortodrômica é o caminho mais curto entre dois pontos no globo terrestre, para pequenas distâncias o uso da loxodrômica, como rota a ser seguida, é mais aconselhável. Neste caso (pequenas distâncias), a diferença entre os comprimentos da DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 49 ortodrômica e loxodrômica é desprezível, tal não acontece, entretanto, em latitudes próximas aos polos. Figura 37 6.2 Escala da carta Toda projeção é construída em determinada escala. 6.2.1 Escala É a relação entre uma dada distância na carta e a que ela representa na superfície da Terra. 6.2.2 Escala fracionária É a que é representada sob a fórmula matemática. Exemplo:1 : 1.000.000 ou 1 ( um por um milhão ) 1.000.000 Isto quer dizer que, uma unidade na carta, representa um milhão de unidades no solo. A unidade mais usada é o centímetro. Logo, nessa escala: 1 podemos dizer que: 1cm = 1cm = 1cm 1.000.000 1.000.00cm 10.000m 10Kmou seja 1 cm representa 10 km. Do mesmo modo procedemos para qualquer escala. Assim, nas escalas abaixo, 3cm quantos quilômetros ( Km ) representam? DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 50 1cm = 1cm = 1cm , logo, 3cm = 75Km 2.500.000cm 25.000m 5Km 1cm = 1cm = 1cm , logo, 3cm = 111Km 3.700.000cm 37.000m 37Km O afastamento entre os meridianos numa projeção e consequentemente o afastamento entre os paralelos, depende da escala da carta. 6.2.3 Escala gráfica É a linha representativa, em Km ou milhas, existentes nas cartas ou mapas e destinada à medição de distâncias. É sempre constituída de acordo com a escala da carta. 6.3 Projeção mercador Essa projeção foi imaginada por Gerhard Kramer, que adotou o nome latino Geradus Mercator. É conhecida com projeção Mercator cilíndrica equatorial. Cilíndrica por ser projetada num cilindro. 6.3.1 Equatorial Por ser o cilindro tangente à Terra no Equador. Toda projeção que conserva as mesmas relações angulares entre seus meridianos e paralelos e cuja escala de expansão entre os meridianos é a mesma dos paralelos (razão de distorção) e chamada de conformal. Na Mercator, os meridianos e paralelos interceptam-se a 90º e a razão de distorção entre os meridianos é a mesma que entre os paralelos. Portanto, a Mercator é conformal. O uso do cilindro tangente para explicar o desenvolvimento da projeção é uma maneira de simplificação e que realmente nos dá uma boa aproximação da projeção. Figura 38 6.3.2 Aparência DIVISÃO DE ENSINO SSMD Isto pode ser observado, pelas aberturas dos compassos A e B, na figura. O compasso A indica 10º de latitude e, portanto, 600 MN na LM de 15ºN, enquanto o compasso B, com abertura bem maior, indica também 10º de latitude também 600 MN, mas na LM 45ºN. Isso mostra claramente a variação da escala com a latitude. 15° 45° 1° = 60NM 1' = 1NM 10°=600NM 10°=600NM EEAR 51 Na projeção Mercator, os meridianos aparecem como linhas retas, paralelos e equidistantes. Os paralelos aparecem como linhas retas, paralelos e não equidistantes (aparência da Gratícula). 6.3.3 Rumo e distância pelo loxodrômica A reta AB traçada na figura anterior é uma loxodrômica, porque corta todos os meridianos em ângulos iguais. Esses ângulos são os rumos da loxodrômica, que na projeção Mercator podem ser medidos em qualquer meridiano. À distância de uma rota loxodrômica para pequenos trechos, não difere muito da ortodrômica ou Círculo Máximo. Somente para trechos longos as diferenças são acentuadas e especialmente em altas latitudes. 6.3.4 Escala de distância Todas as distâncias, na Mercator, devem ser medidas na latitude média da região em que se estiver operando devido à variação da escala com o crescimento das latitudes (distorção observada, na figura anterior). Isto pode ser observado, pelas aberturas dos compassos A e B, na figura. O compasso A indica 10º de latitude e, portanto, 600 MN na LM de 15ºN, enquanto o compasso B, com abertura bem maior, indica também 10º de latitude também 600 MN, mas na LM 45ºN. Isso mostra claramente a variação da escala com a latitude. 6.3.5 Vantagens ➢ Paralelos e meridianos cortam-se a 90º; ➢ Fácil medição de rumos; e ➢ Rota loxodrômica é representada por uma linha reta. 6.3.6 Desvantagens ➢ Grandes distorções das áreas projetadas, em altas latitudes; DIVISÃO DE ENSINO SSMD Prova de 2011 EEAR 52 ➢ Limitações de uso em torno dos 60º de latitude Norte-Sul; ➢ Um Círculo Máximo é representado por uma linha curva; e ➢ Escala de distância variável com a latitude. 6.4 Projeção Lambert conformal É aquela projetada num cone secante a Terra em dois paralelos Standard, previamente selecionados. Foi imaginada por Johann Lambert (sábio Alsaciano). 6.4.1 Gratícula Os meridianos aparecem como linhas retas e convergentes e os paralelos como linhas curvas e concêntricas. Meridianos e paralelos cortam-se a 90º. 6.4.2 Rumo e distância Uma linha reta AB traçada na carta, representa uma rota Ortodrômica, porque corta todos os meridianos em ângulos diferentes. Esses ângulos são os rumos da rota ortodrômica entre os pontos A e B. Se quisermos saber o rumo da Loxodrômica verdadeiro, entre A e B, devemos medi-lo no meridiano médio entre dois pontos. 6.4.3 Escala de distância Na projeção Lambert Conformal a escala é constante. Pode ser medida em qualquer latitude. A distância de uma linha reta, nessa projeção, representa a menor distância entre dois pontos, ou seja, a distância da rota ortodrômica. 6.4.4 Vantagens ➢ Perfeição nas áreas projetadas; ➢ Escala de distância constante; e ➢ Um Círculo Máximo é representado por uma linha DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 53 6.4.5 Desvantagens ➢ Uma loxodrômica é representada por uma linha curva. ➢ Limite útil de 0 a 75º Norte-Sul do Equador. Essa projeção também é conhecida pelos nomes: Lambert Conformal, Cônica, Projeção Cônica Secante, Projeção Cônica com dois paralelos estandart. 7 AL 6 PILOT COMPUTER AND PLOTTER Qualquer tipo de navegação requer a solução de simples problemas matemáticos envolvendo tempo, velocidade, distâncias e consumo de combustível. Além disso, o efetivo do vento sobre a aeronave deve ser conhecido; assim, o vento é também um dado importante a ser considerado. Para se resolver esse problema, rapidamente, e dentro de um limite, razoável de exatidão, vários tipos de réguas de cálculo, ou computadores, têm sido construídos e usados por aeronavegantes em todo mundo. O tipo aqui descrito é conhecido como AL6. Este computador é a combinação de dois instrumentos: DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 54 7.1 Face de cálculo A régua de cálculo é um instrumento padrão para a solução mecânica de vários problemas aritméticos. Opera em bases de logaritmos, porém não há necessidade de conhecimento de logaritmo para o manuseio das réguas de cálculo. Podem ser retas ou circulares. A usada no computador de navegação estimada é circular, para maior facilidade de transporte. A régua de cálculo do computador, que é denominada Face de Cálculo, compreende dois discos de metal ou de plástico, um dos quais gira livremente ao redor de um centro comum. Esses discos são graduados com escalas logaritmos adjacentes, de maneira a formar uma régua de cálculo circular equivalente a uma régua de cálculo reta de 12 polegadas. Desde que a escala externa (fixa) representa números de distância, e a interna (móvel), número de tempo; os dois discos são denominados, respectivamente, escala de distância e escala de tempo. O número impresso em cada escala representa o valor decimal podendo, portanto, a vírgula (do número decimal) ser movimentada, imaginariamente, tanto para a direita como para a esquerda, aumentando ou diminuindo 10, 100, 1000, etc. Figura 39 Por exemplo: o número 14, na escala de milhas, representa 0,14; 1,4; 14; 140; 1.400; 14.000, etc. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 55 Figura 40 Desde que a velocidade é expressa em unidades de comprimento por hora (60 minutos), uma ponta de seta, conhecida como índice de velocidade é desenhada na marca dos 60 minutos. As graduações de ambas as escalas são idênticas, numeradas de 10 a 100, e a unidade de intervalo diminui em tamanho, à medida que os números aumentam em valor. Nem todas as unidades de intervalo são numeradas. A primeira coisa a se praticar no computador é a leitura dos números e suas divisões graduadas. 7.1.1 Leitura da régua de cálculo Os intervalos que são numerados, não apresentam dificuldades na sua leitura.O problema é dar o valor correto as várias linhas que ficam entre os números. Não existe, por exemplo, número impresso entre 25 e 30, é obvio, portanto, que as divisões entre aqueles valores são 26, 27, 28 e 29. Entre 25 (não impresso) e 26, existem 5 divisões menores, cada qual valendo 0,2 da unidade maior (25; 25,2; 25,4; 25,6; 25,8 e 26). DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 56 Assim para se achar o número 278, primeiro procura-se o número 27 (para 270), depois 28 (para 280) e, então, a quarta divisão menor entre eles é que representa 278, desde que vale cada uma 0,2 de 28. Para um número como 27.812, o ponto já encontrado para 278 deve ser usado. Como foi dito, este ponto pode ser usado com 2,78; 27,8 ou 27.800. Assim, o ponto 27.812 estará entre 27.800 e 28.000. A melhor maneira de se encontrarem os pontos que correspondam a números como os acima exemplificados, é se usar o bom senso. Depois de alguma prática não haverá dificuldades. 7.1.2 Conversão de distâncias Vide figura na página seguinte Alguns outros índices são impressos nos computadores para facilidade de conversão de distâncias de uma unidade para outra. As mais usadas: Conversão de Distâncias são as que estabelecem correspondências entre milhas marítimas, milhas terrestres e quilômetros. Conversão de milhas marítimas (mima) em milhas terrestres (mite); e vice-versa. A escala de distância do computador é marcada com dois índices, um de mite, no número 54, e o outro de mima, correspondente a 72. Milhas terrestres e milhas marítimas são convertidas umas em outras, colocando-se a distância conhecida no índice de milhas respectivo e lendo-se a sua correspondência, na outra unidade, em oposição ao outro índice. Exemplo: Para converter 150 mite em mima, coloca-se número 150 oposto ao índice de mite (STAT) e lê-se na direção do índice de mima (NAUT) o número de milhas marítimas 130. 150 mite = 130 mima Veja a figura a seguir DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 57 Figura 41 Conversão de milhas marítimas (mima) e milhas terrestres (mite) em quilômetro (km); e vice-versa. Um índice de quilômetro é também impresso na escala de distância em correspondência aos números 111 e 305. Quando distâncias em mima ou mite são colocadas sob seus respectivos índices, podem ser convertidas em quilômetros, bastando-se ler o número na escala de tempo que corresponde ao índice de quilômetro (km), ou vice-versa. Exemplo: Para converter 105 mima em quilômetros, coloca-se número 105 na escala de tempo oposto ao índice de mima (NAUT), e lê-se na direção do índice de km o número 194. 105 mima = 194 km = 121 mite. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 58 Figura 42 7.2 Cálculos de tempo, velocidade e distância 7.2.1 Proporção simples A face de cálculo do computador é construída de tal maneira que qualquer relação entre dois números (um na escala de distância e outro na escala de tempo) permanece constante e é verdadeira para todos os outros números que se correspondam nas duas escalas. Assim, se os dois 10 são colocados opostos um ao outro (escala móvel com escala fixa) todos os números, se corresponderão, identicamente, ao redor da circunferência. Ex: 20 com 20, 30 com 30, etc. Se o 20, da escala de tempo, é colocado em oposição ao 10 da escala de distância, todos os números, na escala de tempo, serão duas vezes maiores que os correspondentes na escala de distância. Esta regra permite a solução do quarto termo de qualquer proporção matemática. Desta maneira, tendo a proporção: 14 = X 35 70 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 59 O valor de X pode ser obtido colocando-se 14 na escala de distância, correspondendo a 35, na escala de tempo; lê-se então a resposta (28) oposta a 70 na escala de tempo. Esta relação permite também a solução de problemas envolvendo tempo, velocidade, distância e consumo. Figura 43 7.2.2 Tempo, velocidade e distância Uma aeronave voa 21 NM em 07 minutos. Quantos minutos são necessários para viajar 120 NM? É também uma proporção simples: 21 = 120 07 X Colocando-se número 21 sobre número 7, no computador, como é mostrado, lê-se sob 120 a resposta, que é 40 minutos. Para se obter velocidade, o problema é resolvido da mesma maneira que o acima, exceto que o terceiro número da proporção, toda vez que se fala em velocidade, é 60 ou o índice de velocidade. No exemplo dado, se 21 for ajustado acima do 07, a velocidade da aeronave é 180 Kt, que é lida exatamente oposta ao índice de velocidade. Portanto, a seta preta do disco móvel indica a velocidade horária porque corresponde a 60 minutos, e qualquer distância percorrida em 60 minutos é a velocidade horária. Portanto, a seta preta do disco móvel indica a velocidade horária porque corresponde a 60 minutos, e qualquer distância percorrida em 60 minutos é velocidade horária. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 60 Figura 44 Exemplo 1: Achar o tempo, quando a velocidade e a distância são conhecidas. Velocidade: 250Kt Distância voada: 375 NM Solução: Coloca-se o índice de velocidade em oposição a 250. Oposto a 375, da escala de distância, lê-se, na escala de tempo, 90 minutos ou 01:30h. Vide figura na página seguinte. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 61 Figura 45 Exemplo 2: Achar a velocidade, quando o tempo e a distância são conhecidos. Distância: 140 NM Tempo: 40 minutos Solução:Ajusta-se a distância 140, oposta a 40 minutos, lê-se oposto ao índice de velocidade 210 Kt. Figura 46 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 62 Exemplo 3: Achar a distância, quando o tempo e a velocidade são conhecidos. Velocidade: 204 MPH (milha terrestre por hora) Tempo: 01:15 h Solução: Ajusta-se o índice de velocidade em posição a 204 MPH. Lê-se em correspondência ao tempo 01:15 h, na escala de distância percorrida 255 mite. Figura 47 7.3 Consumo Quando se fala em consumo, normalmente subentende-se a quantidade de combustível gasto em uma hora. O consumidor pode ser expresso em: quilos por hora (Kg/h), libras por hora (lb/h), litros por hora (l/h) ou galões por (gl/h). Dessa forma, analogamente ao problema de velocidade, aparece como um dos fatores o número 60 (60 minutos - 1 hora), e a resolução é semelhante, bastando colocar-se em oposição ao índice de velocidades (cabeça de seta), o consumo horário. Exemplo 1: Achar a quantidade de combustível consumido num intervalo de tempo. Dados:Consumo horário: 100 gl/h Tempo 15 min Solução: Ajusta-se o índice de velocidades em 100, da escala de distância. Oposto a 15 min lê-se na escala de distância 25 galões. DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 63 Vide figura a seguir. Figura 48 Exemplo 2: Achar o consumo horário, sabendo-se a quantidade de combustível gasto num intervalo de tempo. Dados: Em 24 min o consumo foi de 105 litros Solução: Ajusta-se o número 105 da escala de distância em oposição a 24 min, e lê-se, oposto ao índice de velocidades, o consumo horário: 262 l/h. Figura 49 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 64 Exemplo 3 Dados:Consumo horário: 50 Kg/h Quantidade de combustível a bordo: 325 Kg. Solução:Em oposição ao índice de velocidades ajusta-se o consumo horário, 50 Kg, na escala de distância. Em oposição a 325, lê-se na escala de minutos, 6h30min. Figura 50 7.4 Exercícios Tempo, Velocidade e Distância: TEMPO VELOCIDADE DISTÂNCIA 1 00:32 480 Kt ? 2 00:13 ? 42 mite 3 ? 340 Kt 510 mima 4 01:40 162 MPH ? 5 00:36 ? 160 mima 6 ? 177 MPH 660 mite 7 ? 280 Kt 410 NM 8 ? 225 Kt 300 NM 9 ? 480 Km/h 400 NM 10 01:30 ? 250 Metros 12 01:50 ? 315 mima 12 00:40 150 MPH ? 13 00:05:30 246 Kt ? Tabela 04 DIVISÃO DE ENSINO SSMD EEAR 65 Conversões Distância
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